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12 - Processo Penal

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Continuação do Tema – Princípios Processuais Penais
Mesmo PDF da aula anterior
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Prof. Guilherme Rittel
Direito
Inquérito Policial
Processual
Penal
Histórico do inquérito policial
• Não havia previsão nas Ordenações Filipinas (havia uma mistura da função judiciária
com a função policial);
• CPP do Império (1832): Não previa formalmente o IP;
• Lei 2033 de 1871 e Regulamento 4824 de 1871: nascimento do IP no Brasil;
• CPP de 1941 (atual): manutenção do IP.
Conceito do Inquérito Policial
Trata-se de um procedimento administrativo, com natureza inquisitiva, cuja
presidência está a cargo da autoridade policial (Delegado), sendo composto por uma
série de atos/diligências (vide art. 6.º, CPP), cuja finalidade é apurar a materialidade e
a autoria do delito (também estará correto se mencionarem as circunstâncias).
Características do Inquérito Policial
• Procedimento escrito: art. 9º, CPP;
• Procedimento dispensável: art. 12, CPP;
• Procedimento sigiloso: art. 20, CPP;
• Procedimento inquisitorial: sem garantias plenas ao contraditório e ampla defesa;
• Procedimento discricionário: as diligências são determinadas de acordo com as peculiaridades do caso concreto;
• Procedimento oficial: incumbe à autoridade policial (delegado);
• Procedimento oficioso: havendo conhecimento da prática de crime de ação penal pública incondicionada, deve-
se agir de ofício;
• Procedimento indisponível: o delegado não arquiva o inquérito policial;
• Procedimento temporário: Há prazos para conclusão do inquérito.
(2012 – FGV – OAB - Exame de Ordem Unificado - VIII - Primeira Fase) Um Delegado de
Polícia determina a instauração de inquérito policial para apurar a prática do
crime de receptação, supostamente praticado por José. Com relação ao Inquérito
Policial, assinale a afirmativa que não constitui sua característica.
a) Escrito.
b) Inquisitório.
c) Indispensável.
d) Formal.
(2012 – FGV – OAB - Exame de Ordem Unificado - VIII - Primeira Fase) Um Delegado de
Polícia determina a instauração de inquérito policial para apurar a prática do
crime de receptação, supostamente praticado por José. Com relação ao Inquérito
Policial, assinale a afirmativa que não constitui sua característica.
a) Escrito.
b) Inquisitório.
c) Indispensável.
d) Formal.
Fundamentos
• Constituição Federal: Art. 5º, XII; Art. 129, VIII; Art. 144, § 1º, IV e § 4º;
• Código de Processo Penal: Arts. 4º ao art. 23 e art. 28.
Fundamentos
• Art. 5º, XII - é inviolável o sigilo da correspondência e das comunicações telegráficas,
de dados e das comunicações telefônicas, salvo, no último caso, por ordem judicial,
nas hipóteses e na forma que a lei estabelecer para fins de investigação criminal ou
instrução processual penal;
• Art. 129. São funções institucionais do Ministério Público:
VIII - requisitar diligências investigatórias e a instauração de inquérito policial,
indicados os fundamentos jurídicos de suas manifestações processuais;
Fundamentos
• Art. 144. A segurança pública, dever do Estado, direito e responsabilidade de todos, é
exercida para a preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do
patrimônio, através dos seguintes órgãos:
§ 1º A polícia federal, instituída por lei como órgão permanente, organizado e mantido
pela União e estruturado em carreira, destina-se a:
IV - exercer, com exclusividade, as funções de polícia judiciária da União.
§ 4º Às polícias civis, dirigidas por delegados de polícia de carreira,
incumbem, ressalvada a competência da União, as funções de
polícia judiciária e a apuração de infrações penais, exceto as militares.
Graus de cognição
Existem 3 diferentes níveis de cognição: a) juízo de possibilidade; b) juízo de
probabilidade; c) juízo de certeza.
a. Para iniciar um inquérito policial, basta um juízo de possibilidade;
b. Para iniciar uma ação penal, é necessário um juízo de probabilidade;
c. Para eventual condenação, é preciso um juízo de certeza.
Graus de cognição
Arts. 4.º a 23 do CPP.
Art. 4º A polícia judiciária será exercida pelas autoridades policiais no território de suas
respectivas circunscrições e terá por fim a apuração das infrações penais e da sua
autoria.
Parágrafo único. A competência definida neste artigo não excluirá a de autoridades
administrativas, a quem por lei seja cometida a mesma função.
Graus de cognição
A persecução penal é dever do Estado, logo cabe a ele a apuração e esclarecimento
dos fatos e suas circunstâncias.
Art. 144 da CF: Polícia Judiciária → competência para investigação da existência de
crimes comuns e da sua autoria.
CUIDADO: Não se trata de poder/dever exclusivo ou privativo da polícia.
Função do IP: 1) Materialidade;
2) Autoria.
Trata-se de procedimento de natureza administrativa, uma fase pré-processual.
Destina-se à formação de convencimento do responsável pela acusação.
• O convencimento do responsável pela acusação pode ocorrer também
por meio de outras atividades em processos administrativos ou até por
juntada de documentação obtida de forma lícita pelo particular (peças de
informações).
• Logo, o IP não é indispensável!!
Há contraditório e ampla defesa no âmbito do IP?
Divergência doutrinária. Prevalece o entendimento de que não!
•O esclarecimento das infrações penais, como regra, cabe à Polícia
Judiciária e, como exceção, às autoridades administrativas.
•Polícia judiciária:
• a) Âmbito Estadual: Polícia Civil;
•b) Âmbito Federal: Polícia Federal.
Início do inquérito policial
Art. 5º Nos crimes de ação pública o inquérito policial será iniciado:
I - de ofício;
II - mediante requisição da autoridade judiciária ou do Ministério Público,
ou a requerimento do ofendido ou de quem tiver qualidade para
representá-lo.
Em se tratando de ação penal pública, o IP deve ser iniciado:
a) De ofício (pela autoridade policial: delegado de polícia estadual ou federal).
Esta hipótese ocorre quando o delegado tem conhecimento da prática de uma infração
penal, que pode ser pessoal ou comunicada por meio de uma notitia criminis, por
qualquer um do povo.
Pode ser apócrifa? STF diz que não salvo se o doc. foi produzido
pelo acusado ou constitui o próprio corpo de delito.
Com relação à delação anônima, o entendimento majoritário é de que não
é possível a instauração de IP com base unicamente nesta prova. Mas
deve ensejar diligências informais.
Art. 5.º, § 3º Qualquer pessoa do povo que tiver conhecimento da
existência de infração penal em que caiba ação pública poderá,
verbalmente ou por escrito, comunicá-la à autoridade policial, e esta,verificada a procedência das informações, mandará instaurar inquérito.
b) mediante requisição da autoridade judiciária (juiz) ou do Ministério
Público, ou a requerimento do ofendido ou de quem tiver qualidade para
representá-lo.
Requisitos do requerimento: Art. 5.º, § 1:
Art. 5º, § 1º O requerimento a que se refere o nº II conterá sempre que possível:
a) a narração do fato, com todas as circunstâncias;
b) a individualização do indiciado ou seus sinais característicos e as razões de
convicção ou de presunção de ser ele o autor da infração, ou os motivos de
impossibilidade de o fazer;
c) a nomeação das testemunhas, com indicação
de sua profissão e residência.
Se o Delegado indeferir o requerimento de reabertura do IP, cabe recurso ao Chefe de
Polícia (art. 5.º, § 2.º).
Art. 5º, § 2º Do despacho que indeferir o requerimento de abertura de inquérito
caberá recurso para o chefe de Polícia.
Nada impede que o particular encaminhe os documentos diretamente para o MP (que
pode requisitar).
Se a ação penal for pública condicionada, o IP não poderá ser iniciado sem
representação (art. 5.º, § 4.º).
Art. 5º, § 4º O inquérito, nos crimes em que a ação pública depender de
representação, não poderá sem ela ser iniciado.
Já na ação penal privada, o delegado só pode proceder a inquérito a requerimento de
quem tenha qualidade para intentá-la (art. 5.º, § 5.º).
Art. 5º, § 5º Nos crimes de ação privada, a autoridade policial somente poderá
proceder a inquérito a requerimento de quem tenha qualidade para intentá-la.
Resumindo, são formas de instauração de IP:
a) Portaria da Autoridade Policial;
b) Requerimento do Ofendido;
c) Representação do Ofendido;
c) Requisição Judicial ou Ministerial;
e) Auto de Prisão em Flagrante.
Art. 8º Havendo prisão em flagrante, será observado o
disposto no Capítulo II do Título IX deste Livro.
(2013 – FGV – OAB - Exame de Ordem Unificado - XII - Primeira Fase) Quanto ao
inquérito policial, assinale a afirmativa INCORRETA.
a) O inquérito policial poderá ser instaurado de ofício pela Autoridade Policial nos
crimes persequíveis por ação penal pública incondicionada.
b) O inquérito, nos crimes em que a ação pública depender de representação, não
poderá ser iniciado sem ela.
c) Nos crimes de ação penal privada, não caberá instauração de inquérito policial, mas
sim a lavratura de termo circunstanciado.
d) O inquérito policial, mesmo nos crimes hediondos, poderá ser dispensável para o
oferecimento de denúncia.
(2013 – FGV – OAB - Exame de Ordem Unificado - XII - Primeira Fase) Quanto ao
inquérito policial, assinale a afirmativa INCORRETA.
a) O inquérito policial poderá ser instaurado de ofício pela Autoridade Policial nos
crimes persequíveis por ação penal pública incondicionada.
b) O inquérito, nos crimes em que a ação pública depender de representação, não
poderá ser iniciado sem ela.
c) Nos crimes de ação penal privada, não caberá instauração de inquérito policial, mas
sim a lavratura de termo circunstanciado.
d) O inquérito policial, mesmo nos crimes hediondos, poderá ser dispensável para o
oferecimento de denúncia.
