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1 2 APRESENTAÇÃO O Curso de Gestão escolar com ênfase em coordenação, orientação e supervisão é um curso em que procuro situar o aluno quanto as questões de Gestão no âmbito educacional, os enfoques de Coordenação, Orientação e Supervisão visam melhor classificar a gestão em espaços e pessoas dentro de um ambiente (seja ele escola, secretaria, superintendência, departamento, etc.) a fim de que possa entender o papel de um gestor focado na modernidade dos dias atuais, com certeza não vamos esgotar o assunto que só terá as principais diretrizes (haja visto existirem cursos com este tema com mais de 700 horas). Este curso é sim um bom início na jornada da Gestão Escolar, espero que goste. A SECTI - Secretaria da Ciência, Tecnologia, Inovação e Educação Profissional vem oferecer diversos cursos de formação no Programa Qualificar ES, dando novas oportunidades e formando o cidadão que procura aperfeiçoar seu conhecimento melhorando suas oportunidades na vida. Então a todos um bom estudo. 3 INTRODUÇÃO Neste módulo dois vamos focar nas competências do gestor na qualidade escolar e na coordenação pedagógica, são dois assuntos muito ricos com detalhes que com certeza não se extinguem aqui. Muitos dos detalhes que são apresentados tem norte em autores e sites que buscam o dia a dia da vivência, do cargo e das práticas. Espero que goste de sua apostila. Bons estudos. 4 COMPETÊNCIAS DO GESTOR NA QUALIDADE ESCOLAR Para falar da competência do Gestor vamos conceituar gestor, situando melhor a palavra a pessoa, ou as pessoas. O gestor é o indivíduo que exerce, dentro da instituição, a liderança no desenvolvimento e controle das atividades, coordenando os demais funcionários para atingir os objetivos propostos. Além de ser responsável pela organização do ambiente de trabalho, o gestor também precisa ser o agente de mudança, ou seja, motivar a equipe para o desenvolvimento da capacidade de renovação de cada um. O gestor precisa estar atento às necessidades da instituição assim como às necessidades de seus colaboradores, fazendo desta 5 forma adequações sempre que necessário, devido à mudança constante das necessidades e aspirações do mercado. Mudanças sociais, econômicas, tecnológicas, políticas e governamentais podem provocar mudanças rápidas tanto no ambiente interno como externo, que influenciarão nas habilidades e necessidades organizacionais. Tudo pode ficar obsoleto em pouco tempo, o que justifica também o retreinamento de empregados. O gestor deve ser um líder que acredita no potencial da equipe incentivando o espírito de cooperatividade. Ele não é um chefe que apenas manda para ser obedecido e sim aquele que propõe desafios encorajando a inovação e a participação de todos. 6 Figura 1 - Chefe x Lider Um gestor escolar envolvido com o princípio democrático e com a aprendizagem dos alunos deve desenvolver em sua prática a capacidade de interação e comunicação com os pares, alunos e pais; participar ativamente dos grupos de trabalho ou de discussões na escola e fora dela, objetivando acompanhar a política educacional e normatizações dos sistemas de ensino; desenvolver capacidades e habilidades de liderança; compreender os processos envolvidos nas inovações organizativas, pedagógicas e curriculares. Deve estar aberto às novas aprendizagens como a de tomar decisões sobre os problemas da organização escolar, das formas de gestão, da organização e prática na sala de aula, dentre outras; conhecer, informar-se e dominar o conteúdo das discussões para 7 ser um participante atuante e crítico; dominar métodos e procedimentos de pesquisa, bem como, as modalidades e instrumentos de avaliação do sistema de ensino, da organização escolar (avaliação institucional) e da aprendizagem escolar; elaborar plano, com metas e ações objetivando a implementação do Projeto Pedagógico da escola. Com o objetivo de fundamentar as competências da gestão escolar democrática e de subsidiar os estudos, apesar de extensa, vale a pena citar Lück (2009) quando destaca que o diretor: - Garante o funcionamento pleno da escola como organização social, com o foco na formação de alunos e promoção de sua aprendizagem, mediante o respeito e aplicação das determinações legais nacionais, estaduais e locais, em todas as suas ações e práticas educacionais. - Aplica nas práticas de gestão escolar e na orientação dos planos de trabalho e ações promovidas na escola, fundamentos, princípios e diretrizes educacionais consistentes e em acordo com as demandas de aprendizagem e formação de alunos como cidadãos autônomos, críticos e participativos. - Promove na escola o sentido de visão social do seu trabalho e elevadas expectativas em relação aos seus resultados 8 educacionais, como condição para garantir qualidade social na formação e aprendizagem dos alunos. - Define, atualiza e implementa padrões de qualidade para as práticas educacionais escolares, com visão abrangente e de futuro, de acordo com as demandas de formação promovidas pela dinâmica social e econômica do país, do estado e do município. - Promove e mantém na escola a integração, coerência e consistência entre todas as dimensões e ações do trabalho educacional, com foco na realização do papel social da escola e qualidade das ações educacionais voltadas para seu principal objetivo: a aprendizagem e formação dos alunos. - Promove na escola o sentido de unidade e garante padrões elevados de ensino, orientado por princípios e diretrizes inclusivos, de equidade e respeito à diversidade, de modo que todos os alunos tenham sucesso escolar e se desenvolvam o mais plenamente possível. - Articula e engloba as várias dimensões da gestão escolar e das ações educacionais, como condição para garantir a unidade de trabalho e desenvolvimento equilibrado de todos os segmentos da escola, na realização de seus objetivos, segundo uma perspectiva interativa e integradora. 