Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Curitiba 2017 Transito, Cidadania e Meio Ambiente â Sumário Carta ao Aluno | 5 1. A evolução do homem | 7 2. Cidadania | 11 3. Impactos humanos sobre o meio ambiente | 19 4. Trânsito e meio ambiente | 31 5. Legislação e meio ambiente | 37 6. Atitudes ecológicas | 41 Conclusão | 49 Referências | 51 Prezado(a) aluno(a), Talvez você nunca tenha parado para pensar que cada coisa que acontece no mundo não acontece de maneira isolada. Ao con- trário, pode ter profundos impactos em ecossistemas e pessoas que estão a milhares de quilômetros de distância. Nesta disciplina específica do curso de graduação em Ges- tão de Trânsito da FAEL, você vai entender por que conceitos como cidadania e preservação do meio ambiente estão interligados, e como as ações humanas podem alterar completamente o mundo em que vivemos. Carta ao Aluno – 6 – Trânsito, Cidadania e Meio Ambiente O trânsito é parte disso, já que a maioria da população mundial vive em áreas urbanas e a poluição provocada por indústrias e veículos tem levado a preocupações climáticas graves. É uma busca constante por cidades mais inte- ligentes e sustentáveis, por veículos e produtos menos poluentes, por atitudes mais conscientes de preservação da natureza, por condutas mais cuidadosas com as outras pessoas. Nesta disciplina você vai conhecer como a teia da vida é uma só, e iden- tificar quais comportamentos seus e dos outros podem afetar o delicado equi- líbrio entre todos esses elos. Bons estudos! 1 A evolução do homem 1.1 A relação com o meio ambiente A capacidade de adaptação às mudanças do ambiente tem levado os seres vivos, ao longo de milhões de anos, a modificar suas estruturas orgânicas para melhor sobreviver e se reproduzir. A teoria da evolução das espécies, desenvolvida pelo biólogo e naturalista inglês Charles Darwin (1809-1882), aponta que os seres que conseguem realizar essas adaptações com maior velocidade e habilidade são os que têm maiores chances de permanecer. Em outras palavras, é o processo de seleção natural – em que os que possuem características mais vantajosas em relação a outros têm mais condições de sobreviver – que determina o progresso (ou não) das espécies. Trânsito, Cidadania e Meio Ambiente – 8 – O ser humano, por outro lado, passou a agir em sentido contrário – ao invés de se adaptar ao meio ambiente, é ele que mais o altera. Poluição, desmatamento, cidades sem planejamento e uso indiscriminado de recursos naturais são algumas das atitudes comandadas pelo homem com impacto direto sobre a natureza. 1.2 A relação com os outros A vida em grupo existe há milhões de anos. O homem primitivo já se associava com outros homens para sobrevivência, ajuda mútua, eficácia em ações como caça e proteção. Também permaneciam juntos para reprodução e conforto afetivo. A organização da espécie humana em sociedades, portanto, já é realidade desde a Pré-História. Ao longo do tempo, foi mudando a maneira como essas sociedades se formam e estabelecem suas regras e costumes, que variam enor- memente também de acordo com a região do mundo, os grupos étnicos e as necessidades impostas pelo meio ambiente. O homem é, portanto, um ser social. E sendo um ser social, é também um ser político, na medida em que a vida em sociedade faz com que ele se envolva nos destinos e na vida de outros seres humanos. 1.3 Necessidades do ser humano O convívio com outras pessoas leva o homem a desenvolver certos anseios, expectativas e necessidades. O psicólogo norteamericano Abraham Maslow (1908-1970) conce- beu uma “hierarquia das necessidades do homem”, que ficou mundialmente conhecida como “pirâmide de Maslow”. Ali ele lista, em ordem ascendente, as necessidades humanas – que vão da sobrevivência básica ao autoconheci- mento e elevação espiritual. – 9 – A evolução do homem Figura 1 – A Pirâmide de Maslow 2 Cidadania e Trânsito 2.1 O que é um cidadão? Direitos e deveres Um cidadão é o indivíduo que pode usufruir de seus direitos civis e políticos, ao mesmo tempo em que respeita seus deveres, como cumprir as leis e regras da vida em sociedade. Essas normas existem justamente para criar direitos e deveres iguais para todos, e estabelecer ordem para que a sociedade fun- cione. No Brasil, a Constituição é a lei máxima, mas outros docu- mentos estabelecem leis específicas, como o Código Penal, o Código de Trânsito ou o Código Civil. Trânsito, Cidadania e Meio Ambiente – 12 – O conceito de cidadania engloba três dimensões: 2 DIREITOS CIVIS : Liberdade de ir e vir, de associação, expressão, fé e pensamento, entre outros; 2 DIREITOS POLÍTICOS : Votar e ser votado, participar de manifestações; 2 DIREITOS SOCIAIS : Acesso à saúde, habitação, educação, entre outros. 2.2 O cidadão no trânsito Nas vias públicas, é dever de todo cidadão transitar sem constituir perigo ou obstáculo para os demais elementos do trânsito (CTB, art. 26, inciso I). Ele tem o direito, por outro lado, de trafegar por vias seguras e corretamente sinalizadas (afinal, como respeitar as regras de trânsito se não há indicação do que fazer na pista?) e também de sugerir alterações tanto em uma lei quanto em sinalização, fiscalização e equipamentos de segurança. O trânsito no país é regido pelo Código de Trânsito Brasileiro, de 1997, e por uma série de decretos, portarias e resoluções. Esse conjunto determina não só ações e comportamentos corretos, mas também punições para o caso de a lei não ser respeitada e, principalmente, colocar em risco a segurança e a vida das pessoas (com infrações, multas, penalidades e a responsabilização civil e criminal por atos no trânsito). 2.2.1 Convívio e interação Conviver com outras pessoas, ser respeitado e sentir-se seguro são, como mostra a pirâmide de Maslow vista anteriormente, necessidades comuns a todos os seres humanos. Não é diferente no trânsito. Por isso é tão importante que o trinômio homem-via-veículo, base do trânsito, esteja em harmonia. Os condutores de veículos, os passageiros, os pedestres e todos os usu- ários das vias públicas estão em constante interação. Sua comunicação se dá por meio do cumprimento das regras de trânsito e da utilização consciente desse espaço público. – 13 – Cidadania e Trânsito Especialmente nas cidades, todos enfrentam juntos as dificuldades da vida urbana: congestionamentos, locais para estacionar, qualidade das cal- çadas e ruas, tempo dispendido nos deslocamentos, qualidade do transporte público etc. Para conviver, participar e promover a interação social no trânsito é necessário: 2 Conhecer, aceitar e cumprir as regras de circulação e conduta, como também o que institui a legislação (adotar o bom-senso). 2 Abrir mão dos seus direitos, quando necessário, para respeitar o direito alheio (praticar a solidariedade). 