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Resumo de queimaduras

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Queimaduras
Queimaduras são lesões provocadas pela temperatura,
geralmente calor, que podem atingir graves proporções de perigo
para a vida ou para a integridade da pessoa, dependendo de sua
localização, extensão e grau de profundidade. Como efeitos
gerais (sistêmicos) das queimaduras podem ter: a) Choque
primário (neurogênico) - vasodilatação b) Choque secundário –
hipovolemia c) Infecção bacteriana secundária a lesão d)
Paralisia respiratória e fibrilação – choque elétrico. 
 1 Grau°
Também chamada de queimadura superficial, são aquelas que
envolvem apenas a epiderme, a camada mais superficial da pele.
Os sintomas são intensa dor e vermelhidão local, mas com
palidez na pele quando se toca. A lesão da queimadura de 1º
grau é seca e não produz bolhas. Geralmente melhoram no
intervalo de 3 a 6 dias, podendo descamar e não deixam
sequelas. 
 2 Grau°
As queimaduras de segundo grau são caracteristicamente
avermelhadas e dolorosas, com bolhas, edema abaixo da pele e
restos de peles queimadas soltas. São mais profundas, provocam
necrose e visível dilatação do leito vascular. Nas queimaduras de
segundo grau superficiais não há destruição da camada basal da
epiderme, enquanto nas queimaduras secundárias profundas
há. Não há capacidade de regeneração da pele. A dor e ardência
local são de intensidade variável. 
 3 Grau°
As queimaduras de terceiro grau são aquelas em que toda a
profundidade da pele está comprometida, podendo atingir a
exposição dos tecidos, vasos e ossos. Como há destruição das
terminações nervosas, o acidentado só acusa dor inicial da lesão
aguda. São queimaduras de extrema gravidade. Na prática é
difícil de distinguirmos queimaduras de segundo e terceiro
graus. Além disto, uma mesma pessoa pode apresentar os três
graus de queimaduras, porém a gravidade do quadro não reside
no grau da lesão, e sim na extensão da superfície atingida. 
 Extensão da Lesão
A pele tem diversas funções. Ela isola o organismo de seu
ambiente; protegendo-o contra a invasão de microrganismos
patogênicos; controla sua temperatura; retém os líquidos
corporais e fornece informações ao cérebro sobre as condições do
ambiente externo, através de suas terminações nervosas.
Qualquer lesão desta superfície de revestimento permite a
interrupção destas funções. Quanto maiores forem as lesões
causadas na pele, mais graves são as consequências para o
acidentado. O grande queimado é caracterizado por hipovolemia
com hemoconcentração, e pelo intenso desequilíbrio
hidreletrolítico decorrente da grande perda de líquidos causada
por ação direta da temperatura ambiental sobre estruturas
adjacentes à pele; modificação da permeabilidade vascular;
sequestro de líquidos, eletrólitos e proteínas na área queimada.
O quadro se agrava com a destruição das hemácias e infecção,
que se instala imediatamente ao trauma e, mais lentamente, nos
períodos subjacentes. 
 
