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Petróleo e suas características

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Petróleo
O Petróleo é um combustível fóssil que pode ser encontrado armazenado em rochas subterrâneas geralmente sedimentares.
Corresponde a uma substância oleosa cuja densidade é inferior à da água e é inflamável. 
O Petróleo é originado a partir da decomposição de matéria orgânica isto é, restos de seres vivos, animais e vegetais ao longo de milhões de anos em ambientes com baixo teor de oxigênio. 
O processo de conversão da matéria orgânica em petróleo é chamado de maturação, e pode ser dividido em três etapas:
- Diagênese;
- Catagênese;
- Metagênese;
 Composição do petróleo: • Hidrogênio e carbono (> 80%);
 • Nitrogênio;
 • Enxofre;
 • Oxigênio;
 • Metais (como o ferro e o vanádio).
Petroleum Play
É parte elementar de um sistema petrolífero, e reconhecido como tendo uma ou mais acumulação de hidrocarboneto identificado por um carácter geológico comum do reservatório, da armadilha, e do selo; maturação e migração; E um carácter de engenharia comum de localização, ambiente, fluído e propriedades de fluxo; ou uma combinação destes.
Fig 1: Sistema Petroleum Play (Estanislau Luczynski, 2015)
Rocha Fonte ou Geradora
É na rocha geradora onde o petróleo é formado. 
A formação destas rochas está ligada ao ciclo erosivo das rochas e à acumulação dos detritos (sedimentos) produzidos.
As rochas geradoras são compostas por: 
rochas clásticas finas (xistos betuminosos) e carbonatos (calcários e margas betuminosas), são normalmente as rochas mais ricas em querogénio.
Migração: Para se ter uma acumulação de petróleo é necessário que, após o processo de geração, ocorra a migração e que esta tenha seu caminho interrompido pela existência de algum tipo de armadilha geológica. Há basicamente dois tipos de migração:
Primária: processo de expulsão do petróleo da rocha geradora. Os fatores controladores desse fenômeno são incertos, mas acredita-se que ocorra devido a um gradiente de pressão em resposta à contínua compactação e à expansão volumétrica ocasionada pela formação do petróleo (PGT, 2010). Este aumento de pressão produz microfraturas na rocha geradora que permite a passagem do fluido e o consequente alívio de pressão, formando um ciclo.
Secundária: percurso que o óleo faz ao longo de uma rocha porosa e permeavél até ser interceptado por uma armadilha geológica (THOMAS, 2004). Trata-se de um fluxo em fase contínua que depende do gradiente de pressão devido à compactação, da pressão capilar e da flutuabilidade (força vertical resultante da diferença de densidade entre o petróleo e a água)
Tipos de Reservatórios
Depois do petróleo ser formado na rocha de origem, acontece uma expulsão do petróleo da rocha geradora (migração primária), este percorre até encontrar uma rocha reservatório onde ocorre a sua acumulação (migração secundária). 
As rochas reservatórios devem ter as principais características: 
Porosidade;
Permeabilidade;
Isto é, para ocorrer a acumulação do petróleo na rocha, esta deve ser porosa no seu interior e os poros devem estar interconectados.
As rochas reservatórios podem ser: arenitos; calcarenitos; e qualquer outro tipo de rocha sedimebtar com essas carcateristicas.
Porém, o petróleo só ficará acumulado se a rocha reservatório estiver sobreposta por uma rocha selante (impermeável) para que este fique aprisionado, caso contrário poderá ocorrer uma terceira migração.
Tipos de Rochas Selantes 
A rocha selante cria as condições necessárias para acumulação do petróleo, que é um ambiente de pouca permeabilidade ou impermeável, inibindo a acção de água circulante e diminuindo a quantidade de oxigênio existente. O conjunto de rocha reservatório e rocha selante chamam-se Armadilhas.
Sua característica principal é a baixa permeabilidade, ocorrendo superposta ao reservatório. Além da impermeabilidade, a rocha selante deve ser dotada da plasticidade, característica que a capacita a manter sua condição capeadora, mesmo depois de submetida a esforço determinante de deformações.
Como apresentam baixa permeabilidade associada com alta pressão capilar, as rochas selantes impedem a migração vertical do petróleo.
