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Auditoria Teoria e Exercícios – Auditor-Fiscal do Trabalho Professores: Davi Barreto e Fernando Graeff Aula 05 Davi Barreto e Fernando Graeff www.pontodosconcursos.com.br 3 Enfim, o relatório deverá dizer se as demonstrações financeiras tomadas em conjunto representam efetivamente a situação patrimonial, financeira e o resultado da empresa auditada. Desta forma, o relatório não pode ter data anterior à data em que o auditor independente obteve evidência de auditoria apropriada e suficiente para fundamentar a sua opinião sobre as demonstrações contábeis. O auditor deve incluir as evidências de que: * todas as demonstrações que compõem as demonstrações contábeis, incluindo as respectivas notas explicativas, foram elaboradas; e * as pessoas com autoridade reconhecida afirmam que assumem a responsabilidade sobre essas demonstrações contábeis. A emissão do relatório deve refletir o entendimento do auditor acerca dos dados em exame, de uma forma clara e objetiva, que proporcione, aos interessados, uma noção exata dos trabalhos que realizou e de suas conclusões. Caso o auditor esteja satisfeito quanto à apresentação das demonstrações contábeis, e julgue que estão elaboradas, em todos os aspectos relevantes, de acordo com a estrutura de relatório financeiro aplicável, deverá emitir uma opinião não modificada, sem ressalvas (=antigo parecer padrão ou sem ressalvas). De outro lado, o auditor deve modificar sua opinião, ou seja, emitir uma opinião diferente da sem ressalva, quando: * concluir, com base em evidência de auditoria obtida, que as demonstrações contábeis tomadas em conjunto apresentam distorções relevantes; ou * não conseguir obter evidência de auditoria apropriada e suficiente para concluir se as demonstrações contábeis tomadas em conjunto não apresentam distorções relevantes. Se, as demonstrações contábeis, apesar de elaboradas de acordo com a legislação específica aplicável, não estiverem claras o suficiente, o auditor deve discutir o assunto com a administração e, dependendo dos requisitos da estrutura de relatório financeiro aplicável e como o assunto é resolvido, deve determinar se é necessário modificar a opinião no seu relatório de auditoria. De acordo com a situação o auditor poderá emitir uma opinião sem ressalvas ou uma opinião com ressalva ou uma opinião adversa ou, ainda, se abster de opinar. Auditoria Teoria e Exercícios – Auditor-Fiscal do Trabalho Professores: Davi Barreto e Fernando Graeff Aula 05 Davi Barreto e Fernando Graeff www.pontodosconcursos.com.br 9 Relatório com Opinião de Modificada Já sabemos, também, que a decisão sobre que tipo de opinião modificada é apropriada depende de dois fatores: Da natureza do assunto que deu origem à modificação, ou seja, se as demonstrações contábeis apresentam distorção relevante ou, no caso de impossibilidade de obter evidência de auditoria apropriada e suficiente, podem apresentar distorção relevante. Da opinião do auditor sobre a disseminação dos efeitos ou possíveis efeitos do assunto sobre as demonstrações contábeis. Assim, relembrando, o auditor deve expressar claramente uma opinião modificada de forma apropriada sobre as demonstrações contábeis, quando: • conclui, com base em evidência de auditoria obtida, que as demonstrações contábeis como um todo apresentam distorções relevantes; ou • não consegue obter evidência de auditoria apropriada e suficiente para concluir que as demonstrações contábeis como um todo não apresentam distorções relevantes. Um caso particular é o da limitação ao alcance da auditoria, nesse caso: • o auditor deve solicitar que a administração retire a limitação; • se a administração se recusar a retirar essa limitação, o auditor deve comunicar o assunto aos responsáveis pela governança (a menos que todos aqueles responsáveis pela governança estejam envolvidos na administração da entidade); • determinar se é possível executar procedimentos alternativos para obter evidência de auditoria apropriada e suficiente; • se o auditor não conseguir obter evidência apropriada e suficiente de auditoria: o o auditor deve emitir opinião modificada: � Se os possíveis efeitos de distorções não detectadas, se houver, sobre as demonstrações contábeis poderiam ser relevantes, mas não generalizados: opinião com ressalva. Auditoria Teoria e Exercícios – Auditor-Fiscal do Trabalho Professores: Davi Barreto e Fernando Graeff Aula 05 Davi Barreto e Fernando Graeff www.pontodosconcursos.com.br 11 (c) a menos que proibido por lei ou regulamento, incluir as divulgações omitidas, desde que praticável e que o auditor tenha obtido evidência de auditoria apropriada e suficiente sobre a informação omitida. Atenção: Mesmo que o auditor tenha emitido uma opinião adversa ou se abstenha de expressar uma opinião sobre as demonstrações contábeis, ele deve descrever no parágrafo contendo a base para a modificação as razões para quaisquer outros assuntos dos quais ele está ciente que teriam requerido uma modificação da opinião, assim como os respectivos efeitos. Opinião com ressalva Quando o auditor expressa uma opinião com ressalva devido a uma distorção relevante nas demonstrações contábeis, ele deve especificar no parágrafo da opinião que, em sua opinião, exceto pelos efeitos do(s) assunto (s) descrito(s) no parágrafo sobre a base para opinião com ressalva, as demonstrações contábeis estão apresentadas adequadamente, em todos os aspectos relevantes. Quando a modificação é decorrente da impossibilidade de obter evidência apropriada e suficiente de auditoria, o auditor deve usar a correspondente frase “exceto pelos possíveis efeitos do(s) assunto(s) ...” para a opinião modificada. Opinião adversa Quando o auditor expressa uma opinião adversa, ele deve especificar no parágrafo da opinião que devido à relevância do(s) assunto (s) descrito(s) no parágrafo sobre a base para opinião adversa as demonstrações contábeis não estão apresentadas adequadamente. Abstenção de opinião Quando o auditor se abstém de expressar uma opinião devido à impossibilidade de obter evidência de auditoria apropriada e suficiente, ele deve especificar no parágrafo da opinião que: (a) devido à relevância do(s) assunto(s) descrito(s) no parágrafo sobre a base para abstenção de opinião, o auditor não conseguiu obter evidência de auditoria apropriada e suficiente para fundamentar sua opinião de auditoria; e, consequentemente, (b) o auditor não expressa opinião sobre as demonstrações contábeis. Descrição da responsabilidade do auditor quando expressa uma opinião com ressalva ou adversa Auditoria Teoria e Exercícios – Auditor-Fiscal do Trabalho Professores: Davi Barreto e Fernando Graeff Aula 05 Davi Barreto e Fernando Graeff www.pontodosconcursos.com.br 12 Quando o auditor expressa uma opinião com ressalva ou adversa, ele deve alterar a descrição de sua responsabilidade para especificar que ele acredita que a evidência de auditoria obtida é suficiente e apropriada para fundamentar sua opinião modificada. Descrição da responsabilidade do auditor quando se abstém de expressar uma opinião Quando o auditor se abstém de expressar uma opinião ele deve alterar o parágrafo introdutório para especificar que foi contratado para examinar as demonstrações contábeis, porém não conseguiu obter evidência de auditoria apropriada e suficiente para fundamentar uma opinião de auditoria. Comunicação com os responsáveis pela governança Quando o auditor prevê modificar a opinião no seu relatório, ele deve comunicar aos responsáveis pela governança as circunstâncias que levaramà modificação prevista e o texto proposto da modificação. Parágrafos de ênfase no relatório do auditor independente O parágrafo de ênfase serve para o auditor chamar a atenção para um assunto apresentado ou divulgado nas demonstrações contábeis que, segundo seu julgamento, é fundamental para o entendimento pelos usuários das demonstrações contábeis. O parágrafo de ênfase só poderá ser incluído no relatório se o auditor tenha obtido evidência de auditoria suficiente e apropriada de que não houve distorção relevante do assunto nas demonstrações contábeis. Pois, se houvesse, seria o caso de ressalva, não de ênfase. Tal parágrafo deve referir-se apenas a informações apresentadas ou divulgadas nas demonstrações contábeis. Isso ocorre, pois o uso generalizado de parágrafos de ênfase diminui a eficácia da comunicação de tais assuntos pelo auditor. Além disso, incluir mais informações no parágrafo de ênfase do que aquelas que foram apresentadas ou divulgadas nas demonstrações contábeis pode sugerir que o assunto não foi apropriadamente apresentado ou divulgado, o que demandaria a emissão de opinião modificada. Auditoria Teoria e Exercícios – Auditor-Fiscal do Trabalho Professores: Davi Barreto e Fernando Graeff Aula 05 Davi Barreto e Fernando Graeff www.pontodosconcursos.com.br 14 • Para chamar a atenção dos usuários para as divulgações adicionais: nos casos em que a estrutura do relatório financeiro prevista em lei ou regulamento específico não é aceitável, a administração deve fazer divulgações adicionais nas demonstrações contábeis necessárias para evitar que as demonstrações contábeis sejam enganosas. • No caso de eventos subsequentes: o auditor independente deve incluir no seu relatório, novo ou reemitido, parágrafo de ênfase com referência à nota explicativa que esclarece mais detalhadamente a razão da alteração das demonstrações contábeis emitidas anteriormente e