9 - Adota em sua atuação de gestão escolar uma visão abrangente de escola, um sistema de gestão escolar e uma orientação interativa, mobilizadora dos talentos e competências dos participantes da comunidade escolar, na promoção de educação de qualidade. Isto posto, um gestor escolar que estabelece sua prática em fundamentos, princípios democráticos e normas, organiza sua ação maximizando o seu tempo na escola, na busca de resultados qualitativos. Com estes conceitos e atributos podemos citar então estes atributos de gestão escolar, mas voltados ao gestor. Podemos ver em O Monge e o Executivo, de James C. Hunter, um livro de desenvolvimento pessoal, a reflexão sobre o perfil de um líder. E a competência de um bom gestor vai muito além do gerenciamento puro e simples: é essencial ter também liderança. A gestão escolar é uma tarefa desafiadora, pois um bom gestor deve conduzir institucionalmente a escola de forma a alcançar metas e cumprir planos estratégicos da instituição. Mas também é necessário, ainda que indiretamente, acompanhar como seus assistentes conduzem as questões relacionadas às dificuldades dos alunos, ao gerenciamento correto de equipe e ao conhecimento sobre as novas tecnologias e métodos de ensino. 10 Elencamos 11 habilidades indispensáveis para que você, como bom gestor escolar, consiga gerir uma instituição com liderança inspiradora. 1. SEJA LÍDER Existediferença entre um chefe e o líder e que também se aplica à área educacional. O chefe é, geralmente, centralizador e rígido. Ele distribui tarefas de forma arbitrária, faz cobranças sem se importar com o que está acontecendo de fato e suas ordens são incontestáveis (do ponto de vista dele). Já o gestor líder veste a camisa e é um referencial para sua equipe, inspirando, orientando e motivando. E isso é essencial para que sua equipe se mantenha sempre motivada, mesmo diante das dificuldades do dia a dia, para cumprir suas atividades sem se desviar dos propósitos estratégicos da instituição. 11 NA PRÁTICA Mesmo que você não seja diretamente responsável pela gestão da rotina, coloque-se à disposição para atender às demandas dos seus supervisores e assistentes. Trabalhe com eles para dissecar problemas crônicos, de forma a encontrar suas causas e potenciais soluções. 2. COLOQUE A PEDAGOGIA COMO CENTRO DE TRABALHO É impossível falar de educação sem abordar a gestão pedagógica. A pedagogia é indissociável dos projetos metodológicos, do gerenciamento de recursos humanos e da organização da rotina administrativa escolar. É essencial motivar os professores para o melhor ensino e, ao mesmo tempo, incentivar o aluno a querer aprender sempre mais. O objetivo é ter uma escola mais funcional e humanizada, atendendo aos parâmetros educacionais do currículo escolar. 12 NA PRÁTICA Procure conhecer os principais estudiosos e pesquisadores da educação; aqueles que formam a base das orientações de ensino- aprendizagem aplicáveis em qualquer escola. Mantenha-se atualizado sobre os parâmetros e diretrizes educacionais. Isso, aliás, facilitará e muito a construção do plano estratégico da escola em curto, médio e longo prazo. 3. SEJA ESTRATÉGICO (SEMPRE!) Saber planejar para atingir seus objetivos é fundamental para um bom gestor escolar. Além de gerir o pessoal, é preciso compreender que a instituição também é uma empresa, que tem metas financeiras e de qualidade para atingir. NA PRÁTICA Faça antecipadamente o planejamento de cada ano letivo, definindo inclusive a missão, visão de futuro e objetivos da 13 instituição. Construa o plano estratégico (com metas e indicadores), imprima-o e deixe num local a que toda a equipe tenha acesso. 4. ESTABELEÇA METAS ALCANÇÁVEIS Quando se tem um alvo determinado para chegar, o caminho fica mais claro e objetivo. Essas metas devem ser estabelecidas semestral e anualmente, incluindo: combate à evasão escolar, combate ao bullying, melhorias de infraestrutura, entre outros. Mas é importante que as metas sejam alcançáveis; não adianta querer dar um passo muito maior que a perna. Pode-se utilizar a técnica SMART onde cada letra representa uma palavra em inglês que deve fazer parte de cada meta, mas podemos facilmente traduzir para o português: ● S – Specific (específico) ● M – Measurable (mensurável) ● A – Attainable (atingível) ● R – Relevant (relevante) ● T – Time based (temporal) 14 ● NA PRÁTICA Ao conduzir a elaboração do plano estratégico da escola, como gestor escolar, você deve procurar elucidar as principais dificuldades encontradas por docentes, funcionários técnicos e alunos. Problemas crônicos, como os de indisciplina recorrente, abandono escolar, alto índice de reprovação, sexualidade na escola, tráfico de drogas nas imediações etc, não devem ser postergados. É preciso ter metas e um plano de ação para equacionar cada um deles, considerando suas causas e efeitos. 15 Da mesma forma, é preciso também focar as necessidades de otimizar as estratégias relacionadas com a melhoria do sistema de ensino. Mantenha uma planilha de controle dos objetivos a serem alcançados. Pense no Projeto Político Pedagógico de sua escola como meta a ser alcançada. 