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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA VARA DE EXECUÇÃO DA COMARCA DE JOÃO MONLEVADE/MG Execução Penal nº (XXXX.XX.XXXXXX-X) LEANDRO DE CASTRO MARTINS, já devidamente qualificado nos autos em epígrafe, vem respeitosamente perante Vossa Excelência, por seu defensor (a) infra- assinado, por não se conformar com a respeitável decisão de fls. XX/XX dos autos, interpor com fulcro no art. 197 da Lei 7.210/89(LEP) o recurso de AGRAVO EM EXECUÇÃO, requerendo seja o mesmo recebido e, não havendo juízo de retratação sejam os autos remetidos ao EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE MINAS GERAIS. Ainda requer que sejam trasladas as seguintes peças destes autos: 1 - (XXXXXX) 2 - (XXXXXX) 3 - (XXXXXX) 4 - (XXXXXX) 5 - (XXXXXX) Nestes Termos, Pede Deferimento. João Monlevade, 02 de maio de 2018. _____________________________________________ ADVOGADO OAB/UF RAZÕES DO AGRAVO EM EXECUÇÃO AGRAVANTE: LEANDRO DE CASTRO MARTINS AGRAVADO: MINISTÉRIO PÚBLICO ESTADUAL ORIGEM: VARA DE EXECUÇÃO DA COMARCA DE JOÃO MONLEVADE Execução Penal nº (XXXX.XX.XXXXXX-X) Egrégio Tribunal Colenda Câmara Ínclitos Desembargadores Preclaro Procurador Geral de Justiça Em que pese o indiscutível saber jurídico do Ilustre Julgador Monocrático, e inconformado com a respeitável decisão contra si prolatada, vem o agravante interpor o presente recurso de Agravo em Execução, aguardando, ao final, se dignem Vossas Excelências em reformá-la, pelas razões de fato e fundamentos a seguir expostas: DOS FATOS Consta nos autos, que o agravante foi condenado à uma pena de 05(cinco) anos e 04(quatro) meses de reclusão, em regime semiaberto pela prática do crime de roubo, com emprego de arma, e que na data de 22-07-2017, subtraiu, mediante uso de grave ameaça e fazendo uso de um punhal, a quantia de R$ 500,00(quinhentos reais) da vítima Alessandra Marques de Toledo. No entanto, entrou em vigor na data de 24-04-2018 a Lei 13.654/2018 no qual o seu texto é mais benéfica ao agravante. O agravante, então, pediu ao juiz da Vara de Execução Penal para que reconhecesse a retroatividade da nova lei, que lhe é mais benéfica, sendo o pedido rejeitado. DO MÉRITO I)DA REESTRUTURAÇÃO DA PENA EM RAZÃO DE NOVA LEI PENAL È sabido que o instituto da novatio legis in mellius, tem por objetivo que a nova lei beneficie, em algum, aspecto, a situação do investigado, do acusado ou mesmo do condenado, seja no tocante à quantidade de pena, à modalidade de cumprimento, regime, benefícios penais ou processuais, etc. A retroatividade da lei se dá em circunstâncias em que foi sancionada lei posterior ao fato delituoso com preceito primário ou secundário mais benéfico. A CR/88, elenca entre as garantias fundamentais o direito à retroatividade da lei mais benéfica, senão vejamos: Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: XL - a lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu; Nesse sentido, cria-se uma novatio legis in mellius. Independentemente do fato delituoso, a lei manterá sua extra-atividade sempre em benefício do acusado, ou, muitas vezes, do já condenado, que é o caso dos autos. O Código Penal segue concretizando e detalhando este direito fundamental: Art. 2º - Ninguém pode ser punido por fato que lei posterior deixa de considerar crime, cessando em virtude dela a execução e os efeitos penais da sentença condenatória. Parágrafo único - A lei posterior, que de qualquer modo favorecer o agente, aplica-se aos fatos anteriores, ainda que decididos por sentença condenatória transitada em julgado. Na data de 23-04-2018, entrou em vigor a Lei 13.654/18, que altera os artigos 155 e 157 do Código Penal, entre outros dispositivos legais, no qual se operou uma novatio legis in mellius, em que se retira a circunstância majorante do crime de praticado com uso de arma imprópria (tijolo, pedra, cacos de vidro, ...) ou arma branca (foices, facões, facas, espadas, etc). Assim, na hipótese de uso de arma branca ou arma imprópria como única causa de aumento: Se estiver o processo em curso no 1º grau, a acusação sofrerá imediata desclassificação. O acusado já não responde por roubo circunstanciado com aumento de pena de um terço a metade, mas,sim, por roubo simples. Se já tiver sido condenado e o processo estiver em grau de recurso, o Tribunal deverá imediatamente retirar o aumento, descontando da pena o montante atribuído, de ofício ou a requerimento da defesa ou do Ministério Público custos juris. Se já houver condenação, competente será o juízo da execução para a aplicação da lei mais benéfica entendimento sumulado no STF, conforme o enunciado 611, verbis: transitada em julgado a sentença condenatória, compete ao Juízo das execuções a aplicação de lei mais benigna” à retroatividade da lei mais benéfica. A Lei de Execução Penal é clara neste sentido: Art. 66. Compete ao Juiz da execução: I - aplicar aos casos julgados lei posterior que de qualquer modo favorecer o condenado; Destarte, quando se tratar de uso de arma branca ou arma imprópria como única causa de aumento e já havendo condenação, deve o juízo da execução aplicar da lei mais benéfica, reformando a pena aplicada de forma a excluir do montante da pena a fração correspondente à inovação favorável da lei - novatio legis in mellius. Assim, o acusado requer a aplicação da lei mais benéfica, reformando a pena aplicada de forma a excluir do montante da pena a fração de 1/3 correspondente à inovação favorável da lei 13.654/18. II) DA ALTERAÇÃO DA PENA BASE III) DA ALTERAÇÃO DO REGIME DOS PEDIDOS Ante o exposto, requer seja provido o presente recurso, com a devida concessão da aplicação da Lei 13.654/18, alterando-se a pena base bem como o regime prisional, sendo consideradas integralmente às teses defensivas acima expostas. Nestes Termos, Pede Deferimento. João Monlevade, 02 de maio de 2018. _________________________________________________ ADVOGADO OAB/UF
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