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Psiquiatria - Entrevista e Exame do estado mental, Psicose, Delirium, Esquizofrenia, Transtornos do Humor, Transtorno Afetivo Bipolar, Substâncias psicoativas, Infância/Adolescência, Transtornos de pe

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1 Débora Oléa Braga - TXXII 
PSIQUIATRA: 
- Visa promover a saúde mental. 
 
O QUE SIGNIFICA SAÚDE MENTAL? 
Termo usado para descrever o nível de qualidade 
de vida cognitiva ou emocional de um indivíduo. 
 OMS  Não há definição oficial. 
- Diferenças culturais, julgamentos subjetivos e 
teorias concorrentes. 
 Capacidade de um indivíduo de apreciar a 
vida e procurar um equilíbrio entre as 
atividades e os esforços para atingir a 
resiliência psicológica. 
*Resiliência: Capacidade de adaptação diante de 
um evento estressor. 
 Bom funcionamento do indivíduo nas 
atividades diárias, resultando em 
atividades produtivas (trabalho, escola), 
relacionamentos interpessoais saudáveis 
e habilidade para se adaptar a mudanças 
e lidar com adversidades. 
 
O QUE SIGNIFICA COMPORTAMENTO 
NORMAL E ANORMAL? 
Muda com o contexto social. 
 Trata-se de uma definição social. 
 Baseado em valores e suposições de uma 
sociedade. 
 Difere de uma cultura para outra. 
COMPORTAMENTO NORMAL  Comportamento 
bem adaptado aos costumes e expectativas da 
sociedade. 
 
O QUE SIGNIFICA DOENÇA MENTAL? 
 Referência ao conjunto de transtornos 
mentais diagnosticáveis. 
 Condições de saúde que envolvem: 
- Alterações significativas nas emoções, no 
pensamento E/OU no comportamento. 
 Prejuízo no funcionamento social, laboral 
ou no convívio familiar. 
 
O QUE É LOUCURA? 
 Não é utilizado na psiquiatria. 
 Psicose – termo técnico que se refere à 
loucura. 
 
PRINCÍPIOS GERAIS 
PSICOPATOLOGIA: Estuda os transtornos 
anormais da mente. 
. Norteia a avaliação psiquiátrica. 
“O objeto da psicopatologia é o fenômeno 
psíquico, mas só os patológicos. ” 
“A psicopatologia investiga muitos fatos cujos 
correspondentes ‘normais’ ainda não foram 
estabelecidos pela psicologia”, e “é muitas vezes a 
visão do anormal que ensina a explicar o normal” 
- Envolve tanto a escuta como a observação. 
 Sintomas → Vivências subjetivas – o que 
o paciente traz de queixa. 
 Sinais  Objetivos (É a observação do 
comportamento). 
Exemplo: Chorar durante a entrevista. 
 
 
 
 2 Débora Oléa Braga - TXXII 
Um sintoma isolado não é necessariamente 
patológico, pois pode ser encontrado em 
determinadas circunstâncias em pessoas normais, 
por exemplo, uma pessoa triste não é 
necessariamente depressiva. 
 Nenhum critério é por si só indicador de 
um quadro patológico. 
 Uma psicopatologia deve ser definida por 
vários critérios. 
Exemplo: Tristeza na maior parte das vezes não é 
patológica. 
 
CONTEÚDO DOS SINTOMAS 
 Devemos levar em consideração o 
contexto e a presença de prejuízo. 
Depende da história pessoal e cultural, do 
momento histórico em que ele vive, da educação, 
experiências passadas. 
Os sintomas não são universais, depende de 
experiências particulares do indivíduo. 
‘’Toda patologia é anormalidade, mas nem toda 
anormalidade é patologia’’. 
 
ENTREVISTA PSIQUIÁTRICA CLÍNICA 
 Tem 3 objetivos principais: 
- Formular um diagnóstico. 
- Formular um prognóstico (saber quais as 
chances que um paciente tem de responder) a 
partir do diagnóstico. 
- Elaborar um planejamento terapêutico = 
Tratamento (Seja ele medicamentoso ou não). 
 
 A partir da entrevista que começa a se 
estabelecer a aliança entre paciente e 
terapeuta. 
- Deixar o paciente à vontade. 
- O ambiente deve ser acolhedor. 
 
 Apresentar-se ao paciente: 
- Objetivo de ajuda. 
- Deixar claro que as informações fornecidas são 
sigilosas (com exceções caso ofereça risco para 
alguém): 
. Quando seu comportamento/pensamento 
oferecer risco para o próprio paciente, familiares 
ou sociedade. 
Exemplo: A situação mais comum de quebra de 
sigilo ocorre pela ideação suicida. 
 
CONSIDERAÇÕES 
Providenciar um local com privacidade e conforto 
para a entrevista. 
Apresentar-se ao paciente e depois explicar 
brevemente o objetivo da entrevista  
Tranquilizar o paciente. 
 Iniciar a entrevista com perguntas 
abertas. 
Deve-se deixar o paciente falar livremente no 
início da entrevista e só depois deve-se fazer 
questionamentos mais direcionados. 
É preciso saber quando e como interromper o 
paciente. 
Evitar pausas e silêncios prolongados. 
Fazer perguntas abertas e não fechadas. 
Utilizar linguagem acessível. 
 
 
 
 3 Débora Oléa Braga - TXXII 
TIPOS DE ENTREVISTA 
Entrevista semiestruturada: 
Há algumas perguntas que geralmente são feitas e 
ela é mais flexível. 
 
ENTREVISTA ABERTA 
Quem dita o curso é o paciente. 
 Trata-se de uma entrevista mais 
demorada. 
 É mais difícil chegar ao diagnóstico final. 
 Geralmente utilizada pelo 
psicoterapeuta/psicoanalista. 
• Não segue roteiro pré-determinado. 
• Curso da entrevista determinado pelo paciente. 
• Vantagens → Acesso mais fácil ao material 
inconsciente. 
• Limitações → Discordância entre 
entrevistadores, dificuldade em formular 
diagnósticos consistente e tempo imprevisível. 
 
ENTREVISTA ESTRUTURADA 
Há uma lista de perguntas que são feitas para o 
paciente. 
• Vantagens → Confiabilidade diagnóstica. 
• Desvantagens → Pequena flexibilidade 
(Prejudica a colaboração do paciente). 
- Para pesquisa. 
 
ENTREVISTA SEMI-ESTRUTURADA 
 Mais utilizada. 
Mais flexível na sequência e forma de formular 
perguntas. 
- Essa aqui é o que os psiquiatras mais usam! 
AVALIAÇÃO PSIQUIÁTRICA 
Compreende 2 partes: 
 Anamnese psiquiátrica: 
- Informações partem do paciente, mas podem 
ser complementadas por outras fontes de 
informação (acompanhante) – lembrar que deixar 
o paciente falar mostra para ele que ele pode se 
abrir. 
 Exame do estado mental: 
- Revisa o funcionamento emocional e cognitivo 
do paciente de forma sistemática no momento 
que a entrevista é conduzida. 
 
ESTRUTURA E CONTEÚDO DA ANAMNESE 
IDENTIFICAÇÃO 
o Nome, idade, sexo, etnia, estado civil, 
filhos, naturalidade, procedência, religião, 
educação, ocupação, com quem reside, 
acompanhante e situação da entrevista. 
Muitos dos dados da identificação surgem ao 
longo da entrevista. 
 
QUEIXA PRINCIPAL E DURAÇÃO 
- Motivo do atendimento. 
- Descrever nas palavras do paciente  
Colocamos ‘’ ‘’ para dizer as palavras que ele 
utilizou. 
- Importante se atentar a quem o encaminhou 
para a consulta, de quem foi a iniciativa de 
buscar ajuda e com qual objetivo. 
 
 
 
 4 Débora Oléa Braga - TXXII 
HMA 
 Desenvolvimento dos sintomas desde o 
início até o presente. 
 Relação de eventos, conflitos e 
estressores precipitantes imediatos 
(precedendo o quadro). 
 Mudança de nível de funcionamento 
anterior: 
‘’Deixou de fazer coisas que antes não conseguia 
fazer? ’’ 
 Registro cronológico e organizado da 
evolução do quadro. 
 
PERGUNTAS: 
Quando observou que algo estava lhe 
acontecendo? 
Você estava chateado com alguma coisa quando 
os sintomas começaram? 
Começaram de repente ou de forma gradual? 
 
HISTÓRIA DA DOENÇA PSIQUIÁTRICA 
 Transtornos psiquiátricos anteriores. 
Data de início, sintomas, tratamento realizado, 
necessidade de hospitalização, evolução e 
retomada da funcionalidade. 
 Verifique se a doença tem algum 
propósito adicional (ganho secundário). 
Algumas pessoas adoecem e a melhora significa 
voltar para um ambiente hostil/situação ruim 
para a pessoa. 
De alguma forma, a doença traz um 
ganho/benefício. 
Exemplo: Pessoa que trabalha em um local 
insalubre. 
 
 Isso não quer dizer que o paciente está 
ganhando vantagem em ter aquilo. 
 O ganho secundário muitas vezes o 
tratamento vai ser mais complexo. 
 
HISTÓRIA MÉDICA 
o Transtornos médicos anteriores e 
comorbidades. 
HAS, DM, doenças infecto contagiosas, doenças 
neurológicas, doenças da tireoide, doenças 
autoimunes, tumores, tratamentos. 
Caso o paciente tenha, essa doença está tratada 
ou compensada ? 
 
o Antecedentes obstétricos. 
 
o Cirurgias prévias. 
 
o Alergias. 
 
o Medicamentos e suas dosagens.o História pessoal: 
- História da vida do indivíduo (nascimento, 
infância, adolescência, vida adulta). 
- Eventos que tenham marcado o indivíduo, tanto 
positivo quanto negativamente o paciente. 
 
NASCIMENTO 
- Gravidez 
- Parto 
- Desenvolvimento. 
 
 
 
 5 Débora Oléa Braga - TXXII 
INFÂNCIA 
- Controle dos esfíncteres. 
- Personalidade. 
- Relacionamento com pais e cuidadores. 
- Relacionamento com irmãos, amigos e animais. 
- Desempenho escolar. 
 
ADOLESCÊNCIA 
- Relacionamento com familiares, amigos e 
autoridades. 
- Desempenho escolar. 
- Uso de drogas. 
 
VIDA ADULTA 
- História ocupacional. 
- Relacionamentos conjugais. 
- Relacionamento com amigos, familiares e 
colegas de trabalho. 
- Finanças. 
 
o Personalidade pré-mórbida: 
Trata-se de um aspecto da entrevista psiquiátrica 
que se mistura muito com a história pessoal. 
 É o jeito da pessoa. 
 A forma como a pessoa lida com o 
mundo, com ela própria ou com as outras 
pessoas. 
 ‘’ Como as pessoas costumam a te 
descrever? ’’. 
Conjunto de atitudes e padrões habituais de 
comportamento do indivíduo, 
independentemente da situação de doença 
 - Como o indivíduo era antes de adoecer. 
‘’Jeito da pessoa’’ → forma com que ela lida com 
pessoas, problemas, mundo etc. 
 Avaliar: 
- Preocupações excessivas. 
- Estado de humor habitual. 
- Capacidade de expressar os sentimentos. 
- Capacidade para executar planos e projetos. 
- Maneira como reage quando se sente 
pressionado. 
- Observar mudanças de personalidade com a 
doença. 
 
o História familiar: 
 
 Colher informações sobre os pais e irmãos 
quanto à idade e problemas de saúde 
(destaque aos relacionados com à saúde 
mental). 
 Membros falecidos: Pesquisar causa da 
morte e idade. 
- Se a causa da morte for suicídio  DESTACAR. 
- Questionar história de suicídio na família (é 
muito mais comum em pacientes que se suicidam 
ter casos de suicídio na família). 
 
o História social/Dinâmica familiar: 
 Situação socioeconômica. 
 Fonte de renda principal. 
 Relacionamento dos familiares com o 
paciente. 
 Entendimento da doença pela família e 
suporte oferecido por eles. 
 Uso de drogas (qual (is), quantidade, 
frequência, prejuízo). 
 