5. CONHEÇA (DE VERDADE) A SUA EQUIPE Certas pessoas são motivadas por desafios, enquanto outras perdem produtividade quando estão sob pressão. Um gestor escolar que não conhece sua equipe acaba cometendo equívocos na hora de distribuir (e cobrar) responsabilidades quanto ao atingimento de cada indicador estabelecido no plano estratégico. NA PRÁTICA Separe um tempo para realizar uma pesquisa de pessoal, obviamente contando com o suporte de seus supervisores e assistentes (coordenação, supervisão, pedagogia, etc.). A ideia é 16 conhecer melhor as competências, expectativas e nível de satisfação de cada profissional. No mínimo, o seu colaborador sentirá que é importante para a escola e você colherá muitos subsídios extras para colocar a sua equipe no caminho para a excelência. Depois, converse com sua equipe assistente sobre como as tarefas diárias podem ser distribuídas entre os profissionais, mas sempre com foco nas metas a serem cumpridas. 6. CONSTRUA UMA GESTÃO DESCENTRALIZADA O objetivo de uma gestão pautada na descentralização e na democracia é criar um ambiente no qual todos se respeitem e tenham seu ponto de vista levado em consideração. Com isso, o gestor incentiva a equipe a ser mais autônoma e responsável, de forma que ele (o gestor) possa ir se desligando gradualmente dos procedimentos operacionais até que possa atuar apenas no plano estratégico da escola. 17 NA PRÁTICA Avalie sempre a opinião dos coordenadores, supervisores, alunos, pais e equipe em geral. Isso não quer dizer, entretanto, que todo mundo vai fazer o que quer e nem que todos os desejos serão atendidos. Para que a sua escola não vire “casa da mãe Joana”, tenha sempre em mãos o plano estratégico. Assim, se for necessário intervir, você estará sempre embasado. Ou outro lado também é importante: metas não são cláusulas pétreas; se você sentir que tem que mudar uma ou outra, faça isso. 7. MOTIVE, SEMPRE! Manter a equipe motivada é um dos grandes diferenciais de gestão escolar, pois, dentre tantos outros benefícios, minimiza a rotatividade de funcionários e promove a formação de uma cultura para a excelência. E um colaborador satisfeito trabalha com mais disposição e faz suas tarefas da forma mais eficiente. 18 NA PRÁTICA Crie sistemas de recompensa e reconhecimento para cada boa atuação dos membros da sua equipe. Lembre-se de elogiar o trabalho bem-feito e premiar (e não precisa ser necessariamente com dinheiro) os funcionários que se destacam. 8. ESTEJA ATENTO ÀS MUDANÇAS O bom gestor conhece as tendências no cenário educacional. Desde novas tecnologias, materiais didáticos diferenciados até uma gestão mais eficaz, o diretor conhece o seu mercado. Ele se mostra proativo e busca trazer para sua escola o que há de melhor para uma melhor dinâmica pedagógica, os incentivos para o gestor são diversos, pense em qual é a sua motivação e da equipe. NA PRÁTICA Aja com proatividade. Busque a visão de outros profissionais sobre as tendências que são comprovadamente funcionais. Pesquise sempre sobre as novas metodologias que estão sendo aplicadas. 9. ESTUDE CONTABILIDADE E ADMINISTRAÇÃO Não dá para fugir: é essencial saber como lidar com números, estatísticas e finanças. Não se furte a este conhecimento, mesmo o curso básico de contabilidade é uma grande ajuda. 19 Procure fazer alguma qualificação em gestão, este curso é um bom fator de aprendizado para isso, mas não pare por aqui, esteja sempre querendo mais. NA PRÁTICA Como meta pessoal, invista na sua educação financeira e no conhecimento sobre estratégiasde negócios. Hoje, há cursos presenciais e on-line que ensinam isso, além de bons livros sobre os dois assuntos. Busque informação em como gerir o recurso da educação, procure por pessoas mais experientes, leia as leis, busque sempre auxílio qualificado. Procure órgãos públicos responsáveis pela prestação de conta, eles também podem e devem ser consultados. Para as instituições públicas, há um órgão em cada administração junto a secretaria de educação, com pessoas responsáveis para fiscalizar, estas pessoas também tem de informar. Procure sempre a lei, lá há o correto, qualquer outra 20 coisa é achismo. Consultas oficiais devem ser feitas por ofício/e- mail, geram documentos e minimizam os mal entendidos, esteja sempre com documentos que comprovem seus atos, provando a licitude de tudo que faz a frente dos recursos escolares. Lembre-se que o documento é algo palpável que pode te tirar de enrascadas muito grandes, pessoas por mais amigas que sejam, quando há um problema seguem o padrão que diz a lei, e o gestor que não estiver documentado acaba por ter sérios problemas. Previna-se!1 10. INVISTA NA ESTRUTURA ESCOLAR Ter uma escola com uma boa estrutura física é um diferencial que conta bastante na hora de um responsável decidir matricular (ou não) seus filhos na instituição. 