2 Praticar a ajuda mútua, a fim de evitar ou solucionar problemas de trânsito (cooperação). Um exemplo de interação social no trânsito é dar passagem aos veículos precedidos de batedores; de socorro de incêndio e salvamento; de polícia; de operação e fiscalização de trânsito e às ambulâncias, quando em serviço de urgência e devidamente identificados por dispositivos regulamentados de alarme sonoro e iluminação vermelha intermitente. Não fazer isso, além de mostrar descaso com outras pessoas, é considerado infração gravíssima passí- vel de multa. Por outro lado, uma evidência de desrespeito não só às leis mas também às pessoas é a circulação de veículos em locais proibidos. Pelo Código de Trânsito Brasileiro, transitar com o veículo em calçadas, passeios, passarelas, ciclovias, ciclofaixas, ilhas, refúgios, ajardinamentos, canteiros centrais e divi- sores de pista de rolamento, acostamentos, marcas de canalização,gramados e jardins públicos é considerado infração gravíssima. Saiba mais Em saída de estacionamento, garagem ou em qualquer outra situação que envolva pedestre ou bicicleta, os veículos motorizados devem sempre dar preferência de passagem a eles. Desrespeitar essa regra pode levar a multa e infração gravíssima. Trânsito, Cidadania e Meio Ambiente – 14 – 2.2.2 Fatores que influenciam as relações no trânsito O trânsito é um ambiente tenso, de certa maneira. Atenção o tempo todo, congestionamentos, horários e distâncias a cumprir, motoristas que dirigem mal ou não respeitam as regras… tudo isso pode levar a um estado de stress. Nada disso, porém, tira do condutor a responsabilidade de cumprir as leis, que afinal foram feitas para todos. As relações harmoniosas no trânsito dependem disso. Mas é muito comum encontrar comportamentos que acabam por minar essas boas relações. Alguns exemplos: 2 Supervalorização do veículo: quanto mais potente a “máquina”, mais direitos e menos deveres o motorista acredita ter. 2 Inversão de valores: o veículo é usado como instrumento de força, vaidade e competição. 2 Falta de controle emocional do indivíduo: só os seus problemas ou vontades individuais contam e devem ser considerados. 2 Egoísmo: falta de pensar no outro, no bem estar coletivo. 2 Desrespeito a normas e regulamentos: a legislação de trânsito foi feita somente para os outros. 2 Falta de planejamento: calcular mal o tempo de deslocamento, não considerar imprevistos ou escolher o percurso errado levam o motorista a dirigir apressadamente, perturbando outros motoristas na tentativa de recuperar o tempo perdido. 2 Desconhecimento das leis: só é possível dirigir corretamente conhe- cendo as leis de trânsito, a sinalização e as condições de operação do veículo. 2 Desrespeito aos direitos alheios: qualquer infração de trânsito fere o direito de outras pessoas. – 15 – Cidadania e Trânsito 2.2.3 Atitudes e comportamentos Para os gestores de trânsito, é importante compreender a psicologia e a ética dos cidadãos, ou seus valores morais e suas motivações sociais e cultu- rais. Temos, por exemplo, diferentes perfis de motoristas que podem influen- ciar a fluidez e harmonia nas ruas. Só para citar alguns exemplos: O apressadinho O imprudente O medroso O recém-habilitado O que dirige passeando O “dono da rua” O agressivo O distraído Ao identificar esses e outros comportamentos, é possível ter uma visão abrangente e propor estratégias e políticas públicas que favoreçam a socializa- ção, a cooperação e o respeito mútuo. Uma vez que o comportamento e as atitudes do homem são fatores deter- minantes para um trânsito fluido e sem violência, a educação para o trânsito passa a ser peça-chave para a conscientização e incorporação de condutas. Entre essas condutas, estão: 2 Usar da cooperação e solidariedade, agindo em benefício de todos que estão no trânsito. Gentileza gera gentileza; 2 Comunicar-se de maneira amigável, sinalizando suas manobras com antecedência e respeitando as manobras dos outros; 2 Cultivar bondade, respeito, tolerância e paciência, sendo compre- ensivo com os erros e limitações dos outros; Trânsito, Cidadania e Meio Ambiente – 16 – 2 Entender que os seus direitos são limitados pelos direitos alheios e que às vezes você pode e deve abrir mão dos seus em prol do bem comum; 2 Dirigir corretamente, evitando cometer infrações ou ter comporta- mentos agressivos. Segundo o Código de Trânsito Brasileiro, dirigir ameaçando os pedestres que estejam atravessando a via pública, ou os demais veículos, resulta em multa, suspensão do direito de dirigir, retenção do veículo e recolhimento do documento de habilitação, sendo considerada infração gravíssima. 2.2.4 Mortalidade viária De acordo com a Comissão Econômica para América Latina e Caribe (CEPAL), órgão das Nações Unidas que se dedica a propor soluções para o desenvolvimento dessa região, a taxa de mortalidade por acidentes viários nessa região aumentou 20% entre 2000 e 2010. Passou de 14,75 mortes por cada 100 mil habitantes no ano 2000 para 17,68 mortes no ano 2010. Esse mesmo estudo mostra que 90% dos acidentes são consequência de conduta ou falha humana. A CEPAL estabeleceu cinco pilares para reduzir o índice de mortalidade viária: gestão da segurança viária, organização das vias de trânsito e da mobi- lidade, veículos mais seguros, conscientização dos usuários das vias e rapidez no atendimento a acidentes. 2.2.5 Sinalização e comunicação Como espaço público, as vias são um ambiente de igualdade de direitos e deveres entre seus usuários. Uma comunicação eficiente ajuda os usuários a conhecer e compreender esses direitos e deveres, o que permite a eles se deslocar com mais segurança e organização, sejam motoristas ou pedestres. – 17 – Cidadania e Trânsito O Código de Trânsito Brasileiro é a principal referência para essa comu- nicação, norteando as regras de sinalização e conduta. É responsabilidade dos gestores de trânsito, nas alçadas federal, estadual e municipal dependendo do caso, instalar a sinalização correta e mantê-la em bom estado, bem como supervisionar e cuidar para garantir a qualidade da infraestrutura (ruas, calçadas, estradas, viadutos, passarelas etc). A educação para o trânsito na escola, para crianças e jovens, também é importante reforço na formação de pessoas com uma visão mais ampla e democrática da convivência no trânsito e no respeito às suas regras, propor- cionando um ambiente mais harmonioso para todos. 3 Impactos Humanos sobre o Ambiente 3.1 O estudo da biodiversidade Biodiversidade é o conjunto de todos os seres vivos que exis- tem no planeta, e que se conectam em uma verdadeira teia da vida, na qual cada um desempenha sua função. A palavra “biodiversi- dade” nasceu em 1985, como uma contração de “diversidade bioló- gica”. Foi criada pelo biólogo norteamericano Edward O. Wilson, professor da Universidade de Harvard. Todos os organismos vivos formam ecossistemas interdepen- dentes, ligados uns aos outros, de modo que um afeta o outro. Esse elo existente entre os seres vivos é o que faz com que o impacto de uma ação prejudicial à natureza em determinado local (por exem- plo, o desmatamento na Amazônia ou a pesca indiscriminada de atum no Japão) tenha reflexos em outro. Trânsito, Cidadania e Meio Ambiente – 20 – Os reflexos podem ser sentidos na natureza e ter impactos econômicos e na saúde e bem estar do ser humano. Da diversidade biológica e da preserva- ção das espécies dependem famílias, comunidades, nações e gerações futuras. Um exemplo de impacto é o que a indústria mundial da pesca vem fazendo desde a década de 1950, adotando práticas e tecnologias que aumen- taram tanto a produtividade que hoje se retira dos oceanos mais do que eles são capazes de gerar novamente. O resultado: espécies à beira da extinção, desequilíbrio ecológico, colapso dos estoques pesqueiros e impacto socioeco- nômico sobre populações que dependem dos mares para sobreviver. Saiba mais Polêmico e inovador, o biólogo Edward Wilson criou também o conceito de sociobiologia – a ideia de que é possível compreender o comportamento humano e da sociedade por meio da biologia. Aclamado por mostrar a ligação entre comportamento e neurociên- cia, também é criticado por alguns cientistas sociais, que o acusam de ressuscitar uma teoria dos séculos XIX e XX que associa a genética a uma suposta “superioridade” – e que levou a desigualdades sociais e teorias racistas (como o nazismo). 