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DIREITO GREGO
O Direito das cidades gregas não foi formulado com base em textos normativos e nem doutrinários, sendo derivado da noção de justiça que estava difusa na consciência coletiva; não construíram uma ciência do direito e nem sequer descreveram de maneira sistemática as suas instituições de direito público e privado. Apesar de a Grécia ter sido o berço da Democracia, da Filosofia, do Teatro e da Escrita alfabética fonética, uma característica prejudicou o desenvolvimento do Direito: a recusa do grego em aceitar a profissionalização do direito e da figura do advogado. O Direito das cidades gregas não foi formulado com base em textos normativos e nem doutrinários, sendo derivado da noção de justiça que estava difusa na consciência coletiva.
 Não havia juiz singular responsável direto pelo processo, mas assembléias deliberativas, perante as quais as causas eram defendidas pelos próprios interessados. A sorte do processo, portanto, dependia, em grande medida, do desempenho retórico dos litigantes; as testemunhas ou partes podiam depor por escrito ou pessoalmente, muitas vezes os cidadãos, quando tinham de defender-se ou fazer as vezes da acusação em um processo, recorriam a pessoas que tinham conhecimento mais aprofundado dos temas jurídicos, os logógrafos, ou seja, aqueles que redigiam discursos para as partes que atuavam no processo, geralmente mediante remuneração. São os logógrafos, portanto, na Grécia antiga, os que iniciam, mesmo que embrionariamente, a atividade que hoje é privativa dos advogados em nossa cultura.
 Período mais importante Surgimento da polis séc. VIII a.c. a III a.c. com destaque para Atenas mais democrática e direito mais organizado – legislação e processo. Isto no campo político; Direito laico.
 Na Grécia Antiga, primeiros registros de caráter filosófico. Os gregos se achavam superiores aos demais, chamados de “bárbaros”. 
 “O homem é, por natureza, um animal social enquanto o que se afasta, desta forma de agir, não conhece tribo, lei ou morada” (Aristóteles). Para eles a convivência social estava enraizada à consciência ética e à índole do povo grego, seus hábitos e costumes.
 As fontes do Direito grego são muito fragmentárias, não há registro de codificações. Assim, As Leis de Platão, A política e a Ética de Nicômaco de Aristóteles e fragmentos de orações deixados por retóricos(discursos para convencer leigos), tais como Demóstenes, Antifontes e outros. Por serem obras filosóficas, não há certeza de se referir a uma sociedade real ou hipotética. ( utilizam a expressão deve ser, não significando é). 
 No campo da política, Atenas foi a responsável pela democracia. O legado dos pensadores Sócrates, Platão e Aristóteles foram referência para as gerações seguintes. A busca pelo saber marcou o espírito da civilização grega.
 A família elemento constitutivo da cidade para Fustel de Coulanges => cidade “associação religiosa e política das famílias e das tribos”. Deuses distintos, membros familiares nascem e morrem no mesmo local (sucessão). 
 A família grega, apresenta-se sob duas concepções:
1-Restita (larária) – formada pelos pais, filhos e trabalhadores (agregados e escravos);
2-Ampla – Abrangendo todos os membros de um grupo, descendentes de um mesmo ancestral.
 O universo helênico era composto de inúmeros Cidades – Estados (polis). A formação cosmopolita grega, deu-se em virtude do sedentarismo originado da desintegração dos sistemas clânicos.
 OBS: Os gregos procuravam se fixar na faixa litorânea, terras mais férteis para a agricultura, além de facilitar o escoamento da produção, início do desenvolvimento náutico para os gregos.
 Princípios que regem a cidade – Estado, ideal da democracia grega:
1-igualdade de direitos perante a lei;
2-liberdade de conduta, de acordo com a lei.
3-Isogoria – liberdade de expressão
 Direito grego muito fragmentário; a palavra grega mais próxima de “Direito”, é dikáion, (justiça). Os gregos desenvolveram consciência de uma lei eterna, imutável, ideia embrionária de “direito natural”. Credita-se a eles, o florescimento de uma noção de constitucionalismo, Atenas, mais politizados, mais experiência de vida pública; ao estudar o “Direito Grego”, não se pode esquecer o direito criado em cada Cidade – Estado, pois gozavam de plena soberania.
 O Direito grego desenvolveu-se mais significativamente, com transição dos mores (comportamento moralmente imposto) para a lei escrita. As constituições embrionárias passaram a ser o símbolo garantidor da estabilidade das instituições políticas do Estado.
 
 “A dispensa da prestação de contas e a perpetuidade são prerrogativas muito a cima de seus méritos. A falta de leis que possam servir-lhes de regra para julgar o caráter arbitrário de seus julgamentos não dá nenhuma segurança aos réus”. ( critica de Aristóteles aos Cretenses).
 
 A democracia grega tinha por fundamento a soberania popular, cidadãos com voz e vez no exercício das funções públicas, fazer parte nos tribunais, assembleias e conselhos.
 