do relatório anterior fornecido pelo auditor independente. • No caso de dúvida quanto à continuidade operacional da entidade: se for feita divulgação adequada nas demonstrações contábeis, o auditor deve expressar uma opinião sem ressalvas e incluir um parágrafo de ênfase em seu relatório destacando a existência de incerteza significativa e chamando a atenção para as respectivas notas explicativas às demonstrações contábeis. • No caso da elaboração de demonstrações contábeis para propósitos especiais: para alertar os usuários desse relatório de que as demonstrações contábeis foram elaboradas de acordo com uma estrutura de relatório financeiro para propósitos especiais e que, consequentemente, as demonstrações contábeis podem não ser adequadas para outro fim. • Para alertar os usuários que as diferenças remanescentes pontuais entre as práticas contábeis adotadas no Brasil e as normas internacionais de relatório financeiro (IFRS) se restringem à avaliação dos investimentos em controladas, coligadas e empreendimentos controlados em conjunto pelo método de equivalência patrimonial e à manutenção do diferido nas demonstrações contábeis individuais. Parágrafos de outros assuntos no relatório do auditor independente Se o auditor considera necessário comunicar outro assunto, não apresentado nem divulgado nas demonstrações contábeis, e que de acordo com seu julgamento é relevante para o entendimento, pelos usuários, da auditoria, da responsabilidade do auditor ou do relatório de auditoria, e não for proibido por lei ou regulamento, ele deve fazê-lo em um parágrafo no relatório de auditoria, com o título “Outros assuntos” ou outro título apropriado. O auditor deve incluir esse parágrafo imediatamente após o parágrafo de opinião e de qualquer parágrafo de ênfase, ou em outra parte do relatório, se o conteúdo do parágrafo de outros assuntos for relevante para a seção Outras Responsabilidades de Relatório. Auditoria Teoria e Exercícios – Auditor-Fiscal do Trabalho Professores: Davi Barreto e Fernando Graeff Aula 05 Davi Barreto e Fernando Graeff www.pontodosconcursos.com.br 15 Situações Específicas Relacionadas ao Relatório de Auditoria Vamos aproveitar a oportunidade para falar um pouquinho sobre algumas situações específicas envolvendo a emissão de um relatório de auditoria. O auditor na emissão de sua opinião pode enfrentar diversas situações específicas, por exemplo, pode ter que se pronunciar sobre demonstrações contábeis comparativas; se deparar com uma primeira auditoria da entidade; ter que utilizar o parecer de outros auditores; não poder utilizar o trabalho de outros auditores etc. Nesses casos, como veremos a seguir, é muito importante destacar a divisão das responsabilidades. Assim, de uma forma geral, em todos os casos em que o nome do auditor esteja associado às demonstrações, o relatório deve conter indicação clara da natureza do trabalho do auditor e do grau de responsabilidade que ele está assumindo. Da mesma forma, sempre que o nome do auditor estiver associado com demonstrações ou informações contábeis que ele não auditou, estas devem ser claramente identificadas como “não auditadas”, em cada folha do conjunto. Bom, vamos falar agora brevemente sobre as situações específicas mais comuns e as atitudes que o auditor deve/pode tomar: 1) Primeira auditoria de uma entidade (Trabalho de auditoria inicial) Trabalho de auditoria inicial é aquele em que as demonstrações contábeis do período anterior ao que está sendo auditado: • não foram auditadas; ou • foram auditadas por auditor independente antecessor. Nesses casos, o auditor deve expressar a opinião com ressalva ou abstenção de opinião sobre as demonstrações contábeis, conforme apropriado se: • não conseguir obter evidência de auditoria apropriada e suficiente com relação aos saldos iniciais; • concluir, por meio de evidências, que os saldos iniciais contêm distorção que afeta de forma relevante as demonstrações contábeis do período corrente e, se o efeito da distorção não é devidamente registrado ou adequadamente apresentado ou divulgado; • verificar que as políticas contábeis do período corrente não estão aplicadas de maneira uniforme em relação aos saldos iniciais de acordo com a Auditoria Teoria e Exercícios – Auditor-Fiscal do Trabalho Professores: Davi Barreto e Fernando Graeff Aula 05 Davi Barreto e Fernando Graeff www.pontodosconcursos.com.br 16 estrutura de relatório financeiro aplicável; ou uma mudança nas políticas contábeis não está devidamente registrada, adequadamente apresentada ou divulgada, de acordo com a estrutura de relatório financeiro aplicável. Agora, no caso das demonstrações anteriores terem sido auditadas por auditor antecessor, e se sua opinião for modificada, e os motivos dessa modificação continuam relevantes e significativos para as demonstrações contábeis do período corrente, o relatório do auditor atual sobre as demonstrações contábeis do período corrente deve, também, incluir modificação, conforme apropriado. 2) Informações comparativas Informações comparativas são os valores e as divulgações incluídas nas demonstrações contábeis referentes a um ou mais períodos anteriores ao que está sendo auditado. Existem duas abordagens para a utilização de informações comparativas: • Valores correspondentes � são parte integrante das demonstrações contábeis do período corrente e devem ser lidas somente em relação aos valores e outras divulgações relacionados ao período corrente. • Demonstrações contábeis comparativas � estão incluídas somente para fins de comparação com as demonstrações contábeis do período corrente, mas, se auditadas, são mencionadas na opinião do auditor. Vamos analisar as possíveis situações emcada uma dessas abordagens. i) Valores correspondentes: Vamos ver os efeitos dos “valores correspondentes” no relatório do auditor independente do período corrente: O relatório do auditor independente (mesmo que o atual) no período anterior incluiu uma opinião com ressalva, adversa ou abstenção de opinião e o assunto que gerou a modificação não está resolvido, portanto, causando efeitos nas demonstrações atuais. Nesse caso, o auditor deve incluir modificação em sua opinião, conforme apropriado, sobre as demonstrações contábeis do período corrente. No parágrafo sobre a base para a modificação no relatório do auditor independente deve ser: Auditoria Teoria e Exercícios – Auditor-Fiscal do Trabalho Professores: Davi Barreto e Fernando Graeff Aula 05 Davi Barreto e Fernando Graeff www.pontodosconcursos.com.br 17 (a) mencionado os valores do período corrente e os valores correspondentes na descrição do assunto que gerou a modificação, se relevantes; ou (b) em outros casos, explicado que a opinião da auditoria contém modificação em decorrência dos efeitos ou possíveis efeitos do assunto não resolvido sobre a comparabilidade dos valores do período corrente e dos valores correspondentes. O auditor obtém evidência de auditoria de que existe distorção relevante nas demonstrações contábeis do período anterior sobre as quais emitiu anteriormente uma opinião sem modificação e os valores correspondentes não foram adequadamente ajustados ou não foram feitas divulgações apropriadas. Nesse caso, o auditor deve expressar uma opinião com ressalva ou uma opinião adversa no seu relatório sobre as demonstrações contábeis do período corrente sobre o efeito na comparação dos valores correntes com relação aos valores correspondentes nelas incluídos. As demonstrações contábeis do período anterior contendo distorção não foram alteradas e não foi reemitido o relatório do auditor independente, mas os valores correspondentes foram adequadamente retificados ou foram feitas divulgações apropriadas nas demonstrações contábeis do período corrente. Nesse caso, o relatório atual pode incluir um parágrafo de ênfase descrevendo as circunstâncias e mencionando, quando relevante, que as divulgações que descrevem totalmente o assunto podem ser encontradas nas demonstrações contábeis. As demonstrações contábeis do período anterior foram examinadas por auditor independente antecessor. Se o auditor atual não está proibido por lei ou regulamento de mencionar o relatório do auditor independente antecessor sobre os valores correspondentes e decide fazer isso, ele deve especificar em um parágrafo de “Outros Assuntos” no seu relatório de auditoria independente: � que as demonstrações contábeis do período anterior foram examinadas por um auditor independente antecessor; � o tipo de opinião expressa pelo auditor independente antecessor e, se essa opinião conteve modificação, as razões para a modificação; e � a data desse relatório. As demonstrações contábeis do período anterior não foram auditadas. Auditoria Teoria e Exercícios – Auditor-Fiscal do Trabalho Professores: Davi Barreto e Fernando Graeff Aula 05 Davi Barreto e Fernando Graeff www.pontodosconcursos.com.br 18 Nesse caso, o auditor deve especificar em um parágrafo de “Outros Assuntos” no relatório que os valores correspondentes não foram auditados. Essa declaração, contudo, não isenta o auditor do requisito de obter evidência de auditoria apropriada e suficiente sobre se os saldos iniciais contêm distorções que afetam de forma relevante as demonstrações contábeis do período corrente. ii) Demonstrações contábeis comparativas: Inicialmente, deve-se destacar que quando são apresentadas demonstrações contábeis comparativas, a opinião do auditor deve referir-se a cada período para o qual as