3.2 Água e outros recursos naturais Nas escolas, costuma-se estudar os fenômenos da natureza, como for- mação de chuvas, fotossíntese e cadeias alimentares. Aprendemos que o ser humano depende de recursosnaturais como água e sol para sobreviver, não só para beber e se aquecer mas para cozinhar, tomar banho e lavar coisas, fazer funcionar indústrias, obter energia. Que retira da natureza areia, pedra, barro e madeira das árvores para construir casas. Que abate animais e colhe vegetais para se alimentar. Que explora o subsolo em busca de minerais como ferro, carvão e petróleo, que depois vão servir à indústria de combustíveis, construção e outros usos. – 21 – Impactos Humanos sobre o Ambiente No entanto, a maior parte desses recursos não é renovável. Ou seja, um dia vão acabar, colocando em risco a sobrevivência do homem e de outras espécies. A base que se aprende na escola é fundamental para conhecer as relações entre todos os seres vivos, mas deve ser ampliada para que se possa com- preender como aprimorar as ações humanas, a fim de evitar danos ao meio ambiente e a essa intrincada teia da qual todos fazem parte. 3.3 Consequências da poluição ambiental São muitas e devastadoras as consequências da poluição ambiental – do ar, da água, do solo. As mudanças climáticas estão entre as mais evidentes. 3.3.1 Aquecimento global O gás carbônico, junto com o vapor d’água e outros gases, forma uma barreira na atmosfera que deixa passar a luz do Sol, mas retém o calor irra- diado pela superfície da Terra. Fato semelhante ocorre numa estufa de vidro onde se cultivam plantas. O vidro deixa passar a luz, que é absorvida pelo solo e refletida na forma de calor. No entanto, as ondas de calor não atravessam bem o vidro e ficam retidas na estufa, aquecendo o ar dentro dela. É por isso que o aquecimento do planeta é chamado de efeito estufa. O efeito estufa é um fenômeno natural e indispensável para manter a vida na Terra. Graças a ele, o planeta conserva uma temperatura média de 15 oC. Sem ele, o planeta estaria permanentemente coberto por uma camada de gelo e sua temperatura média estaria em torno de -18 oC. Porém, duas situações provocadas pelo ser humano têm intensificado o efeito estufa. De um lado, aumentaram as emissões de gás carbônico e metano, gerados principalmente pela combustão de motores a gasolina e die- sel e pelas indústrias. Trânsito, Cidadania e Meio Ambiente – 22 – De outro lado, o ser humano está dizimando as florestas, responsáveis pela absorção de gás carbônico e transformação em oxigênio pela fotossíntese, que “limpa” o ar. Com emissão mais intensa e reabsorção cada vez mais fraca, o resultado é que a camada de gases que protege a Terra torna-se cada vez mais espessa, impedindo o calor de se dissipar. Com isso, há o aquecimento global. Efeitos do aquecimento global O aumento da temperatura média da Terra provoca mudanças climáti- cas drásticas, com graves consequências não só para as pessoas mas também para muitos ecossistemas, podendo levar até à extinção de espécies de animais e de plantas. 2 O derretimento de geleiras e a elevação do nível dos oceanos ame- açam alagar cidades litorâneas e ilhas. 2 Furacões, tufões e ciclones ficarão mais fortes, com maior poder de destruição. 2 Tsunamis e terremotos serão mais frequentes. 2 Tempestades tropicais, inundações, ondas de calor, secas e nevascas serão mais intensas. Previsões do Met Office, serviço britânico de meteorologia, apontam que até o fim do século XXI a Terra poderá estar até 4 oC mais quente. 3.3.2 Chuva ácida A chuva ácida se forma quando dióxido de enxofre (SO2) e óxidos de nitrogênio (NOX) emitidos para a atmosfera reagem com a água das nuvens e formam ácido sulfúrico e ácido nítrico. Estes então se combinam com a água para se precipitar sobre o solo, na forma de chuva, neve, neblina etc. Os maiores emissores desses gases nocivos que originam depois a chuva ácida são: 2 Queima de combustíveis fósseis (carvão, gasolina, diesel) para gerar energia elétrica. Dois terços do SO2 e um quarto do NOx – 23 – Impactos Humanos sobre o Ambiente presentes na atmosfera vêm de geradores de eletricidade, inclu- sive termoelétricas; 2 Veículos automotores e máquinas pesadas; 2 Indústrias e refinarias de petróleo. Essa chuva ácida que cai sobre o solo tem sérias consequências: para a saúde humana, provoca doenças respiratórias; para rios e lagos, afeta a vida de animais e plantas, pois torna a água mais ácida; para florestas, intensifica o depósito de alumínio no solo, prejudicando a absorção de nutrientes pelas árvores. 3.3.3 Destruição da camada de ozônio A camada de ozônio está localizada na estratosfera, entre 25 e 35 quilô- metros de altitude, e funciona como uma espécie de “escudo protetor” para animais, plantas e seres humanos contra a radiação ultravioleta emitida pelo Sol. Sem esse filtro, os raios solares seriam tão fortes que causariam sérios danos à vida na Terra. A poluição atmosférica, no entanto, tem provocado grandes estragos na camada de ozônio. Em 1977, foi detectado pela primeira vez um grande “buraco” sobre a Antártida. Desde a década de 90, cientistas têm notado que a camada de ozônio tem ficado mais “fina” em várias regiões do mundo e já surgiu um outro buraco sobre sobre o Pólo Norte. Como a camada de ozônio é destruída? O gás carbônico (CO2) gerado pela queima de combustíveis fósseis, como o carvão e o petróleo, e a liberação de óxidos nítricos e nitrosos pelos veículos são grandes responsáveis. Mas, os maiores vilões são os gases do grupo dos clorofluorcarbonos (CFCs). Usados na indústria de plásticos injetados, como propelentes em aeros- sóis ou como isolantes em equipamentos de refrigeração, os CFCs demoram cerca de oito anos para chegar à estratosfera. Lá, atingidos pela radiação ultra- violeta, se desintegram e liberam cloro. Ao reagir com o ozônio, o cloro o transforma em oxigênio. Só que o oxigênio não é capaz de proteger o planeta dos raios ultravioleta. Por que é perigosa a destruição da camada de ozônio? Uma única molécula de CFC pode destruir 100 mil moléculas de ozônio, dando livre