 Nunca houve unidade política e jurídica na Grécia Antiga. Cada Polis, seu próprio Direito, características específicas e evolução própria. Jamais leis gerais, máximo alguns costumes comuns. Atenas mais poderosa.
 A liberdade individual e o poder público, eram equilibrados por três órgãos coletivos, o que hoje corresponderia aos três poderes.
 O Direito grego, apresentava elevada organização judiciária em Atenas, onde existiam tribunais com competências distintas. O Areópago – mais antigo tribunal de Atenas, instituído pela deusa Atenas, por ocasião do julgamento de Orestes ( criação da justiça). Passou a ser a corte de justiça e conselho político com intensa atividade sobre a cidade e leis. Tribunal aristocrático e membros vitalícios.
 A mais democrática corte de Atenas, foi a Heliaia ou Tribunal dos Heliastes, júri popular composto de até 6000 cidadãos, escolhidos aleatoriamente entre cidadãos com mais de 30 anos que se colocassem, a disposição da cidade; as corte de Xenicon Dikasterion – apreciar causas em que ao menos uma das partes era estrangeiro e o Nautodikai – tribunal marítimo.
 A passagem dos costumes ao Direito escrito, consolidou a democracia de Atenas, porem, o legado de Direito Público foi difícil mensurar, visto a aristocracia ( terra) e sacerdotes (religião) que também aplicavam o direito a distribuição da justiça, dividiam a cidade. 
 
 Período arcaico Colonização (até III a. c.) motivado por problemas na polis: aumento da população ou fenômenos climáticos que dificultassem alimentar a população, parte enviada para fundar novas colônias Apokia: residência distante da polis. 
 A colonização incentivou: expansão do povo grego, desenvolvimento do comércio e indústria, contatos com outros povos.
 Séc. VII moeda – melhorar o comércio e circulação de riquezas; surgem nova classe, os plutocratas, aristocracia perde poder econômico, permanecendo o político, posteriormente retirado pelos tiranos.
 Surge a escrita com nova tecnologia codificação das leis e divulgação, inscrição nos muros das cidades; com isso, perda do controle pela aristocracia com leis escrita legisladores – compilar a tradição e os costumes, estrutura legal em leis codificadas. Primeiro legislador a codificar as leis, Zaleuco de locros, livro A Grécia Antiga fixou penas para cada tipo de crime. 
 Drácon (621 a. C) Primeiro código de lei de Atenas severidade em relação ao homicídio, mantida pela reforma de Sólon (institucional, social e econômica ), sobrevive até então por estar escrito em pedras; Drácon princípio penal: distinção entre diversos tipos de homicídio – voluntário, involuntárioe legítima defesa; o julgamento cabia para: voluntário – Areópago ( conselho de pessoas - aristocratas); os demais – Éfatas.
 Drácon, foi considerado pérfido legislador, leis rigorosas, sanguinário, consistia na pena de morte ( lei draconiana), lei cruel, desumana, excessiva.
 Põe fim a solidariedade familiar e obrigam a recurso aos tribunais nas disputas entre clãs; o propósito é abolir a justiça familiar, fonte de sangrentos conflitos. À cidade compete decidir e manter a paz.
 Sólon (594 a.C)– legislação humana, sinônimo de justiça e equidade em diversas pólis helênicas. Com ele o Direito Penal era mais ameno, com penas de multa, desterro( exílio), confisco e prisão.
 Embora sem muitos detalhes do direito ateniense, pode-se dizer que existia:
-distinção entre homicídio com dolo e culpa; (banimento- perda do direito `a nacionalidade, repressão política). Porem, se a família da vítima perdoava, não aplicava a pena. -O adultério era crime, estando à mulher impedida de participar de cerimônias religiosas, poderia sofrer ataques na rua; o marido traidor não podia continuar com a esposa, o marido deveria requerer o divórcio, sua recusa gerava o ostracismo.( punição política, período de 10 anos, votação anual, excluir da vida política quem fosse considerado ameaça às instituições democráticas de Atenas).
 Suprimiu a propriedade dos clãs e a servidão por dívidas; - contrários à concentração de rendas, que permitia poucas famílias aumentar a renda em épocas de crises, transformando devedores em escravos, terras hipotecadas eram restituídas; - o poder paterno é limitado e o filho mais velho adquire autonomia; - mulheres sob tutela do pai ou marido, liberdade de ir e vir; - Os thetes ( os mais pobres dos homens livres ) adquirem assento e voz na assembleia legislativa, não à magistratura; 
 Direito ateniense Tribunal de Heliaia qualquer cidadão poderia apelar das decisões dos magistrado que tinha a cargo sua aplicação. Tribunal criado com a finalidade de limitar o poder dos Areópago( predomínio da oligarquia ), além de criar o Conselho dos 500 também com referida finalidade.

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