demonstrações contábeis são apresentadas. A opinião atual (do mesmo auditor) sobre as demonstrações do período anterior é diferente da opinião expressa anteriormente. Nesse caso, o auditor, ao emitir relatório sobre demonstrações contábeis cobrindo, também o período anterior, em conexão com a auditoria do período corrente, deve divulgar as razões substanciais para a opinião diferente em um parágrafo de Outros Assuntos. As demonstrações contábeis do período anterior foram auditadas por um auditor independente antecessor. A menos que o relatório desse auditor independente antecessor sobre as demonstrações contábeis do período anterior seja reemitido com as demonstrações contábeis atuais, além de expressar uma opinião sobre as demonstrações contábeis do período corrente, o auditor deve especificar em um parágrafo de Outros Assuntos: (a) que as demonstrações contábeis do período anterior foram examinadas por auditor independente antecessor; (b) o tipo de opinião expressa pelo auditor independente antecessor e, se a opinião conteve modificação, as razões para a modificação; e (c) a data desse relatório. O auditor (atual) conclui que existe distorção relevante que afeta as demonstrações contábeis do período anterior sobre as quais o auditor independente antecessor emitiu anteriormente relatório sem modificação. Se o auditor atual não concorda com a opinião do auditor antecedente, ele deve comunicar a distorção para o nível apropriado da administração e aos Auditoria Teoria e Exercícios – Auditor-Fiscal do Trabalho Professores: Davi Barreto e Fernando Graeff Aula 05 Davi Barreto e Fernando Graeff www.pontodosconcursos.com.br 19 responsáveis pela governança, e solicitar que o auditor independente antecessor seja informado. Nesse caso, se as demonstrações contábeis do período anterior forem alteradas, e o auditor independente antecessor concordar em emitir novo relatório sobre as demonstrações contábeis alteradas do período anterior, o auditor (atual) deve emitir relatório somente sobre o período corrente. Contudo, pode ocorrer de o auditor independente antecessor não ter condição ou não querer reemitir o relatório de auditoria independente sobre as demonstrações contábeis do período anterior. Nesse caso, cabe a inclusão de parágrafo de outros Assuntos no relatório do auditor independente (atual) indicando que o auditor independente antecessor emitiu relatório sobre as demonstrações contábeis do período anterior antes da alteração. As demonstrações contábeis do período anterior não foram auditadas. Nesse caso, o auditor deve especificar em um parágrafo de Outros Assuntos que as demonstrações contábeis comparativas não foram auditadas. Da mesma forma que no caso de valores correspondentes, essa declaração não isenta o auditor do requisito de obter evidência de auditoria apropriada e suficiente sobre se os saldos iniciais contêm distorções que afetam de forma relevante as demonstrações contábeis do período corrente. 3) Reflexos quando houver aceitação do trabalho de outros auditores Ainda falando de responsabilidade, deve-se destacar as situações em que um auditor emite uma opinião utilizando-se de relatórios de outros auditores. Isso pode ocorrer, por exemplo, quando as demonstrações contábeis de entidades controladas e/ou coligadas, correspondentes a investimentos relevantes, foram auditadas por outro auditor, que tenha emitido relatório com opinião sem ressalva sobre elas. Importante ���� Quando o auditor aceita o relatório de outros auditores ele deve destacar no seu relatório a divisão de responsabilidades. A referência ao relatório dos outros auditores, mesmo sem a indicação do conteúdo de sua opinião, significa que: Auditoria Teoria e Exercícios – Auditor-Fiscal do Trabalho Professores: Davi Barretoe Fernando Graeff Aula 05 Davi Barreto e Fernando Graeff www.pontodosconcursos.com.br 23 Se, ao ler as outras informações, o auditor identificar uma inconsistência relevante, ele deve determinar se as demonstrações contábeis auditadas ou as outras informações precisam ser retificadas. Ou seja, deve verificar se a inconsistência encontrada nas outras informações de alguma forma tem relação com o conteúdo das demonstrações contábeis auditadas e, portanto, precisa alguma correção, seja nas outras informações, seja nas demonstrações. Se for necessário retificar as demonstrações contábeis auditadas e a administração se recusar, o auditor deve modificar a opinião em seu relatório, de forma apropriada. Se for necessário retificar as outras informações e a administração se recusar a fazê-lo, o auditor deve comunicar esse assunto aos responsáveis pela governança; e (a) incluir no relatório do auditor independente um parágrafo de outros assuntos descrevendo a inconsistência relevante; ou (b) reter o seu relatório; ou (c) quando legalmente permitido, o auditor deve se retirar do trabalho. 9) Demonstração de Valor Adicionado: É importante destacar que a demonstração do valor adicionado (DVA) é obrigatória, segundo a legislação societária brasileira, somente para as companhias abertas, enquanto que de acordo com as IFRSs, por não ser uma demonstração obrigatória no conjunto de demonstrações contábeis, deve ser considerada uma informação suplementar. Para simplificar a redação e o entendimento do relatório do auditor independente, a DVA deve ser tratada em parágrafo de outros assuntos, após o parágrafo da opinião. Normas de auditoria governamental De uma forma geral, nos referimos genericamente ao termo “relatório” como sendo o documento que traz os achados e conclusões de auditoria, no entanto, alguns normativos fazem diferença entre duas espécies desse gênero: parecer e relatório propriamente dito. De acordo com a INTOSAI, a palavra “parecer”, é usada para as conclusões do auditor resultantes de uma auditoria de regularidade (contábil e de cumprimento legal); e a palavra “relatório” é usada para as conclusões do auditor resultantes de uma auditoria operacional. Por sua vez, a IN SFC 01/2001 prevê o Certificado de Auditoria que é o documento que representa a opinião do Sistema de Controle Interno sobre a Auditoria Teoria e Exercícios – Auditor-Fiscal do Trabalho Professores: Davi Barreto e Fernando Graeff Aula 05 Davi Barreto e Fernando Graeff www.pontodosconcursos.com.br 24 exatidão e regularidade, ou não, da gestão e a adequacidade, ou não, das peças examinadas. Nesse esteio, a IN SFC 01/2001 define parecer como a peça compulsória a ser inserida nos processos de tomada e prestação de contas, que serão remetidos ao Tribunal de Contas da União, que externaliza a avaliação conclusiva do Sistema de Controle Interno sobre a gestão examinada. Enfim, trata-se da opinião do dirigente máximo do órgão de controle interno que pode ratificar ou não a opinião expressa no certificado. O mesmo normativo define relatórios como forma pela qual os resultados dos trabalhos realizados são levados ao conhecimento das autoridades competentes. Os manuais de auditoria do TCU não preveem o “parecer” e trazem a figura do relatório, como sendo o instrumento formal e técnico por intermédio do qual a equipe comunica o objetivo e as questões de auditoria, a metodologia usada, os achados, as conclusões e a proposta de encaminhamento. No entanto, existe a figura do parecer prévio emitido pelos Tribunais de Contas sobre as contas do Poder Executivo que serão julgadas pelo Legislativo conforme previsto nos artigos 49, IX e 71 da CF/88. Por fim, como vimos, as normas do CFC definem o relatório do auditor independente como o documento escrito (emitido de forma impressa em papel ou em meio eletrônico) que contém sua opinião sobre as demonstrações contábeis. Vamos parar um minutinho... com base no que falamos até agora, o que você consegue identificar como principal diferença entre o parecer e o relatório? De forma geral, o parecer expressa uma opinião, enquanto que o relatório traz um relato dos achados e conclusões de auditoria. Auditoria Teoria e Exercícios – Auditor-Fiscal do Trabalho Professores: Davi Barreto e Fernando Graeff Aula 05 Davi Barreto e Fernando Graeff www.pontodosconcursos.com.br 26 • Parecer com Ressalvas: é usado quando o auditor discordar ou tiver dúvida quanto a um ou mais elementos específicos das demonstrações contábeis que sejam relevantes, mas não fundamentais para a compreensão delas. • Parecer Adverso. O auditor deve emitir um parecer adverso quando for incapaz de formar uma opinião sobre as demonstrações contábeis como um todo, em virtude de discordar tão fundamentalmente delas, que a situação por elas apresentada fica comprometida, tornando inadequada a emissão de um parecer com ressalvas. • Parecer com Negativa de Opinião (=abstenção de opinião): o auditor deve emitir um parecer com negativa de opinião acerca das demonstrações contábeis como um todo se houver incertezas ou restrições ao escopo da auditoria que o impeçam de formar uma opinião sobre as demonstrações contábeis como um todo. Importante! Note que a abstenção de opinião não se aplica sempre que o auditor sofrer limitação de escopo, mas somente quando essa limitação impede que forme uma opinião sobre o conjunto das demonstrações – nos outros casos aplica-se o parecer com ressalvas. Por fim, vamos falar sobre a classificação dos certificados de auditoria, previstos na a IN SFCI 01/2001: • Certificado de Regularidade: opinião de que na gestão dos recursos públicos foram adequadamente observados os princípios da legalidade, legitimidade e economicidade. • Certificado