Ana Luisa Frota
Queimaduras
 EstimaTiva da Extensão das Queimaduras 
Queimaduras que atinjam 50% da superfície do corpo são
geralmente fatais, especialmente em crianças e em pessoas
idosas. A extensão de uma queimadura é representada em
percentagem da área corporal queimada: Leves (ou “pequeno
queimado”, atingem menos de 10% da superfície corporal) ;
Médias (ou “médio queimado”, atingem de 10% a 20% da
superfície corporal); Graves (ou “grande queimado” atingem
mais de 20% da área corporal). A regra dos nove é um método
muito útil para o cálculo aproximado da área de superfície
corporal queimada. O grau de mortalidade das queimaduras
está relacionado com a profundidade e extensão da lesão e com
a idade do acidentado.
Regra dos nove: é atribuído, a cada segmento corporal, o valor
nove (ou múltiplo dele): cabeça – 9%; tronco frente – 18%;
tronco costas – 18%; membros superiores – 9% cada; membros
inferiores – 18% cada; genitais – 1%. 
 Mecanismos da Lesão
A inalação de fumaça é a principal causa de óbito precoce
(primeiras horas) após a queimadura. A inalação de gases
superaquecidos pode causar obstrução alta de vias aéreas por
edema da hipofaringe. Raramente ocorre lesão dos pulmões,
pois a traqueia absorve o calor. Intoxicação por Monóxido de
Carbono (CO) é a complicação causada pela inalação de fumaça
e a causa mais comum de morte precoce em vítimas de incêndio
(Quadro XVI). O Monóxido de Carbono se liga à hemoglobina,
formando a carboxi-hemoglobina e impedindo o transporte de
oxigênio. A lesão dos tecidos é provocada por falta de oxigênio. A
morte ocorre por lesão cardíaca produzida pela falta de oxigênio.
A cianose não aparece e a coloração vermelho-cereja da pele e
mucosas descrita como um sinal clássico é raro. A combustão de
determinados materiais produz substâncias químicas tóxicas
que podem envenenar o acidentado. Em explosões, acidentes
automobilísticos e outros acidentes, as queimaduras podem se
associar a outras lesões como traumatismos da cabeça, coluna
cervical e fraturas e hemorragias internas. A gravidade destas
lesões vai ter, por vezes, importância maior no prognóstico do
acidentado do que da queimadura. 
 Primeiros Socorros em Queimaduras Térmicas
A dor e a ansiedade podem evoluir para síncope. Nas
queimaduras térmicas, extensas e/ou profundas, é frequente
sobrevir o estado de choque, causado pela dor e/ou perda de
líquidos, após algumas horas. Em consequência disto, devem ser
tomadas as medidas necessárias para a prevenção. Nas
queimaduras identificadas como sendo de primeiro grau, deve-
se limitar à lavagem com água corrente, na temperatura
ambiente, por um máximo de um minuto. Este tempo é
necessário para o resfriamento local, para interromper a atuação
do agente causador da lesão, aliviar a dor e para evitar o
aprofundamento da queimadura. O resfriamento mais
prolongado pode induzir hipotermia. Não aplicar gelo no local,
pois causa vasoconstrição e diminuição da irrigação sanguínea.
Se o acidentado sentir sede, deve ser-lhe dada toda a água que
desejar beber, porém lentamente. Em todos os casos de
queimaduras, mesmo as de primeiro grau, são convenientes ficar
atento para a necessidade de manter o local lesado limpo e
protegido contra infecções. As queimaduras de segundo grau
requerem outros tipos de cuidados para primeiros socorros.
Além do procedimento imediato de lavagem do local lesado,
proteger o mesmo com compressa de gaze ou pano limpo,
umedecido. Não furar as bolhas que venham a surgir no local.
Não aplicar pomadas ou cremes. O atendimento de primeiros
Ana Luisa Frota
Queimaduras
socorros para queimaduras de terceiro grau também consiste na
lavagem do local lesado e na proteção da lesão. Se for possível,
proteger a área com papel alumínio. O papel alumínio separa
efetivamente a lesão do meio externo; diminui a perda de calor; é
moldável, não aderente e protege a queimadura contra
microrganismos. 
 Cálculo da HidraTação
Fórmula de Parkland = 2 a 4ml x % Superfície Corpórea
Queimada (SCQ) x peso (kg): 
• 2 a 4ml/kg/% SCQ para crianças e adultos. 
• Idosos, portadores de insuficiência renal e de insuficiência
cardíaca congestiva (ICC) devem ter seu tratamento iniciado
com 2 a 3ml/kg/%SCQ e necessitam de observação mais
criteriosa quanto ao resultado da diurese. 
• Use preferencialmente soluções cristaloides (ringer com
lactato). 
• Faça a infusãode 50% do volume calculado nas primeiras 8
horas e 50% nas 16 horas seguintes. 
• Considere as horas a partir da hora da queimadura. •
Mantenha a diurese entre 0,5 a 1ml/kg/h. 
• No trauma elétrico, mantenha a diurese em torno de
1,5ml/kg/hora ou até o clareamento da urina. 
• Observe a glicemia nas crianças, nos diabéticos e sempre que
necessário. 
• Na fase de hidratação (nas 24h iniciais), evite o uso de coloide,
diurético e drogas vasoativas. 
 TraTamento da Dor
Instale acesso intravenoso e administre para adultos: Dipirona =
de 500mg a 1 grama em injeção endovenosa (EV) ou Morfina =
1ml (ou 10mg) diluído em 9ml de solução fisiológica (SF) a 0,9%,
considerando-se que cada 1ml é igual a 1mg. Administre de 0,5 a
1mg para cada 10kg de peso; Para crianças: Dipirona = de 15 a
25mg/kg em EV; ou Morfina = 10mg diluída em 9ml de SF a
0,9%, considerando-se que cada 1ml é igual a 1mg. Administre
de 0,5 a 1mg para cada 10kg de peso. 
 Procedimentos
As indicações de microcirurgia em pacientes com queimaduras
incluem a cobertura de estruturas especializadas expostas
(tendão, osso, articulação, vasos e nervos), a preservação ou o
restabelecimento de função (queimaduras da mão), o
salvamento de membro (em traumas elétricos com entrada em
membro superior) e os casos em que há necessidade de ganho de
tecido local (sequelas que evoluem com retrações cicatriciais sem
tecido adjacente disponível ou nas cicatrizes instáveis). 
A escarotomia é considerada um procedimento de urgência,
podendo ocorrer déficits neurológicos e vasculares graves, caso o
problema não seja solucionado. Dependendo da profundidade
da incisão e da experiência do cirurgião, pode ocorrer
sangramento significativo após a recuperação hidrovolêmica do
paciente, ocasionalmente sendo necessário recomendar
transfusões. A técnica realizada de maneira correta requer a
incisão da pele em toda a sua espessura, atingindo-se o
subcutâneo. A pele queimada de terceiro grau é insensível, mas
pode ocorrer dor e desconforto significativo com a incisão
atingindo o subcutâneo. Analgesia proporcional à dor deve ser
administrada por via venosa. 
Ana Luisa Frota
Queimaduras
 Imagens
Ana Luisa Frota
Figura 1: Escarotomia
Figura 2: Regra dos nove

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