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GESTÃO DE CUSTO

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GESTÃO DE CUSTOS
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2018
Editora e Distribuidora Educacional S.A.
Avenida Paris, 675 – Parque Residencial João Piza
CEP: 86041-100 — Londrina — PR
e-mail: editora.educacional@kroton.com.br
Homepage: http://www.kroton.com.br/
Autoria
Clóvis Luís Padoveze; Lucineide Bispo dos Reis Luz
Revisão 
Tayra Carolina Nascimento Aleixo
Como citar este documento
PADOVEZE, Clóvis Luís; LUZ, Lucineide Bispo dos Reis. 
Gestão de Custos. Londrina, PR: Editora e Distribuidora Educacional S.A., 2019.
© 2018 por Editora e Distribuidora Educacional S.A.
Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta publicação poderá ser 
reproduzida ou transmitida de qualquer modo ou por qualquer outro meio, eletrônico 
ou mecânico, incluindo fotocópia, gravação ou qualquer outro tipo de sistema de 
armazenamento e transmissão de informação, sem prévia autorização, por escrito, 
da Editora e Distribuidora Educacional S.A.
Gestão de Custos 3
SUMÁRIO
Apresentação da disciplina 04
Tema 01 – Conceitos de custos 06
Tema 02 – Planejamento dos recursos 29
Tema 03 – Estimativa dos custos 58
Tema 04 – Controle de custo em projetos 76
Tema 05 – Atualizações do orçamento 92
Tema 06 – Ações corretivas 106
Tema 07 – Estimativa de controle 117
Tema 08 – Lições aprendidas 131
GESTÃO DE CUSTOS
4 Gestão de Custos
Apresentação da disciplina
A disciplina Gestão de Custos em Projetos tem por objetivo apresentar o 
processo de gestão dos gastos de cada projeto, partindo da avaliação dos 
custos e seu planejamento até o controle durante a execução do projeto. 
Para tanto, é necessário entender as diversas ferramentas para este pro-
cesso de gestão, a natureza dos diversos tipos de custos que podem ser 
utilizados e sua administração em todas as fases do projeto. 
Os projetos nascem de decisões estratégicas. Cabe à gerência do projeto 
efetivar a sua realização. Assim, os projetos normalmente têm curso de 
médio e longo prazo e inserem-se na etapa do planejamento operacional. 
Podemos ter projetos isolados para gerenciar (uma obra civil, por exem-
plo), da mesma forma como podemos ter projetos que são realizados 
conjuntamente com as atividades operacionais e recorrentes de uma em-
presa. Assim, um projeto pode ser composto apenas de custos específi-
cos, quando são projetos isolados, como pode conter também custos de 
outras áreas da empresa que, temporariamente, cedem esforços e recur-
sos para algum projeto específico, quando são projetos realizados junto 
com outras operações da companhia. 
Entender a natureza de cada gasto é fundamental para o processo de pla-
nejamento e otimização do resultado do projeto, uma vez que o mesmo 
só pode ser considerado eficaz se for realizado com a eficiência esperada 
na utilização de seus recursos e seus respectivos custos. Assim, a ges-
tão de custos em projetos é fundamental para o alcance geral dos seus 
objetivos.
A primeira aula tem como objetivo a introdução ao gerenciamento de cus-
tos em projetos, contemplando os principais conceitos de custos e suas 
classificações. 
A segunda aula tem por objetivo apresentar os conceitos e critérios para 
planejamento dos recursos dos projetos, com os conceitos de juros, valor 
do dinheiro no tempo e os critérios de avaliação de investimentos.
Gestão de Custos 5
Na terceira aula são abordados os conceitos para planejamento de custos 
em projeto, que incluem as técnicas para estimar os custos de projetos e 
as estruturas de informações necessárias para tanto.
A quarta aula é destinada a apresentar os conceitos e técnicas de controle 
de custos, objetivando o monitoramento dos custos do projeto e o pro-
cesso de análise das variações entre o real e o planejado.
A quinta aula apresentará as atualizações do Orçamento e tem como ob-
jetivo mostrar como a dinâmica do projeto implica na atualização dos or-
çamentos e de que forma impacta os resultados do projeto. 
A sexta aula tratará das Ações Corretivas, com o propósito de mostrar 
que os desvios de custos do projeto precisam de ações que servirão para 
corrigir os rumos dos custos. 
A sétima aula tem por objetivo apresentar como se realiza a Estimativa de 
Controle, cuja função é organizar as atividades gerenciais referentes ao 
controle de custos do projeto. 
E na oitava e última aula será abordado o tema de Lições Aprendidas, em 
que será evidenciado como as informações agregadas dos relatos de de-
sempenho do projeto colhidos ao longo do ciclo de vida podem contribuir 
para a análise de lições aprendidas.
Gestão de Custos 6
TEMA 01
CONCEITOS DE CUSTOS
Objetivos
• Compreender a importância do tratamento de cus-
tos nos projetos;
• Rever os conceitos de gerenciamento de projetos que 
se relacionam ao tratamento de custos;
• Entender por que o controle de custos é fundamen-
tal para o sucesso do projeto; e
• Entender os fundamentos de custos e as classifica-
ções dos gastos para permitir a adequada estimativa 
de custos de projetos.
Gestão de Custos 7
1. Definindo projeto e gerenciamento de projeto
Podemos definir projeto como um conjunto de atividades relacionadas 
para atingir um conjunto de objetivos predefinidos, num certo prazo, com 
certo custo e qualidade, através da mobilização de recursos técnicos, ma-
teriais e humanos. 
Para Kerzner (2001), um projeto é um empreendimento com um objetivo 
bem definido, que consome recursos e opera sob pressões de prazo, cus-
tos e qualidade. Na definição do PMI (2017, p. 4), “é um esforço temporá-
rio, empreendido para criar um produto, serviço ou resultado único”.
LINK
PMI – Project Management Institute (Disponível em: <http://
www.pmi.org>. Acesso em: 23 jan. 2019) é uma organização 
fundada em 1969, nos EUA, para identificar as melhores prá-
ticas de administração e organização de projetos. O PMI pos-
sui mais de 340 mil associados em quase 200 países. 
PARA SABER MAIS
PMI: O PMI é o responsável pela organização e publicação 
do PMBOK – Project Management Body of Knowledge, que 
é o guia de referência em gestão de projetos mais famoso 
do mundo e no Brasil, contendo as melhores práticas e co-
nhecidas e experimentadas por profissionais e organizações 
de todo o mundo. O PMI também é o responsável pela certi-
ficação de profissionais ligados ao gerenciamento de proje-
tos, com o título de PMP (Project Management Professional), 
que concede um reconhecimento internacional quanto ao 
8 Gestão de Custos
conhecimento das disciplinas de gerenciamento de projetos 
recomendadas pelo PMI e, também, experiência profissional 
no mundo de projetos.
Um projeto pode ser caracterizado como isolado quando ele pode ser exe-
cutado sem afetar concomitantemente outras operações. Normalmente 
são os projetos que decorrem da decisão de um novo investimento, sem 
relação com outros investimentos. Mas o início se dá a partir de um plano 
de projeto.
PARA SABER MAIS
Plano de projeto - O plano de projeto é uma coleção de do-
cumentos que será constantemente aprimorada durante o 
projeto todo, entretanto é na fase de planejamento que o 
plano de projeto começa a ser detalhado de forma efetiva 
e dentro de um roteiro que procura viabilizar a sua criação. 
A função do plano de projeto é guiar a execução do projeto, 
pois seu conteúdo apresenta os registros adequados para o 
estabelecimento de uma “linha de base” para medida de pro-
gresso e controle do projeto. 
O plano de projeto permite identificar eventuais desvios nas 
alocações de recursos, nas previsões de custo e na duração 
das atividades. O plano de projeto é o instrumento utilizado 
pelo gerente de projeto para facilitar e viabilizar as várias for-
mas de comunicação entre os envolvidos, definindo como se-
rão realizadas as revisões relativas a conteúdo, amplitude e 
alocação de recursos em geral, pois registra asconsiderações 
obtidas durante a fase de planejamento e documenta as de-
cisões de planejamento relativas às alternativas escolhidas. 
Gestão de Custos 9
O plano de projeto não é simplesmente uma lista de ativida-
des, com prazos e custos, é um direcionamento indicando 
quem faz o que e quando, “permitindo ao gerente do projeto 
controlar e coordenar o andamento de trabalho à medida 
que passa de um estágio para outro” (KEELLING, 2008). 
O plano de projeto é composto por um conjunto de outros 
planos, obtidos por meio das técnicas, ferramentas e méto-
dos desenvolvidos nas áreas de conhecimento associadas ao 
gerenciamento de projetos (PMI, 2017), ou seja, os planos de 
gestão do escopo, cronograma, custo, qualidade, recursos, 
comunicações, riscos, partes interessadas e aquisições.
Considerando, outrossim, um ambiente empresarial comum, onde a em-
presa produz produtos e serviços de forma recorrente, um ou mais pro-
jetos específicos, sejam eles de novos investimentos ou implantação de 
sistemas, como exemplo vão coexistir com as operações normais da com-
panhia. Neste caso, pode-se entender que esses projetos causam uma 
perturbação natural na gestão do sistema empresa. 
2. Caracterização de sistemas e projetos dentro do 
 sistema empresa
Qualquer empresa caracteriza-se como um sistema aberto. Assim, fica 
claro que o conceito de gestão de projetos deve ser administrado dentro 
da teoria de sistemas, uma vez que tem todas as características de qual-
quer empreendimento.
Podemos definir sistema como “um conjunto complexo de elementos em 
interação” (BERTALANFFY, 1975, p. 61). Corroborando com a primeira 
10 Gestão de Custos
definição, Oliveira (1990, p. 31) assim expressa: “Sistema é um conjunto de 
partes interagentes e interdependentes que, conjuntamente, formam um 
todo unitário com determinado objetivo e efetuam determinada função”.
Os sistemas podem ser classificados em sistemas abertos e fechados. Os 
sistemas fechados cumprem seu objetivo sem afetar o meio ambiente e 
nem são por ele afetados. Já o sistema aberto é aquele que interage com 
o ambiente externo, é afetado por este ambiente, mas também afeta di-
versas variáveis e entidades do ambiente externo.
A Figura 1 mostra a visão da empresa como um sistema aberto, deixando 
claro essas características. Dentro da figura, o círculo menor evidencia 
a empresa. Os dois círculos maiores que o cercam representam o meio 
ambiente onde ela está inserida, o ambiente externo, que é composto de 
variáveis e entidades que interagem com a empresa. 