As Rochas Selantes tem duas importantes classes:
Xisto argiloso, também conhecida por Folhelhos;
Evaporitos;
Xisto Argiloso: originados de rochas expostas ao intemperismo e erosão, sendo os sedimentos detríticos depositados em áreas baixas e planas dos continentes e oceanos. Com o acúmulo dos depósito sedimentares, os mais antigos vão sendo soterrados em profundidade, ocorrendo então a diagênese, ou litificação. Assim, derivam de dois tipo de ambientes: marinho (ricos em clorita e argilas do grupo da ilita) ou de água doce.
 Evaporitos: rochas sedimentares que apresentam camadas de minerais salinos, sendo o principal a halita, depositados diretamente de salmouras em condições de forte evaporação e precipitação de bacias de sedimentação restritas, quentes e subsidentes.
Esse tipo de rocha pode se formar tanto em ambientes marinhos quanto continentais.
Armadilhas
Armadilhas ou trapas são conjuntos de rochas reservatorios e selantes, arranjados em estruturas ou outras situacoes geologicas que permitem a acumulacao ou aprisionamento de oleo ou gas apos a sua formacao e migracao, evitando assim que escape para a superficie.
A armadilha ideal deve apresentar:
Rochas-reservatório adequadas, ou seja, porosidade entre 15% a 30%;
Condições favoráveis para a migração do petróleo das rochas fonte para as rochas-reservatório (Permeabilidade das rochas);
Um selante adequado para evitar a fuga do petróleo para a superfície;
As armadilhas podem ser:
Fig 2: Armadilhas geológicas (Wyoming State Geological Survey, 2014.)
Armadilhas Estruturais: são deformacoes resultantes da actividade tectonica sin ou pós deposicionais das camadas a que a rocha esteve submetida, estando relacionadas a falhas, dobras e fracturas.
As armadilhas estruturais podem ser: 
Associadas a dobras ou anticlinais;
Associadas a falhas;
Associadas a movimentos dispíricos com perfuracao das camadas superiores pela massa diapírica; 
Combinacao de dobras e falhas; 
Dobras: curvaturas causadas por esforcos de natureza tectonicas, por intrusoes magneticas ou por efeitos tectonicos. As dobras apresentam diferenças quanto a morfologia, sendo que podem ser:
Anticlinal: se a dobra apresentar eixo horizontal ou pouco inclinado pode-se dizer que a morfologia anticlinal é aquela onde os flancos de uma dobra se abrem para baixo, tendo por cima o eixo. Se a dobra apresentar eixo vertical ou ambos os eixos forem horizontais dás-se a definição de morfologia anticlinal quando as camadas mais antigas se encontram na parte interna.
Fig 3: Dobra anticlinal (Ana Filipa, 2010).
Sinclinal: neste caso os flancos se abrem para cima, sendo que as camadas mais ressentes se encontram na parte interna.Isoclinal: neste caso os flancos de uma dobra mergulham numa mesma direção e mesmo ângulo.
 
	Fig 4: Dobra sinclinal (Ana Filipa, 2010).	
Monoclinal: ocorre quando se dá apenas o encurvamento de uma parte.
Assimétrica: quando os angulos de mrgulho dos dois flancos de uma dobra mergulham numa mesma direccao e mesmo angulo.
Deitada: os flancos se encontram um em cima o outri, como resultado da horozontalidade do plano axial,
Em leque: os flancos se aproximam na parte mediana. 
 Falhas: é a cisão ou ruptura de uma rocha ou bloco rochoso ao longo de sua estrutura, dividindo esta em duas compartimentações que se deslocam vertical ou horizontalmente, apresentando uma diferença residual que varia de centímetros a quilômetros.
Falha normal ou falha distensiva – ocorre quando o bloco deslocado posiciona-se abaixo do plano da falha. Conforme podemos observar no esquema a seguir, o bloco deslocado “desce” em relação ao plano original, o que é causado pelatensão negativa provocada pelas forças internas de transformação do relevo.
Fig 5: Falha normal (Rodolfo F. Alves,2016).
Falha inversa ou falha compressiva – manifesta-se de forma oposta ao tipo de falha normal, com o bloco deslocado movimentando-se acima do plano original. Ela ocorre quando o tectonismo exerce pressões positivas sobre o bloco rochoso em questão.
Fig 6: Falha inversa (Rodolfo F. Alves, 2016).
Falha transformante - acontece quando há deslocamento no plano horizontal entre os dois blocos, sendo mais comum em zonas de encontro entre duas placas tectônicas, quando essas também se movimentam horizontalmente. Assim, cada bloco sofre com um tipo de força diferente e apresenta deslocamentos distintos.
