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TEORIA DO CRIME
CONCEITO DE CRIME
 
1. Aspecto Material: crime pode ser definido como todo fato humano que, propositada ou descuidadamente, lesa ou expõe a perigo bens jurídicos considerados fundamentais para a existência da coletividade e da paz social.
 
2. Aspecto Formal/Legal: considera-se infração penal tudo aquilo que o legislador descreve como tal. 
 Temos: A) CRIME 			B) CONTRAVENÇÃO PENAL 			C) INFRAÇÃO SUI GENERI
3. Aspecto Analítico: é aquele que busca, sob um prisma jurídico, estabelecer os elementos estruturais do crime. Em primeiro lugar deve ser observada a tipicidade da conduta. Em caso positivo e só neste caso, verifica-se se a mesma é ilícita ou não. Sendo o fato típico e ilícito, já surge a infração penal. A partir daí, é só verificar se o autor foi ou não culpado pela sua prática.
CRIME 
CORRENTE FINALISTA TRIPARTIDA
FATO TÍPICO
ILÍCITO/ANTIJURÍDICO
CULPÁVEL
CONDUTA
NEXO CAUSAL – ART. 13
TIPICIDADE – ART. 1º
RESULTADO - NATURALÍSTICO
DOLO OU CULPA 
IMPUTABILIDADE – ART. 26
POTENCIAL CONSCIÊNCIAL DA ILICITUDE – ART. 21
EXIGIBILIDADE DE CONDUTA DIVERSA – ART. 22
Exclui o crime
Exclui o crime
Isenta o agente de pena
CONDUTA É a ação ou omissão humana, consciente e voluntária, dirigida a uma finalidade. Os seres humanos são entes dotados de razão e vontade. O pensamento, entretanto, enquanto permanecer encastelado na consciência, não representa absolutamente nada para o Direito Penal. Se não houver vontade, não há conduta.
A vontade e a consciência, geradoras da conduta, não são, contudo, desprovidas de finalidade, no sentido de que toda ação ou omissão dominada pela voluntariedade objetiva atingir um fim.  Exemplo: Copo d’água.
No caso da conduta dolosa, a vontade e finalidade já são as de produzir um resultado típico, enquanto na conduta culposa, a vontade e a finalidade não buscam um resultado típico, mas este ocorre devido à violação de um dever de cuidado que qualquer pessoa mediana estaria obrigada a observar. 
TEORIAS DA CONDUTA
 A teoria naturalista ou casual – Foi concebida no século XIX e perdurou até meados do século XX, sob forte influenciadas ciências físicas e naturais, bem como do positivismo jurídico, caracterizado pelo excessivo apego à letra expressa da Lei. O estado estabelecia as regras do jogo, de modo impessoal, e não se preocupava com as desigualdades materiais, nem procurava amenizá-las. 
Hoje, essa teoria é superada, torna-se inadmissível afirmar que crime é aquilo que está definido em Lei sem preocupações de ordem material e sem levar em conta se a ação foi consciente e voluntária.
 
A corrente neoclássica ou neokantista – Em 1915, o tipo penal deixava de ser uma criação abstrata do legislador para se transformar em um reflexo de cultura e dos valores de uma sociedade, pois foram identificados alguns tipos penais que exigiam expressamente a finalidade do agente. 
A teoria finalista da ação – Final de 1920 e até 1930. Aqui, o delito não poderia mais ser qualificado apenas como um simples desvalor do resultado, passando antes a configurar um desvalor da própria conduta. Matar alguém, do ponto de vista objetivo, configura sempre a mesma ação, mas matar alguém para vingar o estupro de sua filha é subjetivamente diferente do que matar por dinheiro. 
  
TEORIA CONSTITUCIONAL DO DIREITO PENAL - O fato típico passa a ser muito mais do que apenas a mera realização dolosa ou culposa de uma conduta descrita em Lei como crime. É a teoria adotada pelo Direito Penal, com a colocação do dolo e da culpa no fato típico. 
