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Trânsito, Cidadania e Meio Ambiente

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Curitiba
2017
Transito, 
Cidadania
e Meio Ambiente
â
Sumário
 Carta ao Aluno | 5
1. A evolução do homem | 7
2. Cidadania | 11
3. Impactos humanos sobre o meio ambiente | 19
4. Trânsito e meio ambiente | 31
5. Legislação e meio ambiente | 37
6. Atitudes ecológicas | 41
 Conclusão | 49
 Referências | 51
Prezado(a) aluno(a),
Talvez você nunca tenha parado para pensar que cada coisa 
que acontece no mundo não acontece de maneira isolada. Ao con-
trário, pode ter profundos impactos em ecossistemas e pessoas que 
estão a milhares de quilômetros de distância. 
Nesta disciplina específica do curso de graduação em Ges-
tão de Trânsito da FAEL, você vai entender por que conceitos como 
cidadania e preservação do meio ambiente estão interligados, e 
como as ações humanas podem alterar completamente o mundo 
em que vivemos.
Carta ao Aluno
– 6 –
Trânsito, Cidadania e Meio Ambiente
O trânsito é parte disso, já que a maioria da população mundial vive em 
áreas urbanas e a poluição provocada por indústrias e veículos tem levado a 
preocupações climáticas graves. É uma busca constante por cidades mais inte-
ligentes e sustentáveis, por veículos e produtos menos poluentes, por atitudes 
mais conscientes de preservação da natureza, por condutas mais cuidadosas 
com as outras pessoas.
Nesta disciplina você vai conhecer como a teia da vida é uma só, e iden-
tificar quais comportamentos seus e dos outros podem afetar o delicado equi-
líbrio entre todos esses elos.
Bons estudos!
1
A evolução do homem
1.1 A relação com o meio ambiente
A capacidade de adaptação às mudanças do ambiente tem 
levado os seres vivos, ao longo de milhões de anos, a modificar suas 
estruturas orgânicas para melhor sobreviver e se reproduzir. 
A teoria da evolução das espécies, desenvolvida pelo biólogo e 
naturalista inglês Charles Darwin (1809-1882), aponta que os seres 
que conseguem realizar essas adaptações com maior velocidade e 
habilidade são os que têm maiores chances de permanecer. Em outras 
palavras, é o processo de seleção natural – em que os que possuem 
características mais vantajosas em relação a outros têm mais condições 
de sobreviver – que determina o progresso (ou não) das espécies.
Trânsito, Cidadania e Meio Ambiente
– 8 –
O ser humano, por outro lado, passou a agir em sentido contrário – 
ao invés de se adaptar ao meio ambiente, é ele que mais o altera. Poluição, 
desmatamento, cidades sem planejamento e uso indiscriminado de recursos 
naturais são algumas das atitudes comandadas pelo homem com impacto 
direto sobre a natureza.
1.2 A relação com os outros 
A vida em grupo existe há milhões de anos. O homem primitivo já se 
associava com outros homens para sobrevivência, ajuda mútua, eficácia em 
ações como caça e proteção. Também permaneciam juntos para reprodução 
e conforto afetivo.
A organização da espécie humana em sociedades, portanto, já é realidade 
desde a Pré-História. Ao longo do tempo, foi mudando a maneira como essas 
sociedades se formam e estabelecem suas regras e costumes, que variam enor-
memente também de acordo com a região do mundo, os grupos étnicos e as 
necessidades impostas pelo meio ambiente.
O homem é, portanto, um ser social.
E sendo um ser social, é também um ser político, na medida em que a 
vida em sociedade faz com que ele se envolva nos destinos e na vida de outros 
seres humanos.
1.3 Necessidades do ser humano 
O convívio com outras pessoas leva o homem a desenvolver certos 
anseios, expectativas e necessidades.
O psicólogo norteamericano Abraham Maslow (1908-1970) conce-
beu uma “hierarquia das necessidades do homem”, que ficou mundialmente 
conhecida como “pirâmide de Maslow”. Ali ele lista, em ordem ascendente, 
as necessidades humanas – que vão da sobrevivência básica ao autoconheci-
mento e elevação espiritual.
– 9 –
A evolução do homem
Figura 1 – A Pirâmide de Maslow
2
Cidadania e Trânsito
2.1 O que é um cidadão? 
Direitos e deveres
Um cidadão é o indivíduo que pode usufruir de seus direitos 
civis e políticos, ao mesmo tempo em que respeita seus deveres, 
como cumprir as leis e regras da vida em sociedade.
Essas normas existem justamente para criar direitos e deveres 
iguais para todos, e estabelecer ordem para que a sociedade fun-
cione. No Brasil, a Constituição é a lei máxima, mas outros docu-
mentos estabelecem leis específicas, como o Código Penal, o Código 
de Trânsito ou o Código Civil.
Trânsito, Cidadania e Meio Ambiente
– 12 –
O conceito de cidadania engloba três dimensões: 
 2 DIREITOS CIVIS : Liberdade de ir e vir, de associação, expressão, 
fé e pensamento, entre outros; 
 2 DIREITOS POLÍTICOS : Votar e ser votado, participar de 
manifestações; 
 2 DIREITOS SOCIAIS : Acesso à saúde, habitação, educação, 
entre outros.
2.2 O cidadão no trânsito
Nas vias públicas, é dever de todo cidadão transitar sem constituir perigo 
ou obstáculo para os demais elementos do trânsito (CTB, art. 26, inciso I). 
Ele tem o direito, por outro lado, de trafegar por vias seguras e corretamente 
sinalizadas (afinal, como respeitar as regras de trânsito se não há indicação do 
que fazer na pista?) e também de sugerir alterações tanto em uma lei quanto 
em sinalização, fiscalização e equipamentos de segurança. 
O trânsito no país é regido pelo Código de Trânsito Brasileiro, de 1997, 
e por uma série de decretos, portarias e resoluções. Esse conjunto determina 
não só ações e comportamentos corretos, mas também punições para o caso 
de a lei não ser respeitada e, principalmente, colocar em risco a segurança e 
a vida das pessoas (com infrações, multas, penalidades e a responsabilização 
civil e criminal por atos no trânsito). 
2.2.1 Convívio e interação
Conviver com outras pessoas, ser respeitado e sentir-se seguro são, como 
mostra a pirâmide de Maslow vista anteriormente, necessidades comuns a 
todos os seres humanos. Não é diferente no trânsito. Por isso é tão importante 
que o trinômio homem-via-veículo, base do trânsito, esteja em harmonia. 
Os condutores de veículos, os passageiros, os pedestres e todos os usu-
ários das vias públicas estão em constante interação. Sua comunicação se dá 
por meio do cumprimento das regras de trânsito e da utilização consciente 
desse espaço público. 
– 13 –
Cidadania e Trânsito
Especialmente nas cidades, todos enfrentam juntos as dificuldades da 
vida urbana: congestionamentos, locais para estacionar, qualidade das cal-
çadas e ruas, tempo dispendido nos deslocamentos, qualidade do transporte 
público etc.
Para conviver, participar e promover a interação social no trânsito é 
necessário: 
 2 Conhecer, aceitar e cumprir as regras de circulação e conduta, como 
também o que institui a legislação (adotar o bom-senso). 
 2 Abrir mão dos seus direitos, quando necessário, para respeitar o 
direito alheio (praticar a solidariedade). 
 2 Praticar a ajuda mútua, a fim de evitar ou solucionar problemas de 
trânsito (cooperação). 
