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Direitos Reais em Bens Imóveis e Móveis

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Curso Preparatório para OAB 1ª Fase 
Prof. Me. Diogo Durigon 
 
 
 
 
 
 
 
 
MATERIAL DE APOIO 
DIREITO CIVIL – DIREITOS REAIS (COISAS) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
diogo@ceisc.com.br 
 
 
 
 
Curso Preparatório para OAB 1ª Fase 
Professor Me. Diogo Durigon 
2 
 
 
DIREITO CIVIL – DIREITOS REAIS (COISAS) 
 
1. BEM JURÍDICO 
 
Patrimonial 
É tudo que seja útil, raro e apropriável, por isso, possua valor econômico. 
 
Não Patrimonial 
São os direitos da personalidade, como honra, liberdade, que não possuem valor 
econômico, mas podem gerar indenização, ou seja, podem ser avaliados economicamente. 
 
2. BEM IMÓVEL 
Art. 79 CC: “São bens imóveis o solo e tudo o quanto se lhe incorporar natural ou 
artificialmente.” 
Art. 80 e 81, ambos também, do CC também relacionam tipos de bens imóveis. 
 Sucessão aberta (incluindo móveis) 
 Edificações deslocadas do solo 
 Materiais separados do prédio mas que serão reempregados no mesmo 
 
Espécies de bens imóveis 
Bens imóveis por sua natureza: abrange o solo com sua superfície, os seus 
acessórios e adjacências naturais, compreendendo as árvores e frutos pendentes, o espaço 
aéreo e o subsolo. 
 
 
 
 
 
Curso Preparatório para OAB 1ª Fase 
Professor Me. Diogo Durigon 
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 Bens imóveis por acessão física artificial: inclui tudo aquilo que o homem incorporar 
permanentemente ao solo, como a semente lançada à terra, os edifícios e construções, de 
modo que não se possa retirar sem destruição, modificação, fratura ou dano. 
 
Bens imóveis por acessão intelectual: são todas as coisas móveis que o proprietário 
do imóvel mantiver, intencionalmente, empregadas em sua exploração industrial, 
aformoseamento ou comodidade. 
 
Bens imóveis por determinação legal: são direitos reais sobre imóveis (usufruto, uso, 
habitação, enfiteuse, anticrese, servidão predial), inclusive o penhor agrícola e as ações que 
o asseguram; apólices da dívida pública oneradas com a cláusula de inalienabilidade, 
decorrente de doação ou de testamento; o direito à sucessão aberta, ainda que a herança 
só seja formada de bens móveis. 
 
3. BENS MÓVEIS 
 
Para o NCC, (art. 82): são móveis os bens suscetíveis de movimento próprio, ou 
remoção por força alheia, sem alteração da substância ou da destinação econômico-social. 
Segundo Diniz: são “os que, sem deterioração na substância ou na forma, podem ser 
transportados de um lugar para outro, por força própria ou estranha” 
Art. 83 e 84 do NCC - Consideram-se ainda como bens móveis: 
 As energias que tenham valor econômico; 
 Os direitos reais sobre objetos móveis e as ações correspondentes; 
 Os direitos pessoais de caráter patrimonial e respectivas ações; 
 Materiais destinados a construção, antes de seu emprego e aquele originário 
de demolição. 
 
Classificação bens 
 
 
 
 
Curso Preparatório para OAB 1ª Fase 
Professor Me. Diogo Durigon 
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Fungíveis são aqueles bens que podem ser substituídos por outros da mesma 
espécie, qualidade e quantidade 
Infungíveis não admitem substituição 
Consumíveis são os bens móveis cujo uso importa na destruição imediata da própria 
substância 
Inconsumíveis permanecem após o fruição 
Divisíveis são aqueles bens que podem ser fracionados sem alteração na sua 
substância, diminuição considerável de valor, ou prejuízo do uso a que se destinam 
Os bens naturalmente divisíveis podem tornar-se indivisíveis por determinação legal 
ou vontade das partes. 
Singulares: são os bens que, embora reunidos, se consideram de per si, 
independentemente dos demais; 
Universalidade de fato a pluralidade de bens singulares, que pertinentes à mesma 
pessoa, tenham destinação unitária; 
Universalidade de direito é considerado o complexo de relações jurídicas de uma 
pessoas, dotadas de valor econômico. 
Principal é o bem que existe sobre si, abstrata ou concretamente; 
Acessório é aquele cuja existência supõe a do principal; 
Os negócios jurídicos que dizem respeito ao bem principal, não atingem as pertenças, 
salvo se estipulado por lei, vontade das partes ou das circunstâncias do caso. 
Pertenças são bens acessórios, não ligados ao principal, mas que se destinam ao 
uso, serviço ou aformoseamento do bem principal 
Ex: trator em relação à fazenda; móveis em relação à casa. 
Os frutos e produtos podem ser objeto de negócio jurídico, apesar de ainda não 
separados do bem principal; 
 
 
 
 
 
Curso Preparatório para OAB 1ª Fase 
Professor Me. Diogo Durigon 
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As benfeitorias podem ser voluptuárias, (mero deleite) úteis (aumentam ou facilitam o 
uso) ou necessárias (conservar o bem ou evitar que se deteriore); 
São públicos os de propriedade das pessoas jurídicas de direito publico; 
 -uso comum do povo ( rios, mares estradas..) 
 -uso especial (edifícios... destinados à serviços e estabelecimentos públicos); 
 -os dominicais: não estão destinados nem a uma finalidade comum e nem a 
uma especial. 
 “Constituem o patrimônio das pessoas jurídicas de direito público, como objeto 
de direito pessoal ou real, de cada uma dessas entidades” (art. 99, III do CC) – ex.: terras 
devolutas 
São privados os de propriedade das pessoas físicas ou jurídicas de direito privado. 
Considerações: art. 100,101 e 102. 
Os bens públicos de uso comum do povo e os de uso especial são inalienáveis, 
enquanto conservarem a sua qualificação, na forma que a Lei determinar; 
Os bens dominicais podem ser alienados, observadas as exigências legais; 
O uso comum dos bens públicos pode ser gratuito ou retribuído, conforme 
determinação legal. 
 
4. DIREITOS REAIS 
São direitos que afetam a coisa de forma direta e imediata, seja sob alguns aspectos, 
ou mesmo sobre todos os aspectose a segue em poder de quem quer que a detenha. 
É o vínculo jurídico que se cria entre a pessoa titular do direito real e a coisa. 
Principais atributos: 
 Eficácia Erga omnes 
 Direito à Ação real 
 Direito de seqüela 
 
 
 
 
 
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DIREITO PESSOAL 
Vínculo jurídico formado entre duas ou mais pessoas. 
Estabelece relação inter pars 
Decorre de: negócio jurídico, lei ou ato ilícito 
É o que depende de uma obrigação do devedor. 
É oponível somente contra certas pessoas (sujeito passivo), em razão da vontade 
externada (unilateral e bilateralmente), por ato ilícito (186 e 927 do CC) ou por determinação 
legal (ex. Alimentos). 
 
Distinção: direitos reais X obrigações 
Direitos pessoais (jus ad rem) 
Incidem na pessoa 
Ação contra o indivíduo 
Objeto: prestação 
Relativo – inter partes 
Gozo: exige intermediário 
Transitório 
Extingue-se pela inércia 
 
Exemplo: compra de um objeto 
móvel 
 
 
 
 
Direitos reais (ius in re) 
Incidem na coisa 
Ação contra quem detiver a coisa 
Objeto: coisa 
Absoluto – erga omnes 
Gozo: direto pelo titular 
Permanente 
Conserva-se até situação contrária 
em favor outrem (Seqüela, abandono, 
usucapião, posse, direito de preferência) 
Exemplo: compra de imóvel 
 
 
 
 
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5. CARACTERÍSTICAS DOS DIREITOS REAIS 
Direito de Seqüela 
É o vínculo de subordinação da coisa e da pessoa. Esse vínculo vem 
alicerçado em dois princípios: 
- Princípio da aderência: segundo o qual o titular do direito real pode ir atrás 
do bem aonde quer que ele se encontre (princípio positivo); 
- Princípio da ambulatoriedade: segundoo qual todos os ônus da coisa (ex. 
tributos, despesas condominais) a acompanham (princípio negativo). 
 
Privilégio 
O crédito real não se submete à divisão, tendo em vista a existência de 
ordem entre os credores. Aquele que primeiro apresentar o crédito será o credor 
privilegiado. 
 
Prescrição Aquisitiva 
Somente no direito real a passagem do tempo poderá gerar aquisição de 
direitos. 
 
Bem certo, determinado e existente 
Em decorrência do princípio da veracidade registral, o bem deve ter 
características de certo, determinado e existente. 
Ver: ações de retificação imobiliária 
 
6. PRINCÍPIOS CARACTERIZADORES DOS DIREITOS REAIS 
1 da aderência ou especialização - vínculo sujeito/coisa 
 
 
 
 
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2 do absolutismo - eficácia erga omnes 
3 da publicidade – transcrição + tradição 
4 da taxatividade – elenco de direitos reais limitado e taxativo – numerus 
clausus (direito obrigacional – numerus apertus) 
5 da tipificação – tipos legais 
6 da perpetuidade – perda apenas por fator externo – mantem-se mesmo 
pelo não uso. 
7 da exclusividade – absorve apenas um direito real 
8 do desmembramento – direitos reais sobre coisas alheias afastam-se do 
direito matriz 
 
7. CLASSIFICAÇÃO DOS DIREITOS REAIS -1ª CLASSIFICAÇÃO 
 
Direito real sobre coisa própria 
O único direito real sobre coisa própria é a propriedade, que confere o título 
de dono ou domínio. Normalmente, a propriedade é ilimitada ou plena, conferindo 
poderes de uso, gozo, posse, reivindicação e disposição. 
 
Direito real sobre coisa alheia 
É o desmembramento do direito real sobre coisa própria. Poderá somente 
ser temporário, visto que, dentro do princípio da elasticidade, a coisa tende a voltar 
à situação original, que é a propriedade plena. Divide-se em três grupos: 
Direito real de fruição: é o desmembramento em relação ao uso da coisa. 
Pode ser enfiteuse, servidão, usufruto, uso e habitação. 
 
