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Lauro Maduro • A Cinética química estuda a velocidade com que ocorrem de as reacções químicas. • Cinética Movimento ou Mudança • Energia cinética é a energia associada ao movimento de um objecto A velocidade de uma reação química é uma medida da rapidez com que um ou mais reagentes são consumidos. Reagentes produtos 𝑉𝑒𝑙𝑜𝑐𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒𝑚é𝑑𝑖𝑎 𝑟𝑒𝑎𝑔𝑒𝑛𝑡𝑒 = − ∆ 𝐴 ∆𝑡 Onde ∆ 𝐴 𝑒 ∆ 𝐵 são variações de concentração durante o intervalo de tempo ∆𝑡 AB • Em geral é mais conveniente exprimir a velocidade de uma reação em termos da variação da concentração com o tempo 𝑉𝑒𝑙𝑜𝑐𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒𝑚é𝑑𝑖𝑎 𝑝𝑟𝑜𝑑𝑢𝑡𝑜 = ∆ 𝐵 ∆𝑡 Será que podemos dizer que a velocidade da reação é constante? Não! 0 5 10 15 20 25 30 35 40 0 10 20 30 40 50 60 70 80 C o n ce n tr a çã o M T (s) Moleculas B Moléculas A Velocidade em cada um destes instantes é diferente N2O5(g) 2NO2(g) + ½ O2(g) Mecanismo da reação A representação química de uma reação balanceada apresenta o consumo de reagente, o produto formado e a estequiometria da reação. 2 O3(g) 3 O2 Reação de decomposição do ozônio na camada atmosfera. Porém do jeito que a reação está escrita, não descreve o verdadeiro mecanismo pelo qual a reação acontece. De acordo com a verificação experimental, o que se observou foi a reação em dois passos: Todas as etapas que conduzem os reagentes aos produtos e a correlação entre elas constituem o que chamamos de mecanismo da reação. • Somando-se as duas reações temos a reação global. • O elemento “O(g)” é criado e consumido ao longo da reação, por isso não entra na reação global. • O “O(g)” é chamado de espécie intermediária Exemplo: A reação entre monocloreto de iodo e hidrogênio, produzindo cloreto de hidrogênio e iodo, tem o mecanismo proposto em duas etapas: Qual a equação global dessa reação e a espécie intermediária? A espécie intermediaria é aquela produzida na primeira etapa e consumida na segunda: HI Velocidade instantânea de uma reação elementar Reação elementar: Ocorre em apenas uma etapa. 𝑎𝐴 + 𝑏𝐵 → 𝑝𝑟𝑜𝑑𝑢𝑡𝑜𝑠 𝑽𝒆𝒍𝒐𝒄𝒊𝒅𝒂𝒅𝒆 = 𝜥 𝑨 𝒂 𝑩 𝒃 Constante de velocidade Essa é a lei de velocidade das reações, ou lei de “Guldberg-Waage) Enunciado da lei: A velocidade de uma reação elementar, é diretamente proporcional ao produto das concentrações dos reagentes, em mol L-1, elevadas aos seus respectivos coeficientes estequiométricos Ordem da reação A ordem da reação é dada pelos expoentes que constam na lei de velocidade 𝑎𝐴 + 𝑏𝐵 → 𝑝𝑟𝑜𝑑𝑢𝑡𝑜𝑠 No caso de uma reação elementar vai ser a+b 𝑽𝒆𝒍𝒐𝒄𝒊𝒅𝒂𝒅𝒆 = 𝜥 𝑨 𝒂 𝑩 𝒃 a+b = ordem global da reação a= ordem em relação ao reagente A b= ordem em relação ao reagente B Velocidade instantânea de uma reação não elementar Determinação experimental da lei de velocidade Quando a reação não é elementar existe um meio prático de determina a lei de velocidade, são realizados experimentos variando a concentração do reagente e verificando a influencia dele sobre a velocidade. 