Procedimento
Art. 6º Logo que tiver conhecimento da prática da infração penal, a autoridade policial
deverá:
I - dirigir-se ao local, providenciando para que não se alterem o estado e conservação
das coisas, até a chegada dos peritos criminais;
II - apreender os objetos que tiverem relação com o fato,
após liberados pelos peritos criminais;
III - colher todas as provas que servirem para o esclarecimento do fato e suas
circunstâncias;
IV - ouvir o ofendido;
V - ouvir o indiciado, com observância, no que for aplicável, do disposto no Capítulo III
do Título Vll, deste Livro, devendo o respectivo termo ser assinado por duas
testemunhas que Ihe tenham ouvido a leitura;
VI - proceder a reconhecimento de pessoas e coisas e a acareações;
VII - determinar, se for caso, que se proceda a exame de corpo de delito e a quaisquer
outras perícias;
VIII - ordenar a identificação do indiciado pelo processo datiloscópico, se possível, e
fazer juntar aos autos sua folha de antecedentes (Ver Lei nº 12.037/2009);
IX - averiguar a vida pregressa do indiciado, sob o ponto de vista individual, familiar e
social, sua condição econômica, sua atitude e estado de ânimo antes e depois do crime
e durante ele, e quaisquer outros elementos que contribuírem para a apreciação do
seu temperamento e caráter.
X - colher informações sobre a existência de filhos, respectivas idades e se possuem
alguma deficiência e o nome e o contato de eventual responsável pelos cuidados dos
filhos, indicado pela pessoa presa (alteração de 2016).
CUIDADO: Mandados de busca e apreensão de coisas e/ou pessoas, interceptações
telefônicas etc. precisam de autorização judicial.
Hipótese de reconstituição dos fatos
Art. 7.º Para verificar a possibilidade de haver a infração sido praticada de
determinado modo, a autoridade policial poderá proceder à reprodução simulada dos
fatos, desde que esta não contrarie a moralidade ou a ordem pública.
Procedimento escrito 
Art. 9º Todas as peças do inquérito policial serão, num só processado, reduzidas a
escrito ou datilografadas e, neste caso, rubricadas pela autoridade.
Prazos 
Art. 10. O inquérito deverá terminar no prazo de 10 dias, se o indiciado tiver sido preso
em flagrante, ou estiver preso preventivamente, contado o prazo, nesta hipótese, a
partir do dia em que se executar a ordem de prisão, ou no prazo de 30 dias, quando
estiver solto, mediante fiança ou sem ela.
[...]
§ 3º Quando o fato for de difícil elucidação, e o indiciado estiver solto, a autoridade
poderá requerer ao juiz a devolução dos autos, para ulteriores diligências, que serão
realizadas no prazo marcado pelo juiz. (PRORROGAÇÃO DO PRAZO)
Prazos 
• JUSTIÇA ESTADUAL:
a)Indiciado preso (flagrante ou preventiva): 10 dias;
b) Indiciado solto: 30 dias.
• JUSTIÇA FEDERAL (L. 5.010/1966):
a) 15 dias (preso), prorrogáveis por mais 15 dias;
b) 30 dias (solto)
• LEI DE DROGAS (L. 11.343/2006):
a) 30 dias (preso);
b) 90 dias (solto).
Término do inquérito policial
Art. 10.
§ 1º A autoridade fará minucioso relatório do que tiver sido apurado e enviará autos
ao juiz competente.
§ 2º No relatório poderá a autoridade indicar testemunhas que não tiverem sido
inquiridas, mencionando o lugar onde possam ser encontradas.
Término do inquérito policial
Art. 11. Os instrumentos do crime, bem como os objetos que interessarem à prova,
acompanharão os autos do inquérito.
Art. 12. O inquérito policial acompanhará a denúncia ou queixa, sempre que servir de
base a uma ou outra.
Incumbências do delegado
Art. 13. Incumbirá ainda à autoridade policial:
I - fornecer às autoridades judiciárias as informações necessárias à instrução e
julgamento dos processos;
II - realizar as diligências requisitadas pelo juiz ou pelo Ministério Público;
III - cumprir os mandados de prisão expedidos pelas autoridades judiciárias;
IV - representar acerca da prisão preventiva.
Alterações em 2016
Art. 13-A. Nos crimes previstos nos arts. 148 (Seqüestro e cárcere privado), 149
(Redução a condição análoga à de escravo) e 149-A (“tráfico de pessoas”), no § 3º do
art. 158 (extorsão, com restrição de liberdade da vítima – sequestro relâmpago) e no
art. 159 (Extorsão mediante sequestro) do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de
1940 (Código Penal), e no art. 239 (envio ilegal de criança ou adolescente ao exterior)
da Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990 (Estatuto da Criança e do Adolescente), o
membro do Ministério Público ou o delegado de polícia poderá requisitar, de quaisquer
órgãos do poder público ou de empresas da iniciativa privada, dados e informações
cadastrais da vítima ou de suspeitos.
Alterações em 2016Parágrafo único. A requisição, que será atendida no prazo de 24 (vinte e quatro) horas,
conterá:
I - o nome da autoridade requisitante;
II - o número do inquérito policial; e
III - a identificação da unidade de polícia judiciária responsável pela investigação.
Alterações em 2016
Art. 13-B. Se necessário à prevenção e à repressão dos crimes relacionados ao tráfico
de pessoas, o membro do Ministério Público ou o delegado de polícia poderão
requisitar, mediante autorização judicial, às empresas prestadoras de serviço de
telecomunicações e/ou telemática que disponibilizem imediatamente os meios técnicos
adequados – como sinais, informações e outros – que permitam a localização da vítima
ou dos suspeitos do delito em curso.
§ 1º Para os efeitos deste artigo, sinal significa posicionamento da estação de
cobertura, setorização e intensidade de radiofrequência.
Alterações em 2016
§ 2º Na hipótese de que trata o caput, o sinal:
I - não permitirá acesso ao conteúdo da comunicação de qualquer natureza, que
dependerá de autorização judicial, conforme disposto em lei;
II - deverá ser fornecido pela prestadora de telefonia móvel celular por período não
superior a 30 (trinta) dias, renovável por uma única vez, por igual período;
III - para períodos superiores àquele de que trata o inciso II, será necessária a
apresentação de ordem judicial.
Alterações em 2016
§ 3º Na hipótese prevista neste artigo, o inquérito policial deverá ser instaurado no
prazo máximo de 72 (setenta e duas) horas, contado do registro da respectiva
ocorrência policial.
§ 4º Não havendo manifestação judicial no prazo de 12 (doze) horas, a autoridade
competente requisitará às empresas prestadoras de serviço de telecomunicações e/ou
telemática que disponibilizem imediatamente os meios técnicos adequados – como
sinais, informações e outros – que permitam a localização da vítima ou dos suspeitos
do delito em curso, com imediata comunicação ao juiz.
“Mini” contraditório
Art. 14. O ofendido, ou seu representante legal, e o indiciado poderão requerer
qualquer diligência, que será realizada, ou não, a juízo da autoridade.
Do indeferimento, por analogia, cabe recurso ao Chefe de Polícia.
Curador
Art. 15. Se o indiciado for menor, ser-lhe-á nomeado curador pela autoridade policial.
O menor é aquele com idade entre 18 e 21 anos!!
Há discussão acerca da revogação tácita ou não deste artigo, com o Novo Código Civil.
Posicionamento majoritário: NÃO PRECISA MAIS DE CURADOR!!
Art. 16. O Ministério Público não poderá requerer a devolução do inquérito à
autoridade policial, senão para novas diligências, imprescindíveis ao oferecimento da
denúncia.
Logo, há como o delegado se recusar a cumprir essa diligência.
Arquivamento: A autoridade policial não poderá mandar arquivar autos de inquérito
(art. 17). Nem o MP (Quem arquiva é o juiz!). No máx., arquiva BOs que versam sobre
fatos atípicos.
Ler art. 28 do CPP.
Caso seja arquivado pela autoridade judiciária
Art. 18. Depois de ordenado o arquivamento do inquérito pela autoridade judiciária,
por falta de base para a denúncia, a autoridade policial poderá proceder a novas
pesquisas, se de outras provas tiver notícia.
Ver Súmula 524, STF: “Arquivado o inquérito policial, por despacho do juiz, a
requerimento do Promotor de Justiça, não pode a ação penal ser iniciada, sem novas
provas”. Cuidado, devem ser provas substancialmente novas.
(2018 - FGV – OAB - Exame de Ordem Unificado - XXVI - Primeira Fase) Um Delegado de Polícia, ao tomar
conhecimento de um suposto crime de ação penal pública incondicionada, determina, de ofício, a instauração de
inquérito policial. Após adotar diligência, verifica que, na realidade, a conduta investigada era atípica. O indiciado,
então, pretende o arquivamento do inquérito e procura seu advogado para esclarecimentos, informando que
deseja que o inquérito seja imediatamente arquivado. Considerando as informações narradas, o advogado deverá
esclarecer que a autoridade policial
a) deverá arquivar imediatamente o inquérito, fazendo a decisão de arquivamento por atipicidade coisa julgada
material.
b) não poderá arquivar imediatamente o inquérito, mas deverá encaminhar relatório final ao Poder Judiciário para
arquivamento direto e imediato por parte do magistrado.
c) deverá elaborar relatório final de inquérito e, após o arquivamento, poderá proceder a novos atos de
investigação, independentemente da existência de provas novas.
d) poderá elaborar relatório conclusivo, mas a promoção de arquivamento caberá ao Ministério Público, havendo
coisa julgada em caso de homologação do arquivamento por atipicidade.