ELEMENTOS DA CONDUTA: 
Vontade, Finalidade, Exteriorização e Consciência.
DIFERENÇA ENTRE ATO E CONDUTA: A conduta é a realização material da vontade humana, mediante a prática de um ou mais atos. Já o ato é apenas uma parte da conduta, quando esta se apresenta sob a forma de ação. 
AUSÊNCIA DE VOLUNTARIEDADE: Reflexos não são condutas, constituindo atos desprovidos de qualquer vontade ou finalidade, isso exclui a conduta. A coação física, que consiste no emprego de força física, exclui a conduta pela absoluta falta de vontade, já a coação moral, mantém um mínimo de vontade,
FORMAS DE CONDUTA:
AÇÃO: comportamento positivo, movimentação corpórea; 
OMISSÃO: Comportamento negativo, abstenção de movimento.
Enquanto as condutas comissivas desatendem a preceitos proibitivos (a norma mandava não fazer e o agente fez), as condutas omissivas desatendem mandamentos imperativos (a norma mandava agir e o agente se omitiu).
DA CONDUTA OMISSIVA:
A omissão está necessariamente ligada a uma ação, porque não existe uma omissão em si mesma, mas apenas a omissão de uma ação determinada. 
Formas de conduta omissiva:
crimes omissivos próprios: inexiste o dever jurídico de agir, faltando, por conseguinte, o segundo elemento da omissão, que é a norma impondo o que deveria ser feito. Ante a inexistência, a omissão perde relevância causal, e o omitente só praticará crime se houver tipo incriminador descrevendo a omissão como infração formal ou de mera conduta. 
crimes omissivos impróprios, também conhecidos como crimes omissivos impuros, ou comissivos por omissão: o agente tinha o dever jurídico de agir, ou seja, não fez o que deveria ser feito. Há, portanto, a norma dizendo o que ele deveria fazer, passando a omissão a ter relevância causal. Como consequência, o omitente não responde só pela omissão como simples conduta, mas pelo resultado produzido, salvo se este não lhe puder ser atribuído por dolo ou culpa;
Crimes omissivos por comissão: nesses crimes, há uma ação provocadora da omissão. Exemplo: chefe de uma repartição impede sua funcionária, que está passando mal, seja socorrida. Se ela morrer, o chefe responderá pela morte por crime omissivo por comissão
participação por omissão: ocorre quando o omitente, tendo o dever jurídico de evitar o resultado, concorre para ele ao quedar-se inerte. Nesse caso, responderá como partícipe. Quando não existe o dever de agir não se fala em participação por omissão, mas em conivência ou participação negativa, hipótese em que o omitente não responde pelo resultado, mas por sua mera omissão – art. 135, CP; Assim, não fica caracterizada a participação do agente pela conduta omissiva de presenciar a prática do crime.
REQUISITOS DA OMISSÃO
Para a caracterização da conduta omissiva é necessário analisar se o omitente tinha poder, nas circunstâncias, para executar a ação exigida, mediante a aferição da seguintes requisitos.
a) conhecimento da situação típica; b) consciência, por parte do omitente, de seu poder de ação para a execução da ação omitida (é o chamado dolo da omissão, em analogia ao dolo da ação); c) possibilidade real de levar a efeito essa tarefa.
Na presença de tais circunstancias, verifica-se que o omitente tinha a real possibilidade de agir, ou seja, poder para executar a ação exigida, caracterizando, portanto, a conduta omissiva.
Caso fortutito e força maior:
Fortuito: é aquilo que se mostra imprevisível, quando não inevitável, é o que chega sem ser esperado e por força estranha à vontade do homem. Exemplo: incêndio provocado pelo cigarro.
Força maior: trata-se de evento externo ao agente, tornando inevitável o acontecimento. O exemplo mais comum é a coação física. Excluem o dolo e a culpa e, consequentemente, a conduta. Não há, portanto, crime.