Direito real de garantia 
 
 
 
 
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É o desmembramento em relação à disposição da coisa (limita o direito de 
dispor da coisa). Se não cumprida a obrigação principal, o credor irá dispor da coisa. 
Pode ser hipoteca, penhor e anticrese. 
 
Direito real de aquisição 
É o desmembramento do direito de aquisição. O titular transmite a 
propriedade para terceiros, paulatinamente. Pode ser compromisso irretratável de 
compra e venda, e alienação fiduciária em garantia. 
 
8. CLASSIFICAÇÃO DOS DIREITOS REAIS – 2ª CLASSIFICAÇÃO 
 
a) Direito de posse, uso, gozo e disposição: propriedade. 
b) Exteriorização do domínio: posse. 
c) Direito de posse, uso, gozo e disposição sujeitos à restrição oriunda de 
direito alheio: enfiteuse. 
d) Direitos reais de garantia: penhor, hipoteca e alienação fiduciária. 
e) Direito real de aquisição: promessa irrevogável de venda. 
f) Direito de usar e gozar do bem sem disposição: usufruto e anticrese. 
g) Direito limitado a certas utilidades do bem: servidão, uso e habitação. 
 
9. POSSE, PROPRIEDADE E DETENÇÃO. 
 
O Poder que o homem exerce sobre a coisa pode derivar de uma: 
1. SITUAÇÃO JURÍDICA: 
 
 
 
 
 
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1.1 DIREITO REAL SOBRE COISA PRÓPRIA (art. 1228) 
A) Propriedade 
B) Domínio 
1.2 DIREITO REAL SOBRE COISA ALHEIA (1225) 
a) superfície; b) servidão; c) usufruto; d) uso 
e) habitação; f) promitente comprador 
1.3 DIREITOS REAIS DE GARANTIA 
a)penhor; b) hipoteca; c) anticrese; 
d) alienação fiduciária. 
 
2. SITUAÇÃO DE FATO: 
2.1 Posse 
2.2 Detenção 
 
DISTINÇÃO: PROPRIEDADE X DOMÍNIO 
PROPRIEDADE 
É gênero do qual domínio é espécie. 
É a titularidade tanto de coisas corpóreas como incorpóreas. 
 
DOMÍNIO 
É espécie do gênero propriedade. 
É a titularidade somente de coisas corpóreas. 
Relação com registro 
 
 
 
 
 
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DISTINÇÃO: POSSE X DETENÇÃO 
POSSE 
Art.1196 do CC. 
Relação de fato entre o sujeito e a coisa 
Estado de aparência com efeitos jurídicos. 
Exteriorização do domínio. 
 
DETENÇÃO 
Art. 1198 do CC 
Relação de fato entre o sujeito e a coisa. 
Estado de aparência sem efeitos jurídicos. 
Conservação da posse em nome de outrem ou em cumprimento de ordens 
ou instruções. Ex. Caseiro. 
 
HIERARQUIA DAS RELAÇÕES JURÍDICAS ENTRE A PESSOA E A 
COISA: 
1 propriedade ou domínio 
2 posse 
3 detenção 
 
10. FUNÇÃO SOCIAL DA PROPRIEDADE 
 
Segundo Teori Albino Zavascki: (...) por função social da propriedade há de 
se entender o princípio que diz respeito à utilização dos bens, e não à sua 
 
 
 
 
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titularidade jurídica, a significar que sua força normativa ocorre independentemente 
da específica consideração de quem detenha o título jurídico de proprietário.” 
Nesse passo, segundo a Constituição Federal de 1988, temos função social: 
PROPRIEDADE URBANA: (Art. 182 da CF) – “quando atende às exigências 
fundamentais de ordenação da cidade expressas no plano diretor.” 
PROPRIEDADE RURAL: (art.186 da CF): “quando atende, 
simultaneamente, segundo critérios e graus de exigência estabelecidos em lei, os 
seguintes requisitos: 
I – Aproveitamento racional e adequado; 
II – utilização adequada dos recursos naturais disponíveis e preservação do 
meio ambiente; 
III – observância das disposições que regulam as relações de trabalho; 
IV – exploração que favoreça o bem estar dos proprietários e dos 
trabalhadores. 
 
FUNÇÃO SOCIAL DA POSSE 
A lei, em especial o CC, dá especial proteção à posse que se traduz em 
TRABALHO e MORADIA. 
A valorização da posse pelo direito brasileiro provém já do Código Civil de 
1916, através da viabilidade da conquista da propriedade em razão do exercício da 
posse. Ex. Usucapião, art. 1238, parágrafo único, 1239, 1240, 1242, parágrafo 
único. 
Nesse passo, a posse se reverte em instrumento de efetivação da função 
social da propriedade, pois através do aproveitamento de determinado bem, para o 
trabalho, moradia ou exploração comercial, viabiliza a obtenção da propriedade. 
 
11. POSSE 
 
 
 
 
 
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POSSE = Exercício de fato sobre determinado bem 
Propriedade = situação jurídica envolvendo determinado bem 
Objetivamente, não se enquadra nem como direito pessoal, nem como 
direito real 
 
TEORIA SUBJETIVA – Fréderic Charles Savigny 
Representa o poder exercido sobre a coisa com a intenção de tê-la para si 
Requer: corpus (detenção física do bem) + animus (vontade de ter a coisa 
como sua) 
 
TEORIA OBJETIVA – Rudolf Von Jhering 
Posse é exercício de fato dos poderes sobre a coisa 
Requer apenas corpus 
Para Jhering, corpus é o exercício de fato; demanda conduta de dono 
Adotada largamente pelo direito pátrio 
CC: Art. 1196 Considera-se possuidor todo aquele que tem de fato o 
exercício, pleno ou não, de algum dos poderes inerentes à propriedade 
 
TEORIA TRÍPTICA 
Estabelece a posse como um direito ‘misto’, mescla, de direito real, direito 
obrigacional e fato jurídico 
A posse é exercida tanto em razão de direito real, direito obrigacional e de 
fato jurídico: 
 
 
 
 
 
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Posse como direito real: 
Usoe gozo por conta do domínio ou titularidade sobre o bem – exercício de 
direito inerente à propriedade – v.g. uso de imóvel próprio – posse direta 
 
Posse como direito obrigacional 
Posse exercida em razão de vínculo obrigacional, por conta, v.g., de locação 
comodato, alienação fiduciária. 
 
Posse como fato jurídico 
A posse vista como fato natural 
Posse originária – prescrição ad usucapionem 
PONTES DE MIRANDA e MOREIRA ALVES: a posse originária não é fato 
jurídico enquanto não questionada como prescrição aquisitiva ou ofensiva à direito 
real (se houver proprietário anterior) 
Teoria tríptica: haverá Jus possessionis desde exercício fático da posse 
Embate entre mero fato x fato jurídico 
 
TEORIA DAS QUATRO DIMENSÕES JURÍDICAS DA POSSE 
Natureza jurídica da posse envolve direito real, direito obrigacional, fato 
jurídico e direito da administração 
Direito da administração - posse por: 
A) ocupação temporária 
B) requisição administrativa 
Trata-se de uma posse provisória (diverge do instituto da desapropriação), 
pois a ocupação e a requisição são meramente temporários (exercício de posse). 
A desapropriação envolve a perda/aquisição da propriedade. 
 
 
 
 
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12. ESPÉCIES DE POSSE 
 
Posse direta 
– fruição direta 
 
Posse indireta 
– ficção jurídica que conserva ao proprietário prerrogativas especialmente 
quanto a defesa da posse 
 
Posse justa 
Posse não maculada por violência, clandestinidade ou precariedade 
CC: Art. 1.200. É justa a posse que não for violenta, clandestina ou precária. 
 
Posse injusta 
Decorre da obtenção da posse em ofensa ao art. 1200 do CC 
 
 Posse violenta 
Posse tomada mediante violência 
Enquanto houver violência não há posse 
A posse será, cessada a violência, injusta perante o proprietário, mas justa 
em face de terceiros. 
Gera prescrição ad usucapionem 
 
 
 
 
 
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Posse clandestina 
Aquisição sorrateira da posse 
Posse obtida sem violência, mas também sem consentimento 
Injusta quanto ao proprietário, justa quanto a 3º 
Gera prescrição ad usucapionem 
 
Posse precária 
Posse obtida com abuso de confiança 
Manutenção de posse anteriormente justa 
V.g. não devolução de bem em comodato e locação 
Gera prescrição ad usucapionem 
 
Posse de boa –fé 
Exercida por quem ignora injustiça da posse 
CC: Art. 1.201. É de boa-fé a posse, se o possuidor ignora o vício, ou o 
obstáculo que impede a aquisição da coisa. 
Gera prescrição ad usucapionem 
Gera direitos de: 
a) Retenção 
b) Indenização benfeitorias úteis e necessárias 
c) Levantamento benfeitorias voluptuárias 
d) Faz jus aos frutos percebidos 
 
Posse de má-fé 
Exercida com ciência da injustiça da posse 
 
 
 
 
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Gera direito de indenização apenas das benfeitorias necessárias. 
Não gera direito de retenção e o possuidor de má-fé ainda responde pelos 
frutos colhidos e pelos que deixou de colher; nesse caso terá direito apenas às 
despesas de produção. 
 
Posse nova – menos 01 ano e dia 
Posse velha – com 01 ano e dia para mais 
Ação de força nova – demanda reintegratória ajuizada dentro do período de 
posse nova 
Ação de força velha – demanda proposta durante posse velha. 
Somente será possível a obtenção da reintegração de posse de forma liminar 
se houver posse nova. Não é obrigatória tal medida, mas, encerrada a posse nova, 
o procedimento de reintegração aguardará sentença. 
 
Posse ad interdicta – é a que pode ser defendida pelos interditos ou ações 
possessórias, quando molestada (ameaçada, turbada, esbulhada ou perdida), mas 
não conduz ao usucapião; 
Exercida pelos possuidores sem pretensão de aquisição – ex. locatário 
(inclusive contra o proprietário). 
 