(2018 - FGV – OAB - Exame de Ordem Unificado - XXVI - Primeira Fase) Um Delegado de Polícia, ao tomar
conhecimento de um suposto crime de ação penal pública incondicionada, determina, de ofício, a instauração de
inquérito policial. Após adotar diligência, verifica que, na realidade, a conduta investigada era atípica. O indiciado,
então, pretende o arquivamento do inquérito e procura seu advogado para esclarecimentos, informando que
deseja que o inquérito seja imediatamente arquivado. Considerando as informações narradas, o advogado deverá
esclarecer que a autoridade policial
a) deverá arquivar imediatamente o inquérito, fazendo a decisão de arquivamento por atipicidade coisa julgada
material.
b) não poderá arquivar imediatamente o inquérito, mas deverá encaminhar relatório final ao Poder Judiciário para
arquivamento direto e imediato por parte do magistrado.
c) deverá elaborar relatório final de inquérito e, após o arquivamento, poderá proceder a novos atos de
investigação, independentemente da existência de provas novas.
d) poderá elaborar relatório conclusivo, mas a promoção de arquivamento caberá ao Ministério Público, havendo
coisa julgada em caso de homologação do arquivamento por atipicidade.
(2018 – FGV – OAB - Exame de Ordem Unificado - XXV - Primeira Fase) Maria, 15 anos de idade, comparece à Delegacia em janeiro de
2017, acompanhada de seu pai, e narra que João, 18 anos, mediante grave ameaça, teria constrangido-a a manter com ele conjunção
carnal, demonstrando interesse, juntamente com seu representante, na responsabilização criminal do autor do fato. Instaurado inquérito
policial para apurar o crime de estupro, todas as testemunhas e João afirmaram que a relação foi consentida por Maria, razão pela qual,
após promoção do Ministério Público pelo arquivamento por falta de justa causa, o juiz homologou o arquivamento com base no
fundamento apresentado. Dois meses após o arquivamento, uma colega de classe de Maria a procura e diz que teve medo de contar antes
a qualquer pessoa, mas em seu celular havia filmagem do ato sexual entre Maria e João, sendo que no vídeo ficava demonstrado o
emprego de grave ameaça por parte deste. Maria, então, entrega o vídeo ao advogado da família. Considerando a situação narrada, o
advogado de Maria
a) nada poderá fazer sob o ponto de vista criminal, tendo em vista que a decisão de arquivamento fez coisa julgada material.
b) poderá apresentar o vídeo ao Ministério Público, sendo possível o desarquivamento do inquérito ou oferecimento de denúncia por parte
do Promotor de Justiça, em razão da existência de prova nova.
c) nada poderá fazer sob o ponto de vista criminal, tendo em vista que, apesar de a decisão de arquivamento não ter feito coisa julgada
material, o vídeo não poderá ser considerado prova nova, já que existia antes do arquivamento do inquérito.
d) poderá iniciar, de imediato, ação penal privada subsidiária da pública em razão da omissão do Ministério Público no oferecimento de
denúncia em momento anterior.
(2018 – FGV – OAB - Exame de Ordem Unificado - XXV - Primeira Fase) Maria, 15 anos de idade, comparece à Delegacia em janeiro de
2017, acompanhada de seu pai, e narra que João, 18 anos, mediante grave ameaça, teriaconstrangido-a a manter com ele conjunção
carnal, demonstrando interesse, juntamente com seu representante, na responsabilização criminal do autor do fato. Instaurado inquérito
policial para apurar o crime de estupro, todas as testemunhas e João afirmaram que a relação foi consentida por Maria, razão pela qual,
após promoção do Ministério Público pelo arquivamento por falta de justa causa, o juiz homologou o arquivamento com base no
fundamento apresentado. Dois meses após o arquivamento, uma colega de classe de Maria a procura e diz que teve medo de contar antes
a qualquer pessoa, mas em seu celular havia filmagem do ato sexual entre Maria e João, sendo que no vídeo ficava demonstrado o
emprego de grave ameaça por parte deste. Maria, então, entrega o vídeo ao advogado da família. Considerando a situação narrada, o
advogado de Maria
a) nada poderá fazer sob o ponto de vista criminal, tendo em vista que a decisão de arquivamento fez coisa julgada material.
b) poderá apresentar o vídeo ao Ministério Público, sendo possível o desarquivamento do inquérito ou oferecimento de denúncia por parte
do Promotor de Justiça, em razão da existência de prova nova.
c) nada poderá fazer sob o ponto de vista criminal, tendo em vista que, apesar de a decisão de arquivamento não ter feito coisa julgada
material, o vídeo não poderá ser considerado prova nova, já que existia antes do arquivamento do inquérito.
d) poderá iniciar, de imediato, ação penal privada subsidiária da pública em razão da omissão do Ministério Público no oferecimento de
denúncia em momento anterior.
(2015 – FGV – OAB - Exame de Ordem Unificado - XVII - Primeira Fase) No dia 01/04/2014, Natália recebeu cinco facadas
em seu abdômen, golpes estes que foram a causa eficiente de sua morte. Para investigar a autoria do delito, foi instaurado
inquérito policial e foram realizadas diversas diligências, dentre as quais se destacam a oitiva dos familiares e amigos da
vítima e exame pericial no local. Mesmo após todas essas medidas, não foi possível obter indícios suficientes de autoria,
razão pela qual o inquérito policial foi arquivado pela autoridade judiciária por falta de justa causa, em 06/10/2014, após
manifestação nesse sentido da autoridade policial e do Ministério Público. Ocorre que, em 05/01/2015, a mãe de Natália
encontrou, entre os bens da filha que ainda guardava, uma carta escrita por Bruno, ex-namorado de Natália, em
30/03/2014, em que ele afirmava que ela teria 24 horas para retomar o relacionamento amoroso ou deveria arcar com as
consequências. A referida carta foi encaminhada para a autoridade policial. Nesse caso,
a) nada poderá ser feito, pois o arquivamento do inquérito policial fez coisa julgada material.
b) a carta escrita por Bruno pode ser considerada prova nova e justificar o desarquivamento do inquérito pela autoridade
competente.
c) nada poderá ser feito, pois a carta escrita antes do arquivamento não pode ser
considerada prova nova.
d) pela falta de justa causa, o arquivamento poderia ter sido determinado diretamente pela autoridade policial,
independentemente de manifestação do Ministério Público ou do juiz.
(2015 – FGV – OAB - Exame de Ordem Unificado - XVII - Primeira Fase) No dia 01/04/2014, Natália recebeu cinco facadas
em seu abdômen, golpes estes que foram a causa eficiente de sua morte. Para investigar a autoria do delito, foi instaurado
inquérito policial e foram realizadas diversas diligências, dentre as quais se destacam a oitiva dos familiares e amigos da
vítima e exame pericial no local. Mesmo após todas essas medidas, não foi possível obter indícios suficientes de autoria,
razão pela qual o inquérito policial foi arquivado pela autoridade judiciária por falta de justa causa, em 06/10/2014, após
manifestação nesse sentido da autoridade policial e do Ministério Público. Ocorre que, em 05/01/2015, a mãe de Natália
encontrou, entre os bens da filha que ainda guardava, uma carta escrita por Bruno, ex-namorado de Natália, em
30/03/2014, em que ele afirmava que ela teria 24 horas para retomar o relacionamento amoroso ou deveria arcar com as
consequências. A referida carta foi encaminhada para a autoridade policial. Nesse caso,
a) nada poderá ser feito, pois o arquivamento do inquérito policial fez coisa julgada material.
b) a carta escrita por Bruno pode ser considerada prova nova e justificar o desarquivamento do inquérito pela autoridade
competente.
c) nada poderá ser feito, pois a carta escrita antes do arquivamento não pode ser
considerada prova nova.
d) pela falta de justa causa, o arquivamento poderia ter sido determinado diretamente pela autoridade policial,
independentemente de manifestação do Ministério Público ou do juiz.
(2013 – FGV – OAB - Exame de Ordem Unificado - X - Primeira Fase) Na cidade “A”, o Delegado de Polícia instaurou
inquérito policial para averiguar a possível ocorrência do delito de estelionato praticado por Márcio, tudo conforme
minuciosamente narrado na requisição do Ministério Público Estadual. Ao final da apuração, o Delegado de Polícia
enviou o inquérito devidamente relatado ao Promotor de Justiça. No entendimento do parquet, a conduta
praticada por Márcio, embora típica, estaria prescrita.
Nessa situação, o Promotor deverá
a) arquivar os autos.
b) oferecer denúncia.
c) determinar a baixa dos autos.
d) requerer o arquivamento.
(2013 – FGV – OAB - Exame de Ordem Unificado - X - Primeira Fase) Na cidade “A”, o Delegado de Polícia instaurou
inquérito policial para averiguar a possível ocorrência do delito de estelionato praticado por Márcio, tudo conforme
minuciosamente narrado na requisição do Ministério Público Estadual. Ao final da apuração, o Delegado de Polícia
enviou o inquérito devidamente relatado ao Promotor de Justiça. No entendimento do parquet, a conduta
praticada por Márcio, embora típica, estaria prescrita.
Nessa situação, o Promotor deverá
a) arquivar os autos.
b) oferecer denúncia.
c) determinar a baixa dos autos.
d) requerer o arquivamento.
Inquérito policial em crime de ação penal privada
Art. 19. Nos crimes em que não couber ação pública, os autos do inquérito serão
remetidos ao juízo competente, onde aguardarão a iniciativa do ofendido ou de seu
representante legal, ou serão entregues ao requerente, se o pedir, mediante traslado.
Inquérito policial é sigiloso (não secreto)
Art. 20. A autoridade assegurará no inquérito o sigilo necessário à elucidação do fato
ou exigido pelo interesse da sociedade.
Parágrafo único. Nos atestados de antecedentes que lhe forem solicitados, a
autoridade policial não poderá mencionar quaisquer anotações referentes a
instauração de inquérito contra os requerentes.
