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Curso Preparatório para OAB 1ª Fase Prof. Me. Diogo Durigon MATERIAL DE APOIO DIREITO CIVIL – DIREITOS REAIS (COISAS) diogo@ceisc.com.br Curso Preparatório para OAB 1ª Fase Professor Me. Diogo Durigon 2 DIREITO CIVIL – DIREITOS REAIS (COISAS) 1. BEM JURÍDICO Patrimonial É tudo que seja útil, raro e apropriável, por isso, possua valor econômico. Não Patrimonial São os direitos da personalidade, como honra, liberdade, que não possuem valor econômico, mas podem gerar indenização, ou seja, podem ser avaliados economicamente. 2. BEM IMÓVEL Art. 79 CC: “São bens imóveis o solo e tudo o quanto se lhe incorporar natural ou artificialmente.” Art. 80 e 81, ambos também, do CC também relacionam tipos de bens imóveis. Sucessão aberta (incluindo móveis) Edificações deslocadas do solo Materiais separados do prédio mas que serão reempregados no mesmo Espécies de bens imóveis Bens imóveis por sua natureza: abrange o solo com sua superfície, os seus acessórios e adjacências naturais, compreendendo as árvores e frutos pendentes, o espaço aéreo e o subsolo. Curso Preparatório para OAB 1ª Fase Professor Me. Diogo Durigon 3 Bens imóveis por acessão física artificial: inclui tudo aquilo que o homem incorporar permanentemente ao solo, como a semente lançada à terra, os edifícios e construções, de modo que não se possa retirar sem destruição, modificação, fratura ou dano. Bens imóveis por acessão intelectual: são todas as coisas móveis que o proprietário do imóvel mantiver, intencionalmente, empregadas em sua exploração industrial, aformoseamento ou comodidade. Bens imóveis por determinação legal: são direitos reais sobre imóveis (usufruto, uso, habitação, enfiteuse, anticrese, servidão predial), inclusive o penhor agrícola e as ações que o asseguram; apólices da dívida pública oneradas com a cláusula de inalienabilidade, decorrente de doação ou de testamento; o direito à sucessão aberta, ainda que a herança só seja formada de bens móveis. 3. BENS MÓVEIS Para o NCC, (art. 82): são móveis os bens suscetíveis de movimento próprio, ou remoção por força alheia, sem alteração da substância ou da destinação econômico-social. Segundo Diniz: são “os que, sem deterioração na substância ou na forma, podem ser transportados de um lugar para outro, por força própria ou estranha” Art. 83 e 84 do NCC - Consideram-se ainda como bens móveis: As energias que tenham valor econômico; Os direitos reais sobre objetos móveis e as ações correspondentes; Os direitos pessoais de caráter patrimonial e respectivas ações; Materiais destinados a construção, antes de seu emprego e aquele originário de demolição. Classificação bens Curso Preparatório para OAB 1ª Fase Professor Me. Diogo Durigon 4 Fungíveis são aqueles bens que podem ser substituídos por outros da mesma espécie, qualidade e quantidade Infungíveis não admitem substituição Consumíveis são os bens móveis cujo uso importa na destruição imediata da própria substância Inconsumíveis permanecem após o fruição Divisíveis são aqueles bens que podem ser fracionados sem alteração na sua substância, diminuição considerável de valor, ou prejuízo do uso a que se destinam Os bens naturalmente divisíveis podem tornar-se indivisíveis por determinação legal ou vontade das partes. Singulares: são os bens que, embora reunidos, se consideram de per si, independentemente dos demais; Universalidade de fato a pluralidade de bens singulares, que pertinentes à mesma pessoa, tenham destinação unitária; Universalidade de direito é considerado o complexo de relações jurídicas de uma pessoas, dotadas de valor econômico. Principal é o bem que existe sobre si, abstrata ou concretamente; Acessório é aquele cuja existência supõe a do principal; Os negócios jurídicos que dizem respeito ao bem principal, não atingem as pertenças, salvo se estipulado por lei, vontade das partes ou das circunstâncias do caso. Pertenças são bens acessórios, não ligados ao principal, mas que se destinam ao uso, serviço ou aformoseamento do bem principal Ex: trator em relação à fazenda; móveis em relação à casa. Os frutos e produtos podem ser objeto de negócio jurídico, apesar de ainda não separados do bem principal; Curso Preparatório para OAB 1ª Fase Professor Me. Diogo Durigon 5 As benfeitorias podem ser voluptuárias, (mero deleite) úteis (aumentam ou facilitam o uso) ou necessárias (conservar o bem ou evitar que se deteriore); São públicos os de propriedade das pessoas jurídicas de direito publico; -uso comum do povo ( rios, mares estradas..) -uso especial (edifícios... destinados à serviços e estabelecimentos públicos); -os dominicais: não estão destinados nem a uma finalidade comum e nem a uma especial. “Constituem o patrimônio das pessoas jurídicas de direito público, como objeto de direito pessoal ou real, de cada uma dessas entidades” (art. 99, III do CC) – ex.: terras devolutas São privados os de propriedade das pessoas físicas ou jurídicas de direito privado. Considerações: art. 100,101 e 102. Os bens públicos de uso comum do povo e os de uso especial são inalienáveis, enquanto conservarem a sua qualificação, na forma que a Lei determinar; Os bens dominicais podem ser alienados, observadas as exigências legais; O uso comum dos bens públicos pode ser gratuito ou retribuído, conforme determinação legal. 4. DIREITOS REAIS São direitos que afetam a coisa de forma direta e imediata, seja sob alguns aspectos, ou mesmo sobre todos os aspectose a segue em poder de quem quer que a detenha. É o vínculo jurídico que se cria entre a pessoa titular do direito real e a coisa. Principais atributos: Eficácia Erga omnes Direito à Ação real Direito de seqüela Curso Preparatório para OAB 1ª Fase Professor Me. Diogo Durigon 6 DIREITO PESSOAL Vínculo jurídico formado entre duas ou mais pessoas. Estabelece relação inter pars Decorre de: negócio jurídico, lei ou ato ilícito É o que depende de uma obrigação do devedor. É oponível somente contra certas pessoas (sujeito passivo), em razão da vontade externada (unilateral e bilateralmente), por ato ilícito (186 e 927 do CC) ou por determinação legal (ex. Alimentos). Distinção: direitos reais X obrigações Direitos pessoais (jus ad rem) Incidem na pessoa Ação contra o indivíduo Objeto: prestação Relativo – inter partes Gozo: exige intermediário Transitório Extingue-se pela inércia Exemplo: compra de um objeto móvel Direitos reais (ius in re) Incidem na coisa Ação contra quem detiver a coisa Objeto: coisa Absoluto – erga omnes Gozo: direto pelo titular Permanente Conserva-se até situação contrária em favor outrem (Seqüela, abandono, usucapião, posse, direito de preferência) Exemplo: compra de imóvel Curso Preparatório para OAB 1ª Fase Professor Me. Diogo Durigon 7 5. CARACTERÍSTICAS DOS DIREITOS REAIS Direito de Seqüela É o vínculo de subordinação da coisa e da pessoa. Esse vínculo vem alicerçado em dois princípios: - Princípio da aderência: segundo o qual o titular do direito real pode ir atrás do bem aonde quer que ele se encontre (princípio positivo); - Princípio da ambulatoriedade: segundoo qual todos os ônus da coisa (ex. tributos, despesas condominais) a acompanham (princípio negativo). Privilégio O crédito real não se submete à divisão, tendo em vista a existência de ordem entre os credores. Aquele que primeiro apresentar o crédito será o credor privilegiado. Prescrição Aquisitiva Somente no direito real a passagem do tempo poderá gerar aquisição de direitos. Bem certo, determinado e existente Em decorrência do princípio da veracidade registral, o bem deve ter características de certo, determinado e existente. Ver: ações de retificação imobiliária 6. PRINCÍPIOS CARACTERIZADORES DOS DIREITOS REAIS 1 da aderência ou especialização - vínculo sujeito/coisa Curso Preparatório para OAB 1ª Fase Professor Me. Diogo Durigon 8 2 do absolutismo - eficácia erga omnes 3 da publicidade – transcrição + tradição 4 da taxatividade – elenco de direitos reais limitado e taxativo – numerus clausus (direito obrigacional – numerus apertus) 5 da tipificação – tipos legais 6 da perpetuidade – perda apenas por fator externo – mantem-se mesmo pelo não uso. 7 da exclusividade – absorve apenas um direito real 8 do desmembramento – direitos reais sobre coisas alheias afastam-se do direito matriz 7. CLASSIFICAÇÃO DOS DIREITOS REAIS -1ª CLASSIFICAÇÃO Direito real sobre coisa própria O único direito real sobre coisa própria é a propriedade, que confere o título de dono ou domínio. Normalmente, a propriedade é ilimitada ou plena, conferindo poderes de uso, gozo, posse, reivindicação e disposição. Direito real sobre coisa alheia É o desmembramento do direito real sobre coisa própria. Poderá somente ser temporário, visto que, dentro do princípio da elasticidade, a coisa tende a voltar à situação original, que é a propriedade plena. Divide-se em três grupos: Direito real de fruição: é o desmembramento em relação ao uso da coisa. Pode ser enfiteuse, servidão, usufruto, uso e habitação. Direito real de garantia Curso Preparatório para OAB 1ª Fase Professor Me. Diogo Durigon 9 É o desmembramento em relação à disposição da coisa (limita o direito de dispor da coisa). Se não cumprida a obrigação principal, o credor irá dispor da coisa. Pode ser hipoteca, penhor e anticrese. Direito real de aquisição É o desmembramento do direito de aquisição. O titular transmite a propriedade para terceiros, paulatinamente. Pode ser compromisso irretratável de compra e venda, e alienação fiduciária em garantia. 