Posse ad ucucapionem – é a que se prolonga por determinado lapso de 
tempo estabelecido na lei, e que, acompanhada de animus domini, exercício 
contínuo, manso e pacífico, com justo título e boa-fé, confere a seu titular a 
aquisição do domínio. 
 
Posse natural – é a que se constitui pelo exercício de poderes de fato sobre 
a coisa 
 
 
 
 
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Professor Me. Diogo Durigon 
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ex.: A vende sua casa a B, mas continua no imóvel como inquilino; não 
obstante, B fica sendo possuidor da coisa (posse indireta), mesmo jamais tê-la 
ocupado fisicamente. 
Posse civil ou jurídica – é a que assim se considera por força da lei, sem 
necessidade de atos físicos ou materiais; é a que se transmite ou se adquire pelo 
título. 
 
13. AQUISIÇÃO DA POSSE 
 
CC art. 1.204: “Adquire-se a posse desde o momento em que se torna 
possível o exercício, em nome próprio, de qualquer dos poderes inerentes à 
propriedade”. 
A partir de tal pressuposto, podemos elencar as seguintes formas de 
aquisição da posse: 
a.1 Aquisição originária: 
Conceito: não há relação de causalidade, entre a posse atual e a anterior; 
é o que acontece quando há esbulho, e o vício, posteriormente, convalesce. 
Modos: arts. 1.196, 1.204 e 1.263. 
 Art. 1196 Considera-se possuidor todo aquele que tem de fato o exercício, 
pleno ou não, de algum dos poderes inerentes à propriedade. 
Art. 1.263. Quem se assenhorear de coisa sem dono para logo lhe adquire 
a propriedade, não sendo essa ocupação defesa por lei. 
 
a.2 Aquisição derivada: 
Conceito: requer existência de posse anterior, ou seja, transmitida ao 
adquirente. Ex. herança ou compra e venda. 
Modos: 
 
 
 
 
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a.2.1 Tradição 
Pressupõe um acordo de vontades, um negócio jurídico de alienação, quer 
a título gratuito, como na doação, quer a título oneroso, como na compra e venda. 
- real – quando envolve a entrega efetiva e material da coisa. 
- simbólica – quando representada por ato que traduz a alienação, como a 
entrega das chaves do apartamento vendido. 
- ficta – no caso do constituto possessório, que ocorre, por ex., quando o 
vendedor, transferindo a outrem o domínio da coisa, conserva-a, todavia em seu 
poder, mas agora na qualidade de locatário. 
Posse por tradição traditio brevi manu: possuidor tem posse do bem alheio 
que passa a ser seu (v.g. locação seguida de compra do imóvel) 
 
a.2.2 Apreensão 
a) Apropriação unilateral de coisa “sem dono” (foi abandonada ou não tem 
proprietário); 
b) Coisa retirada de outrem sem permissão; 
 
a.2.3 Exercício de direito 
Ex. servidão. Se constituída pela passagem de um aqueduto por terreno 
alheio, p. ex. adquire o agente a sua posse se o dono do prédio serviente 
permanece inerte pelo prazo de um ano e dia.(vide art. 1.379) 
 
a.2.4 Constituto possessório, art. 1.267, parágrafo único 
Noção: No constituto possessório, aquele que detém a posse direta não é 
mais proprietário da coisa, possuindo-a em nome de outrem. 
Subentende-se a tradição quando o transmitente continua a possuir pelo 
constituto possessório; quando cede ao adquirente o direito à restituição da coisa, 
 
 
 
 
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que se encontra em poder de terceiro; ou quando o adquirente já está na posse da 
coisa, por ocasião do negócio jurídico. 
 
a.2.5 Acessão 
Através da qual a posse pode ser continuada pela soma do tempo do atual 
possuidor com o de seus antecessores. 
- Sucessão: O sucessor universal continua de direito a possedo seu 
antecessor 
Art. 1.206. A posse transmite-se aos herdeiros ou legatários do possuidor 
com os mesmos caracteres. 
- União: sucessor singular é facultado unir sua posse à do antecessor, para 
os efeitos legais. 
 
Capacidade de aquisição da posse 
Tem capacidade para aquisição da posse a própria pessoa que a pretende, 
desde que capaz. Poderá ainda ser exercida: 
- não sendo capaz, poderá adquiri-la se estiver representada ou assistida 
por seu representante; 
- por meio de procurador ou mandatário, munido de poderes específicos; 
- por terceiro, mesmo sem mandato, dependendo de ratificação; 
- pelo "constituto possessório". 
 
14. OBJETOS DA POSSE 
 
Podemos considerar como objetos da posse: 
 
 
 
 
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Bens corpóreos, salvo as que estiverem fora do comércio, ainda que 
gravadas com cláusula de inalienabilidade; 
Coisas acessórias se puderem ser destacadas da principal sem alteração de 
sua substância; 
Coisas coletivas; 
Direitos reais de fruição: uso, usufruto, habitação e servidão (há dúvida 
quanto à enfiteuse); 
Direitos reais de garantia; 
Direitos pessoais patrimoniais ou de crédito. 
 
15. EXCLUSÕES DA POSSE 
Não será considerado posse: 
A) Detenção – ex. caseiro 
B) os atos de mera permissão ou tolerância (art. 1.208). Ex: permissão 
para passar pelo jardim do vizinho; 
Também não há posse de bens públicos (CF - proíbe o usucapião 
especial), o uso do bem pelo particular não passa de mera detenção consentida. 
 
16. EFEITOS DA POSSE 
 
Segundo o doutrinador Orlando Gomes, a posse gera, através de seu 
exercício, 07 efeitos pontuais: 
1. Direito ao uso dos interditos (ou ações) possessórias: este é o 
principal efeito da posse. 
2. Direito à percepção dos frutos; 
3. Direito a indenização por benfeitorias, variando se de boa ou má-fé; 
 
 
 
 
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22 
 
4. Direito de retenção pela indenização de benfeitorias úteis e 
necessárias; 
5. "jus tollendi" (direito de retirar) em relação às benfeitorias voluptuárias; 
6. Direito de usucapir; 
7. Direito a indenização pelo esbulho ou turbação. 
 
Ainda há o efeito da responsabilidade pela deterioração e perda da coisa, 
cuja inclusão no rol de efeitos parte de Maria Helena Diniz. 
 
17. EXERCÍCIO DA POSSE 
 
O exercício individual da posse é aquele desempenhado pelo possuidor 
exclusivo da coisa, ou seja, há apenas um possuidor e a posse é exercida por este. 
Há, porém, situações em que dois ou mais possuidores se veem na condição 
de ‘compartir’ os direitos e deveres inerentes à posse, alcançando a denominada 
Composse. 
Composse: situação pela qual duas ou mais pessoas exercem, 
simultaneamente, poderes possessórios sobre a mesma coisa. 
Art. 1.199. Ex: adquirentes de coisa comum, marido e mulher em regime de 
comunhão de bens ou co-herdeiros antes da partilha. 
Qualquer dos possuidores pode valer-se dos interditos possessórios ou da 
legítima defesa; 
Diverge da concorrência de posses (posses de naturezas distintas, ex. posse 
direta e indireta sobre um mesmo bem); 
 
Composse pro-diviso: há uma divisão de fato para a utilização pacífica do 
direito de cada um. 
 
 
 
 
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23 
 
 Havendo situação consolidada, proteção da posse se dá em relação à cada 
parte de cada composse. 
Em áreas comuns, proteção da posse pertence á todos os co-possuidores. 
 
Composse pro-indiviso: todos exercem o direito de possuidor ao mesmo 
tempo sobre a totalidade da coisa, haja vista a falta de divisão fática. 
Cite-se como exemplo a posse desempenhada por vários herdeiros de um 
imóvel que, sem divisões, está sob arrendamento para um terceiro: todos tem 
direito de proteger e velar pela posse e propriedade. 
 
18. PERDA DA POSSE = CC – art. 1223 e 1224 
 
Trata-se da perda da posse da coisa pelo possuidor. Os arts. 1223 e 1224 
estabelecem as formas de tal perda: 
1. Abandono do bem 
2. Tradição (negócio jurídico) 
3. Perda da própria coisa 
4. Destruição da coisa 
5. Inalienabilidade 
6. Posse de outrem 
7. Constituto possessório 
8. Perda da posse de direitos: 
(i) Pelo seu desuso 
(ii) Pela impossibilidade de seu exercício 
9. Perda da posse para ausentes (após alcançando os períodos 
determinados pelo CC). Porém, quando cessada a ausência, a perda é repelida. 
 
EXAME 2015.1 
 
 
 
 
 
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24 
 
40ª Questão: 
 
Mediante o emprego de violência, Mélvio esbulhou a posse da Fazenda Vila Feliz. 
A vítima do esbulho, Cassandra, ajuizou ação de reintegração de posse em face 
de Mélvio após um ano e meio, o que impediu a concessão de medida liminar em 
seu favor. Passados dois anos desde a invasão, Mélvio teve que trocar o telhado 
da casa situada na fazenda, pois estava danificado. Passados cinco anos desde a 
referida obra, a ação de reintegração de posse transitou em julgado e, na ocasião, 
o telhado colocado por Mélvio já se encontrava severamente danificado. Diante 
de sua derrota, Mélvio argumentou que faria jus ao direito de retenção pelas 
benfeitorias erigidas, exigindo que Cassandra o reembolsasse. 
 
A respeito do pleito de Mélvio, assinale a afirmativa correta. 
a) Mélvio não faz jus ao direito de retenção por benfeitorias, pois sua posse é 
de má-fé e as benfeitorias, ainda que necessárias, não devem ser 
indenizadas, porque não mais existiam quando a ação de reintegração de 
posse transitou em julgado. 
b) Mélvio é possuidor de boa-fé, fazendo jus ao direito de retenção por 
benfeitorias e devendo ser indenizado por Cassandra com base no valor 
delas. 
c) Mélvio é possuidor de má-fé, não fazendo jus ao direito de retenção por 
benfeitorias, mas deve ser indenizado por Cassandra com base no valor 
delas. 
d) Mélvio é possuidor de má-fé, fazendo jus ao direito de retenção por 
benfeitorias e devendo ser indenizado pelo valor atual delas. 
 