Um exemplo de interação social no trânsito é dar passagem aos veículos 
precedidos de batedores; de socorro de incêndio e salvamento; de polícia; 
de operação e fiscalização de trânsito e às ambulâncias, quando em serviço 
de urgência e devidamente identificados por dispositivos regulamentados de 
alarme sonoro e iluminação vermelha intermitente. Não fazer isso, além de 
mostrar descaso com outras pessoas, é considerado infração gravíssima passí-
vel de multa. 
Por outro lado, uma evidência de desrespeito não só às leis mas também 
às pessoas é a circulação de veículos em locais proibidos. Pelo Código de 
Trânsito Brasileiro, transitar com o veículo em calçadas, passeios, passarelas, 
ciclovias, ciclofaixas, ilhas, refúgios, ajardinamentos, canteiros centrais e divi-
sores de pista de rolamento, acostamentos, marcas de canalização,gramados 
e jardins públicos é considerado infração gravíssima.
 Saiba mais
Em saída de estacionamento, garagem ou em qualquer outra situação 
que envolva pedestre ou bicicleta, os veículos motorizados devem 
sempre dar preferência de passagem a eles. Desrespeitar essa regra 
pode levar a multa e infração gravíssima.
Trânsito, Cidadania e Meio Ambiente
– 14 –
2.2.2 Fatores que influenciam as relações no trânsito 
O trânsito é um ambiente tenso, de certa maneira. Atenção o tempo 
todo, congestionamentos, horários e distâncias a cumprir, motoristas que 
dirigem mal ou não respeitam as regras… tudo isso pode levar a um estado 
de stress. 
Nada disso, porém, tira do condutor a responsabilidade de cumprir as 
leis, que afinal foram feitas para todos. As relações harmoniosas no trânsito 
dependem disso.
Mas é muito comum encontrar comportamentos que acabam por minar 
essas boas relações. Alguns exemplos:
 2 Supervalorização do veículo: quanto mais potente a “máquina”, 
mais direitos e menos deveres o motorista acredita ter.
 2 Inversão de valores: o veículo é usado como instrumento de força, 
vaidade e competição. 
 2 Falta de controle emocional do indivíduo: só os seus problemas ou 
vontades individuais contam e devem ser considerados. 
 2 Egoísmo: falta de pensar no outro, no bem estar coletivo.
 2 Desrespeito a normas e regulamentos: a legislação de trânsito foi 
feita somente para os outros. 
 2 Falta de planejamento: calcular mal o tempo de deslocamento, 
não considerar imprevistos ou escolher o percurso errado levam o 
motorista a dirigir apressadamente, perturbando outros motoristas 
na tentativa de recuperar o tempo perdido.
 2 Desconhecimento das leis: só é possível dirigir corretamente conhe-
cendo as leis de trânsito, a sinalização e as condições de operação 
do veículo.
 2 Desrespeito aos direitos alheios: qualquer infração de trânsito fere 
o direito de outras pessoas.
– 15 –
Cidadania e Trânsito
2.2.3 Atitudes e comportamentos
Para os gestores de trânsito, é importante compreender a psicologia e a 
ética dos cidadãos, ou seus valores morais e suas motivações sociais e cultu-
rais. Temos, por exemplo, diferentes perfis de motoristas que podem influen-
ciar a fluidez e harmonia nas ruas. Só para citar alguns exemplos:
O apressadinho
O imprudente
O medroso
O recém-habilitado
O que dirige passeando
O “dono da rua”
O agressivo
O distraído
Ao identificar esses e outros comportamentos, é possível ter uma visão 
abrangente e propor estratégias e políticas públicas que favoreçam a socializa-
ção, a cooperação e o respeito mútuo. 
Uma vez que o comportamento e as atitudes do homem são fatores deter-
minantes para um trânsito fluido e sem violência, a educação para o trânsito 
passa a ser peça-chave para a conscientização e incorporação de condutas. 
Entre essas condutas, estão:
 2 Usar da cooperação e solidariedade, agindo em benefício de todos 
que estão no trânsito. Gentileza gera gentileza;
 2 Comunicar-se de maneira amigável, sinalizando suas manobras 
com antecedência e respeitando as manobras dos outros; 
 2 Cultivar bondade, respeito, tolerância e paciência, sendo compre-
ensivo com os erros e limitações dos outros;
Trânsito, Cidadania e Meio Ambiente
– 16 –
 2 Entender que os seus direitos são limitados pelos direitos alheios 
e que às vezes você pode e deve abrir mão dos seus em prol do 
bem comum; 
 2 Dirigir corretamente, evitando cometer infrações ou ter comporta-
mentos agressivos.
Segundo o Código de Trânsito Brasileiro, dirigir ameaçando 
os pedestres que estejam atravessando a via pública, ou os 
demais veículos, resulta em multa, suspensão do direito de 
dirigir, retenção do veículo e recolhimento do documento 
de habilitação, sendo considerada infração gravíssima.
 
2.2.4 Mortalidade viária
De acordo com a Comissão Econômica para América Latina e Caribe 
(CEPAL), órgão das Nações Unidas que se dedica a propor soluções para o 
desenvolvimento dessa região, a taxa de mortalidade por acidentes viários 
nessa região aumentou 20% entre 2000 e 2010. Passou de 14,75 mortes por 
cada 100 mil habitantes no ano 2000 para 17,68 mortes no ano 2010. 
Esse mesmo estudo mostra que 90% dos acidentes são consequência de 
conduta ou falha humana. 
A CEPAL estabeleceu cinco pilares para reduzir o índice de mortalidade 
viária: gestão da segurança viária, organização das vias de trânsito e da mobi-
lidade, veículos mais seguros, conscientização dos usuários das vias e rapidez 
no atendimento a acidentes.
2.2.5 Sinalização e comunicação 
Como espaço público, as vias são um ambiente de igualdade de direitos 
e deveres entre seus usuários. Uma comunicação eficiente ajuda os usuários 
a conhecer e compreender esses direitos e deveres, o que permite a eles se 
deslocar com mais segurança e organização, sejam motoristas ou pedestres. 
– 17 –
Cidadania e Trânsito
O Código de Trânsito Brasileiro é a principal referência para essa comu-
nicação, norteando as regras de sinalização e conduta. 
É responsabilidade dos gestores de trânsito, nas alçadas federal, estadual 
e municipal dependendo do caso, instalar a sinalização correta e mantê-la em 
bom estado, bem como supervisionar e cuidar para garantir a qualidade da 
infraestrutura (ruas, calçadas, estradas, viadutos, passarelas etc).
A educação para o trânsito na escola, para crianças e jovens, também 
é importante reforço na formação de pessoas com uma visão mais ampla e 
democrática da convivência no trânsito e no respeito às suas regras, propor-
cionando um ambiente mais harmonioso para todos.
3
Impactos Humanos 
sobre o Ambiente
3.1 O estudo da biodiversidade
Biodiversidade é o conjunto de todos os seres vivos que exis-
tem no planeta, e que se conectam em uma verdadeira teia da vida, 
na qual cada um desempenha sua função. A palavra “biodiversi-
dade” nasceu em 1985, como uma contração de “diversidade bioló-
gica”. Foi criada pelo biólogo norteamericano Edward O. Wilson, 
professor da Universidade de Harvard. 
Todos os organismos vivos formam ecossistemas interdepen-
dentes, ligados uns aos outros, de modo que um afeta o outro. Esse 
elo existente entre os seres vivos é o que faz com que o impacto de 
uma ação prejudicial à natureza em determinado local (por exem-
plo, o desmatamento na Amazônia ou a pesca indiscriminada de 
atum no Japão) tenha reflexos em outro. 