Incomunicabilidade do preso (não recepcionado pela cf/88)
Art. 21. A incomunicabilidade do indiciado dependerá sempre de despacho nos autos
e somente será permitida quando o interesse da sociedade ou a conveniência da
investigação o exigir.
Parágrafo único. A incomunicabilidade, que não excederá de três dias, será decretada
por despacho fundamentado do Juiz, a requerimento da autoridade policial, ou do
órgão do Ministério Público, respeitado, em qualquer hipótese, o disposto no artigo
89, inciso III, do Estatuto da Ordem dos Advogados do Brasil.
(Ver art. 5.º, LXII e LXIII, CF e art. 136, § 3º, CF).
Disposições finais
Art. 22. No Distrito Federal e nas comarcas em que houver mais de uma circunscrição
policial, a autoridade com exercício em uma delas poderá, nos inquéritos a que esteja
procedendo, ordenar diligências em circunscrição de outra, independentemente de
precatórias ou requisições, e bem assim providenciará, até que compareça a
autoridade competente, sobre qualquer fato que ocorra em sua presença, noutra
circunscrição.
Art. 23. Ao fazer a remessa dos autos do inquérito ao juiz competente, a autoridade
policial oficiará ao Instituto de Identificação e Estatística, ou repartiçãocongênere,
mencionando o juízo a que tiverem sido distribuídos, e os dados relativos à infração
penal e à pessoa do indiciado.
Quem deve presidir o IP?
LEI 12.830/2013: Essa Lei dispôs sobre a Investigação Criminal Conduzida pelo
Delegado de Polícia.
Disciplinou no art. 2º, §1º que o delegado de polícia é a autoridade policial e que lhe
cabe a condução da investigação criminal por meio do inquérito policial ou outro
procedimento previsto em Lei.
ADI 5043, com pedido de Liminar: - PGR: Segundo a PGR, o art. 2º, parágrafo §1º, da lei
induz a interpretação de que a condução de qualquer procedimento investigatório de
natureza criminal será atribuição exclusiva da autoridade policial. Essa norma
afrontaria o art. 129, VI, da CF (informações do site do STF)
ATRIBUIÇÃO PARA O INQUÉRITO POLICIAL:
Depende do Crime Praticado:
Crime Militar de Competência da Justiça Militar da União: - Forças Armadas: Oficial encarregado IPM
Crime Militar de Competência da Justiça Militar Estadual: PM-Bombeiros: Oficial encarregado IPM
Crime Eleitoral: Polícia Federal
Observação: O TSE, nas localidades em que não há Polícia Federal, permite que os crimes eleitorais
possam ser investigados pela Polícia Civil.
ATRIBUIÇÃO PARA O INQUÉRITO POLICIAL:
Crime Federal: Polícia Federal
Crime Comum de Competência da Justiça Estadual: Polícia Civil e Federal
Observação: A Polícia Federal investigará crime comum da Justiça Estadual, desde que tenha
repercussão interestadual ou internacional que exige repressão uniforme (Lei 10.446/2002).
Observação II: Não impede que os órgãos estaduais continuem investigando os delitos.
Termo circunstanciado
Procedimento investigatório de infrações de menor potencial ofensivo.
Infração de Menor Potencial Ofensivo: são as contravenções penais e crimes com pena
máxima não superior a dois anos, apenados ou não com multa. E sob enfoque
processual penal, são submetidos (ou não) a procedimento especial, ressalvadas às
hipóteses de violência doméstica e familiar contra a mulher.
• Aspectos adicionais:
1) Indiciamento: Hoje há a lei 12.830/2013, que no seu art. 2.º, § 6.º, diz: “O
indiciamento, privativo do delegado de polícia, dar-se-á por ato fundamentado,
mediante análise técnico-jurídica do fato, que deverá indicar a autoria, materialidade e
suas circunstâncias.”;
2) Vício do Inquérito contamina o Processo? Eventuais vícios constantes no Inquérito
Policial não contaminam de nulidade o processo a que der origem, salvo se tratando
de provas ilícitas;
3) A garantia da razoável duração do processo é aplicável ao processo judicial e ao
Inquérito Policial (HC 96.666, STJ);
• Aspectos adicionais:
4) Não podem ser indiciados: Membros do MP, Magistrados;
5) Os titulares de Foro por Prerrogativa de Função não podem ser investigados nem
indiciados sem previa autorização do Tribunal competente.
6) Em resumo, o IP tem natureza administrativa; é um procedimento escrito, de caráter
inquisitivo, dispensável e sigiloso.
(2015 – FGV – OAB - Exame de Ordem Unificado - XVIII - Primeira Fase) No dia 10 de maio de 2015, Maria, 25 anos,
foi vítima de um crime de estupro simples, mas, traumatizada, não mostrou interesse em dar início a qualquer
investigação penal ou ação penal em relação aos fatos. Os pais de Maria, porém, requerem a instauração de
inquérito policial para apurar autoria, entendendo que, após identificar o agente, Maria poderá decidir melhor
sobre o interesse na persecução penal. Foi proferido despacho indeferindo o requerimento de abertura de
inquérito. Considerando a situação narrada, assinale a afirmativa correta.
a) Do despacho que indefere o requerimento de abertura de inquérito policial não cabe qualquer recurso,
administrativo ou judicial.
b) Em que pese o interesse de Maria ser relevante para o início da ação penal, a instauração de inquérito policial
independe de sua representação.
c) Caso Maria manifeste interesse na instauração de inquérito policial após o indeferimento, ainda dentro do prazo
decadencial, o procedimento poderá ter início, independentemente do surgimento de novas provas.
d) Apesar de os pais de Maria não poderem requerer a instauração de inquérito policial, o Ministério Público pode
requisitar o início do procedimento na hipótese, tendo em vista a natureza pública da ação.
(2015 – FGV – OAB - Exame de Ordem Unificado - XVIII - Primeira Fase) No dia 10 de maio de 2015, Maria, 25 anos,
foi vítima de um crime de estupro simples, mas, traumatizada, não mostrou interesse em dar início a qualquer
investigação penal ou ação penal em relação aos fatos. Os pais de Maria, porém, requerem a instauração de
inquérito policial para apurar autoria, entendendo que, após identificar o agente, Maria poderá decidir melhor
sobre o interesse na persecução penal. Foi proferido despacho indeferindo o requerimento de abertura de
inquérito. Considerando a situação narrada, assinale a afirmativa correta.
a) Do despacho que indefere o requerimento de abertura de inquérito policial não cabe qualquer recurso,
administrativo ou judicial.
b) Em que pese o interesse de Maria ser relevante para o início da ação penal, a instauração de inquérito policial
independe de sua representação.
c) Caso Maria manifeste interesse na instauração de inquérito policial após o indeferimento, ainda dentro do prazo
decadencial, o procedimento poderá ter início, independentemente do surgimento de novas provas.
d) Apesar de os pais de Maria não poderem requerer a instauração de inquérito policial, o Ministério Público pode
requisitar o início do procedimento na hipótese, tendo em vista a natureza pública da ação.
(2015 – FGV – OAB - Exame de Ordem Unificado - XVI - Primeira Fase) O inquérito policial pode ser definido como
um procedimento investigatório prévio, cuja principal finalidade é a obtenção de indícios para que o titular da ação
penal possa propô-la contra o suposto autor da infração penal.
Sobre o tema, assinale a afirmativa correta.
a) A exigência de indícios de autoria e materialidade para oferecimento de denúncia torna o inquérito policial um
procedimento indispensável.
b) O despacho que indeferir o requerimento de abertura de inquérito policial é irrecorrível.
c) O inquérito policial é inquisitivo, logo o defensor não poderá ter acesso aos elementos informativos que nele
constem, ainda que já documentados.
d) A autoridade policial, ainda que convencida da inexistência do crime, não poderá mandar arquivar os autos do
inquérito já instaurado.
(2015 – FGV – OAB - Exame de Ordem Unificado - XVI - Primeira Fase) O inquérito policial pode ser definido como
um procedimento investigatório prévio, cuja principal finalidade é a obtenção de indícios para que o titular da ação
penal possa propô-la contra o suposto autor da infração penal.
Sobre o tema, assinale a afirmativa correta.
a) A exigência de indícios de autoria e materialidade para oferecimento de denúncia torna o inquérito policial um
procedimento indispensável.
b) O despacho que indeferir o requerimento de abertura de inquérito policial é irrecorrível.
c) O inquérito policial é inquisitivo, logo o defensor não poderá ter acesso aos elementos informativos que nele
constem, ainda que já documentados.
d) A autoridade policial, ainda que convencida da inexistência do crime, não poderá mandar arquivar os autos do
inquérito já instaurado.
(2011 – FGV – OAB - Exame de Ordem Unificado - V - Primeira Fase) Tendo em vista o enunciado da
súmula vinculante n. 14 do Supremo Tribunal Federal, quanto ao sigilo do inquérito policial, é correto
afirmar que a autoridade policial poderá negar ao advogado
a) a vista dos autos, sempre que entender pertinente.
b) a vista dos autos, somente quando o suspeito tiver sido indiciado formalmente.
c) do indiciado que esteja atuando com procuração o acesso aos depoimentos prestados pelas vítimas,
se entenderpertinente.
d) o acesso aos elementos de prova que ainda não tenham sido documentados no procedimento
investigatório.
(2011 – FGV – OAB - Exame de Ordem Unificado - V - Primeira Fase) Tendo em vista o enunciado da
súmula vinculante n. 14 do Supremo Tribunal Federal, quanto ao sigilo do inquérito policial, é correto
afirmar que a autoridade policial poderá negar ao advogado
a) a vista dos autos, sempre que entender pertinente.
b) a vista dos autos, somente quando o suspeito tiver sido indiciado formalmente.
c) do indiciado que esteja atuando com procuração o acesso aos depoimentos prestados pelas vítimas,
se entender pertinente.
d) o acesso aos elementos de prova que ainda não tenham sido documentados no procedimento
investigatório.