Sujeitos da conduta típica: 
Sujeito ativo – é a pessoa humana que pratica a figura típica descrita na lei, isolada ou conjuntamente com outros autores. O conceito abrange não só aquele que pratica o núcleo da figura típica (quem mata, subtrai, etc.), como também o partícipe, que colabora de alguma forma na conduta típica, sem, contudo, executar atos de conotação típica, mas que de alguma forma, subjetiva ou objetivamente, contribui para a ação criminosa.
Se é certa que a maioria dos crimes pode ser praticada por qualquer pessoa, bastando a capacidade geral, é correto afirmar também que alguns delitos exigem uma capacidade especial, como certa posição jurídica (p. ex., ser funcionáriopúblico, no crime do artigo 312, CP) ou de fato (p. ex., ser gestante no delito do artigo 124, CP). 
Pessoa jurídica como sujeito ativo do crime: A pessoa jurídica pode ser sujeito ativo de crime. São as fraudes e agressões cometidas contra o sistema financeiro e o meio ambiente. A responsabilidade da pessoa jurídica não interfere na responsabilidade da pessoa física que praticou o crime. É o que se chama sistema paralelo de imputação.
OBJETO JURÍDICO E OBJETO MATERIAL
Objeto jurídico do crime: É o bem jurídico protegido pela norma penal.  
Objeto material do crime: É a pessoa ou coisa sobre as quais recai a conduta. É o objeto da ação. 
Há crimes sem objeto material, como o de ato obsceno (CP, 223).
Cumpre não confundir o objeto material com o corpo de delito, ainda que possam coincidir; este é constituído do conjunto de todos os elementos sensíveis do fato criminoso, como prova dele, incluindo-se os instrumentos, os meios e outros objetos (arma, vestes da vítima, papeis, etc).
RESULTADO
Conceito: é a modificação no mundo exterior provocada pela conduta.
Distinção com evento: evento é qualquer acontecimento, resultado é a consequência da conduta. Exemplo: raio provoca incêndio, trata-se de um evento.
Teorias: 
Naturalística: resultado é a modificação provocada no mundo exterior pela conduta (a perda patrimonial no furto, a conjunção carnal no estupro, a morte no homicídio). De acordo com esse resultado, as infrações penais classificam-se em crimes materiais, formais e de mera conduta. Crime material é aquele cuja consumação só ocorre com a produção do resultado naturalístico, como o homicídio, que só se consuma com a morte. Crime formal é aquele em que o resultado naturalístico é até possível, mas irrelevante, uma vez que a consumação se opera antes e independentemente de sua produção. É o caso, por exemplo, da extorsão mediante. Crime de mera conduta não admite resultado naturalístico, como desobediência, que não produz nenhuma alteração no mundo concreto, contra a honra.
Jurídica ou normativa: Todo crime tem resultado jurídico porque sempre agride um bem jurídico tutelado. Quando não houver resultado jurídico, não existe crime. Assim, o homicídio atinge o bem vida; o furto e o estelionato o patrimônio, etc. 
Nexo causal:
Conceito: É o elo de ligação concreto, físico, material e natural, que se estabelece entre a conduta do agente e o resultado naturalístico, por meio da qual é possível dizer se aquela deu ou não causa a este.
Natureza: O nexo causal consiste em uma mera constatação acerca da existência de relação entre conduta e resultado. 
Teorias para apontar o nexo causal:
Teoria da equivalência dos antecedentes – Para ela, toda e qualquer conduta que, de algum modo, ainda que minimamente, tiver contribuído para a produção do resultado deve ser considerada a sua causa. Tudo aquilo que, excluído da cadeia de causalidade, ocasionar a eliminação do resultado, deve ser tido como sua causa, pouco importando se, isoladamente, tinha ou não idoneidade para produzi-lo. É a teoria adotado pelo CP.