A classificação das variáveis e entidades entre ambiente próximo e remo-
to deve ser feita para cada empresa, uma vez que uma variável pode ser 
considerada próxima para uma empresa e remota para outra empresa de 
outro segmento de atividade.
Figura 1 – A Empresa como um Sistema Aberto
Empresa (entradas, processamento e saídas)
Ambiente remoto (cultura, educação, legislação 
e tributos, economia, demografia, clima, recursos 
naturais, política, sociedade, etc.)
Ambiente próximo (clientes, concorrentes, 
comunicações, sindicatos, acionistas, governo, 
fornecedores - vendedores -, comunidade, 
tecnologia, etc.)
Fonte: Elaborada pelos autores.
Gestão de Custos 11
Já a Figura 2 mostra os elementos e o funcionamento básico de um siste-
ma. As entradas representam os recursos do sistema: recursos materiais, 
humanos, tecnológicos, know-how administrativo, etc. O processamento 
representa a etapa de transformação, em que as entradas são processa-
das dentro das diversas atividades. As saídas representam os produtos 
ou serviços que se objetivam com o sistema. 
Figura 2 – Elementos e Funcionamento Básico de um Sistema
Fonte: Elaborada pelos autores.
Sistema traz automaticamente noção de um conjunto. Assim, ele será 
sempre composto de elementos interagentes. Não obstante, os elemen-
tos básicos que compõem um sistema são: 
• Objetivos do sistema.
• Entradas do sistema.
• Processo de transformação.
• Saídas do sistema.
• Controle e avaliação do sistema.
• Retroalimentação, realimentação ou feedback do sistema. 
Assim, um sistema pode ser representado como mostra a Figura 3.
O principal elemento de um sistema é seu objetivo, que é aquilo que que-
remos atingir com a implantação e operação do sistema. Dessa maneira, 
podemos dizer que a resultante final do sistema, que são suas saídas, 
12 Gestão de Custos
deve estar totalmente de acordo com o objetivo definido para o sistema. 
Em outras palavras, mede-se a eficácia do sistema se as saídas estão de 
acordo com o objetivo proposto. 
Figura 3 – Visão Geral de um Sistema
Fonte: Elaborada pelos autores.
Ficam claros também, dentro desta visão sistêmica, os conceitos de eficá-
cia e eficiência. A eficiência é um conceito que se aplica às partes de um 
sistema, que são representadas pelo elemento processamento. A eficácia 
é ligada ao objetivo do sistema, seu elemento mais importante.
Assim, um dos objetivos do gerenciamento de uma empresa, e claramen-
te de um projeto, é fazer com que todas as atividades sejam conduzidas 
de forma eficiente, para que o objetivo final seja atendido com eficácia. 
De nada adianta diversas atividades serem realizadas com a eficiência de-
sejada se uma ou outra atividade for desenvolvida de forma ineficiente, 
prejudicando o atingimento do objetivo do sistema. 
Gestão de Custos 13
Todo sistema se caracteriza por também ser composto de outros sistemas 
menores. Da mesma forma, um sistema menor é sempre parte de um sis-
tema maior. Vê-se isso claramente na empresa: a empresa é um agregado 
de vários sistemas (sistema institucional, sistema de gestão, sistema de 
informação, sistema social, sistema formal e sistema físico-operacional), 
que, por sua vez, podem e devem ser decompostos em seus subsistemas, 
de forma ininterrupta e sequencial. Dessa maneira, os termos sistema e 
subsistema podem ambos ser utilizados para designar um sistema.
Assim, um projeto também se caracteriza como um sistema, se for traba-
lhado de forma isolada, ou um subsistema, se fizer parte de um conjunto 
de outras atividades e operações da empresa. 
Considerando as características de um projeto, podemos então definir 
gerenciamento de projetos como a aplicação de conhecimentos, habi-
lidades, ferramentas e técnicas administrativas às atividades do projeto, 
dentro de uma visão sistêmica, de modo a garantir que seus objetivos 
sejam atingidos. 
3. Projetos dentro do processo de gestão
O planejamento pode ser segmentado em três etapas, considerando seu 
aspecto temporal. O planejamento estratégico, que tem como objetivo 
a continuidade da empresa e manter sua missão, que tem curso de longo 
prazo; o planejamento operacional que efetiva as diretrizes estratégicas, 
que normalmente tem curso de médio e longo prazo, e a programação, 
que objetiva mensurar os planos operacionais no horizonte de curto prazo.
Os projetos nascem das diretrizes estratégicas e devem ser efetivados ao 
longo do tempo. É normal que projetos tenham um curso de realização 
de médio e longo prazo. Assim, os projetos se inserem na etapa do plane-
jamento operacional dentro do processo de gestão.
14 Gestão de Custos
3.1. Gerenciamento de custos em projetos
O processo de gerenciamento de custos em projetos deve ter como refe-
rência sempre a abordagem sistêmica, bem como as etapas do processo 
de gestão, que é o planejamento, execução e controle, para garantir o 
término do projeto dentro do orçamento e prazos aprovados. 
O gerenciamento de custos em projetos envolve:
• Estimativa de custos: mensurar inicialmente os custos em função 
dos recursos e atividades necessários para o projeto.
• Orçamento de custos: definir e agregar os custos estimados das 
atividades em função do cronograma do projeto para obter a linha 
de base de custos do projeto.• Controle de custos: desenvolver mecanismos de controle de custo 
e as variações em relação ao planejado objetivando à otimização 
financeira do projeto.
4. Terminologias Contábeis
Palavras como custo, despesa, consumo, gasto, dispêndio, são utiliza-
das largamente como sinônimos. Não há nenhum mal nisto, porque, de 
fato, elas tendem a querer expressar as mesmas coisas. Convém, contu-
do, fazer uma distinção técnica entre as principais terminologias, objeti-
vando clarear os significados dentro dos modelos de decisão em caráter 
empresarial. 
Muitas das diferenças de terminologias nasceram das necessidades con-
tábeis, legais e fiscais, e, por isso, têm um significado importante e podem 
ser mantidos para o escopo de custos gerencial. 
Gestão de Custos 15
4.1. Gastos
Gastos são todas as ocorrências de pagamentos ou recebimentos de ati-
vos, custos ou despesas. Significa receber os serviços e produtos para 
consumo para todo o processo operacional, bem como os pagamentos 
efetuados e recebimentos de ativos. Como se pode verificar, gastos são 
ocorrências de grande abrangência e generalização. Gasto também é si-
nônimo de dispêndio, o ato de despender. Os gastos compreendem os 
investimentos, custos e despesas. 
4.2. Investimentos
São os gastos efetuados em ativos ou despesas e custos que serão imo-
bilizados ou diferidos. São gastos ativados em função de sua vida útil ou 
benefícios futuros.
4.3. Custos
Como já vimos, são os gastos, que não investimentos, necessários para 
produzir os produtos da empresa. São os gastos efetuados pela empre-
sa que farão nascer os seus produtos. Portanto, podemos dizer que os 
custos são os gastos relacionados aos produtos, posteriormente ativados 
quando os produtos, objeto desses gastos, forem gerados. São os gastos 
ligados à área industrial ou operacional da empresa. 
4.4. Despesas
Despesas são os gastos necessários para vender e distribuir os produ-
tos. De um modo geral, são os gastos ligados às áreas administrativas e 
comerciais. 
16 Gestão de Custos
4.5. Perdas
São fatos ocorridos em situações excepcionais que fogem à normalidade 
das operações da empresa. São considerados não operacionais (no senti-
do de não recorrentes) e não devem fazer parte dos custos de produção 
dos produtos e serviços. São eventos econômicos negativos ao patrimô-
nio empresarial, não habituais e eventuais, tais como deterioração anor-
mal de ativos, perdas de créditos excepcionais, capacidade ociosa anor-
mal, etc. 
4.6. Prejuízos
É o resultado negativo de uma transação ou de um conjunto de transa-
ções. Considerado o conjunto de transações de um período, é a resultante 
negativa da soma das receitas menos as despesas desse período. Neste 
caso, decorre, então, da apuração do resultado de um período em que as 
despesas suplantaram as receitas. 
4.7. Custos, despesas e projetos
Os gastos dos projetos são denominados de custos, porque têm relação 
com a operação de gerar um produto ou serviço final. Ainda assim, dentro 
do conjunto de gastos do projeto, alguns elementos de custos podem vir 
das despesas administrativas e comerciais.
5. Classificação e comportamento dos custos
Os diversos tipos de gastos da empresa apresentam-se com diversas na-
turezas e atendem a uma variedade de objetivos no processo de transfor-
mação de seus recursos em produtos e serviços finais. A necessidade de 
Gestão de Custos 17
informações para uma adequada gestão dos custos, recursos, processos, 
produtos e serviços exige um estudo pormenorizado de todos os gastos 
que ocorrem na empresa, classificando-os segundo suas principais natu-
rezas e objetivos. 
Não se pode fazer uma gestão de custos tratando todos os gastos de uma 
única forma, bem como é muito difícil uma administração com boa relação 
custo-benefício tratando cada custo de forma individualizada. Portanto, o 
processo classificatório objetiva agrupar os custos com natureza e obje-
tivos semelhantes em determinadas classes, facilitando a administração, 
as apurações, análises e modelos de tomada de decisão a serem utiliza-
dos posteriormente.
Essencialmente, classificam-se os custos e despesas de duas maneiras:
• Quanto ao objeto a ser custeado: custos diretos e indiretos.
• Quanto ao volume de produção ou venda: custos fixos e variáveis.
Abaixo, a explanação sobre cada uma das classificações supracitadas.
5.1. Objeto de custo
Define-se objeto de custo o elemento que se deseja ter seu custo especí-
fico apurado. Em outras palavras, objeto de custo é o elemento que será 
objeto de mensuração monetária, com a finalidade de se obter o custo 
unitário ou total deste elemento. Um objeto de custo pode ser um produ-
to, um serviço, uma mercadoria, uma atividade, um departamento, uma 
divisão, um processo, um recurso, um projeto, etc. 
Tradicionalmente, os objetos de custo que mais se deseja mensuração 
específica são os produtos e serviços produzidos e vendidos pelas em-
presas, uma vez que esses são elementos fundamentais para obtenção 
da rentabilidade da empresa e, portanto, a mensuração de seus custos é 
básica para a gestão financeira empresarial. O projeto é um objeto de custo.