Trânsito, Cidadania e Meio Ambiente – 24 – passagem aos raios ultravioleta do Sol. Essa intensa radiação pode provocar câncer de pele e problemas na visão, além de minar o sistema imunológico, deixando as pessoas mais sujeitas a doenças como herpes. Uma estimativa do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) aponta que cada 1% de perda da camada de ozônio provoca 50 mil novos casos de câncer de pele e 100 mil novos casos de cegueira, causados por catarata, em todo o mundo. Outras formas de vida também são afetadas. Um dos exemplos é o plâncton existente na superfície do mar, base da cadeia alimentar mari- nha e que responde pela absorção de metade do CO2 expelido no mundo, segundo a organização não governamental WWF, que atua globalmente na área ambiental. No Brasil, o Programa de Eliminação de HCFCs, do Ministério do Meio Ambiente, estabeleceu um cronograma para suspensão gradativa do consumo desses gases. Assim, até 2040, todas as indústrias nacionais que utilizam esses gases na fabricação de diversos produtos terão deixado de utilizá-los. Esse acordo faz parte do Protocolo de Montreal, assinado por vários países em 1987. 3.3.4 Inversão térmica A temperatura do ar normalmente diminui com a altitude, uma vez que as camadas mais próximas ao solo são aquecidas pelo reflexo dos raios solares na superfície. O ar próximo ao solo é menos denso que o ar mais frio das camadas superiores, o que faz surgir duas correntes em sentidos opostos: uma de ar quente, que sobe, e outra de ar frio, que desce e subs- titui o ar que subiu. Formam-se, assim, correntes de convecção, que facilitam a dispersão dos poluentes. Porém, especialmente no inverno, os raios solares mais fracos podem não esquentar muito o solo. Por isso, o ar próximo a ele acaba ficando mais frio e mais “pesado”, “preso” sob uma bolha dear mais quente, dificultando sua movimentação – é a inversão térmica. O resultado é uma camada de fumaça e neblina, conhecida como smog, que prejudica a respiração e a visibilidade. Em cidades muito populosas e lugares com muitas indústrias, o fenômeno é – 25 – Impactos Humanos sobre o Ambiente especialmente danoso, pois o ar fica carregado de gases tóxicos e as pessoas chegam a andar com máscaras protetoras. 3.4 Desastres ambientais Os desastres ambientais se caracterizam por graves danos à fauna e à flora, mas também às pessoas que vivem nas áreas afetadas. Ambientalistas defendem que boa parte desses desastres poderia ser evitada se o homem não explorasse certas regiões do planeta. Vazamento do petroleiro Exxon Valdez (Alasca, 1989) Na madrugada do dia 24 de março de 1989, o superpetroleiro Exxon- Valdez colidiu contra um bloco de gelo no Estreito Príncipe William, na costa do Alasca (EUA), pouco depois de deixar o Porto de Valdez. A região, habi- tada por centenas de espécies de pássaros, lontras, focas e peixes, é também o ponto final de um oleoduto com 1.200 quilômetros de extensão. Vazaram dos tanques do navio 40 milhões de litros de petróleo cru, que se espalharam por uma área de 28 mil km2 do oceano e 2 mil km2 da costa do estado mais gelado e mais ao norte dos Estados Unidos. A “maré negra” matou centenas de milhares de espécies. A ExxonMobil, proprietária do navio, mobilizou 11 mil pessoas, durante três anos, nos esforços para limpar a área. Foram gastos cerca de dois bilhões de dólares. Outros US$ 500 milhões foram dedicados a indenizações à popu- lação local e US$ 900 milhões em multas. Explosão de plataforma de petróleo (Golfo do México, 2010) A explosão da plataforma de petróleo Deepwater Horizon, administrada pela britânica British Petroleum, no Golfo do México, em abril de 2010, foi um dos maiores desastres ambientais já registrados. Depois de ficar dois dias em chamas, a plataforma afundou. A conexão com a tubulação que permitia extrair o petróleo de 1.500 metros de profundidade se rompeu e ao longo de vários dias 652 milhões de litros de petróleo vazaram para o mar, atingido a costa de cinco Estados norteamericanos (Louisiana, Alabama, Mississippi, Texas e Flórida). A consequência foi a morte de inúmeras espécies marinhas, Trânsito, Cidadania e Meio Ambiente – 26 – além de prejuízos aos setores de hotelaria, alimentação e entretenimento. Onze pessoas morreram. Em 2012, a British Petroleum fechou um acordo com o governo dos Estados Unidos, no qual se declarou culpada e assumiu pagar uma multa de US$ 4,5 bilhões. Rompimento de barragem (Minas Gerais, 2015) Quando a barragem da mineradora Samarco se rompeu, em novembro de 2015, uma enxurrada de lama e rejeitos de minérios arrasou o distrito de Bento Rodrigues, no município de Mariana, em Minas Gerais. Além de destruir quase todas as casas da cidade e matar 19 pessoas, a lama seguiu rio abaixo até chegar ao mar, no litoral do Espírito Santo. As consequências ambientais foram devastadoras. O rio Doce foi entupido pela lama, que sufo- cou peixes e microorganismos aquáticos, além da vegetação às suas margens. Com o passar dos anos, a lama tende a se solidificar, inviabilizando o solo. Ao chegar ao mar, a lama jogou na água grande quantidade de metais como ferro, alumínio, cromo e manganês, mais tarde diluídos pelas chuvas na cabeceira do rio Doce. Seis meses depois do acidente, o fundo do mar na foz do Rio Doce estava coberto por uma camada de pelo menos 2cm de lama, afetando animais microscópicos e plânctons que são a base da cadeia alimentar, afugentando os peixes que se alimentam deles. Além do impacto ambiental, os prejuízos se fazem notar para as pessoas que dependem da pesca e do turismo para seu sustento. 3.4.1 Acidentes nucleares O vazamento de materiais radioativos, principal risco das usinas nuclea- res instaladas em vários países como forma de geração de energia, tem conse- quências para a saúde humana e o meio ambiente. Chernobyl (Ucrânia, 1986) Considerado o mais grave acidente nuclear da história, foi consequência da explosão de um reator da usina nuclear de Chernobyl, na Ucrânia, em 1986. A explosão, resultado de uma sequência de falhas humanas e problemas técnicos durante um teste, liberou uma quantidade maciça de urânio-235, elemento químico de grande poder radioativo. – 27 – Impactos Humanos sobre o Ambiente As pessoas em um raio de 30km foram retiradas de suas casas, e até hoje há uma zona de circulação proibida. A cidade de Pripyat, vizinha à usina, tornou-se uma cidade fantasma. A nuvem radioativa se espalhou para outros países da Europa, contaminando animais e plantações. De acordo com um relatório da Organização das Nações Unidas publi- cado em 2005, 4 mil pessoas morrerão de doenças relacionadas ao acidente, como câncer, malformações de fetos e doenças respiratórias. Césio-137 (Goiânia, 1987) No Brasil, o pior acidente radioativo se deu quando várias pessoas entra- ram em contato com o césio-137 presente em uma cápsula que antes era parte de um equipamento de radioterapia. Abandonado em uma clínica desativada, o equipamento era usado para tratamento de câncer e foi revendido por dois catadores de lixo para um ferro-velho. Lá, a cápsula de césio foi aberta e des- pertou