Portanto, tudo que provocar a exclusão do resultado considera-se sua causa. Suponha-se que “A” tenha matado “B”. A conduta típica do homicídio possui uma série de fatos, dentre os quais podemos sugerir os seguintes: 1) a produção do revolver pela indústria; 2) aquisição da arma pelo comerciante; 3) compra do revolver pelo agente; 4) refeição tomada pelo homicida; 5) emboscada; 6) disparo de projéteis na vítima; 7) resultado morte. Dentro dessa cadeia de fatos, excluindo-se os fatos sob os números 1 a 3 5 e 6, o resultado não teria ocorrido. Logo, são considerados causa. Excluindo-se o fato sob o 4, ainda assim o evento aconteceria, logo não é considerado causa. 
O nexo causal só tem relevância nos crimes cuja consumação depende do resultado naturalístico. Deste modo: 
a) nos crimes omissivos próprios: Não há, pois inexiste resultado naturalístico;
b) nos crimes de mera conduta: Não há.
c) nos crimes formais, o nexo causal não importa.
d) os crimes materiais, há em face da existência do resultado naturalístico
Qualificação jurídica da omissão: 
Os tipos comissivos descrevem ações. Assim, por exemplo, o artigo 121, do CP descreve a ação de matar alguém. 
Os tipos comissivos por omissão, por sua vez, configuram hipótese híbrida, conjugando dois fatores: ausência de ação efetiva (omissão) + expectativa e exigência de atuação (dever de ação). 
Assim, o disposto no §2º, art. 13, ao prever taxativamente todos os casos em que o omitente tem a obrigação de impedir o resultado, deve ser considerado como elementar dos crimes omissivos impróprios. 
Não configurada nenhuma de suas hipóteses, a conduta omissiva transforma-se em simples omissão (omissivos próprios ou puros), sem a possibilidade de vincular o omitente ao resultado naturalístico produzido.  
Poder de agir – cumpre, antes, apreciar o §2º, do art. 13, que diz que “a omissão é penalmente relevante quando o omitente devia e podia agir para evitar o resultado”. Assim, não basta o dever de agir, mas a possibilidade real de agir.
Dever de agir – Art. 13, §2º, CP, incumbe a quem:
tenha por lei obrigação de cuidado proteção ou vigilância (é o caso dos pais que têm o dever de cuidar dos filhos), caso a mãe recuse-se a amamentar o recém-nascido, fazendo com que este morra de inanição, deverá responder pelo resultado, isto é, por homicídio culposo.
de outra forma, assumiu a responsabilidade de impedir o resultado (caso do garantidor). É o caso da babá, do salva-vidas – responderá pelo resultado se por dolo ou culpa; 
com seu comportamento anterior, criou o risco da ocorrência do resultado (ingerência da norma), quem por exemplo, por brincadeira, esconde o remédio de um cardíaco tem o dever de corre-lo e impedir sua morte, sob pena de responder pelo resultado. Do mesmo modo, aquele que joga uma pessoa na piscina, está obrigado a salvá-la.
Superveniência Causal
Causa: é toda condição que atua paralelamente à conduta, interferindo no processo causal.
Concausa: aquela causa distinta da ação principal, que atua ao seu lado, contribuindo para a produção do resultado. Podem ser anteriores, concomitantes ou posteriores à ação e concorrem com esta para o evento naturalístico.
Espécies de causa: a) dependentes: origina-se da conduta, sem a qual não existiria e atua com dependência absoluta da causa anterior b) independentes: é aquela que refoge ao desdobramento causal da conduta, produzindo por si só o resultado. Seu surgimento não é algo esperado, é imprevisível. Exemplo: não é consequência normal de um simples susto a morte por parada cardíaca. Causa absolutamente independente: não se origina da conduta e comporta-se como se por si só tivesse produzido o resultado, não sendo uma decorrência formal e esperada. Causa relativamente independente: origina-se da conduta e comporta-se como se por si só tivesse produzido o resultado, não sendo normal ou esperada;
CAUSAS ABSOLUTAMENTE INDEPENDENTES têm origem totalmente diversa da conduta. 