21 Seja um laboratório para as aulas biológicas, uma boa sala de computação, cadeiras confortáveis a até aparatos tecnológicos, é importante investir na estrutura escolar. Um ambiente de estudos com inovações tecnológicas, por exemplo, costuma atrair os estudantes da nova geração e ajuda a mantê-los motivados para estudar. Campanhas de conservação do material que possui também são bem-vindas, afinal, ao invés de novos materiais você pode estar perdendo recursos para reposição, isso é marcar passo. Conscientize todo o corpo da escola, a comunidade consciente trabalha de forma proativa, e conseguir avançar na estrutura mantendo o que já possui dá um sentimento de pertencimento e este sentimento é mais importante até que novos equipamentos. NA PRÁTICA Boas ideias de investimento em infraestrutura são: aquisição de aparelhagem necessária para a exibição de vídeos em sala de aula; estímulo ao uso da sala de computação para jogos educacionais interativos ou pesquisas on-line e desenvolvimento de um perfil público nas redes sociais. 11. INCENTIVE SUA EQUIPE A SE CAPACITAR Ter uma equipe que está continuamente se aperfeiçoando faz com que a escola possa enxergar sempre novos horizontes. Ou 22 seja, está em constante evolução. Aproveite formações que o governo propicia de forma gratuita, procure unir a equipe e crie uma atmosfera de crescimento. NA PRÁTICA Estimule os funcionários a participar de cursos de capacitação e de formação continuada. Se for possível, traga treinamentos para a escola, incentive a criação do currículo lattes (http://lattes.cnpq.br/), para que todos possam acompanhar o desenvolvimento e crescimento, uns dos outros. Com essas habilidades indispensáveis para um bom gestor escolar, certamente sua instituição de ensino alcançará um novo patamar no que se refere à construção de ambiente educativo inovador. 23 COORDENAÇÃO PEDAGÓGICA Nas últimas décadas, a coordenação pedagógica foi instituída em todas as escolas. As muitas atribuições desses profissionais, definidas pelas legislações estaduais, municipais, envolvem desde a liderança do projeto político pedagógico da escola até funções administrativas de assessoria à direção, e, sobretudo, atividades relacionadas ao funcionamento pedagógico da escola e o apoio aos professores. Uma gestão fomentada na parceria, na democracia e no envolvimento de toda comunidade escolar, tende a garantir ao coordenador pedagógico certa autonomia na organização do trabalho pedagógico, como preconiza as orientações da LDB 9394/96, quando delega ao diretor da escola a tarefa de constituir uma gestão democrática e participativa. No entanto, o que se observa são muitos gestores encontrando dificuldades na implantação desta tão almejada gestão, que pode ser decorrente da rotina estabelecida no cotidiano educacional. 24 Dessa forma, a ação do CP (Coordenador Pedagógico) conjunta à direção escolar pode contribuir para o desenvolvimento de ações pedagógicas coletivas. Esse caminho faz muita diferença, uma vez que educação se constrói em parceria e coletividade, postura inerente ao gestor escolar. Acredita-se que é possível um trabalho coletivo gerenciado pela direção da escola e organizado pelo Coordenador Pedagógico, envolvendo todos os segmentos da escola e da comunidade escolar, de forma participativa. Para Lück: “Portanto, quando se pensar em algum setor da escola, deve-se pensar em suas relações com os demais setores, bem como com a comunidade”. Sendo assim, aborda-se a coordenação pedagógica e sua estreita relação com a gestão, conceitos e reflexões em torno do trabalho da coordenação, que sofre diuturnamente influência de diferentes tipos de gestões escolares. 25 Nas últimas décadas, inúmeras mudanças na sociedade - transformações inevitáveis que interferiram na constituição do contexto educacional que ora vivencia-se. Uma sociedade cujos conflitos sociais e econômicos influenciaram no modo de viver dos cidadãos contemporâneos, aproximando-os cada dia mais das discussões frente à qualidade de vida e do ensino. Pesquisadores de diversas áreas têm se dedicado ao estudo em prol de discutir caminhos que possibilitem a elevação dos índices de desempenho escolar, dados em constante processo de coleta sistematizada por meio de instrumentos criados e regulamentados pelo Ministério da Educação e Cultura – MEC. “O sucesso de uma escola é medido pelo desempenho de seus alunos.” (GROSBAUM; DAVIS). Gestores, especialistas e docentes têm concentrado seus esforços e discussões em prol da constante busca por uma educação promovedora de melhores índices de aprendizagem; resultantes de práticas pedagógicas inovadoras, interdisciplinares, transdisciplinares e multidisciplinares. Constata-se, portanto, uma complexidade na educação: recém se diagnosticam os conflitos educacionais atuais para mobilizar toda a comunidade para a solução, e já surgem, dia após dia, novas tecnologias, meios de aquisição de conhecimentos, novos 26 instrumentos de registro e/ou reformulação de conceitos tidos como verdades absolutas até “ontem”. Entende-se que a gestão da qualidade de ensino demanda um olhar mais específico, com visão na comunidade escolar em questão, por meio de uma gestão escolar democrática e participativa que elabora e reelabora de forma sistemática o Projeto Político Pedagógico. Destaca-se que o Coordenador pedagógico ocupa papel norteador nesse processo de constante busca de soluções através da sistematização do planejamento coletivo, que leva em consideração o contexto social. Os sistemas educacionais e os estabelecimentos de ensino, como unidades sociais, são organismos vivos e dinâmicos, e como tal devem ser entendidos. Assim, ao se caracterizarem por uma rede de relações entre os elementos que nelas interferem, direta ou indiretamente, a sua direção demanda um novo enfoque de organização. E é a essa necessidade que a gestão educacional tenta responder. A gestão abrange, portanto, a dinâmica do seu trabalho, como prática social, que passa a ser o enfoque orientador da ação diretiva executada na organização de ensino,papel a ser desempenhado pelo Coordenador pedagógico. 