(2011 – FGV – OAB - Exame de Ordem Unificado - IV - Primeira Fase) Acerca das disposições
contidas na Lei Processual sobre o Inquérito Policial, assinale a alternativa correta.
a) Nos crimes de ação privada, a autoridade policial poderá proceder a inquérito a
requerimento de qualquer pessoa do povo que tiver conhecimento da existência de infração
penal.
b) Do despacho que indeferir o requerimento de abertura de inquérito caberá recurso para o
tribunal competente.
c) Para verificar a possibilidade de haver a infração sido praticada de determinado modo, a
autoridade policial poderá proceder à reprodução simulada dos fatos, desde que esta não
contrarie a moralidade ou a ordem pública.
d) A autoridade policial poderá mandar arquivar autos de inquérito.
(2011 – FGV – OAB - Exame de Ordem Unificado - IV - Primeira Fase) Acerca das disposições
contidas na Lei Processual sobre o Inquérito Policial, assinale a alternativa correta.
a) Nos crimes de ação privada, a autoridade policial poderá proceder a inquérito a
requerimento de qualquer pessoa do povo que tiver conhecimento da existência de infração
penal.
b) Do despacho que indeferir o requerimento de abertura de inquérito caberá recurso para o
tribunal competente.
c) Para verificar a possibilidade de haver a infração sido praticada de determinado modo, a
autoridade policial poderá proceder à reprodução simulada dos fatos, desde que esta não
contrarie a moralidade ou a ordem pública.
d) A autoridade policial poderá mandar arquivar autos de inquérito.
(2012 – FGV – OAB - Exame de Ordem Unificado - VI - Primeira Fase – Reaplicação) No tocante ao
inquérito policial, é correto afirmar que
a) por ser um procedimento investigatório que visa reunir provas da existência (materialidade) e autoria
de uma infração penal, sua instauração é indispensável.
b) pode ser arquivado por determinação da Autoridade Policial se, depois de instaurado, inexistirem
provas suficientes da autoria e materialidade do crime em apuração.
c) para qualquer modalidade criminosa, deverá terminar no prazo de 10 (dez) dias se o indiciado tiver
sido preso em flagrante ou estiver preso preventivamente, ou no prazo de 30 (trinta) dias, quando
estiver solto.
d) tem valor probatório relativo, mesmo porque os elementos de informação, no inquérito policial, não
são colhidos sob a égide do contraditório e ampla defesa, nem na presença do magistrado.
(2012 – FGV – OAB - Exame de Ordem Unificado - VI - Primeira Fase – Reaplicação) No tocante ao
inquérito policial, é correto afirmar que
a) por ser um procedimento investigatório que visa reunir provas da existência (materialidade) e autoria
de uma infração penal, sua instauração é indispensável.
b) pode ser arquivado por determinação da Autoridade Policial se, depois de instaurado, inexistirem
provas suficientes da autoria e materialidade do crime em apuração.
c) para qualquer modalidade criminosa, deverá terminar no prazo de 10 (dez) dias se o indiciado tiver
sido preso em flagrante ou estiver preso preventivamente, ou no prazo de 30 (trinta) dias, quando
estiver solto.
d) tem valor probatório relativo, mesmo porque os elementos de informação, no inquérito policial, não
são colhidos sob a égide do contraditório e ampla defesa, nem na presença do magistrado.
Continuação do Tema – Inquérito Policial
Mesmo PDF da aula anterior
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Prof. Guilherme Rittel
Direito
Ação Penal
Processual
Penal
Características
a) Autônoma: Surge com a ocorrência da infração penal;
b) Abstrata: independe do resultado;
c) Subjetiva: o titular do direito é especificado na própria legislação. Via
de Regra é o MP, e excepcionalmente a própria vítima ou seu
representante legal;
d) Pública: a atividade provocada é de natureza pública;
e) Instrumental: é o meio para se alcançar a efetividade do direito
material.
Condições da ação
a) Possibilidade Jurídica do Pedido: o pedido formulado deve ter amparo no
ordenamento jurídico Ex. denúncia contra menor de 18 anos não tem possibilidade
jurídica;
b) Interesse de Agir: Necessidade, Adequação e Utilidade do Processo
c) Legitimidade para Agir:
Polo Ativo: Na ação penal pública é o MP/ Na ação penal privada é o ofendido ou seu
representante legal
Polo Passivo: provável autor do fato, com mais de 18 anos.
Condições da ação
d) Justa Causa: É o lastro probatório mínimo sobre a materialidade e autoria do delito,
indispensável para a existência do processo penal.
A ausência de justa causa pode levar ao trancamento da ação penal, por meio de
Habeas Corpus.
Observação: No caso de Drogas, é indispensável, no momento do ajuizamento da ação
penal, o laudo preliminar de constatação da natureza da droga; Igualmente, laudo
pericial nos crimes contra a propriedade imaterial.
Art. 395, CPP. A denúncia ou queixa será rejeitada quando:
I - for manifestamente inepta;
II - faltar pressuposto processual ou condição para o exercício da ação penal; ou
III - faltar justa causa para o exercício da ação penal.
Parágrafo único. (Revogado).
Exemplos específicos para comprovar justa causa
CRIMES CONTRA A PROPRIEDADE IMATERIAL
Art. 525, CPP. No caso de haver o crime deixado vestígio, a queixa ou a denúncia não
será recebida se não for instruída com o exame pericial dos objetos que constituam o
corpo de delito.
LEI DE DROGAS
Art. 50, § 1º, Lei 11.343/2006. Para efeito da lavratura do auto de prisão em flagrante
e estabelecimento da materialidade do delito, é suficiente o laudo de constatação da
natureza e quantidade da droga, firmado por perito oficial ou, na falta deste, por
pessoa idônea.
REQUISITOS PARA “PETIÇÃO INICIAL”
a) Exposição do Fato Criminoso, com todas as suas circunstâncias;
b) Qualificação do Acusado;
c) Classificação jurídica: é a tipificação penal que o acusado está incurso;
d) Rol de testemunhas:
Rito Comum Ordinário: 08 testemunhas, por fato;
Rito Comum Sumário: 05 testemunhas, por fato;
Rito Comum Sumaríssimo: 03 testemunhas, por fato;
e) Escrita no Vernáculo;
f) Deve contar a assinatura;
g) Procuração com Poderes Especiais: somente no caso de Queixa-Crime.
- a menção ao fato criminoso é para livrar o advogadode eventual processo
indenizatório.
- a jurisprudência aceita a assinatura da parte na peça, ao invés de procuração com
poderes especiais.
Art. 41. A denúncia ou queixa conterá a exposição do fato criminoso, com todas as
suas circunstâncias, a qualificação do acusado ou esclarecimentos pelos quais se possa
identificá-lo, a classificação do crime e, quando necessário, o rol das testemunhas.
Art. 44. A queixa poderá ser dada por procurador com poderes especiais, devendo
constar do instrumento do mandato o nome do querelante (querelado) e a menção do
fato criminoso, salvo quando tais esclarecimentos dependerem de diligências que
devem ser previamente requeridas no juízo criminal.
CLASSIFICAÇÃO DAS AÇÕES PENAIS (de acordo com a titularidade da ação penal)
a) AÇÃO PENAL DE INICIATIVA PÚBLICA
INCONDICIONADA: é a regra, o MP não depende de qualquer autorização ou manifestação da vítima;
CONDICIONADA: depende de uma condição específica (condição de procedibilidade), que pode ser: 1) 
Representação da vítima ou seu representante legal; 2) Requisição do Ministro da Justiça.
Porém, mesmo na condicionada, cabe exclusivamente ao MP o juízo de propositura da ação penal.
b) AÇÃO PENAL DE INICIATIVA PRIVADA
Art. 24. Nos crimes de ação pública, esta será promovida por denúncia do Ministério
Público, mas dependerá, quando a lei o exigir, de requisição do Ministro da Justiça, ou
de representação do ofendido ou de quem tiver qualidade para representá-lo.
§ 1º No caso de morte do ofendido ou quando declarado ausente por decisão judicial,
o direito de representação passará ao cônjuge, ascendente, descendente ou irmão.
§ 2º Seja qual for o crime, quando praticado em detrimento do patrimônio ou
interesse da União, Estado e Município, a ação penal será pública.
Art. 30. Ao ofendido ou a quem tenha qualidade para representá-lo caberá
intentar a ação privada.
Princípios da ação penal de iniciativa pública
a) PRINCÍPIO DA INÉRCIA DA JURISDIÇÃO: ao juiz não é dado iniciar um processo
penal de ofício. Ele precisa ser provocado.
Não temos mais o processo JUDICIALIFORME, em que o processo era iniciado através
de uma portaria do juiz ou do próprio delegado (art. 26 CPP).
Art. 129 CF. São funções institucionais do Ministério Público:
I - promover, privativamente, a ação penal pública, na forma da lei;
Art. 26 CPP. A ação penal, nas contravenções, será iniciada com o auto de prisão em
flagrante ou por meio de portaria expedida pela autoridade judiciária ou policial.
b) PRINCÍPIO DA OBRIGATORIEDADE / LEGALIDADE: presentes as condições da ação, o MP está 
obrigado a oferecer a denúncia (art. 24 CPP).
O oferecimento da denúncia pelo MP é atividade vinculada.
Art. 24. Nos crimes de ação pública, esta será promovida por denúncia do Ministério Público, mas 
dependerá, quando a lei o exigir, de requisição do Ministro da Justiça, ou de representação do ofendido 
ou de quem tiver qualidade para representá-lo.
§ 1º No caso de morte do ofendido ou quando declarado ausente por decisão judicial, o direito de 
representação passará ao cônjuge, ascendente,
descendente ou irmão. 