 6 Débora Oléa Braga - TXXII 
É o equivalente ao exame físico. 
*Diferente do exame físico, não há um momento 
específico para fazer o exame do estado mental. 
Ele é feito na medida em que vamos 
entrevistando o paciente. 
Trata-se da sistematização, um relato organizado, 
de uma observação do comportamento do 
paciente. 
*Muitas vezes são observações do dia a dia. 
 
INTRODUÇÃO 
É a pesquisa sistemática de sinais e sintomas de 
alterações do funcionamento mental durante a 
entrevista psiquiátrica. 
 Trata-se de um ‘’retrato’’/uma foto do 
momento da entrevista. 
• Começa no 1º contato. 
• Se caracteriza pela observação. 
• Deve haver fidelidade ao relato do paciente. 
• São descritas apenas as informações vivenciadas 
no momento da entrevista. 
• Deve ser refeito com uma periodicidade de 
horas ou dias. 
 
O QUE DEVE SER AVALIADO? 
1. SITUAÇÃO DA ENTREVISTA. 
- Local onde aconteceu. 
- Presença de outros participantes na entrevista. 
- Eventuais intercorrências. 
 
2. APRESENTAÇÃO/APARÊNCIA DO 
PACIENTE. 
- Aparência quanto à idade e à saúde. 
*Envelhecido ou parece mais jovem. 
- Presença de deformidades ou peculiaridades 
físicas (tatuagens, piercings). 
- Modo de vestir-se e cuidados pessoais, incluindo 
asseio e excentricidades. 
*Roupa adequada para a ocasião, extravagante, 
etc. 
- Expressão facial. 
*Indiferente, neutra, zangada, alegre, etc. 
 
3. ATITUDE E POSTURA. 
Arrogante, desconfiada, inibida ou desinibida, 
indiferente, não cooperativa (se recusa a 
responder as perguntas), opositora, 
manipuladora. 
- Ativa x passiva. 
- Atitude mais comum é colaborativa. 
 
4. PSICOMOTRICIDADE: Comportamento da 
atividade motora. 
QUANTITATIVO → 
Aumentada (agitação): Exemplo: Fica andando na 
sala no momento da entrevista. 
Diminuída (lentificação). 
QUALITATIVO → 
- Acatisia (necessidade de mexer pés e pernas): 
Paciente sente uma necessidade de mexer muito 
grande. 
 7 Débora Oléa Braga - TXXII 
 Tiques (anormalidades rápidas e quase 
involuntárias): Se o paciente faz um grande 
esforço ele consegue se inibir. 
*Maior parte ocorre em face e pescoço. 
 Ecopraxia (imita movimentos do 
entrevistador). 
 Catalepsia (mantém uma postura 
desconfortável contra a gravidade por muito 
tempo). 
*Exemplo: Ficar com os 2 braços para cima 
durante muito tempo é uma situação 
desconfortável. 
 Flexibilidade cérea (paciente imóvel, a pessoa 
consegue ‘’modelá-lo’’ e ele fica igual um boneco 
de cera). 
Exemplo: Ao levantarmos o braço dele o paciente 
fica na posição. 
- Raro e preocupante. 
 
5. AFETO: 
- Observamos durante a entrevista. 
- O que o entrevistador observa. 
- Experiência imediata e subjetiva das emoções 
sentidas em relação à situação (é o que o 
examinador observa). 
o TONALIDADE → Intensidade (aquilo que o 
paciente mantém na maior parte da 
entrevista). 
Apatia, tristeza, depressivo, eufórico, exaltado, 
desconfiado. 
o MODULAÇÃO → 
Hipermodulação: O afeto varia muito durante a 
entrevista). 
Hipomodulação: Não se altera quase em nenhum 
momento; varia pouco o afeto. 
Embotamento: Apatia intensa/indiferença afetiva. 
 
ASSOCIAÇÃO PENSAMENTO/AFETO → O afeto 
não ‘’combina’’ com o que está 
contando/pensando. 
- Trata-se de uma dissociação. 
EQUIVALENTES ORGÂNICOS DO AFETO → 
Quando o paciente tem uma alteração sustentada 
do humor e do afeto, ela costuma apresentar 
alterações no libido/sono/apetite (tem que ser 
questionado a ele). 
- Redução ou aumento. 
 
6. HUMOR: 
- Estado emocional de longa duração, interno, 
não dependente de estímulos externos (é o que o 
paciente relata). 
*Como o paciente se sente a maior parte do 
tempo. 
- Hipotimia = Humor: Entristecido. 
- Hipertimia = Euforia (mais alegre que o habitual). 
-Disforia = Irritabilidade. 
- Neutro. 
- Deprimido (mais triste que o habitual). 
- Ansioso. 
- Irritável. 
 
Na maior parte das vezes o afeto combina com o 
humor (AFETO CONGRUENTE COM O HUMOR). 
Se não combinam → INCONGRUENTES . 
Exemplo: paciente rindo e contando algo triste. 
 
 8 Débora Oléa Braga - TXXII 
7. PENSAMENTO: 
- Acessamos o pensamento através do discurso do 
paciente; através do que o paciente fala. 
Conjunto de função integrativas capazes de 
associar conhecimentos novos e antigos, integrar 
estímulos externos e internos, analisar, abstrair, 
julgar, concluir, sintetizar e criar. 
 
CURSO: 
Modo como o pensamento flui, sua velocidade e 
ritmo ao longo do tempo 
 Acelerado (fala acelerada = pensamento 
acelerado). 
 Lentificado (fala devagar = pensamento 
lentificado). 
 Inibido = Mutismo (paciente mudo). 
 
FORMA: 
É a organização do pensamento. 
A partir da articulação de um pensamento do 
paciente vemos se está organizado ou não. 
Examina a organização formal do pensamento, 
sua continuidade e eficácia em atingir um 
determinado objetivo. 
 Fuga de ideias: 
Pensamento está tão acelerado e o paciente troca 
de assunto rapidamente. 
Porém, um assunto tem a relação com o outro. 
 Perseveração. 
Paciente responde a diversas perguntas com uma 
única palavra ou frase. 
*Característica de quadros psicóticos mais 
avançados. 
 
 Bloqueio de pensamento: 
Paciente está desenvolvendo uma ideia e 
subitamente ele para – mete entra em um 
branco/vazio. 
 Afrouxamento de associações. 
Paciente está falando sobre um assunto, muda 
para outro, sendo esse sem nenhuma relação com 
o anterior. 
 
ORGANIZAÇÃO: 
 Coerente: Construção das frases em 
relação à sintaxe - gramática). 
O paciente fala uma coisa absurda, não real, mas 
conseguimos compreender a frase. 
‘’Estou aqui pois estou sendo perseguido pelo 
Bolsonaro. Ele armou um complôcontra mim pois 
tenho inteligência superior a todos os seres 
humanos’’. 
*Da para entender o que ele fala e pensa, mas 
não é provável que esteja acontecendo. 
 
CONTINUIDADE E EFICÁCIA DO PENSAMENTO: 
 Circunstancialidade: 
Paciente enrola para falar antes de responder. 
Alteração na qual há expressão do pensamento 
por meio de detalhes irrelevantes e redundantes, 
porém o paciente consegue chegar ao objetivo. 
 Tangencialidade: 
O objetivo nunca é alcançado, ou não é 
claramente definido. 
O paciente não responde à pergunta. 
 
 
 9 Débora Oléa Braga - TXXII 
CONTEÚDO DO PENSAMENTO 
O que predomina no discurso do paciente. 
Conceitos emitidos por ele e sua relação com a 
realidade. 
Tema predominante e/ou com características 
peculiares. 
 Ansioso. 
Exemplo: Pessoa muito ansiosa  Fala a todo 
momento da entrevista o quanto está com medo 
de morrer do COVID. 
 Depressivo: 
Exemplo: Fica falando o quanto as coisas estão 
dando errado na vida. 
 Obsessivos. 
 
ALTERAÇÕES PATOLÓGICAS DO CONTEÚDO 
Ideias supervalorizadas e delírios. 
 
CAPACIDADE DE ABSTRAÇÃO 
Capacidade de pegarmos uma ideia e 
generalizarmos. 
Capacidade de formular conceitos e 
generalizações. 
*Avaliação → Pedir para interpretar de 
provérbios, pontos em comum entre 2 itens. 
Uma pessoa que não possui uma boa capacidade 
de abstração, chamamos de incapacidade de 
abstração = PENSAMENTO CONCRETO – seguem 
literalmente; ao pé da letra. 
 
 
 
 
8. LINGUAGEM E FALA: 
É o modo de se comunicar. 
A linguagem falada é o principal ponto de 
observação. 
Avaliamos: 
QUANTIDADE: 
- Espontâneo. 
- Mutismo (não responde as perguntas). 
- Monossilábico (responde sim ou não). 
- Prolixo. 
QUALIDADE: 
- Discurso pobre. 
- Elaborado. 
- Neologismo (cria novas palavras). 
- Articulação. 
VELOCIDADE: 
- Fluxo aumentado (se fala rápido). 
- Fluxo diminuído (se fala devagar). 
- Latência de resposta: 
LATÊNCIA AUMENTADA = Há uma demora para 
responder sua pergunta. 
LÂTENCIA DIMINUÍDA = Entrevistador nem 
terminou de fazer a pergunta e o paciente já 
responde. 
VOLUME: 
Alto, baixo ou normal. 
 
 
 
 
 10 Débora Oléa Braga - TXXII 
 Afasia: Ausência de fala. 
Geralmente quadros neurológicos – não consegue 
falar. 
 Mutismo (capaz de falar, mas não quer). 
 Disartria (problema na articulação das 
palavras). 
 Dislalia (troca letras). 
 Logorréia (aumento da quantidade da 
fala: fala demais). 
 Solilóquio (monólogo – paciente fala 
sozinho). 
*Característico de pacientes psicóticos. 
 Ecolalia (repete a última sílaba ou palavra 
do examinador). 
 Coprolalia (palavras repetidas de baixo 
calão). 
 
9. SENSOPERCEPÇÃO: 
Avaliação da percepção do indivíduo a partir dos 
órgãos do sentido em relação ao meio. 
(5 sentidos: auditivo, gustativo, tátil, olfatório e 
visual) 
Quando há uma alteração em 1 ou + dos 5 
sentidos há uma alteração na sensopercepção. 
 
 Ilusão. 
 Alucinação. 
 Despersonalização. 
 Desrealização. 
 
10. CONSCIÊNCIA: 
Estado de lucidez que uma pessoa se encontra. 
Inclui o reconhecimento da realidade externa ou 
de si mesmo em um determinado momento, e a 
capacidade de responder à estímulos. 
 Vigil: Abertura ocular espontânea, estado 
alerta e responsivo. 
 Sonolência: Lentificação dos processos 
ideacionais (geralmente quando muito medicado) 
 Torpor: Está dormindo, exceto quando 
estimulado. 
 Coma: Não pode ser acordado. 
 
11. ATENÇÃO: 
Capacidade de focalizar e manter a atenção em 
uma atividade, envolvendo atenção/distração, 
frente aos estímulos externos ou internos. 
 Vigilância: Capacidade de voltar o foco da 
atenção para estímulos externos (meio). 
*Hipervigilante: Qualquer estímulo externo 
chama sua atenção (paciente amedrontado) 
*Hipovigilante. 
 Tenacidade: Capacidade de manter-se em 
uma tarefa específica. 
Exemplo: Prestar atenção às perguntas da 
entrevista. 
*Hipotenaz (disperso). 
*Hipertenaz (excesso de atenção, afoito). 
*Normotenacidade (postura adequada, 
esperada). 
 Concentração: Capacidade de manter a 
atenção voluntária em alguma atividade 
mental. 
Ex: atividade de subtração do 7 a partir do 100. 
 
12. ORIENTAÇÃO: 
 
 Autopsíquica → Saber o próprio nome, 
reconhecer as pessoas do seu meio, saber 
quem é o entrevistado. 
 11 Débora Oléa Braga - TXXII 
 Alopsíquica → Orientação em tempo 
(ano, mês, dia da semana, período do dia) 
e espaço (onde se encontra no momento, 
a cidade, o estado). 
 