27 A expressão “gestão educacional”, comumente utilizada para designar a ação dos dirigentes, surge, por conseguinte, em substituição à “administração educacional”, para representar não apenas novas ideias, mas sim um novo paradigma, que busca estabelecer na instituição uma orientação transformadora, a partir da dinamização de rede de relações que ocorrem, dialeticamente, no seu contexto interno e externo. Assim, como mudança paradigmática está associada à transformação de inúmeras dimensões educacionais, pela superação, pela relação teoria-prática, de concepções dicotômicas que enfocam ora o diretivismo, ora o não-diretivismo; ora a heteroavaliação, ora a autoavaliação; ora a avaliação quantitativa, ora a qualitativa; ora a transmissão do conhecimento construído, ora a sua construção, a partir de uma visão da realidade. Embora existam certos instrumentos e condições para orientar um ensino de qualidade, estes se tornam ineficazes por falta de ações articuladas e conjuntas. E essa tarefa de gerenciar a escola e sua rotina é função da gestão escolar, delegando funções e acompanhando o processo no intuito de garantir o alcance das metas elencadas coletivamente no momento da reelaboração do PPP, bem como do Plano de Desenvolvimento da Escola - PDE. Para Grosbaum e Davis, esse sucesso é uma construção. Depende da participação de toda equipe escolar e, sobretudo, da atuação 28 das lideranças. Os gestores precisam trabalhar com os professores a concepção de escola que desejam implementar e, de acordo com essa concepção, como se definirá o projeto político pedagógico da escola e a prática de seus professores, de maneira a promover a aprendizagem contínua dos alunos. Firma-se, pois, diante da complexidade instaurada na educação, o parecer de que a fomentação de qualidade da educação depende em especial de uma boa gestão escolar. Ela é fruto de uma postura democrática - quando se garante à comunidade escolar seu direito legal de participar ativamente das decisões em torno da escola -, e participativa - quando se articula diariamente a participação ativa de todos os sujeitos na organização da rotina escolar. O diretor escolar, por sua vez, não poderá gerir todo o processo ensino-aprendizagem sozinho e, por esse fator, a legislação nacional compreende a implantação do papel do Coordenador pedagógico, responsável pela organização do trabalho 29 pedagógico da escola, pelo acompanhamento do planejamento escolar, pela sistematização da formação dos docentes, pela realização de reuniões pedagógicas, pela verificação dos índices de aprendizagem e pelo desenvolvimento do currículo escolar, dentre outros. O coordenador pedagógico é também um dos profissionais que mais recebe cobranças internas e externas. Por ser um expert nas práticas de ensino, ele se torna uma espécie de conselheiro para professores e pais interessados na metodologia de ensino aplicada. Por conhecer bem as práticas de ensino e ter mais experiência, o coordenador pedagógico atua junto ao diretor para facilitar o trabalho de quem está dentro de sala de aula e expor as vantagens da prática adotada. Dessa forma, o coordenador pedagógico é um elo entre a escola e a família dos alunos e entre os professores e os diferentes projetos que são executados na instituição. Para isso, deve atuar para garantir o aprendizado dos alunos e a participação das famílias no projeto educativo. O coordenador pode estar presente em escolas de diversos tamanhos e trabalhar com alunos de diferentes faixas etárias. Assim, deve auxiliar os professores a compreender as 30 especificidades dos alunos para garantir a organização dos ambientes escolares. A principal qualidade de um bom coordenador pedagógico é estar presente em todos os âmbitos para conseguir enxergar a escola como um todo. A partir disso, deve criar uma abertura para que todos os envolvidos na instituição possam criar questionamentos, intervenções e propostas colaborativas. Dessa forma, é possível criar um ambiente agradável para todos, garantindo a confiança mútua. Funções do coordenador escolar: ● Compreender os pontos fortes e fracos da escola; ● Garantir a aplicação do Projeto Político-Pedagógico (PPP); ● Zelar pela formação continuada de toda a equipe pedagógica; ● Acompanhar os resultados de aprendizagem da escola; ● Mediar as demandas dos pais, alunos, professores e diretores; ● Reunir-se com os professores para elaborar o planejamento pedagógico. As particularidades de cada escola se baseiam nos próprios atores da escola: os gestores, professores, auxiliares de apoio, os alunos e seus pais. A qualidade das relações construídas na escola está 31 diretamente ligada às características de cada uma dessas pessoas. Por isso, é necessário cuidado e boa condução nos processos de atendimento e comunicação interna e externa. As relações pedagógicas criadas em um ambiente escolar são diversas, quais sejam: relação direção-professor, professor- professor, aluno-aluno, professor-aluno, direção-pais. Nesse contexto, cabe destacar a grande importância de um coordenador pedagógico. O Coordenador Pedagógico alcança uma função de destaque no contexto escolar. Isso porque suas funções são de articulação, formação e de transformação. Esse profissional age como mediador entre o currículo e os professores, bem como