de Regularidade com Ressalvas: quando forem constatadas falhas, omissões ou impropriedades de natureza formal no cumprimento das normas e diretrizes governamentais, quanto à legalidade, legitimidade e economicidade e que, pela sua irrelevância ou imaterialidade, não caracterizem irregularidade de atuação dos agentes responsáveis. • Certificado de Irregularidade: quando for verificado a não observância da aplicação dos princípios de legalidade, legitimidade e economicidade, constatando a existência de desfalque, alcance, desvio de bens ou outra irregularidade de que resulte prejuízo quantificável para o erário e/ou comprometam, substancialmente, as demonstrações financeiras e a respectiva gestão dos agentes responsáveis, no período ou exercício examinado. Importante: não existe a figura da negativa de opinião nos certificados previstos na IN 01/2001. Quando não for possível obter elementos comprobatórios suficientes e adequados, de tal modo que inviabilize a Auditoria Teoria e Exercícios – Auditor-Fiscal do Trabalho Professores: Davi Barreto e Fernando Graeff Aula 05 Davi Barreto e Fernando Graeff www.pontodosconcursos.com.br 27 formação de opinião quanto à regularidade da gestão, a opinião decorrente dos exames fica sobrestada, por prazo previamente fixado para o cumprimento de diligência, quando então, mediante novos exames, poderá ser emitido o competente certificado. Você deve estar pensando: “Como vou saber, entre as diferentes definições existentes nos vários normativos, qual utilizar?” Caro amigo, não tem jeito, temos que conhecer as classificações presentes nessas normas e identificar qual usar. Mas não se assuste, pois essas classificações não são antagônicas e, no fundo, trazem muitas semelhanças. Continuando nossa discussão sobre relatório de auditoria, vamos acrescentar alguns detalhes abordados nas Normas de Auditoria doTCU. Segundo o referido normativo, o relatório de auditoria é o instrumento formal e técnico por intermédio do qual a equipe de auditoria comunica aos leitores o objetivo e as questões de auditoria, o escopo e as limitações de escopo, a metodologia utilizada, os achados de auditoria, as conclusões e as propostas de encaminhamento. Ser capaz de escrever relatórios de qualidade é competência essencial dos profissionais que realizam auditorias governamentais e para que o relatório tenha qualidade, além da experiência e da habilidade dos autores, é importante que a equipe de auditoria oriente-se pelos requisitos Clareza, Concisão, Convicção, Completude, Exatidão, Relevância, Tempestividade e Objetividade (CCCCERTO). • CLAREZA: produzir textos de fácil compreensão para o leitor: o evitar a erudição exagerada e restringir ao máximo a utilização de expressões em outros idiomas; o utilizar termos técnicos e siglas menos conhecidas desde que necessários e devidamente definidos em glossário; o complementar, quando possível, os textos com ilustrações, figuras e tabelas; o usar frases curtas e concisas, construir orações na ordem direta (preferencialmente na terceira pessoa), evitar abusos de caráter estilístico etc. • CONVICÇÃO: expor os achados e/ou as conclusões com firmeza, evitando expressões que denotem insegurança, como “SMJ”, “parece que” ou “entendemos”. • CONCISÃO: ir direto ao assunto sem utilizar comentários complementares desnecessários nem fugir da ideia central: Auditoria Teoria e Exercícios – Auditor-Fiscal do Trabalho Professores: Davi Barreto e Fernando Graeff Aula 05 Davi Barreto e Fernando Graeff www.pontodosconcursos.com.br 28 o dizer apenas o que é requerido, de modo econômico, isto é, eliminar o supérfluo, o floreio, as fórmulas e os clichês; o transcrição de trechos de doutrina e/ou jurisprudência que componham o critério deve restringir-se ao mínimo necessário; o o relatório, em regra, não deve exceder 30 páginas, exceto quando houver achados de alta complexidade ou em grande quantidade. • COMPLETUDE: apresentar toda a informação e argumentos necessários para satisfazer os objetivos da auditoria. • EXATIDÃO: apresentar as necessárias evidências para sustentar achados, conclusões e propostas, procurando não deixar espaço para contra-argumentações. • RELEVÂNCIA: Expor apenas aquilo que tem importância dentro do contexto e que deve ser levado em consideração. • TEMPESTIVIDADE: Cumprir o prazo previsto para a elaboração do relatório, sem comprometer a qualidade. • OBJETIVIDADE: Apresentar o relatório de forma equilibrada em termos de conteúdo e tom, tendo em mente que a credibilidade de um relatório é reforçada quando as evidências são apresentadas de forma imparcial. Não se preocupe em decorar essas dimensões, pois sua prova muito provavelmente não irá pedir para listá-las. Dirija seus esforços para entender o que cada uma quer dizer e veja como é intuitivo que essas observações sejam aplicadas nos relatórios de auditoria. Vamos, por fim, destacar alguns pontos adicionais importantes trazidos nas NATs: • Os relatórios de auditoria devem incluir uma declaração dos auditores de que os trabalhos foram realizados em conformidade com as NATs, desde que todos os requisitos nelas previstos tenham sido observados. • Todos relatório de auditoria deve ter uma proposta de encaminhamento, ou seja, recomendações, determinações, multas, imputação de débito, enfim, aquilo que a equipe de auditoria demonstra ser necessário para sanar alguma deficiência identificada. • Uma boa prática em auditorias governamentais é permitir que o auditado tenha a oportunidade de examinar o relatório preliminar antes que ele seja tornado público (comentários do gestor). Auditoria Teoria e Exercícios – Auditor-Fiscal do Trabalho Professores: Davi Barreto e Fernando Graeff Aula 05 Davi Barreto e Fernando Graeff www.pontodosconcursos.com.br 29 Trata-se de uma prática que, apesar de opcional4, ajuda a assegurar que o relatório seja relatório seja imparcial, objetivo e completo. A inclusão desses comentários resulta em um documento que não só apresenta os achados, as conclusões e as propostas, mas também a perspectiva dos dirigentes da entidade e as ações corretivas que pretendem tomar. Para fechar nossa discussão sobre relatório, falaremos, rapidamente, sobre as diretrizes exigidas para auditorias internas. De acordo com as normas do IIA, os auditores internos devem comunicar os resultados dos trabalhos de auditorias com oportunidade e deve ser feita de forma precisa, objetiva, clara, concisa, construtiva e completa. Se uma comunicação final contiver erro significativo ou omissão, o diretor executivo de auditoria deve comunicar a informação correta a todas as pessoas que tenham recebido a comunicação original. Já as normas do CFC (NBC TI) afirmam que relatório é o documento pelo qual a Auditoria Interna apresenta o resultado dos seus trabalhos, devendo ser redigido com objetividade e imparcialidade, de forma a expressar, claramente, suas conclusões, recomendações e providências a serem tomadas pela administração da entidade. O diretor executivo de auditoria, segundo o IIA, deve divulgar os resultados às pessoas apropriadas. Ou seja, deve comunicar às pessoas que possam assegurar que os resultados recebam a devida consideração. Lembre que o auditor interno tem como objetivo servir à administração, portanto, seus relatórios têm como público alvo a empresa para que trabalha, Assim, ao divulgar os resultados de trabalhos de auditoria para terceiros, fora da organização, além de requer autorização para tal, a comunicação deve conter limitações sobre a distribuição e o uso dos resultados do trabalho. As normas do CFC tratam desse ponto sob o mesmo prisma e determinam que relatório de Auditoria Interna deve ser apresentado a quem tenha solicitado o trabalho ou a quem este autorizar, devendo ser preservada a confidencialidade do seu conteúdo. Ademais, este normativo traz que a Auditoria Interna deve avaliar a necessidade de emissão de relatório parcial na hipótese de constatar impropriedades/ irregularidades/ ilegalidades que necessitem providências imediatas da administração da entidade que não possam aguardar o final dos exames. 