2𝑁𝑂(𝑔) + 2𝐻2 𝑔 → 𝑁2 𝑔 + 2𝐻2𝑂(𝑔) [NO] (M) [H2](M) Velocidade inicial (M/s) 5 × 10−3 2 × 10−3 1,25 × 10−5 10 × 10−3 2 × 10−3 5,00 × 10−5 10 × 10−3 4 × 10−3 10,00 × 10−5 A reacção do Oxido nítrico com o hidrogénio a 1280ºC Determinar: (a) Lei da velocidade, (b) Constante de velocidade a) Lei da velocidade [NO] (M) [H2](M) Velocidade inicial (M/s) 5,00 × 10−3 2,00 × 10−3 1,25 × 10−5 10,00 × 10−3 2,00 × 10−3 5,00,× 10−5 10,00 × 10−3 4,00 × 10−3 10,00 × 10−5 𝑽𝒆𝒍𝒐𝒄𝒊𝒅𝒂𝒅𝒆 = 𝜥 𝑨 𝒙 𝑩 𝒚 Como determinar x e y? Mantendo a concentração de H2 constante e dobrando concentração de NO vemos que velocidade da reacção quadruplica 1 2 3 A ordem global é dada por (2+1) ou seja a reacção é de terceira ordem 4 = Κ 𝑁𝑂 𝑥 𝐻2 𝑦 Κ 𝑁𝑂 𝑥 𝐻2 𝑦 4 = Κ 10 × 10−3 𝑥 2 × 10−3 𝑦 Κ 5 × 10−3 𝑥 2 × 10−32 𝑦 4 = 2𝑥 𝑥 = 2 2 = Κ 𝑁𝑂 𝑥 𝐻2 𝑦 Κ 𝑁𝑂 𝑥 𝐻2 𝑦 2 = Κ 10 × 10−3 𝑥 4 × 10−3 𝑦 Κ 10 × 10−3 𝑥 2 × 10−32 𝑦 𝑉𝑒𝑙𝑜𝑐𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒3 𝑉𝑒𝑙𝑜𝑐𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒2 = Κ 𝐴 𝑥 𝐵 𝑦 Κ 𝐴 𝑥 𝐵 𝑦 2 = 2𝑦 𝑦 = 1 𝑉𝑒𝑙𝑜𝑐𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 = Κ 𝑁𝑂 2 𝐻2 1 𝑉𝑒𝑙𝑜𝑐𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒2 𝑉𝑒𝑙𝑜𝑐𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒1 = Κ 𝐴 𝑥 𝐵 𝑦 Κ 𝐴 𝑥 𝐵 𝑦 [NO] (M) [H2](M) Velocidade inicial (M/s) 5 × 10−3 2 × 10−3 1,25 × 10−5 10 × 10−3 2 × 10−3 5,00 × 10−5 10 × 10−3 4 × 10−3 10,00 × 10−5 [NO] (M) [H2](M) Velocidade inicial (M/s) 5,00 × 10−3 2,00 × 10−3 1,25 × 10−5 10,00 × 10−3 2,00 × 10−3 5,00,× 10−5 10,00 × 10−3 4,00 × 10−3 10,00 × 10−5 a) A constante de velocidade k 𝑽𝒆𝒍𝒐𝒄𝒊𝒅𝒂𝒅𝒆 = 𝜥 𝑨 𝒙 𝑩 𝒚 𝑣 = Κ 𝑁𝑂 2 𝐻2 1 𝑘 = 𝑣𝑒𝑙𝑜𝑐𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝑁𝑂 2 𝐻2 1 𝑘 = 1,25 × 10−5 5,00 × 10−3 2 2,00 × 10−3 1 𝑘 = 2,50 × 102𝑀−2𝑠−1 (c) Velocidade de reação quando [NO]= 𝟏𝟐, 𝟎𝟎 × 𝟏𝟎−𝟑M e [H2]= 𝟔, 𝟎𝟎 × 𝟏𝟎−𝟑M 𝑽 = 2,50 × 102 𝟏𝟐, 𝟎𝟎 × 𝟏𝟎−𝟑 𝟐 𝟔, 𝟎𝟎 × 𝟏𝟎−𝟑 𝟏 𝑽𝒆𝒍𝒐𝒄𝒊𝒅𝒂𝒅𝒆 = 2,20 × 10−4𝑀𝑠−1 A etapa lenta influenciando na velocidade. • As reações que ocorrem em mais de uma etapa, cada etapa possui sua própria lei de velocidade. • Porem a diferença de velocidade entre elas é mito grande, dessa forma, a etapa mais lenta limita a velocidade total da reação, por isso a etapa lenta é camada de etapa determinante da velocidade. Vglobal = Vlenta= K1[NO2][NO2] = K1[NO2] 2 Reação de segunda ordem. Reação de primeira ordem A velocidade da reação é diretamente proporcional à concentração de uma única espécie elevada a primeira potência 𝑉𝑒𝑙𝑜𝑐𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 = − Δ[𝐴] Δ𝑡 A Produto 𝑉𝑒𝑙𝑜𝑐𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 = 𝑘[𝐴] 𝑘 𝐴 = − Δ[𝐴] Δ𝑡 𝑘 𝐴 = − 𝑑[𝐴] 𝑑𝑡 −𝑘𝑑𝑡 = 𝑑[𝐴] 𝐴 −𝑘 𝑑𝑡 𝑡 0 = 1 𝐴 𝐴 𝑡 𝐴 0 𝑑[𝐴] −𝑘𝑡 = ln[𝐴]𝑡 − ln[𝐴]0 ln 𝐴 𝑡 = −𝑘𝑡 + ln[𝐴]0 𝑦 = 𝑚𝑥 +b ln 𝐴 𝑡 𝑡 𝐴 𝑡 𝑡 Reacção de 1ª Ordem 1 𝑘 = 𝑚 Reações de segunda ordem Reações de segunda ordem – ”quando a velocidade depende da concentração de um reagente ao quadrado, ou quando a soma das concentrações (x+y) é 2. 