entre pais de alunos e corpo docente. Sua função mediadora o torna capaz de revelar os significados das propostas curriculares e articulá-las junto aos professores. Assim 32 este profissional pode viabilizar este trabalho dos professores de acordo com as diretrizes pedagógicas e socioculturais da escola. Ao mesmo tempo, um coordenador pedagógico deve desenvolver amplamente sua capacidade de comunicação. Visto que o principal elo entre escola e pais de alunos são os coordenadores. A comunicação é um aspecto chave para uma boa gestão escolar. Como ajudar a fortalecer a parceria dos pais e a escola? Como ajudar os professores a melhorarem o aprendizado dos alunos? É um desafio e tanto, e dada a importância disso, vejamos algumas dicas interessantes! Se uma das principais funções do coordenador é a comunicação, usar ferramentas adequadas para facilitar a troca de informações pode ajudar muito. Para comunicação interna, ferramentas como o Slack, ou Skype, ou WhatsApp etc. podem ajudar. Outra vantagem bem interessante é que, em alguns casos, as escolas não desejam os professores falem diretamente com os pais. Assim, essas mensagens enviadas pelos professores podem passar por aprovação dos coordenadores. Assim a coordenação tem um controle maior de tudo que é comunicado e tudo que está sendo feito. O controle também passa pela necessidade de evitar qualquer mal entendido ou mesmo ofensa a algum lado da comunicação, podemos verificar também a falta de tempo do 33 responsável em estar na escola, acompanhar o filho “in loco” para estar sempre a par de todo o desenvolvimento e ocorrido nos horários de aula, mas modernizar a comunicação pode ser uma saída que dá resultado e procura sempre “jogar as claras” com as famílias, alunos, professore, comunidade, etc. Para facilitar o trabalho, pode também criar um canal de atendimento “Fale com a Coordenação” para que os pais enviem dúvidas, sugestões, críticas ou elogios. A abertura para o diálogo é essencial para que o trabalho da escola continue melhorandodia após dia. No entanto, sabemos que a comunicação mais importante é feita pessoalmente. Com os pais e os professores. É necessário um espírito de liderança, para conseguir articular os interesses, ponderar conflitos e buscar soluções em conjunto. Melhorar as datas e horários em que a comunidade escolar vai estar junto, todo planejamento de quem faz a gestão da escola, e parte disso passa pela Coordenação Pedagógica. Antes de tudo, é bom ter um ouvido atento, e procurar entrar na perspectiva de quem nos fala, para que consigamos diagnósticos mais precisos sobre cada situação. Essa capacidade de compreensão ajuda e muito o trabalho! 34 Organização do Trabalho Escolar As funções de um coordenador escolar nem sempre estão bem demarcadas. Por conta disso, o coordenador acaba fazendo o trabalho que poderia ser delegado para outras pessoas, acumula tarefas e, consequentemente, não exerce suas principais funções com a excelência que gostaria. Na escola, o coordenador é um profissional dinâmico que orienta o trabalho coletivo. Além disso, ele tem o papel de fazer a conexão entre todos indivíduos envolvidos no meio educacional. É importante ressaltar que o coordenador é o profissional que aponta alternativas, reúne ideias, alavanca recursos e sugere modos para renovar e inovar a prática escolar. A melhoria das ações pedagógicas na sala de aula depende da ação efetiva do coordenador. 35 Ainda assim, muitas pessoas ainda acreditam que a escola se resume em professores e alunos, deixando de atribuir a importância merecida a outros papéis fundamentais no funcionamento escolar, como a direção e a coordenação, por exemplo. A propósito, a parceria entre esses dois profissionais é essencial para que não haja acúmulo de afazeres para ambos. Confira neste artigo quais são as principais funções do coordenador escolar e como praticá-las com eficiência e qualidade. Quais as principais funções do coordenador escolar? Até a década de 90, muitos coordenadores eram vistos como fiscais, que vigiavam os professores e controlavam as suas ações. Porém, com a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, decretada em 1996, essa concepção ficou para trás e deu espaço para outras competências mais relevantes, como o auxílio direto aos professores na sua prática escolar e o estreitamento da relação entre a família e a escola. Dessa forma, as atribuições de um coordenador passaram a ser focadas na rotina pedagógica da instituição de ensino. Logo, suas funções também passaram a ser diretamente ligadas à sua atuação junto aos professores e, consequentemente, à aplicação de princípios que resultem em um ensino de qualidade aos alunos. 36 Isso não quer dizer que é função do coordenador escolar ir para a sala de aula quando um professor falta ou cuidar dos recursos financeiros da escola — dois erros muito comuns cometidos quando se reflete sobre a função do coordenador escolar. Resumidamente, seu trabalho consiste em manter a relação harmônica entre seus parceiros (alunos, professores, direção da escola e pais) com projetos que visem à integração da escola como um todo. Mesmo assim, algumas funções não relacionadas ao cargo, como as citadas acima, ainda acabam nas mãos do coordenador. Por isso é tão importante que as suas principais funções sejam estabelecidas de forma clara no âmbito escolar. Saiba mais sobre o papel desse profissional: 1. Garantir a formação continuada dos docentes Primeiramente, com as novas diretrizes para a gestão da educação no Brasil, a relação do coordenador com os professores passou a ser de formador — ou seja, é ele quem dispõe de meios para que a formação continuada dos docentes aconteça. 