R – A 
 
EXAME 2014.3 
 
37ª Questão: 
 
Com a ajuda de homens armados, Francisco invade determinada fazenda e 
expulsa dali os funcionários de Gabriel, dono da propriedade. Uma vez na posse 
do imóvel, Francisco decide dar continuidade às atividades agrícolas que vinham 
sendo ali desenvolvidas (plantio de soja e de feijão). Três anos após a invasão, 
Gabriel consegue, pela via judicial, ser reintegrado na posse da fazenda. 
 
Quanto aos frutos colhidos por Francisco durante o período em que permaneceu 
na posse da fazenda, assinale a afirmativa correta. 
 
 
 
 
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25 
 
a) Francisco deve restituir a Gabriel todos os frutos colhido percebidos, mas 
tem direito de ser ressarcido pelas despesas de produção e custeio. 
b) Francisco tem direito aos frutos percebidos durante o período em que 
permaneceu na fazenda. 
c) Francisco tem direito à metade dos frutos colhidos, devendo restituir a 
outra metade a Gabriel. 
d) Francisco deve restituir a Gabriel todos os frutos colhidos e percebidos, e 
não tem direito de ser ressarcido pelas despesas de produção e custeio. 
 
R – A 
 
19. PROPRIEDADE 
 
Considera-se propriedade o direito que pessoa, física ou jurídica, detém 
quanto ao uso, gozo e disposição de bem, corpóreo ou incorpóreo. 
Gera direito à proteção e reivindicação do bem, junto à quem o detenha. 
 
Questões históricas 
Roma: propriedade envolvia terras e escravos – direito de uso, gozo e 
destruição 
Lei das doze tábuas: uso da propriedade de acordo como direito 
Idade média: directum + utile 
Directum – senhores feudais; utile - vassalos 
Final da idade média: concentração da propriedade no monarca – cobrança 
de tributos (motivação revolução francesa) 
Rev. Francesa + Locke: propriedade como direito natural = caráter 
individualista 
Proudhon – propriedade originalmente pertence ao estado 
 
 
 
 
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26 
 
Marx – extinção da propriedade privada como fator de igualdade 
Contemporaneidade: manutenção da propriedade privada, mas com 
preservação de sua função social 
 
20. ELEMENTOS CONSTITUVOS DA PROPRIEDADE 
 
Jus utendi – direito de uso 
Jus fruendi – direito de gozo ou usufruto – direito à obtenção de frutos 
Jus disponendi ou abutendi – direito de dispor 
Reivindicatio – direito de reivindicar o bem – envolve tutela da propriedade 
(ação reivindicatória) 
 
Propriedade plena = Direito de usar, gozar, dispor e reaver. 
 
Propriedade limitada (nua propriedade) = limitada em uma ou algumas 
das suas formas elementares. 
 
21. CARACTERÍSTICAS DO INSTITUTO DA PROPRIEDADE 
 
Trata-se de um direito ilimitado, absoluto. 
 
É direito exclusivo – direito restrito ao proprietário; 
Tratando-se de condomínio, a propriedade sempre será da totalidade 
sobre a respectiva fração ideal. 
 
 
 
 
 
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27 
 
É Direito irrevogável ou perpétuo – mantêm-se inclusive pelo não uso; 
Nos casos de desapropriação, usucapião ou perecimento, a 
propriedade está sendo fustigada por um fato novo, externo, que decorre não 
do não uso, mas pela ação da administração pública, pela não preservação 
da posse e exercício da posse por outrem, ou mesmo por um fato 
extraordinário que gere o perecimento do bem. 
 
É elástica – adapta-se de acordo com ampliação ou redução de destacáveis. 
 
22. OBJETO DA PROPRIEDADE 
 
Poderão ser objeto da propriedade: 
a) bens corpóreos (materiais), móveis ou imóveis; e 
Ex: CC, art. 1.299 e 1.232 
CF, art. 176 
Ver: PCHs + jazidas de areia e argila/caulim1 
 
b) Bens incorpóreos (imateriais) 
Lei nº 9.610/98; CF, art. 5º, XXIX e XXVII 
 
1 Ementa: MINERACAO. ACAO CAUTELAR. ALVARA DO DNPM. AREA URBANA E IMOVEL DO MUNICIPIO. 
IMPOSSIBILIDADE DA PESQUISA E DA LAVRA. RECURSO PROVIDO. (Reexame Necessário Nº 594014250, Primeira 
Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Elias Elmyr Manssour, Julgado em 12/04/1994)Assunto: 1. MINERACAO. 
- ALVARA DE AUTORIZACAO DE PESQUISA MINERAL. AREA URBANA E IMOVEL DO MUNICIPIO. - INTERPRETACAO 
DO CODIGO DE MINAS ART-22 INC-V. - EFEITOS. - DISPOSICOES LEGAIS. - AUTORIZACAO DE PESQUISA MINERAL. 
- LIMITACOES. - IMPOSSIBILIDADE. 2. MEDIDA CAUTELAR INOMINADA. SUSTACAO DE ATIVIDADE DE 
TERRAPLANAGEM. AREA DESTINADA A CONSTRUCAO DE CASAS POPULARES. ************************************* 
DEPARTAMENTO NACIONAL DE EXTRACAO MINERAL DEPARTAMENTO NACIONAL DE PRODUCAO MINERAL - 
DNPM DIREITO CIVIL - OBRIGACOES. PROCESSO CIVIL.Fonte: JURISPRUDENCIA TJRS, C-CIVEIS, 1997, V-2, T-50, 
P-69-76.Data de Julgamento: 12/04/1994 
 
 
 
 
 
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Lei nº 9279 – LPI e Lei nº 9609/98 
 
Decisão sobre a Proteção da propriedade: 
Ementa: AGRAVO DE INSTRUMENTO. DIVÓRCIO. PEDIDO LIMINAR DE 
REINTEGRAÇÃO DE POSSE EM IMÓVEL DE RESIDÊNCIA DO CASAL. 
INDEFERIMENTO. O agravante pede a reintegração de posse, alegando estar 
provada sua propriedade exclusiva do imóvel em discussão. Contudo, na 
reintegração de posse, ao requerente não basta provar a propriedade/domínio. 
Sabido que para reintegração da posse, necessário prova bastante do exercício da 
posse e do esbulho. Tendo em conta que o próprio agravante informa que 
o imóvel em discussão era a casa em que "residia o casal", há fundada dúvida do 
esbulho possessório, que fundamente a reintegração em sede liminar. De resto, a 
própria alegação da propriedade exclusiva sobre o imóvel deve ser melhor 
elucidada no decorrer das ações evolvendo as partes. NEGARAM PROVIMENTO. 
UNÂNIME. (Agravo de Instrumento Nº 70042016030, Oitava Câmara Cível, 
Tribunal de Justiça do RS, Relator: Rui Portanova, Julgado em 18/08/2011) 
 
Decisão sobre a proteção da propriedade –requisitos: 
 
Ementa: APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO REIVINDICATÓRIA. REQUISITOS. 
AUSÊNCIA DE TÍTULO HÁBIL A COMPROVAR O DOMÍNIO DOS AUTORES 
SOBRE A COISA REIVINDICADA. Em se tratando de ação reivindicatória, três 
são os requisitos essenciais para o reconhecimento do pedido: a prova 
da propriedade do demandante, a posse injusta exercida pelo réu, e a perfeita 
individuação do imóvel. Cumpria aos autores exibir título de domínio, que por si só 
comprovasse o direito de propriedade sobre área certa e determinada, indicando 
as divisas e especificando em que elas consistem. Não acostado tal documento, 
inviável o pleito reivindicatório. Autores que instruíram a inicial apenas com 
escritura pública de cessão e transferência de direitos hereditários sobre fração 
ideal de imóvel. Área que não se encontra localizada e individualizada. Ausentes 
 
 
 
 
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as condições indispensáveis, incabível a reivindicação. NEGARAM PROVIMENTO 
AO RECURSO. UNÂNIME. (Apelação Cível Nº 70037370103, Décima Oitava 
Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Nelson José Gonzaga, Julgado 
em 28/07/2011) 
 
23. ESPÉCIES DE PROPRIEDADE 
 
Quanto a extensão do direito do titular 
Propriedade plena – presença de todos os elementos 
Propriedade restrita – quando ocorre o desmembramento de alguns de seus 
poderes (v.g., nua propriedade) 
 
Quanto à perpetuidade do domínio 
Propriedade perpétua – duração ilimitada 
Propriedade resolúvel – condição resolutiva 
a) Restrição prevista no próprio título 
b) Cláusula resolutiva (antigo pacto comissório) 
 
24. RESPONSABILIDADE CIVIL DO PROPRIETÁRIO 
 
Responsabilidade objetiva x subjetiva 
Resp. Objetiva: Nexo causal + dano + fato 
Resp. Subjetiva: Neso causal + dano + fato + culpa 
Aplicação das disposições contidas nos art. 937 e 186, ambos do CC: 
 
 
 
 
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CC: Art. 937. O dono de edifício ou construção responde pelos danos 
que resultarem de sua ruína, se esta provier de falta de reparos, cuja 
necessidade fosse manifesta. 
Também há responsabilidade pelos objetos que do prédio caírem ou 
jogados. 
CC: Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência 
ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que 
exclusivamente moral, comete ato ilícito. 
 