𝑉𝑒𝑙𝑜𝑐𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 = − Δ[𝐴] Δ𝑡 A Produto 𝑉𝑒𝑙𝑜𝑐𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 = 𝑘[𝐴]2 𝑘[𝐴]2= − 𝑑[𝐴] 𝑑𝑡 −𝑘𝑑𝑡 = 𝑑[𝐴] [𝐴]2 −𝑘 𝑑𝑡 𝑡 0 = [𝐴]−2 𝐴 𝑡 𝐴 0 𝑑[𝐴] −𝑘𝑡 = 𝐴 −1𝑡 − 𝐴 −1 0 1 [𝐴]𝑡 = 𝑘𝑡 + 1 [𝐴]0 1 [𝐴]𝑡 𝑡 Reacção de 2ª Ordem A+B Produto 𝑉𝑒𝑙𝑜𝑐𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 = 𝑘[𝐴][B] Em uma dada temperatura, a reação de decomposição do NO2 apresenta os dados da tabela seguinte, mostre que a reação é de segunda ordem e calcule a constante de velocidade. NO2 NO + ½ O2 V = k[NO2] 2 Constante de velocidade: 1 [𝐴]𝑡 = 𝑘𝑡 + 1 [𝐴]0 Escolhendo o tempo de 20 segundos 1/0,0094 = k x20 + 1/0,20 K = 5,07 mol-1Ls-1 As reacções químicas ocorrem como consequência de colisões entre as moléculas dos reagentes. 𝑉𝑒𝑙𝑜𝑐𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 ∝ 𝑛𝑢𝑚𝑒𝑟𝑜 𝑑𝑒 𝑐𝑜𝑙𝑖𝑠õ𝑒𝑠 𝑡 Será mesmo assim? Então deveremos esperar que a velocidade da reacção seja directamente proporcional ao número de colisões moleculares por unidade de tempo… Aplicando a teoria das colisões à cinética química. Teoria das colisões Energia de activação e dependência das constantes de velocidade relativamente á temperatura Quando duas moléculas colidemparte da energia cinética é convertida e energia vibracional Se a Energia cinética for suficientemente elevada quando as moléculas colidirem então a energia vibracional resultante será suficiente para quebrar algumas ligações químicas. Energia de activação e dependência das constantes de velocidade relativamente á temperatura Quando duas moléculas colidem têm de possuir uma energia cinética igual ou superior à sua Energia de Activação (𝑬𝒂). Energia necessária para que se inicie a reacção química Esta Energia mínima é fundamental para que as moléculas formem um complexo activado - Estado de Transição. Energia de activação e dependdencia das consatntes de velocidade relativamente á temperatura 𝑬𝒂 Estado de transição A+ B C+ D 𝑬𝒂 A+ B C+ D Estado de transição En er g ia P o te nc ia l Progresso da reação A influência da temperatura • Segundo a teoria das colisões, durante a colisão parte da energia cinética é usada para quebrar as ligações químicas. • Assim, quanto menor a temperatura, mais lentamente as moléculas se movem, tendo menor energia cinética. • Quanto maior a temperatura, mais rapidamente as moléculas se movem, maior é a energia cinética. Outros fatores que influenciam na velocidade de reação • Concentração dos reagentes: Normalmente, quanto maior a concentração dos reagentes, maior a velocidade da reação, porque aumenta a probabilidade de colisões. • Superfície de contato: Quando temos reações em fases distintas (sólido com gás), a superfície de contato é extremamente relevante. Quanto maior a superfície de contato, maior a velocidade da reação. Catalisador: Catalisadores são espécies que participam das reações aumentando suas velocidades, mas não são consumidas como reagentes, mesmo que sofram alteração ao longo da reação são regeneradas no final. Os catalizadores atuam alterando o caminho da reação; Esse novo caminho possui uma energia de ativação menor. Independente do caminho escolhido a variação de entalpia será a mesma.
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