18 Gestão de Custos
5.2. Comportamento de custo
Denomina-se de comportamento de custo a evolução do valor dos custos 
(fixos e variáveis) em relação ao volume de atividade. Toma-se como re-
ferência o volume de produção (ou vendas) e verifica-se como os custos 
aumentam ou diminuem em relação a esse volume. 
Se a evolução do custo cresce quando o volume cresce e diminui se o vo-
lume diminui, este custo tem característica de variabilidade, ou seja, pode 
ser classificado como custo variável. Se o custo não varia com a alteração 
do volume para mais ou para menos, este custo tem a característica fixa, 
classificando-se como custo fixo. 
Como já vimos anteriormente, os gastos compreendem os custos (área 
industrial) e despesas (área administrativa e comercial). Portanto, pode-
mos tanto ter custos e despesas fixas como custos e despesas variáveis. 
Denominamos custos fixos ou variáveis quando se toma como referên-
cia o volume de produção. Denominamos de despesas fixas ou variáveis 
quando se toma como referência o volume de venda. 
5.3. Em relação ao produto
5.3.1. Custos Diretos e Indiretos
A classificação mais antiga e mais utilizada é em relação ao objeto de cus-
to, ou seja, classificando os custos como diretos e indiretos em relação ao 
produto ou serviço que está sendo produzido e fornecido pela empresa. 
5.3.2. Custos Diretos
Custos diretos são os custos que podem ser fisicamente identificados 
para um segmento particular em consideração. Assim, se o que está sob 
consideração é uma linha de produtos, então os recursos (materiais e a 
Gestão de Custos 19
mão de obra) envolvidas na sua manufatura seriam ambos custos diretos. 
Dessa forma, relacionando-os com os produtos finais, os custos diretos 
são os gastos industriais que podem ser alocados direta e objetivamente 
aos produtos. Podem ser fixos e variáveis.
Em outras palavras, um custo é direto se: 
a) É possível verificar ou estabelecer uma ligação direta com o produto 
final.
b) É possível de ser visualizado no produto final.
c) É clara e objetivamente específico do produto final e não se confunde 
com os outros produtos.
d) É possível de ser medido objetivamente em sua participação no produto 
final, etc.
Portanto, os atributos que definem ser um custo direto em relação ao 
produto final são: verificabilidade, possibilidade de medição, identificação 
clara, possibilidade de visualização da relação do insumo com o produto 
final, ser específico do produto, etc. 
Os principais custos diretos são os materiais diretos, a mão de obra direta 
e a depreciação direta. Os materiais diretos são facilmente identificados 
com os produtos porque fazem parte de sua estruturaou o seu consumo 
é claramente identificado como necessidade para fazer o produto final. A 
mão de obra direta representa o valor pago dos salários e encargos so-
ciais aos trabalhadores que manipulam, diretamente ou através de equi-
pamentos, todos os materiais e o produto final, até a sua conclusão em 
condições de venda. A depreciação direta é a mensuração do esforço dos 
equipamentos diretos, aqueles que são necessários para produzir os pro-
dutos, serviços e projetos.
Outros gastos também podem ser classificados como diretos, desde que 
eles tenham uma ligação direta, específica e identificável a um determina-
do produto e não sejam atribuíveis também a outros produtos. 
20 Gestão de Custos
5.3.3. Custos Indiretos
Todos os gastos que não são considerados diretos são classificados como 
indiretos. São os gastos que não podem ser alocados de forma direta ou 
objetiva aos produtos ou a outro segmento ou atividade operacional, e 
caso sejam atribuídos aos produtos, serviços ou departamentos, será atra-
vés de critérios de distribuição (rateio, alocação, apropriação são outros 
termos utilizados). São também denominados custos comuns. Podem ser 
fixos e variáveis.
Os custos indiretos caracterizam-se então, basicamente, por serem de ca-
ráter genérico e não específicos a produtos finais. A sua relação com os 
produtos finais existe, porém, de forma indireta. Exemplo de custo indi-
reto são os gastos com as gerências ou diretorias da fábrica, pois essas 
pessoas trabalham genericamente para todos os produtos da empresa, 
e não especificamente para um determinado produto. Para alocar esses 
gastos para cada um de todos os produtos da empresa, há necessidade 
de se elaborar um critério de distribuição com alguma base numérica ou 
percentual, que normalmente é denominado de rateio.
5.4. Em relação a quantidade
5.4.1. Custos Fixos e Variáveis
Os custos diretos e indiretos podem ser classificados em fixos e variáveis, 
quando tomamos como referencial o seu comportamento em relação ao 
volume de produção (ou venda). É importante esta classificação para que 
possamos adicionar aos custos uma variável dependente para estudos 
prospectivos, ou seja, para propósitos de previsões e o processo de toma-
da de decisão para possíveis novos cursos de ação. 
 Portanto, o estudo do comportamento dos custos é um modelo ma-
temático, onde temos:
Gestão de Custos 21
a) A variável independente, que é o volume de produção (ou de venda, 
para gastos comerciais e administrativos). Normalmente o volume de 
produção utilizado é a quantidade de produção produzida ou vendida 
do produto ou produtos finais.
b) A variável dependente, que é o valor do custo dos recursos que se rela-
ciona com cada dado do volume de produção ou de venda. 
5.4.2. Custos Fixos
Um custo é considerado fixo quando o seu valor não se altera com as mu-
danças, para mais ou para menos, do volume produzido ou vendido dos 
produtos finais. 
Apesar da possibilidade de classificarmos uma série de gastos como cus-
tos fixos, é importante ressaltar que qualquer custo é sujeito a mudan-
ças. Mas os custos que tendem a manter-se constantes nas alterações 
do volume das atividades operacionais são tidos como custos fixos. De 
um modo geral, são custos e despesas necessários para manter um nível 
mínimo de atividade operacional, por isso são também denominados cus-
tos de capacidade.
Apesar de serem conceitualmente fixos, tais custos podem aumentar ou 
diminuir em função da capacidade ou do intervalo de produção. Assim, 
os custos são fixos dentro de um intervalo relevante de produção ou 
venda, e podem variar se os aumentos ou diminuições de volume forem 
significativos.
5.4.3. Custos Variáveis
São assim chamados os custos e despesas cujo montante em unidades 
monetárias varia na proporção direta das variações do nível de atividade 
a que se relacionam. Tomando como referencial o volume de produção 
ou vendas, os custos variáveis são aqueles que, em cada alteração da 
22 Gestão de Custos
quantidade produzida ou vendida, terão uma variação direta e proporcio-
nal no seu valor. Se a quantidade produzida aumentar, o custo aumen-
tará na mesma proporção. Se a quantidade diminuir, o custo também 
diminuirá na mesma proporção.
Por exemplo, se a quantidade tiver um aumento de 10% e o custo au-
mentar também em 10%, será considerado um custo variável. Da mesma 
forma, se a quantidade tiver uma redução de 20% e o custo diminuir tam-
bém em 20%, será também considerado um custo variável. Em termos 
gráficos, um custo é variável quando a inclinação da reta resultante dos 
dados obtidos tem uma inclinação exata de 45 graus. 
EXEMPLIFICANDO
Custo Estruturado versus Custo Variável
A denominação de custo variável decorre de que um gasto 
apresenta um comportamento de variabilidade proporcio-
nal ao volume produzido ou vendido do produto ou serviço. 
Contudo, alguns gastos têm também um comportamento de 
variabilidade em relação a outras atividades que não os vo-
lumes de produção e vendas. Os gastos nessa situação são 
denominados de custos estruturados, ou seja, há uma rela-
ção de estrutura de variabilidade com outra variável que não 
produção ou vendas. 
A identificação dessa variabilidade é muito importante para 
o processo de estimativa e orçamento de custos em proje-
to, pois aprimora o processo de planejamento do custo dos 
recursos necessários ao projeto. Como exemplo de custo 
estruturado podemos citar os encargos sociais trabalhistas, 
que variam de acordo com os salários e outras verbas sala-
riais; os gastos com vale alimentação, que variam em relação 
aos funcionários e dias úteis do mês; etc.
Gestão de Custos 23
5.4.4. Custos semifixos e semivariáveis
Alguns custos têm um componente fixo e um componente que tende a 
variar com o nível de atividade; a esses denominamos de custo semifixo. 
Exemplo deste tipo de custo é a energia elétrica para boa parte das in-
dústrias, onde a demanda é a parte fixa e o consumo é a parte variável. 
Denominamos de custos semivariáveis aqueles que tendem a variar com 
o volume ou nível de atividade, mas não na mesma proporção que os ca-
racterizados como estritamente variáveis. Exemplos desse tipo de custo 
são basicamente os materiais indiretos. A Figura 4 mostra a análise carte-
siana do comportamento desses tipos de custos.
Figura 4: Análise Gráfica do Comportamento de Custos 
Fonte: Elaborada pelos autores.
24 Gestão de Custos
ASSIMILE
Para conclusão deste tema, apresentamos na Figura 5 um 
resumo do estudo classificatório dos custos. 
Figura 5 – Objetivos da Classificação de Custos
Fonte: Elaborada pelos autores.
Verifica-se que as duas classificações de custos têm objetivos 
distintos, mas devem ser trabalhadas conjuntamente para 
diversas fases do processo decisório.
Estudo classificatório
Tipos de classificação
Objetivos principais
Custo direto
Custo indireto
Custo fixo
Custo variável
Custo semifixo
Custo semivariável
Custo unitário do produto 
ou serviço final
Apuração de resultados 
para a contabilidade 
societária e fiscal 
(seguindo a demostração 
de resultados)
Formação do preço de 
venda
Orçamento e projetos
Condução de 
modelos para o 
processo de tomada 
de decisão (análise 
custo-volume-lucro)
Gestão geral de custos
Formação de preço de 
venda
CLASSIFICAÇÃO 
DE CUSTO
Identificação ao produto 
ou objeto de custo
COMPORTAMENTO 
DE CUSTO
Reação do valor gasto 
ao volume produzido/
vendido
Será que o gerenciamento de custo do projeto pode ser tratado de 
forma independente das demais disciplinas de gerenciamento de 
projeto, como escopo, cronograma, qualidade, etc.?
QUESTÃO PARA REFLEXÃO
Gestão de Custos 25
6. Considerações finais
Nesta aula, você estudou: 
• Uma visão geral sobre os processos do gerenciamento de custos.• Os conceitos de gerenciamento de projetos que se relacionam ao 
tratamento de custos. 