8. CLASSIFICAÇÃO DOS DIREITOS REAIS – 2ª CLASSIFICAÇÃO a) Direito de posse, uso, gozo e disposição: propriedade. b) Exteriorização do domínio: posse. c) Direito de posse, uso, gozo e disposição sujeitos à restrição oriunda de direito alheio: enfiteuse. d) Direitos reais de garantia: penhor, hipoteca e alienação fiduciária. e) Direito real de aquisição: promessa irrevogável de venda. f) Direito de usar e gozar do bem sem disposição: usufruto e anticrese. g) Direito limitado a certas utilidades do bem: servidão, uso e habitação. 9. POSSE, PROPRIEDADE E DETENÇÃO. O Poder que o homem exerce sobre a coisa pode derivar de uma: 1. SITUAÇÃO JURÍDICA: Curso Preparatório para OAB 1ª Fase Professor Me. Diogo Durigon 10 1.1 DIREITO REAL SOBRE COISA PRÓPRIA (art. 1228) A) Propriedade B) Domínio 1.2 DIREITO REAL SOBRE COISA ALHEIA (1225) a) superfície; b) servidão; c) usufruto; d) uso e) habitação; f) promitente comprador 1.3 DIREITOS REAIS DE GARANTIA a)penhor; b) hipoteca; c) anticrese; d) alienação fiduciária. 2. SITUAÇÃO DE FATO: 2.1 Posse 2.2 Detenção DISTINÇÃO: PROPRIEDADE X DOMÍNIO PROPRIEDADE É gênero do qual domínio é espécie. É a titularidade tanto de coisas corpóreas como incorpóreas. DOMÍNIO É espécie do gênero propriedade. É a titularidade somente de coisas corpóreas. Relação com registro Curso Preparatório para OAB 1ª Fase Professor Me. Diogo Durigon 11 DISTINÇÃO: POSSE X DETENÇÃO POSSE Art.1196 do CC. Relação de fato entre o sujeito e a coisa Estado de aparência com efeitos jurídicos. Exteriorização do domínio. DETENÇÃO Art. 1198 do CC Relação de fato entre o sujeito e a coisa. Estado de aparência sem efeitos jurídicos. Conservação da posse em nome de outrem ou em cumprimento de ordens ou instruções. Ex. Caseiro. HIERARQUIA DAS RELAÇÕES JURÍDICAS ENTRE A PESSOA E A COISA: 1 propriedade ou domínio 2 posse 3 detenção 10. FUNÇÃO SOCIAL DA PROPRIEDADE Segundo Teori Albino Zavascki: (...) por função social da propriedade há de se entender o princípio que diz respeito à utilização dos bens, e não à sua Curso Preparatório para OAB 1ª Fase Professor Me. Diogo Durigon 12 titularidade jurídica, a significar que sua força normativa ocorre independentemente da específica consideração de quem detenha o título jurídico de proprietário.” Nesse passo, segundo a Constituição Federal de 1988, temos função social: PROPRIEDADE URBANA: (Art. 182 da CF) – “quando atende às exigências fundamentais de ordenação da cidade expressas no plano diretor.” PROPRIEDADE RURAL: (art.186 da CF): “quando atende, simultaneamente, segundo critérios e graus de exigência estabelecidos em lei, os seguintes requisitos: I – Aproveitamento racional e adequado; II – utilização adequada dos recursos naturais disponíveis e preservação do meio ambiente; III – observância das disposições que regulam as relações de trabalho; IV – exploração que favoreça o bem estar dos proprietários e dos trabalhadores. FUNÇÃO SOCIAL DA POSSE A lei, em especial o CC, dá especial proteção à posse que se traduz em TRABALHO e MORADIA. A valorização da posse pelo direito brasileiro provém já do Código Civil de 1916, através da viabilidade da conquista da propriedade em razão do exercício da posse. Ex. Usucapião, art. 1238, parágrafo único, 1239, 1240, 1242, parágrafo único. Nesse passo, a posse se reverte em instrumento de efetivação da função social da propriedade, pois através do aproveitamento de determinado bem, para o trabalho, moradia ou exploração comercial, viabiliza a obtenção da propriedade. 11. POSSE Curso Preparatório para OAB 1ª Fase Professor Me. Diogo Durigon 13 POSSE = Exercício de fato sobre determinado bem Propriedade = situação jurídica envolvendo determinado bem Objetivamente, não se enquadra nem como direito pessoal, nem como direito real TEORIA SUBJETIVA – Fréderic Charles Savigny Representa o poder exercido sobre a coisa com a intenção de tê-la para si Requer: corpus (detenção física do bem) + animus (vontade de ter a coisa como sua) TEORIA OBJETIVA – Rudolf Von Jhering Posse é exercício de fato dos poderes sobre a coisa Requer apenas corpus Para Jhering, corpus é o exercício de fato; demanda conduta de dono Adotada largamente pelo direito pátrio CC: Art. 1196 Considera-se possuidor todo aquele que tem de fato o exercício, pleno ou não, de algum dos poderes inerentes à propriedade TEORIA TRÍPTICA Estabelece a posse como um direito ‘misto’, mescla, de direito real, direito obrigacional e fato jurídico A posse é exercida tanto em razão de direito real, direito obrigacional e de fato jurídico: Curso Preparatório para OAB 1ª Fase Professor Me. Diogo Durigon 14 Posse como direito real: Usoe gozo por conta do domínio ou titularidade sobre o bem – exercício de direito inerente à propriedade – v.g. uso de imóvel próprio – posse direta Posse como direito obrigacional Posse exercida em razão de vínculo obrigacional, por conta, v.g., de locação comodato, alienação fiduciária. Posse como fato jurídico A posse vista como fato natural Posse originária – prescrição ad usucapionem PONTES DE MIRANDA e MOREIRA ALVES: a posse originária não é fato jurídico enquanto não questionada como prescrição aquisitiva ou ofensiva à direito real (se houver proprietário anterior) Teoria tríptica: haverá Jus possessionis desde exercício fático da posse Embate entre mero fato x fato jurídico TEORIA DAS QUATRO DIMENSÕES JURÍDICAS DA POSSE Natureza jurídica da posse envolve direito real, direito obrigacional, fato jurídico e direito da administração Direito da administração - posse por: A) ocupação temporária B) requisição administrativa Trata-se de uma posse provisória (diverge do instituto da desapropriação), pois a ocupação e a requisição são meramente temporários (exercício de posse). A desapropriação envolve a perda/aquisição da propriedade. Curso Preparatório para OAB 1ª Fase Professor Me. Diogo Durigon 15 12. ESPÉCIES DE POSSE Posse direta – fruição direta Posse indireta – ficção jurídica que conserva ao proprietário prerrogativas especialmente quanto a defesa da posse Posse justa Posse não maculada por violência, clandestinidade ou precariedade CC: Art. 1.200. É justa a posse que não for violenta, clandestina ou precária. Posse injusta Decorre da obtenção da posse em ofensa ao art. 1200 do CC Posse violenta Posse tomada mediante violência Enquanto houver violência não há posse A posse será, cessada a violência, injusta perante o proprietário, mas justa em face de terceiros. Gera prescrição ad usucapionem Curso Preparatório para OAB 1ª Fase Professor Me. Diogo Durigon 16 Posse clandestina Aquisição sorrateira da posse Posse obtida sem violência, mas também sem consentimento Injusta quanto ao proprietário, justa quanto a 3º Gera prescrição ad usucapionem Posse precária Posse obtida com abuso de confiança Manutenção de posse anteriormente justa V.g. não devolução de bem em comodato e locação Gera prescrição ad usucapionem Posse de boa –fé Exercida por quem ignora injustiça da posse CC: Art. 1.201. É de boa-fé a posse, se o possuidor ignora o vício, ou o obstáculo que impede a aquisição da coisa. Gera prescrição ad usucapionem Gera direitos de: a) Retenção b) Indenização benfeitorias úteis e necessárias c) Levantamento benfeitorias voluptuárias d) Faz jus aos frutos percebidos Posse de má-fé Exercida com ciência da injustiça da posse Curso Preparatório para OAB 1ª Fase Professor Me. Diogo Durigon 17 Gera direito de indenização apenas das benfeitorias necessárias. Não gera direito de retenção e o possuidor de má-fé ainda responde pelos frutos colhidos e pelos que deixou de colher; nesse caso terá direito apenas às despesas de produção. Posse nova – menos 01 ano e dia Posse velha – com 01 ano e dia para mais Ação de força nova – demanda reintegratória ajuizada dentro do período de posse nova Ação de força velha – demanda proposta durante posse velha. Somente será possível a obtenção da reintegração de posse de forma liminar se houver posse nova. Não é obrigatória tal medida, mas, encerrada a posse nova, o procedimento de reintegração aguardará sentença. Posse ad interdicta – é a que pode ser defendida pelos interditos ou ações possessórias, quando molestada (ameaçada, turbada, esbulhada ou perdida), mas não conduz ao usucapião; Exercida pelos possuidores sem pretensão de aquisição – ex. locatário (inclusive contra o proprietário). Posse ad ucucapionem – é a que se prolonga por determinado lapso de tempo estabelecido na lei, e que, acompanhada de animus domini, exercício contínuo, manso e pacífico, com justo título e boa-fé, confere a seu titular a aquisição do domínio. Posse natural – é a que se constitui pelo exercício de poderes de fato sobre a coisa Curso Preparatório para OAB 1ª Fase Professor Me. Diogo Durigon 18 ex.: A vende sua casa a B, mas continua no imóvel como inquilino; não obstante, B fica sendo possuidor da coisa (posse indireta), mesmo jamais tê-la ocupado fisicamente. Posse civil ou jurídica – é a que assim se considera por força da lei, sem necessidade de atos físicos ou materiais; é a que se transmite ou se adquire pelo título. 