4 Somente deve ser realizado, a critério da equipe e do supervisor, no caso de propostas de deliberações de alta complexidade ou decorrentes de auditorias operacionais. Auditoria Teoria e Exercícios – Auditor-Fiscal do Trabalho Professores: Davi Barreto e Fernando Graeff Aula 05 Davi Barreto e Fernando Graeff www.pontodosconcursos.com.br 31 política de vendas, ou sujeitar-se a reduzir suas atividades, ou tomar qualquer outra atitude que pode, ou não, superar o ocorrido. Assim, enquanto as demonstrações contábeis do exercício revelam situação satisfatória, a realidade, naquele momento, já e bem outra. O auditor externo, tomando conhecimento do evento subsequente depois de avaliá-lo friamente, deve revelá-lo, dizendo dos efeitos que produzirá sobre as demonstrações contábeis já encerradas e das perspectivas futuras de resultado. Mas não são apenas os maus eventos que devem ser revelados. Também os bons. A solução feliz de um processo vultoso, que estava registrado como contingências; a aquisição de uma fábrica concorrente, com perspectivas de grande aumento das vendas; o fechamento de um negócio excepcional, garantindo a produção e os lucros por muito tempo; tudo isso pode ser revelado. Entretanto, a preocupação maior do auditor é sempre com os eventos que possam trazer consequências prejudiciais.Dentro do princípio do conservadorismo, é preferível esperar que os bons eventos aconteçam, evitando o comprometimento com possibilidades que possam não se concretizar. O assunto, eventos subsequentes, é disciplinado pelas novas normas, na NBC TA 560, que estabelece procedimentos e critérios a serem adotados pelo auditor em relação aos eventos ocorridos entre a data do balanço e a data do relatório de auditoria, bem como, a fatos que chegaram ao conhecimento do auditor independente após a data do seu relatório que possam demandar ajustes nas Demonstrações Contábeis ou a divulgação de informações nas notas explicativas. Como vimos acima, o auditor deve considerar como parte normal da auditoria o período entre a data do término do exercício social e a data da emissão do respectivo relatório (=período subsequente). Atenção ���� A data do Relatório do Auditor Independente informa ao leitor que o auditor considerou o efeito dos eventos e transações que ocorreram até aquela data (daqueles que, com o devido cuidado, tomou conhecimento, evidentemente). O auditor deve considerar três situações de eventos subsequentes: • Eventos ocorridos entre a data das demonstrações contábeis e a data do relatório do auditor independente; Auditoria Teoria e Exercícios – Auditor-Fiscal do Trabalho Professores: Davi Barreto e Fernando Graeff Aula 05 Davi Barreto e Fernando Graeff www.pontodosconcursos.com.br 34 � discutir o assunto com a administração e, quando apropriado, com os responsáveis pela governança; � determinar se as demonstrações contábeis precisam ser alteradas e, caso afirmativo; • indagar como a administração pretende tratar o assunto nas demonstrações contábeis. Caso seja necessário e a administração altere as demonstrações contábeis, o auditor independente deve: (a) aplicar os procedimentos de auditoria necessários nas circunstâncias da alteração; (b) estender os procedimentos de auditoria até a data do novo relatório do auditor independente; e (c) fornecer novo relatório de auditoria sobre as demonstrações contábeis alteradas. O novo relatório do auditor independente não deve ter data anterior à data de aprovação das demonstrações contábeis alteradas. Pode haver casos em que a legislação não proíba a administração de restringir a alteração das demonstrações contábeis aos efeitos do evento ou eventos subsequentes que causaram essa alteração. Nesses casos, o auditor pode limitar os procedimentos de auditoria aos eventos subsequentes que provocaram essa alteração. Assim, deve alterar o relatório para incluir data adicional restrita a essa alteração que indique que os procedimentos do auditor independente sobre os eventos subsequentes estão restritos unicamente às alterações das demonstrações contábeis descritas na respectiva nota explicativa. Pode haver casos, ainda, que não haja exigência da legislação ou, regulamentação para que a administração reapresente demonstrações contábeis e, portanto, o auditor não precisa fornecer novo relatório de auditoria ou alterar o relatório. Entretanto, nas circunstâncias em que o auditor considerar necessário, se a administração não alterar as demonstrações contábeis: (a) se o relatório do auditor independente ainda não tiver sido fornecido à entidade, o auditor independente deve modificá-lo, e depois fornecê-lo; ou Auditoria Teoria e Exercícios – Auditor-Fiscal do Trabalho Professores: Davi Barreto e Fernando Graeff Aula 05 Davi Barreto e Fernando Graeff www.pontodosconcursos.com.br 36 (b) revisar as providências tomadas pela administração para garantir que todos os que receberam as demonstrações contábeis juntamente com o respectivo relatório do auditor independente sejam informados da situação; (c) exceto nas circunstâncias em que a legislação não proíbe a administração de restringir a alteração das demonstrações contábeis aos efeitos do evento ou eventos subsequentes que causaram essa alteração: (i) estender os procedimentos de auditoria até a data do novo relatório do auditor independente e datar o novo relatório com data posterior à data de aprovação das demonstrações contábeis reapresentadas; e (ii) fornecer novo relatório do auditor independente sobre as demonstrações contábeis reapresentadas; (d) no caso em que a legislação não proíbe a administração de restringir a alteração das demonstrações contábeis aos efeitos do evento ou eventos subsequentes que causaram essa alteração, alterar o relatório do auditor independente. O auditor independente deve incluir no seu relatório, novo ou reemitido, Parágrafo de Ênfase com referência à nota explicativa que esclarece mais detalhadamente a razão da alteração das demonstrações contábeis emitidas anteriormente e do relatório anterior fornecido pelo auditor independente. Caso a administração não tome as providências necessárias para garantir que todos os que receberam as demonstrações contábeis emitidas anteriormente sejam informados da situação e não altere as demonstrações contábeis nas circunstâncias em que o auditor considere necessário, ele deve notificar a administração e os responsáveis pela governança, de que procurará evitar o uso por terceiros daquele relatório no futuro. Se, apesar dessa notificação, a administração ou os responsáveis pela governança não tomarem as referidas providências necessárias, o auditor independente deve tomar as medidas apropriadas para tentar evitar o uso por terceiros daquele relatório de auditoria. Auditoria Teoria e Exercícios – Auditor-Fiscal do Trabalho Professores: Davi Barreto e Fernando Graeff Aula 05 Davi Barreto e Fernando Graeff www.pontodosconcursos.com.br 38 04. (Cespe/ANAC/Especialista em Regulação de Aviação Civil – Área 7/2012) O auditor somente deve aceitar um trabalho para emitir relatório de auditoria independente sobre demonstrações contábeis condensadas quando ele também tiver sido contratado para conduzir a auditoria das demonstrações contábeis completas que serviram de base para as demonstrações contábeis condensadas ou das quais estas foram derivadas. Resolução: O enunciado está correto. O auditor só deve aceitar emitir opinião sobre demonstrações condensadas quando houver auditado as informações completas. Gabarito: C 05. (Cespe/ANAC/Especialista em Regulação de Aviação Civil – Área 7/2012) O relatório do auditor independente sobre demonstrações contábeis para propósitos especiais deve incluir um parágrafo de ênfase, alertando os usuários desse relatório para o fato de que as demonstrações contábeis foram elaboradas de acordo com uma estrutura de relatório financeiro para propósitos especiais e que, consequentemente, as demonstrações contábeis podem não ser adequadas para outro fim. Resolução: Essa é uma das situações em que é exigida a inclusão do parágrafo de ênfase. Gabarito: C 06. (Cespe/EBC/Analista Contabilidade/2011) Caso o auditor tenha dúvida a respeito de um ou mais elementos específicos e relevantes das demonstrações contábeis, ainda que não sejam fundamentais para a sua compreensão, ele deve emitir parecer com ressalva. Resolução: No caso da impossibilidade de obter evidência de auditoria apropriada e suficiente e o efeito ou o possível efeito seja relevante, mas não generalizado, cabe uma opinião sem ressalva, no caso do efeito for relevante e generalizado cabe abstenção de opinião. Como o enunciado fala em dúvida sobre elementos específicos e relevantes, portanto, o auditor deve emitir parecer com ressalva. Gabarito: C Auditoria Teoria e Exercícios – Auditor-Fiscal do Trabalho Professores: Davi Barreto e Fernando GraeffAula 05 Davi Barreto e Fernando Graeff www.pontodosconcursos.com.br 39 07. (Cespe/MPE PI – Controle Interno/2012) Caso parte das demonstrações contábeis da entidade auditada esteja sob a forma de demonstrações condensadas, o auditor deve abster-se de emitir opinião em seu parecer, dada a impossibilidade de comprovação suficiente para fundamentá-la. Resolução: O auditor poderá emitir opinião sobre demonstrações condensadas quando houver auditado as informações completas. Gabarito: E 08. (Cespe/TCU – Auditoria Governamental/2011) Se o auditor, no decorrer de seus exames, tiver constatado que o descumprimento a determinado princípio contábil provocou efeitos relevantes no patrimônio ou nos resultados da entidade, e se a entidade auditada tiver reconhecido e divulgado o fato em nota explicativa, o auditor estará dispensado de mencionar o referido fato em seu parecer, que poderá ser emitido sem ressalva. Resolução: Se o auditor tiver constatado descumprimento a determinado princípio contábil que tenha provocado efeitos relevantes no patrimônio ou nos resultados da entidade, mesmo que a entidade auditada tenha reconhecido e divulgado o fato em nota explicativa, ele deverá ressalvar sua opinião (lembre-se do quadro apresentado na NBC TA 705). Gabarito: E 09. (Cespe/TCU – Orientação: Auditoria de Obras Públicas/2011) É condição necessária e suficiente para a emissão de um parecer de auditoria sem ressalvas que as demonstrações contábeis sejam preparadas de acordo com os princípios fundamentais da contabilidade e as Normas Brasileiras de Contabilidade. Resolução: A preparação das demonstrações contábeis de acordo com os princípios fundamentais da contabilidade e com as Normas Brasileiras de Contabilidade é uma condição necessária para a emissão de uma opinião sem ressalvas. Contudo, ela não é condição suficiente para isso, pois mesmo que as demonstrações sejam preparadas de acordo com as normas e com os princípios, elas podem conter distorções relevantes que impedem a emissão de