§ 2º Seja qual for o crime, quando praticado em detrimento do patrimônio ou interesse da União, 
Estado e Município, a ação penal será pública.
1) Transação Penal (art. 76 da Lei 9.099/95).
Art. 76. Havendo representação ou tratando-se de crime de ação penal pública incondicionada, não
sendo caso de arquivamento, o Ministério Público poderá propor a aplicação imediata de pena restritiva
de direitos ou multas, a ser especificada na proposta.
2) Colaboração/Delação Premiada (art. 4º da Lei 12.850/2013)
Art. 4º O juiz poderá, a requerimento das partes, conceder o perdão judicial, reduzir em até 2/3 (dois
terços) a pena privativa de liberdade ou substituí-la por restritiva de direitos daquele que tenha
colaborado efetiva e voluntariamente com a investigação e com o processo criminal, desde que dessa
colaboração advenha um ou mais dos seguintes resultados:
[...]
§ 4º Nas mesmas hipóteses do caput, o Ministério Público poderá deixar de oferecer denúncia se o
colaborador:
I - não for o líder da organização criminosa;
II - for o primeiro a prestar efetiva colaboração nos termos deste artigo.
Exceções à obrigatoriedade
c) PRINCÍPIO DA INDISPONIBILIDADE: significa que o MP não pode desistir da ação
penal pública e nem do recurso que haja interposto.
O MP até pode pedir a absolvição, mas não pode desistir do processo. Igualmente, não
está o obrigado a interpor o recurso, mas se o fez, não poderá dele desistir.
Art. 42. O Ministério Público não poderá desistir da ação penal.
Art. 576. O Ministério Público não poderá desistir de recurso que haja interposto.
Exceção à indisponibilidade: Suspensão Condicional do Processo (art. 89
da Lei 9.099/95)
Art. 89. Nos crimes em que a pena mínima cominada for igual ou inferior a
um ano, abrangidas ou não por esta Lei, o Ministério Público, ao oferecer a
denúncia, poderá propor a suspensão do processo, por dois a quatro anos,
desde que o acusado não esteja sendo processado ou não tenha sido
condenado por outro crime, presentes os demais requisitos que
autorizariam a suspensão condicional da pena (art. 77 do Código Penal).
STF Súmula nº 696: Reunidos os pressupostos legais permissivos da
suspensão condicional do processo, mas se recusando o Promotor de
Justiça a propô-la, o Juiz, dissentindo, remeterá a questão ao Procurador-
Geral, aplicando-se por analogia o art. 28 do Código de Processo Penal.
(2013 – FGV – OAB - Exame de Ordem Unificado - X - Primeira Fase) Um
professor na aula de Processo Penal esclarece a um aluno que o Ministério
Público, após ingressar com a ação penal, não poderá desistir dela,
conforme expressa previsão do Art. 42 do CPP. O professor estava
explicando ao aluno o princípio da
a) indivisibilidade.
b) obrigatoriedade.
c) indisponibilidade.
d) intranscedência.
(2013 – FGV – OAB - Exame de Ordem Unificado - X - Primeira Fase) Um
professor na aula de Processo Penal esclarece a um aluno que o Ministério
Público, após ingressar com a ação penal, não poderá desistir dela,
conforme expressa previsão do Art. 42 do CPP. O professor estava
explicando ao aluno o princípio da
a) indivisibilidade.
b) obrigatoriedade.
c) indisponibilidade.
d) intranscedência.
d) PRINCÍPIO DA DIVISIBILIDADE: O MP pode denunciar alguns corréus
e prosseguir as investigações em relação ao outro.
STJ, RESP 388473: “Não há nulidade no oferecimento da denúncia contra
determinados agentes do crime, desmembrando-se o processo em relação
ao suposto co-autor, a fim de se coligir elementos probatórios hábeis à sua
denunciação”.
e) PRINCÍPIO DA INTRANSCENDÊNCIA: A ação penal deve ser proposta
apenas contra quem se imputa a prática da infração.
• É a titularizada pelo Ministério Público, sendo a regra em nosso ordenamento 
jurídico!
• Neste tipo de ação, não é necessária a manifestação da vítima, seu representante 
legal ou até de terceiros.
• Exemplos: arts. 121, 155, 157, 180 etc. do CP; crimes previstos no ECA, Estatuto do 
Idoso, na Lei de Falências etc.
• DICA: Sempre que no tipo penal ou no capítulo/título em que ele estiver inserido, 
não houver menção nenhuma à representação, requisição ou queixa-crime, significa 
que a ação penal é incondicionada!
Ação penal de iniciativa pública incondicionada
Se o MP permanecer inerte?
Art. 27. Qualquer pessoa do povo poderá provocar a iniciativa do Ministério Público, nos casos em que
caiba a ação pública, fornecendo-lhe, por escrito, informações sobre o fato e a autoria e indicando o
tempo, o lugar e os elementos de convicção.
Se o MP pede o arquivamento e o juiz não concorda?
Art. 28. Se o órgão do Ministério Público, ao invés de apresentar a denúncia, requerer o arquivamento
do inquérito policial ou de quaisquer peçasde informação, o juiz, no caso de considerar improcedentes
as razões invocadas, fará remessa do inquérito ou peças de informação ao procurador-geral, e este
oferecerá a denúncia, designará outro órgão
do Ministério Público para oferecê-la, ou insistirá no pedido de arquivamento,
ao qual só então estará o juiz obrigado a atender.
Se o MP não oferece a denúncia por achar que necessita de maiores esclaredimentos?
Art. 47. Se o Ministério Público julgar necessários maiores esclarecimentos e
documentos complementares ou novos elementos de convicção, deverá requisitá-los,
diretamente, de quaisquer autoridades ou funcionários que devam ou possam fornecê-
los.
Também é titularizada pelo Ministério Público. Porém, depende de:
1) REPRESENTAÇÃO da vítima ou de seu REPRESENTANTE LEGAL;
2) REQUISIÇÃO do Ministro da Justiça.
Obs.: A representação ou a requisição do Ministro da Justiça não vinculam o MP.
• REPRESENTAÇÃO: É uma condição de procedibilidade para que se possa iniciar a
persecução criminal;
• É a manifestação de vontade da vítima ou de seu representante legal no sentido de
que tem interesse na persecução criminal.
• Não há rigor formal: pode ser apresentada verbalmente ou por escrito.
O importante é que a vítima revele o interesse claro e inequívoco
de ver processado o autor do fato.
Ação penal de iniciativa pública condicionada a representação
DESTINATÁRIO E REQUISITOS DA REPRESENTAÇÃO: Autoridade Policial, MP, Juiz.
Art. 39. O direito de representação poderá ser exercido, pessoalmente ou por
procurador com poderes especiais, mediante declaração, escrita ou oral, feita ao juiz,
ao órgão do Ministério Público, ou à autoridade policial.
§ 1º A representação feita oralmente ou por escrito, sem assinatura devidamente
autenticada do ofendido, de seu representante legal ou procurador, será reduzida a
termo, perante o juiz ou autoridade policial, presente o órgão do Ministério Público,
quando a
este houver sido dirigida.
[...]
§ 2º A representação conterá todas as informações que possam servir à apuração do
fato e da autoria. (ATENÇÃO: Não se tem exigido rigor formal!!)
§ 3º Oferecida ou reduzida a termo a representação, a autoridade policial procederá a
inquérito, ou, não sendo competente, remetê-lo-á à autoridade que o for.
§ 4º A representação, quando feita ao juiz ou perante este reduzida a termo, será
remetida à autoridade policial para que esta proceda a inquérito.
§ 5º O órgão do Ministério Público dispensará o inquérito, se com a representação
forem oferecidos elementos que o habilitem a promover a ação penal, e, neste caso,
oferecerá a denúncia no prazo de quinze dias.
PRAZO: 6 meses (e não 180 dias), do conhecimento da autoria da infração penal.
• Prazo Decadencial (não se interrompe ou suspende)
• Prazo de Natureza Penal: inclui-se o dia do início e exclui-se o dia do término (art.
10, CP).
• Ex: 11/01/2017 – 10/07/2017
LEGITIMIDADE:
a) Pessoa com mais de 18 anos;
Art. 34. Se o ofendido for menor de 21 (vinte e um) e maior de 18 (dezoito) anos, o
direito de queixa poderá ser exercido por ele ou por seu representante legal. (revogado
tacitamente pelo CC/2002);
LEGITIMIDADE:
b) Representante Legal (qualquer pessoa que seja responsável pela criança ou
adolescente). Se houver colidência de interesses, deve ser nomeado curador especial;
Art. 33. Se o ofendido for menor de 18 (dezoito) anos, ou mentalmente enfermo, ou
retardado mental, e não tiver representante legal, ou colidirem os interesses deste com
os daquele, o direito de queixa poderá ser exercido por curador especial, nomeado, de
ofício ou a requerimento do Ministério Público, pelo juiz
competente para o processo penal.
LEGITIMIDADE:
c) C.A.D.I: no caso de morte da vítima ou ausência.
Art. 24, § 1º No caso de morte do ofendido ou quando declarado ausente por decisão
judicial, o direito de representação passará ao cônjuge, ascendente, descendente ou
irmão.
RETRATAÇÃO: enquanto não oferecida a denúncia, a vítima pode retratar-se da
representação.
Art. 25. A representação será irretratável, depois de oferecida a denúncia.
Atenção: Lei Maria da Penha (Lei 11.343/2006)
Art. 16. Nas ações penais públicas condicionadas à representação da ofendida de que
trata esta Lei, só será admitida a renúncia à
representação perante o juiz, em audiência especialmente designada
com tal finalidade, antes do recebimento da denúncia e ouvido o
Ministério Público.
STJ, Súmula 542: A ação penal relativa ao crime de lesão corporal resultante de
violência doméstica contra a mulher é pública incondicionada.