13. AQUISIÇÃO DA POSSE CC art. 1.204: “Adquire-se a posse desde o momento em que se torna possível o exercício, em nome próprio, de qualquer dos poderes inerentes à propriedade”. A partir de tal pressuposto, podemos elencar as seguintes formas de aquisição da posse: a.1 Aquisição originária: Conceito: não há relação de causalidade, entre a posse atual e a anterior; é o que acontece quando há esbulho, e o vício, posteriormente, convalesce. Modos: arts. 1.196, 1.204 e 1.263. Art. 1196 Considera-se possuidor todo aquele que tem de fato o exercício, pleno ou não, de algum dos poderes inerentes à propriedade. Art. 1.263. Quem se assenhorear de coisa sem dono para logo lhe adquire a propriedade, não sendo essa ocupação defesa por lei. a.2 Aquisição derivada: Conceito: requer existência de posse anterior, ou seja, transmitida ao adquirente. Ex. herança ou compra e venda. Modos: Curso Preparatório para OAB 1ª Fase Professor Me. Diogo Durigon 19 a.2.1 Tradição Pressupõe um acordo de vontades, um negócio jurídico de alienação, quer a título gratuito, como na doação, quer a título oneroso, como na compra e venda. - real – quando envolve a entrega efetiva e material da coisa. - simbólica – quando representada por ato que traduz a alienação, como a entrega das chaves do apartamento vendido. - ficta – no caso do constituto possessório, que ocorre, por ex., quando o vendedor, transferindo a outrem o domínio da coisa, conserva-a, todavia em seu poder, mas agora na qualidade de locatário. Posse por tradição traditio brevi manu: possuidor tem posse do bem alheio que passa a ser seu (v.g. locação seguida de compra do imóvel) a.2.2 Apreensão a) Apropriação unilateral de coisa “sem dono” (foi abandonada ou não tem proprietário); b) Coisa retirada de outrem sem permissão; a.2.3 Exercício de direito Ex. servidão. Se constituída pela passagem de um aqueduto por terreno alheio, p. ex. adquire o agente a sua posse se o dono do prédio serviente permanece inerte pelo prazo de um ano e dia.(vide art. 1.379) a.2.4 Constituto possessório, art. 1.267, parágrafo único Noção: No constituto possessório, aquele que detém a posse direta não é mais proprietário da coisa, possuindo-a em nome de outrem. Subentende-se a tradição quando o transmitente continua a possuir pelo constituto possessório; quando cede ao adquirente o direito à restituição da coisa, Curso Preparatório para OAB 1ª Fase Professor Me. Diogo Durigon 20 que se encontra em poder de terceiro; ou quando o adquirente já está na posse da coisa, por ocasião do negócio jurídico. a.2.5 Acessão Através da qual a posse pode ser continuada pela soma do tempo do atual possuidor com o de seus antecessores. - Sucessão: O sucessor universal continua de direito a possedo seu antecessor Art. 1.206. A posse transmite-se aos herdeiros ou legatários do possuidor com os mesmos caracteres. - União: sucessor singular é facultado unir sua posse à do antecessor, para os efeitos legais. Capacidade de aquisição da posse Tem capacidade para aquisição da posse a própria pessoa que a pretende, desde que capaz. Poderá ainda ser exercida: - não sendo capaz, poderá adquiri-la se estiver representada ou assistida por seu representante; - por meio de procurador ou mandatário, munido de poderes específicos; - por terceiro, mesmo sem mandato, dependendo de ratificação; - pelo "constituto possessório". 14. OBJETOS DA POSSE Podemos considerar como objetos da posse: Curso Preparatório para OAB 1ª Fase Professor Me. Diogo Durigon 21 Bens corpóreos, salvo as que estiverem fora do comércio, ainda que gravadas com cláusula de inalienabilidade; Coisas acessórias se puderem ser destacadas da principal sem alteração de sua substância; Coisas coletivas; Direitos reais de fruição: uso, usufruto, habitação e servidão (há dúvida quanto à enfiteuse); Direitos reais de garantia; Direitos pessoais patrimoniais ou de crédito. 15. EXCLUSÕES DA POSSE Não será considerado posse: A) Detenção – ex. caseiro B) os atos de mera permissão ou tolerância (art. 1.208). Ex: permissão para passar pelo jardim do vizinho; Também não há posse de bens públicos (CF - proíbe o usucapião especial), o uso do bem pelo particular não passa de mera detenção consentida. 16. EFEITOS DA POSSE Segundo o doutrinador Orlando Gomes, a posse gera, através de seu exercício, 07 efeitos pontuais: 1. Direito ao uso dos interditos (ou ações) possessórias: este é o principal efeito da posse. 2. Direito à percepção dos frutos; 3. Direito a indenização por benfeitorias, variando se de boa ou má-fé; Curso Preparatório para OAB 1ª Fase Professor Me. Diogo Durigon 22 4. Direito de retenção pela indenização de benfeitorias úteis e necessárias; 5. "jus tollendi" (direito de retirar) em relação às benfeitorias voluptuárias; 6. Direito de usucapir; 7. Direito a indenização pelo esbulho ou turbação. Ainda há o efeito da responsabilidade pela deterioração e perda da coisa, cuja inclusão no rol de efeitos parte de Maria Helena Diniz. 17. EXERCÍCIO DA POSSE O exercício individual da posse é aquele desempenhado pelo possuidor exclusivo da coisa, ou seja, há apenas um possuidor e a posse é exercida por este. Há, porém, situações em que dois ou mais possuidores se veem na condição de ‘compartir’ os direitos e deveres inerentes à posse, alcançando a denominada Composse. Composse: situação pela qual duas ou mais pessoas exercem, simultaneamente, poderes possessórios sobre a mesma coisa. Art. 1.199. Ex: adquirentes de coisa comum, marido e mulher em regime de comunhão de bens ou co-herdeiros antes da partilha. Qualquer dos possuidores pode valer-se dos interditos possessórios ou da legítima defesa; Diverge da concorrência de posses (posses de naturezas distintas, ex. posse direta e indireta sobre um mesmo bem); Composse pro-diviso: há uma divisão de fato para a utilização pacífica do direito de cada um. Curso Preparatório para OAB 1ª Fase Professor Me. Diogo Durigon 23 Havendo situação consolidada, proteção da posse se dá em relação à cada parte de cada composse. Em áreas comuns, proteção da posse pertence á todos os co-possuidores. Composse pro-indiviso: todos exercem o direito de possuidor ao mesmo tempo sobre a totalidade da coisa, haja vista a falta de divisão fática. Cite-se como exemplo a posse desempenhada por vários herdeiros de um imóvel que, sem divisões, está sob arrendamento para um terceiro: todos tem direito de proteger e velar pela posse e propriedade. 18. PERDA DA POSSE = CC – art. 1223 e 1224 Trata-se da perda da posse da coisa pelo possuidor. Os arts. 1223 e 1224 estabelecem as formas de tal perda: 1. Abandono do bem 2. Tradição (negócio jurídico) 3. Perda da própria coisa 4. Destruição da coisa 5. Inalienabilidade 6. Posse de outrem 7. Constituto possessório 8. Perda da posse de direitos: (i) Pelo seu desuso (ii) Pela impossibilidade de seu exercício 9. Perda da posse para ausentes (após alcançando os períodos determinados pelo CC). Porém, quando cessada a ausência, a perda é repelida. EXAME 2015.1 Curso Preparatório para OAB 1ª Fase Professor Me. Diogo Durigon 24 40ª Questão: Mediante o emprego de violência, Mélvio esbulhou a posse da Fazenda Vila Feliz. A vítima do esbulho, Cassandra, ajuizou ação de reintegração de posse em face de Mélvio após um ano e meio, o que impediu a concessão de medida liminar em seu favor. Passados dois anos desde a invasão, Mélvio teve que trocar o telhado da casa situada na fazenda, pois estava danificado. Passados cinco anos desde a referida obra, a ação de reintegração de posse transitou em julgado e, na ocasião, o telhado colocado por Mélvio já se encontrava severamente danificado. Diante de sua derrota, Mélvio argumentou que faria jus ao direito de retenção pelas benfeitorias erigidas, exigindo que Cassandra o reembolsasse. A respeito do pleito de Mélvio, assinale a afirmativa correta. a) Mélvio não faz jus ao direito de retenção por benfeitorias, pois sua posse é de má-fé e as benfeitorias, ainda que necessárias, não devem ser indenizadas, porque não mais existiam quando a ação de reintegração de posse transitou em julgado. b) Mélvio é possuidor de boa-fé, fazendo jus ao direito de retenção por benfeitorias e devendo ser indenizado por Cassandra com base no valor delas. c) Mélvio é possuidor de má-fé, não fazendo jus ao direito de retenção por benfeitorias, mas deve ser indenizado por Cassandra com base no valor delas. d) Mélvio é possuidor de má-fé, fazendo jus ao