a curiosidade por se parecer com um sal azulado, que brilha no escuro. A “novidade” passou de mão em mão, estabelecendo um rastro que conta- minou cerca de mil pessoas, das quais quatro morreram. Os sintomas, como náuseas, vômito, tontura, diarreia e inchaço principalmente nas mãos, foram inicialmente confundidos com uma simples intoxicação, o que retardou o tratamento adequado e as providências de descontaminação. Fukushima (Japão, 2011) A usina nuclear de Fukushima foi parcialmente destruída pelo terre- moto seguido de tsunami que devastou a costa do Japão em 2011. Três dos seis reatores nucleares da usina derreteram e liberaram grande quantidade de material radioativo. É um dois únicos acidentes classificados como um evento de nível 7 (classificação máxima) na Escala Internacional de Acidentes Nucleares, ao lado de Chernobyl, em 1986. Desde o acidente, Fukushima começou a ser desmontada. Um dos desa- fios mais complexos é o que fazer com os milhões de litros de água usados diariamente para refrigerar os reatores desativados, que se torna radioativa após o processo. A Tokyo Electric Power Co. (Tepco), empresa que controla a usina, admite que os tanques utilizados para esse fim não têm impedido o Trânsito, Cidadania e Meio Ambiente – 28 – vazamento para o Oceano Pacífico de parte da água contaminada, especial- mente com iodo, estrôncio, césio e plutônio. 3.5 Entidades conservacionistas Em todo o mundo, organizações não-governamentais (ONGs) traba- lham pela preservação do meio ambiente em diferentes frentes, com dife- rentes abordagens. Muitas tornaram-se gigantes com atuação internacional, como a WWF e o Greenpeace, mas em nível nacional e local também existem milhares de outras entidades em atuação em vários países, inclusive o Brasil. WWF É a maior ONG conservacionista do mundo, com cerca de 5 milhões de filiados que contribuem financeiramente para que a instituição atue ativa- mente em 100 países. Hoje há 2 mil projetos em andamento, sempre envol- vendo as comunidades no conceito de preservação ambiental. Fundada em 1961, significava originalmente “World Wildlife Fund”, traduzido para o português como “Fundo Mundial da Natureza”. No entanto, com o seu crescimento e forte presença internacional, decidiu abolir qualquer significado para suas letras originais. Em 1996, foi criada a WWF-Brasil, que integra a rede mundial. (www.wwf.org.br) Greenpeace Conhecido por seu intenso ativismo, com ações obstinadas e corajosas como abordar navios de pescapredatória no Oceano Ártico, o Greenpeace é uma organização global presente em 43 países. Sua missão é proteger o meio ambiente, promover a paz e inspirar mudanças de atitudes que garantam um futuro mais verde e limpo para esta e para as futuras gerações. O Greenpeace atua sobre problemas ambientais que desafiam o mundo atual, especialmente mudanças climáticas, proteção às florestas, oceanos, agricultura sustentável, poluição e energia nuclear. No Brasil, suas principais frentes de trabalho são a proteção à Amazônia e a campanha de Clima e Ener- gia. (www.greenpeace.org.br) – 29 – Impactos Humanos sobre o Ambiente Worldwatch Institute Instituto de pesquisa ambiental com foco global, responsável pela aná- lise de dados ambientais e produção de relatórios para ajudar a construir um mundo mais sustentável. (www.worldwatch.org) Projeto Tamar Sua luta é pela proteção às tartarugas marinhas no litoral nordeste do Brasil, com forte trabalho de educação ambiental. (www.tamar.org.br) SOS Mata Atlântica Organização com atuação nacional, tem foco na preservação do bioma que lhe dá o nome, mais presente no litoral das regiões Sul e Sudeste. (www. sosma.org.br) SPVS A Sociedade de Pesquisa em Vida Selvagem atua na faixa litorânea do Paraná, onde há importante remanescente de mata atlântica e espécies ame- açadas como o papagaio-de-cara-roxa, e também na preservação das florestas com araucárias. Seu trabalho inclui educação ambiental e desenvolvimento sustentável das comunidades em sua área de atuação. (www.spvs.org.br) 4 Trânsito e Meio Ambiente 4.1 O impacto do trânsito no meio ambiente Desde a invenção da roda, cerca de 4.500 anos antes de Cristo, e o surgimento dos primeiros veículos com rodas alguns séculos depois, o homem tornou-se capaz de percorrer distâncias maiores com menos esforço e em menos tempo, ainda levando car- gas maiores. Para que a roda fosse eficiente, no entanto, a qualidade das vias era fundamental, e esse foi um dos principais obstáculos à ampla adoção do artefato no início. Trânsito, Cidadania e Meio Ambiente – 32 – Hoje, os três principais desafios do homem no que diz respeito a seus deslocamentos são: 2 Agir para que o trânsito seja mais rápido, seguro e eficiente; 2 Adotar medidas para preservar a vida de todos os envolvidos no trânsito; 2 Preservar ao máximo o meio ambiente, reduzindo o impacto provo- cado por obras de transporte e pela poluição gerada pelos veículos. A industrialização, mais marcante no Brasil nas décadas de 1950, 1960 e 1970, trouxe com ela grande avanço econômico, aumento do consumo de bens duráveis e não duráveis, e duas consequências importantes: 2 O aumento da frota de veículos no país, com consequente aumento da emissão de poluentes na atmosfera; 2 Maior impacto da atividade humana na natureza, com desma- tamento, desperdício de recursos naturais e poluição do ar e da água, principalmente. 4.2 A responsabilidade do ser humano O comportamento do ser humano tem reflexo direto sobre o meio ambiente. Atitudes às vezes consideradas insignificantes, uma “gota d’água no oceano”, podem causar efeitos devastadores. Entre esses efeitos, estão: 2 erosão (resultante do mau planejamento de estradas). 2 agressões contra o meio ambiente (resultante de acidentes com o transporte de produtos tóxicos poluentes). 2 incêndios devastadores (por jogar um cigarro aceso pela janela do veículo ou por fazer fogo sem cuidado em lugares de descanso à margem das rodovias). 2 poluição de rios e matas (pelos detritos jogados pelos motoristas nas rodovias). – 33 – Trânsito e Meio Ambiente 2 enchentes em vias urbanas (por causa do lixo jogado na rua por pedestres e motoristas, que se acumula e entope bueiros e galerias de águas pluviais). 2 morte de animais silvestres por atropelamento (provocadas por excesso de velocidade e descaso à sinalização). 2 poluição atmosférica e sonora (pelo excesso de veículos em cir- culação). 4.3 Veículos como agentes poluidores Carros e caminhões geram poluição ao longo de toda a sua vida, desde a sua fabricação até seu uso cotidiano, abastecimento e depois descarte/sucata. Há ainda a poluição associada ao refino e distribuição de combustível. São dois os tipos de poluição do ar gerada pelos veículos: a primária é a emissão de gases e partículas diretamente na atmosfera, e a secundária é resul- tante das reações químicas entre os poluentes presentes na atmosfera. 