13. MEMÓRIA: 
Capacidade de registrar, fixar ou reter, evocar e 
reconhecer objetos, pessoas, experiências ou 
estímulos sensoriais. 
 Imediata: Últimos 5 minutos. 
 Recente: Engloba os últimos dias e horas. 
 Remota: Abrange desde os primeiros 
anos de vida. 
 
14. CAPACIDADE INTELECTUAL: 
Não fazemos testes formais para avaliar. Porém, 
através da entrevista conseguimos prever um 
desempenho intelectual. 
*Caso tenhamos dúvidas podemos fazer algumas 
perguntas, como quem é o presidente ou mesmo 
pedir para o paciente resolver um problema 
aritmético. 
Estimativa do nível de desempenho intelectual 
esperado, em função da escolaridade e do nível 
sociocultural, enquanto capacidade de 
compreensão e integração de experiências. 
 
15. INSIGHT: 
- Percepção do paciente de que está doente e 
precisa de ajuda (compreende/reconhece seus 
problemas e sua doença). 
 Insight bom/preservado: Quando o 
paciente reconhece que possui uma 
doença/transtorno e precisa de ajuda. 
 Insight prejudicado: Quando o paciente 
nega uma doença. 
 
 
16. JUÍZO CRÍTICO DA REALIDADE: 
Capacidade de perceber e avaliar a realidade 
externa (conviver com ela de forma padronizada) 
e separá-la dos aspectos do mundo interno ou 
subjetivo. 
*Exemplo: Um paciente que se sente perseguido 
por uma pessoa – juízo crítico prejudicado. 
Considera-se que o juízo crítico da realidade está 
alterado, por exemplo, quando as decisões do 
paciente são determinadas por delírios ou 
alucinações. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 12 Débora Oléa Braga - TXXII 
 
DEFINIÇÃO 
 É UM SINTOMA E NÃO UM 
DIAGNÓSTICO. 
 Para ser psicótico, ele necessita de 1 dos 4 
sintomas indicativos de psicose. 
*Pode ter mais de 1 dos sintomas. 
 
1. Delírios: 
 
 Falsa crença (acredita que tem algo 
acontecendo, mas não está). 
 Não cede à argumentação lógica. 
Exemplo: Se ele acreditar que alguém está o 
perseguindo, nada que nós falamos faz o parar de 
acreditar. 
 Não compartilhada (não é compartilhada 
por outros indivíduos, por exemplo, uma 
seita religiosa). 
 
 Alteração do pensamento (está dentro 
do pensamento do paciente, uma vez 
que é apresentado no discurso, podendo 
ser ilógico ou delirante). 
No exame do estado mental colocamos ‘’discurso 
ilógico ou delirante’’ 
 
2. Alucinações. 
3. Desorganização do comportamento. 
4. Desorganização do pensamento. 
 
 
 
CONTEÚDOS DOS DELÍRIOS 
Geralmente, os delírios envolvem situações de 
interesse ao indivíduo. 
 Delírios Persecutórios  Mais comum. 
 Delírios de Referência/Paranoide: 
Paciente começa a achar que os estímulos neutros 
do ambiente estão se referindo a ele. 
 Delírios de ciúme e infidelidade. 
Acha que está traindo. 
 Delírios de amor/erotomaníacos: 
Acontece quando o paciente acredita que uma 
pessoa de maior proeminência social está 
apaixonada secretamente por ele. 
*Geralmente celebridade ou figura de autoridade. 
 Delírios grandiosos. 
Paciente acredita que possui algum superpoder, 
muito dinheiro ou fama. 
 Delírios religiosos: 
Paciente acredita que é o novo Messias ou que 
ele possui uma função na Terra de profetizar 
acontecimentos religiosos. 
 Delírios de culpa: 
Acredita que fez algum mal a alguém ou a ele 
próprio. 
 Delírios hipocondríacos ou somáticos: 
Não cede à argumentação lógica. 
Exemplo: Acredita que está doente. 
 Delírios bizarros. 
Delírios queo conteúdo não encontra qualquer 
embasamento da realidade. 
Exemplo: ‘’Eu por ser do signo de gêmeos, tenho 
um gêmeo dentro de mim e que me obriga a fazer 
coisas que eu não quero. ’’ 
 13 Débora Oléa Braga - TXXII 
 Delírios de controle. 
Paciente acredita que tem algo ou alguém que o 
controla remotamente. 
Exemplo: O FBI instalou um chip na minha cabeça 
que controla meus pensamentos. 
 Delírios de inserção, irradiação ou roubo 
de pensamento: 
- Mais raro. 
INSERÇÃO: Paciente acredita que outras pessoas 
estão colocando pensamentos na cabeça dele. 
IRRADIAÇÃO: Acredita que os pensamentos estão 
irradiando de forma que outras pessoas 
conseguem acessar. 
ROUBO DE PENSAMENTO: Outra pessoa está 
roubando o pensamento dele. 
 
 
Delírios podem, em seu conteúdo, refletir os 
interesses e preocupações predominantes do 
paciente. 
Isso ocorre pois utilizamos elementos da nossa 
vida para construir os nossos delírios. 
*Uma pessoa muito religiosa se algum dia 
desenvolver um quadro psicótico possui mais 
chance de possui um delírio de conteúdo 
religioso’’ 
 
 
DELÍRIOS PERSECUTÓRIOS 
Conteúdo mais comum. 
Sentimento de desconforto, preocupação ou 
desespero são mais comuns. 
Agente da perseguição pode ser animado, 
inanimado (agentes, máquinas) OU paciente 
experiência a perseguição como uma vaga 
influência (não sabe exatamente definir o que 
está o perseguindo). 
 
Exemplo: 
“(…) o paciente afirmava que seu apartamento 
era o centro de um grande sistema de 
comunicação que envolvia três redes de televisão, 
seus vizinhos e centenas de atores. Havia câmeras 
secretas em seu apartamento que monitorizavam 
cuidadosamente todas as suas atividades.” 
 
DELÍRIOS DE CIÚME E INFIDELIDADE 
Paciente acha que está sendo traído. 
Argumentações frágeis e não sustentáveis. 
 Crimes de violência podem ocorrer. 
“(…) a namorada, revelou ele, estava tendo um 
caso com alguém, mas ele não tinha certeza de 
quem era o intruso. Havia começado a reunir 
evidências: fios de cabelo encontrados no 
apartamento, itens suspeitos no lixo. Revelou 
planos de filmar as atividades da namorada 
enquanto estava no trabalho. Disse que iria matá-
la se o caso continuasse (…)” 
 
DELÍRIOS DE AMOR OU EROTOMANÍACOS 
Delírio de ser amante secreto ou objeto de amor 
de alguém. 
 Amor sentimental; platônico. 
 Pode ser por uma pessoa comum, mas 
geralmente é plenamente ocupado pelo 
objeto de sua adoração, uma pessoa de 
maior proeminência social. 
Embora em geral o paciente seja tranquilo e 
pacífico, o paciente ocasionalmente se torna 
irritável, passional e ciumento. 
- Mais comum em mulheres. 
 14 Débora Oléa Braga - TXXII 
Exemplo: 
‘’Paciente jovem, jornalista, foi cobrir um show do 
Lobão e, desde então, afirma ser ele apaixonado 
secretamente por ela. Chega a lhe escrever 
músicas e enviar mensagens através dos textos de 
seu blog oficial. ’’ 
 
DELÍRIOS GRANDIOSOS 
Crença de ser uma celebridade famosa ou ter 
poderes sobrenaturais, estar envolvido em uma 
missão secreta, etc. 
Podem se estender aos objetos (constrói uma 
máquina do tempo, fruto de sua genialidade 
criativa). 
Exemplo: 
“Hoje e um dia de grande solenidade! A Espanha 
tem um rei. Foi encontrado. Este rei sou eu. 
Apenas hoje fui descobrir. Confesso que fui 
bruscamente inundado de luz. Não compreendo 
como pude pensar, imaginar que eu era 
conselheiro titular. Como este pensamento 
extravagante pôde penetrar no meu cérebro?” 
 
DELÍRIOS RELIGIOSOS 
Podem ser de natureza grandiosa (‘’enviado de 
Deus’’). 
NÃO são causados por crença religiosa excessiva, 
nem por erros cometidos pelo paciente. 
Pode ser difícil fazer a distinção entre o delírio 
religioso e a experiência de uma crença ou prática 
religiosa incomum. 
*Para diferenciarmos vemos se há PREJUÍZO; 
perguntamos para o acompanhante também. 
Exemplo: 
“ (…) quando confrontado, afirmou 
desdenhosamente que, como havia sido escolhido 
para iniciar um renascimento religioso na cidade, 
era necessário tornar pública sua intenção de 
forma permanente. A polícia não teve sucesso em 
impedi-lo de cortar outra árvore, e o prendeu. ” 
 
DELÍRIOS DE CULPA 
 Mais comuns nos transtornos 
depressivos. 
 Pessoa SE culpa em algo. 
Podem levar ao suicídio e, mais raramente, ao 
homicídio. 
A pessoa começa a achar que eventos naturais, 
como um tsunami, foram sua culpa. 
Crenças sobre culpa podem dominar totalmente o 
pensamento do indivíduo. 
Exemplo: 
“(…) ‘ mil desculpas’, eu continuava a dizer, 
vagamente consciente de deixar todos à mesa 
achando que eu estava tomando drogas ou coisa 
parecida. ‘Mil desculpas’, e todo mundo 
continuava dizendo que não havia de que se 
desculpar. E então desmaiei de novo, entrando 
num sono cavernoso por 17 horas. Sonhei com 
uma grande guerra. Meu Deus, eu havia 
esquecido a intensidade da depressão.” 
 
DELÍRIOS HIPOCONDRÍACOS 
Paciente acredita estar com uma doença, 
geralmente grave. 
Delírio fixo, irremovível, intenso, pois o paciente 
está convencido de sua natureza física. 
“Paciente do sexo feminino internada na 
enfermaria B solicitava de forma insistente uma 
traqueostomia, já que devido a uma grave doença 
que adquirira a impedia de respirar”. 
 
 
 15 Débora Oléa Braga - TXXII 
ALUCINAÇÕES 
 A alucinação é uma alteração do sentido. 
 Experiência semelhantes à percepção: 
Percebe um estímulo e o paciente vive como se 
fosse real. 
 Força e impacto plenos de uma percepção 
real. 
 Estímulo acontece na ausência de um 
externo. 
Paciente escuta uma voz, mas essa voz não é real. 
 Indesejada. 
*Paciente não escuta vozes porque ele quer. 
 Ocorrência espontânea. 
 Não pode ser facilmente controlada. 
 Podem não existir evidências para o 
perceptu em outras modalidades: 
- Não há dono das vozes. 
- A voz não tem um corpo; não há uma alucinação 
visual junto na maior parte das vezes. 
 Podem ocorrer ao mesmo tempo em que 
os estímulos sensoriais normais são 
recebidos. 
- Paciente escuta uma voz que ninguém escuta e 
ao mesmo tempo ouve o barulho vindo de uma 
televisão (estímulo real). 
 A atenção não a remove. 
 Contexto: 
Antes de afirmarmos que o paciente possui uma 
alucinação temos que ver o contexto. 
 Se está contextualizado na religião do indivíduo, 
não é alucinação, como por exemplo uma 
médium no centro espírita. 
 
 
 
ACOMETEM OS SENTIDOS 
São elas (em ordem de frequência): 
1. Auditivas. 
2. Visuais. 
3. Táteis. 
4. Olfativas. 
5. Gustativas 
As duas últimas são mais raras e quando acontem 
normalmente são juntas. 
 