25. PROTEÇÃO DA PROPRIEDADE 
 
Ação Reivindicatória – retomada do bem 
Ação reivindicatória x possessória 
Ação imprescritível (salvo usucapião) 
Ação negatória – defesa domínio frente a alegada servidão. 
Ação confessória – restrição à propriedade vizinha com acréscimo à sua 
Ação declaratória 
Ação reparação danos: por ato lícito e ilícito 
Ação Retificação imobiliária 
 
26. AQUISIÇÃO DA PROPRIEDADE IMOBILIÁRIA 
 
A. Aquisição originária 
Propriedade ‘original’: usucapião e acessão 
 
 
 
 
 
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B. Aquisição derivada 
Aquisição por transmissão: Causa mortis (sucessão) ou inter vivos 
(transmissão) 
 
C. Aquisição da propriedade imobiliária pelo registro 
Transmissão da propriedade se dá registro do título translativoEfeitos a partir do registro – CC art. 1246 
Art. 1.246. O registro é eficaz desde o momento em que se apresentar o 
título ao oficial do registro, e este o prenotar no protocolo. 
Falência do alienante – art. 215 lei 6015 
Art. 215 - São nulos os registros efetuados após sentença de abertura de 
falência, ou do termo legal nele fixado, salvo se a apresentação tiver sido feita 
anteriormente. 
Anulação do registro: Art. 1.247. Se o teor do registro não exprimir a verdade, 
poderá o interessado reclamar que se retifique ou anule. 
Parágrafo único. Cancelado o registro, poderá o proprietário reivindicar o 
imóvel, independentemente da boa-fé ou do título do terceiro adquirente. 
 
Princípios da aquisição da propriedade pelo registro 
I. Da unitariedade matricial 
II. Da instância ou solicitação 
III. Da publicidade 
IV. Da fé pública 
V. Da legalidade 
VI. Da prioridade 
VII. Da especialidade (individualização) 
VIII. Da continuidade 
IX. Da disponibilidade 
 
 
 
 
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X. De retificação 
 
Efeitos da aquisição pelo registro: 
 Constitutivo 
 De publicidade 
 De legalidade do direito do proprietário 
 De força probante 
CC Art. 1245 § 2o Enquanto não se promover, por meio de ação própria, a 
decretação de invalidade do registro, e o respectivo cancelamento, o adquirente 
continua a ser havido como dono do imóvel. 
 De continuidade 
 De obrigatoriedade 
 De retificação ou anulação para eventual alteração 
Art. 216 - O registro poderá também ser retificado ou anulado por sentença 
em processo contencioso, ou por efeito do julgado em ação de anulação ou de 
declaração de nulidade de ato jurídico, ou de julgado sobre fraude à execução 
 
D. Aquisição imobiliária por acessão natural 
Modo de aquisição originária. Envolve as coisas que se unem ou se 
incorporam ao bem, de forma natural. 
Requisitos: 
a) Conjunção entre duas coisas até então separadas 
b) Caráter assessório de uma dessas coisas, em relação à outra 
c) Aquisição imobiliária pela acessão natural 
d) União ou incorporação em razão de acontecimento natural 
 
Verificamos a aquisição por acessão nas seguintes hipóteses: 
a) formação de ilhas 
 
 
 
 
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b) aluvião (acessão à margem de rio) 
c) avulsão (deslocamento de terra) 
d) abandono de álveo (leito do rio) 
Art. 1.252. O álveo abandonado de corrente pertence aos proprietários 
ribeirinhos das duas margens, sem que tenham indenização os donos dos terrenos 
por onde as águas abrirem novo curso, entendendo-se que os prédios marginais 
se estendem até o meio do álveo. 
 
E. Aquisição imobiliária por acessão artificial 
Verifica-se tal aquisição pela incorporação de móvel ao imóvel, envolvendo 
uma ação ou trabalho humano. Tem, assim, caráter oneroso. 
Presume-se pertencente ao proprietário: 
Art. 1.256. Se de ambas as partes houve má-fé, adquirirá o proprietário as 
sementes, plantas e construções, devendo ressarcir o valor das acessões. 
Parágrafo único. Presume-se má-fé no proprietário, quando o trabalho de 
construção, ou lavoura, se fez em sua presença e sem impugnação sua. 
 
F. Aquisição imobiliária pela usucapião 
Aquisição pela posse prolongada e animus domini. Trata-se de um modo de 
aquisição originária haja vista que ‘inaugura’ a formalidade da propriedade, sem 
que tenha ocorrido qualquer espécie de transmissão/sucessão. 
São situações consolidadas de posse que geram a prescrição ad 
usucapionem, estabelecendo, pelo preenchimento dos requisitos e reconhecimento 
da aquisição, segurança jurídica. 
Requisitos: 
a) Pessoais – animus domini 
b) Reais – bem usucapível (exclusão dos não sujeitos a usucapião) 
 
 
 
 
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c) Formais – elementos do instituto (posse mansa, pacífica e contínua; 
lapso de tempo; justo título e boa fé; e sentença judicial ou ato de cunho judicial) 
 
Aquisição imobiliária pela usucapião - espécies 
f.1 Usucapião extraordinária – CC art. 1238 
Necessita de posse mansa, pacífica e contínua exercida com animus domini. 
Decurso de prazo: 15 anos e 10 anos 
Parágrafo único. O prazo estabelecido neste artigo reduzir-se-á a dez 
anos se o possuidor houver estabelecido no imóvel a sua moradia habitual, 
ou nele realizado obras ou serviços de caráter produtivo. 
Dispensa prova de justo título e boa-fé 
Requer sentença declaratória de aquisição do domínio ou ato jurisdicional 
equivalente (ver projeto more legal da CGJ) 
Registro cartorário imobiliário da sentença 
 
f.2 Usucapião ordinária – CC art. 1242 
 
Necessita de posse mansa, pacífica e contínua exercida com animus domini. 
Decurso de prazo: 10 anos e 5 anos. 
Art. 1.242. Adquire também a propriedade do imóvel aquele que, 
contínua e incontestadamente, com justo título e boa-fé, o possuir por dez 
anos. 
Parágrafo único. Será de cinco anos o prazo previsto neste artigo se 
o imóvel houver sido adquirido, onerosamente, com base no registro 
constante do respectivo cartório, cancelada posteriormente, desde que os 
possuidores nele tiverem estabelecido a sua moradia, ou realizado 
investimentos de interesse social e econômico. 
 
 
 
 
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35 
 
Requer justo título e boa-fé; 
Requer sentença declaratória de aquisição do domínio ou ato jurisdicional 
equivalente); 
Requer registro cartorário imobiliário da sentença; 
 
f.3 Usucapião especial urbana 
Posse mansa, pacífica e contínua exercida com animus domini. 
Requer também a configuração do estabelecimento de moradia no objeto da 
usucapião. 
Decurso de prazo: 5 anos e 2 anos; 
Imóvel urbano até 250m²; 
Requer sentença declaratória de aquisição do domínio (ou ato jurisdicional 
equivalente) e Registro cartorário imobiliário da sentença; 
Permitido uma única vez e desde que o postulante não tenha outros bens; 
Concedido à qualquer ou ambos os cônjuges; 
Usucapião pro habitacio - 2 anos: posse em relação ao cônjuge que 
abandonou lar 
 
f.4 Usucapião pro labore ou especial rural ou constitucional 
Posse mansa, pacífica e contínua, exercida com animus domini e uso 
produtivo/moradia, e com área máxima de 50 hás. 
CF Art. 191. Aquele que, não sendo proprietário de imóvel rural ou urbano, 
possua como seu, por cinco anos ininterruptos, sem oposição, área de terra, em 
zona rural, não superior a cinqüenta hectares, tornando-a produtiva por seu 
trabalho ou de sua família, tendo nela sua moradia, adquirir-lhe-á a propriedade. 
 
 
 
 
 
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27. PERDA DA PROPRIEDADE IMÓVEL POR MODO VOLUNTÁRIO 
 
Perda por modos voluntários 
1. Alienação: Transmissão do direito à outrem. Trata-se de um ato bilateral. 
CC 1275: Parágrafo único. Nos casos dos incisos I e II, os efeitos da perda 
da propriedade imóvel serão subordinados ao registro do título transmissivo ou do 
ato renunciativo no Registro de Imóveis. 
2. Renúncia – ato unilateral e voluntário abrindo mão da coisa 
Ver: renúncia de herança 
3. Abandono – ato unilateral e voluntário abandonando a coisa 
4. Perecimento do imóvel 
5. Perda, deterioração 
6. Desapropriação - Necessidade de interesse social 
7. Requisição administrativa 
Entendimento: perda provisória da posse gera perda da propriedade? 
Há divergência. Subsiste responsabilidade por danos causados 
8. Desapropriação judicial 
Art. 1.228. O proprietário tem a faculdade deusar, gozar e dispor da coisa, 
e o direito de reavê-la do poder de quem quer que injustamente a possua ou 
detenha. 
§ 4o O proprietário também pode ser privado da coisa se o imóvel 
reivindicado consistir em extensa área, na posse ininterrupta e de boa-fé, por mais 
de cinco anos, de considerável número de pessoas, e estas nela houverem 
realizado, em conjunto ou separadamente, obras e serviços considerados pelo juiz 
de interesse social e econômico relevante. 
 
 
 
 
 
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2014.1 42ª Questão: 
 
Jeremias e Antônio moram cada um em uma margem do rio Tatuapé. Com o 
passar do tempo, as chuvas, as estiagens e a erosão do rio alteraram a área da 
propriedade de cada um. Dessa forma, Jeremias começou a se questionar sobre 
o tamanho atual de sua propriedade (se houve aquisição/diminuição), o que 
deixou Antônio enfurecido, pois nada havia feito para prejudicar Jeremias. Ao 
mesmo tempo, Antônio também começou a notar diferenças em seu terreno na 
margem do rio. Ambos questionam se não deveriam receber alguma indenização 
do outro. 
 
Sobre a situação apresentada, assinale a afirmativa correta. 
a) Trata-se de aquisição por aluvião, uma vez que corresponde a acréscimos 
trazidos pelo rio de forma sucessiva e imperceptível, não gerando 
indenização a ninguém. 
b) Se for formada uma ilha no meio do rio Tatuapé, pertencerá ao 
proprietário do terreno de onde aquela porção de terra se deslocou. 
c) Trata-se de aquisição por avulsão e cada proprietário adquirirá a terra 
trazida pelo rio mediante indenização do outro ou, se ninguém tiver 
reclamado, após o período de um ano. 
d) Se o rio Tatuapé secar, adquirirá a propriedade da terra aquele que 
primeiro a tornar produtiva de alguma maneira, seja como moradia ou 
como área de trabalho. 
 