Trânsito, Cidadania e Meio Ambiente
– 20 –
Os reflexos podem ser sentidos na natureza e ter impactos econômicos e 
na saúde e bem estar do ser humano. Da diversidade biológica e da preserva-
ção das espécies dependem famílias, comunidades, nações e gerações futuras.
Um exemplo de impacto é o que a indústria mundial da pesca vem 
fazendo desde a década de 1950, adotando práticas e tecnologias que aumen-
taram tanto a produtividade que hoje se retira dos oceanos mais do que eles 
são capazes de gerar novamente. O resultado: espécies à beira da extinção, 
desequilíbrio ecológico, colapso dos estoques pesqueiros e impacto socioeco-
nômico sobre populações que dependem dos mares para sobreviver. 
 Saiba mais
Polêmico e inovador, o biólogo Edward Wilson criou também o 
conceito de sociobiologia – a ideia de que é possível compreender 
o comportamento humano e da sociedade por meio da biologia. 
Aclamado por mostrar a ligação entre comportamento e neurociên-
cia, também é criticado por alguns cientistas sociais, que o acusam de 
ressuscitar uma teoria dos séculos XIX e XX que associa a genética a 
uma suposta “superioridade” – e que levou a desigualdades sociais e 
teorias racistas (como o nazismo).
3.2 Água e outros recursos naturais
Nas escolas, costuma-se estudar os fenômenos da natureza, como for-
mação de chuvas, fotossíntese e cadeias alimentares. Aprendemos que o ser 
humano depende de recursosnaturais como água e sol para sobreviver, não 
só para beber e se aquecer mas para cozinhar, tomar banho e lavar coisas, 
fazer funcionar indústrias, obter energia. Que retira da natureza areia, pedra, 
barro e madeira das árvores para construir casas. Que abate animais e colhe 
vegetais para se alimentar. Que explora o subsolo em busca de minerais como 
ferro, carvão e petróleo, que depois vão servir à indústria de combustíveis, 
construção e outros usos. 
– 21 –
Impactos Humanos sobre o Ambiente
No entanto, a maior parte desses recursos não é renovável. Ou seja, 
um dia vão acabar, colocando em risco a sobrevivência do homem e de 
outras espécies. 
A base que se aprende na escola é fundamental para conhecer as relações 
entre todos os seres vivos, mas deve ser ampliada para que se possa com-
preender como aprimorar as ações humanas, a fim de evitar danos ao meio 
ambiente e a essa intrincada teia da qual todos fazem parte.
3.3 Consequências da poluição ambiental
São muitas e devastadoras as consequências da poluição ambiental – do 
ar, da água, do solo. As mudanças climáticas estão entre as mais evidentes.
3.3.1 Aquecimento global 
O gás carbônico, junto com o vapor d’água e outros gases, forma uma 
barreira na atmosfera que deixa passar a luz do Sol, mas retém o calor irra-
diado pela superfície da Terra. Fato semelhante ocorre numa estufa de vidro 
onde se cultivam plantas. 
O vidro deixa passar a luz, que é absorvida pelo solo e refletida na forma 
de calor. No entanto, as ondas de calor não atravessam bem o vidro e ficam 
retidas na estufa, aquecendo o ar dentro dela. É por isso que o aquecimento 
do planeta é chamado de efeito estufa. 
O efeito estufa é um fenômeno natural e indispensável para manter a 
vida na Terra. Graças a ele, o planeta conserva uma temperatura média de 15 
oC. Sem ele, o planeta estaria permanentemente coberto por uma camada de 
gelo e sua temperatura média estaria em torno de -18 oC.
Porém, duas situações provocadas pelo ser humano têm intensificado 
o efeito estufa. De um lado, aumentaram as emissões de gás carbônico e 
metano, gerados principalmente pela combustão de motores a gasolina e die-
sel e pelas indústrias.
Trânsito, Cidadania e Meio Ambiente
– 22 –
De outro lado, o ser humano está dizimando as florestas, responsáveis 
pela absorção de gás carbônico e transformação em oxigênio pela fotossíntese, 
que “limpa” o ar.
Com emissão mais intensa e reabsorção cada vez mais fraca, o resultado 
é que a camada de gases que protege a Terra torna-se cada vez mais espessa, 
impedindo o calor de se dissipar. Com isso, há o aquecimento global.
Efeitos do aquecimento global
O aumento da temperatura média da Terra provoca mudanças climáti-
cas drásticas, com graves consequências não só para as pessoas mas também 
para muitos ecossistemas, podendo levar até à extinção de espécies de animais 
e de plantas. 
 2 O derretimento de geleiras e a elevação do nível dos oceanos ame-
açam alagar cidades litorâneas e ilhas. 
 2 Furacões, tufões e ciclones ficarão mais fortes, com maior poder 
de destruição. 
 2 Tsunamis e terremotos serão mais frequentes. 
 2 Tempestades tropicais, inundações, ondas de calor, secas e nevascas 
serão mais intensas.
Previsões do Met Office, serviço britânico de meteorologia, apontam 
que até o fim do século XXI a Terra poderá estar até 4 oC mais quente.
3.3.2 Chuva ácida
A chuva ácida se forma quando dióxido de enxofre (SO2) e óxidos de 
nitrogênio (NOX) emitidos para a atmosfera reagem com a água das nuvens e 
formam ácido sulfúrico e ácido nítrico. Estes então se combinam com a água 
para se precipitar sobre o solo, na forma de chuva, neve, neblina etc.
Os maiores emissores desses gases nocivos que originam depois a chuva 
ácida são:
 2 Queima de combustíveis fósseis (carvão, gasolina, diesel) para 
gerar energia elétrica. Dois terços do SO2 e um quarto do NOx 
– 23 –
Impactos Humanos sobre o Ambiente
presentes na atmosfera vêm de geradores de eletricidade, inclu-
sive termoelétricas;
 2 Veículos automotores e máquinas pesadas;
 2 Indústrias e refinarias de petróleo.
Essa chuva ácida que cai sobre o solo tem sérias consequências: para a saúde 
humana, provoca doenças respiratórias; para rios e lagos, afeta a vida de animais 
e plantas, pois torna a água mais ácida; para florestas, intensifica o depósito de 
alumínio no solo, prejudicando a absorção de nutrientes pelas árvores.
3.3.3 Destruição da camada de ozônio 
A camada de ozônio está localizada na estratosfera, entre 25 e 35 quilô-
metros de altitude, e funciona como uma espécie de “escudo protetor” para 
animais, plantas e seres humanos contra a radiação ultravioleta emitida pelo 
Sol. Sem esse filtro, os raios solares seriam tão fortes que causariam sérios 
danos à vida na Terra.
A poluição atmosférica, no entanto, tem provocado grandes estragos 
na camada de ozônio. Em 1977, foi detectado pela primeira vez um grande 
“buraco” sobre a Antártida. Desde a década de 90, cientistas têm notado que 
a camada de ozônio tem ficado mais “fina” em várias regiões do mundo e já 
surgiu um outro buraco sobre sobre o Pólo Norte.
Como a camada de ozônio é destruída? O gás carbônico (CO2) gerado 
pela queima de combustíveis fósseis, como o carvão e o petróleo, e a liberação 
de óxidos nítricos e nitrosos pelos veículos são grandes responsáveis. Mas, os 
maiores vilões são os gases do grupo dos clorofluorcarbonos (CFCs). 