DIAGNÓSTICOS DIFERENCIAIS DE ALUCINAÇÃO : 
 Distorção: 
Visão de um objeto que de fato existe de uma 
maneira distorcida. 
Exemplo: Enxerga um objeto maior ou mais 
colorido do que ele realmente é. 
*Distorções acontecem principalmente em 
experiências com drogas. 
 Ilusão: 
Alteração de sentido. 
 A atenção remove o estímulo. 
Por exemplo: Você viu um filme de terror à noite 
e vai dormir. Quando chega ao seu quarto, vê um 
cabideiro com um casaco e você logo acha que é o 
vilão do filme. 
Porém, depois de tomar um susto você vê que é 
um cabideiro (atenção removeu o estímulo). 
 
ALUCINAÇÕES AUDITIVAS 
 Paciente escuta algo que ninguém é capaz 
de escutar. 
 
 Sons não estruturados (ruídos, 
chocalhos). 
 Vozes claras, objetivas, definidas. 
 16 Débora Oléa Braga - TXXII 
 Pode ouvir várias vozes ao mesmo tempo. 
 Muitas vezes com conteúdo depreciativo 
ou ameaçador. 
 
 Pacientes podem falar abertamente que 
escutam vozes ou afirmar que não 
escutam vozes  Sonilóquio/monólogo 
(paciente fala sozinho). 
Podem formar um pano de fundo perseverante 
para a vida. 
 
EXISTEM 2 TIPOS DE ALUCINAÇÕES QUE NÃO HÁ 
UM SIGNIFICADO CLÍNICO IMPORTANTE 
1. Hipnagógicas: 
Acontecem no intervalo entre acordada e 
dormindo; antes de dormir. 
2. Hipnopômpicas: 
Acontecem quando você está quaseacordando. 
 
ALUCINAÇÕES VISUAIS 
 Paciente vê algo que ninguém é capaz de 
escutar. 
Flashes de luz, vultos, percepções visuais 
complexas (ver um cenário cheio de detalhes ou 
uma pessoa). 
O mais comum são alucinações pouco definidas: 
Como se fosse uma sombra, vulto. 
 
 
 
TÁTEIS 
 Paciente sente algo que não era para 
estar sentido. 
 Superficiais (sensação cutânea). 
 Cinestésicas (músculos, articulações). 
 Viscerais (órgãos internos). 
 
OLFATIVA 
Paciente sente um cheiro que ninguém mais está 
sentindo. 
 Sente um cheiro recorrente em diversas 
situações diferentes. 
 
GUSTATIVA 
Sente um gosto estranho na boca. 
 
DESORGANIZAÇÃO DO COMPORTAMENTO 
Trata-se de um comportamento que não faz 
sentido e que não volta para o objetivo  
Comportamento bizarro. 
Exemplo: Vestir a cueca em cima da calça. 
 Pueril: Adulto se comporta como criança. 
*Chupar chupeta, mamar mamadeira. 
 Agitação imprevisível (vem do nada)  
Não encontramos uma razão para a 
agitação. 
 Catatonia. 
 
 
 
 
 
 17 Débora Oléa Braga - TXXII 
DESORGANIZAÇÃO DO PENSAMENTO 
É analisado no discurso. 
 Afrouxamento de associações: 
Paciente troca de assunto frequentemente, sendo 
o primeiro assunto não tem associação com o 
segundo. 
 
 
 Tangencialidade: 
Paciente vai tentar responder sua pergunta, mas 
não responde. 
- Tipo mais leve de desorganização do 
pensamento. 
 Salada de Palavras: 
Emite palavras soltas que não formam uma 
sentença. 
 Neologismos: 
É o mais grave de todos. 
Cria palavras novas. 
 
POR QUE O PACIENTE ESTÁ PSICÓTICO? 
Psicose não é um diagnóstico e sim um achado 
sintomático em diversas condições médicas. 
 
DEVEMOS DESCARTAR OUTRAS CONDIÇÕES 
MÉDICAS 
Causas orgânicas  Doença psiquiátrica também 
é de causa orgânica (acomete o cérebro). 
Analisar se existem outras condições médicas. 
Uma vez que isso será identificado na: 
o Anamnese. 
o Interrogatório dos diversos aparelhos. 
o Exame Físico completo. 
o Exame neurológico sumário. 
o Exames complementares. 
o Exames Gerais (hemograma, função hepática, 
íons – sódio e K+, glicemia de jejum)  Para 
descartar estado confusional agudo (delirium – 
condição não psiquiátrica que causa psicose). 
o TSH (mais comumente o hipertireoidismo). 
o VDRL (neurossífilis pode causar sintomas 
psicóticos). 
o FAN (10% dos pacientes com LES podem ter 
sintomas psicóticos). 
o HIV: Pacientes que tenham comprometimento 
do SNC decorrente do quadro de AIDS podem 
desenvolver sintomas psicóticos. 
o Tomografia de Crânio  Síndromes demenciais 
e Tumores do SNC. 
o Screening toxicológico (rastreio de uso recente 
de drogas). 
 
PRINCIPAIS CONDIÇÕES NÃO PSIQUIÁTRICAS 
QUE PODEM CAUSAR SINTOMAS PSICÓTICOS: 
 Estado Confusional Agudo. 
 Síndrome de Abstinência Alcoólica. 
 Lúpus Eritematoso Sistêmico. 
 SIDA. 
 Neurossífilis. 
 Hipo ou hipertireoidismo. 
 Epilepsia. 
 
 
 
 
 18 Débora Oléa Braga - TXXII 
SUSBTÂNCIAS PSICOATIVAS (SPA) 
Se não houver outra condição médica e os exames 
vierem sem alterações, deve-se descartar o uso 
de substancias psicoativas = drogas lícitas, ilícitas 
ou qualquer outra medicação que possa agir no 
SNC. 
*Álcool, crack, cocaína, LSD, maconha... cafeína e 
tabaco são exceções. 
*Medicamentos que podem causar psicose são os 
estimulantes do SNC  Ritalina e similares. 
 Questionar se o último uso foi a um mês. 
Se foi, deve-se definir como TRANSTORNO 
PSICÓTICO SECUNDÁRIO AO USO DE SPA . 
 
 Se não foi feito há menos de um mês, 
não é culpa das SPA. 
Descartados os possíveis diagnósticos até aqui, 
deve-se propor como possível hipótese o: 
 
TRANSTORNO DE HUMOR: 
Humor é a sensação subjetiva que prevalece a 
maior parte do tempo. 
Devemos investigar se o paciente está: 
1. Mais entristecido do que o habitual. 
2. Mais alegre/eufórico do que o habitual. 
3. Anedonia: Deixou de fazer coisas que 
gostava de fazer. 
 
 Episódio Maníaco: 
Indicativo de doença bipolar. 
*Episódio maníaco com sintomas psicóticos. 
 
 Episódio Depressivo com sintomas 
psicóticos. 
 
Se o paciente não tiver alteração de humor, deve-
se descartar: 
 
TRANSTORNOS DO ESPECTRO DA 
ESQUIZOFRENIA: 
 Transtorno Psicótico Breve. 
 Transtorno Esquizofreniforme. 
 Esquizofrenia. 
 Transtorno Delirante. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 19 Débora Oléa Braga - TXXII 
 
 Quadro agudo e sindrômico. 
 Perturbação da atenção. 
 A perturbação se desenvolve em um 
período breve de tempo (é altamente 
aguda). 
Representa uma mudança da atenção e da 
consciência basais e tende a oscilar quanto à 
gravidade ao longo de um dia. 
 Perturbação adicional na COGNIÇÃO: 
Perde habilidades que antes tinha. 
- Perde a habilidade de fazer tarefas que antes 
fazia. 
- Desorientação. 
 As perturbações não são melhor 
explicadas por outro transtorno 
neurocognitivo preexistente (Demência). 
 
O QUE CAUSA? 
Há evidências a partir da história, do exame físico 
ou achados laboratoriais de que a perturbação é 
uma consequência fisiológica direta de outra 
condição médica, intoxicação ou abstinência de 
uma substância (principalmente medicações). 
 
FATORES PREDISPONENTES 
- Idade avançada (idosos). 
- Sexo masculino. 
- Demência prévia / Declínio cognitivo. 
- Dependência funcional (acamados). 
- Déficits visuais ou auditivos. 
- Polifarmácia. 
- Comorbidades clínicas  Principalmente 
descompensadas. 
- Desnutrição. 
- Patologias psiquiátricas (depressão). 
- Aumento da vulnerabilidade. 
 
FATORES PRECIPITANTES = CAUSA 
- Introdução de fármacos (sedativos –para 
dormir- e hipnóticos/ anticolinérgicos). 
- Privação de sono. 
- Fatores ambientais (internações hospitalares, 
procedimentos gerais, cirurgias no pós-
operatório). 
- Enfermidades gerais: Infecções, alterações 
metabólicas, anemia, desidratação. 
- Dor. 
 
QUADRO CLÍNICO 
Principais: 
1. Alteração da consciência (excessivamente 
alerta). 
2. Letargia ou Sonolência. 
Pode oscilar entre os dois estados. 
3. Redução da atenção. 
Paciente facilmente distraído. 
 
OUTROS SINTOMAS: 
4. Memória e Orientação: 
- Prejuízo remoto e imediato. 
 20 Débora Oléa Braga - TXXII 
- Desorientação autopsíquica (referentes as 
informações bibliográficas do paciente – erra 
aidade, cidade de procedência) e alopsíquica (diz 
respeito ao ambiente em que o paciente está 
inserido  não sabe onde está, em que ano ou 
mês). 
5. Alteração do ciclo sono vigília: 
Paciente inverte o dia pela noite. 
6. Sensopercepção: Pode causar sintomas 
psicóticos. 
- Alucinações (comumente complexas). 
- Ilusões. 
7. Delírios: 
Pensamentos ilógicos e incoerentes 
(tangencialidade, afrouxamento de associações, 
salada de palavras ou neologismos). 
8. Afeto: 
- Labilidade emocional: Afeto do paciente varia 
muito ao longo da entrevista. 
- Ansiedade. 
- Agressividade. 
9. Psicomotricidade 
- Agitação ou Inatividade. 
 
TIPOS DE DELIRIUM 
HIPERATIVO 
15 – 47 %. 
 Agitação 
 Agressividade. 
 Ativação autonômica (taquicardia, ↑ PA, 
sudorese e tremores). 
 
 
MISTO 
43 - 56 %. 
Formas concomitantes ou alternados. 
 
HIPOATIVO 
19 - 71% casos. 
 Letargia. 
 Sonolência. 
 Apatia. 
 
o Tem oscilações. 
 
DIAGNÓSTICO 
o Principal: Clínico. 
 Paciente subitamente começa a ter 
alteração no nível de consciência e/ou de 
atenção. 
 Quadro agudo. 
→ Baseado na observação do paciente, exame 
físico e complementar. 
- Valorização dos dados fornecidos pela família e 
pela equipe que presta assistência ao paciente. 
*Exames complementares (Exclusão de causas 
associadas e intoxicação medicamentosa). 
 
INVESTIGAÇÃO DAS POSSÍVEIS CAUSAS 
1. Neurológicas: 
AVC, traumatismo craniano, tumores do SNC, 
metástases, hematoma subdural, aneurismas, 
abscessos cerebrais, hidrocefalia, epilepsias. 
2. Endocrinológicas: 
Hipo/hipertiroidismo, doençade Addison, 
síndrome de Cushing. 
 21 Débora Oléa Braga - TXXII 
3. Metabólicas: 
Hipóxia, hipoglicemia, falência renal, falência 
hepática, deficiência vitamínica, sobretudo de 
tiamina e cobalamina, distúrbios acidobásico e 
hidroeletrolítico. 
 