R – A 
 
28. AQUISIÇÃO DA PROPRIEDADE MÓVEL 
 
1. Usucapião ordinária: CC art. 1260 
Posse mansa, pacífica e contínua exercida com animus domini 
Art. 1260: Aquele que possuir coisa móvel como sua, contínua e 
incontestadamente durante três anos, com justo título e boa-fé, adquirir-lhe-á a 
propriedade. 
Requer: 
 
 
 
 
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a) Justo título e boa-fé 
b) Decurso de prazo: 3 anos 
c) Sentença declaratória de aquisição do domínio e Registro cartorário 
imobiliário da sentença 
 
2. Usucapião extraordinária – CC art.1261 
Cabível quando há posse mansa, pacífica e contínua exercida com animus 
domini 
Art. 1261: Se a posse da coisa móvel se prolongar por cinco anos, produzirá 
usucapião, independentemente de título ou boa-fé. 
 
Não requer Justo título e boa-fé 
Requer: 
a) Decurso de prazo: 5 anos 
b) sentença declaratória de aquisição do domínio e Registro cartorário 
imobiliário da sentença 
 
3. Ocupação: 
Apropriação por conta de inexistência de dono ou abandono 
Art. 1.263. Quem se assenhorear de coisa sem dono para logo lhe adquire 
a propriedade, não sendo essa ocupação defesa por lei. 
Ocorre mediante: 
a) Res nullius – aquisição original 
b) Res derelictae – coisa abandonada por outrem (v.g. animal bravio 
 
4. Achado de tesouro 
 
 
 
 
 
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5. Tradição 
 
6. Especificação (transformação – industrialização) 
 
7. Confusão (mistura coisas líquidas - inseparáveis) 
 
8. Comistão (mistura de coisas sólidas ou secas - inseparáveis) 
 
9. Adjunção – justaposição de coisas que se tornam imbricadas 
 
 
29. PERDA DA PROPRIEDADE MÓVEL 
Modos voluntários 
 Alienação 
 Renúncia 
 Abandono 
 
Modos involuntários 
 Perda 
 Perecimento 
 Requisição 
 Desapropriação 
 
30. CONDOMÍNIO 
 
 
 
 
 
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Segundo Caio Mário da Silva Pereira, condomínio ocorre quando a mesma 
coisa pertence a mais de uma pessoa, cabendo a cada uma delas igual direito 
idealmente sobre o todo e cada uma de suas partes. 
Ou seja, trata-se de propriedade conjunta sobre o mesmo bem, seja ele 
móvel ou imóvel, de tal modo que cada consorte é proprietário da coisa toda, 
delimitado pelos iguais direitos dos demais condôminos, na medida de suas cotas 
O condomínio pode ser estabelecido por modo voluntário, lei ou decisão 
judicial, vinculando os condôminos à co-propriedade e co-responsabilidade pelo 
bem objeto de propriedade fracionada. 
A figura jurídica do condomínio sofre algumas classificações, quanto a 
origem, necessidade, forma. Sua classificação representa, portanto, formas 
distintas de sua gênese, bem como aplicação e manutenção. 
 
Quanto a origem: 
I – Convencional: resultante de acordo entre as partes. Exemplo: compra 
conjunta de imóvel 
II – Incidente ou eventual: Quando ocorrer em razão de causa alheia à 
vontade dos condôminos. Exemplo: herança deixada a vários herdeiros 
III – Forçado ou legal: quando ocorrer em razão de determinação legal. 
Exemplo: compáscuo (comunhão de pastos – vários donos de terrenos contíguos 
que ajustam que seus animais irão ‘compartilhar’ os pastos) 
 
Quanto ao objeto: 
I – Universal: Se compreender a totalidade do bem, inclusive frutos e 
rendimentos. 
II – Particular: Se restringir-se a determinadas coisas ou efeitos, ficando 
livres os demais. 
 
 
 
 
 
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Quanto a sua necessidade: 
I - Ordinário ou transitório: Se puder cessar a qualquer momento. 
II – Permanente: Quando não pode extinguir-se em razão de lei ou de sua 
natureza indivisível (condomínio forçado) 
 
Quanto a forma: 
I – Pro diviso: A comunhão existe juridicamente mas não de fato (condomínio 
em edifícios de apartamentos) 
II – Pro indiviso: a comunhão perdura de fato e de direito 
 
31. DIREITOS E DEVERES DOS CONDÔMINOS 
 
Segundo nos indica a autora Maria Helena Diniz, os condomínios possuem, 
na sua inter relação, direitos e deveres recíprocos, de modo a preservar hígida e 
regular da relação. 
Necessário destacar que o condomínio naturalmente é uma fonte de 
impasses, de modo que o direito de ocupa dos detalhes de tal relação, visando a 
prevenção e encaminhamento de resolução de tais conflitos. 
Nesse passo, cada condômino pode: 
I – art. 1314 CC: usar livremente a coisa conforme seu destino e sobre ela 
exercer todos os direitos compatíveis com a indivisão – art. 1315 e 1319 do CC. 
II – cada condômino pode alienar a respectiva parte indivisa, com respeito à 
preferência – art. 504, § único, e 1322 e § único CC 
III – Direito de gravar a parte indivisa, com relação à sua fração 
IV – responsabilidade pela dívida contraída – art. 1318 e 1317 CC 
V – Direito de reivindicar a coisa comum de terceiros (1318 CC) e defender 
a posse (1199) 
 
 
 
 
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VI – Impossibilidade de conceder posse, uso ou gozo da coisa para 
estranhos sem anuência dos demais – art. 1314, § único 
VII - Direito de retomada do imóvel - 1323 
 
Quanto a administração do condomínio, todos os consortes poderão usar da 
coisa, dentro dos limites de sua destinação econômica, auferindo vantagens sem 
prejuízo de qualquer deles. 
Se impossível o uso comum, necessário deliberação entre condôminos 
sobre venda, aluguel e administração – art. 1323 ao 1326 CC 
 
XX EXAME OAB – 2016.2 
QUESTÃO 39. Vítor, Paulo e Márcia são coproprietários, em regime 
de condomínio pro indiviso, de uma casa, sendo cada um deles titular departe ideal representativa de um terço (1/3) da coisa comum. Todos usam 
esporadicamente a casa nos finais de semana. Certo dia, ao visitar a casa, 
Márcia descobre um vazamento no encanamento de água. Sem perder 
tempo, contrata, em nome próprio, uma sociedade empreiteira para a 
realização da substituição do cano danificado. Pelo serviço, ficou ajustado 
contratualmente o pagamento de R$ 900,00 (novecentos reais). Tendo em 
vista os fatos expostos, assinale a afirmativa correta. 
A) A empreiteira pode cobrar a remuneração ajustada 
contratualmente de qualquer um dos condôminos. 
B) A empreiteira pode cobrar a remuneração ajustada 
contratualmente apenas de Márcia, que, por sua vez, tem direito de regresso 
contra os demais condôminos. 
C) A empreiteira não pode cobrar a remuneração contratualmente 
ajustada de Márcia ou de qualquer outro condômino, uma vez que o serviço 
foi contratado sem a prévia aprovação da totalidade dos condôminos. 
 
 
 
 
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D) A empreiteira pode cobrar a remuneração ajustada 
contratualmente apenas de Márcia, que deverá suportar sozinha a despesa, 
sem direito de regresso contra os demais condôminos, uma vez que 
contratou a empreiteira sem o prévio consentimento dos demais 
condôminos. 
 
RESPOSTA: B 
 
32. EXTINÇÃO DO CONDOMÍNIO 
 
O condomínio poderá ser extinto pela divisão da coisa, ou então pela sua 
venda. 
I – Divisão: Tratando-se de condomínio ordinário, as partes podem exigir, a 
qualquer tempo, a sua divisão – art. 1320 e 1321. 
Divisão amigável: efetivada por escritura pública, quando todos os 
condôminos forem maiores e capazes 
Divisão judicial: quando não houver acordo ou houver incapaz 
II – Venda: 
Amigável: necessita de unanimidade de intenção de venda entre os 
condôminos – art. 1322, 1ª parte. 
Judicial: quando não há consenso e há interesse na venda – art. 1322, 
fine, 1113 e 1118 do CC 
 
33. CONDOMÍNIOS ESPECIAIS 
São quatro, iniciando-se pelo CONDOMÍNIO NECESSÁRIO: 
Condomínio em paredes: envolve a divisão de cercas, muros e valas. Art. 
1327, 1297, § 1º, 1328, 1329 e 1330 CC. 
 
 
 
 
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34. CONDOMÍNIO EDILÍCIO 
Segunda espécie de condomínio especial. 
Origem: tem sua origem a partir da segunda guerra mundial, em razão da 
crise de habitação pelo desenvolvimento das cidades – melhorar aproveitamento 
do solo. Art. 1331 ao 1358 
Natureza Jurídica: tem por característica a justaposição de propriedades 
distintas e exclusivas ao lado de condomínio de partes que necessariamente são 
comuns – art. 1331, § 1º ao 5º 
 
Forma de instituição – art. 1332, I a III: 
A) Por destinação do proprietário do edifício (não necessariamente 
construtor), mediante escritura pública, realizada antes ou depois da obra 
B) Por incorporação imobiliária, através da venda de futuras unidades, e cujo 
valor será usado para construir o prédio 
C) Por testamento, em que o prédio é recebido, na herança, para ter essa 
formatação 
D) Por constituição do regime por vários herdeiros 
E) Por arrematação em hasta pública, doação, dote, compra de frações do 
edifício 
F) Por sentença judicial, em ação de divisão. 
Constituição: art. 1333 e 1334 
 
Direitos dos condôminos: definidos no ato de constituição do condomínio, ou 
seja, na “Convenção de Condomínio” – art. 1335 
 
 
 
 
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A convenção de condomínio vincula tanto os proprietários como os 
que utilizam o edifício, pois é averbada junto a matrícula do imóvel e celebra 
verdadeiro ‘contrato’ de convivência. 
 