4.3.1 Os ingredientes da poluição do ar Os maiores poluentes oriundos dos motores de veículos são: Material particulado – É um conjunto de partículas muito finas – cujo diâmetro é dez vezes menor do que um fio de cabelo – em suspensão no ar, como poeira, fumaça e todo tipo de material sólido ou líquido que, por ser muito pequeno, fica “voando”. Apresentam grande risco à saúde porque são inaláveis, afetando diretamente os pulmões. Os maiores responsáveis pela emissão dessas partículas são veículos automotores, processos industriais e queimadas em geral. Hidrocarbonetos – Resultantes da queima e evaporação de combustí- veis. Diversos hidrocarbonetos, como o benzeno, são cancerígenos. Na pre- sença da luz do sol, reagem com o óxido de nitrogênio presente no ar para formar o ozônio, um dos ingredientes da “névoa fotoquímica”. Trânsito, Cidadania e Meio Ambiente – 34 – Ozônio (O3) e oxidantes fotoquímicos – “Oxidantes fotoquímicos” são resultado da reação, sob a luz do sol, entre óxidos de nitrogênio e com- postos orgânicos presentes no ar. Esses compostos são oriundos da queima incompleta e evaporação de combustíveis e solventes. O ozônio é o principal resultado dessa reação, e por isso mesmo uti- lizado como parâmetro para verificar o nível de oxidantes fotoquímicos na atmosfera. Esses oxidantes criam uma “névoa fotoquímica” que diminui a visibilidade. Existem dois tipos de ozônio: o “bom”, na estratosfera (a cerca de 25 km de altitude), tem a importante função de proteger a Terra, como um filtro, dos raios ultravioletas emitidos pelo Sol. Já o “mau ozônio”, encontrado na faixa de ar próxima ao solo, onde respiramos, é tóxico para pessoas, animais e plantas, causando irritação do sistema respiratório, tosse e redução da capa- cidade pulmonar. Óxidos de nitrogênio (NOx) – Ajudam na formação do “mau ozônio” e enfraquecem o organismo contra infecções respiratórias como pneumonia e gripe. Os veículos são os principais emissores desses óxidos, resultado da queima de combustível. Monóxido de carbono (CO) – Esse gás sem cor e sem cheiro, extre- mamente venenoso, é fruto da combustão de combustíveis fósseis como a gasolina e é emitido principalmente por automóveis e caminhões. Quando inalado, o CO bloqueia o oxigênio do cérebro, coração e outros órgãos vitais. Fetos, recém-nascidos e pessoas com doenças crônicas são mais suscetíveis aos efeitos do monóxido de carbono. Dióxido de enxofre (SO2) – A queima de óleo diesel e de outros com- bustíveis que contêm enxofre, em motores automotivos e indústrias, é a ori- gem desse poluente. O dióxido de enxofre pode se combinar com outras partículas presentes no ar e formar a “chuva ácida”, reduzindo a visibilidade e afetando principalmente crianças e asmáticos. 4.3.2 Emissão sonora Embora não se acumule no ambiente como a poluição do ar, a polui- ção sonora causa danos ao ser humano -- alguns a curto prazo, e outros que – 35 – Trânsito e Meio Ambiente podem levar anos até serem notados. A Organização Mundial de Saúde con- sidera que, para não causar prejuízos ao ser humano, um som não deve ultra- passar 50 db (decibéis – unidade de medida do som). A partir desse limite, os efeitos negativos começam. O excesso de ruído no ambiente pode ser causado por: 2 buzinas e barulho de motores de veículos nas ruas;2 máquinas em indústrias, construções e aeroportos; 2 música muito alta; 2 explosões e trabalhos em túneis e outros ambientes confinados, entre outros. Além do óbvio impacto na capacidade auditiva com o passar do tempo (podendo levar à surdez), a poluição sonora causa stress, agressividade, mau humor, perda de concentração e dificuldade de aprendizado, dores de cabeça, tensão muscular e outros malefícios. Nas ruas, embora seja impossível evitar o barulho do motor do veículo, é possível minimizá-lo com ações como manter o escapamento em bom estado e não acelerar nem buzinar desnecessariamente. 4.3.3 Instrumentos de controle Entre as medidas adotadas por várias cidades ao redor do mundo para con- trolar a emissão de gases poluentes por parte dos veículos, as mais comuns são: 2 Verificação veicular – medição do nível de emissão de poluentes, uma vez por ano, com multa para os que estiverem em desacordo com os limites. 2 Rodízio – de acordo com a placa, veículos são impedidos de cir- cular uma vez por semana nos horários de pico, pela manhã e no final da tarde, ou em certas áreas das cidades, restritas somente a moradores. 5 Legislação e Meio Ambiente Alguns artigos do Código de Trânsito Brasileiro – CTB (BRASIL, 1997) orientam para o comportamento adequado em relação às vias públicas e ao meio ambiente, prevendo multa às infra- ções cometidas e até mesmo a apreensão do veículo. Os que englo- bam esse tema são os artigos 26, 171, 172, 227, 228, 229 e 231. De modo geral, os motoristas não devem atirar do veículo objetos ou detritos, nem depositar ou abandonar na via objetos ou substâncias. Isso vale para quem está em movimento mas também para quem se utiliza de locais para descanso ou piquenique. Trânsito, Cidadania e Meio Ambiente – 38 – Outras práticas exigidas são: 2 Recolher o lixo (de preferência separando o orgânico do reciclável), 2 Não fazer fogueiras ou descartar bitucas de cigarro (mesmo apagadas), 2 Não molestar os animais silvestres nem agredir a vegetação local, arrancando plantas ou promovendo queimadas, 2 Não usar o veículo para arremessar água ou detritos sobre os pedes- tres ou veículos. O CTB também pune, pelo art. 231 (BRASIL, 1997), o motorista que estiver: 2 derramando, lançando ou arrastando sobre a via: 2 carga que esteja transportando; 2 combustível ou lubrificante que esteja utilizando; 2 qualquer objeto que possa acarretar risco de acidente; 2 produzindo fumaça, gases ou partículas em níveis superiores aos fixa- dos pelo Contran; 2 com suas dimensões ou de sua carga superiores aos limites estabelecidos legalmente ou pela sinalização, sem autorização. A carga excedente ou as dimensões do veículo podem impedi-lo de passar por túneis, pontes e viadutos. Além disso, o peso excessivo danifica o piso das estradas e pode gerar dificuldade no momento de uma ultrapassagem. 5.1 Poluição sonora Em relação à poluição sonora, o CTB entende que a buzina só deve ser utilizada como advertência, com um toque breve, e pune o uso excessivo e prolongado, especialmente perto de hospitais e escolas (Art. 227). Também é proibido som alto nos veículos, e barulhos como ronco de motor e escapamento aberto, especialmente à noite (Art. 228). Isso é impor- tante não só para preservar o sossego alheio, mas também para permitir ao motorista ouvir possíveis alarmes de emergência, tais como a sirene de bom- beiros, da polícia ou até mesmo a buzina de alerta de perigo. – 39 – Legislação e Meio Ambiente Os alarmes antifurto instalados nos veículos devem respeitar os limites de volume estabelecidos pelo Contran. Trios elétricos e carros dotados de alto-falantes precisam de autorização especial para circular. 5.2 Vandalismo Danificar as vias, suas instalações e equipamentos de sinalização de trân- sito é um ato de vandalismo e pode ser punido pelo crime de dano, previsto no Código Penal. Pixação e “tiro ao alvo” em placas são algumas das práticas nocivas mais comuns. 