4. Vasculares: 
Insuficiência cardíaca, infarto do miocárdio, 
encefalopatia hipertensiva, arterites cerebrais, 
ataques isquêmicos transitórios. 
5. Infecciosas: 
Hipertermia, meningite, encefalite, infecção 
cerebral por HIV, pneumonia e infecção urinária 
(principalmente em idosos) 
6. Autoimunes: 
Lúpus eritematoso, vasculites. 
7. Nutricionais: 
Deficiência de vitaminas como tiamina, 
cianocobalamina, ácido fólico, ácido nicotínico. 
8. Tóxicas: 
Algumas medicações quando ingeridas em 
excesso – principalmente as de ação 
anticolinérgicas – podem causar estado 
confusional agudo. 
Síndrome de abstinência e fármacos que causam 
delírio (cimetidina, cefalosporinas de terceira 
geração, difenidramina, nortriptilina, amitriptilina, 
digoxina, betabloqueadores, antagonistas dos 
canais de cálcio, quinidina, procainamida, fentanil 
transdérmico e meperidina). 
9. Outras: 
Privação do sono, retenção urinária, impactação 
fecal, privação sensorial e distúrbios metabólicos 
 
MEDICAÇÕES ASSOCIADAS AO 
DESENVOLVIMENTO DE DELIRIUM 
 
EXAMES COMPLEMENTARES 
EXAMES GERAIS: 
- Hemograma completo. 
- Eletrólitos (sódio, potássio, magnésio, cálcio, 
fósforo, etc). 
- Ureia. 
- Creatinina. 
- Glicose. 
- Função hepática. 
- TSH e T4 livre. 
- Vitamina B12 e outras. 
- Rastreio toxicológico. 
- Níveis séricos de drogas antiepilépticas, 
benzodiazepínicos, alcoolemia. 
- Urina rotina. 
- Urocultura. 
- Exame de LCR. 
- VDRL. 
- HIV. 
 22 Débora Oléa Braga - TXXII 
- FAN. 
- Radiografia de tórax. 
- Tomografia de crânio. 
- Eletroencefalograma. 
 
MANEJO NÃO FARMACOLÓGICO 
 Avaliar a segurança do paciente. 
 Prevenir danos para si e para outros. 
 Evitar contenção física (amarrá-lo na 
cama  pode piorar o ECA). 
 Tratar os fatores de risco modificáveis = 
Tratar causa base. 
- Estabelecer a fisiologia. 
- Restabelecer equilíbrio hidroeletrolítico. 
- Hidratação + oxigenação. 
 Controle da dor. 
 Medidas de higiene do sono (dormir e 
acordar no mesmo horário). 
 Use estratégias de reorientação: 
- Relógio e calendários. 
- Óculos, aparelhos auditivos. 
 Otimize o ambiente: 
- Evite privação/sobrecarga sensorial. 
- Reduza ruídos para promoção de um bom 
ambiente de sono 
- Iluminação apropriada 
 Traga objetos familiares (Fotos). 
 Estimular deambulação fora do leito 
quando possível. 
 Envolva familiares Educação sobre o 
delirium. 
 
 
 
MANEJO FARMACOLÓGICO 
Se o paciente se encontra hipoativo não damos 
nenhum medicamento psicotrópico. 
Não é recomendável tratar com medicação 
antipsicótica delirium hipoativo. 
PRINCÍPIOS: 
 Medicação psicotrópica deve ser 
reservada para pacientes com agitação 
excessiva ou sintomas psicóticos. 
 Damos antipsicóticos em doses baixas. 
Preconizar monoterapia em baixa dosagem. 
 Retirar tão logo seja possível. 
 Evitar medicações para dormir 
(benzodiazepínicos), pois podem piorar 
ou desencadear o ECA. 
*Usamos o Aloperidol 0,5-1mg. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 23 Débora Oléa Braga - TXXII 
ESCALA DELIRUIM
 
 
 24 Débora Oléa Braga - TXXII 
 
Hipótese de Psicose 
↓ 
Possui delírio, alucinação, desorganização do 
pensamento ou desorganização do 
comportamento? 
↓ 
Causas de Psicose 
↓ 
 Outras condições médicas (não-
psiquiátricos) 
 Uso de Drogas no último mês 
 Transtornos de Humor 
 Transtornos do Espectro Esquizofrênico 
 
INTRODUÇÃO 
 Era chamada de “Demência Precoce”. 
A esquizofrenia não se comporta como a 
demência se comporta, o curso clínico é diferente. 
 Esquizofrenia = Significa “Mente dividida”. 
 Crônico. 
 Frequentemente incapacitante. 
 
Alterações 
o Sentidos  Alucinações. 
o Desorganização no pensamento (delírio). 
o Desorganização do comportamento 
(desorganizado ou agressivo - raro). 
o Expressão Emocional (sintoma negativo). 
 
 
EPIDEMIOLOGIA 
 0,6 a 1,9% da população. 
 Homens x Mulheres 
Igualmente acometida. 
Os homens de modo geral abrem o quadro de 
esquizofrenia mais cedo e é mais grave. 
 Adolescentes ou Adultos Jovens (90% dos 
casos possui o 1º sintoma entre 15 a 55 
anos). 
 Estações do ano (inverno e primavera), 
área urbana, imigrantes, classe social mais 
baixa possuem maior chance de 
desenvolver esquizofrenia. 
Não se sabe descrever certamente o por que. 
Não se sabe se a pobreza aumenta o risco de 
esquizofrenia ou a esquizofrenia causa a pobreza. 
 75%  Desempregados (inativos). 
 2,5% de todos os gastos com saúde. 
 
FASES DA ESQUIZOFENIA 
 
 Paciente que já na infância desenvolve 
um atraso no desenvolvimento 
neuropsicomotor discreto. 
- Nada que precise de um tratamento ou de uma 
estimulação precoce. 
- Crianças tímidas, com poucas amizades e com 
dificuldade escolares, piorando na adolescência. 
 25 Débora Oléa Braga - TXXII 
 Adolescente progressivamente isola-se 
socialmente e mostra-se agressivo diante 
de amigos e família. 
Médicos acham que o indivíduo está depressivo 
Fase prodrômica da esquizofrenia = Sintomas 
começaram a se manifestar. 
É difícil fazer o diagnóstico nessa fase. 
 Após a fase prodrômica o indivíduo abre 
um quadro psicótico de fato, iniciando 
com: 
Alterações nos sentidos, desorganização no 
pensamento (delírio), desorganização do 
comportamento ou expressão Emocional (sintoma 
negativo). 
 
SINTOMAS NEGATIVOS 
 Nessa fase conseguimos fazer o 
diagnóstico e começar o tratamento. 
 Fase progressiva da doença. 
 
1. Embotamento afetivo: 
Não apresenta emoção nenhuma, fica indiferente 
a qualquer estímulo do meio. 
Não identificamos nenhuma expressão AFETIVA 
(exame do estado mental) de alegria ou tristeza. 
2. Abolição: 
Baixa iniciativa para começar qualquer atividade – 
laboral, lazer, interação social. 
Não demonstra interesse e vontade. 
3. Anedonia: 
Redução de interesse ou prazer em atividades que 
antes gostava. 
A anedonia pode ser tanto um sintoma negativo 
quanto mesmo depressivo. 
 
 Paciente come esquizofrenia nunca 
retorna a ser como antes era = Não 
retoma totalmente a funcionalidade. 
Mesmo a melhor resposta possível ao tratamento. 
 
TEORIA DO NEURODESENVOLVIMENTO 
 O cérebro de pacientes esquizofrênicos 
possui alterações precoces, que 
aumentam o risco de desenvolvimento da 
doença. 
Combinada com 
 Fatores desencadeantes. 
Leva a uma modificação dos circuitos cerebrais, 
que culmina no surgimento de sintomas 
psicóticos. 
 
HIPÓTESE DOPAMINÉRGICA 
 
Aumento da disponibilidade e quantidade de 
dopamina (neurotransmissor estimulante) na 
fenda sináptica  Saliência aberrante: 
Interpretação distorcida da realidade ao redor = 
PSICOSE. 
o Ação dos anti-psicóticos: Redução da 
quantidade de dopamina na fenda 
sináptica. 
 
 
 
 
 
 
 26 Débora Oléa Braga - TXXII 
CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS SEGUNDO DSM-5 
 Diagnóstico: 2 ou mais sintomas 
proeminentes por pelo menos 1 mês: 
o Delírios. 
o Alucinações. 
o Discurso desorganizado. 
o Comportamento desorganizado. 
o Sintomas Negativos. 
 
 Sinais da doença por 6 meses ou mais: 
*Sinais em menor intensidade – atenuados. 
Sinais persistem por pelo menos seis meses 
mesmo com o início do tratamento. 
O Sintomas negativos: Não costumam melhorar 
com o tratamento. 
O Delírios e alucinações menos proeminentes. 
 
 Queda do funcionamento: 
Paciente não volta a ser o que era. 
 Descartar: 
- Outros transtornos psiquiátricos. 
- Drogas. 
- Outras condições médicas. 
 
ESQUIZOFRENIA 
CLASSIFICAÇÃO – DSM 5 
Atualmente não existem subtipos da 
esquizofrenia. 
Antigamente, no DSM4, existiam subtipos 
(paranoide, desorganizada, catatônica , 
indiferenciada e residual). 
Essa classificaçãode subtipos foi abandonada pois 
muitos pacientes não se encaixavam na 
classificação. 
O único subtipo que persistiu foi a CATATONIA. 
 
DSM 5 
 Classificada de acordo com o curso: 
- Esquizofrenia de primeiro episódio. 
- Esquizofrenia de episódios múltiplos 
(compensação e descompensação). 
- Esquizofrenia contínua (começou o quadro a 
muito tempo e nunca melhorou). 
- Esquizofrenia não especificada (não temos 
dados suficientes). 
 
CATATONIA (ESQUIZOFRENIA CATATÔNICA) = 
ANORMALIDADE PSICOMOTORA ACENTUADA. 
Se manifesta através de anormalidades psíquicas 
e motoras. 
o Anormalidades psíquicas: 
 
1. Mutismo. 
2. Ecolalia (repete a última palavra ou frase 
que o entrevistador falou). 
3. Ecopraxia (imita o último movimento do 
entrevistador). 
4. Estupor (passa longos períodos de tempo 
imóvel). 
5. Flexibilidade cérea (no estupor 
conseguimos modelar o paciente – 
‘’boneco de cera’’ – colocamos em uma 
posição e ele mantém). 
6. Catalepsia (sustenta por longos períodos 
de tempo uma posição desconfortável). 
7. Caretismo (faz muitas caretas). 
 
 27 Débora Oléa Braga - TXXII 
 
Catalepsia 
 
SINAIS E SINTOMAS DA ESQUIZOFRENIA 
Fase aguda -> Sintomas positivos = Ocorrem além 
do esperado. 
*Os sintomas positivos dependeriam do excesso 
de dopamina em D2 no sistema límbico. 
o Ilusões. 
o Alucinações. 
o Auditivas: Insultos, ordens (70% casos), 
visuais (10%), táteis, olfativas. 
o Pensamento alienado e desorganizado 
(distúrbio de possessão, incoerência, 
ideias bizarras). 
o Catatonia (alterações psicomotoras). 
o Ambitendência = alterações movimentos 
opostos. 
o Ecopraxia = Imitação de movimentos. 
o Estereotipias = Movimentos repetitivos e 
regulares sem objetivos. 
o Flexibilidade de cera = Membros em uma 
posição. 
o Postura inadequada e bizarra. 
 
Fase crônica -> Sintomas negativos 
Os sintomas negativos dependeriam da 
diminuição de dopamina em D1 no córtex pré-
frontal, sendo melhor observados na fase crônica. 
o Afeto embotado, indiferença social, 
negligência aparência, negativismo. 
o Resistência em seguir instruções. 
o Limitação da fala. 
o Retração afetiva. 
o Restrição na experiência e expressão de 
emoções. 
o Anedonia. 
o Apatia – Diminuição objetivos, energia e 
interesse. 
o Diminuição de concentração, da atenção. 
o Dificuldades no trabalho. 
A principal hipótese da doença é ter uma 
hiperatividade de dopamina em D2 que são 
responsáveis pelos sintomas positivos pois a 
dopamina se liga preferencialmente a esse 
receptor. 
Porém, quando isso acontece os receptores D1 
terão menos dopamina se ligando. Essa pequena 
quantidade de dopamina em D1 é a provável 
causa dos sintomas negativos que são crônicos. 
Há uma correlação ente os sintomas negativos 
com diminuição/falta de ligação dos níveis de 
dopamina em D1. 
Os sintomas positivos passam depois de um 
tempo a perder a sensibilidade e se tornarem 
crônicos. 
 