Deveres dos condôminos – art. 1336 e ss.: 
Observar as regras de boa vizinhança; 
Não alterar o prédio externamente a não ser com a licença dos consortes; 
Não decorar as partes e esquadrias externas com tons diversos da fachada; 
Não destinar a unidade à uso diverso da finalidade do prédio; 
Não praticar ato que ameace a segurança do prédio ou prejudique a higiene 
Não embaraçar o uso das partes comuns 
Não alienar a garagem a pessoa estranha ao condomínio, salvo autorização 
expressa na convenção 
Submeterem-se às sanções se transgredirem seus deveres 
Concorrer com sua quota para as despesas de condomínio, sob pena de 
sujeitar-se às sanções previstas na convenção condominial e legislação civil. 
 
Administração: realizada essencialmente pelo síndico 
Síndico: pessoa que defende os direitos e interesses comuns dos 
condôminos, que os representa, que admite e demite empregados, arrecada 
contribuições e aplica deliberações da Assembléia 
Administrador: pessoa a quem o síndico delega certas funções 
administrativas 
Subsíndico: auxiliar do síndico 
Conselho Fiscal: composto de três membros que dão pareceres sobre as 
contas do síndico 
 
 
 
 
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Órgão deliberativo: Assembléia geral, constituída por todos os condôminos 
Extinção: formas de extinção do condomínio edilício 
a) Desapropriação do edifício – art. 1358 
b) Confusão: se todas as partes autônomas forem adquiridas por uma 
só pessoa 
c) Destruição do imóvel por qualquer acontecimento (natural ou caso 
fortuito ou culpa) – art. 1357 
d) Demolição voluntária do prédio – art. 1357 
e) Alienação e reconstrução de todo o prédio – art. 1357, § 1º e 2º 
 
35. CONDOMÍNIOS POR MULTIPROPRIEDADE IMOBILIÁRIA E FECHADO 
 
Condomínio por multipropriedade: Propriedade de tempo compartilhado 
de locais de lazer – pool de locações 
 
Condomínio fechado: condomínio onde a propriedade possui unidades 
independentes e frações ideais. 
Condomínio horizontal com propriedade privada e partes comuns – regras 
delimitadas também pela convenção 
Regrado pela lei 4591/64 – art. 8º 
 
EXAME 2014.1 41ª Questão: 
 
Ary celebrou contrato de compra e venda de imóvel com Laurindo e, mesmo sem 
a devida declaração negativa de débitos condominiais, conseguiu registrar o bem 
em seu nome. Ocorre que, no mês seguinte à sua mudança, Ary foi surpreendido 
com a cobrança de três meses de cotas condominiais em atraso. Inconformado 
com a situação, Ary tentou, sem sucesso, entrar em contato com o vendedor, 
para que este arcasse com os mencionados valores. 
 
 
 
 
 
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De acordo com as regras concernentes ao direito obrigacional, assinale a opção 
correta. 
a) Perante o condomínio, Laurindo deverá arcar com o pagamento das cotas 
em atraso, pois cabe ao vendedor solver todos os débitos que gravem o 
imóvel até o momento da tradição, entregando-o livre e desembargado. 
b) Perante o condomínio, Ary deverá arcar com o pagamento das cotas em 
atraso, pois se trata de obrigação subsidiária, já que o vendedor não foi 
encontrado, cabendo ação in rem verso, quando este for localizado. 
c) Perante o condomínio, Laurindo deverá arcar com o pagamento das cotas 
em atraso, pois se trata de obrigação com eficácia real, uma vez que Ary 
ainda não possui direito real sobre a coisa. 
d) Perante o condomínio, Ary deverá arcar com o pagamento das cotas em 
atraso, pois se trata de obrigação propter rem, entendida como aquela que 
está a cargo daquele que possui o direito real sobre a coisa e, 
comprovadamente, imitido na posse do imóvel adquirido. 
 
R – D 
 
36. SERVIDÕES PREDIAIS 
 
São direitos de gozo sobre imóveis que, em virtude de lei ou vontade das 
partes, se impõem sobre o prédio serviente em benefício do dominante. 
Tem porfinalidade proporcionar uma valorização do prédio dominante, 
tornando-o mais útil, agradável ou cômodo, implicando, por outro lado, uma 
desvalorização econômica do prédio serviente, levando-se em consideração que 
as servidões prediais são perpétuas, acompanhando sempre os imóveis quando 
transferidos. 
Princípios Fundamentais 
- É uma relação entre prédios vizinhos 
- Não há servidão sobre a própria coisa 
- A servidão serve à coisa e não ao dono 
 
 
 
 
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- Não se pode de uma servidão constituir outra 
- Servidão não se presume 
- Servidão é inalienável 
Natureza jurídica: É um direito real de gozo ou fruição sobre imóvel alheio 
de caráter acessório, perpétuo, indivisível e inalienável. 
 
Modos de constituição 
- Ato jurídico inter vivos ou causa mortis (CC, art. 1.378; Dec.-lei n. 1000/69, 
art. 167, X). 
- Sentença judicial (CPC, arts. 596, II, e 597, § 4º, III). 
- Usucapião (CC, art. 1379, parágrafo único; CPC, art. 259). 
- Destinação do proprietário. 
 
Classificação 
- Quanto à natureza: rústicas e urbanas. 
- Quanto ao modo de exercício: 
- Contínuas e Descontínuas 
- Positivas e Negativas 
- Ativas e Passivas 
- Quanto à exteriorização: aparentes e não-aparentes. 
- Quanto à origem: 
- Legais 
- Naturais 
- Convencionais 
 
 
 
 
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Direitos e deveres do proprietário do prédio dominante 
Direito - Usar e gozar da servidão 
- Realizar obras necessárias à sua conservação e uso (CC, art. 1380; Cód. 
de Águas, art. 128). 
- Exigir ampliação da servidão para facilitar a exploração do prédio 
dominante (CC, art. 1385, § 3º). 
Renunciar a servidão (CC, art. 1388, I) e removê-la (CC, art. 1384, in fine). 
 
Deveres - Pagar todas as obras feitas para uso e conservação da servidão 
(CC, art. 1381). 
- Exercer a servidão civiliter modo (CC, art. 1385). 
- Indenizar o dono do prédio servientes pelo excesso do uso da servidão em 
caso de necessidade (CC, art. 1385, § 3º ). 
- Exonerar-se de pagar as despesas com o uso e conservação da servidão, 
desde que abandone total ou parcial a propriedade em favor do dono do prédio 
dominante (CC, art. 1382, parágrafo único). 
- Remover a servidão de um local para o outro. 
- Impedir que o proprietário do dominante efetive qualquer mudança na forma 
de utilização da servidão, pois este de manter sua destinação (CC, art. 1385, § 3º). 
- Cancelar a servidão nos casos dos arts. 1388 e 1389 do Código Civil. 
Obrigações: 
- Permitir que o dono do prédio dominante realize obras necessárias à 
conservação e utilização da servidão (CC, art. 1380). 
- Respeitar o uso normal e legítimo da servidão (CC, art. 1383). 
 
 
 
 
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- Pagar despesas com a remoção da servidão e não prejudicar ou diminuir 
as vantagens do prédio dominante, que decorrerem dessa mudança (CC, art. 1384) 
– desde que realizada em razão do prédio serviente. 
 
Proteção Jurídica 
 
A proteção do direito real de servidão se dá através dos instrumentos 
disponíveis para proteção de outros direitos reais, como ação de manutenção e 
reintegração. 
Importante destacar que tal direito segue a mesma lógica de instituição e 
proteção de outros direitos reais. 
Quanto às ações, enumeram-se: 
- Ação confessória 
- Ação negatória 
- Ação de manutenção de posse ou de reintegração de posse e 
interdito proibitório. 
- Nunciação de obra nova (CPC, art. 259). 
- Ação usucapião. 
 
Extinção 
A extinção da servidão é o meio pelo qual a mesma deixa de ser fruída ou 
usufruída pelo prédio dominante, podendo ocorrer por meio voluntário ou 
involuntário, senão vejamos: 
- Renúncia do titular (CC, art. 1388, I). 
- Cessação de sua utilidade (CC, art. 1388, II). 
- Resgate (CC, art. 1388, III). 
 
 
 
 
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- Confusão (CC, art. 1389, I). 
- Supressão das respectivas obras (CC, art. 1389, II). 
- Desuso (CC, art. 1389, III). 
- Perecimento do objeto. 
- Decurso do prazo ou implemento da condição. 
- Desapropriação 
- Convenção 
- Preclusão do direito da servidão 
- Resolução do domínio do prédio serviente. 
 
37. USUFRUTO 
 
Trata-se de um direito real sobre coisa alheia, em que o nu proprietário 
(assim chamado por conta do próprio usufruto) deixa de ter a possibilidade de uso 
e fruição do bem em favor do usufrutuário. 
O usufruto condiciona o exercício da propriedade, na medida em que a posse 
direta concentra-se na figura do usufrutuário, pelo período do usufruto (determinado 
ou indeterminado), permanecendo a posse indireta, contudo, com o nu proprietário. 
Durante o usufruto o nu proprietário detém os direitos de dispor e de proteção 
da propriedade, respeitado, porém, o usufruto. 
 
Objeto: 
- Móveis infungíveis e inconsumíveis (CC, art. 1392, § 1º). 
- Imóveis (CC, arts. 1391 e 1392). 
- Patrimônio (CC, art. 1405). 
 
 
 
 
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- Direitos, desde que transmissíveis. 
 
Caracteres jurídicos: 
- Direito real sobre a coisa alheia. 
- É temporário. 
- É intransmissível e inalienável. 
- É impenhorável. 
 
Espécies: 
- Quanto à origem: legal e convencional. 
- Quanto ao objeto: próprio e impróprio. 
- Quanto a extensão: - universal ou particular e pleno ou restrito 
- Quanto à duração: temporário, vitalício e simultâneo. 
 
Modos constitutivos: 
- Por lei 
- Por ato jurídico inter vivos ou causa mortis. 
- Por sub-rogação real. 
- Por usucapião. 
- Por sentença (CPC, arts. 867 a 869). 
 