Usados na indústria de plásticos injetados, como propelentes em aeros-
sóis ou como isolantes em equipamentos de refrigeração, os CFCs demoram 
cerca de oito anos para chegar à estratosfera. Lá, atingidos pela radiação ultra-
violeta, se desintegram e liberam cloro. Ao reagir com o ozônio, o cloro o 
transforma em oxigênio. Só que o oxigênio não é capaz de proteger o planeta 
dos raios ultravioleta.
Por que é perigosa a destruição da camada de ozônio? Uma única 
molécula de CFC pode destruir 100 mil moléculas de ozônio, dando livre 
Trânsito, Cidadania e Meio Ambiente
– 24 –
passagem aos raios ultravioleta do Sol. Essa intensa radiação pode provocar 
câncer de pele e problemas na visão, além de minar o sistema imunológico, 
deixando as pessoas mais sujeitas a doenças como herpes.
Uma estimativa do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente 
(PNUMA) aponta que cada 1% de perda da camada de ozônio provoca 50 
mil novos casos de câncer de pele e 100 mil novos casos de cegueira, causados 
por catarata, em todo o mundo.
Outras formas de vida também são afetadas. Um dos exemplos é o 
plâncton existente na superfície do mar, base da cadeia alimentar mari-
nha e que responde pela absorção de metade do CO2 expelido no mundo, 
segundo a organização não governamental WWF, que atua globalmente na 
área ambiental.
No Brasil, o Programa de Eliminação de HCFCs, do Ministério do 
Meio Ambiente, estabeleceu um cronograma para suspensão gradativa do 
consumo desses gases. Assim, até 2040, todas as indústrias nacionais que 
utilizam esses gases na fabricação de diversos produtos terão deixado de 
utilizá-los. Esse acordo faz parte do Protocolo de Montreal, assinado por 
vários países em 1987.
3.3.4 Inversão térmica 
A temperatura do ar normalmente diminui com a altitude, uma vez 
que as camadas mais próximas ao solo são aquecidas pelo reflexo dos raios 
solares na superfície. O ar próximo ao solo é menos denso que o ar mais 
frio das camadas superiores, o que faz surgir duas correntes em sentidos 
opostos: uma de ar quente, que sobe, e outra de ar frio, que desce e subs-
titui o ar que subiu. Formam-se, assim, correntes de convecção, que facilitam 
a dispersão dos poluentes. 
Porém, especialmente no inverno, os raios solares mais fracos podem não 
esquentar muito o solo. Por isso, o ar próximo a ele acaba ficando mais frio 
e mais “pesado”, “preso” sob uma bolha dear mais quente, dificultando sua 
movimentação – é a inversão térmica. O resultado é uma camada de fumaça 
e neblina, conhecida como smog, que prejudica a respiração e a visibilidade. 
Em cidades muito populosas e lugares com muitas indústrias, o fenômeno é 
– 25 –
Impactos Humanos sobre o Ambiente
especialmente danoso, pois o ar fica carregado de gases tóxicos e as pessoas 
chegam a andar com máscaras protetoras. 
3.4 Desastres ambientais 
Os desastres ambientais se caracterizam por graves danos à fauna e à 
flora, mas também às pessoas que vivem nas áreas afetadas. Ambientalistas 
defendem que boa parte desses desastres poderia ser evitada se o homem não 
explorasse certas regiões do planeta. 
Vazamento do petroleiro Exxon Valdez (Alasca, 1989)
Na madrugada do dia 24 de março de 1989, o superpetroleiro Exxon-
Valdez colidiu contra um bloco de gelo no Estreito Príncipe William, na costa 
do Alasca (EUA), pouco depois de deixar o Porto de Valdez. A região, habi-
tada por centenas de espécies de pássaros, lontras, focas e peixes, é também o 
ponto final de um oleoduto com 1.200 quilômetros de extensão.
Vazaram dos tanques do navio 40 milhões de litros de petróleo cru, que 
se espalharam por uma área de 28 mil km2 do oceano e 2 mil km2 da costa 
do estado mais gelado e mais ao norte dos Estados Unidos. A “maré negra” 
matou centenas de milhares de espécies.
A ExxonMobil, proprietária do navio, mobilizou 11 mil pessoas, durante 
três anos, nos esforços para limpar a área. Foram gastos cerca de dois bilhões 
de dólares. Outros US$ 500 milhões foram dedicados a indenizações à popu-
lação local e US$ 900 milhões em multas.
Explosão de plataforma de petróleo (Golfo do México, 2010)
A explosão da plataforma de petróleo Deepwater Horizon, administrada 
pela britânica British Petroleum, no Golfo do México, em abril de 2010, foi 
um dos maiores desastres ambientais já registrados. Depois de ficar dois dias 
em chamas, a plataforma afundou. A conexão com a tubulação que permitia 
extrair o petróleo de 1.500 metros de profundidade se rompeu e ao longo de 
vários dias 652 milhões de litros de petróleo vazaram para o mar, atingido a 
costa de cinco Estados norteamericanos (Louisiana, Alabama, Mississippi, 
Texas e Flórida). A consequência foi a morte de inúmeras espécies marinhas, 
Trânsito, Cidadania e Meio Ambiente
– 26 –
além de prejuízos aos setores de hotelaria, alimentação e entretenimento. 
Onze pessoas morreram. Em 2012, a British Petroleum fechou um acordo 
com o governo dos Estados Unidos, no qual se declarou culpada e assumiu 
pagar uma multa de US$ 4,5 bilhões.
Rompimento de barragem (Minas Gerais, 2015)
Quando a barragem da mineradora Samarco se rompeu, em novembro 
de 2015, uma enxurrada de lama e rejeitos de minérios arrasou o distrito 
de Bento Rodrigues, no município de Mariana, em Minas Gerais. Além de 
destruir quase todas as casas da cidade e matar 19 pessoas, a lama seguiu 
rio abaixo até chegar ao mar, no litoral do Espírito Santo. As consequências 
ambientais foram devastadoras. O rio Doce foi entupido pela lama, que sufo-
cou peixes e microorganismos aquáticos, além da vegetação às suas margens. 
Com o passar dos anos, a lama tende a se solidificar, inviabilizando o solo. 
Ao chegar ao mar, a lama jogou na água grande quantidade de metais 
como ferro, alumínio, cromo e manganês, mais tarde diluídos pelas chuvas 
na cabeceira do rio Doce. Seis meses depois do acidente, o fundo do mar 
na foz do Rio Doce estava coberto por uma camada de pelo menos 2cm de 
lama, afetando animais microscópicos e plânctons que são a base da cadeia 
alimentar, afugentando os peixes que se alimentam deles. Além do impacto 
ambiental, os prejuízos se fazem notar para as pessoas que dependem da pesca 
e do turismo para seu sustento. 
3.4.1 Acidentes nucleares
O vazamento de materiais radioativos, principal risco das usinas nuclea-
res instaladas em vários países como forma de geração de energia, tem conse-
quências para a saúde humana e o meio ambiente.
Chernobyl (Ucrânia, 1986)
Considerado o mais grave acidente nuclear da história, foi consequência 
da explosão de um reator da usina nuclear de Chernobyl, na Ucrânia, em 
1986. A explosão, resultado de uma sequência de falhas humanas e problemas 
técnicos durante um teste, liberou uma quantidade maciça de urânio-235, 
elemento químico de grande poder radioativo. 