TRATAMENTO 
 Farmacológico: Antipsicóticos: Existem 2 
grupos 
 
1. Típicos (1ª geração - mais antigos). 
2. Atípicos (2ª geração). 
 
 Outras modalidades de tratamento: 
. Eletroconvulsoterapia/eletrochoque (induz uma 
corrente elétrica de modo a induzir uma 
convulsão no paciente)  Funciona padrão-ouro 
para catatonia. 
 28 Débora Oléa Braga - TXXII 
 Não Farmacológico: 
. Treinamento de habilidades sociais 
(principalmente para minimizar impacto dos 
sintomas negativos). 
*Deixar o paciente menos isolado socialmente. 
. Orientação familiar – sobre o prognóstico da 
doença e necessidade de estimular o paciente. 
. Psicoterapia. 
 
ANTIPSICÓTICOS 
Os estudos mostram que os antipsicóticos 
possuem praticamente a mesma eficácia, o que 
muda é os efeitos colaterais. 
Exceção: Clozapina  Se mostrou superior a 
todos os demais. No entanto, é reservada para os 
casos de esquizofrenia refratária. 
*Trata-se de uma droga com muitos efeitos 
colaterais. 
 
TÍPICOS (1ª GERAÇÃO) 
 Haloperidol. 
Possui formulação de depósito: Pode dar pela via 
IM e tem duração de 1 mês. 
*Bom para pacientes que não possuem boa 
adesão ao tratamento – esquecem de tomar. 
 Clorpromazina (superior ao tratamento de 
esquizofrenia, sobretudo na refratária) 
 
ATÍPICOS (2ª GERAÇÃO) 
 Risperidona. 
 Quetiapina. 
 Olanzapina. 
 Ziprasidona. 
 Clozapina. 
 
Confirme o diagnóstico 
↓ 
Escolha um antipsicótico (Clozapina não é 
primeira escolha) 
↓ 
Ensaio Adequado (estar na dose terapêutica por 
12 semanas) 
 
o Respostas anteriores: 
Se teve um bom efeito com um antipsicótico 
anterior, continuamos 
o Efeitos colaterais. 
o Preferências do paciente (Levamos em 
consideração o sono, alimentação). 
o Via de administração: 
Maioria das medicações são pela VIA ORAL. 
Exceção: Haloperidol – Via IM. 
o Situações especiais: 
- Catotonia não se deve dar antipsicótico no 1º 
momento pois a medicação pode piorar esse 
sintoma. 
- Deve-se fazer a ECT antes. 
- Se não tivermos acesso ao eletrochoque damos 
BENZODIAZEPÍNICOS . 
 
ENSAIO ADEQUADO: 
Iniciamos a medicação na dose terapêutica e deve 
durar pelo menos 12 semanas. 
 Se após 12 semanas houve uma falha do 
ensaio OU efeitos colaterais: Escolhemos 
outro antipsicótico. 
- Reveja o diagnóstico, a adesão e uso de drogas 
(não funciona bem ao tratamento). 
 29 Débora Oléa Braga - TXXII 
 Em um desses 2 ensaios deve ser com 
anti-psicótico de 2ª geração. 
↓ 
Outro ensaio Adequado de 12 semanas. 
 
 FALHA TERAPÊUTICA DE DOIS ENSAIOS 
COMPLETOS (sendo um deles com 2ª 
geração): ESQUIZOFRENIA REFRATÁRIA. 
Entramos com a Clozapina. 
 
TRANSTORNO PSICÓTICO BREVE 
 Pelo menos 1 dos sintomas psicóticos: 
- Delírios, alucinações, desorganização do 
comportamento ou do pensamento. 
 Duração inferior a 1 mês. 
Duração de 1 a 30 dias com ou sem tratamento. 
 Mesmo se não tratado ocorre REMISSÃO: 
Retoma a funcionalidade anterior ao quadro. 
 Com ou sem estressor precedendo o 
quadro. 
Por exemplo: Abertura de quadro psicótico pós-
morte de um parente querido. 
 Não secundário a OCM (outras causas 
médicas), TH (transtornos de humor), SPA 
(substâncias psicoativas). 
 
TRANSTORNO ESQUIZOFRENIFORME 
 2 sintomas ou mais: 
- Delírios, alucinações, desorganização do 
comportamento ou do pensamento 
 > de 1 mês e < 6 meses: 
Duração de 31 dias a 6 meses 
Se for mais de 6 meses, é esquizofrenia. 
 Retoma a funcionalidade anterior – com 
ou sem tratamento. 
 
 Não secundário a OCM, TH, SPA. 
 
Todo paciente esquizofrênico já teve transtorno 
esquizofreniforme. 
Todo paciente com transtorno esquizofreniforme 
já teve transtorno psicótico breve. 
 
TRANSTORNO DELIRANTE 
 Presença de 1 ou mais delírios. 
 
 Duração igual ou superior a 1 mês. 
 
 Desorganização de pensamento e 
comportamento NÃO ocorrem nesse 
transtorno. 
 
 Alucinações não proeminentes - não 
costumam ocorrer. 
Se ocorrem são discretas – não ocorrem o tempo 
todo. 
Muitas alucinações estão no contexto de delírio. 
 Ocorrência predominante de delírios. 
 
 Maior parte das vezes: Delírios 
“factíveis”: 
Situações que podem acontecer na vida das 
pessoas. 
 Funcionalidade preservada fora do 
contexto do delírio. 
 
 Não secundário a OCM, TH, SPA. 
 
 
 30 Débora Oléa Braga - TXXII 
SUBTIPOS: 
É classificado de acordo com o conteúdo do 
delírio. 
o Erotomaníaco. 
o Grandioso. 
o Ciúme. 
o Persecutório. 
o Somático. 
o Misto. 
o Não especificado. 
o Com conteúdo bizarro. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 31 Débora Oléa Braga - TXXII 
Podem tratar esquizofrenia e pessoas com 
transtorno de personalidade. 
 
DEFINIÇÃO 
 Tratamento da psicose. 
 Muitas vezes, uma medicação psiquiátrica 
é usada para tratar outros transtornos. 
Destinadas ao controle e remissão dos seguintes 
sintomas: 
. Delírios.. Alucinações. 
. Desorganização do comportamento. 
. Desorganização do pensamento. 
 
AÇÃO FARMACOLÓGICA 
Toda medicação antipsicótica – típico ou atípico – 
é um antagonista dopaminérgico = Antagonistas 
dopaminérgicos (antagonista do receptor D2). 
. Para termos uma ação antipsicótica a medicação 
tem que ocupar cerca de 70% dos receptores D2 
de dopamina no cérebro  
Se a medicação ocupa > 70% = Sintomas 
extrapiramidais. 
 
1ª GERAÇÃO: 
- Maior afinidade pelo receptor D2 = Maior % de 
ocupação de receptores D2. 
- Sintomas extrapiramidais. 
 
 
 
2ª GERAÇÃO 
- Menor afinidade pelo receptor D2 = Menor % de 
ocupação de receptores D2. 
*Por isso estes têm menos efeitos colaterais. 
 Além disso, os de 2ª geração são 
Antagonistas serotonérgicos (5HT2). 
Logo, os anti-psicóticos que são de segunda 
geração são chamados de ANTAGONISTAS 
DOPAMINA-SEROTONINA. 
 
A dopamina é um neurotransmissor que age em 
várias vias cerebrais: 
VIAS DOPAMINÉRGICAS 
 Via mesolímbica  Melhora da psicose. 
 Via Mesocortical  Pode haver uma 
melhora nos sintomas negativos (é 
controverso). 
 Ação na via Nigroestriatal  Causa os 
sintomas extrapiramidais 
(Parkinsonismo). 
 Ação na via Tuberoinfundibular  
Hiperprolactinemia. 
A dopamina inibe a produção de prolactina. 
O antipsicótico ao antagonizar a dopamina = 
Hiperprolactinemia. 
Mulheres  Alteração da fertilidade. 
Homens  Alteração na função sexual. 
Ambos: Galactorreia. 
 
EFEITOS COLATERAIS 
1. Sintomas extrapiramidais (síndrome 
parkinsoniana): 
Efeito direto da diminuição da dopamina na fenda 
sináptica. 
. São efeitos colaterais limitantes. 
 32 Débora Oléa Braga - TXXII 
. Principalmente nos de 1ª geração. 
- Tremor. 
- Pouca expressão facial. 
- Rigidez articular. 
- Marcha robotizada. 
- Postura encurvada. 
 
2. Aumento de peso. 
- Muito comum nos de 2ª geração. 
*Clozapina e Olanzapina no 1º ano de uso pode 
levar a um aumento de peso de 13-15 kg. 
3. Sonolência diurna. 
*Principalmazina.mente na Clozapina, Quetiapina 
e Clorpro 
4. Disfunsão sexual. 
*Em todos. 
5. Hipotensão postural. 
*Clozapina. 
6. Boca seca. 
*Em todos. 
7. Constipação intestinal. 
*Em todos. 
 
EFEITOS COLATERAIS GRAVES 
o Acatisia: 
Efeito colateral extrapiramidal, em que o paciente 
possui um desconforto em ficar parado (fica se 
movimentando para não gerar angústia). 
. Bater de pernas (fica batendo o pé no chão): 
“movimento de amassar barro”. 
- Mais comum nos anti-psicóticos de 1ª geração e 
no Aripiprazol da 2ª geração. 
 
 Convulsões: 
- Principalmente na Clozapina. 
 
o Arritmias: 
Os antipsicóticos aumentam o intervalo QT. 
Não é comum, mas deve ser monitorada. 
- Bloqueio de canais de K+ (fase de ativação 
rápida) da célula miocárdica. 
- Sertindol > Ziprasidona > Risperidona. 
- Quetiapina, Clozapina, Olanzapina = efeito 
insignificante. 
- Tioridazina oferece o maior risco dose-
dependente. 
 
o Agranulocitose: Queda dos granulócitos 
(neutrófilos) – deixa a imunidade baixa e 
pode ter infecções. 
*Neutrófilos < 1500. 
- Principalmete na CLOZAPINA. *1% dos 
pacientes que usam Clozapina. 
Durante 6 meses faz um hemograma por semana 
para detectar agranulocitose. 
Se acontecer  Suspendemos a medicação. 
 
o Síndrome neuroléptica maligna: 
Mais comum em anti-psicóticos de primeira 
geração, principalmente o Haldol. 
Rara na Quetiapina e Clozapina. 
 33 Débora Oléa Braga - TXXII 
Ocorre em pacientes mais sensíveis a medicação 
ou quando há doses muito altas  Ocupa mais de 
90% dos receptores de dopamina do cérebro. 
 
Sintomas da síndrome neuroléptica maligna 
o Febre alta (não sede a antitérmicos 
comuns). 
o Rigidez articular. 
o Rabdomiólise. 
o Insuficiência renal. 
o Choque. 
o Morte. 
 
ANTIPSICÓTICOS DE 1A GERAÇÃO = TÍPICOS 
 Antigos. 
Haloperidol e Clorpromazina são os mais comuns. 
Quais são ? 
 Haloperidol (Haldol) é uma butirofenona. 
- Menor sedação e hipotensão. 
- Alta liberação extrapiramidal. 
 
 Clorpromazina (Amplictil): 
- Alta afinidade por D2. 
- Média liberação extrapiramidal. 
- Pode haver icterícia. 
 Levomepromazina (Neozine). 
 
 Tioridazina. 
- Menor liberação extrapiramidal. 
- Não causa icterícia, mas é cardiotóxica. 
 Zuclopentixol. 
 
ANTIPSICÓTICOS DE 2A GERAÇÃO - 
ATÍPICOS 
 Novos. 
 
 Atenua SINTOMAS POSITIVOS 
(desorganização do comportamento e do 
pensamento, delírios e alucinações). 
 
 Sem efeitos extrapiramidais. 
 
 Eficaz para sintomas negativos (isso é 
muito controverso). 
 
