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Bibliografia para estudo: "Endodontia Biologia e Técnica", Hélio Pereira Lopes & José Freitas Siqueira Jr. PATOLOGIA PULPAR INFLAMAÇÃO CONCEITO ➔ É a reação da microcirculação a uma injúria aos tecidos, com a consequente movimentação de elementos intravasculares, como fluidos, células e moléculas, para o espaço extravascular. AGRESSÃO À POLPA CAUSAS DA INFLAMAÇÃO: ➢ Biológica: Microrganismos ➔ Cárie ➢ Física: ▪ Calor ➔ Preparo cavitário, Presa de materiais, polimentos ▪ Ação mecânica de brocas ➔ exposição pulpar acidental ▪ Trauma ➔ exposição pulpar ▪ Pressão exercida durante a moldagem protética ➢ Química: ▪ Seladores temporários ▪ Materiais restauradores definitivos ▪ Ataque ácido da dentina e/ou polpa ▪ Dessecantes e desinfetantes de cavidade AGRESSÃO AO LIGAMENTO PERIODONTAL CAUSAS DA INFLAMAÇÃO: ➢ Biológica: Microrganismos ➔ Cárie ➢ Física: ▪ Sobreinstrumentação ▪ Sobreobturação ➢ Química: ▪ Das soluções utilizadas na irrigação dos canais ▪ Da medicação intracanal ▪ Do material obturador Tipos de inflamação Quanto a duração: • Crônica ➔ de longa duração • Aguda ➔ 2 a 3 dias Quanto a natureza: • Crônica ➔ proliferativa • Agura ➔ exsudativa CÉLULAS ENVOLVIDAS NA INFLAMAÇÃO: Agudas- neutrófilos, macrófagos (-) Crônicas -linfócitos, plasmócitos e macrófagos, Fibroblastos, vasos sanguíneos neoformados e brotamentos axonais Objetivo da Inflamação Localizar a região agredida, eliminar o agente agressor e remover os tecidos degenerados, preparando a área afetada para a reparação. Inflamação aguda ➔ Vasodilatação ➔ mediadores químicos ➔ aumento da permeabilidade vascular ➔ exsudação ➔ estase vascular ➔ adesão(marginação) e migração de neutrófilos(diapedese) ➔ neutrófilos e macrófagos são atraídos para o foco da lesão ➔ fagocitose Sinais clínicos da inflamação ➔ dor, calor, rubor, tumor, perda de função • Cárie inicial na dentina • Discretos linfócitos e macrófagos • Resposta inflamatória de baixa intensidade • Espessura de dentina ≥ 1mm • Linfócitos e macrófagos • Resposta inflamatória de baixa intensidade • Espessura < 1mm ou na dentina reparadora • Camada de odontoblastos destruída e substituída por células inflamatórias • Resposta inflamatória aguda Testes Pulpares Térmico com calor Térmico com frio Um dente multirradicular, com pelo menos uma raiz contendo tecido pulpar vital, pode responder ao teste ao frio, mesmo que uma ou mais raízes contenham tecido pulpar não-vital. Teste elétrico Teste de cavidade Percussão vertical Percussão lateral Palpação Pericementite Traumática Patologia Pulpar: Pulpite Reversível: É caracterizada por uma leve alteração inflamatória da polpa, em fase inicial, em que a reparação tecidual advém, se o agente desencadeador do processo for removido. Características histopatológicas ➔ Hiperemia Sinais e Sintomas: • Usualmente assintomática • Em determinadas situações o paciente pode acusar dor aguda, rápida, localizada e fugaz • Sensibilidade ao frio • A dor cede imediatamente ou poucos segundos depois da remoção do estímulo • Não ocorre dor espontânea OBS: É um sinal de alerta de que a resistência normal da polpa está atingindo seu limite máximo ATENÇÃO: • Não confundir com casos de hipersensibilidade dentinária • Observar com cuidado áreas de exposição de dentina causadas por atrição, abrasão, erosão de esmalte, etc. • Nestes casos podem também causar dor aguda e rapidamente reversível quando submetida a estímulos térmicos, evaporativos, táteis, mecânicos Inspeção Cáries Erosão cervical Restaurações extensas Fraturas de esmalte Testes Pulpares ➢ Calor ➔ Dor tardia à aplicação do estímulo, ou aguda e imediata que cessa após a remoção do estímulo ➢ Frio ➔ dor aguda, rápida, localizada, que passa logo ou poucos segundos após a remoção do estímulo ➢ Elétrico ➔ estímulo necessário é igual ou levemente inferior ao de um dente normal ➢ Cavidade ➔ dor indicando vitalidade pulpar Testes Perirradiculares ➢ Palpação ➔ negativo ➢ Percussão ➔ negativo Achados Radiográficos Lesões cariosas ou restaurações extensas próximas à câmara pulpar. Tratamento ▪ Remoção da cárie ou restauração defeituosa ▪ Forramento da dentina exposta com cimento de hidróxido de cálcio + CIV. Pode ser usado cimento OZE em algumas situações ▪ 7 dias depois o caso é reavaliado ▪ Selamento e restauração da dentina exposta Hipersensibilidade Dentinária É caracterizada pela presença de sensibilidade que ocorre devido à existência de áreas de exposição de dentina Sintomas Dor aguda, fugaz, localizada e provocada após estímulos mecânicos, osmóticos, térmicos e bacterianos. Inspeção Muitas vezes está associada à recessão gengival, que em cerca de 10% dos pacientes, promove exposição dentinária na região cervical ➔ ausência de coaptação entre esmalte e cemento. Testes Pulpares ➢ Calor ➔ Dor tardia à aplicação do estímulo, ou aguda e imediata que cessa após a remoção do estímulo ➢ Frio ➔ dor aguda, rápida, localizada, que passa logo ou poucos segundos após a remoção do estímulo ➢ Elétrico ➔ estímulo necessário é igual ou levemente inferior