direito de retenção por benfeitorias e devendo ser indenizado pelo valor atual delas. R – A EXAME 2014.3 37ª Questão: Com a ajuda de homens armados, Francisco invade determinada fazenda e expulsa dali os funcionários de Gabriel, dono da propriedade. Uma vez na posse do imóvel, Francisco decide dar continuidade às atividades agrícolas que vinham sendo ali desenvolvidas (plantio de soja e de feijão). Três anos após a invasão, Gabriel consegue, pela via judicial, ser reintegrado na posse da fazenda. Quanto aos frutos colhidos por Francisco durante o período em que permaneceu na posse da fazenda, assinale a afirmativa correta. Curso Preparatório para OAB 1ª Fase Professor Me. Diogo Durigon 25 a) Francisco deve restituir a Gabriel todos os frutos colhido percebidos, mas tem direito de ser ressarcido pelas despesas de produção e custeio. b) Francisco tem direito aos frutos percebidos durante o período em que permaneceu na fazenda. c) Francisco tem direito à metade dos frutos colhidos, devendo restituir a outra metade a Gabriel. d) Francisco deve restituir a Gabriel todos os frutos colhidos e percebidos, e não tem direito de ser ressarcido pelas despesas de produção e custeio. R – A 19. PROPRIEDADE Considera-se propriedade o direito que pessoa, física ou jurídica, detém quanto ao uso, gozo e disposição de bem, corpóreo ou incorpóreo. Gera direito à proteção e reivindicação do bem, junto à quem o detenha. Questões históricas Roma: propriedade envolvia terras e escravos – direito de uso, gozo e destruição Lei das doze tábuas: uso da propriedade de acordo como direito Idade média: directum + utile Directum – senhores feudais; utile - vassalos Final da idade média: concentração da propriedade no monarca – cobrança de tributos (motivação revolução francesa) Rev. Francesa + Locke: propriedade como direito natural = caráter individualista Proudhon – propriedade originalmente pertence ao estado Curso Preparatório para OAB 1ª Fase Professor Me. Diogo Durigon 26 Marx – extinção da propriedade privada como fator de igualdade Contemporaneidade: manutenção da propriedade privada, mas com preservação de sua função social 20. ELEMENTOS CONSTITUVOS DA PROPRIEDADE Jus utendi – direito de uso Jus fruendi – direito de gozo ou usufruto – direito à obtenção de frutos Jus disponendi ou abutendi – direito de dispor Reivindicatio – direito de reivindicar o bem – envolve tutela da propriedade (ação reivindicatória) Propriedade plena = Direito de usar, gozar, dispor e reaver. Propriedade limitada (nua propriedade) = limitada em uma ou algumas das suas formas elementares. 21. CARACTERÍSTICAS DO INSTITUTO DA PROPRIEDADE Trata-se de um direito ilimitado, absoluto. É direito exclusivo – direito restrito ao proprietário; Tratando-se de condomínio, a propriedade sempre será da totalidade sobre a respectiva fração ideal. Curso Preparatório para OAB 1ª Fase Professor Me. Diogo Durigon 27 É Direito irrevogável ou perpétuo – mantêm-se inclusive pelo não uso; Nos casos de desapropriação, usucapião ou perecimento, a propriedade está sendo fustigada por um fato novo, externo, que decorre não do não uso, mas pela ação da administração pública, pela não preservação da posse e exercício da posse por outrem, ou mesmo por um fato extraordinário que gere o perecimento do bem. É elástica – adapta-se de acordo com ampliação ou redução de destacáveis. 22. OBJETO DA PROPRIEDADE Poderão ser objeto da propriedade: a) bens corpóreos (materiais), móveis ou imóveis; e Ex: CC, art. 1.299 e 1.232 CF, art. 176 Ver: PCHs + jazidas de areia e argila/caulim1 b) Bens incorpóreos (imateriais) Lei nº 9.610/98; CF, art. 5º, XXIX e XXVII 1 Ementa: MINERACAO. ACAO CAUTELAR. ALVARA DO DNPM. AREA URBANA E IMOVEL DO MUNICIPIO. IMPOSSIBILIDADE DA PESQUISA E DA LAVRA. RECURSO PROVIDO. (Reexame Necessário Nº 594014250, Primeira Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Elias Elmyr Manssour, Julgado em 12/04/1994)Assunto: 1. MINERACAO. - ALVARA DE AUTORIZACAO DE PESQUISA MINERAL. AREA URBANA E IMOVEL DO MUNICIPIO. - INTERPRETACAO DO CODIGO DE MINAS ART-22 INC-V. - EFEITOS. - DISPOSICOES LEGAIS. - AUTORIZACAO DE PESQUISA MINERAL. - LIMITACOES. - IMPOSSIBILIDADE. 2. MEDIDA CAUTELAR INOMINADA. SUSTACAO DE ATIVIDADE DE TERRAPLANAGEM. AREA DESTINADA A CONSTRUCAO DE CASAS POPULARES. ************************************* DEPARTAMENTO NACIONAL DE EXTRACAO MINERAL DEPARTAMENTO NACIONAL DE PRODUCAO MINERAL - DNPM DIREITO CIVIL - OBRIGACOES. PROCESSO CIVIL.Fonte: JURISPRUDENCIA TJRS, C-CIVEIS, 1997, V-2, T-50, P-69-76.Data de Julgamento: 12/04/1994 Curso Preparatório para OAB 1ª Fase Professor Me. Diogo Durigon 28 Lei nº 9279 – LPI e Lei nº 9609/98 Decisão sobre a Proteção da propriedade: Ementa: AGRAVO DE INSTRUMENTO. DIVÓRCIO. PEDIDO LIMINAR DE REINTEGRAÇÃO DE POSSE EM IMÓVEL DE RESIDÊNCIA DO CASAL. INDEFERIMENTO. O agravante pede a reintegração de posse, alegando estar provada sua propriedade exclusiva do imóvel em discussão. Contudo, na reintegração de posse, ao requerente não basta provar a propriedade/domínio. Sabido que para reintegração da posse, necessário prova bastante do exercício da posse e do esbulho. Tendo em conta que o próprio agravante informa que o imóvel em discussão era a casa em que "residia o casal", há fundada dúvida do esbulho possessório, que fundamente a reintegração em sede liminar. De resto, a própria alegação da propriedade exclusiva sobre o imóvel deve ser melhor elucidada no decorrer das ações evolvendo as partes. NEGARAM PROVIMENTO. UNÂNIME. (Agravo de Instrumento Nº 70042016030, Oitava Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Rui Portanova, Julgado em 18/08/2011) Decisão sobre a proteção da propriedade –requisitos: Ementa: APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO REIVINDICATÓRIA. REQUISITOS. AUSÊNCIA DE TÍTULO HÁBIL A COMPROVAR O DOMÍNIO DOS AUTORES SOBRE A COISA REIVINDICADA. Em se tratando de ação reivindicatória, três são os requisitos essenciais para o reconhecimento do pedido: a prova da propriedade do demandante, a posse injusta exercida pelo réu, e a perfeita individuação do imóvel. Cumpria aos autores exibir título de domínio, que por si só comprovasse o direito de propriedade sobre área certa e determinada, indicando as divisas e especificando em que elas consistem. Não acostado tal documento, inviável o pleito reivindicatório. Autores que instruíram a inicial apenas com escritura pública de cessão e transferência de direitos hereditários sobre fração ideal de imóvel. Área que não se encontra localizada e individualizada. Ausentes Curso Preparatório para OAB 1ª Fase Professor Me. Diogo Durigon 29 as condições indispensáveis, incabível a reivindicação. NEGARAM PROVIMENTO AO RECURSO. UNÂNIME. (Apelação Cível Nº 70037370103, Décima Oitava Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Nelson José Gonzaga, Julgado em 28/07/2011) 23. ESPÉCIES DE PROPRIEDADE Quanto a extensão do direito do titular Propriedade plena – presença de todos os elementos Propriedade restrita – quando ocorre o desmembramento de alguns de seus poderes (v.g., nua propriedade) Quanto à perpetuidade do domínio Propriedade perpétua – duração ilimitada Propriedade resolúvel – condição resolutiva a) Restrição prevista no próprio título b) Cláusula resolutiva (antigo pacto comissório) 24. RESPONSABILIDADE CIVIL DO PROPRIETÁRIO Responsabilidade objetiva x subjetiva Resp. Objetiva: Nexo causal + dano + fato Resp. Subjetiva: Neso causal + dano + fato + culpa Aplicação das disposições contidas nos art. 937 e 186, ambos do CC: Curso Preparatório para OAB 1ª Fase Professor Me. Diogo Durigon 30 CC: Art. 937. O dono de edifício ou construção responde pelos danos que resultarem de sua ruína, se esta provier de falta de reparos, cuja necessidade fosse manifesta. Também há responsabilidade pelos objetos que do prédio caírem ou jogados. CC: Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito. 25. PROTEÇÃO DA PROPRIEDADE Ação Reivindicatória – retomada do bem Ação reivindicatória x possessória Ação imprescritível (salvo usucapião) Ação negatória – defesa domínio frente a alegada servidão. Ação confessória – restrição à propriedade vizinha com acréscimo à sua Ação declaratória Ação reparação danos: por ato lícito e ilícito Ação Retificação imobiliária 26. AQUISIÇÃO DA PROPRIEDADE IMOBILIÁRIA A. Aquisição originária Propriedade ‘original’: usucapião e acessão Curso Preparatório para OAB 1ª Fase Professor Me. Diogo Durigon 31 B. Aquisição derivada Aquisição por transmissão: Causa mortis (sucessão) ou inter vivos (transmissão) C. Aquisição da propriedade imobiliária pelo registro Transmissão da propriedade se dá registro do título translativoEfeitos a partir do registro – CC art. 1246 Art. 1.246. O registro é eficaz desde o momento em que se apresentar o título ao oficial do registro, e este o prenotar no protocolo. Falência do alienante – art. 215 lei 6015 Art. 215 - São nulos os registros efetuados após sentença de abertura de falência, ou do termo legal nele