Quais são? 
 Risperidona. 
- Em doses menores a liberação extrapiramidal e a 
hipotensão são mínimas. 
- Pode ocorrer ganho de peso. 
 Paliperidona. 
*Não disponibilizado pelo SUS. 
 Quetiapina 
- O ganho de peso é menor. 
 Olanzapina 
- Poucos efeitos colaterais. 
- Leve liberação extrapiramidal 
- Pode ocorrer ganho de peso e sedação. 
 Ziprasidona. 
 Aripiprazol. 
*Não disponibilizado pelo SUS. 
 Clozapina. 
Não é a 1ª escolha – Pode causar colvulsões e 
agranulocitose: 
 34 Débora Oléa Braga - TXXII 
Por isso introduzimos a medicação devagar e 
aumentamos a dose vagarosamente, pois se 
aumentarmos rápido surge agranulocitose. 
- Pequena liberação extrapiramidal. 
- Eficaz em pacientes resistentes/refratários. 
 
Dentre os atípicos, há aqueles de amplo espectro 
(que bloqueiam tudo) e os específicos que 
bloqueiam serotonina -> Risperidona, a qual já se 
encontra na forma parenteral). 
 
INDICAÇÕES 
 Transtornos psicóticos. 
 Transtornos do humor. 
 Transtornos de personalidade. 
 Transtorno obsessivo compulsivo. 
 Síndromes demenciais. 
 Transtornos do espectro autista. 
 
ESCOLHA DO ANTIPSICÓTICO 
Antes de escolhermos um antipsicótico temos que 
levar em consideração se o paciente já faz uso de 
outras medicações que podem interagir com os 
antipsicóticos. 
 Não usamos 2 antipsicóticos ao mesmo 
tempo: 
- Não é eficaz. 
- Aumenta o risco de síndrome neuroléptica maligna. 
Analisamos: 
 Perfil de efeito colateral. 
 Custos. 
 Preferência do paciente. 
 Resposta prévia. 
 Via de administração. 
 Posologia. 
*Quetiapina deve der tomada mais de 1x ao dia. 
*Escolhemos muitas vezes um medicamento que 
é utilizado 1x ao dia para casos não aderentes. 
 Efeitos colaterais. 
 
 
 
 Risperidona e Paliperidona: 
- Medicações bem toleradas. 
- Baixo custo. 
- ↑ Prolactina. 
. NÃO PODEMOS DAR: Pessoas querendo 
engravidar e grávidas. 
- Formação de depósito: Podemos dar pela IM. 
*Caro. 
 
 35 Débora Oléa Braga - TXXII 
 Quetiapina: 
- ↓ efeito extrapiramidal. 
- Muito sedativa. 
- Ganho de peso significativo. 
- Se o paciente possui história de EFEITO 
COLATERAL OU EXTRAPIRAMIDAL COM OUTRO 
ANTIPSICÓTICO utilizamos. 
 
 Olanzapina: 
- Fácil de tomar e titular  Já iniciamos com a 
dose terapêutica. 
- Muito eficaz. 
- DIMINUI O LIMINAR CONVULSIVO. 
- ALTERNATIVA A CLOZAPINA. 
- Caro. 
- Pode levar a SÍNDROME METABÓLICA: Ganho 
de peso, dificulta o controle de HAS e diabetes. 
 
 Haloperidol: 
- Excesso de sintomas extrapiramidal. 
- Não gera muito ganho de peso. 
- Barato. 
- Formulação de depósito pelo SUS  OBESOS 
OU MÁ ADERENTES . 
- DIMINUI O LIMIAR CONVULSIVO. 
 
 Aripripazol: 
- Custo alto. 
- Risco de acatisia. 
- Não causa ganho de peso  Bom para usarmos 
em OBESOS. 
 Clozapina: 
- Eficaz para diminuir o risco suicida em pacientes 
esquizofrênicos. 
- Efeitos: Agranulocitose e convulsões. 
- Sedação. 
- Hipotensão. 
- Titulação é lentamente. 
 
*Não usamos Clozapina com DIPIRONA – pois a 
Dipirona possui um risco remoto de causar 
agranulocitose. 
 
Informações a mais 
AGENTES ATÍPICOS 
POTÊNCIA – DOSE 
• Os agentes atípicos são menos propensos do 
que os agentes convencionais a causar efeitos 
adversos. 
• Como os agentes convencionais, esses também 
podem causar síndrome neuroléptica maligna 
potencialmentefatal. 
• Embora a maioria dos agentes atípicos não 
cause hiperprolactinemia, a risperidona, 
especificamente, semelhante aos agentes 
convencionais, pode elevar a prolactina. 
• No entanto, aumento de massa corpórea 
(clozapina, olanzapina, quetiapina), hipotensão 
arterial e sedação não são eventos incomuns. Os 
antipsicóticos atípicos (exceto aripiprazol e 
ziprasidona) podem agravar diabetes e 
hiperlipidemia, além de precipitar o aparecimento 
dessas doenças. 
 
 
 36 Débora Oléa Braga - TXXII 
BAIXA POTÊNCIA 
• A administração dos agentes antipsicóticos de 
baixa potência tem mais probabilidade de resultar 
em efeitos adversos autonômicos que incluem 
hipotensão ortostática, causada por bloqueio de 
adrenoceptor a, e boca seca, retenção urinária e 
taquicardia resultante de bloqueio de 
colinorreceptores muscarinicos. 
 
ALTA POTÊNCIA – Haloperidol, Olanzapina 
• Os agentes de alta potência ainda amplamente 
utilizados, por exemplo, haloperidol, são mais 
propensos a resultar em efeitos adversos 
neurológicos. 
Entre eles distonia aguda, acatisia e síndrome de 
Parkinson, que ocorrem relativamente cedo na 
terapia e são considerados mediados 
principalmente pelo bloqueio de receptores de 
dopamina D2 na via nigroestriatal da dopamina 
dos gânglios da base. 
• Uma discinesia tardia de ocorrência tardia que 
frequentemente é irreversível e que pode ser 
resultado do desenvolvimento lento de 
supersensibilidade ao receptor de dopamina 
também nos gânglios basais tem maior ou menor 
probabilidade de ocorrer com todos os agentes 
antipsicóticos, exceto clozapina. 
• A síndrome neuroléptica maligna 
potencialmente fatal é outro efeito adverso grave 
de antipsicóticos em pacientes sensíveis. 
• Além disso, a hiperprolactinemia, em mulheres, 
pode ocorrer como resultado de uma maior 
liberação de prolactina pela glândula hipófise 
posterior. 
• O ganho de peso também é um provável efeito 
de muitos desses agentes antipsicóticos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 37 Débora Oléa Braga - TXXII 
 
Humor: Sensação subjetiva que permanece na 
maior parte do tempo. 
 
INTRODUÇÃO AOS TRANSTORNOS DO HUMOR 
 Definição: Transtorno psiquiátrico. 
Alterações patológicas do humor associadas à: 
(NÃO SÃO OBRIGATÓRIAS) 
o Alterações psicomotoras e vegetativas. 
o Duração de semanas ou meses. 
o Alteração do funcionamento habitual do 
indivíduo  Gera prejuízo. 
o Tendem à recorrência. 
*Quem já teve um episódio depressivo na vida 
possui maior chance de ter de novo. 
*Essa chance é muito maior quando comparado a 
uma pessoa que nunca teve. 
 
CAUSA: MULTIFATORIAL. 
 
QUAIS SÃO 
→ Transtorno depressivo maior. 
→ Transtorno afetivo bipolar. 
→ Distimia. 
→ Transtorno disfórico pré-menstrual. 
 
 
CLASSIFICAÇÃO DOS TRANSTORNOS DO HUMOR 
SEGUNDO O DSM V 
BIPOLAR E TRANSTORNOS RELACIONADOS 
1. Transtorno afetivo bipolar tipo I 
2. Transtorno afetivo bipolar tipo II. 
3. Ciclotimia. 
4. Transtorno afetivo bipolar e Transtornos 
relacionados induzidos por SPA/medicações. 
5. Transtorno afetivo bipolar e Transtornos 
relacionados 2o COM. 
6. Outros. 
 
TRANSTORNOS DEPRESSIVOS 
1. Transtorno disruptivo de desregulação do 
humor (transtorno psiquiátrico da infância e 
adolescência). 
2. T. Depressivo Maior. 
3. T. Depressivo Persistente (Distimia). 
4. T. Disfórico Pré Menstrual. 
5. T. Depressivo induzido por SPA/ medicações. 
6. T. Depressivo 2o COM. 
7. Outros. 
 
EPIDEMIOLOGIA TRANSTORNOS DEPRESSIVOS 
TRANSTORNO DEPRESSIVO MAIOR 
10 a 15% da população – mais comumente 
encontrado. 
10 a 25% (mulheres); 5 a 12% (homens). 
Tem aumentado em < 20 anos. 
 38 Débora Oléa Braga - TXXII 
Idade média de início: 40 anos. 
Fatores de risco: Solitários, solteiros, separados, 
divorciados. 
Áreas rurais. 
Sem diferença entre raças. 
 
OBS: 1 episódio de Transtorno Depressivo Maior = 
Depois de 9 meses a 1 ano conseguimos 
suspender a medicação. 
 
TRANSTORNO DEPRESSIVO RECORRENTE 
Quando a pessoa apresenta > de 1 episódio de 
Transtorno Depressivo Maior durante a vida = 
Transtorno depressivo recorrente. 
o A partir do 2º episódio depressivo se 
suspendermos a medicação, o paciente 
possui um risco maior de ter um 3º 
episódio. 
o A pessoa usa medicação a longo prazo. 
3% das pessoas com TDM que se trataram e 
tiveram recuperação completa (não teve mais 
sintomas com o tratamento) entre os episódios  
Desenvolvem o TDR. 
20-25% das pessoas com TDM: Recuperação 
incompleta = melhorou com o tratamento, porém 
continuou com algum sintoma. 
 
DISTIMIA = TRANSTORNO DEPRESSIVO 
PERSISTENTE 
6% da população. 
 
TRANSTORNO DISFÓRICO PRÉ-MENSTRUAL 
1,8 a 5,8% das mulheres em idade reprodutiva. 
 
ASPECTOS ETIOLÓGICOS: GENÉTICOS 
 Transtornos Depressivos: 
o Poligênica – Há vários genes relacionados a 
depressão. 
o Parentes de 1ª grau de pessoas com TDM  2 a 
3x mais chances de desenvolver TDM. 
o Gêmeos Monozigóticos  A chance do outro 
ter é de 50%. 
o Gêmeos Dizigóticos  25 a 50%. 
o Estudos de adoção  A criança tem pais 
biológicos com depressão, os riscos são da mesma 
forma maiores de desenvolver a doença. 
 
FATORES PSICOSSOCIAIS 
ESTRESSORES AMBIENTAIS/ ACONTECIMENTOS 
DE VIDA: 
 Estressores frequentemente precedem o 
1º episódio depressivo. 
*A partir do 2º episódio depressivo isso é mais 
raro. 
 Estresse do primeiro episódio: 
- Leva a modificações duradouras na biologia 
cerebral  Cérebro vulnerável a ocorrência de 
novos episódios depressivos. 
- Aumento do risco de novos episódios (mesmo 
sem um estressor). 
 Perda de um dos pais antes dos 11 anos, 
perda do conjugue e desemprego. 
 
 Estressores que se refletem mais 
negativamente na autoestima têm maior 
probabilidade de produzir depressão. 
 
 39 Débora Oléa Braga - TXXII 
FATORES PSICOSSOCIAIS DOS 
TRANSTORNOS DO HUMOR 
FATORES DA PERSONALIDADE 
 Pessoas com maior risco de desenvolver 
TDM ao longo da vida: 
- Transtorno de Personalidade Anancástica 
(obsessiva compulsiva). 
- Transtorno de Personalidade Histriônica. 
- Transtorno de Personalidade Borderline. 
 
NEUROBIOLOGIA DOS TRANSTORNOS DO 
HUMOR 
TRANSTORNOS DEPRESSIVOS 
 Possível envolvimento da zona de 
recompensa  Zona mediada pela 
dopamina = Zona de recompensa 
hipoativa. 
 