ao de um dente normal ➢ Cavidade ➔ dor indicando vitalidade pulpar Testes Perirradiculares ➢ Palpação ➔ negativo ➢ Percussão ➔ negativo Tratamento ▪ Promover a oclusão dos túbulos expostos e/ou reduzir a atividade nervosa sensorial: Aplicação de um gel de oxalato de potássio por 3 minutos Aplicação de adesivos dentinários, ou cimentos de ionômero de vidro ➔ resultado mais duradouro que o oxalato de potássio ➔reduz a movimentação de fluido dentinário ➔atividade antibacteriana Em casos de abrasão ou atrição ➔ restauração com resina foto ou ionômero Pulpite Irreversível É caracterizada por uma alteração inflamatória grave na polpa, geralmente com exposição pulpar. A reparação tecidual torna-se impossível. Divide-se em: ➢ Pulpite Irreversível Assintomática ➢ Pulpite Irreversível Sintomática Fase inicial ou Pulpite Aguda Serosa Fase avançada ou Pulpite Aguda Purulenta Sintomas Geralmente assintomática Quando presente, a dor pode ser provocada, aguda, localizada ou difusa, e persiste por um longo período após a remoção do estímulo Estágios mais avançados ➔ pulsátil, lancinante, contínua e espontânea A dor pode durar de apenas alguns minutos até horas Quando intensificada e difusa pode dificultar a localização Dor noturna Na pulpite aguda serosa, ou pulpite irreversível sintomática em fase inicial o paciente ainda pode sentir: Dor refletida nos olhos determinando às vezes tremores nas pálpebras ➔ geralmente infecção em dentes anteriores superiores Dor refletida no ouvido ➔ geralmente infecção em molares inferiores Inspeção Cáries ou restaurações extensas Após removidas geralmente observa-se exposição pulpar OBS: Quando a causa da exposição for devido a traumas recentes (máximo 48 horas), ou iatrogênicas assépticas pode ser reversível. Testes Pulpares ➢ Calor ➔ Nos casos sintomáticos é positivo ➢ Frio ➔ Nos estágios iniciais pode ser positivo. Nos casos sintomáticos alivia a dor ➢ Elétrico ➔ geralmente responde apenas a altas correntes ➢ Cavidade ➔ resposta geralmente positiva Testes Perirradiculares ➢ Palpação ➔ negativo ➢ Percussão ➔ negativo quando restrito à cavidade pulpar. Positivo quando a inflamação extende para o ligamento periodontal.Achados radiográficos ➢ Lesões cariosas e/ou restaurações extensas sugerindo exposição pulpar ➢ Ligamento periodontal normal ou ligeiramente espessado Tratamento ➢ Tratamento endodôntico convencional ➢ Tratamento conservador pulpar Pulpite Hiperplásica É uma forma de pulpite irreversível que se origina da hiperplasia de polpas jovens, com formação de tecido granulomatoso que protrai pela câmara pulpar em direção à superfície oclusal formando um pólipo pulpar. Sintomas ➢ Geralmente assintomática ➢ Apresenta supercrescimento exofítico de tecido conjuntivo avermelhado ➢ Pode apresentar dor espontânea, dor tardia aos estímulos de frio e calor Inspeção ➢ Cárie com exposição pulpar ➢ Apresenta supercrescimento exofítico de tecido conjuntivo avermelhado Tratamentos ➢ Tratamento endodôntico ➢ Pulpotomia Alterações dos tecidos duros por inflamação pulpar Reabsorção interna A polpa é transformada em tecido inflamatório vascularizado com atividade dentinoclástica. Tratamento Remoção imediata do tecido inflamado e realização do tratamento endodôntico. Necrose Pulpar É caracterizada pelo somatório de alterações morfológicas que acompanham a morte celular do tecido pulpar. Sinais e Sintomas ➢ Geralmente assintomática ➢ Dependendo do caso a dor pode estar presente, como nos casos de periodontite apical aguda ou abscesso perirradicular agudo ➔ bactérias ou toxinas bacterianas avançando para o espaço do ligamento periodontal. Inspeção ➢ Cáries ou restaurações extensas que alcançaram a polpa ➢ Quando traumática a coroa dental pode estar hígida ➢ Pode promover o escurecimento da coroa Testes Pulpares ➢ Calor ➔ Geralmente negativo. Em raras situações pode apresentar sensibilidade devido à fibras do tipo C, ou se for aplicado por muito tempo pode causar expansão de gases ou fluido do canal radicular. ➢ Frio ➔ Negativo ➢ Elétrico ➔ Geralmente negativo. Em raras situações responde a altas correntes devido à fibras tipo C (falso resultado) ➢ Cavidade ➔ Negativo Obs ➔ Em dentes multirradiculares, com pelo menos uma raiz contendo tecido pulpar vital, podem responder ao teste ao frio, mesmo que uma ou mais raízes contenham tecido pulpar necrótico. Testes Perirradiculares ➢ Palpação ➔ positivo ou negativo dependendo do status dos tecidos perirradiculares. ➢ Percussão ➔ positivo ou negativo dependendo do status dos tecidos perirradiculares. Achados radiográficos ➢ Presença de cárie, coroa fraturada e/ou restaurações extensas ➢ Se a causa for traumática, pode apresentar coroa hígida ou com pequenas restaurações ➢ Espaço do ligamento periodontal pode apresentar-se normal, espessado, ou com lesão perirradicular Tratamento Tratamento endodôntico OBS: Quando já tiver sido previamente removido todo tecido pulpar ou parte dele: ➢ pode não ser possível realizar um diagnóstico pulpar correto até o início do tratamento.
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