Fig 7: Falha transformante (Rodolfo F. Alves, 2016).
Armadilhas Estratigráficas: resultantes de variacoes litologicas, podendo ser de origem deposicional ou pós-deposional. São formadas por qualquer variacao na estratigrafia independente de uma deformacao estrutural. Podem ser primárias, associadas a discordância ou secundárias. Estão associadas ao processo de geração da rocha reservatório.
Estratigráficas Primárias: São produtos directos do ambiente de sedimentação. São também denominadas trapas deposicionais ou diagenéticas. Alguns exemplos podem ser: as lentes de arenito em secções espessas de folhelhos, zonas porosas em carbonatos, etc.
Fig 3: Armadilhas Estrátigráficas Primárias (Thomas, 2004).
Armadilhas Estratigráficas associadas a discordâncias: Há muito tempo que é reconhecida a importância da relação entre estruturas e discordâncias para a formação de armadilhas. Estas armadilhas podem ser associadas em dois grupos:
As que ocorrem abaixo de discordâncias;
As que estão localizadas acima de uma discordância.
Fig 4: Armadilhas associadas a discordância (Wyoming State Geological Survey, 2014.)
Armadilhas Secundárias: são as que se desenvolveram após a deposicao e a diagenese da rocha reservatório. Este tipo de armadilhas estao frequentemente associadas a discordancias. 
Fig 5: Armadilhas Secundárias (Thomas, 2004).
Armadilhas combinadas ou hidrodinamicas: este tipo de armadilhas formam-se em áreas onde o fluxo descendente de água retém o petróleo sem nenhum tipo de fechamento estrutural ou barreira estratigráfica. São o resultado da combinacao de factoes estruturais e estratigráficos em proporcao aproximadamente igual. 
Fig 1: José Gouvea luiz – Geofisica de Prospeccao 1907. 
Geólogos e Geofísicos
Geólogos- estudam a estrutura e composição das rochas que compõem a crusta terrestre e também estudam os processos que ocorrem por baixo das mudanças nas propriedades dessas rochas. Podem ser especialistas em avaliação de recursos hídricos e exploração de recursos hídricos. 
Geofísicos- estudam os processos físicos naturais que ocorrem dentro da superfície da Terra. Esses processos físicos, como movimentos tectônicos, mudanças no campo magnético e campo gravitacional da terra, formação e meteorização de rochas, atividades sísmicas, formação de magma e seu fluxo
Entretanto, enquanto um geólogo fornece muitas informações sobre rochas e processos que ocorrem no interior, é o geofísico quem pode fornecer uma análise detalhada baseada na aplicação de modelos físicos e matemáticos.
Etapas da Pesquisa de Petróleo
A exploraçaõ de Hidrocarbonetos envolve três principais etapas:
Levantamento de informações bibliográficas, sísmicas, batimétricas, geográficas geológicas, e entre outras, sobre a área para a qual foi obtida a licença de exploração;
Aquisição de dados sísmicos, que fornecem informações referentes à estrutura e composição das rochas em camadas profundas, obtidas por métodos de observação indirectos, em que são propagadas ondas sísmicas no interior da terra, estas são gravadas para depois serem interpretadas por especialistas;
Dados geológicos: obtidos através da observação direta de rochas na superfície ou de amostras retiradas de poços perfurados.
Perfuração de furos: esta é a última fase de pesquisa, nesta fase são feitos furos de pesquisa para determinar a presença, qualidade, quantidade e tipo de hidrocarboneto existente na formação geológica potencialmente explorável detectada nas fases anteriores. Dependendo dos resultados obtidos nos testes das amostras retiradas do furo, este é selado e deixado ou temporariamente selado enquanto aguarda as licenças de exploração.
	
		Bacias Sedimentares de Mocambique
Em Moçambique existem seis principais Bacias Sedimentares (Mussa, 2014), que foram formadas no período antes, durante e depois da fragmentacao do supercontinente gondwana, 
Nomeadamente :
Bacia de Maniamba (Pré-fragmentacao);
Bacia do Médio Zambeze (Pré-fragmentacao);
Bacia do Baixo Zambeze (Pré-fragmentacao);	
Bacia de Mocambique (Durante a fragmentacao);
Bacia do Rovuma (Durante a fragmentacao);
Bacia do Lago Niassa (Pós-fragmentacao);

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