fixado, salvo se a apresentação tiver sido feita anteriormente. Anulação do registro: Art. 1.247. Se o teor do registro não exprimir a verdade, poderá o interessado reclamar que se retifique ou anule. Parágrafo único. Cancelado o registro, poderá o proprietário reivindicar o imóvel, independentemente da boa-fé ou do título do terceiro adquirente. Princípios da aquisição da propriedade pelo registro I. Da unitariedade matricial II. Da instância ou solicitação III. Da publicidade IV. Da fé pública V. Da legalidade VI. Da prioridade VII. Da especialidade (individualização) VIII. Da continuidade IX. Da disponibilidade Curso Preparatório para OAB 1ª Fase Professor Me. Diogo Durigon 32 X. De retificação Efeitos da aquisição pelo registro: Constitutivo De publicidade De legalidade do direito do proprietário De força probante CC Art. 1245 § 2o Enquanto não se promover, por meio de ação própria, a decretação de invalidade do registro, e o respectivo cancelamento, o adquirente continua a ser havido como dono do imóvel. De continuidade De obrigatoriedade De retificação ou anulação para eventual alteração Art. 216 - O registro poderá também ser retificado ou anulado por sentença em processo contencioso, ou por efeito do julgado em ação de anulação ou de declaração de nulidade de ato jurídico, ou de julgado sobre fraude à execução D. Aquisição imobiliária por acessão natural Modo de aquisição originária. Envolve as coisas que se unem ou se incorporam ao bem, de forma natural. Requisitos: a) Conjunção entre duas coisas até então separadas b) Caráter assessório de uma dessas coisas, em relação à outra c) Aquisição imobiliária pela acessão natural d) União ou incorporação em razão de acontecimento natural Verificamos a aquisição por acessão nas seguintes hipóteses: a) formação de ilhas Curso Preparatório para OAB 1ª Fase Professor Me. Diogo Durigon 33 b) aluvião (acessão à margem de rio) c) avulsão (deslocamento de terra) d) abandono de álveo (leito do rio) Art. 1.252. O álveo abandonado de corrente pertence aos proprietários ribeirinhos das duas margens, sem que tenham indenização os donos dos terrenos por onde as águas abrirem novo curso, entendendo-se que os prédios marginais se estendem até o meio do álveo. E. Aquisição imobiliária por acessão artificial Verifica-se tal aquisição pela incorporação de móvel ao imóvel, envolvendo uma ação ou trabalho humano. Tem, assim, caráter oneroso. Presume-se pertencente ao proprietário: Art. 1.256. Se de ambas as partes houve má-fé, adquirirá o proprietário as sementes, plantas e construções, devendo ressarcir o valor das acessões. Parágrafo único. Presume-se má-fé no proprietário, quando o trabalho de construção, ou lavoura, se fez em sua presença e sem impugnação sua. F. Aquisição imobiliária pela usucapião Aquisição pela posse prolongada e animus domini. Trata-se de um modo de aquisição originária haja vista que ‘inaugura’ a formalidade da propriedade, sem que tenha ocorrido qualquer espécie de transmissão/sucessão. São situações consolidadas de posse que geram a prescrição ad usucapionem, estabelecendo, pelo preenchimento dos requisitos e reconhecimento da aquisição, segurança jurídica. Requisitos: a) Pessoais – animus domini b) Reais – bem usucapível (exclusão dos não sujeitos a usucapião) Curso Preparatório para OAB 1ª Fase Professor Me. Diogo Durigon 34 c) Formais – elementos do instituto (posse mansa, pacífica e contínua; lapso de tempo; justo título e boa fé; e sentença judicial ou ato de cunho judicial) Aquisição imobiliária pela usucapião - espécies f.1 Usucapião extraordinária – CC art. 1238 Necessita de posse mansa, pacífica e contínua exercida com animus domini. Decurso de prazo: 15 anos e 10 anos Parágrafo único. O prazo estabelecido neste artigo reduzir-se-á a dez anos se o possuidor houver estabelecido no imóvel a sua moradia habitual, ou nele realizado obras ou serviços de caráter produtivo. Dispensa prova de justo título e boa-fé Requer sentença declaratória de aquisição do domínio ou ato jurisdicional equivalente (ver projeto more legal da CGJ) Registro cartorário imobiliário da sentença f.2 Usucapião ordinária – CC art. 1242 Necessita de posse mansa, pacífica e contínua exercida com animus domini. Decurso de prazo: 10 anos e 5 anos. Art. 1.242. Adquire também a propriedade do imóvel aquele que, contínua e incontestadamente, com justo título e boa-fé, o possuir por dez anos. Parágrafo único. Será de cinco anos o prazo previsto neste artigo se o imóvel houver sido adquirido, onerosamente, com base no registro constante do respectivo cartório, cancelada posteriormente, desde que os possuidores nele tiverem estabelecido a sua moradia, ou realizado investimentos de interesse social e econômico. Curso Preparatório para OAB 1ª Fase Professor Me. Diogo Durigon 35 Requer justo título e boa-fé; Requer sentença declaratória de aquisição do domínio ou ato jurisdicional equivalente); Requer registro cartorário imobiliário da sentença; f.3 Usucapião especial urbana Posse mansa, pacífica e contínua exercida com animus domini. Requer também a configuração do estabelecimento de moradia no objeto da usucapião. Decurso de prazo: 5 anos e 2 anos; Imóvel urbano até 250m²; Requer sentença declaratória de aquisição do domínio (ou ato jurisdicional equivalente) e Registro cartorário imobiliário da sentença; Permitido uma única vez e desde que o postulante não tenha outros bens; Concedido à qualquer ou ambos os cônjuges; Usucapião pro habitacio - 2 anos: posse em relação ao cônjuge que abandonou lar f.4 Usucapião pro labore ou especial rural ou constitucional Posse mansa, pacífica e contínua, exercida com animus domini e uso produtivo/moradia, e com área máxima de 50 hás. CF Art. 191. Aquele que, não sendo proprietário de imóvel rural ou urbano, possua como seu, por cinco anos ininterruptos, sem oposição, área de terra, em zona rural, não superior a cinqüenta hectares, tornando-a produtiva por seu trabalho ou de sua família, tendo nela sua moradia, adquirir-lhe-á a propriedade. Curso Preparatório para OAB 1ª Fase Professor Me. Diogo Durigon 36 27. PERDA DA PROPRIEDADE IMÓVEL POR MODO VOLUNTÁRIO Perda por modos voluntários 1. Alienação: Transmissão do direito à outrem. Trata-se de um ato bilateral. CC 1275: Parágrafo único. Nos casos dos incisos I e II, os efeitos da perda da propriedade imóvel serão subordinados ao registro do título transmissivo ou do ato renunciativo no Registro de Imóveis. 2. Renúncia – ato unilateral e voluntário abrindo mão da coisa Ver: renúncia de herança 3. Abandono – ato unilateral e voluntário abandonando a coisa 4. Perecimento do imóvel 5. Perda, deterioração 6. Desapropriação - Necessidade de interesse social 7. Requisição administrativa Entendimento: perda provisória da posse gera perda da propriedade? Há divergência. Subsiste responsabilidade por danos causados 8. Desapropriação judicial Art. 1.228. O proprietário tem a faculdade deusar, gozar e dispor da coisa, e o direito de reavê-la do poder de quem quer que injustamente a possua ou detenha. § 4o O proprietário também pode ser privado da coisa se o imóvel reivindicado consistir em extensa área, na posse ininterrupta e de boa-fé, por mais de cinco anos, de considerável número de pessoas, e estas nela houverem realizado, em conjunto ou separadamente, obras e serviços considerados pelo juiz de interesse social e econômico relevante. Curso Preparatório para OAB 1ª Fase Professor Me. Diogo Durigon 37 2014.1 42ª Questão: Jeremias e Antônio moram cada um em uma margem do rio Tatuapé. Com o passar do tempo, as chuvas, as estiagens e a erosão do rio alteraram a área da propriedade de cada um. Dessa forma, Jeremias começou a se questionar sobre o tamanho atual de sua propriedade (se houve aquisição/diminuição), o que deixou Antônio enfurecido, pois nada havia feito para prejudicar Jeremias. Ao mesmo tempo, Antônio também começou a notar diferenças em seu terreno na margem do rio. Ambos questionam se não deveriam receber alguma indenização do outro. Sobre a situação apresentada, assinale a afirmativa correta. a) Trata-se de aquisição por aluvião, uma vez que corresponde a acréscimos trazidos pelo rio de forma sucessiva e imperceptível, não gerando indenização a ninguém. b) Se for formada uma ilha no meio do rio Tatuapé, pertencerá ao proprietário do terreno de onde aquela porção de terra se deslocou. c) Trata-se de aquisição por avulsão e cada proprietário adquirirá a terra trazida pelo rio mediante indenização do outro ou, se ninguém tiver reclamado, após o período de um ano. d) Se o rio Tatuapé secar, adquirirá a propriedade da terra aquele que primeiro a tornar produtiva de alguma maneira, seja como moradia ou como área de trabalho. R – A 28. AQUISIÇÃO DA PROPRIEDADE MÓVEL 1. Usucapião ordinária: CC art. 1260 Posse mansa, pacífica e contínua exercida com animus domini Art. 1260: Aquele que possuir coisa móvel como sua, contínua e incontestadamente durante três anos, com justo título e boa-fé, adquirir-lhe-á