uma opinião não modificada. Auditoria Teoria e Exercícios – Auditor-Fiscal do Trabalho Professores: Davi Barreto e Fernando Graeff Aula 05 Davi Barreto e Fernando Graeff www.pontodosconcursos.com.br 41 Vimos que a responsabilidade do auditor é expressar uma opinião sobre as demonstrações contábeis com base na auditoria, por sua vez, a administração é responsável pela elaboração das demonstrações contábeis de acordo com a estrutura de relatório financeiro aplicável e pelos controles internos necessários para permitir a elaboração de demonstrações contábeis que não apresentem distorção relevante, independentemente se causadas por fraude ou erro. Portanto, a emissão do relatório de auditoria não isenta o administrador e os agentes de governança das responsabilidades legais e normativas. Gabarito: letra A. 12. (FGV/Sefaz – RJ – Analista de Controle Interno/2011) O auditor, durante a aplicação dos testes, identificou a existência de fraudes envolvendo montante significativo, situação que, se não fosse ajustada, demandaria a emissão de parecer adverso. Após reunião com os gestores, recebeu as demonstrações contábeis devidamente ajustadas, tendo sido acatadas todas as recomendações que havia feito. Nesse caso, o parecer a ser emitido é (A) sem ressalva. (B) com ressalva ou com parágrafo de ênfase. (C) adverso ou com ressalva. (D) com abstenção de opinião ou com ressalva. (E) com limitação de opinião ou adverso. Resolução: No caso em comento, tendo em vista que os problemas foram todos sanados, e as demonstrações contábeis não apresentam mais distorções relevantes, e também não é o caso de impossibilidade do auditor de obter evidência de auditoria apropriada e suficiente, o parecer deve ser sem ressalvas. Lembre-se que o parecer sem ressalvas é dado quando o auditor fica convencido, em todos os aspectos relevantes, de que as demonstrações contábeis foram elaboradas segundo princípios e normas de contabilidade aceitáveis, e com as exigências legais e regulamentares pertinentes. Gabarito: letra A. 13. (FCC/Sefaz SP – APOFP/2010) Em uma auditoria em que não foi possível obter comprovação suficiente para fundamentar uma opinião, devido às limitações no escopo dos exames realizados, o auditor (A) não deve emitir qualquer parecer. (B) deve emitir um parecer adverso. Auditoria Teoria e Exercícios – Auditor-Fiscal do Trabalho Professores: Davi Barreto e Fernando Graeff Aula 05 Davi Barreto e Fernando Graeff www.pontodosconcursos.com.br 42 (C) deve emitir um parecer com negativa de opinião. (D) deve emitir um parecer com ressalvas. (E) deve emitir um parecer sem ressalvas. Resolução: Vimos que, na impossibilidade de obtenção de evidências de auditoria apropriada e suficiente, o auditor deve: • emitir uma opinião com ressalva, caso o efeito seja relevante mas não generalizado; ou • abster-se de opinar, caso o efeito seja relevante e generalizado. O enunciado da questão afirma que as limitações de escopo não permitiram a formação de uma opinião sobre as demonstrações contábeis, portanto, entende-se que estamos diante de um efeito generalizado. Gabarito: letra C. 14. (Cespe/ACE: Auditoria Governamental – TCU/2008) No processo de auditoria, após examinadas todas as evidências disponíveis, o auditor pode confiar, integralmente, na fidedignidade e na correção das demonstrações contábeis de uma entidade e, sempre que as evidências sejam insuficientes, o auditor deve fazer ressalvas em seu parecer. Resolução: A insuficiência de evidências para atestar a fidedignidade e a correção das demonstrações contábeis de uma entidade (limitação de escopo) pode gerar dois tipos de opinião de auditoria: com ressalvas e com negativa de opinião. Tudo depende da magnitude do efeito que essa limitação de escopo gera na opinião das demonstrações contábeis – quando afeta somente parte das demonstrações cabe uma ressalva, quando afeta as demonstrações como um todo gera uma negativa de opinião. Como não sabemos o alcance dessa limitação de evidências, não podemos afirmar que é um caso de ressalvas. Gabarito: E 15. (ESAF/AFRFB/2012) Não é uma condição de exigência para que o auditor independente inclua um parágrafo de ênfase em seu relatório. a) A incerteza com relação à continuidade operacional da empresa auditada. b) A auditoria realizada para propósitos especiais. Auditoria Teoria e Exercícios – Auditor-Fiscal do Trabalho Professores: Davi Barreto e Fernando Graeff Aula 05 Davi Barreto e Fernando Graeff www.pontodosconcursos.com.br 43 c) As contingências relevantes e de grande monta, decorrentes de processos trabalhistas provisionadas e em discussão. d) As diferenças entre práticas contábeis adotadas no Brasil e as IFRS. e) A elaboração da Demonstração do Valor Adicionado. Resolução: Vamos analisar cada um dos itens: Item A: O caso de dúvida quanto à continuidade operacional da entidade demanda a inclusão de parágrafo de ênfase no relatório. Item B: O caso da elaboração de demonstrações contábeis para propósitos especiais também demanda a inclusão de parágrafo de ênfase no relatório. Item C: O caso da existência de incerteza relativa ao desfecho futuro de litígio excepcional ou ação regulatória pode demandar a inclusão de parágrafo ênfase. Caso existam contingências de grande monta, estas podem afetar inclusive a continuidade operacional da entidade e, nesse caso, demandariam a inclusão de parágrafo de ênfase. Item D: Esse é outro caso que demanda à inclusão de parágrafo de ênfase: alertar os usuários sobre as diferenças remanescentes pontuais entre as práticas contábeis adotadas no Brasil e as normasinternacionais de relatório financeiro (IFRS). Item E: Esse não é caso para inclusão de parágrafo de ênfase, é sim para inclusão de parágrafo de outros assuntos, necessário para simplificar a redação e o entendimento do relatório do auditor independente. Gabarito: letra E. 16. (FCC/ISS SP/2012) A empresa brasileira Torucha S.A. elaborou as demonstrações contábeis de 2011, consolidadas e individuais, de acordo com as práticas contábeis adotadas no Brasil para avaliação dos investimentos em controladas, coligadas, usando o método de equivalência patrimonial. Dessa forma, o auditor ao emitir seu relatório de auditoria sobre as demonstrações contábeis deve (A) emitir um relatório de auditoria, com limitação de escopo, uma vez que as práticas contábeis adotadas no Brasil divergem dos pronunciamentos emanados pelas normas internacionais de contabilidade: IFRS. (B) emitir um parecer adverso, ressalvando que as demonstrações contábeis não atendem às normas internacionais de contabilidade: IFRS, de acordo com as práticas contábeis adotadas no Brasil. (C) elaborar parágrafo de ênfase, evidenciando que as demonstrações financeiras individuais foram elaboradas de acordo com as práticas contábeis Auditoria Teoria e Exercícios – Auditor-Fiscal do Trabalho Professores: Davi Barreto e Fernando Graeff Aula 05 Davi Barreto e Fernando Graeff www.pontodosconcursos.com.br 44 adotadas no Brasil, ressalvando que neste aspecto não atendem às normas internacionais de contabilidade: IFRS. (D) emitir parecer sem ressalva, uma vez que as demonstrações foram elaboradas de acordo com as práticas contábeis adotadas no Brasil; como essas práticas refletem os pronunciamentos do CPC – Comitê de Pronunciamentos Contábeis, estão em conformidade com as normas internacionais de contabilidade: IFRS. (E) abster-se de opinar em seu relatório de auditoria, uma vez que as práticas adotadas no Brasil divergem dos pronunciamentos emanados pelas normas internacionais de contabilidade: IFRS. Resolução: Para resolver essa questão, inicialmente é preciso saber que realmente existe uma divergência entre as normas brasileiras e internacionais de contabilidade, com relação à consolidação de entidades controladas. Enquanto as normas brasileiras preveem que a consolidação seja feito pelo método da equivalência patrimonial, as IFRSs demandam que seja feito por consolidação de balanços. Nesse sentido, as Normas Brasileiras de Auditoria determinam que o auditor alerte os usuários, por meio de parágrafo de ênfase, sobre as diferenças remanescentes pontuais entre as práticas contábeis adotadas no Brasil e as normas internacionais de relatório financeiro (IFRS) que se restringem à: • avaliação dos investimentos em controladas, coligadas e empreendimentos controlados em conjunto pelo método de equivalência patrimonial; e • manutenção do diferido nas demonstrações contábeis individuais. Gabarito: letra C. 17. (FCC/MPE PE - Analista Ministerial – Ciências Contábeis/2012) De acordo com a NBC TA 705, se houver impossibilidade de obter evidência de auditoria apropriada e suficiente e o auditor julgar que o possível efeito desse fato sobre as demonstrações contábeis for relevante e generalizado, ele deve emitir um relatório (nova denominação do antigo parecer de auditoria): (A) sem ressalva. (B) com abstenção de opinião. (C) com ressalva. (D) adverso. (E) limpo. Resolução: Auditoria Teoria e Exercícios – Auditor-Fiscal do Trabalho Professores: Davi Barreto e Fernando Graeff Aula 05 Davi Barreto e Fernando Graeff www.pontodosconcursos.com.br 46 Resolução: Quando o auditor está satisfeito quanto à apresentação das demonstrações contábeis, e julga que elas estão elaboradas, em todos os aspectos relevantes, de acordo com a estrutura de relatório financeiro aplicável, representando adequadamente a posição patrimonial e financeira, deve emitir relatório de auditoria sem ressalvas. Gabarito: letra