– 27 –
Impactos Humanos sobre o Ambiente
As pessoas em um raio de 30km foram retiradas de suas casas, e até hoje 
há uma zona de circulação proibida. A cidade de Pripyat, vizinha à usina, 
tornou-se uma cidade fantasma. A nuvem radioativa se espalhou para outros 
países da Europa, contaminando animais e plantações. 
De acordo com um relatório da Organização das Nações Unidas publi-
cado em 2005, 4 mil pessoas morrerão de doenças relacionadas ao acidente, 
como câncer, malformações de fetos e doenças respiratórias.
Césio-137 (Goiânia, 1987)
No Brasil, o pior acidente radioativo se deu quando várias pessoas entra-
ram em contato com o césio-137 presente em uma cápsula que antes era parte 
de um equipamento de radioterapia. Abandonado em uma clínica desativada, 
o equipamento era usado para tratamento de câncer e foi revendido por dois 
catadores de lixo para um ferro-velho. Lá, a cápsula de césio foi aberta e des-
pertou a curiosidade por se parecer com um sal azulado, que brilha no escuro. 
A “novidade” passou de mão em mão, estabelecendo um rastro que conta-
minou cerca de mil pessoas, das quais quatro morreram. Os sintomas, como 
náuseas, vômito, tontura, diarreia e inchaço principalmente nas mãos, foram 
inicialmente confundidos com uma simples intoxicação, o que retardou o 
tratamento adequado e as providências de descontaminação.
Fukushima (Japão, 2011)
A usina nuclear de Fukushima foi parcialmente destruída pelo terre-
moto seguido de tsunami que devastou a costa do Japão em 2011. Três dos 
seis reatores nucleares da usina derreteram e liberaram grande quantidade de 
material radioativo. 
É um dois únicos acidentes classificados como um evento de nível 7 
(classificação máxima) na Escala Internacional de Acidentes Nucleares, ao 
lado de Chernobyl, em 1986.
Desde o acidente, Fukushima começou a ser desmontada. Um dos desa-
fios mais complexos é o que fazer com os milhões de litros de água usados 
diariamente para refrigerar os reatores desativados, que se torna radioativa 
após o processo. A Tokyo Electric Power Co. (Tepco), empresa que controla 
a usina, admite que os tanques utilizados para esse fim não têm impedido o 
Trânsito, Cidadania e Meio Ambiente
– 28 –
vazamento para o Oceano Pacífico de parte da água contaminada, especial-
mente com iodo, estrôncio, césio e plutônio. 
3.5 Entidades conservacionistas
Em todo o mundo, organizações não-governamentais (ONGs) traba-
lham pela preservação do meio ambiente em diferentes frentes, com dife-
rentes abordagens. Muitas tornaram-se gigantes com atuação internacional, 
como a WWF e o Greenpeace, mas em nível nacional e local também existem 
milhares de outras entidades em atuação em vários países, inclusive o Brasil. 
WWF 
É a maior ONG conservacionista do mundo, com cerca de 5 milhões 
de filiados que contribuem financeiramente para que a instituição atue ativa-
mente em 100 países. Hoje há 2 mil projetos em andamento, sempre envol-
vendo as comunidades no conceito de preservação ambiental.
Fundada em 1961, significava originalmente “World Wildlife Fund”, 
traduzido para o português como “Fundo Mundial da Natureza”. No entanto, 
com o seu crescimento e forte presença internacional, decidiu abolir qualquer 
significado para suas letras originais. Em 1996, foi criada a WWF-Brasil, que 
integra a rede mundial. (www.wwf.org.br)
Greenpeace
Conhecido por seu intenso ativismo, com ações obstinadas e corajosas 
como abordar navios de pescapredatória no Oceano Ártico, o Greenpeace é 
uma organização global presente em 43 países. Sua missão é proteger o meio 
ambiente, promover a paz e inspirar mudanças de atitudes que garantam um 
futuro mais verde e limpo para esta e para as futuras gerações.
O Greenpeace atua sobre problemas ambientais que desafiam o mundo 
atual, especialmente mudanças climáticas, proteção às florestas, oceanos, 
agricultura sustentável, poluição e energia nuclear. No Brasil, suas principais 
frentes de trabalho são a proteção à Amazônia e a campanha de Clima e Ener-
gia. (www.greenpeace.org.br)
– 29 –
Impactos Humanos sobre o Ambiente
Worldwatch Institute 
Instituto de pesquisa ambiental com foco global, responsável pela aná-
lise de dados ambientais e produção de relatórios para ajudar a construir um 
mundo mais sustentável. (www.worldwatch.org)
Projeto Tamar
Sua luta é pela proteção às tartarugas marinhas no litoral nordeste do 
Brasil, com forte trabalho de educação ambiental. (www.tamar.org.br)
SOS Mata Atlântica
Organização com atuação nacional, tem foco na preservação do bioma 
que lhe dá o nome, mais presente no litoral das regiões Sul e Sudeste. (www.
sosma.org.br)
SPVS 
A Sociedade de Pesquisa em Vida Selvagem atua na faixa litorânea do 
Paraná, onde há importante remanescente de mata atlântica e espécies ame-
açadas como o papagaio-de-cara-roxa, e também na preservação das florestas 
com araucárias. Seu trabalho inclui educação ambiental e desenvolvimento 
sustentável das comunidades em sua área de atuação. (www.spvs.org.br)
4
Trânsito e Meio 
Ambiente
4.1 O impacto do trânsito 
no meio ambiente
Desde a invenção da roda, cerca de 4.500 anos antes de 
Cristo, e o surgimento dos primeiros veículos com rodas alguns 
séculos depois, o homem tornou-se capaz de percorrer distâncias 
maiores com menos esforço e em menos tempo, ainda levando car-
gas maiores.
Para que a roda fosse eficiente, no entanto, a qualidade das 
vias era fundamental, e esse foi um dos principais obstáculos à 
ampla adoção do artefato no início. 
Trânsito, Cidadania e Meio Ambiente
– 32 –
Hoje, os três principais desafios do homem no que diz respeito a seus 
deslocamentos são:
 2 Agir para que o trânsito seja mais rápido, seguro e eficiente;
 2 Adotar medidas para preservar a vida de todos os envolvidos no 
trânsito; 
 2 Preservar ao máximo o meio ambiente, reduzindo o impacto provo-
cado por obras de transporte e pela poluição gerada pelos veículos.
A industrialização, mais marcante no Brasil nas décadas de 1950, 1960 
e 1970, trouxe com ela grande avanço econômico, aumento do consumo de 
bens duráveis e não duráveis, e duas consequências importantes: 
 2 O aumento da frota de veículos no país, com consequente aumento 
da emissão de poluentes na atmosfera;
 2 Maior impacto da atividade humana na natureza, com desma-
tamento, desperdício de recursos naturais e poluição do ar e da 
água, principalmente. 
4.2 A responsabilidade do ser humano 
O comportamento do ser humano tem reflexo direto sobre o meio 
ambiente. Atitudes às vezes consideradas insignificantes, uma “gota d’água 
no oceano”, podem causar efeitos devastadores. Entre esses efeitos, estão:
 2 erosão (resultante do mau planejamento de estradas). 
 2 agressões contra o meio ambiente (resultante de acidentes com o 
transporte de produtos tóxicos poluentes). 
 2 incêndios devastadores (por jogar um cigarro aceso pela janela do 
veículo ou por fazer fogo sem cuidado em lugares de descanso à 
margem das rodovias).