 Alterações no eixo hipotálamo-hipófise-
adrenal (mas não são todos). 
 
NEUROBIOLOGIA DOS TRANSTORNOS 
DEPRESSIVOS 
HIPÓTESE MONOAMINÉRGICA 
1ª hipótese que surgiu, porém, se tornou 
incompleta com o passar do tempo. 
 Depressão seria causada por diminuição 
da noradrenalina e serotonina cerebrais. 
o Medicação aumenta dopamina, noradrenalina e 
serotonina. 
o Controverso: Demora de 3 a 4 semanas para 
realmente fazer efeito. 
 
HIPÓTESE NEUROTRÓFICA 
Presença de alterações estruturais no SNC de 
deprimidos que facilitariam o aparecimento de 
quadros depressíveis. 
 
HIPÓTESE INFLAMATÓRIA 
Estresse (acontecimento traumático de vida)  
Aumento de citocinas pró inflamatórias no SNC  
Neurotoxicidade. 
*A neurotoxidade deixaria o cérebro mais 
vulnerável para o desenvolvimento de transtorno 
do humor. 
 
ASPECTOS ETIOLÓGICOS DOS TRANSTORNOS 
DO HUMOR 
 Processos Biológicos (resposta ao 
estresse, fatores neurotróficos). 
 Aspectos genéticos. 
 Ambientais (dieta, uso de SPA, ritmo 
biológico eventos adversos). 
 Processos Psicológicos (personalidade, 
relacionamentos interpessoais). 
↓ 
Fatores de risco para o desenvolvimento de 
Transtornos Depressivos 
 
ACHADOS CLÍNICOS NOS TRANSTORNOS 
DEPRESSIVOS 
 HUMOR PATOLÓGICO (critério 
diagnóstico essencial). 
Além do humor patológico, podemos observar: 
 Alterações cognitivas. 
 Alterações vegetativas. 
 Alterações comportamentais. 
 
 40 Débora Oléa Braga - TXXII 
 Causam prejuízo. 
 Cronificam em 20% (dura mais que 2 
anos). 
 2 episódios prévios de depressão com 
interrupção da medicação  Chance de 
recairé de 70%. 
 3 episódios prévios de depressão com 
interrupção da medicação  90%. 
 
SEM TRATAMENTO: 
o Episódio depressivo maior leve a moderado 
dura de 4 a 30 semanas. 
o Grave dura de 6 a 8 meses. 
 
DIAGNÓSTICO DE UM TRANSTORNO 
DEPRESSIVO MAIOR 
 Por pelo menos 2 semanas: O paciente 
deve ter 5 ou mais sintomas. 
 
o 1 desses 5 sintomas devem ser 
tristeza/irritabilidade ou anedonia. 
o Tristeza ou irritabilidade a maior parte do 
tempo – De forma desproporcional e 
descontextualiza. 
o Anedonia (redução do interesse ou prazer em 
atividades que antes sentia prazer). 
OBS: Tristeza ou irritabilidade e anedonia SÃO 
TRANSTORNOS PATOLÓGICOS DO HUMOR. 
 
o Perda ou ganho de peso ou apetite. 
o Insônia ou Hipersonia. 
o Retardo ou Agitação psicomotora. 
o Fadiga, perda de energia (desânimo). 
o Sentimento de inutilidade ou culpa (pode ser 
delirante = depressão com sintomas psicóticos ou 
não) – desproporcional. 
o Redução da concentração, atenção ou memória 
(muito grave: pseudo demência da depressão). 
o Pensamentos de morte (desejo de morrer), 
ideação (pensar em se matar), planejamento 
(elabora o jeito de se matar) ou tentativa de 
suicídio. 
*Lembrar que suicídio não é exclusivo de 
depressão – pode ocorrer em qualquer transtorno 
psiquiátrico. 
 
CLASSIFICAÇÃO 
 Episódio único. 
 Recorrente (2 ou mais episódios). 
 Leve, moderado ou grave: Olhar para o 
prejuízo. 
Se o paciente consegue manter as atividades 
habituais com um esforço adicional = LEVE. 
*Quase nunca tem sintomas psicóticos. 
Precisa de um grande esforço adicional para 
manter as atividades habituais, mas não é como 
antes = MODERADO. 
 Não consegue manter as atividades habituais 
como antes = Vida paralisada = GRAVE. 
 
 Com ou sem sintomas psicóticos (maioria 
dos depressivos não tem). 
*Delírio, alucinação, desorganização do 
pensamento e/ou desorganização do 
comportamento. 
 Em remissão parcial ou total: 
. Parcial  Respondeu parcialmente ao 
tratamento. 
 41 Débora Oléa Braga - TXXII 
*Se for tratamento antigo mesmo que com 
melhora do sintoma a remissão é parcial. 
Total  Respondeu totalmente ao tratamento. 
 
ESPECIFICADORES DA DEPRESSÃO 
 Com sintomas ansiosos: 
- Sentimento de antecipação apreensiva (sofre 
com a possibilidade de eventos futuros). 
 
 Características melancólicas: 
‘’Depressão clássica’’: 
- Muita tristeza. 
- Sintomas são piores na parte da manhã. 
*Paciente melhora bem pouco no decorrer do dia. 
- Anedonia. 
- Perda de peso. 
- Sentimento de desesperança (falta de esperança 
no futuro). 
- Acorda mais cedo que o habitual =Insônia 
terminal. 
 
Diante de uma notícia boa a pessoa não se alegra. 
*É mais comum em homens. 
*É o tipo que mais cursa com sintomas psicóticos. 
 
 Características atípicas: 
- Irritação. 
- Fadiga intensa (desânimo). 
- Aumento do apetite. 
- Hipersonia. 
Diante de uma notícia boa a pessoa é capaz de se 
alegrar. 
*Mais comum em mulheres jovens. 
 
 Características catatônicas (pacientes 
abrem quadro de catatonia). 
 
TRANSTORNO DEPRESSIVO PERSISTENTE 
(DISTIMIA) 
- Era antigamente chamada de ‘’transtorno 
depressivo menor’’. 
- Trata-se de um quadro mais arrastado. 
- É difícil de tratar. 
 
CARACTERÍSTICAS 
 Humor deprimido (alteração patológica 
do humor) a maior parte do tempo  Por 
pelo menos 2 anos. 
*Com 1 ano e meio  Transtorno depressivo não 
identificado. 
 Não fica sem sintomas por mais de 2 
meses. 
*Pode até ter uma semana ou outra de melhora, 
mas nunca por mais de 2 meses. 
 Apresenta 2 ou mais sintomas: 
o Redução ou aumento do apetite. 
o Insônia ou hipersonia. 
o Fadiga. 
o Baixa autoestima. 
o Dificuldade de concentração. 
o Desesperança. 
 42 Débora Oléa Braga - TXXII 
Obs: Se o paciente tem todos os sintomas acima, 
é fechado o diagnóstico de transtorno depressivo 
maior. 
 
CLASSIFICAÇÃO: 
 Início precoce ou tardio: Antes/depois 
dos 21 anos. 
*Quanto mais cedo = Pior prognóstico. 
 Pura ou com transtorno depressivo. 
- Pura = Só distimia e nunca teve episódio 
depressivo. 
- Com transtorno depressivo = Abre um quadro de 
distimia e em um determinado momento ele 
piora tendo um transtorno depressivo = 
Depressão dupla. 
 
TRANSTORNO DISFÓRICO PRÉ-MENSTRUAL 
 Forma mais grave da TPM. 
 1 episódio depressivo que ocorre 
somente na semana que precede a 
menstruação. 
 Durante 7 dias ou menos antes da 
menstruação. 
5 ou mais sintomas: 
o Labilidade afetiva. 
o Irritabilidade. 
o Humor deprimido. 
o Ansiedade. 
o Anedonia. 
o Dificuldade de concentração. 
o Baixa energia. 
o Alteração do apetite. 
o Hipersonia ou insônia. 
o Sentir-se for a do controle. 
o Sintomas físicos. 
 Não é exacerbação de outro transtorno. 
O transtorno disfórico pré-menstrual não se aplica 
as mulheres que estão com um transtorno 
depressivo e pioram no período pré-menstrual. 
 Remissão parcial ou completa até 7 dias 
após menstruação. 
 Não recorrem até o 15º dia do ciclo. 
 Prejuízo e sofrimento. 
 
→ NÃO FARMACOLÓGICO: Dieta rica em 
carboidratos complexo no período pré-menstrual, 
atividade física e psicoterapia. 
→ FARMACOLÓGICO: INRS ou Duais no ciclo 
inteiro ou só na 2ª metade do ciclo menstrual. 
 
 Quadro leve: Não farmacológicos. 
 Quadro moderado: Podemos tentar de 
início já o farmacológico. 
 
TRATAMENTO DOS TRANSTORNOS 
DEPRESSIVOS 
FARMACOLÓGICO (MEDICAMENTOS ANTI-
DEPRESSIVOS) 
 Inibidores Seletivos da Recaptação de 
Serotonina (ISRS): 
Mais utilizados e deve-se tomar cuidado em 
pacientes com risco suicida alto, esses devem ficar 
em observação. 
 Fluoxetina. 
 Sertralina. 
*Disponíveis pelo SUS. 
 43 Débora Oléa Braga - TXXII 
 Duais = Inibidores da recaptação de 
serotonina e noradrenalina: 
 
 Venlafaxina. 
 Duloxetina. 
*Não é disponível pelo SUS. 
 Tricíclicos (mais antigos) = Inibem 
recaptação de NOR, serotonina e 
dopamina. 
 Amitriptilina. 
 Nortriptilina. 
*Quase todos são dados pelo SUS. 
VANTAGEM dos Tricíclicos: Possuem um 
mecanismo de ação mais abrangente = Recaptam 
todas as monoaminas. 
DESVANTAGEM: Efeito colateral maior. 
 
 
 
NÃO FARMACOLÓGICO 
 Psicoterapia. 
 Atividade Física. 
Quadros depressivos leves = Conseguimos tratar 
com psicoterapia e atividade física. 
Em quadros moderados a graves = Tratamento 
adjuvante. 
 Eletroconvulsoterapia (transtornos 
depressivos refratários – padrão ouro). 
Também tratamos em algumas situações 
especiais  Risco suicida muito alto. 
 
 
 Antipsicóticos OU Estabilizadores de 
humor (transtorno bipolar): 
Quadros mais graves de transtornos depressivos 
que não tem respondido somente a terapêutica 
com o uso de antidepressivos podemos 
POTENCIALIZAR a ação com o uso de 
antipsicóticos ou estabilizadores de humor. 
*Depressão com sintomas psicóticos  Também 
associamos Antidepressivo + Antipsicótico. 
 
ANTIDEPRESSIVOS 
MECANISMO DE AÇÃO 
 Aumentam a eficiência da transmissão 
monoaminérgica (serotonina, NOR e 
DOPA). 
 Aumento na concentração de 
neurotransmissores na fenda sináptica 
através: 
- Bloqueio da recaptação (ligam-se ao receptor 
pré-sináptico deixando a monoamina mais tempo 
disponível). 
OU 
- Inibição do metabolismo. 
 
 Efeitos imediatos logo após tomar, porém 
a resposta clínica só é observada após 3 a 
4 semanas de uso. 
 
 44 Débora Oléa Braga - TXXII 
 
 
 
 
INDICAÇÕES – ANTIDEPRESSIVOS 
 Transtornos depressivos. 
 Transtornos de ansiedade. 
 Transtorno obsessivo-compulsivo. 
 Transtorno de estresse pós-traumático. 
 Transtorno alimentar. 
 Fibromialgia. 
 Enxaqueca. 
 
 
USO CLÍNICO - ANTIDEPRESSIVOS 
 Eficácia semelhante entre os grupos dos 
antidepressivos. 
Exceção: QUADROS DEPRESSIVOS GRAVES  Os 
duais e os tricíclicos são superiores. 
 
 
PARA ESCOLHER O ANTIDEPRESSIVO LEVAMOS 
EM CONTA: 
 Efeitos colaterais. 
 Comorbidades clínica

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