E. 20. (Cespe/CNJ/Analista Contabilidade/2013) Considere que uma auditoria tenha sido realizada no banco Alpha, um banco público, em junho de 2011, período marcado pela crise da dívida soberana da zona do euro, o que provocou perda significativa nas operações com instrumentos financeiros derivativos. Nessa situação, o relatório da auditoria realizada durante esse período não deve mencionar esse fato, visto que os trabalhos devem se ater, exclusivamente, à análise das contas relativas ao exercício de 2010, prestadas ao órgão público de controle externo. Resolução: Vimos que as transações e eventos que ocorrerem no intervalo entre o encerramento do exercício financeiro, no caso, 2010, e a divulgação das demonstrações contábeis são considerados eventos subsequentes e devem ser levados em contado no relatório de auditoria. Gabarito: E 21. (Cespe/SEDUC AM/Contador/2011) Caso os eventos subsequentes de efeitos relevantes já tenham acontecido, mas não tenham sido objeto de ajuste nas demonstrações contábeis, deve-se mencioná-los no parecer do auditor, fazendo que constem, ainda, em nota explicativa. Resolução: Vimos que no caso de eventos subsequentes o auditor independente deve incluir no seu relatório, novo ou reemitido, parágrafo de ênfase com referência à nota explicativa que esclarece mais detalhadamente a razão da alteração das demonstrações contábeis emitidas anteriormente e do relatório anterior fornecido pelo auditor independente. Gabarito: C 22. (FGV/Sefaz – RJ – Analista de Controle Interno/2011) O período compreendido entre o término do exercício social e a emissão do parecer é denominado período subsequente, e o auditor deve considerá-lo parte normal da auditoria. Isso ocorre porque, dependendo da natureza e da materialidade Auditoria Teoria e Exercícios – Auditor-Fiscal do Trabalho Professores: Davi Barreto e Fernando Graeff Aula 05 Davi Barreto e Fernando Graeff www.pontodosconcursos.com.br 47 dos eventos, ajustes contábeis nas demonstrações contábeis podem ser requeridos. Como exemplo disso, é possível citar perdas significativas em contas a receber e sentenças judiciais. Especificamente em relação aos eventos e transações ocorridos após a divulgação das demonstrações contábeis, é correto afirmar que (A) o auditor não tem responsabilidade e deve fazer indagações sobre as demonstrações contábeis. (B) o parecer a ser emitido deverá obrigatoriamente estar enquadrado na modalidade “com ressalvas”. (C) o auditor ficará impedido de emitir um parecer “sem ressalvas”. (D) ao tomar conhecimento, após a divulgação das demonstrações contábeis, de fato anterior à data de seu parecer que, se fosse conhecido, poderia tê-lo levado a emitir documento com conteúdo diverso do que foi, deverá decidir se as demonstrações contábeis precisarão de revisão. (E) quando a administração alterar significativamente as demonstrações contábeis divulgadas, o auditor não deverá ignorar essas alterações, mesmo já tendo emitido seu parecer sobre elas. Resolução: Item A: Errado, pois se o auditor independente tomar conhecimento de fato que, se fosse do seu conhecimento na data do relatório do auditor independente, poderia tê-lo levado a alterar seu relatório, ele deve indagar como a administração pretende tratar do assunto nas demonstrações contábeis. Itens B e C: Ambos errados. Caso a administração altere as demonstrações contábeis, o auditor independente deve fornecer novo relatório nos casos em que a legislação proíbe a administração de restringir a alteração das demonstrações contábeis aos efeitos do evento ou eventos subsequentes que causaram essa alteração; no caso da legislação permitir, deverá alterar o relatório já emitido. A modalidade do relatório dependerádos efeitos dos eventos subsequentes nas demonstrações. Lembre-se que o auditor independente deve incluir no seu relatório, novo ou reemitido, Parágrafo de Ênfase com referência à nota explicativa que esclarece mais detalhadamente a razão da alteração das demonstrações contábeis emitidas anteriormente e do relatório anterior fornecido pelo auditor independente. Item D: Auditoria Teoria e Exercícios – Auditor-Fiscal do Trabalho Professores: Davi Barreto e Fernando Graeff Aula 05 Davi Barreto e Fernando Graeff www.pontodosconcursos.com.br 48 Errado. Nesse caso, o auditor deve discutir o assunto com a administração e, quando apropriado, com os responsáveis pela governança, determinar se as demonstrações contábeis precisam ser alteradas em função do evento (e não revisadas conforme afirma o item, veja que a modificação restringe-se aos efeitos do evento subsequente em questão) e, em caso afirmativo, indagar como a administração pretende tratar do assunto nas demonstrações contábeis. Item E: Correto. Caso a administração altere as demonstrações contábeis, o auditor independente não pode ignorar essas alterações, ele deve aplicar os procedimentos de auditoria necessários nas circunstâncias das alterações; revisar as providências tomadas pela administração para garantir que todos os que receberam as demonstrações contábeis juntamente com o respectivo relatório do auditor independente sejam informados da situação; emitir novo relatório ou alterar o relatório já emitido, conforme o caso. Gabarito: letra E. 23. (FCC – SEFIN/ JABOATÃO DOS GUARARAPES – Auditor Tributário – 2006) – adaptada - NÃO se caracterizam como eventos subsequentes, aqueles ocorridos (A) entre a data do término do exercício social e a data da emissão do relatório. (B) após o término do trabalho de campo, com a emissão do relatório, e a data da divulgação das demonstrações contábeis. (C) durante o exercício social, mas contabilizados após o término do exercício social, como ajuste das demonstrações contábeis. (D) após a publicação das demonstrações contábeis pela empresa auditada. (E) após a emissão do relatório pela firma de auditoria, antes da publicação das demonstrações contábeis. Resolução: Vamos analisar cada alternativa: Letra A: Vimos que essa é a primeira situação a ser observado pelo auditor como evento subsequente. Letra B: Essa é a segunda situação. Letra C: Os eventos ocorridos durante o exercício social não são considerados eventos subsequentes, mesmo que contabilizados fora de época. Auditoria Teoria e Exercícios – Auditor-Fiscal do Trabalho Professores: Davi Barreto e Fernando Graeff Aula 05 Davi Barreto e Fernando Graeff www.pontodosconcursos.com.br 49 Letra D: Na realidade, essa assertiva foi considerada correta, mas não está bem precisa. Deve ser considerado evento subsequente os fatos que chegaram ao conhecimento do auditor independente após a divulgação das demonstrações contábeis que, se fosse do seu conhecimento na data do relatório do auditor independente, poderia tê-lo levado a alterar seu relatório. Letra E: Da mesma forma que o item anterior, o enunciado não está preciso, são considerados eventos subsequentes os fatos conhecidos, após a data do seu relatório, mas antes da data de divulgação das demonstrações contábeis que, se fosse do seu conhecimento na data do relatório, poderia tê-lo levado a alterar seu relatório. Gabarito: letra D. 24. (ESAF/Analista Técnico Área: Controle e Fiscalização Atuária – SUSEP/2006) - adaptada - O auditor ao identificar eventos subsequentes deve considerar (A) somente eventos que gerem ajustes nas demonstrações contábeis. (B) eventos que demandem de ajustes nas demonstrações contábeis e no relatório de auditoria. (C) eventos que demandem de ajustes nas demonstrações contábeis ou a divulgação de informações nas notas explicativas. (D) fato não objeto da auditoria por ocorrer após o fechamento dos trabalhos de auditoria. (E) exclusivamente, ajustes que modifiquem a opinião do auditor. Resolução: Item A: Errado Existem dois tipos de eventos subsequentes que importam para o auditor independente, aqueles que demandam: • ajustes nas Demonstrações Contábeis; e • divulgação de informações nas notas explicativas. Portanto, o “somente” torna a assertiva errada. Item B: Errado Os eventos subsequentes não dizem respeito ao relatório de auditoria. Item C: Certo Perfeito. Vimos que eventos subsequentes são os eventos ocorridos entre a data do balanço e a data do relatório de auditoria, bem como, a fatos que Auditoria Teoria e Exercícios – Auditor-Fiscal do Trabalho Professores: Davi Barreto e Fernando Graeff Aula 05 Davi Barreto e Fernando Graeff www.pontodosconcursos.com.br 50 chegaram ao conhecimento do auditor independente após a data do seu relatório que possam demandar ajustes nas Demonstrações Contábeis ou a divulgação de informações nas notas explicativas. Item D: Errado O auditor deve considerar como parte normal da auditoria o período entre a data do término do exercício social e a data da emissão do respectivo relatório, portanto, assertiva errada. Item E: Errado Não são todos os eventos subsequentes que geram a modificação da opinião do auditor. Gabarito: letra C. 25. (ESAF/APOFP – Sefaz-SP/2009) - As seguintes opções constituem exemplos de transações e eventos subsequentes, exceto: (A) perda em contas a receber decorrente de falência do devedor. (B) alteração do controle societário. (C) aporte de recursos, inclusive como aumento de capital. (D) variação sazonal dos custos com insumos. (E) destruição de estoques em decorrência de sinistro. Resolução: Eventos subsequentes são acontecimentos que ocorrem entre a data de encerramento das demonstrações contábeis e a do relatório de auditoria e que afetam significativamente a posição patrimonial, financeira e o resultado das operações da empresa. Em outras palavras, são eventos inesperados, casos fortuitos que afetam as demonstrações relativas ao exercício que já se encerrou. As assertivas A, B, C e E são exemplos desses eventos. A assertiva D, por sua vez, não o é. Ora, a variação sazonal dos custos com insumos é algo esperado, corriqueiro, previsível pela entidade e pelo mercado. Dessa forma, não pode ser considerado um evento subsequente. Gabarito: D Bom, hoje paramos por aqui... Até a próxima semana! Abraços, Davi e Fernando. Auditoria Teoria e Exercícios – Auditor-Fiscal do Trabalho Professores: Davi Barreto e Fernando Graeff Aula 05 Davi Barreto e Fernando Graeff www.pontodosconcursos.com.br 52 08. (Cespe/TCU – Auditoria Governamental/2011) Se o auditor, no decorrer de seus exames, tiver constatado que o descumprimento a determinado princípio contábil provocou efeitos relevantes no patrimônio ou nos resultados da entidade, e se a entidade auditada tiver reconhecido e divulgado o fato em nota explicativa, o auditor estará dispensado de mencionar o referido fato em seu parecer, que poderá ser emitido sem ressalva. 