 2 poluição de rios e matas (pelos detritos jogados pelos motoristas 
nas rodovias). 
– 33 –
Trânsito e Meio Ambiente
 2 enchentes em vias urbanas (por causa do lixo jogado na rua por 
pedestres e motoristas, que se acumula e entope bueiros e galerias 
de águas pluviais).
 2 morte de animais silvestres por atropelamento (provocadas por 
excesso de velocidade e descaso à sinalização). 
 2 poluição atmosférica e sonora (pelo excesso de veículos em cir-
culação).
4.3 Veículos como agentes poluidores
Carros e caminhões geram poluição ao longo de toda a sua vida, desde a 
sua fabricação até seu uso cotidiano, abastecimento e depois descarte/sucata. 
Há ainda a poluição associada ao refino e distribuição de combustível.
São dois os tipos de poluição do ar gerada pelos veículos: a primária é a 
emissão de gases e partículas diretamente na atmosfera, e a secundária é resul-
tante das reações químicas entre os poluentes presentes na atmosfera. 
4.3.1 Os ingredientes da poluição do ar
Os maiores poluentes oriundos dos motores de veículos são:
Material particulado – É um conjunto de partículas muito finas – cujo 
diâmetro é dez vezes menor do que um fio de cabelo – em suspensão no 
ar, como poeira, fumaça e todo tipo de material sólido ou líquido que, por 
ser muito pequeno, fica “voando”. Apresentam grande risco à saúde porque 
são inaláveis, afetando diretamente os pulmões. Os maiores responsáveis pela 
emissão dessas partículas são veículos automotores, processos industriais e 
queimadas em geral. 
Hidrocarbonetos – Resultantes da queima e evaporação de combustí-
veis. Diversos hidrocarbonetos, como o benzeno, são cancerígenos. Na pre-
sença da luz do sol, reagem com o óxido de nitrogênio presente no ar para 
formar o ozônio, um dos ingredientes da “névoa fotoquímica”. 
Trânsito, Cidadania e Meio Ambiente
– 34 –
Ozônio (O3) e oxidantes fotoquímicos – “Oxidantes fotoquímicos” 
são resultado da reação, sob a luz do sol, entre óxidos de nitrogênio e com-
postos orgânicos presentes no ar. Esses compostos são oriundos da queima 
incompleta e evaporação de combustíveis e solventes.
O ozônio é o principal resultado dessa reação, e por isso mesmo uti-
lizado como parâmetro para verificar o nível de oxidantes fotoquímicos na 
atmosfera. Esses oxidantes criam uma “névoa fotoquímica” que diminui 
a visibilidade.
Existem dois tipos de ozônio: o “bom”, na estratosfera (a cerca de 25 km 
de altitude), tem a importante função de proteger a Terra, como um filtro, 
dos raios ultravioletas emitidos pelo Sol. Já o “mau ozônio”, encontrado na 
faixa de ar próxima ao solo, onde respiramos, é tóxico para pessoas, animais 
e plantas, causando irritação do sistema respiratório, tosse e redução da capa-
cidade pulmonar.
Óxidos de nitrogênio (NOx) – Ajudam na formação do “mau ozônio” 
e enfraquecem o organismo contra infecções respiratórias como pneumonia 
e gripe. Os veículos são os principais emissores desses óxidos, resultado da 
queima de combustível.
Monóxido de carbono (CO) – Esse gás sem cor e sem cheiro, extre-
mamente venenoso, é fruto da combustão de combustíveis fósseis como a 
gasolina e é emitido principalmente por automóveis e caminhões. Quando 
inalado, o CO bloqueia o oxigênio do cérebro, coração e outros órgãos vitais. 
Fetos, recém-nascidos e pessoas com doenças crônicas são mais suscetíveis aos 
efeitos do monóxido de carbono.
Dióxido de enxofre (SO2) – A queima de óleo diesel e de outros com-
bustíveis que contêm enxofre, em motores automotivos e indústrias, é a ori-
gem desse poluente. O dióxido de enxofre pode se combinar com outras 
partículas presentes no ar e formar a “chuva ácida”, reduzindo a visibilidade e 
afetando principalmente crianças e asmáticos. 
4.3.2 Emissão sonora
Embora não se acumule no ambiente como a poluição do ar, a polui-
ção sonora causa danos ao ser humano -- alguns a curto prazo, e outros que 
– 35 –
Trânsito e Meio Ambiente
podem levar anos até serem notados. A Organização Mundial de Saúde con-
sidera que, para não causar prejuízos ao ser humano, um som não deve ultra-
passar 50 db (decibéis – unidade de medida do som). A partir desse limite, os 
efeitos negativos começam. 
O excesso de ruído no ambiente pode ser causado por:
 2 buzinas e barulho de motores de veículos nas ruas;2 máquinas em indústrias, construções e aeroportos; 
 2 música muito alta; 
 2 explosões e trabalhos em túneis e outros ambientes confinados, 
entre outros.
Além do óbvio impacto na capacidade auditiva com o passar do tempo 
(podendo levar à surdez), a poluição sonora causa stress, agressividade, mau 
humor, perda de concentração e dificuldade de aprendizado, dores de cabeça, 
tensão muscular e outros malefícios.
Nas ruas, embora seja impossível evitar o barulho do motor do veículo, é 
possível minimizá-lo com ações como manter o escapamento em bom estado 
e não acelerar nem buzinar desnecessariamente.
4.3.3 Instrumentos de controle
Entre as medidas adotadas por várias cidades ao redor do mundo para con-
trolar a emissão de gases poluentes por parte dos veículos, as mais comuns são:
 2 Verificação veicular – medição do nível de emissão de poluentes, 
uma vez por ano, com multa para os que estiverem em desacordo 
com os limites.
 2 Rodízio – de acordo com a placa, veículos são impedidos de cir-
cular uma vez por semana nos horários de pico, pela manhã e no 
final da tarde, ou em certas áreas das cidades, restritas somente 
a moradores.
5
Legislação e Meio 
Ambiente
Alguns artigos do Código de Trânsito Brasileiro – CTB 
(BRASIL, 1997) orientam para o comportamento adequado em 
relação às vias públicas e ao meio ambiente, prevendo multa às infra-
ções cometidas e até mesmo a apreensão do veículo. Os que englo-
bam esse tema são os artigos 26, 171, 172, 227, 228, 229 e 231.
De modo geral, os motoristas não devem atirar do veículo 
objetos ou detritos, nem depositar ou abandonar na via objetos ou 
substâncias. Isso vale para quem está em movimento mas também 
para quem se utiliza de locais para descanso ou piquenique. 
Trânsito, Cidadania e Meio Ambiente
– 38 –
Outras práticas exigidas são:
 2 Recolher o lixo (de preferência separando o orgânico do reciclável), 
 2 Não fazer fogueiras ou descartar bitucas de cigarro (mesmo apagadas), 
 2 Não molestar os animais silvestres nem agredir a vegetação local, 
arrancando plantas ou promovendo queimadas,
 2 Não usar o veículo para arremessar água ou detritos sobre os pedes-
tres ou veículos.
O CTB também pune, pelo art. 231 (BRASIL, 1997), o motorista 
que estiver:
 2 derramando, lançando ou arrastando sobre a via: 
 2 carga que esteja transportando; 
 2 combustível ou lubrificante que esteja utilizando; 
 2 qualquer objeto que possa acarretar risco de acidente;
 2 produzindo fumaça, gases ou partículas em níveis superiores aos fixa-
dos pelo Contran;
 2 com suas dimensões ou de sua carga superiores aos limites estabelecidos 
legalmente ou pela sinalização, sem autorização. A carga excedente ou 
as dimensões do veículo podem impedi-lo de passar por túneis, pontes 
e viadutos. Além disso, o peso excessivo danifica o piso das estradas e 
pode gerar dificuldade no momento de uma ultrapassagem.