6 Atitudes Ecológicas 6.1 Ecologia A ecologia é a ciência que estuda as relações entre os seres vivos e o ambiente em que vivem. Juntos, os seres vivos formam ecossis- temas, dentro dos quais convivem em harmonia e equilíbrio. Os ecossistemas também são todos interligados -- o que acontece com um afeta os outros, como em uma teia. Quando se rompe essa har- monia, há o que se chama de desequilíbrio ecológico. A ação do homem sobre o planeta provoca alterações com efei- tos às vezes só notados a longo prazo. Não é só a natureza que sofre – o próprio homem é afetado sem sequer perceber. Alguns exemplos: 2 Uso de agrotóxicos e pesticidas em plantações (contami- nam o solo e a água dos rios, matam outras espécies além Trânsito, Cidadania e Meio Ambiente – 42 – das pragas, ficam incorporados a alimentos depois consumidos pelo homem) 2 Desperdício de água e energia elétrica 2 Uso descontrolado de madeira, minerais e recursos naturais 2 Poluição do ar com gases emitidos por veículos e indústrias, que depois as pessoas respiram 2 Descarte de lixo e esgotos nos rios, cuja água será depois captada e tratada com produtos químicos para que possa ser utilizada. Criar uma consciência ecológica, minimizando o impacto de cada um sobre o meio ambiente, é a melhor forma de proteger o planeta para as futuras gerações. 6.2 Economia circular A sustentabilidade tem como ideia central a redução do consumo de recursos naturais, de modo a não comprometer a sobrevivência das gerações futuras. No entanto, outro conceito é ainda mais contemporâneo e ambicioso – a economia circular. Na economia circular, tudo o que se produz pode voltar para a indús- tria e ser reaproveitado, em vez de virar lixo. E não porque novas tec- nologias facilitam a reciclagem, mas sim porque os próprios produtos, ao saírem das fábricas, já são concebidos com componentes e materiais totalmente reaproveitáveis. Assim, um smartphone, uma geladeira, uma caixa de papelão ou uma roupa teriam o mesmo destino: passariam por reaproveitamento, transformação e reciclagem. Seria o desperdício zero, e o ser humano não teria mais necessidade de explorar os recursos naturais da Terra. 6.3 Atitudes de preservação Se cada pessoa adotar hábitos simples em seu dia a dia, com consciência ecológica visando a preservação do meio ambiente, a qualidade de vida no planeta pode melhorar de maneira muito fácil e visível. – 43 – Atitudes Ecológicas 2 Usar racionalmente os recursos naturais, especialmente água e flo- restas – não desperdiçar, não sujar, não destruir. 2 Separar o lixo orgânico do que pode ser reciclado, como papeis, latas, vidros e plásticos. 2 Manter o veículo bem regulado, reduzindo a emissão de gases poluentes. 6.3.1 Gestão de resíduos O lixo produzido pelas pessoas diariamente pode ser orgânico ou inor- gânico, e a gestão dessa enorme quantidade de resíduos é um desafio para governos do mundo todo. Outro problema é a destinação correta de resíduos como lixo hospitalar, entulhos, pneus usados e lixo eletrônico (computadores, celulares, baterias, lâmpadas etc). Descartados sem cuidado, esses componentes podem conta- minar o solo e as pessoas, segundo a Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe). Lixo orgânico O lixo orgânico é formado por tudo o que um dia já foi vivo: restos de alimentos (carnes, aves, peixes, vegetais, casca de ovo, ossos, sementes, borra de café e outros). Por serem resíduos biológicos, são também biodegradáveis, podendo ser decompostos por fungos e bactérias. Dois lados negativos bem óbvios são o mau cheiro e a proliferação de animais que se alimentam de restos (ratos, cobras, moscas) e podem trans- mitir doenças ao ser humano. Mas o lixo orgânico causa outros impactosambientais: emissão elevada de gás metano, um dos responsáveis pela intensi- ficação do efeito estufa, e produção de chorume, líquido escuro tóxico resul- tante da decomposição e que penetra no solo, podendo contaminar lençóis freáticos de onde se retira água potável. Normalmente depositado em “lixões” a céu aberto ou, mais correta- mente, em aterros sanitários, esse lixo pode ser reciclado pela técnica de com- postagem, gerando um adubo natural excelente para fertilização de plantas. O gás metano pode ser reaproveitado como biogás/biocombustível. Trânsito, Cidadania e Meio Ambiente – 44 – Lixo inorgânico Já o lixo inorgânico reúne materiais não-degradáveis, como latas, vidros, isopor e plásticos. Esses materiais podem ser reaproveitados pela indústria pelo processo da reciclagem. A separação do lixo orgânico do lixo reciclável já é prática corrente em muitas cidades do mundo, uma vez que tanto um quanto outro são tratados e reaproveitados. 6.3.2 Reciclagem A melhor forma para as comunidades diminuírem o acúmulo de lixo é desperdiçar menos e reciclar mais. É a política dos três Rs adotada no Japão: Reduzir, Reciclar, Reusar. Exemplos de produtos recicláveis: 2 Vidro: potes de alimentos (azeitonas, milho, requeijão, etc.), garra- fas, frascos de medicamentos, cacos de vidro. 2 Papel: jornais, revistas, folhetos, caixas de papelão, embalagens de papel. 2 Metal: latas de alumínio, latas de aço, pregos, tampas, tubos de pasta de dente, fios de cobre, alumínio. 2 Plástico: potes de plástico, garrafas PET, sacos plásticos, embala- gens e sacolas de supermercado. 2 Embalagens longa vida: de leite, de tomate, de sucos, etc. 6.3.3 Redução do lixo Embora a reciclagem tanto de lixo orgânico como inorgânico sejam muito importantes, reduzir a quantidade de lixo produzido é ainda mais. Algumas maneiras de conseguir isso: 2 Utilizar sacolas retornáveis no supermercado (em vez dos famosos saquinhos plásticos) 2 Não desperdiçar alimentos – 45 – Atitudes Ecológicas 2 Evitar o consumismo 2 Reaproveitar embalagens vazias para usos práticos em casa 2 Compostar seu próprio lixo orgânico Segundo a FAO, braço da Organização das Nações Unidas dedicado à alimentação e à agricultura, um terço de todos os alimentos produzidos no mundo vão parar na lata de lixo a cada ano. Isso significa que, anualmente, cerca de 1,3 bilhão de toneladas de alimentos, que poderiam servir para matar a fome de 2 bilhões de pessoas, são perdidas. Os campeões de desperdício são os países mais ricos, onde o consumo é maior. Por outro lado, é nos países mais pobres que a ameaça é maior, pois a coleta de lixo não atende metade de todo o lixo que é produzido. 