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Melanie Klein Equipe: Cláudia Letícia Pinheiro Laila Rivas Luana Reis Léia Santos Rafaela Queiroz Vida Nasceu em 30 de março de 1882 em Viena, numa família judia, modesta e culta; Foi uma das primeiras mulheres psicanalistas; Aos 17 anos, ficou noiva de um jovem engenheiro químico; Em 1900 seu pai falece; Em 1903, após o casamento foi viver na Hungria e teve dois filhos; Entre 1907 e 1914 foram anos difíceis devido aos tratamentos de uma depressão por conta do falecimento do filho mais velho; Em 1914 ponto decisivo na vida de Melanie com o nascimento do terceiro filho, pouco tempo depois sua mãe falece; E finalmente ela depara-se com a psicanálise ao ler O sonho e sua interpretação (Uber den Traum, 1901). Em 1916, começou uma análise com Sándor Ferenczi (mais eminente psicanalista húngaro) que despertou a convicção da existência do inconsciente e de sua importância na vida psíquica. Técnica psicanalítica e suas descobertas “os princípios essenciais do tratamento são os mesmos para todos os pacientes, por um lado; por outro, o psiquismo dos pacientes muito pequenos é diferente, e essa diferença se manifesta pelo brincar”. “Se os meios de expressão das crianças diferem dos adultos, também a situação analítica é diferente com uns e com outros” o que Melanie denominou de técnica do brincar, ou play- technique. Não se reduz à ludoterapia, cujo principio consiste em oferecer ao paciente uma possível descarga emocional pela qual ele se libera de um a feto desagradável, por estar ligado à lembrança de um acontecimento traumático. *O brincar não é uma satisfação das pulsões A técnica do brincar não se reduz à “observação analítica”. Ex.: brincar de papai-e-mamãe daria à criança a oportunidade de satisfazer a pulsão erótica anal (H. Von Hug-Hellmuth). Especificidade do psiquismo das crianças pequenas Não existe associação verbal: criança não pode fazer associações livres como num tratamento adulto; A angústia opõe uma resistência às associações verbais; No lugar da condensação (associações das representações) surge o brincar, que toma o lugar da associação no sentido analítico fazendo oficio de metáfora. Parâmetros para analisar o brincar É preciso guardar os detalhes mais ínfimos do brincar; É necessário levar em conta o material que as crianças fornecem durante a sessão (brinquedo, dramatização, água, recorte, desenho); A maneira como brincam ; A razão por que passam de uma brincadeira para a outra; Os meios que escolhem para suas representações. Supereu arcaico Melanie Klein rompe com a educação e fundamenta analiticamente o trabalho com crianças; As frustrações orais liberam os impulsos edipianos e o superego começa a se formar; A criança passa a ter prazer em morder. Descobertas de Melanie Klein A formação arcaica do supereu, que é definido como herdeiro do complexo de Édipo. E constitui-se por volta dos 4-5 anos, através da internalização das exigências e proibições; Reconheceu na incorporação do preceito de gozo que se produz durante a fase oral canibalesca o núcleo do supereu; A precocidade do conflito edipiano dominado pela crueldade do supereu; Na concepção Kleiniana da problemática do Édipo, o lugar conferido à mãe é central; Para Melanie Klein, as tendências edipianas são liberadas depois da frustração que a criança experimenta no momento do desmame, ou seja, por volta de 2-3 meses, e são reforçadas pelas frustrações anais e uretrais sofridas durante a aprendizagem de higiene. Aspectos do primado de mãe Primeiramente, a mãe Kleiniana aparece como a metáfora, o sujeito, suas fantasias e seus desejos inconsciente, e portanto, a simbolização e a constituição do eu, entendida como constituição do princípio de prazer. A relação com a mãe, portanto, é desde logo conflituosa, o seio, que ela dá ou não, as fezes que ela exige, e o pênis do pai que ela encerra. Segundo lugar, a mãe Kleiniana é uma mãe não castrada, receptadora do pênis e fálica. Trata-se de uma mãe anterior a castração, no sentido como Freud entende a castração enquanto aquilo que põe fim a onipotência materna, depois que a criança vê que ela não tem aquilo que o pai supostamente possui. A diferença entre a mãe freudiana e a mãe Kleiniana o grande trauma, para Melanie Klein, não é justamente, a visão da castração da mãe, não é a castração representada pela possível privação do pênis é o trauma do desmame. A mãe é portadora do seio, é mamífera, se me posso permitir a expressão. Melanie Klein diria que o seio é um “objeto de uma bondade ímpar”, do qual o bebê tem um conhecimento inconsciente: “o fato de, no começo da vida pós-natal. O bebê sente que não tem gratificação máxima e o gozo total do seio, ele sente “uma profunda nostalgia do objeto-ímpar que poderia lhe proporcionar isto”. Aspectos do primado de mãe Transferência e castração A transferência é espontânea e até depende de se realizar, pois os objetos interessam ao inconsciente infantil na medida em que geram ou dissipam a angústia de forma positiva e negativa. A variação