09. (Cespe/TCU – Orientação: Auditoria de Obras Públicas/2011) É condição necessária e suficiente para a emissão de um parecer de auditoria sem ressalvas que as demonstrações contábeis sejam preparadas de acordo com os princípios fundamentais da contabilidade e as Normas Brasileiras de Contabilidade. 10. (FCC/MPE PE/Analista Ministerial – Ciências Contábeis/2012) De acordo com a NBC TA 705, se houver impossibilidade de obter evidência de auditoria apropriada e suficiente e o auditor julgar que o possível efeito desse fato sobre as demonstrações contábeis for relevante e generalizado, ele deve emitir um relatório (nova denominação doantigo parecer de auditoria): a) sem ressalva. b) com abstenção de opinião. c) com ressalva. d) adverso. e) limpo. 11. (FCC/TRT4R-Anal.Jud.Contabilidade/2011) O processo de auditoria e a emissão de relatório de auditoria sem ressalva (A) não isenta o administrador e os agentes de governança das responsabilidades legais e normativas. (B) divide a responsabilidade pelas demonstrações contábeis com os administradores e transfere a responsabilidade de eventuais fraudes não constatadas, para a firma de auditoria. (C) exime da responsabilidade os administradores e a diretoria executiva da empresa, dividindo as responsabilidades com os agentes de governança. (D) não elimina a possibilidade de erros materiais e de distorções relevantes nas demonstrações contábeis. (E) elimina a responsabilidade dos agentes de governança das responsabilidades legais e normativas. 12. (FGV/Sefaz – RJ – Analista de Controle Interno/2011) O auditor, durante a aplicação dos testes, identificou a existência de fraudes envolvendo montante significativo, situação que, se não fosse ajustada, demandaria a emissão de parecer adverso. Após reunião com os gestores, recebeu as Auditoria Teoria e Exercícios – Auditor-Fiscal do Trabalho Professores: Davi Barreto e Fernando Graeff Aula 05 Davi Barreto e Fernando Graeff www.pontodosconcursos.com.br 53 demonstrações contábeis devidamente ajustadas, tendo sido acatadas todas as recomendações que havia feito. Nesse caso, o parecer a ser emitido é (A) sem ressalva. (B) com ressalva ou com parágrafo de ênfase. (C) adverso ou com ressalva. (D) com abstenção de opinião ou com ressalva. (E) com limitação de opinião ou adverso. 13. (FCC/Sefaz SP – APOFP/2010) Em uma auditoria em que não foi possível obter comprovação suficiente para fundamentar uma opinião, devido às limitações no escopo dos exames realizados, o auditor (A) não deve emitir qualquer parecer. (B) deve emitir um parecer adverso. (C) deve emitir um parecer com negativa de opinião. (D) deve emitir um parecer com ressalvas. (E) deve emitir um parecer sem ressalvas. 14. (Cespe/ACE: Auditoria Governamental – TCU/2008) No processo de auditoria, após examinadas todas as evidências disponíveis, o auditor pode confiar, integralmente, na fidedignidade e na correção das demonstrações contábeis de uma entidade e, sempre que as evidências sejam insuficientes, o auditor deve fazer ressalvas em seu parecer. 15. (ESAF/AFRFB/2012) Não é uma condição de exigência para que o auditor independente inclua um parágrafo de ênfase em seu relatório. a) A incerteza com relação à continuidade operacional da empresa auditada. b) A auditoria realizada para propósitos especiais. c) As contingências relevantes e de grande monta, decorrentes de processos trabalhistas provisionadas e em discussão. d) As diferenças entre práticas contábeis adotadas no Brasil e as IFRS. e) A elaboração da Demonstração do Valor Adicionado. 16. (FCC/ISS SP/2012) A empresa brasileira Torucha S.A. elaborou as demonstrações contábeis de 2011, consolidadas e individuais, de acordo com as práticas contábeis adotadas no Brasil para avaliação dos investimentos em controladas, coligadas, usando o método de equivalência patrimonial. Dessa forma, o auditor ao emitir seu relatório de auditoria sobre as demonstrações contábeis deve (A) emitir um relatório de auditoria, com limitação de escopo, uma vez que as práticas contábeis adotadas no Brasil divergem dos pronunciamentos emanados pelas normas internacionais de contabilidade: IFRS. Auditoria Teoria e Exercícios – Auditor-Fiscal do Trabalho Professores: Davi Barreto e Fernando Graeff Aula 05 Davi Barreto e Fernando Graeff www.pontodosconcursos.com.br 54 (B) emitir um parecer adverso, ressalvando que as demonstrações contábeis não atendem às normas internacionais de contabilidade: IFRS, de acordo com as práticas contábeis adotadas no Brasil. (C) elaborar parágrafo de ênfase, evidenciando que as demonstrações financeiras individuais foram elaboradas de acordo com as práticas contábeis adotadas no Brasil, ressalvando que neste aspecto não atendem às normas internacionais de contabilidade: IFRS. (D) emitir parecer sem ressalva, uma vez que as demonstrações foram elaboradas de acordo com as práticas contábeis adotadas no Brasil; como essas práticas refletem os pronunciamentos do CPC – Comitê de Pronunciamentos Contábeis, estão em conformidade com as normas internacionais de contabilidade: IFRS. (E) abster-se de opinar em seu relatório de auditoria, uma vez que as práticas adotadas no Brasil divergem dos pronunciamentos emanados pelas normas internacionais de contabilidade: IFRS. 17. (FCC/MPE PE - Analista Ministerial – Ciências Contábeis/2012) De acordo com a NBC TA 705, se houver impossibilidade de obter evidência de auditoria apropriada e suficiente e o auditor julgar que o possível efeito desse fato sobre as demonstrações contábeis for relevante e generalizado, ele deve emitir um relatório (nova denominação do antigo parecer de auditoria): (A) sem ressalva. (B) com abstenção de opinião. (C) com ressalva. (D) adverso. (E) limpo. 18. (FCC/Nova Caixa – Contador/2011) Quando ocorrer incerteza quanto a fato relevante, cujo desfecho poderá afetar significativamente a posição patrimonial e financeira da entidade, mas que foi mencionado nas notas explicativas às demonstrações contábeis, o auditor deve (A) emitir parecer adverso. (B) adicionar parágrafo de ênfase em seu parecer sem ressalva. (C) emitir parecer com abstenção de opinião. (D) não emitir o parecer até ter maiores informações sobre o assunto. (E) emitir parecer com ressalva. 19. (FCC/TCE PR – Analista de Controle Área Contábil/2011) Quando as demonstrações financeiras representam adequadamente a posição patrimonial e financeira, o auditor emite um parecer (A) conclusivo. (B) sem especificações. (C) extroverso. (D) finalístico. Auditoria Teoria e Exercícios – Auditor-Fiscal do Trabalho Professores: Davi Barreto e Fernando Graeff Aula 05 Davi Barreto e Fernando Graeff www.pontodosconcursos.com.br 55 (E) sem ressalva. 20. (Cespe/CNJ/Analista Contabilidade/2013) Considere que uma auditoria tenha sido realizada no banco Alpha, um banco público, em junho de 2011, período marcado pela crise da dívida soberana da zona do euro, o que provocou perda significativa nas operações com instrumentos financeiros derivativos. Nessa situação, o relatório da auditoria realizada durante esse período não deve mencionar esse fato, visto que os trabalhos devem se ater, exclusivamente, à análise das contas relativas ao exercício de 2010, prestadas ao órgão público de controle externo. 21. (Cespe/SEDUC AM/Contador/2011) Caso os eventos subsequentes de efeitos relevantes já tenham acontecido, mas não tenham sido objeto de ajuste nas demonstrações contábeis, deve-se mencioná-los no parecer do auditor, fazendo que constem, ainda, em nota explicativa. 22. (FGV/Sefaz – RJ – Analista de Controle Interno/2011) O período compreendido entre o término do exercício social e a emissão do parecer é denominado período subsequente, e o auditor deve considerá-lo parte normal da auditoria. Isso ocorre porque, dependendo da natureza e da materialidade dos eventos, ajustes contábeis nas demonstrações contábeis podem ser requeridos. Como exemplo disso, é possível citar perdas significativas em contas a receber e sentenças judiciais. Especificamente em relação aos eventos e transações ocorridos após a divulgação das demonstrações contábeis, é correto afirmar que (A) o auditor não tem responsabilidade e deve fazer indagações sobre as demonstrações contábeis. (B) o parecer a ser emitido deverá obrigatoriamente estar
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