a propriedade. Requer: Curso Preparatório para OAB 1ª Fase Professor Me. Diogo Durigon 38 a) Justo título e boa-fé b) Decurso de prazo: 3 anos c) Sentença declaratória de aquisição do domínio e Registro cartorário imobiliário da sentença 2. Usucapião extraordinária – CC art.1261 Cabível quando há posse mansa, pacífica e contínua exercida com animus domini Art. 1261: Se a posse da coisa móvel se prolongar por cinco anos, produzirá usucapião, independentemente de título ou boa-fé. Não requer Justo título e boa-fé Requer: a) Decurso de prazo: 5 anos b) sentença declaratória de aquisição do domínio e Registro cartorário imobiliário da sentença 3. Ocupação: Apropriação por conta de inexistência de dono ou abandono Art. 1.263. Quem se assenhorear de coisa sem dono para logo lhe adquire a propriedade, não sendo essa ocupação defesa por lei. Ocorre mediante: a) Res nullius – aquisição original b) Res derelictae – coisa abandonada por outrem (v.g. animal bravio 4. Achado de tesouro Curso Preparatório para OAB 1ª Fase Professor Me. Diogo Durigon 39 5. Tradição 6. Especificação (transformação – industrialização) 7. Confusão (mistura coisas líquidas - inseparáveis) 8. Comistão (mistura de coisas sólidas ou secas - inseparáveis) 9. Adjunção – justaposição de coisas que se tornam imbricadas 29. PERDA DA PROPRIEDADE MÓVEL Modos voluntários Alienação Renúncia Abandono Modos involuntários Perda Perecimento Requisição Desapropriação 30. CONDOMÍNIO Curso Preparatório para OAB 1ª Fase Professor Me. Diogo Durigon 40 Segundo Caio Mário da Silva Pereira, condomínio ocorre quando a mesma coisa pertence a mais de uma pessoa, cabendo a cada uma delas igual direito idealmente sobre o todo e cada uma de suas partes. Ou seja, trata-se de propriedade conjunta sobre o mesmo bem, seja ele móvel ou imóvel, de tal modo que cada consorte é proprietário da coisa toda, delimitado pelos iguais direitos dos demais condôminos, na medida de suas cotas O condomínio pode ser estabelecido por modo voluntário, lei ou decisão judicial, vinculando os condôminos à co-propriedade e co-responsabilidade pelo bem objeto de propriedade fracionada. A figura jurídica do condomínio sofre algumas classificações, quanto a origem, necessidade, forma. Sua classificação representa, portanto, formas distintas de sua gênese, bem como aplicação e manutenção. Quanto a origem: I – Convencional: resultante de acordo entre as partes. Exemplo: compra conjunta de imóvel II – Incidente ou eventual: Quando ocorrer em razão de causa alheia à vontade dos condôminos. Exemplo: herança deixada a vários herdeiros III – Forçado ou legal: quando ocorrer em razão de determinação legal. Exemplo: compáscuo (comunhão de pastos – vários donos de terrenos contíguos que ajustam que seus animais irão ‘compartilhar’ os pastos) Quanto ao objeto: I – Universal: Se compreender a totalidade do bem, inclusive frutos e rendimentos. II – Particular: Se restringir-se a determinadas coisas ou efeitos, ficando livres os demais. Curso Preparatório para OAB 1ª Fase Professor Me. Diogo Durigon 41 Quanto a sua necessidade: I - Ordinário ou transitório: Se puder cessar a qualquer momento. II – Permanente: Quando não pode extinguir-se em razão de lei ou de sua natureza indivisível (condomínio forçado) Quanto a forma: I – Pro diviso: A comunhão existe juridicamente mas não de fato (condomínio em edifícios de apartamentos) II – Pro indiviso: a comunhão perdura de fato e de direito 31. DIREITOS E DEVERES DOS CONDÔMINOS Segundo nos indica a autora Maria Helena Diniz, os condomínios possuem, na sua inter relação, direitos e deveres recíprocos, de modo a preservar hígida e regular da relação. Necessário destacar que o condomínio naturalmente é uma fonte de impasses, de modo que o direito de ocupa dos detalhes de tal relação, visando a prevenção e encaminhamento de resolução de tais conflitos. Nesse passo, cada condômino pode: I – art. 1314 CC: usar livremente a coisa conforme seu destino e sobre ela exercer todos os direitos compatíveis com a indivisão – art. 1315 e 1319 do CC. II – cada condômino pode alienar a respectiva parte indivisa, com respeito à preferência – art. 504, § único, e 1322 e § único CC III – Direito de gravar a parte indivisa, com relação à sua fração IV – responsabilidade pela dívida contraída – art. 1318 e 1317 CC V – Direito de reivindicar a coisa comum de terceiros (1318 CC) e defender a posse (1199) Curso Preparatório para OAB 1ª Fase Professor Me. Diogo Durigon 42 VI – Impossibilidade de conceder posse, uso ou gozo da coisa para estranhos sem anuência dos demais – art. 1314, § único VII - Direito de retomada do imóvel - 1323 Quanto a administração do condomínio, todos os consortes poderão usar da coisa, dentro dos limites de sua destinação econômica, auferindo vantagens sem prejuízo de qualquer deles. Se impossível o uso comum, necessário deliberação entre condôminos sobre venda, aluguel e administração – art. 1323 ao 1326 CC XX EXAME OAB – 2016.2 QUESTÃO 39. Vítor, Paulo e Márcia são coproprietários, em regime de condomínio pro indiviso, de uma casa, sendo cada um deles titular departe ideal representativa de um terço (1/3) da coisa comum. Todos usam esporadicamente a casa nos finais de semana. Certo dia, ao visitar a casa, Márcia descobre um vazamento no encanamento de água. Sem perder tempo, contrata, em nome próprio, uma sociedade empreiteira para a realização da substituição do cano danificado. Pelo serviço, ficou ajustado contratualmente o pagamento de R$ 900,00 (novecentos reais). Tendo em vista os fatos expostos, assinale a afirmativa correta. A) A empreiteira pode cobrar a remuneração ajustada contratualmente de qualquer um dos condôminos. B) A empreiteira pode cobrar a remuneração ajustada contratualmente apenas de Márcia, que, por sua vez, tem direito de regresso contra os demais condôminos. C) A empreiteira não pode cobrar a remuneração contratualmente ajustada de Márcia ou de qualquer outro condômino, uma vez que o serviço foi contratado sem a prévia aprovação da totalidade dos condôminos. Curso Preparatório para OAB 1ª Fase Professor Me. Diogo Durigon 43 D) A empreiteira pode cobrar a remuneração ajustada contratualmente apenas de Márcia, que deverá suportar sozinha a despesa, sem direito de regresso contra os demais condôminos, uma vez que contratou a empreiteira sem o prévio consentimento dos demais condôminos. RESPOSTA: B 32. EXTINÇÃO DO CONDOMÍNIO O condomínio poderá ser extinto pela divisão da coisa, ou então pela sua venda. I – Divisão: Tratando-se de condomínio ordinário, as partes podem exigir, a qualquer tempo, a sua divisão – art. 1320 e 1321. Divisão amigável: efetivada por escritura pública, quando todos os condôminos forem maiores e capazes Divisão judicial: quando não houver acordo ou houver incapaz II – Venda: Amigável: necessita de unanimidade de intenção de venda entre os condôminos – art. 1322, 1ª parte. Judicial: quando não há consenso e há interesse na venda – art. 1322, fine, 1113 e 1118 do CC 33. CONDOMÍNIOS ESPECIAIS São quatro, iniciando-se pelo CONDOMÍNIO NECESSÁRIO: Condomínio em paredes: envolve a divisão de cercas, muros e valas. Art. 1327, 1297, § 1º, 1328, 1329 e 1330 CC. Curso Preparatório para OAB 1ª Fase Professor Me. Diogo Durigon 44 34. CONDOMÍNIO EDILÍCIO Segunda espécie de condomínio especial. Origem: tem sua origem a partir da segunda guerra mundial, em razão da crise de habitação pelo desenvolvimento das cidades – melhorar aproveitamento do solo. Art. 1331 ao 1358 Natureza Jurídica: tem por característica a justaposição de propriedades distintas e exclusivas ao lado de condomínio de partes que necessariamente são comuns – art. 1331, § 1º ao 5º Forma de instituição – art. 1332, I a III: A) Por destinação do proprietário do edifício (não necessariamente construtor), mediante escritura pública, realizada antes ou depois da obra B) Por incorporação imobiliária, através da venda de futuras unidades, e cujo valor será usado para construir o prédio C) Por testamento, em que o prédio é recebido, na herança, para ter essa formatação D) Por constituição do regime por vários herdeiros E) Por arrematação em hasta pública, doação, dote, compra de frações do edifício F) Por sentença judicial, em ação de divisão. Constituição: art. 1333 e 1334 Direitos dos condôminos: definidos no ato de constituição do condomínio, ou seja, na “Convenção de Condomínio” – art. 1335 Curso Preparatório para OAB 1ª Fase Professor Me. Diogo Durigon 45 A convenção de condomínio vincula tanto os proprietários como os que utilizam o edifício, pois é averbada junto a matrícula do imóvel e celebra verdadeiro ‘contrato’ de convivência. Deveres dos condôminos – art. 1336 e ss.: Observar as regras de boa vizinhança; Não alterar o prédio externamente a não ser com a licença dos consortes; Não decorar as partes e esquadrias externas com tons diversos da fachada; Não destinar a unidade à uso diverso da finalidade do prédio; Não praticar ato que ameace a segurança do prédio ou