• A importância do tratamento de custos nos projetos. 
• Porque o controle do custo é fundamental para o sucesso do projeto. 
• As terminologias, conceitos e classificações gerais de custos
Glossário
• Enfoque sistêmico: é uma abordagem científica de tratamento 
dos assuntos em que se parte primeiramente do todo para depois 
entender as partes, processo inverso ao da abordagem reducionis-
ta, que parte primeiro do estudo das partes para entender o todo. 
O enfoque ou abordagem sistêmica é fundamental para projetos, 
uma vez exige como referência principal o objetivo do projeto, jus-
tificando o processo de entradas e processamento, de tal forma 
que as saídas devem estar de acordo com o objetivo do projeto. 
• Gerenciamento de custos: é um conjunto de atividades adminis-
trativas que tem por objetivo o processo de planejamento, execu-
ção e controle dos gastos de um determinado objeto de produção 
ou realização de alguma atividade ou conjunto de atividades. 
• Comportamento de custos: é um processo de análise da evolu-
ção do valor dos diversos tipos de gastos confrontada com a evo-
lução de uma variável dependente, normalmente a quantidade de 
produção ou vendas. 
26 Gestão de Custos
VERIFICAÇÃO DE LEITURA
TEMA 01
1. Pode-se conceituar o termo gerenciamento de custos 
como: 
a) processo de análise da evolução do valor dos diversos 
tipos de gastos confrontada com a evolução de uma 
variável dependente, normalmente a quantidade de 
produção ou vendas. 
b) conjunto de atividades administrativas que tem por 
objetivo o processo de planejamento, execução e con-
trole dos gastos de um determinado objeto de produ-
ção ou realização de alguma atividade ou conjunto de 
atividades.
c) processo de análise do resultado final, somente, do 
valor dos diversos tipos de gastos confrontado com a 
evolução de uma variável dependente, normalmente a 
quantidade de produção ou vendas.
d) conjunto de atividades organizacionais e públicas que 
tem por objetivo o processo de planejamento, execu-
ção e controle dos gastos de um determinado objeto 
de produção ou realização de alguma atividade ou con-
junto de atividades.
e) total de atividades administrativas que tem por objeti-
vo o processo de planejamento somente dos gastos de 
um determinado objeto de produção ou realização de 
alguma atividade ou conjunto de atividades.
2. Pode-se avaliar o comportamento de custos como o pro-
cesso de:
a) análise da evolução do valor dos diversos tipos de gas-
tos confrontada com a evolução de uma variável de-
pendente, normalmente a quantidade de produção ou 
vendas.
Gestão de Custos 27
b) conclusão da evolução do valor dos diversos tipos de 
gastos confrontada com a evolução de uma variável de-
pendente, normalmente a quantidade de produção ou 
vendas. 
c) checagem parcial da evolução do valor dos diversos ti-
pos de gastos confrontada com a evolução de uma va-
riável dependente, normalmente a quantidade de pro-
dução ou vendas. 
d) checagem final e conclusiva da evolução do valor dos 
diversos tipos de gastos confrontada com a evolução 
de uma variável dependente, normalmente a quantida-
de de produção ou vendas.
e) análise da evolução do valor dos gastos variáveis con-
frontada com a evolução de uma variável dependente, 
normalmente a quantidade de produção ou vendas.
1. Verifique qual das alternativas abaixo é a única que está 
correta:
a) Todos os custos diretos são variáveis. 
b) Todo custo fixo é indireto.
c) A mão de obra direta é um custo semifixo.
d) Todos os custos variáveis são diretos.
e) Os custos variáveis não se alteram com modificações 
do volume.
Referências Bibliográficas 
BERTALANFFY, Ludwig von. Teoria geral dos sistemas. 2. Ed. Petrópolis: Vozes, 1975.
DAVENPORT, Thomas H. Reengenharia de Processos. Rio de Janeiro: Editora Campus, 
1994.
GASNIER, D. Guia Prático para Gerenciamento de Projetos. 1. Ed. São Paulo: IMAM, 
2000. 
28 Gestão de Custos
KEELLING, R. Gestão de projetos: uma abordagem global. São Paulo: Saraiva, 2008. 
KERZNER, H. Gestão de projetos: as melhores práticas. Porto Alegre: Editora 
Bookman, 2006. 
KERZNER, H. Project Management: A Systems Approach to Planning, Scheduling, 
and Controlling. 7. ed. New York: John Wiley & Sons, 2001. 
OLIVEIRA, Djalma de Pinho Rebouças. Sistemas, organização & métodos: uma abor-
dagem gerencial. 3. ed. São Paulo: Atlas, 1990.
OLIVEIRA, Valter Castelhano. Gestão de Projetos. EAD Anhanguera, 2013.
PADOVEZE, Clóvis Luís. Contabilidade de Custos. São Paulo: Cengage, 2013.
PHILLIPS, J. Project management professional, guia de estudo. Rio de Janeiro: 
Elsevier, 2004. 
PMI - Project Management Institute. Um guia de conhecimento em gerenciamento de 
projetos (guia PMBOK). 6. ed. Newtown Square: PMI, 2017. 
PMI - Project Management Institute. Disponível em: <http://www.pmi.org>. Acesso 
em: 22 jan. 2019.
Gabarito – Tema 01
Questão 1 - Resposta: B
Conjunto de atividades administrativas que tem por objetivo o pro-
cesso de planejamento, execução e controle dos gastos de um de-
terminado objeto de produção ou realização de alguma atividade ou 
conjunto de atividades
Questão 2 - Resposta: A
Análise da evolução do valor dos diversos tipos de gastos confron-
tada com a evolução de uma variável dependente, normalmente a 
quantidade de produção ou vendas.
Questão 3 - Resposta: D
Todos os custos variáveis são diretos, porque são claramente identi-
ficados com uma unidade do produto ou serviço. A recíproca não é 
verdadeira, uma vez que alguns custos diretos são fixos.
29 Gestão de Custos
TEMA 02
PLANEJAMENTO DOS RECURSOS
Objetivos
• Entender que um projeto é uma sequência temporal 
de atividades que consomem recursos ao longo do 
tempo;
• Saber que um projeto necessita de obtenção de 
recursos financeiros e que o dinheiro tem seu custo 
ao longo do tempo;
• Conhecer os principais conceitos de cálculo das taxas 
de juros;
• Compreender a importância dos métodos de análise 
financeira dos projetos;
• Entender os princípios da comparação de projetos de 
investimento.
30 Gestão de Custos
Introdução
O gerenciamento de custos em projeto parte do planejamento do proces-
so. O processo de planejamento de recursos permite determinar quais 
serão os recursos (humanos, materiais, tecnologia, equipamentos e in-
vestimentos), em termos de quantidade, necessários para a realização de 
cada atividade ou fase do projeto.
A principal decisão financeira é a decisão de investimento. Como um pro-
jeto é um investimento, este se caracteriza também como uma decisão 
financeira. Esta decisão envolve, em linhas gerais, um planejamento do 
negócio a ser investido e as expectativas do retorno financeiro que este 
negócio trará nos períodos futuros, que seja suficiente para cobrir o capi-
tal aplicado mais um rendimento mínimo desejado. Assim, a decisão de 
investimento incorpora a variável tempo. De outro modo, investe-se hoje 
para recuperar o valor investido, com rendimentos adicionais, no futuro.
Alguns autores referem-se a este processo como decisão de consumo inter-
temporal. Ou seja, um indivíduo pode ter uma preferência de consumo, de 
tal forma que deseja consumir algo imediatamente. E não tendo dinheiro, 
toma um empréstimo, ajustando seu desejo de consumo imediato. Para 
tanto, paga juros ao emprestador. O outro indivíduo, naquele momento 
que está emprestando, cede seu desejo de consumo imediato em troca 
do recebimento de juros pelo período que dispõe do dinheiro. Assim, ele 
transfere seu desejo de consumo para o futuro (BREALEY; MYERS, 1992).
O conceito da decisão de consumo intertemporal fundamenta o conceito 
do valor do dinheiro no tempo. Como a decisão de investimento é nor-
malmente uma decisão de planejamentofinanceiro de longo prazo, ela 
deva ser tomada considerando este conceito financeiro fundamental.
Sabemos que nem todos os projetos têm expectativa de retorno financei-
ro para investidores, ou seja, existem projetos que apenas consideram as 
saídas de recursos. De qualquer forma, eles precisam ser financiados, e o 
custo do dinheiro é necessário para complementar a análise de viabilida-
de do projeto.
Gestão de Custos 31
ASSIMILE
Viabilidade econômica e viabilidade técnica do projeto
O projeto deve ter viabilidade técnica, ou seja, é possível re-
alizá-lo com os recursos técnicos e humanos disponíveis. 
A viabilidade técnica é necessária para a realização do proje-
to, mas não é suficiente para garantir o seu sucesso, é neces-
sário que haja também a viabilidade econômica, em que o 
investimento somente é viável se remunerar adequadamen-
te o capital investido, o que se traduz em obter benefícios 
maiores que os custos.
 
1. Orçamento de Capital (Capital Expenditures – 
CAPEX)
A terminologia orçamento de capital, também conhecida pela sigla CAPEX 
(do inglês, capital expenditures), é muito utilizada em finanças sem a exis-
tência de uma definição apropriada. Esta terminologia tem sido aplicada 
para dois processos de planejamento:
1. O conjunto de procedimentos para avaliação de um projeto de 
investimento.
2. A peça orçamentária para orçamento dos investimentos em ativos 
permanentes dentro do plano orçamentário.
Aqui, a terminologia a ser adotada refere-se ao primeiro processo, ou 
seja, os procedimentos para avaliação dos projetos de investimentos, e, 
portanto, planos financeiros de longo prazo. 
Dessa maneira, podemos utilizar como sinônimos orçamento de capital e 
planejamento financeiro de longo prazo, que se referem ao conjunto de 
conceitos e técnicas para avaliar projetos de investimentos decorrentes 
das estratégias empresariais.
32 Gestão de Custos
2. O Valor do Dinheiro no Tempo
O método básico para avaliar a equivalência de capitais ao longo do tem-
po é trazer os valores de dois tempos distintos numa única data base de 
comparação. O método mais utilizado é a taxa de retorno (ou taxa interna 
de retorno - TIR), que corresponde ao desconto do valor futuro a ser pago, 
trazendo-o à base monetária de hoje, com o valor atual desembolsado, 
identificando a taxa de juros adotada.