5.1 Poluição sonora
Em relação à poluição sonora, o CTB entende que a buzina só deve ser 
utilizada como advertência, com um toque breve, e pune o uso excessivo e 
prolongado, especialmente perto de hospitais e escolas (Art. 227).
Também é proibido som alto nos veículos, e barulhos como ronco de 
motor e escapamento aberto, especialmente à noite (Art. 228). Isso é impor-
tante não só para preservar o sossego alheio, mas também para permitir ao 
motorista ouvir possíveis alarmes de emergência, tais como a sirene de bom-
beiros, da polícia ou até mesmo a buzina de alerta de perigo.
– 39 –
Legislação e Meio Ambiente
Os alarmes antifurto instalados nos veículos devem respeitar os limites 
de volume estabelecidos pelo Contran. Trios elétricos e carros dotados de 
alto-falantes precisam de autorização especial para circular.
5.2 Vandalismo
Danificar as vias, suas instalações e equipamentos de sinalização de trân-
sito é um ato de vandalismo e pode ser punido pelo crime de dano, previsto 
no Código Penal. Pixação e “tiro ao alvo” em placas são algumas das práticas 
nocivas mais comuns.
6
Atitudes Ecológicas
6.1 Ecologia
A ecologia é a ciência que estuda as relações entre os seres vivos 
e o ambiente em que vivem. Juntos, os seres vivos formam ecossis-
temas, dentro dos quais convivem em harmonia e equilíbrio. Os 
ecossistemas também são todos interligados -- o que acontece com 
um afeta os outros, como em uma teia. Quando se rompe essa har-
monia, há o que se chama de desequilíbrio ecológico.
A ação do homem sobre o planeta provoca alterações com efei-
tos às vezes só notados a longo prazo. Não é só a natureza que sofre – 
o próprio homem é afetado sem sequer perceber. Alguns exemplos:
 2 Uso de agrotóxicos e pesticidas em plantações (contami-
nam o solo e a água dos rios, matam outras espécies além 
Trânsito, Cidadania e Meio Ambiente
– 42 –
das pragas, ficam incorporados a alimentos depois consumidos 
pelo homem)
 2 Desperdício de água e energia elétrica
 2 Uso descontrolado de madeira, minerais e recursos naturais
 2 Poluição do ar com gases emitidos por veículos e indústrias, que 
depois as pessoas respiram
 2 Descarte de lixo e esgotos nos rios, cuja água será depois captada e 
tratada com produtos químicos para que possa ser utilizada.
Criar uma consciência ecológica, minimizando o impacto de cada um 
sobre o meio ambiente, é a melhor forma de proteger o planeta para as 
futuras gerações.
6.2 Economia circular
A sustentabilidade tem como ideia central a redução do consumo de 
recursos naturais, de modo a não comprometer a sobrevivência das gerações 
futuras. No entanto, outro conceito é ainda mais contemporâneo e ambicioso 
– a economia circular.
Na economia circular, tudo o que se produz pode voltar para a indús-
tria e ser reaproveitado, em vez de virar lixo. E não porque novas tec-
nologias facilitam a reciclagem, mas sim porque os próprios produtos, 
ao saírem das fábricas, já são concebidos com componentes e materiais 
totalmente reaproveitáveis. Assim, um smartphone, uma geladeira, uma 
caixa de papelão ou uma roupa teriam o mesmo destino: passariam por 
reaproveitamento, transformação e reciclagem. Seria o desperdício zero, e 
o ser humano não teria mais necessidade de explorar os recursos naturais 
da Terra.
6.3 Atitudes de preservação
Se cada pessoa adotar hábitos simples em seu dia a dia, com consciência 
ecológica visando a preservação do meio ambiente, a qualidade de vida no 
planeta pode melhorar de maneira muito fácil e visível.
– 43 –
Atitudes Ecológicas
 2 Usar racionalmente os recursos naturais, especialmente água e flo-
restas – não desperdiçar, não sujar, não destruir.
 2 Separar o lixo orgânico do que pode ser reciclado, como papeis, 
latas, vidros e plásticos.
 2 Manter o veículo bem regulado, reduzindo a emissão de gases 
poluentes.
6.3.1 Gestão de resíduos
O lixo produzido pelas pessoas diariamente pode ser orgânico ou inor-
gânico, e a gestão dessa enorme quantidade de resíduos é um desafio para 
governos do mundo todo.
Outro problema é a destinação correta de resíduos como lixo hospitalar, 
entulhos, pneus usados e lixo eletrônico (computadores, celulares, baterias, 
lâmpadas etc). Descartados sem cuidado, esses componentes podem conta-
minar o solo e as pessoas, segundo a Associação Brasileira de Empresas de 
Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe).
Lixo orgânico
O lixo orgânico é formado por tudo o que um dia já foi vivo: restos de 
alimentos (carnes, aves, peixes, vegetais, casca de ovo, ossos, sementes, borra 
de café e outros). Por serem resíduos biológicos, são também biodegradáveis, 
podendo ser decompostos por fungos e bactérias. 
Dois lados negativos bem óbvios são o mau cheiro e a proliferação de 
animais que se alimentam de restos (ratos, cobras, moscas) e podem trans-
mitir doenças ao ser humano. Mas o lixo orgânico causa outros impactosambientais: emissão elevada de gás metano, um dos responsáveis pela intensi-
ficação do efeito estufa, e produção de chorume, líquido escuro tóxico resul-
tante da decomposição e que penetra no solo, podendo contaminar lençóis 
freáticos de onde se retira água potável.
Normalmente depositado em “lixões” a céu aberto ou, mais correta-
mente, em aterros sanitários, esse lixo pode ser reciclado pela técnica de com-
postagem, gerando um adubo natural excelente para fertilização de plantas. 
O gás metano pode ser reaproveitado como biogás/biocombustível.
Trânsito, Cidadania e Meio Ambiente
– 44 –
Lixo inorgânico
Já o lixo inorgânico reúne materiais não-degradáveis, como latas, vidros, 
isopor e plásticos. Esses materiais podem ser reaproveitados pela indústria 
pelo processo da reciclagem. 
A separação do lixo orgânico do lixo reciclável já é prática corrente em 
muitas cidades do mundo, uma vez que tanto um quanto outro são tratados 
e reaproveitados.
6.3.2 Reciclagem
A melhor forma para as comunidades diminuírem o acúmulo de lixo é 
desperdiçar menos e reciclar mais. É a política dos três Rs adotada no Japão: 
Reduzir, Reciclar, Reusar.
Exemplos de produtos recicláveis:
 2 Vidro: potes de alimentos (azeitonas, milho, requeijão, etc.), garra-
fas, frascos de medicamentos, cacos de vidro.
 2 Papel: jornais, revistas, folhetos, caixas de papelão, embalagens 
de papel.
 2 Metal: latas de alumínio, latas de aço, pregos, tampas, tubos de 
pasta de dente, fios de cobre, alumínio.
 2 Plástico: potes de plástico, garrafas PET, sacos plásticos, embala-
gens e sacolas de supermercado.