Usufruto e enfiteuse: Na enfiteuse, o foreiro pode dispor do domínio útil; no 
usufruto, o usufrutuário não poderá transmitir seu direito, ele é alienável, podendo 
tão somente, ceder seu exercício; a enfiteuse é perpétua, o usufruto, temporário; e 
 
 
 
 
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enfiteuse recai sobre terrenos para agricultura e edificação, o usufruto incide sobre 
bens móveis, imóveis e direitos; a enfiteuse é onerosa, o usufruto é gratuito. 
 
Usufruto e fideicomisso: No usufruto, o domínio é do nu-proprietário, o 
usufrutuário só pode usar e gozar do bem; no fideicomisso o bem é transmitido pelo 
fideicomitente ao fiduciário, que o recebe na qualidade de dono, com o encargo de 
transmiti-lo a outrem por sua morte ou após certo tempo. No usufruto, o usufrutuário 
e o nu-proprietário são titulares de direito simultâneos; no fideicomisso, o fiduciário 
e o fideicomissário são titulares sucessivos dos direitos. No usufruto, o usufrutuário 
não pode vender a nua-propriedade, porque esta não lhe pertence; no fideicomisso 
o fiduciário poderá alienar os bens fideicomitidos. O usufruto extingue-se com a 
morte do usufrutuário, no fideicomisso, com o falecimento do fiduciário, dá-se a sua 
transmissão a seus herdeiros para que estes o entreguem na forma instituída pelo 
fideicomissário. O usufruto permanece havendo morte do nu-proprietário, pois a 
nua-proprietária transmite-se a seus herdeiros; no fideicomisso com o óbito do 
fideicomissário consolida-se nas mãos do fiduciário o domínio resolúvel, que 
passará a ser perpétuo. O usufruto é direito real sobre coisa alheia; o fideicomisso 
é forma de substituição restrita ao direito das sucessões. 
 
Usufruto e locação: O usufruto é direito real oponível erga omnes e a 
locação, pessoal; o usufrutorecai sobre coisas corpóreas ou incorpóreas e a 
locação, sobre bens corpóreos; o usufruto nasce da lei, ato jurídico inter vivos ou 
causa mortis, usucapião etc.; a locação, somente do contrato; o usufruto é gratuito 
e a locação, onerosa. 
 
Usufruto – direitos e obrigações do usufrutuário 
Direitos: 
- À posse, uso, administração e percepção dos frutos naturais pendentes no 
início do usufruto (CC, art. 1394). 
 
 
 
 
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- De cobrar as dívidas e empregar as importâncias recebidas (CC, art. 1395 
e parágrafo único). 
- De gozar de renda oriunda de títulos de crédito, aplicando-os após a 
cobrança do débito em apólices de dívida pública (CC, art. 1395 e parágrafo único, 
2ª parte). 
- De ter parte em tesouro achado por outrem e de receber meação em 
tesouro e em paredes, cerca, muro, vala (CC, art. 1392, § 3º) sendo usufruto de 
universalidade ou quota-parte de bens. 
- Não ser obrigado a pagar deteriorações da coisa decorrentes do exercício 
regular do usufruto (CC, art. 1402) 
Obrigações: 
- Inventariar as suas expensas os bens móveis que receber, determinando 
o estado em que se acham e estimando o seu valor. 
- Dar caução real e fidejussória, se lhe exigir o dono, de velar-lhes pela 
conservação e entrega-los findo o usufruto (CC, arts. 1400, 2ª parte, 1402 e 1401). 
- Gozar da coisa frutuária com moderação. 
- Conservar a destinação que lhe deu o proprietário. 
- Fazer despesas ordinárias e comuns de conservação dos bens no estado 
em que os recebeu. 
- Defender a coisa usufruída, repelindo todas as usurpações de terceiros, 
impedindo que se constituam situações jurídicas contrárias ao nu-proprietário. 
- Evitar perecimento de servidões ativas e impedir que se criem servidões 
passivas. 
- Abster-se de tudo que possa danificar o bem frutuário. 
- Pagar certas contribuições (CC, arts. 1403, II, 1407, 1408 E 1409) e os 
juros dos débitos que onerem o patrimônio, ou parte dele, de que é objeto de 
usufruto (CC, art. 1405). 
 
 
 
 
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- Restituir o bem usufruído, findo o usufruto no estado em que o recebeu, 
como o inventariou ou como se obrigou a conservá-lo. 
 
Direitos e deveres do nu proprietário 
Direitos: 
- Exigir que o usufrutuário conserve a coisa. 
- Exigir que o usufrutuário preste caução fidejussória ou real (CC, art. 1400). 
- Administrar o usufruto, se o usufrutuário não quiser ou não puder dar 
caução (CC, art. 1401). 
- Receber remuneração por essa administração (CC, art. 1401). 
- Receber metade do tesouro achado no bem frutuário por terceiros salvo se 
ocorrer a hipótese do CC, art. 1392, § 3º, caso em que tal direito caberá ao 
usufrutuário. 
- Perceber os frutos naturais pendentes ao tempo em que cesse o usufruto 
(CC, art. 1396, parágrafo único). 
- Aos frutos civis vencidos na data inicial do usufruto ( CC, art. 1398). 
- Autorizar a mudança da destinação da coisa usufruída (CC, art. 1399). 
- Prefixar a extensão do gozo e do modo da exploração de minas e florestas 
dadas em usufruto (CC, art. 1392, § 1º). 
- Exigir o equivalente em gênero, qualidade e quantidade quando se tem 
usufruto impróprio (CC, 1392, § 1º). 
- Receber juros do capital despendido com as reparações necessárias à 
conservação da coisa frutuária ou que lhe aumentarem o rendimento (CC, art. 
1404). 
- Ir contra o segurador, quando segurada a coisa é objeto do usufruto (CC, 
art. 1407, § 1º). 
 
 
 
 
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- Não restabelecer o usufruto se, por sua conta, reconstruir o prédio 
destruído sem culpa sua (CC, art. 1408). 
- Reclamar a extinção do usufruto, quando o usufrutuário alienar, arruinar ou 
deteriorar a coisa frutuária (CPC, arts. 725, VI e 730). 
Deveres: 
- Não obstar o uso da coisa usufruída nem lhe diminuir a utilidade. 
- Entregar ao usufrutuário mediante caução o rendimento dos bens frutuários 
que estiverem sob sua administração, deduzidas as despesas dessa administração 
(CC, art. 1401). 
- Fazer as reparações extraordinárias e as que não forem de custo módico 
necessárias à conservação da coisa dada em usufruto (CC, art. 1404, § 2º). 
- Respeitar o usufruto estabelecido devido ao fato de prédio usufruído ter 
sido reconstruído com a indenização do seguro (CC, art. 1408). 
- Respeitar a sub-rogação de indenização de danos causados por terceiros 
ou do valor da desapropriação no ônus do usufruto (CC, art. 1409). 
 
Extinção (CPC, art. 725, VI, e Lei n. 7.608/81) 
O usufruto poderá ser extinto nas seguintes hipóteses: 
- Pela morte do usufrutuário (CC, art. 1410 I e III). 
- Pelo advento do termo de sua duração (CC, art. 1410, II). 
- Pelo implemento de condição resolutiva. 
- Pela cessação do motivo de que se origina (CC, art. 1410, IV). 
- Pela destruição da coisa não sendo fungível (CC, art. 1410, V). 
- Pela consolidação (CC, art. 1410, VI). 
- Pelo não-uso da coisa sobre a qual recai o usufruto (CC, art. 1410, 
VIII). 
 
 
 
 
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- Pela culpa do usufrutuário (CC, art. 1410, I). 
- Pela resolução do domínio. 
EXAME 2015.2 
37ª Questão: 
 
Angélica concede a Otávia, pelo prazo de vinte anos, direito real de usufruto 
sobre imóvel de que é proprietária. O direito real é constituído por meio de 
escritura pública, que é registrada no competente Cartório do Registro de Imóveis. 
Cinco anos depois da constituição do usufruto, Otávia falece, deixando como 
única herdeira sua filha Patrícia. 
 
Sobre esse caso, assinale a afirmativa correta. 
a) Patrícia herda o direito real de usufruto sobre o imóvel. 
b) Patrícia adquire somente o direito de uso sobre o imóvel. 
c) O direito real de usufruto extingue-se com o falecimento de Otávia. 
d) Patrícia deve ingressar em juízo para obter sentença constitutiva do seu 
direito real de usufruto sobre o imóvel. 
 
 
Resposta – C 
 
Prova 2014.2 37ª Questão: 
 
Sara e Bernardo doaram o imóvel que lhes pertencia a Miguel, ficando o imóvel 
gravado com usufruto em favor dos doadores. 
 
Dessa forma, quanto aos deveres dos usufrutuários, assinale a afirmativa 
INCORRETA: 
a) Não devem pagar as deteriorações resultantes do exercício regular do 
usufruto. 
b) Devem arcar com as despesas ordinárias de conservação do bem no 
estado em que o receberam. 
c) Devem arcar com os tributos inerentes à posse da coisa usufruída. 
 
 
 
 
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d) Não devem comunicar ao dono a ocorrência de lesão produzida contra a 
posse da coisa. 
 
Resposta: D 
 
 
2013.2 42ª Questão: 
 
Tiago, com 17 anos de idade e relativamente incapaz, sob autoridade de seus 
pais Mário e Fabiana, recebeu, por doação de seu tio, um imóvel localizado na 
rua Sete de Setembro, com dois pavimentos, contendo três lojas comerciais no 
primeiro piso e dois apartamentos no segundo piso. Tiago trabalha como cantor 
nos finais de semana, tendo uma renda mensal de R$ 3.000,00 (três mil reais). 
 
Face aos fatos narrados e considerando as regras de Direito Civil, assinale a 
opção correta. 
a) Mário e Fabiana exercem sobre os bens imóveis de Tiago o direito de 
usufruto convencional, inerente à relação de parentesco que perdurará até 
a maioridade civil ou emancipação de Tiago. 
b) Mário e Fabiana poderão alienar ou onerar o bem imóvel de Tiago, desde 
que haja prévia autorização do Ministério Público e seja demonstrado o 
evidente interesse da prole. 
c) Mário e Fabiana não poderão

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