Tomemos como exemplo alguém que empresta $ 10.000 para pagamen-
to a 30 dias, prometendo pagar, ao final dos 30 dias, $ 10.500. A fórmula 
básica é a seguinte:
Valor Futuro
Valor Presente=
1 + taxa de juros ( i )
No nosso exemplo, temos:
$ 10.500
$ 10.000=
(1 + i)
1,05 = (1 + i)
$ 10.500
1 + i=
$ 10.000
Neste exemplo, a taxa de juros que equaliza o valor presente ao valor 
futuro é 5% (o que excede a 1 multiplicado por 100). Em outras palavras, 
considerando uma taxa de juros de 5% ao mês, $ 10.500, a preços daqui, 
a 30 dias equivale a $ 10.000 a preços de hoje.
A metodologia do valor presente líquido, que é uma variante da taxa de 
retorno (e mais utilizada pela sua simplicidade), ao invés de descobrir a 
taxa parte da determinação de uma taxa necessária ou desejada, descon-
tando o valor futuro a esta taxa. Se o valor futuro descontado for superior 
ao valor presente, entende-se que há um valor presente líquido ou valor 
presente adicional, o que valida a negociação.
Gestão de Custos 33
EXEMPLIFICANDO
Com os dados iniciais do exemplo anterior, mas admitindo 
que o indivíduo que emprestou o dinheiro aceite uma taxa 
de 4% ao mês, ele desconta o valor futuro por essa taxa e 
compara com os $ 10.000 de valor presente, que ele empres-
tou. A fórmula é a mesma, mas ao invés de determinar a taxa 
de juros, determina-se o valor presente:
Valor Futuro
Valor Presente=
1 + taxa de juros ( i )
No nosso exemplo, temos: 
$ 10.500
= X
(1 + 0,04)
$ 10.500
= 10.096
1,04
Valor presente = 10.096
Neste caso, o emprestador abdicou de $ 10.000 reais agora 
para receber, no futuro, $ 10.500. Como ele se contenta com 
4% ao mês, receberá, daí a trinta dias, $ 10.096, um valor su-
perior ao que tinha. Dessa maneira, além de receber os juros 
mínimos desejados, receberá $ 96 a mais. Esta avaliação in-
dica que a operação deve ser aceita.
34 Gestão de Custos
3. Juros Simples e Composto
3.1. Juro Simples
Denomina-se juro simples a aplicação dos percentuais das taxas de juros 
sobre o valor do capital ou do investimento desconsiderando-se os juros 
de períodos passados. Denomina-se de juro composto quando a taxa de 
juros é aplicada sobre o valor do capital, mais o valor dos juros de perío-
dos anteriores, ou, como é dito no jargão popular, juros sobre juros. 
Exemplo 1 – Calcular os juros de 2% ao mês sobre o capital de $ 5.000,00 
investido há 3 meses. Neste caso, 2% ao mês para 3 meses, no conceito 
de juros simples, é obtido pela multiplicação simples da taxa mensal pela 
quantidade de períodos. No caso, 2% * 3 meses = 6%. 
Cálculo:
Número índice de 6% = 0,06
$ 5.000,00 * 0,06 = $ 300,00
O valor dos juros de 3 meses com a taxa de 2% ao mês é igual a $ 300,00.
FÓRMULA - JUROS SIMPLES
i = M * (i * n)
Gestão de Custos 35
PARA SABER MAIS
Fórmula de montante com juros simples.
 Um empréstimo de $ 15.000,00 foi feito a juro simples para 
6 meses, com uma taxa de juros para todo o semestre de 
18% no período. O emprestador pretende pagar o emprésti-
mo após 2 meses. Calcular o montante final a ser pago.
Neste caso, se a taxa de juros para o semestre é de 18%, a 
taxa de juros mensal, pelo cálculo de juros simples, é de 3% 
ao mês (6 meses * 3% ao mês = 18% no semestre). 
Cálculo:
Taxa de 3% x 2 meses = 6,0% para 2 meses
Número índice de 6% = 0,06
Número índice do montante ou valor final = 1 + 0,06 = 1,06
$ 15.000,00 * 1,06 = $ 15.900,00
O valor final do empréstimo a ser pago após 2 meses à taxa 
de juros de 3% ao mês é de $ 15.900,00.
FÓRMULA – MONTANTE COM JUROS SIMPLES
 Mn = M * (1 + (i * n))
3.1.1. Utilização de juros simples
No ambiente de negócios, a utilização de juros simples limita-se a opera-
ções de curtíssimo prazo. Quando as operações envolvem juros e prazos 
36 Gestão de Custos
superiores a 30 dias, a tendência é a utilização de juros compostos. No 
ambiente financeiro, que envolve bancos, operações de investimento e 
empréstimos, podemos dizer que há o uso exclusivo de juros compostos. 
Assim, a utilização de juros simples limita-se ao ambiente de negócios 
pessoais e negócios empresariais de curtíssimo prazo. Ainda assim, em 
negócios pessoais que envolvem prazos longos, há também a utilização 
do conceito de juros compostos.
3.2. Juros compostos
Juro composto é a aplicação financeira da capitalização e cobrança dos 
juros de um período, incluindo também os juros de períodos anteriores 
que não foram pagos. Matematicamente, é a expressão geométrica ou 
exponencial das taxas de juros de um período, capitalizadas dessa forma, 
enquanto os juros não foram pagos. Na linguagem jurídica, a aplicação 
exponencial ou geométrica das taxas de juros é denominada de anatocis-
mo. Na semântica popular, é “juros sobre juros”. 
Vejamos um exemplo introdutório, detalhado na Tabela 1:
Uma pessoa tomou um empréstimo bancário para 90 dias, no valor de 
$ 2.500,00, com uma taxa de juros de 2% ao mês, para pagamento ao 
final do período contratado. O valor a ser pago ao final de 90 dias será 
$ 2.653,02. 
Tabela 1: Cálculo de Juros Compostos 
Período Saldo inicial
Juros
Saldo final
Taxa Valor
Mês 1 2.500,00 2,0% 50,00 2.550,00
Mês 2 2.550,00 2,0% 51,00 2.601,00
Mês 3 2.601,00 2,0% 52,02 2.653,02
Fonte: Elaborada pelos autores.
Gestão de Custos 37
Verifica-se que os juros calculados mês a mês incidem também sobre o 
valor dos juros do mês anterior que não foram pagos, e, sim, apenas ca-
pitalizados.Neste sistema, o saldo final de um mês é o saldo inicial para 
o mês seguinte. 
Para o cálculo dos juros devidos no Mês 2, aplica-se o percentual de 2,0% 
sobre o valor inicial, $ 2.500,00, mais os juros de $ 50,00, capitalizados e 
somados ao montante original, mas ainda não pagos.
Cálculo dos juros do Mês 1:
Taxa de juros = 2%
Número índice da taxa de juros = 0,02
Juros do Mês 1 = 0,02 * $ 2.500,00 = $ 50,00
Cálculo dos juros do Mês 2 – Juros sobre Juros:
Juros do Mês 2 sobre o saldo inicial = 0,02 * $ 2.500,00 = $ 50,00
Juros do Mês 2 sobre os juros do Mês 1 = 0,02 * $ 50,00 = $ 1,00
Total de Juros do Mês 2 = $ 51,00
Não há necessidade, porém, de calcular dessa forma. O método adotado é 
calcular os juros do Mês 2 sobre o Saldo Inicial do Mês 2. O Saldo Inicial com-
preende o valor do empréstimo, mais os juros do Mês 1, capitalizados e não 
pagos, formando um novo saldo para aplicar a taxa para o próximo mês.
Cálculo dos juros do Mês 2 – sobre Saldo Inicial
Juros do Mês 2 = 0,02 * $ 2.550,00 = $ 51,00
Este é o método utilizado internacionalmente. Assim, todos os juros capi-
talizados e não pagos formam um novo montante, que será considerado 
Saldo Inicial para o próximo período que se inicia, e sobre este novo mon-
tante é que será aplicada a taxa de juros convencionada.
38 Gestão de Custos
Vamos fazer também a explicação dos juros do Mês 3. Primeiro, eviden-
ciando o formato de juros sobre juros.
Cálculo dos juros do Mês 3 – Juros sobre Juros:
Juros do Mês 3 sobre o saldo inicial = 0,02 * $ 2.500,00 = $ 50,00
Juros do Mês 3 sobre os juros do Mês 1 + Mês 2 = 0,02 * $101,00 = $ 2,02
Total de Juros do Mês 3 = $ 52,02
Fazendo o cálculo pelo método de saldo inicial de cada mês, temos:
Cálculo dos juros do Mês 3 – sobre Saldo Inicial
Juros do Mês 3 = 0,02 * $ 2.601,00 = $ 52,02
FÓRMULA - JUROS COMPOSTOS
n
Juros = M * (( 1 + i )-1))
FÓRMULA – SALDO FINAL (MONTANTE FINAL) 
COM JUROS COMPOSTOS
n
Saldo Final – Montante Final = M * ( 1 + i )
3.3. Taxa nominal e taxa efetiva
A matemática financeira e o mercado financeiro consideram que as ta-
xas de juros, utilizadas de forma composta ou geométrica, representam a 
taxa efetiva. Assim, mensurações de taxas de juros de forma simples, 
Gestão de Custos 39
que não consideram o conceito de juros compostos, são denominadas de 
taxas nominais. 
Vamos tomar como referência os dados do exemplo anterior. O montan-
te final a ser pago é de $ 2.653,02. O valor emprestado foi de $ 2.500,00. 
O valor total dos juros para os três meses foi de $ 153,02.
Exemplo 1 
Montante final a ser pago $ 2.653,02
Valor tomado 2.500,00
Juros capitalizados 153,02
Calculando-se a representatividade do valor total dos juros sobre o capital 
inicial, teríamos a taxa nominal para três meses:
 
Taxa nominal – para três meses =
Juros totais do período
Saldo inicial tomado
 
Taxa nominal – para três meses = = 6,12%
$153,02
$ 2.500,00
Se fôssemos dividir a taxa nominal para três meses por 3 meses, teríamos 
uma taxa nominal mensal de 2,04% (6,12%: 3 meses). Sabemos, contudo, 
que a taxa efetiva foi de 2% ao mês.