37 É nesse processo de continuidade dos estudos que o professor tem a chance de aprofundar e atualizar seus conhecimentos. O coordenador pode incentivar essa prática oferecendo cursos online voltados para a formação continuada, como aqueles do PROFS, e trabalhando para implementar na instituição uma cultura que incentive e valorize a formação continuada dos docentes. Dessa forma, ele também tem o papel de promover a formação continuada do corpo docente por meio de cursos e encontros focados na melhoria da prática pedagógica dentro da própria instituição. Assim, a articulação entre teoria e prática acontece por intermédio desse profissional, sendo dele a função de refletir junto aos professores quanto às suas práticas diante das condições e necessidades de ensino-aprendizagem dos alunos. Assista ao bate-papo: A Formação Continuada e o Planejamento Escolar 2. Verificar a conexão entre teoria e prática É função do coordenador avaliar a conexão entre o currículo e a prática diária dos professores na sala de aula. É claro que ele deve fazer isso sem a pressão de um fiscalizador, no papel de observador. Agora, diferentemente do que acontecia antes dos 38 anos 90, ele verifica com mais flexibilidade se os professores estão acompanhando o que foi decidido no projeto pedagógico da escola. Nessa função ele também pode propor novas formas de lidar com a turma ou com alguns alunos que precisam de atenção especial, oferecendo soluções para problemas e dando o suporte necessário para as atividades que estejam relacionadas ao aprendizado. 3. Incentivar o trabalho em grupo O trabalho em grupo também é incentivado por esse profissional, que busca motivar o desenvolvimento de atividades interdisciplinares. Por isso, a boa comunicação entre a coordenação e os professores é um meio eficaz de amarrar pontas que estejam soltas para a construção de um projeto alinhado. A atuação do coordenador está vinculada tanto ao coletivo quanto ao individual. Por isso, ele tem o papel de articular as 39 ideias. Logo, se o professor de português, por exemplo, tem uma ideia que, na visão do coordenador, pode ser utilizada por todos os outros docentes, ele provavelmente compartilhará essa ideia no intuito de agregar algo à prática do grupo. 4. Ouvir e guiar os professores Como já foi dito, a atuação do coordenador se relaciona tanto à equipe escolar como um grupo, quanto a cada docente individualmente. Isso significa que é função do coordenador ouvir e guiar os professores, estimulando o engajamento com projetos coletivos e individuais. 40 Para isso, ele traça estratégias e ações focadas na melhoria do processo de ensino-aprendizagem, no desenvolvimento do conhecimento e no estreitamento das relações interpessoais. 5. Garantir a boa comunicação O coordenador também está na escola para garantir uma boa comunicação entre a direção e os educadores, entre os alunos e os professores, e entre a família e a escola. Com uma parceria afinada, em que todos conhecem as funções um do outro no ambiente escolar, o coordenador é capaz de dar o Norte para as ações, visando sempre ao melhor desempenho do todo. Por isso, é dele a função de informar pais e responsáveis quanto à situação escolar de seus filhos, sobretudo em casos problemáticos. 6. Inserir novas formas de pensar às práticas escolares Em tempos de novas tecnologias, todos os dias há alguma novidade inovadora no âmbito escolar. Nessa perspectiva, o 41 coordenador tem o papel de articular as práticas escolares com as novas formas de pensar em uma escola conectada. Enquanto os alunos estão por dentro de quase tudo o que envolve tecnologia, a gestão escolar não pode se fechar para as novidades.Portanto, novas formas de manter o aluno engajado nas aulas com a ajuda de ferramentas digitais devem ser pensadas pelo coordenador em conjunto com a comunidade escolar. No intuito de garantir o trabalho pedagógico coletivo de qualidade, o coordenador deve levar a inovação para o âmbito escolar, principalmente por meio do incentivo ao uso de novas tecnologias educacionais, que, por sua vez, colaboram com a organização e com a escolha dos materiais necessários no processo de ensino-aprendizagem. 42 7. Ser líder As pressões existem e surgem de todos os lados — dos pais, dos professores, do diretor e dos estudantes. Por isso, o coordenador se posiciona como um líder no espaço escolar. Contudo, uma boa liderança sabe que o diálogo é a base para conduzir e resolver conflitos. Uma das principais características de um bom líder é a flexibilidade de saber ouvir, analisar e discutir de maneira profissional. Assim, o coordenador escolar que sabe liderar tem visão ampla e, por isso, consegue enxergar a escola como um todo, sendo capaz de buscar a melhor solução para os problemas existentes. 