STJ, Súmula 600: Para a configuração da violência doméstica e familiar prevista no
artigo 5º da Lei n. 11.340/2006 (Lei Maria da Penha) não se exige a coabitação entre
autor e vítima.
Lei Maria da Penha (Lei 11.343/2006)
(2018 - FGV - OAB Exame de Ordem Unificado - XXV - Primeira Fase) Bruna compareceu à Delegacia e narrou que foi vítima de um
crime de ameaça, delito este de ação penal pública condicionada à representação, que teria sido praticado por seu marido Rui, em
situação de violência doméstica e familiar contra a mulher. Disse, ainda, ter interesse que seu marido fosse responsabilizado
criminalmente por seu comportamento. O procedimento foi encaminhado ao Ministério Público, que ofereceu denúncia em face
de Rui pela prática do crime de ameaça (Art. 147 do Código Penal, nos termos da Lei nº 11.340/06). Bruna, porém, comparece à
Delegacia, antes do recebimento da denúncia, e afirma não mais ter interesse na responsabilização penal de seu marido, com
quem continua convivendo. Posteriormente, Bruna e Rui procuram o advogado da família e informam sobre o novo
comparecimento de Bruna à Delegacia. Considerando as informações narradas, o advogado deverá esclarecer que
a) a retratação de Bruna, perante a autoridade policial, até o momento, é irrelevante e não poderá ser buscada proposta de
suspensão condicional do processo.
b) a retratação de Bruna, perante a autoridade policial, até o momento, é válida e suficiente para impedir o recebimento da
denúncia.
c) não cabe retratação do direito de representação após o oferecimento da denúncia; logo, a retratação foi inválida.
d) não cabe retratação do direito de representação nos crimes praticados no âmbito de violência doméstica e familiar contra a
mulher, e nem poderá ser buscada proposta de transação penal.
(2018 - FGV - OAB Exame de Ordem Unificado - XXV - Primeira Fase) Bruna compareceu à Delegacia e narrou que foi vítima de um
crime de ameaça, delito este de ação penal pública condicionada à representação, que teria sido praticado por seu marido Rui, em
situação de violência doméstica e familiar contra a mulher. Disse, ainda, ter interesse que seu marido fosse responsabilizado
criminalmente por seu comportamento. O procedimento foi encaminhado ao Ministério Público, que ofereceu denúncia em face
de Rui pela prática do crime de ameaça (Art. 147 do Código Penal, nos termos da Lei nº 11.340/06). Bruna, porém, comparece à
Delegacia, antes do recebimento da denúncia, e afirma não mais ter interesse na responsabilização penal de seu marido, com
quem continua convivendo. Posteriormente, Bruna e Rui procuram o advogado da família e informam sobre o novo
comparecimento de Bruna à Delegacia. Considerando as informações narradas, o advogado deverá esclarecer que
a) a retratação de Bruna, perante a autoridade policial, até o momento, é irrelevante e não poderá ser buscada proposta de
suspensão condicional do processo.
b) a retratação de Bruna, perante a autoridade policial, até o momento, é válida e suficiente para impedir o recebimento da
denúncia.
c) não cabe retratação do direito de representação após o oferecimento da denúncia; logo, a retratação foi inválida.
d) não cabe retratação do direito de representação nos crimes praticados no âmbito de violência domésticae familiar contra a
mulher, e nem poderá ser buscada proposta de transação penal.
(2017 – FGV – OAB - Exame de Ordem Unificado - XXIII - Primeira Fase) No dia 31 de dezembro de 2015, Leandro encontra, em
uma boate, Luciana, com quem mantivera uma relação íntima de afeto, na companhia de duas amigas, Carla e Regina. Já alterado
em razão da ingestão de bebida alcoólica, Leandro, com ciúmes de Luciana, inicia com esta uma discussão e desfere socos em sua
face. Carla e Regina vêm em defesa da amiga, mas, descontrolado, Leandro também agride as amigas, causando lesões corporais
leves nas três. Diante da confusão, Leandro e Luciana são encaminhados a uma delegacia, enquanto as demais vítimas decidem ir
para suas casas. Após exame de corpo de delito confirmando as lesões leves, Luciana é ouvida e afirma expressamente que não
tem interesse em ver Leandro responsabilizado criminalmente. Em relação às demais lesadas, não tiveram interesse em ser
ouvidas em momento algum das investigações, mas as testemunhas confirmaram as agressões. Diante disso, o Ministério Público,
em 05 de julho de 2016, oferece denúncia em face de Leandro, imputando-lhe a prática de três crimes de lesão corporal leve.
Considerando apenas as informações narradas, o(a) advogado(a) de Leandro
a) não poderá buscar a rejeição da denúncia em relação a nenhum dos três crimes.
b) poderá buscar a rejeição da denúncia em relação ao crime praticado contra Luciana, mas não quanto aos delitos praticados
contra Carla e Regina.
c) poderá buscar a rejeição da denúncia em relação aos três crimes.
d) não poderá buscar a rejeição da denúncia em relação ao crime praticado contra Luciana, mas poderá pleitear a imediata
rejeição quanto aos delitos praticados contra Carla e Regina.
(2017 – FGV – OAB - Exame de Ordem Unificado - XXIII - Primeira Fase) No dia 31 de dezembro de 2015, Leandro encontra, em
uma boate, Luciana, com quem mantivera uma relação íntima de afeto, na companhia de duas amigas, Carla e Regina. Já alterado
em razão da ingestão de bebida alcoólica, Leandro, com ciúmes de Luciana, inicia com esta uma discussão e desfere socos em sua
face. Carla e Regina vêm em defesa da amiga, mas, descontrolado, Leandro também agride as amigas, causando lesões corporais
leves nas três. Diante da confusão, Leandro e Luciana são encaminhados a uma delegacia, enquanto as demais vítimas decidem ir
para suas casas. Após exame de corpo de delito confirmando as lesões leves, Luciana é ouvida e afirma expressamente que não
tem interesse em ver Leandro responsabilizado criminalmente. Em relação às demais lesadas, não tiveram interesse em ser
ouvidas em momento algum das investigações, mas as testemunhas confirmaram as agressões. Diante disso, o Ministério Público,
em 05 de julho de 2016, oferece denúncia em face de Leandro, imputando-lhe a prática de três crimes de lesão corporal leve.
Considerando apenas as informações narradas, o(a) advogado(a) de Leandro
a) não poderá buscar a rejeição da denúncia em relação a nenhum dos três crimes.
b) poderá buscar a rejeição da denúncia em relação ao crime praticado contra Luciana, mas não quanto aos delitos praticados
contra Carla e Regina.
c) poderá buscar a rejeição da denúncia em relação aos três crimes.
d) não poderá buscar a rejeição da denúncia em relação ao crime praticado contra Luciana, mas poderá pleitear a imediata
rejeição quanto aos delitos praticados contra Carla e Regina.
Ação penal de iniciativa pública condicionada a requisição do 
ministro da justiça 
REQUISIÇÃO: Trata-se de ato de conveniência política, a cargo do Ministro da Justiça,
autorizando a persecução criminal das infrações que a exigem (TAVORA, Nestor;
ALENCAR, Rosmar R.Curso de Direito Processual Penal. 7 ed. Salvador: JusPodvim,
2012, p. 209)
- É uma condição de procedibilidade.
Exs.: Art. 7º, § 3º, alínea b; Art. 9º, parágrafo único, alínea b;
Art. 145, parágrafo único (Crimes contra a honra do Presidente da República ou Chefe
de Governo Estrangeiro), todos do Código Penal.
DESTINATÁRIO: Ministério Público (Procurador Geral da República).
PRAZO: A requisição não tem prazo decadencial, mas o delito fica sujeito a prazo
prescricional.
RETRATAÇÃO: prevalece o entendimento de que não é cabível. (polêmica)
Prazo da ação penal
• Acusado preso: 5 dias
• Acusado solto: 15 dias.
Art. 46. O prazo para oferecimento da denúncia, estando o réu preso, será de 5 dias, contado da data em que o
órgão do Ministério Público receber os autos do inquérito policial, e de 15 dias, se o réu estiver solto ou afiançado.
No último caso, se houver devolução do inquérito à autoridade policial (art. 16), contar-se-á o prazo da data em que
o órgão do Ministério Público receber novamente os autos.
§ 1º Quando o Ministério Público dispensar o inquérito policial, o prazo para o oferecimento da denúncia contar-se-
á da data em que tiver recebido as peças de informações ou a representação
§ 2º O prazo para o aditamento da queixa será de 3 dias, contado da data em que o órgão do Ministério Público
receber os autos, e, se este não se pronunciar dentro do tríduo, entender-se-á que não tem o que aditar,
prosseguindo-se nos demais termos do processo.
Ação penal de iniciativa privada subsidiária da pública
Tem previsão constitucional, no art. 5º, LIX, da CF/88: “será admitida ação privada nos
crimes de ação pública, se esta não for intentada no prazo legal”
Só tem cabimento diante da INÉRCIA DO MP, nos crimes em que tenham VÍTIMA
DETERMINADA.
REQUISITOS:
- Inércia do MP
- Vítima Determinada
Ação penal de iniciativa privada subsidiária da pública
Não há que se falar em decadência, renúncia, perdão ou perempção, pois a ação
penal é pública.
Art. 29. Será admitida ação privada nos crimes de ação pública, se esta não for
intentada no prazo legal, cabendo ao Ministério Público aditar a queixa, repudiá-la e
oferecer denúncia substitutiva, intervir em todos os termos do processo, fornecer
elementos de prova, interpor recurso e, a todo tempo, no caso de negligência do
querelante, retomar a ação como parte principal.
Prazo: 6 meses, contado do dia em que se esgotar o prazo para o oferecimento da
denúncia (art. 38, parágrafo único).