Exemplo 2
Uma pessoa empresta de um banco $ 4.000,00 para ser pago em 4 par-
celas $ 1.101,96. O banco cobrará a taxa de juros mensal de 4% ao mês. 
Este exemplo contempla uma nova variável. O pagamento em parcelas. O 
pagamento das parcelas – a prestação mensal – é denominado de amorti-
zação do empréstimo ou financiamento. A planilha de cálculo com o con-
ceito de juros compostos está apresentada a seguir, na Tabela 2.
40 Gestão de Custos
Tabela 2: Planilha do Empréstimo 
Saldo Juros Amortização Saldo 
Período Inicial Taxa Valor Final
Mês 1 4.000,00 4,0% 160,00 1.101,96 3.058,04 
Mês 2 3.058,04 4,0% 122,32 1.101,96 2.078,40 
Mês 3 2.078,40 4,0% 83,14 1.101,96 1.059,58 
Mês 4 1.059,58 4,0% 42,38 1.101,96 0,00 
Soma     407,84 4.407,84  
Fonte: Elaborada pelos autores.
Verificamos que o total de juros pagos no período de 4 meses foi de 
$ 407,84. Confrontando o valor dos juros pagos com o valor inicial em-
prestado, teremos a taxa nominal para 4 meses e a taxa nominal mensal:
Taxa nominal – para 4 meses =
Total dos juros pagos
Valor emprestado
Taxa nominal 
para 4 meses 
= 10,196% (10,2% arredondando)=
$ 407,84
$ 4.000,00
No conceito de taxa nominal, pagou-se 10,2% em 4 meses. Transformando 
em taxa mensal, teríamos:
Taxa nominal mensal =
Taxa nominal do período todo
Quantidade de períodos
Taxa nominal mensal = = 2,55% ao mês
10,2%
4 meses
Uma pessoa sem conhecimento aprofundado de matemática financeira 
poderia ser levada a entender que estaria pagando uma taxa de juros 
Gestão de Custos 41
mensal de 2,55% ao mês, que é a taxa nominal. Sabemos, contudo, que, 
de fato, a taxa efetiva foi de 4% ao mês.
Por que, neste caso, a taxa efetiva é maior que a taxa real?
A resposta é simples: a taxa efetiva é aplicada sempre sobre o saldo ini-
cial. Neste exemplo, a partir do Mês 2, o saldo inicial está diminuído da 
parcela da prestação paga, a amortização. Dessa maneira, os juros do 
Mês 2 são aplicados sobre o saldo inicial, os juros capitalizados, menos o 
valor da parcela paga.
Cálculo dos juros do Mês 2:
Saldo Inicial $ 4.000,00
(+) Juros do Mês 1 sobre o saldo inicial - 0,04 * $ 4.000,00 160,00
(-) Valor da primeira parcela paga (1.101,96)
Saldo Inicial para o Mês 2 3.058,04
Juros do Mês 2 – 0,04 * $ 3.058,04 122,32 
Observa-se que o valor dos juros devidos no Mês 2 é inferior ao valor 
dos juros do Mês 1. No Mês 1, calculou-se 4% sobre $ 4.000,00, dando 
$ 160,00. No Mês 2, o percentual de 4% foi aplicado sobre um valor me-
nor, $ 3.058,04. Assim, à medida que as parcelas vão sendo pagas, o saldo 
da dívida vai diminuindo, e os juros devidos também.
É importante ressaltar que continua o conceito de juros compostos – juros 
sobre juros –, porém, respeitando sempre o saldo anterior, que pode 
ser diminuído por ter havido pagamento parcial, como é o caso deste 
exemplo. Parte do total dos juros capitalizados no Mês 1, de $ 160,00, foi 
pago. Como o valor da prestação é de $ 1.101,96, podemos entender que, 
dentro desta parcela, há o pagamento de $ 1.000,00, que corresponderia 
à primeira parcela do valor principal, e $ 101,96, que corresponderia ao 
pagamento de parte dos juros contabilizados no Mês 1. 
42 Gestão de Custos
Para Saber Mais: 
PARA SABER MAIS
Taxa nominal versus taxa efetiva I.
Uma taxa de 1% ao mês aplicada de forma composta duran-
te um ano traduz-se em uma taxa efetiva maior do que 12% 
ao ano, uma vez que incide sobre juros sobre juros. Assim, se 
aplicarmos $ 1.000,00 no início de um ano para um ganho de 
1% ao mês, teremos ao final do ano um saldo de $ 1.126,82, 
ou seja, ao final do ano a rentabilidade anual será de 12,68%. 
Valor final da aplicação - $ 1.126,82 (a)
Valor inicial da aplicação - $ 1.000,00 (b)
Valor dos juros obtidos - $ 126,82 (c = a – b)
Taxa anual % - 12,68% = c/b*100%
A taxa de 12,68% pode ser obtida pela potencialização da 
taxa de 1%, pela fórmula matemática do juro composto:
 n 12
( 1 + i ) = ( 1+0,01) = 1,12682
Taxa nominal versus taxa efetiva II 
Vamos supor que você faça uma aplicação financeira de 
$ 10.000,00, que deverá render, ao final de seis meses, 12%, 
onde os juros serão capitalizados mensalmente pela taxa 
efetiva por meio de juros compostos. Se você supor que de-
verão ser creditados juros de 2% ao mês (12%: 6 meses), esta 
suposição é errada, conforme mostra a tabela a seguir:
Gestão de Custos 43
Tabela 3 - Exemplo
Solução Incorreta Taxa de Juros-% Juros Mensais Saldo
Valor aplicado     10.000,00
Juros Mês 1 2,000% 200,00 10.200,00
Juros Mês 2 2,000% 204,00 10.404,00
Juros Mês 3 2,000% 208,08 10.612,08
Juros Mês 4 2,000%212,24 10.824,32
Juros Mês 5 2,000% 216,49 11.040,81
Juros Mês 6 2,000% 220,82 11.261,62
Fonte: Elaborada pelos autores.
Note que o saldo final é $ 1.261,62 a mais e não $ 1.200,00, 
que seria o correto. Isto porque, capitalizando 2% ao mês por 
seis meses de forma composta, os juros totais do semestre 
são efetivamente 12,6162%.
A taxa efetiva de 12% para seis meses, capitalizadas mensal-
mente por juros compostos, é 1,906762% ao mês, conforme 
mostra a tabela correta apresentada a seguir.
Tabela 4 - Exemplo
Solução Correta Taxa de Juros-% Juros Mensais Saldo
Valor aplicado     10.000,00
Juros Mês 1 1,906762% 190,68 10.190,68
Juros Mês 2 1,906762% 194,31 10.384,99
Juros Mês 3 1,906762% 198,02 10.583,01
Juros Mês 4 1,906762% 201,79 10.784,80
Juros Mês 5 1,906762% 205,64 10.990,44
Juros Mês 6 1,906762% 209,56 11.200,00
Fonte: Elaborada pelos autores.
Veja que o saldo final foi aumentado corretamente em 
$ 1.200,00.
 
44 Gestão de Custos
4. Juros, Inflação e Risco e Custo de Capital
A taxa de juros tende a subir se a inflação existir ou subir. Se um empres-
tador aceita receber 10% ao ano pela cessão do seu dinheiro, caso tenha 
a expectativa de que neste ano haverá uma inflação de 5%, ele tenderá a 
exigir não mais 10%, mas sim, 15%. Ou seja, ele adiciona à taxa de juros o 
percentual da expectativa da inflação.
Neste caso, as terminologias mais utilizadas são as seguintes:
• Taxa de juros nominal, que representa a taxa completa, que com-
preende a taxa de juros esperada mais a taxa de inflação esperada. 
No nosso exemplo, 15%.
• Taxa de juros real, que é a taxa de juros diminuída da taxa esperada 
de inflação. No nosso exemplo é 10% (Taxa de juros nominal –15%, 
menos 5% da taxa esperada de inflação no ano).
5. Custo de Capital: Parâmetro para Avaliação da 
 Rentabilidade
O parâmetro para verificação da viabilidade de um projeto de investimen-
to é o conceito de custo de capital. Custo de capital é o custo que se paga 
para obter dinheiro para o investimento. O custo de capital, por sua vez, 
decorre basicamente das taxas de juros constantes na economia, que, de 
um modo geral, partem das taxas cobradas pelos governos dos países 
através de seus bancos centrais. Estes parâmetros são considerados cus-
tos explícitos.
O custo de capital (a taxa de juros bruta) compreende três elementos:
1. A taxa de juros livre de risco, que é a taxa dos títulos do governo, que 
no Brasil é representada pela SELIC.
Gestão de Custos 45
2. O complemento pela intermediação bancária, que no Brasil é repre-
sentado pelo CDI.
3. O complemento pelo risco da empresa, que é a taxa de juros adicio-
nal que dará o retorno ao investidor superior às taxas cobradas pelo 
capital de terceiros.
LINK
Entenda um pouco mais sobre o que é a SELIC, consultando 
o site disponível em: <https://www.bcb.gov.br/controleinfla-
cao/taxaselic>. Acesso em: 04 dez. 2018.
Na Figura 1 apresentamos como se estrutura o custo de capital para fins 
de avaliação da viabilidade de investimentos. 
Como todo retorno tem seu equivalente de risco, a taxa de juros do capi-
tal de terceiros representa o risco financeiro, o complemento pelo risco 
da empresa representa o risco operacional e a somatória dos dois ele-
mentos representa o risco total da empresa.
Figura 1– Estrutura do Custo de Capital
Custo de capital próprio
Custo de capital de terceiros
Taxa básica determinada 
pelo Banco Central
Complemento 
Interbancário
Complemento pelo 
risco da empresa
CDI – LIBOR – Prime Rate – Spread
Risco financeiro Risco Operacional
Risco da empresa
Fonte: Elaborada pelos autores.
46 Gestão de Custos
De um modo geral, podemos dizer que, em ambientes de inflação contro-
lada, a rentabilidade mínima desejada pelos investidores fica ao redor de 
10 a 12% ao ano. Rendimentos de 15% são considerados bons e de 18% 
para cima, ótimos.
Tabela 4 – Parâmetros Práticos para Avaliação de Rentabilidade
Mínimo Médio/Bom Excelente
Rentabilidade obtida 12% 15% 18%
Retorno do investimento 
(em anos) 8,33 6,67 5,56
Fonte: Elaborada pelos autores.