Espécies:
Preexistentes - existem antes de a conduta ser praticada e atuam independente de seu cometimento, de maneira que com ou sem ação o resultado ocorreria do mesmo jeito. 
Concomitantes: não têm relação com a conduta e produzem efeito independente desta. No entanto, por coincidência, atuam exatamente no instante em que a ação é realizada. 
Supervenientes: atuam após a conduta. 
CONSEQUENCIAS DAS CAUSAS ABSOLUTAMENTE INDEPENDENTES: Rompem totalmente o nexo causal, e o agente só responde pelos atos até então praticados. 
CAUSAS RELATIVAMENTE INDEPENDENTES: Produzem por si só o resultado, não se situando dentro da linha de desdobramento causal da conduta, por serem, no entanto, relativamente independentes, encontram sua origem na própria conduta praticada pelo agente. 
Espécies: 
Preexistentes: Atuam antes da conduta. “A” desfere um golpe de faca na vítima, que é hemofílica e vem a morrer em face da conduta, somada à contribuição de seu peculiar estado fisiológico.No caso, o golpe isolado seria insuficiente para produzir o resultado fatal, de modo que a hemofilia atuou de forma independente, produzindo por si só o resultado; O processo patológico, contudo, só foi denotado a partir da conduta, razão pela qual sua independência é apenas relativa. 
Concomitante: “A” atira na vítima, que, assustada, sofre um ataque cardíaco e morre. O tiro provocou o susto e, indiretamente, a morte. A causa do óbito foi a parada cardíaca e não a hemorragia traumática provocada pelo disparo. 
Supervenientes: A vítima de um atentado é levada ao hospital e sofre acidente no trajeto, vindo por esse motivo a falecer. A causa é independente, pois a morte foi provocada pelo acidente e não pelo atentado, mas essa independência é relativa, já que, se não fosse o ataque, a vítima não estaria na ambulância.
CONSEQUENCIA DAS CAUSAS RELATIVAMENTE INDEPENDENTES
Ao contrário das absolutamente independentes, essas mantém integra a relação causal entre conduta e resultado. No caso das causas preexistentes e concomitantes, como existe nexo causal, o agente responderá pelo resultado, salvo se não concorrer com dolo ou culpa. Nas supervenientes, não responde o agente pelo resultado, mas somente por tentativa. 
CRISE DA EQUIVALÊNCIA DOS ANTECEDENTES
1ª Dupla causalidade alternativa: ocorre quando duas ou mais causas concorrem para o resultado, sendo cada qual suficiente, por si só, para a sua produção. A e B, sem que um saiba da conduta do outro, ministram veneno a C, com o intuito de mata-lo. Cada uma das doses é suficiente, por si só, para produzir o evento letal. A esse aplicamos o seguinte: causador é aquele cuja dose efetivamente produziu a morte, se foi a dose ministrada por A, este é o autor, devendo o outro ser punido pela tentativa. Não se provando qual das doses acarretou a morte, aplica-se o princípio in dubio pro reo, e a nenhum dos autores será imputado o resultado, respondendo os dois por tentativa. 
2ª Dupla causalidade com doses insuficientes: se no mesmo exemplo as doses forem insuficientes, por si s para levar ao resultado morte, mas somadas acabassem por atingir o nível necessário e, assim, produzir a fatalidade? Neste caso, nem a conduta de A nem a de B, sozinhas, levariam ao resultado. Eliminada qualquer uma delas, o resultado desapareceria, pois somente juntas são capazes de provocar a morte. 
3º O resultado que ocorreria de qualquer modo: se um médico acelerar a morte de um paciente terminal, que já está com danos cerebrais irreversíveis, desligando o aparelho que o mantinha vivo, não poderá ser considerado causador do homicídio, pelo critério de eliminação hipotética, já que mesmo suprimida a sua conduta da cadeia causal, ainda assim a morte acabaria acontecendo.