 2 Embalagens longa vida: de leite, de tomate, de sucos, etc.
6.3.3 Redução do lixo 
Embora a reciclagem tanto de lixo orgânico como inorgânico sejam 
muito importantes, reduzir a quantidade de lixo produzido é ainda mais. 
Algumas maneiras de conseguir isso:
 2 Utilizar sacolas retornáveis no supermercado (em vez dos famosos 
saquinhos plásticos)
 2 Não desperdiçar alimentos
– 45 –
Atitudes Ecológicas
 2 Evitar o consumismo
 2 Reaproveitar embalagens vazias para usos práticos em casa
 2 Compostar seu próprio lixo orgânico
Segundo a FAO, braço da Organização das Nações Unidas dedicado à 
alimentação e à agricultura, um terço de todos os alimentos produzidos no 
mundo vão parar na lata de lixo a cada ano. Isso significa que, anualmente, 
cerca de 1,3 bilhão de toneladas de alimentos, que poderiam servir para matar 
a fome de 2 bilhões de pessoas, são perdidas.
Os campeões de desperdício são os países mais ricos, onde o consumo é 
maior. Por outro lado, é nos países mais pobres que a ameaça é maior, pois a 
coleta de lixo não atende metade de todo o lixo que é produzido.
6.3.4 Plástico biodegradável 
A maioria dos plásticos utilizados hoje é proveniente do processamento 
do petróleo. São estruturas complexas (polímeros), que podem levar até 50 
anos para serem consumidos quando descartados no ambiente. 
O plástico biodegradável (PHB) foi patenteado com o nome comercial 
de biopol e é feito a partir de glucose de plantas, ao invés de materiais fós-
seis. Embora tenha propriedades físicas e químicas semelhantes às do plástico 
comum, leva bem menos tempo (12 a18 meses contra 100 anos) para se 
dissolver no meio ambiente, praticamente sem deixar vestígios. 
 Saiba mais
Material Tempo de decomposição na natureza
Papel De 3 a 6 meses
Tecidos De 6 meses a 1 ano
Metal Mais de 100 anos
Alumínio Mais de 200 anos
Plástico Mais de 400 anos
Vidro Mais de 1000 anos
Fonte: Ministério do Meio Ambiente
Trânsito, Cidadania e Meio Ambiente
– 46 –
6.4 Soluções “verdes”
Nas cidades, o plantio de árvores nas calçadas, praças e parques ajuda 
a manter o ar mais fresco. Grama e canteiros em parte das calçadas evita a 
impermeabilização do solo e favorece a absorção de água da chuva, evitando 
enchentes e enxurradas.
Nas rodovias, os órgãos rodoviários ou concessionárias que administram 
os trechos adotam providências como:
 2 paisagismo e arborização, servindo de proteção contra a erosão e 
melhorando a estética;
 2 implantação de canteiros centrais com vegetação ao invés de con-
creto, prevenindo o ofuscamento pelos farois dos veículos trafe-
gando em sentido contrário;
 2 poda de árvores e roçada de mato às margens das rodovias, para não 
encobrir a sinalização nem dificultar a visibilidade dos motoristas;
 2 manutenção de taludes e aterros, para evitar erosão e desmoronamento; 
 2 criação de “recantos” arborizados nas faixas de domínio das rodo-
vias, para proporcionar descanso e lazer aos motoristas, especial-
mente em longas viagens.
Um bom exemplo de cidade que busca tornar-se mais sustentável é a 
Cidade do México. Lá, há 80 iniciativas em curso para melhorar o ar da 
cidade, uma das mais poluídas do mundo. Canteiros verticais nos pilares de 
viadutos, sistemas de aluguel de bicicletas, projeto de transporte escolar para 
redução do tráfego no entorno de colégios nos horários de pico, terraços ver-
des em prédios públicos e outras medidas aliviam a poluição.
Outras soluções para diminuir a poluição do ar são:
 2 instalar filtros nas indústrias, as quais devem ficar longe de centros 
populosos; 
 2 implantar áreas verdes nos centros urbanos; 
 2 controlar a emissão de poluentes pelos veículos automotores; 
– 47 –
Atitudes Ecológicas
 2 investir em transportes coletivos e em veículos menos poluentes 
(elétricos ou movidos a gás natural); 
 2 monitorar e controlar os níveis de poluição do ar. 
 Saiba mais
A construção de estradas com tecnologia e projetos que minimizem 
o impacto sobre o meio ambiente tem no Brasil um exemplo: a Pista 
Descendente da Rodovia dos Imigrantes, que liga a cidade de São 
Paulo ao litoral do Estado. Construída entre 1998 e 2002, foi con-
siderada modelo de gestão em obras de infraestrutura pelo Banco 
Interamericano de Desenvolvimento (BID), que a partir daí passou a 
exigir o mesmo nível de controle em todos os empreendimentos que 
financia ao redor do mundo.
Uma combinação de túneis e viadutos, aliada a um complexo plano 
logístico para execução da obra, fizeram com que a área afetada da 
Mata Atlântica fosse 40 vezes menor do que na construção da Pista 
Ascendente, na década de 1970. Naquela ocasião, foram afetados 
1.600 hectares da floresta, reduzidos a 40 hectares na segunda pista.
6.5 Cuidados com o veículo 
6.5.1 Como poluir menos ao dirigir 
Pequenos cuidados já fazem uma grande diferença. Para poluir menos ao 
dirigir, o motorista deve:
 2 trocar de marcha na rotação correta; 
 2 evitar reduções constantes de marcha, acelerações bruscas e freadas 
em excesso; 
 2 evitar paradas prolongadas com o motor funcionando; 
Trânsito, Cidadania e Meio Ambiente
– 48 –
 2 tentar manter a velocidade constante, tirando o pé do acelerador 
quando o semáforo fecha ou quando o trânsito para à frente; 
 2 orientar os seus passageiros para que não joguem lixo, pontas de 
cigarro, latas, etc., pelas janelas; 
 2 fazer as manutenções/revisões recomendadas pelo fabricante; 
 2 observar a vida útil dos componentes importantes no controle da 
poluição, como filtro de ar e óleo; 
 2 minimizar a poluição sonora, buzinando apenas quando necessá-
rio, não extrapolando no volume da música e não acelerando forte.
Além de contribuir para a melhoria da qualidade do ar, esses cuidados 
representam economia de combustível, pneus e componentes mecânicos.
Conclusão
Trânsito, Cidadania e Meio Ambiente
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Embora cada ser humano seja único, suas necessidades são as mesmas: 
das básicas como alimento e abrigo até a mais sofisticada realização espiri-
tual, passando pelas necessidades de afeto, reconhecimento, conexão com os 
outros, segurança e aprimoramento pessoal e profissional.
Nessa busca, a vida em sociedadenos impõe direitos e deveres. É um 
ambiente em que tudo está interligado – a natureza, o trânsito urbano, o 
comportamento individual. Aprendemos que o impacto de nossas ações pode 
ser sentido muito tempo depois, em um lugar completamente diferente, por-
que o planeta é composto de ecossistemas que se conectam, como em uma 
grande teia da vida. 
O equilíbrio entre a satisfação das necessidades individuais e o respeito 
aos outros e ao ambiente em que se vive é delicado e exige consciência e ati-
tude. Se cada um fizer a sua parte para conservar os recursos naturais do pla-
neta e promover uma convivência mais harmoniosa do homem com outros 
homens e com o meio ambiente, certamente haverá um horizonte para as 
gerações futuras.
Referências
Trânsito, Cidadania e Meio Ambiente
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