Considerando o conceito de juros simples, uma rentabilidade anual de 
12% permitirá que o investidor recupere o investimento em 8,33 anos 
(100%/12%). O retorno do investimento se dará em 5,56 anos, caso a em-
presa consiga dar ao sócio ou acionista uma rentabilidade anual consecu-
tiva de 18%.
6. Critérios de Avaliação dos Investimentos – VPL, 
 TIR, Payback
6.1. Modelo Básico para Decisão de Investimento: 
 Valor Presente Líquido (VPL)
Um investimento é feito no pressuposto de gerar um resultado que supe-
re o valor investido para compensar o risco de trocar um valor presente 
certo por um valor futuro com risco de sua recuperação1. A rentabilidade 
desejada que será incorporada no modelo de decisão de investimentos é 
denominada de juros remuneratórios. 
1 Não podemos dizer que há incerteza do retorno, porque a incerteza caracteriza-se pelo total desconhecimento do 
futuro. No caso de um investimento, denomina-se esta lacuna de conhecimento do futuro de risco, uma vez que é possível 
associar probabilidades de êxito ao retorno do investimento. Ou seja, quando se faz um investimento, o investidor tem uma 
série de informações que lhe permite vislumbrar algo do futuro e associar probabilidades de êxito ao seu investimento, 
caracterizando-se desta maneira como risco, e não como incerteza. 
Gestão de Custos 47
6.2. Valor Presente Líquido
O critério de valor presente líquido é o modelo clássico para a decisão de 
investimentos e compreende as seguintes variáveis:
• O valor do investimento.
• O valor dos fluxos futuros de benefícios (de caixa, de lucro, de divi-
dendos, de juros).
• A quantidade de períodos em que haverá os fluxos futuros.
• A taxa de juros desejada pelo investidor.
Valor Presente Líquido significa descontar o valor dos fluxos futuros a 
uma determinada taxa de juros, de tal forma que este fluxo futuro apre-
sente-se a valores de hoje, ou ao valor atual. O valor atual dos fluxos fu-
turos, confrontado com o valor atual do investimento a ser feito, indica a 
decisão a ser tomada:
• Se o valor atual dos fluxos futuros for igual ou superior ao valor atual 
a ser investido, o investimento deverá ser aceito.
• Se o valor atual dos fluxos futuros for inferior ao valor a ser investi-
do, o investimento não deverá ser aceito.
Exemplo
Investimento a ser feito (Ano 0x ou T0) - $ 1.000.000
Rentabilidade mínima exigida (taxa de juros) 12%
Fluxo Futuro de Benefícios
Ano 1 (T1) 500.000
Ano 2 (T2) 500.000
Ano 3 (T3) 500.000
Total 1.500.000
48 Gestão de Custos
Tabela 5: Valor Presente Líquido dos Fluxos Futuros
Fluxo 
Futuro
Índice da Taxa 
de Desconto
Valor Atual do 
Fluxo Futuro
A B C (A:B)
 Ano 1 500.000 1,12 446.429
 Ano 2 500.000 1,2544 398.597
 Ano 3 500.000 1,404928 335.890
1.500.000 1.200.916
Fonte: Elaborada pelos autores.
Pelos dados apurados no exemplo da Tabela 5, o investimento deverá ser 
aceito, uma vez que a soma do valor atual dos fluxos dos próximos três 
anos, descontados à taxa de 12% a.a., é de $1.200.916, superior ao valor 
de $ 1.000.000 a ser investido.
6.3. Taxa Interna de Retorno (TIR)
O modelo de decisão baseado na Taxa Interna de Retorno é uma variação 
do critério do VPL. Neste modelo, ao invés de se buscar o VPL do fluxo fu-
turo, busca-se a taxa de juros que iguala o total dos fluxos futuros descon-
tados a essa taxa de juros, com o valor do investimento inicial. A fórmula 
é a seguinte:
onde: I (0) = Investimento inicial no período 0
FF = Fluxos Futuros dos períodos 1 a n
i = taxa de juros que iguala a equação
Gestão de Custos 49
Utilizando os dados do nosso exemplo, a taxa de juros anual que iguala o 
investimento ao fluxo futuro descontado é de23,3752% a.a. Para o cálcu-
lo da TIR, utilizamos esta função no Excel. O Excel exige que o investimen-
to inicial esteja com sinal negativo. Este valor está na célula B2, enquanto 
os três fluxos futuros estão nas células B4, B5 e B6. A fórmula exigida pelo 
Excel para calcular a TIR com essas células é = TIR (B2:B6). O resultado é 
imediato, 23,3752%, que é a taxa anual.
Utilizando esta taxa para descontar os fluxos futuros, e aplicado no mode-
lo de VPL, temos que o valor atual dos fluxos futuros (Tabela 6), desconta-
dos a 23,752% ao ano é de $ 1.000.000, comprovando a TIR.
Tabela 6 - Exemplo
A B
1 Taxa Interna de Retorno
2 Investimento a ser feito (Ano 0 ou T0) - $ (1.000.000)
3 Fluxo Futuro de Benefícios
4 Ano 1 (T1) 500.000
5 Ano 2 (T2) 500.000
6 Ano 3 (T3) 500.000
7 Total 1.500.000
8 = TIR (B2 : B6) 23,3752 %
Fonte: Elaborada pelos autores.
Tabela 7: Valor Presente Líquido dos Fluxos Futuros 
com Taxa de 23,3752%
Fluxo Futuro
Índice da Taxa de 
Desconto
Valor Atual do 
Fluxo Futuro
A B C (A:B)
 Ano 1 500.000 1,233752 405.268
 Ano 2 500.000 1,5221438 328.484
 Ano 3 500.000 1,8779479 266.248
1.500.000 1.000.000
Fonte: Elaborada pelos autores.
50 Gestão de Custos
6.4. Períodos de Retorno do Investimento (Payback)
Este critério aplicado ao conceito VPL indica em quantos períodos (normal-
mente anos) há o retorno do investimento inicial. É uma informação com-
plementar ao processo decisório, e eventualmente importante quando, 
além do retorno do investimento, o tempo de recuperação é importante.
No nosso exemplo, considerando a taxa de 12% a.a., o payback médio é 
de 2,43 anos.
Tabela 8: PAYBACK – Valor Presente Líquido dos Fluxos 
Futuros a 12% a.a.
Fluxo Futuro Índice da Taxa de Desconto
Valor Atual do 
Fluxo Futuro
Investimento 
Inicial 
$ 1.000.000
A B C (A:B) Saldo a recuperar
Ano 1 500.000 1,12 446.429 553.571
Ano 2 500.000 1,2544 398.597 154.974
Ano 3 500.000 1,404928 355.890
1.500.000 1.200.916
Fonte: Elaborada pelos autores.
O saldo do investimento de $ 1.000.000 só será recuperado no último e 
terceiro ano. Este saldo de $ 154.974 equivale a 43% do fluxo do terceiro 
ano, que representa 5,2 meses.
($ 154.974 : 355.890) x 12 meses = 5,2 meses.
Somando esse período aos 2 primeiros anos, o retorno do investimento 
dar-se-á em 2 anos e 5,2 meses.
6.5. Payback nominal
Muitos autores e administradores financeiros utilizam o critério do payback 
com os valores dos fluxos futuros nominais, sem o desconto por um custo 
Gestão de Custos 51
de capital, com o objetivo de simplificação e obter uma informação do 
tempo de recuperação de forma mais rápida. Para projetos em que o 
retorno esperado seja de poucos períodos ou o retorno esperado seja 
substancialmente nos primeiros períodos, a informação, mesmo não 
sendo científica, torna-se utilizável.
No nosso exemplo, como os dois primeiros anos terão fluxos futuros 
iguais de $ 500.000 e o valor investimento foi de $ 1.000.000, o período de 
recuperação é exatamente de 2 anos.
6.6. Projetos de Investimento e Fluxo de Caixa Descontado
O planejamento financeiro de longo prazo compreende um ou mais pro-
jetos de investimento. Cada projeto tem que ser analisado e avaliado em 
relação ao seu retorno pelos critérios do valor presente líquido ou taxa 
interna de retorno. Serão aceitos os projetos de investimento a) com va-
lor presente líquido positivo ou igual a zero, ou b) os que tiverem maior 
taxa interna de retorno, de acordo com a metodologia de decisão adota-
da pela empresa.
Em linhas gerais, os projetos se classificam em:
• Projetos independentes.
• Projetos dependentes.
• Projetos mutuamente excludentes.
Figura 2 – Representação gráfica de um fluxo de caixa
Fonte: Elaborada pelos autores.
52 Gestão de Custos
Os projetos independentes são avaliados isoladamente e, por não incor-
porarem nenhuma dependência com outros projetos, a decisão pode ser 
tomada apenas em função de que satisfaçam a rentabilidade desejada. 
Os projetos dependentes envolvem a análise conjunta de dois ou mais 
projetos, já que a aceitação de um projeto pode afetar significativamente 
a rentabilidade de outro e vice-versa, ou mesmo, às vezes, pelo grau de 
dependência, ambos devem ser aceitos conjuntamente. Projetos mutu-
amente excludentes são aqueles em que a decisão de aceitação de um 
projeto impede a aceitação conjunta de outro projeto concorrente.
6.6.1. Representação Gráfica do Fluxo de Caixa
É comum a representação do fluxo de caixa num gráfico, evidenciando o 
resumo das entradas e saídas do projeto de investimento:
a) Todos os períodos (normalmente anuais) das entradas e saídas ao lon-
go da vida do projeto, que é a linha do tempo do projeto.
b) O valor de cada entrada em cada período.
c) O valor de cada saída em cada período.
Com esses dados e a incorporação do custo de capital, calcula-se o valor 
presente líquido do projeto, ou seja, o seu fluxo de caixa descontado. As 
Figuras 2, 3 e 4 apresentam exemplos de fluxos de caixas. A primeira figu-
ra mostra o modelo mais simples, em que o investimento (a saída) é feito 
num período inicial (o período 0) e as entradas acontecem regularmente 
nos três períodos subsequentes.
Figura 3 – Representação gráfica de um fluxo de caixa
Fonte: Elaborada pelos autores.
Gestão de Custos 53
Não necessariamente o investimento é feito de uma só vez. Na realidade, 
provavelmente na maior parte dos projetos de investimentos, os desem-
bolsos são feitos em várias parcelas e vários momentos. A Figura 4 mostra 
um exemplo em que as saídas para os investimentos ocorrem nos perío-
dos 0 e 1, enquanto as entradas começam a existir a partir do período 2. 