prejudique a higiene Não embaraçar o uso das partes comuns Não alienar a garagem a pessoa estranha ao condomínio, salvo autorização expressa na convenção Submeterem-se às sanções se transgredirem seus deveres Concorrer com sua quota para as despesas de condomínio, sob pena de sujeitar-se às sanções previstas na convenção condominial e legislação civil. Administração: realizada essencialmente pelo síndico Síndico: pessoa que defende os direitos e interesses comuns dos condôminos, que os representa, que admite e demite empregados, arrecada contribuições e aplica deliberações da Assembléia Administrador: pessoa a quem o síndico delega certas funções administrativas Subsíndico: auxiliar do síndico Conselho Fiscal: composto de três membros que dão pareceres sobre as contas do síndico Curso Preparatório para OAB 1ª Fase Professor Me. Diogo Durigon 46 Órgão deliberativo: Assembléia geral, constituída por todos os condôminos Extinção: formas de extinção do condomínio edilício a) Desapropriação do edifício – art. 1358 b) Confusão: se todas as partes autônomas forem adquiridas por uma só pessoa c) Destruição do imóvel por qualquer acontecimento (natural ou caso fortuito ou culpa) – art. 1357 d) Demolição voluntária do prédio – art. 1357 e) Alienação e reconstrução de todo o prédio – art. 1357, § 1º e 2º 35. CONDOMÍNIOS POR MULTIPROPRIEDADE IMOBILIÁRIA E FECHADO Condomínio por multipropriedade: Propriedade de tempo compartilhado de locais de lazer – pool de locações Condomínio fechado: condomínio onde a propriedade possui unidades independentes e frações ideais. Condomínio horizontal com propriedade privada e partes comuns – regras delimitadas também pela convenção Regrado pela lei 4591/64 – art. 8º EXAME 2014.1 41ª Questão: Ary celebrou contrato de compra e venda de imóvel com Laurindo e, mesmo sem a devida declaração negativa de débitos condominiais, conseguiu registrar o bem em seu nome. Ocorre que, no mês seguinte à sua mudança, Ary foi surpreendido com a cobrança de três meses de cotas condominiais em atraso. Inconformado com a situação, Ary tentou, sem sucesso, entrar em contato com o vendedor, para que este arcasse com os mencionados valores. Curso Preparatório para OAB 1ª Fase Professor Me. Diogo Durigon 47 De acordo com as regras concernentes ao direito obrigacional, assinale a opção correta. a) Perante o condomínio, Laurindo deverá arcar com o pagamento das cotas em atraso, pois cabe ao vendedor solver todos os débitos que gravem o imóvel até o momento da tradição, entregando-o livre e desembargado. b) Perante o condomínio, Ary deverá arcar com o pagamento das cotas em atraso, pois se trata de obrigação subsidiária, já que o vendedor não foi encontrado, cabendo ação in rem verso, quando este for localizado. c) Perante o condomínio, Laurindo deverá arcar com o pagamento das cotas em atraso, pois se trata de obrigação com eficácia real, uma vez que Ary ainda não possui direito real sobre a coisa. d) Perante o condomínio, Ary deverá arcar com o pagamento das cotas em atraso, pois se trata de obrigação propter rem, entendida como aquela que está a cargo daquele que possui o direito real sobre a coisa e, comprovadamente, imitido na posse do imóvel adquirido. R – D 36. SERVIDÕES PREDIAIS São direitos de gozo sobre imóveis que, em virtude de lei ou vontade das partes, se impõem sobre o prédio serviente em benefício do dominante. Tem porfinalidade proporcionar uma valorização do prédio dominante, tornando-o mais útil, agradável ou cômodo, implicando, por outro lado, uma desvalorização econômica do prédio serviente, levando-se em consideração que as servidões prediais são perpétuas, acompanhando sempre os imóveis quando transferidos. Princípios Fundamentais - É uma relação entre prédios vizinhos - Não há servidão sobre a própria coisa - A servidão serve à coisa e não ao dono Curso Preparatório para OAB 1ª Fase Professor Me. Diogo Durigon 48 - Não se pode de uma servidão constituir outra - Servidão não se presume - Servidão é inalienável Natureza jurídica: É um direito real de gozo ou fruição sobre imóvel alheio de caráter acessório, perpétuo, indivisível e inalienável. Modos de constituição - Ato jurídico inter vivos ou causa mortis (CC, art. 1.378; Dec.-lei n. 1000/69, art. 167, X). - Sentença judicial (CPC, arts. 596, II, e 597, § 4º, III). - Usucapião (CC, art. 1379, parágrafo único; CPC, art. 259). - Destinação do proprietário. Classificação - Quanto à natureza: rústicas e urbanas. - Quanto ao modo de exercício: - Contínuas e Descontínuas - Positivas e Negativas - Ativas e Passivas - Quanto à exteriorização: aparentes e não-aparentes. - Quanto à origem: - Legais - Naturais - Convencionais Curso Preparatório para OAB 1ª Fase Professor Me. Diogo Durigon 49 Direitos e deveres do proprietário do prédio dominante Direito - Usar e gozar da servidão - Realizar obras necessárias à sua conservação e uso (CC, art. 1380; Cód. de Águas, art. 128). - Exigir ampliação da servidão para facilitar a exploração do prédio dominante (CC, art. 1385, § 3º). Renunciar a servidão (CC, art. 1388, I) e removê-la (CC, art. 1384, in fine). Deveres - Pagar todas as obras feitas para uso e conservação da servidão (CC, art. 1381). - Exercer a servidão civiliter modo (CC, art. 1385). - Indenizar o dono do prédio servientes pelo excesso do uso da servidão em caso de necessidade (CC, art. 1385, § 3º ). - Exonerar-se de pagar as despesas com o uso e conservação da servidão, desde que abandone total ou parcial a propriedade em favor do dono do prédio dominante (CC, art. 1382, parágrafo único). - Remover a servidão de um local para o outro. - Impedir que o proprietário do dominante efetive qualquer mudança na forma de utilização da servidão, pois este de manter sua destinação (CC, art. 1385, § 3º). - Cancelar a servidão nos casos dos arts. 1388 e 1389 do Código Civil. Obrigações: - Permitir que o dono do prédio dominante realize obras necessárias à conservação e utilização da servidão (CC, art. 1380). - Respeitar o uso normal e legítimo da servidão (CC, art. 1383). Curso Preparatório para OAB 1ª Fase Professor Me. Diogo Durigon 50 - Pagar despesas com a remoção da servidão e não prejudicar ou diminuir as vantagens do prédio dominante, que decorrerem dessa mudança (CC, art. 1384) – desde que realizada em razão do prédio serviente. Proteção Jurídica A proteção do direito real de servidão se dá através dos instrumentos disponíveis para proteção de outros direitos reais, como ação de manutenção e reintegração. Importante destacar que tal direito segue a mesma lógica de instituição e proteção de outros direitos reais. Quanto às ações, enumeram-se: - Ação confessória - Ação negatória - Ação de manutenção de posse ou de reintegração de posse e interdito proibitório. - Nunciação de obra nova (CPC, art. 259). - Ação usucapião. Extinção A extinção da servidão é o meio pelo qual a mesma deixa de ser fruída ou usufruída pelo prédio dominante, podendo ocorrer por meio voluntário ou involuntário, senão vejamos: - Renúncia do titular (CC, art. 1388, I). - Cessação de sua utilidade (CC, art. 1388, II). - Resgate (CC, art. 1388, III). Curso Preparatório para OAB 1ª Fase Professor Me. Diogo Durigon 51 - Confusão (CC, art. 1389, I). - Supressão das respectivas obras (CC, art. 1389, II). - Desuso (CC, art. 1389, III). - Perecimento do objeto. - Decurso do prazo ou implemento da condição. - Desapropriação - Convenção - Preclusão do direito da servidão - Resolução do domínio do prédio serviente. 37. USUFRUTO Trata-se de um direito real sobre coisa alheia, em que o nu proprietário (assim chamado por conta do próprio usufruto) deixa de ter a possibilidade de uso e fruição do bem em favor do usufrutuário. O usufruto condiciona o exercício da propriedade, na medida em que a posse direta concentra-se na figura do usufrutuário, pelo período do usufruto (determinado ou indeterminado), permanecendo a posse indireta, contudo, com o nu proprietário. Durante o usufruto o nu proprietário detém os direitos de dispor e de proteção da propriedade, respeitado, porém, o usufruto. Objeto: - Móveis infungíveis e inconsumíveis (CC, art. 1392, § 1º). - Imóveis (CC, arts. 1391 e 1392). - Patrimônio (CC, art. 1405). Curso Preparatório para OAB 1ª Fase Professor Me. Diogo Durigon 52 - Direitos, desde que transmissíveis. Caracteres jurídicos: - Direito real sobre a coisa alheia. - É temporário. - É intransmissível e inalienável. - É impenhorável. Espécies: - Quanto à origem: legal e convencional. - Quanto ao objeto: próprio e impróprio. - Quanto a extensão: - universal ou particular e pleno ou restrito - Quanto à duração: temporário, vitalício e simultâneo. Modos constitutivos: - Por lei - Por ato jurídico inter vivos ou causa mortis. - Por sub-rogação real. - Por usucapião. - Por sentença (CPC, arts. 867 a 869). Usufruto e enfiteuse: Na enfiteuse, o foreiro pode dispor do domínio útil; no usufruto, o usufrutuário não poderá transmitir seu direito, ele é alienável, podendo tão somente, ceder