6.3.4 Plástico biodegradável A maioria dos plásticos utilizados hoje é proveniente do processamento do petróleo. São estruturas complexas (polímeros), que podem levar até 50 anos para serem consumidos quando descartados no ambiente. O plástico biodegradável (PHB) foi patenteado com o nome comercial de biopol e é feito a partir de glucose de plantas, ao invés de materiais fós- seis. Embora tenha propriedades físicas e químicas semelhantes às do plástico comum, leva bem menos tempo (12 a18 meses contra 100 anos) para se dissolver no meio ambiente, praticamente sem deixar vestígios. Saiba mais Material Tempo de decomposição na natureza Papel De 3 a 6 meses Tecidos De 6 meses a 1 ano Metal Mais de 100 anos Alumínio Mais de 200 anos Plástico Mais de 400 anos Vidro Mais de 1000 anos Fonte: Ministério do Meio Ambiente Trânsito, Cidadania e Meio Ambiente – 46 – 6.4 Soluções “verdes” Nas cidades, o plantio de árvores nas calçadas, praças e parques ajuda a manter o ar mais fresco. Grama e canteiros em parte das calçadas evita a impermeabilização do solo e favorece a absorção de água da chuva, evitando enchentes e enxurradas. Nas rodovias, os órgãos rodoviários ou concessionárias que administram os trechos adotam providências como: 2 paisagismo e arborização, servindo de proteção contra a erosão e melhorando a estética; 2 implantação de canteiros centrais com vegetação ao invés de con- creto, prevenindo o ofuscamento pelos farois dos veículos trafe- gando em sentido contrário; 2 poda de árvores e roçada de mato às margens das rodovias, para não encobrir a sinalização nem dificultar a visibilidade dos motoristas; 2 manutenção de taludes e aterros, para evitar erosão e desmoronamento; 2 criação de “recantos” arborizados nas faixas de domínio das rodo- vias, para proporcionar descanso e lazer aos motoristas, especial- mente em longas viagens. Um bom exemplo de cidade que busca tornar-se mais sustentável é a Cidade do México. Lá, há 80 iniciativas em curso para melhorar o ar da cidade, uma das mais poluídas do mundo. Canteiros verticais nos pilares de viadutos, sistemas de aluguel de bicicletas, projeto de transporte escolar para redução do tráfego no entorno de colégios nos horários de pico, terraços ver- des em prédios públicos e outras medidas aliviam a poluição. Outras soluções para diminuir a poluição do ar são: 2 instalar filtros nas indústrias, as quais devem ficar longe de centros populosos; 2 implantar áreas verdes nos centros urbanos; 2 controlar a emissão de poluentes pelos veículos automotores; – 47 – Atitudes Ecológicas 2 investir em transportes coletivos e em veículos menos poluentes (elétricos ou movidos a gás natural); 2 monitorar e controlar os níveis de poluição do ar. Saiba mais A construção de estradas com tecnologia e projetos que minimizem o impacto sobre o meio ambiente tem no Brasil um exemplo: a Pista Descendente da Rodovia dos Imigrantes, que liga a cidade de São Paulo ao litoral do Estado. Construída entre 1998 e 2002, foi con- siderada modelo de gestão em obras de infraestrutura pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), que a partir daí passou a exigir o mesmo nível de controle em todos os empreendimentos que financia ao redor do mundo. Uma combinação de túneis e viadutos, aliada a um complexo plano logístico para execução da obra, fizeram com que a área afetada da Mata Atlântica fosse 40 vezes menor do que na construção da Pista Ascendente, na década de 1970. Naquela ocasião, foram afetados 1.600 hectares da floresta, reduzidos a 40 hectares na segunda pista. 6.5 Cuidados com o veículo 6.5.1 Como poluir menos ao dirigir Pequenos cuidados já fazem uma grande diferença. Para poluir menos ao dirigir, o motorista deve: 2 trocar de marcha na rotação correta; 2 evitar reduções constantes de marcha, acelerações bruscas e freadas em excesso; 2 evitar paradas prolongadas com o motor funcionando; Trânsito, Cidadania e Meio Ambiente – 48 – 2 tentar manter a velocidade constante, tirando o pé do acelerador quando o semáforo fecha ou quando o trânsito para à frente; 2 orientar os seus passageiros para que não joguem lixo, pontas de cigarro, latas, etc., pelas janelas; 2 fazer as manutenções/revisões recomendadas pelo fabricante; 2 observar a vida útil dos componentes importantes no controle da poluição, como filtro de ar e óleo; 2 minimizar a poluição sonora, buzinando apenas quando necessá- rio, não extrapolando no volume da música e não acelerando forte. Além de contribuir para a melhoria da qualidade do ar, esses cuidados representam economia de combustível, pneus e componentes mecânicos. Conclusão Trânsito, Cidadania e Meio Ambiente – 50 – Embora cada ser humano seja único, suas necessidades são as mesmas: das básicas como alimento e abrigo até a mais sofisticada realização espiri- tual, passando pelas necessidades de afeto, reconhecimento, conexão com os outros, segurança e aprimoramento pessoal e profissional. Nessa busca, a vida em sociedadenos impõe direitos e deveres. É um ambiente em que tudo está interligado – a natureza, o trânsito urbano, o comportamento individual. Aprendemos que o impacto de nossas ações pode ser sentido muito tempo depois, em um lugar completamente diferente, por- que o planeta é composto de ecossistemas que se conectam, como em uma grande teia da vida. O equilíbrio entre a satisfação das necessidades individuais e o respeito aos outros e ao ambiente em que se vive é delicado e exige consciência e ati- tude. Se cada um fizer a sua parte para conservar os recursos naturais do pla- neta e promover uma convivência mais harmoniosa do homem com outros homens e com o meio ambiente, certamente haverá um horizonte para as gerações futuras. Referências Trânsito, Cidadania e Meio Ambiente – 52 – ABRELPE (Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Espe- ciais). Panorama dos Resíduos Sólidos no Brasil. Online, 2015. Disponível em http:// www.abrelpe.org.br/panorama_apresentacao.cfm ARAÚJO, Julyver M. de. Comentários sobre o Código de Trânsito Brasileiro. Online, 2016. Disponível em http://www.ctbdigital.com.br/index.php BRASIL. Presidência da República, Casa Civil, Subchefia para Assuntos Jurídicos. Lei no 9.503, de 27/09/1997. Código de Trânsito Brasileiro (CTB). Brasília, 1997. Disponível em http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9503.htm BRASIL. Presidência da República, Casa Civil, Subchefia para Assuntos Jurídicos. Lei no 13.281, de 04/05/2016. Alterações no CTB. Brasília, 2016. Disponível em http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2016/Lei/L13281.htm DETRAN-PR. Educação para o Trânsito. Cidadania e Trânsito. Online, 2006. Dis- ponível em http://bit.ly/2qQp2q3 eCYCLE. O que é poluição do ar? Quais os seus tipos e consequências? Online, 2017. Disponível em http://bit.ly/1NJKKAt FAO/ONU (Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura). Online, 2017. Disponível em http://www.fao.org/brasil/pt/ GLOBO.COM. Poluição atmosférica. Online, 2017. Disponível em http://educacao. globo.com/artigo/poluicao-atmosferica.html MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE. Poluentes atmosféricos. Online, 2017. Dis- ponível em http://www.mma.gov.br/cidades-sustentaveis/qualidade-do-ar/poluen- tes-atmosfericos UNITED STATES ENVIRONMENTAL PROTECTION AGENCY (EPA). Air topics. Disponível em https://www.epa.gov/environmental-topics/air-topics WIKIPÉDIA. Poluição atmosférica. Online, 2017. Disponível em https:// pt.wikipedia.org/wiki/poluição_atmosférica WIKIPÉDIA. Edward O. Wilson. Online, 2017. Disponível em https://pt.wikipedia. org/wiki/Edward_Osborne_Wilson WIKIPÉDIA. Economia circular. Online, 2017. https://pt.wikipedia.org/wiki/Eco- nomia_circular WWF-BRASIL. Mudanças climáticas e energia. Online, 2017. Disponível em http:// www.wwf.org.br/natureza_brasileira/reducao_de_impactos2/clima/
Compartilhar