Figura 4 – Representação gráfica de um fluxo de caixa
Fonte: Elaborada pelos autores.
Também não necessariamente os retornos ou entradas do projeto de-
vam iniciar apenas após os investimentos. É possível que alguns retornos 
aconteçam antes da conclusão total dos investimentos. A Figura 4 mostra 
essa possibilidade de forma resumida.
6.6.2. Fluxo de Caixa Descontado ou Valor Presente 
Líquido de um Projeto de Investimento
A mensuração das entradas de um projeto é, provavelmente, o que traz 
maior dificuldade para sua obtenção, uma vez que, pela própria carac-
terística de investimento, lida com a mensuração dos retornos futuros 
e com as incertezas inerentes a qualquer futuro. De um modo geral, a 
mensuração das saídas (os investimentos) não apresenta dificuldades em 
demasia, pela mesma questão. Os administradores operacionais e finan-
ceiros sabem o que deve ser adquirido ou investido agora, ou seja, o grau 
de incerteza é muito menor porque basicamente o tempo é o presente. 
54 Gestão de Custos
Com os dados do caixa gerado em cada período, confrontados com o to-
tal do investimento, descontando a um custo de capital desejado ou ne-
cessário, podemos elaborar o fluxo de caixa descontado. Adotamos para 
o exemplo da Tabela 9 um custo de capital de 8% ao ano.
Tabela 9 - Fluxo de caixa descontado.
Fonte: Elaborada pelos autores.
Fica claro, neste exemplo, a importância do custo de capital ou da taxa 
de juros. Ele é o elemento que une as decisões de investimento com a 
decisão de financiamento. Em cima desses dados, a empresa irá buscar 
fundos para financiar os investimentos cujo custo deverá ser inferior, no 
máximo igual, aos 8% considerados no fluxo de caixa descontado.
Outrossim, se o custo de capital necessário ou desejado for maior, diga-
mos 10%, o valor presente passará a ser negativo. Quanto maior o custo 
de capital, maior dificuldade para justificar cada projeto de investimento.
Por que se deve cobrar juros sobre juros, utilizando como critério de 
cálculo de cobrança do valor do dinheiro no tempo a metodologia de 
juros compostos?
QUESTÃO PARA REFLEXÃO
Gestão de Custos55
7. Considerações Finais
Nesta aula, você estudou: 
• O conceito do valor do dinheiro no tempo.
• Que o custo de capital é a taxa de juros utilizada para avaliação da 
viabilidade financeira de um projeto.
• Os conceitos de juros simples e juros compostos.
• Os critérios de avaliação de investimentos tendo como referência 
as taxas de juros para determinar o valor presente líquido de um 
projeto.
• Como um projeto deve ser estruturado dentro de um fluxo de caixa 
para análise de sua viabilidade financeira.
Glossário
• Avaliação de investimento: é o processo de mensurar a viabilida-
de financeira de um projeto em aprovação, tendo como referência 
o fluxo de entradas e saídas financeiras e considerando o custo de 
capital e o valor do dinheiro no tempo.
• Custo de capital: é o nome genérico que se dá à taxa de juros 
utilizada para avaliação de um projeto de investimento, também 
denominado de taxa mínima de atratividade. 
• Fluxo de caixa: é a estruturação de todos os eventos financeiros 
decorrentes das atividades de um projeto, dentro de um modelo 
que agrega os eventos por períodos de tempo, identificando quais 
eventos financeiros geram entradas e saídas de caixa, para aplica-
ção das técnicas de análise de viabilidade de investimentos. 
56 Gestão de Custos
VERIFICAÇÃO DE LEITURA
TEMA 02
1. O que caracteriza o valor do dinheiro no tempo é:
a) O custo de capital é uma taxa de juros.
b) Pode existir inflação na economia.
c) A decisão de consumo intertemporal.
d) Juros simples.
e) Juros compostos.
2. O conceito de juros compostos caracteriza-se:
a) Por compreender juros sobre o valor emprestado mais 
juros já ocorridos ainda não pagos.
b) Por aplicar a taxa de juros sobre o principal emprestado.
c) Por aplicar duas vezes a taxa de juros sobre o principal 
emprestado.
d) Por considerar juros sobre o valor inicial emprestado.
e) Por cobrar juros sobre o valor final emprestado.
3. O custo de capital é composto da:
a) Inflação do período mais um prêmio pelo risco da 
empresa.
b) A taxa de juros do governo brasileiro.
c) A taxa de juros internacional mais a inflação do país.
d) A taxa livre de riscos, o complemento interbancário e o 
risco da empresa.
e) A Selic, a inflação e o risco da empresa.
Referências Bibliográficas 
BREALEY, Richard A.; MYERS, Stewart C. Princípios de finanças empresariais. 
Portugal: Mc-Graw Hill, 1992.
Gestão de Custos 57
DAMODARAN, Asvath. Avaliação de Investimentos. Rio de Janeiro: Qualitymark, 
1999.
GITMAN, Lawrence J.; MADURA, Jeff. Administração Financeira. São Paulo: Pearson, 
2003. 
KASSAI, Jose Roberto et al. Retorno do Investimento. São Paulo: Atlas, 1999. 
Gabarito – Tema 02
Questão 1 - Resposta: C
Quando alguém empresta dinheiro a outro, ele abdica de consumir 
hoje e espera o retorno do dinheiro no futuro, com juros. Portanto, é 
uma decisão que envolve adiar o tempo de consumo.
Questão 2 - Resposta: A
Juros compostos é o modelo utilizado pelas instituições financeiras 
e nos projetos de investimentos que cobram juros sobre o saldo de-
vedor, mais juros sobre o valor dos juros já ocorridos e ainda não 
pagos.
Questão 3 - Resposta: D
A taxa livre de riscos, a taxa do governo (no Brasil, a SELIC), já con-
templa a inflação esperada. Adiciona-se a ela o complemento inter-
bancário (no Brasil gerando o CDI) e mais o risco operacional da em-
presa, gerando o custo de capital.
Gestão de Custos 58
TEMA 03
ESTIMATIVA DOS CUSTOS
Objetivos
• Entender que o planejamento do custo em projetos 
deve ser integrado ao escopo e à estrutura analítica 
do projeto (EAP);
• Saber que a EAP é elaborada dentro do conceito estru-
tural, que contempla uma subdivisão lógica do projeto 
em vários níveis de detalhamento, que contém todos 
os recursos e atividades necessários ao projeto;
• Conhecer os principais conceitos de estruturação e 
apuração do custo dos recursos utilizados nas empre-
sas industriais e de serviços para adaptação aos 
projetos;
• Entender o papel das informações financeiras para 
apurar as medidas monetárias para aplicação no cus-
to das atividades que serão utilizadas pelo projeto.
Gestão de Custos 59
1. Estrutura Analítica do Projeto (EAP)
A base para o planejamento do custo de um projeto é a sua estrutura, 
denominada de Estrutura Analítica do Projeto (EAP), do correspondente 
inglês WBS (Work Breakdown Structure), que é o resultado final do proces-
so de definição do escopo do projeto.
A estrutura analítica do projeto contempla todas as atividades e tarefas 
que serão realizadas no projeto, que conjuntamente incorpora os demais 
recursos que serão consumidos nessas atividades, como os materiais a 
serem aplicados ou consumidos, bem como os equipamentos e acessó-
rios que serão também consumidos ou utilizados na execução das tarefas 
e atividades.
Dessa maneira, a estrutura analítica do projeto tem a mesma lógica concei-
tual e estrutural de uma estrutura de um produto ou serviço, e, portanto, 
assemelha-se a ela. Ainda, as atividades e tarefas a serem desenvolvidas 
no projeto devem ser estruturadas no conceito de roteiro ou processo de 
fabricação ou execução para permitir a adequada mensuração do custo 
das atividades do projeto. 
Em resumo, esses conceitos podem ser visualizados na Figura 1.
PARA SABER MAIS
A ferramenta WBSChartPro oferece recursos para o trata-
mento e representação gráfica da decomposição do escopo 
(disponível no site: <http://www.criticaltools.com/>. Acesso 
em: 22 jan. 2019) e possui uma versão de demonstração que 
pode ser baixada e utilizada para exercícios e treinamento. 
O WBSChartPro oferece recursos de integração com o MS-
Project da Microsoft, permitindo que a WBS seja desenvolvi-
da no WBSChartPro e transferida para o MS-Project, e tam-
bém o caminho inverso, alterações realizadas no MS-Project 
sejam realizadas automaticamente no WBSChartPro.
60 Gestão de Custos
Figura 1 – Estrutura Básica para Custeamento Unitário 
dos Produtos e Serviços
 Fonte: Elaborada pelos autores
Temos que reconhecer que quando se fala em projeto está se falando em 
uma enorme variedade de possíveis tipos de projetos. Contudo, elaborar 
um projeto é similar a produzir um produto ou um serviço. Dessa manei-
ra, é fundamental a absorção desses conceitos para direcionar adequada-
mente o planejamento do custo em projetos.
A estrutura do produto, serviço ou projeto é necessária para identificar os 
materiais diretos que o compõem. O roteiro ou processo de fabricação ou 
execução é necessário para identificar as atividades que serão necessárias 
para trabalhar todas as fases do produto, serviço ou projeto, para apura-
ção dos custos de mão de obra direta e equipamentos diretos utilizados. 
Resta a questão dos custos de apoio ou indiretos. Alguns projetos ab-
sorvem também outras atividades da empresa que não trabalham espe-
cificamente para projetos, mas, em determinados momentos, dedicam 
esforços para eles. Assim, é possível que, para alguns projetos, esforços 
do setor de tecnologia de informação, compras, controladoria, etc., sejam 
dedicados parcialmente a projetos específicos. Dessa maneira, é reco-
mendável que esses esforços sejam custeados e incorporados aos custos 
diretos do projeto.
Gestão de Custos 61
2. Estrutura do Projeto
A estrutura do projeto, produto ou serviço tem uma ligação com os mate-
riais necessários. Ela identifica todas as partes que representam o maior 
grau de detalhamento da estrutura, e, de uma forma lógica e estrutural, 
vai formando os subconjuntos e conjuntos, até o produto final especifica-
do, que é o produto que será produzido e posteriormente vendido, na sua 
versão específica, como pode ser visto na Figura 2. 
Figura 2 – Conceituação da Estrutura de um Produto
 
Fonte: Elaborada pelos autores.
Nas empresas industriais,

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