da castração, não é pelo fato de a criança ter visto a ausência do pênis, mas por ela haver tomado fantasisticamente o seio ou o pênis. Metapsicologia Kleiniana A metapsicologia Kleiniana elabora todo os princípios da constituição do eu, do narcisismo primário e , depois, secundário, ou seja, a passagem do complexo do desmame da fase feminina. O termo “fase” ou “posição”, marcam também a preocupação de Melanie Klein de não reduzir momentos a época do desenvolvimento da primeira infância. Encontramos os mecanismo esquizo-paranóides e os depressivos mais tarde, na adolescência e na idade adulta. O tríptico da posição depressiva Em 1934 aos 52 anos, Melanie Klein termina sua análise com o texto sobre depressão “Contribuição à psicogênese”. Configurou-se então uma posição central no desenvolvimento da criança, a posição depressiva infantil: o bebê aos seis meses começa a perceber a mãe como um objeto completo e não por suas partes (mãos, seios, rosto). Em 1940, em “O luto e a sua relação com os estados maníaco-depressivos”, Melanie trás de forma clara a posição depressiva e as defesas existentes para combater a depressão e o luto decorrente da perda do objeto”. Em 1946 nas “Notas sobre alguns mecanismos esquizoides”. A posição depressiva que era desde então denominado por angústias paranoides , divide o objeto primordial como bom e mau. Fase esquizo-paranóide A fase esquizo- paranoide é caracterizada pelo sadismo. As pulsões sádicas, orais, anais e uretrais se juntam para se apoderar do seio. No inicio da vida o seio é o primeiro objeto que o bebê enxerga. O seio então passa a ter uma defesa primaria instalada pela clivagem que é a responsável em administrar a angustia essencial, em que dividi o objeto em seio bom e seio mau. Em seguida instauram-se os mecanismos de introjeção e da projeção. Em 1930 Melanie Klein trás o principio da identificação projetiva. Que esta presente no bebê, como resquício das angústias e dos mecanismos esquizo-paranóides, que desaparece no inicio do segundo ano de vida. O sujeito passa a ter a relação com seu objeto fundamental e prevalente: a mãe como um todo. Posição depressiva A posição depressiva caracteriza-se, inicialmente, pelo lugar, pela posição que o sujeito ocupa em relação à mãe, a quem apreende como uma força completa, que se torna o objeto amor e não mais apenas um objeto de desejo. Logo após ocorre a situação de perda do objeto. Essa etapa tem efeito depressivo e o sadismo diminui, propondo discernirmos as razões da depressão, razões estas que se conjugam entre si. Angústia O sujeito passa a entender que o objeto de amor é o mesmo que o objeto de ódio. Impotência de proteger seu objetoque faz com que o sujeito tenha um efeito depressivo. Medo da perda do objeto amado e desejo de recuperá-lo provocam nostalgia, que também tem um efeito depressivo. Entende o objeto como uma totalidade, o deixando dependente desse objeto amado. Essas razões acabam por fim, originando a depressão infantil, podendo também ser originadas na depressão adulta causando grandes sofrimentos e inibições. Na busca por evitar o sofrimento o sujeito usa defesas para com o objeto total, amado para evitar sua perda. Melanie relata algumas dessas defesas: Defesas maníacas: onde os sentimentos de onipotência tentam controlar os “maus” objetos destruidores. Defesa de fuga: fuga para os “bons” objetos internos (psicoses, autismo) e fuga para os bons objetos externos (estados amorosos repetitivos nas neuroses). Reparação e restauração: onde o sujeito é obrigado, em virtude de sua identificação com o bom objeto, a reparar o “desastre criado por seu sadismo”. O trabalho do luto é a única superação verdadeira da posição depressiva, tanto relacionado ao luto da mãe, quanto ao seio, sendo assim o luto da pessoa fantástica. Posição depressiva A inveja e gratidão Livro publicado em 1957, que trata das noções de inveja e gratidão; Para Melanie Klein, a inveja está ligada ao Complexo de Édipo, sendo um desejo complexo, e que na verdade, a sua forma originária é a “inveja do seio”; A inveja portanto, é o sentimento de cólera experimentado pelo sujeito, quando ele teme que um outro, a mãe ou outra criança, possua essa coisa desejável e goze com ela. A inveja do seio tanto pode ser provocada pela gratificação do seio bom, já que a gratificação é a prova dos recursos infinitos do seio, quanto pela frustração, ou pela perda do seio. Gratificação Conclusão Toda a teoria de Melanie Klein aborda para as diversas funções de fantasia, e sendo baseada nas relações objetais, como: proteger o objeto bom e mantê-lo distinto do mal, manter um refúgio para a dura realidade imposta pelo mundo externo, e contribuir para a formação da personalidade. Para ela, as fantasias atuam na mente de crianças, adolescentes e adultos, ao longo de todo o desenvolvimento psíquico, por meio de diferentes conteúdos imaginários. Referências M.C. Thomas – Introdução à obra de MELANIE KLEIN. J. D. Nasio – Introdução às obras de Freud, Ferenczi, Groddeck, Klein, Winnicott, Dolto e Lacan.