seu exercício; a enfiteuse é perpétua, o usufruto, temporário; e Curso Preparatório para OAB 1ª Fase Professor Me. Diogo Durigon 53 enfiteuse recai sobre terrenos para agricultura e edificação, o usufruto incide sobre bens móveis, imóveis e direitos; a enfiteuse é onerosa, o usufruto é gratuito. Usufruto e fideicomisso: No usufruto, o domínio é do nu-proprietário, o usufrutuário só pode usar e gozar do bem; no fideicomisso o bem é transmitido pelo fideicomitente ao fiduciário, que o recebe na qualidade de dono, com o encargo de transmiti-lo a outrem por sua morte ou após certo tempo. No usufruto, o usufrutuário e o nu-proprietário são titulares de direito simultâneos; no fideicomisso, o fiduciário e o fideicomissário são titulares sucessivos dos direitos. No usufruto, o usufrutuário não pode vender a nua-propriedade, porque esta não lhe pertence; no fideicomisso o fiduciário poderá alienar os bens fideicomitidos. O usufruto extingue-se com a morte do usufrutuário, no fideicomisso, com o falecimento do fiduciário, dá-se a sua transmissão a seus herdeiros para que estes o entreguem na forma instituída pelo fideicomissário. O usufruto permanece havendo morte do nu-proprietário, pois a nua-proprietária transmite-se a seus herdeiros; no fideicomisso com o óbito do fideicomissário consolida-se nas mãos do fiduciário o domínio resolúvel, que passará a ser perpétuo. O usufruto é direito real sobre coisa alheia; o fideicomisso é forma de substituição restrita ao direito das sucessões. Usufruto e locação: O usufruto é direito real oponível erga omnes e a locação, pessoal; o usufrutorecai sobre coisas corpóreas ou incorpóreas e a locação, sobre bens corpóreos; o usufruto nasce da lei, ato jurídico inter vivos ou causa mortis, usucapião etc.; a locação, somente do contrato; o usufruto é gratuito e a locação, onerosa. Usufruto – direitos e obrigações do usufrutuário Direitos: - À posse, uso, administração e percepção dos frutos naturais pendentes no início do usufruto (CC, art. 1394). Curso Preparatório para OAB 1ª Fase Professor Me. Diogo Durigon 54 - De cobrar as dívidas e empregar as importâncias recebidas (CC, art. 1395 e parágrafo único). - De gozar de renda oriunda de títulos de crédito, aplicando-os após a cobrança do débito em apólices de dívida pública (CC, art. 1395 e parágrafo único, 2ª parte). - De ter parte em tesouro achado por outrem e de receber meação em tesouro e em paredes, cerca, muro, vala (CC, art. 1392, § 3º) sendo usufruto de universalidade ou quota-parte de bens. - Não ser obrigado a pagar deteriorações da coisa decorrentes do exercício regular do usufruto (CC, art. 1402) Obrigações: - Inventariar as suas expensas os bens móveis que receber, determinando o estado em que se acham e estimando o seu valor. - Dar caução real e fidejussória, se lhe exigir o dono, de velar-lhes pela conservação e entrega-los findo o usufruto (CC, arts. 1400, 2ª parte, 1402 e 1401). - Gozar da coisa frutuária com moderação. - Conservar a destinação que lhe deu o proprietário. - Fazer despesas ordinárias e comuns de conservação dos bens no estado em que os recebeu. - Defender a coisa usufruída, repelindo todas as usurpações de terceiros, impedindo que se constituam situações jurídicas contrárias ao nu-proprietário. - Evitar perecimento de servidões ativas e impedir que se criem servidões passivas. - Abster-se de tudo que possa danificar o bem frutuário. - Pagar certas contribuições (CC, arts. 1403, II, 1407, 1408 E 1409) e os juros dos débitos que onerem o patrimônio, ou parte dele, de que é objeto de usufruto (CC, art. 1405). Curso Preparatório para OAB 1ª Fase Professor Me. Diogo Durigon 55 - Restituir o bem usufruído, findo o usufruto no estado em que o recebeu, como o inventariou ou como se obrigou a conservá-lo. Direitos e deveres do nu proprietário Direitos: - Exigir que o usufrutuário conserve a coisa. - Exigir que o usufrutuário preste caução fidejussória ou real (CC, art. 1400). - Administrar o usufruto, se o usufrutuário não quiser ou não puder dar caução (CC, art. 1401). - Receber remuneração por essa administração (CC, art. 1401). - Receber metade do tesouro achado no bem frutuário por terceiros salvo se ocorrer a hipótese do CC, art. 1392, § 3º, caso em que tal direito caberá ao usufrutuário. - Perceber os frutos naturais pendentes ao tempo em que cesse o usufruto (CC, art. 1396, parágrafo único). - Aos frutos civis vencidos na data inicial do usufruto ( CC, art. 1398). - Autorizar a mudança da destinação da coisa usufruída (CC, art. 1399). - Prefixar a extensão do gozo e do modo da exploração de minas e florestas dadas em usufruto (CC, art. 1392, § 1º). - Exigir o equivalente em gênero, qualidade e quantidade quando se tem usufruto impróprio (CC, 1392, § 1º). - Receber juros do capital despendido com as reparações necessárias à conservação da coisa frutuária ou que lhe aumentarem o rendimento (CC, art. 1404). - Ir contra o segurador, quando segurada a coisa é objeto do usufruto (CC, art. 1407, § 1º). Curso Preparatório para OAB 1ª Fase Professor Me. Diogo Durigon 56 - Não restabelecer o usufruto se, por sua conta, reconstruir o prédio destruído sem culpa sua (CC, art. 1408). - Reclamar a extinção do usufruto, quando o usufrutuário alienar, arruinar ou deteriorar a coisa frutuária (CPC, arts. 725, VI e 730). Deveres: - Não obstar o uso da coisa usufruída nem lhe diminuir a utilidade. - Entregar ao usufrutuário mediante caução o rendimento dos bens frutuários que estiverem sob sua administração, deduzidas as despesas dessa administração (CC, art. 1401). - Fazer as reparações extraordinárias e as que não forem de custo módico necessárias à conservação da coisa dada em usufruto (CC, art. 1404, § 2º). - Respeitar o usufruto estabelecido devido ao fato de prédio usufruído ter sido reconstruído com a indenização do seguro (CC, art. 1408). - Respeitar a sub-rogação de indenização de danos causados por terceiros ou do valor da desapropriação no ônus do usufruto (CC, art. 1409). Extinção (CPC, art. 725, VI, e Lei n. 7.608/81) O usufruto poderá ser extinto nas seguintes hipóteses: - Pela morte do usufrutuário (CC, art. 1410 I e III). - Pelo advento do termo de sua duração (CC, art. 1410, II). - Pelo implemento de condição resolutiva. - Pela cessação do motivo de que se origina (CC, art. 1410, IV). - Pela destruição da coisa não sendo fungível (CC, art. 1410, V). - Pela consolidação (CC, art. 1410, VI). - Pelo não-uso da coisa sobre a qual recai o usufruto (CC, art. 1410, VIII). Curso Preparatório para OAB 1ª Fase Professor Me. Diogo Durigon 57 - Pela culpa do usufrutuário (CC, art. 1410, I). - Pela resolução do domínio. EXAME 2015.2 37ª Questão: Angélica concede a Otávia, pelo prazo de vinte anos, direito real de usufruto sobre imóvel de que é proprietária. O direito real é constituído por meio de escritura pública, que é registrada no competente Cartório do Registro de Imóveis. Cinco anos depois da constituição do usufruto, Otávia falece, deixando como única herdeira sua filha Patrícia. Sobre esse caso, assinale a afirmativa correta. a) Patrícia herda o direito real de usufruto sobre o imóvel. b) Patrícia adquire somente o direito de uso sobre o imóvel. c) O direito real de usufruto extingue-se com o falecimento de Otávia. d) Patrícia deve ingressar em juízo para obter sentença constitutiva do seu direito real de usufruto sobre o imóvel. Resposta – C Prova 2014.2 37ª Questão: Sara e Bernardo doaram o imóvel que lhes pertencia a Miguel, ficando o imóvel gravado com usufruto em favor dos doadores. Dessa forma, quanto aos deveres dos usufrutuários, assinale a afirmativa INCORRETA: a) Não devem pagar as deteriorações resultantes do exercício regular do usufruto. b) Devem arcar com as despesas ordinárias de conservação do bem no estado em que o receberam. c) Devem arcar com os tributos inerentes à posse da coisa usufruída. Curso Preparatório para OAB 1ª Fase Professor Me. Diogo Durigon 58 d) Não devem comunicar ao dono a ocorrência de lesão produzida contra a posse da coisa. Resposta: D 2013.2 42ª Questão: Tiago, com 17 anos de idade e relativamente incapaz, sob autoridade de seus pais Mário e Fabiana, recebeu, por doação de seu tio, um imóvel localizado na rua Sete de Setembro, com dois pavimentos, contendo três lojas comerciais no primeiro piso e dois apartamentos no segundo piso. Tiago trabalha como cantor nos finais de semana, tendo uma renda mensal de R$ 3.000,00 (três mil reais). Face aos fatos narrados e considerando as regras de Direito Civil, assinale a opção correta. a) Mário e Fabiana exercem sobre os bens imóveis de Tiago o direito de usufruto convencional, inerente à relação de parentesco que perdurará até a maioridade civil ou emancipação de Tiago. b) Mário e Fabiana poderão alienar ou onerar o bem imóvel de Tiago, desde que haja prévia autorização do Ministério Público e seja demonstrado o evidente interesse da prole. c) Mário e Fabiana não poderão
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