8. Avaliar o processo de ensino-aprendizagem É o coordenador quem analisa, avalia e dá feedback para pais e professores em relação aos resultados de aprendizagem dos alunos. Portanto, ele é quem planeja formas de trabalhar as demandas dos discentes. Para cumprir a função de 43 transformador, o coordenador fornece condições reais para a aprendizagem. Isso significa que o coordenador é quem oferece a abertura do espaço pedagógico para questionamentos, intervenções e propostas colaborativas, em que todos os envolvidos possam opinar e trocar informações a fim de ter um clima de confiança mútua e um ambiente agradável para se trabalhar. Qual é o peso estratégico das funções do coordenador escolar? Os pensamentos distintos dentro da comunidade escolar podem gerar conflitos. Assim, é preciso que a escola tenha um profissional preparado para resolvê-los quando necessário. Essa é a função estratégica do coordenador escolar, que, como vimos, é o articulador, formador e transformador das relações. 44 Cada grupo tem sua função ligada a um setor da escola e, dessa maneira, os diretores ficam com a administração e os educadores com as práticas em sala de aula. O coordenador escolar, por sua vez, garante a boa relação interpessoal desses grupos, além da verificação da aplicação do currículo e do Projeto Político Pedagógico. As alternativas para a elaboração dos projetos que pensem e repensem as práticas escolares articulam-se com a capacidade do coordenador pedagógico em entender a realidade escolar e criar estratégias para implementar as melhorias necessárias — assim como para a manutenção daquilo que está dando certo. Quais são os princípios da coordenação escolar? É importante ressaltar que temos o propósito de detalhar as principais funções de um coordenador escolar, ou seja, as funções que regem os princípios de formador, articulador e transformador desse profissional. Nessa linha de raciocínio, as funções podem ser resumidas de acordo com cada um desses princípios: 45 Princípio formador Dentro desse princípio, o coordenador escolar: ● observa a conduta pedagógica dos docentes; ● acompanha o processo de ensino-aprendizagem; ● incentiva o trabalho interdisciplinar com projetos e meios para tal. Princípio articulador Para atingir os objetivos de seu princípio articulador, o coordenador: ● faz trabalhos coletivos pedagógicos frequentes; ● realiza encontros com os docentes; ● atende aos professores individualmente; ● estabelece a mediação entre direção, famílias, alunos e professores; ● articula planejamento, currículo, avaliação de aprendizagem e a formação continuada da equipe docente. 46 Princípio transformador Para formar professores e favorecer a construção de um ambiente harmônico e participativo para a comunidade escolar, o coordenador aplica o seu princípio transformador. É dele a função de transformar situações, que podem ser negativas ou estar ultrapassadas, por exemplo. Faz parte desse princípio as funções de: ● inovar estudos e planejamentos; ● mapear dados para prevenção de conflitos; ● implementar tecnologias e inovações que auxiliem o processo de ensino-aprendizagem; ● identificar necessidades dos docentes e alunos, transformando a realidade quando necessário. Como essas funções influenciam nos processos operacionais de uma escola? Para que essas funções de um coordenador escolar sejam realizadas com eficiência, alguns aspectos precisam ser considerados — principalmente na atual conjuntura escolar, em que novas tecnologias ganham espaço e otimizam os processos. A aquisição de novos conhecimentos e habilidades 47 Para que a formação continuada dos docentes e projetos inovadores sejam pensados e aplicados pelo coordenador pedagógico, a atualização se faz necessária. Afinal, a sociedade muda constantemente e as formas de ver e pensar também são influenciadas e reformuladas. A busca por soluções tecnológicas A tecnologia é vista como uma ferramenta que agrega valor ao papel do coordenador que deseja ser cada vez melhor e ter mais eficiência na sua atuação. Com uma alta demanda e prazos curtos para cumprir todas as suas tarefas, o uso de tecnologias que otimizam o tempo são opções quase que indispensáveis. Afinal, tarefas que antes gastariam parte da semana para serem feitas, como a compilação de resultados para análise do desempenho, podem ser realizadas em menos tempo com apoio de aplicativos e ferramentas — deixando espaço para que as 48 principais funções de um coordenador escolar recebam a maior parte de sua atenção. Adaptação de procedimentos de gestão A gestão dos dados relacionados ao desempenho dos alunos em avaliações e outras informações referentes aos problemas administrativos e pedagógicos são avaliados pelo coordenador escolar. Com base nisso, ele refletirá, discutirá e compartilhará os resultados, associando-os aos objetivos da instituição. Conclusão Além de fazer o trabalho pedagógico e refletir sobre o desempenho da escola para criar maneiras de ver e fazer a prática educacional, as funções de um coordenador escolar favorecem a construção de um espaço democrático em que a participação de toda a comunidade escolar funciona como base para a produção de conhecimento — coletiva e individualmente. 49 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BARROSO, João. Educação de todos, para todos e com todos. Escola, Projetos, Redes e Territórios. Lisboa: Editorial do Ministério da Educação, 1998. CONEXIA EDUCAÇÃO. 11 habilidades indispensáveis de um bom gestor escolar. Disponível em: https://blog.conexiaeducacao. com.br/11-habilidades-indispensaveis-de-um-bom-gestor- escolar/ FARIA, José C. Administração: Teorias & Aplicações. Pioneira, Thomson, 2002. GADOTTI, Moacir. Concepção Dialética da Educação: Um Estudo Introdutório. São Paulo: Cortez, 2001. GENEBRA Blog. Administração escolar: a importância dos softwares na gestão. 10/02/2017. 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