(2015 – FGV – OAB - Exame de Ordem Unificado - XVII - Primeira Fase) Carlos foi indiciado pela prática
de um crime de lesão corporal grave, que teria como vítima Jorge. Após o prazo de 30 dias, a autoridade
policial elaborou relatório conclusivo e encaminhou o procedimento para o Ministério Público. O
promotor com atribuição concluiu que não existiam indícios de autoria e materialidade, razão pela qual
requereu o arquivamento. Inconformado com a manifestação, Jorge contratou advogado e propôs ação
penal privada subsidiária da pública. Nesse caso, é correto afirmar que
a) caso a queixa seja recebida, o Ministério Público não poderá aditá-la ou interpor recurso no curso do
processo.
b) caso a queixa seja recebida, havendo negligência do querelante, deverá ser reconhecida a
perempção.
c) a queixa proposta deve ser rejeitada pelo magistrado, pois não houve inércia do Ministério Público.
d) a queixa proposta deve ser rejeitada pelo magistrado, tendo em vista que o instituto da ação penal
privada subsidiária da pública não foi recepcionado pela Constituição Federal.
(2015 – FGV – OAB - Exame de Ordem Unificado - XVII - Primeira Fase) Carlos foi indiciado pela prática
de um crime de lesão corporal grave, que teria como vítima Jorge. Após o prazo de 30 dias, a autoridade
policial elaborou relatório conclusivo e encaminhou o procedimento para o Ministério Público. O
promotor com atribuição concluiu que não existiam indícios de autoria e materialidade, razão pela qual
requereu o arquivamento. Inconformado com a manifestação, Jorge contratou advogado e propôs ação
penal privada subsidiária da pública. Nesse caso, é correto afirmar que
a) caso a queixa seja recebida,o Ministério Público não poderá aditá-la ou interpor recurso no curso do
processo.
b) caso a queixa seja recebida, havendo negligência do querelante, deverá ser reconhecida a
perempção.
c) a queixa proposta deve ser rejeitada pelo magistrado, pois não houve inércia do Ministério Público.
d) a queixa proposta deve ser rejeitada pelo magistrado, tendo em vista que o instituto da ação penal
privada subsidiária da pública não foi recepcionado pela Constituição Federal.
(2012 – FGV – OAB - Exame de Ordem Unificado - VI - Primeira Fase) Tício está sendo investigado pela
prática do delito de roubo simples, tipificado no artigo 157, caput, do Código Penal. Concluída a
investigação, o Delegado Titular da 41ª Delegacia Policial envia os autos ao Ministério Público, a fim de
que este tome as providências que entender cabíveis. O Parquet, após a análise dos autos, decide pelo
arquivamento do feito, por faltas de provas de autoria. A vítima ingressou em juízo com uma ação penal
privada subsidiária da pública, que foi rejeitada pelo juiz da causa, que, no caso acima, agiu
a) erroneamente, tendo em vista a Lei Processual admite a ação privada nos crimes de ação pública
quando esta não for intentada.
b) corretamente, pois a vítima não tem legitimidade para ajuizar ação penal privada subsidiária da
pública.
c) corretamente, já que a Lei Processual não admite a ação penal privada subsidiária da pública nos
casos em que o Ministério Público não se mantém inerte.
d) erroneamente, já que a Lei Processual admite, implicitamente, a ação penal
privada subsidiária da pública.
(2012 – FGV – OAB - Exame de Ordem Unificado - VI - Primeira Fase) Tício está sendo investigado pela
prática do delito de roubo simples, tipificado no artigo 157, caput, do Código Penal. Concluída a
investigação, o Delegado Titular da 41ª Delegacia Policial envia os autos ao Ministério Público, a fim de
que este tome as providências que entender cabíveis. O Parquet, após a análise dos autos, decide pelo
arquivamento do feito, por faltas de provas de autoria. A vítima ingressou em juízo com uma ação penal
privada subsidiária da pública, que foi rejeitada pelo juiz da causa, que, no caso acima, agiu
a) erroneamente, tendo em vista a Lei Processual admite a ação privada nos crimes de ação pública
quando esta não for intentada.
b) corretamente, pois a vítima não tem legitimidade para ajuizar ação penal privada subsidiária da
pública.
c) corretamente, já que a Lei Processual não admite a ação penal privada subsidiária da pública nos
casos em que o Ministério Público não se mantém inerte.
d) erroneamente, já que a Lei Processual admite, implicitamente, a ação penal
privada subsidiária da pública.
Ação penal de iniciativa privada
Querelante: autor
Querelado: réu
Queixa-crime: petição inicial acusatória
Art. 30. Ao ofendido ou a quem tenha qualidade para representá-lo caberá intentar a ação privada.
Art. 45. A queixa, ainda quando a ação penal for privativa do ofendido, poderá ser aditada pelo
Ministério Público, a quem caberá intervir em todos os termos subseqüentes do processo.
Art. 46. § 2º O prazo para o aditamento da queixa será de 3 dias, contado da data em que o órgão do
Ministério Público receber os autos, e, se este não se pronunciar dentro do tríduo, entender-se-á que não
tem o que aditar, prosseguindo-se nos demais termos do processo.
Princípios da ação penal de iniciativa privada
a) PRINCÍPIO DA INÉRCIA DA JURISDIÇÃO: ao juiz não é dado iniciar um processo
penal de ofício. Ele precisa ser provocado.
b) PRINCÍPIO DA CONVENIÊNCIA OU OPORTUNIDADE: É facultada a vítima, mediante
os critérios da oportunidade e conveniência, optar pelo oferecimento da queixa-crime.
Se o ofendido não tem interesse em ofertar a queixa-crime, basta não fazê-lo, de duas
formas: 1) Decadência; 2) Renúncia. Ambas acarretam a extinção da punibilidade.
Princípios da ação penal de iniciativa privada
DECADÊNCIA: perda do direito de ação, por não ter exercido no prazo de 6 meses,
contados após o conhecimento da autoria;
RENÚNCIA: Prática de ato incompatível com a vontade de ver processado o autor da
infração penal.
- Pode ser Tácita ou Expressa;
- A renúncia ocorre antes de ajuizar a queixa-crime;
- A Renúncia se estende a todos os autores do crime.
Art. 49. A renúncia ao exercício do direito de queixa, em relação a um dos autores do
crime, a todos se estenderá.
Art. 50. A renúncia expressa constará de declaração assinada pelo ofendido, por seu
representante legal ou procurador com poderes especiais.
Parágrafo único. A renúncia do representante legal do menor que houver completado
18 (dezoito) anos não privará este do direito de queixa, nem a renúncia do último
excluirá o direito do primeiro. (revogado pelo CC/2002).
c) PRINCÍPIO DA DISPONIBILIDADE: uma vez exercida a ação penal, o querelante
poderá desistir dela, seja por meio do perdão ou perempção.
• Perdão e a Perempção: Acarretam a Extinção da Punibilidade (Art. 107, CP).
PERDÃO: Ato bilateral. Depende de aceitação.
- Ocorre no curso da ação penal;
- Poderá ser tácito ou expresso ;
- Poderá ser extraprocessual ou processual;
Art. 59. A aceitação do perdão fora do processo constará de declaração assinada pelo
querelado, por seu representante legal ou procurador com poderes especiais.
- Concedido o perdão nos autos, o querelado será intimado a dizer, no prazo de 3 dias
se aceita. O silencio importará aceitação;
Art. 58. Concedido o perdão, mediante declaração expressa nos autos, o querelado
será intimado a dizer, dentro de três dias, se o aceita, devendo, ao mesmo tempo, ser
cientificado de que o seu silêncio importará aceitação.
Parágrafo único. Aceito o perdão, o juiz julgará extinta a punibilidade.
- O perdão concedido a um dos querelados, a todos se estende, mas somente extingue
a punibilidade daqueles que o aceitarem.
Art. 51. O perdão concedido a um dos querelados aproveitará a todos, sem que
produza, todavia, efeito em relação ao que o recusar.
Demais disposições em relação ao perdão:
Art. 52. Se o querelante for menor de 21 e maior de 18 anos, o direito de perdão
poderá ser exercido por ele ou por seu representante legal, mas o perdão concedido
por um, havendo oposição do outro, não produzirá efeito. (Derrogado pelo CC/2002).
Art. 53. Se o querelado for mentalmente enfermo ou retardado mental e não tiver
representante legal, ou colidirem os interesses deste com os do querelado, a aceitação
do perdão caberá ao curador que o juiz Ihe nomear.
Art. 54. Se o querelado for menor de 21 anos, observar-se-á,
quanto à aceitação do perdão, o disposto no art. 52.
(Revogado pelo CC/2002).
Demais disposições em relação ao perdão:
Art. 55. O perdão poderá ser aceito por procurador com poderes especiais.
Art. 56. Aplicar-se-á ao perdão extraprocessual expresso o disposto no art. 50.
Art. 57. A renúncia tácita e o perdão tácito admitirão todos os meios de prova.
PEREMPÇÃO: É a desídia do querelante que exerceu o direito de ação.
- É uma sanção processual pela inércia na condução da ação privada (art. 60, CPP).
Art. 60. Nos casos em que somente se procede mediante queixa, considerar-se-á
perempta a ação penal:
I - quando, iniciada esta, o querelante deixar de promover o andamento do processo
durante 30 dias seguidos;
II - quando, falecendo o querelante, ou sobrevindo sua incapacidade, não comparecer
em juízo, para prosseguir no processo, dentro do prazo de 60 (sessenta) dias, qualquer
das pessoas a quem couber fazê-lo, ressalvado o disposto no art. 36; [...]
PEREMPÇÃO:
III - quando o querelante deixar de comparecer, sem motivo justificado, a qualquer ato
do processo a que deva estar presente, ou deixar de formular o pedido de condenação
nas alegações finais;
IV - quando, sendo o querelante pessoa jurídica, esta se extinguir sem deixar sucessor.

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