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REVISÃO BIBLIOGRÁFICA DOS FUNGOS ASPERGILLUS E TRICHODERMA

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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO 
UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUÍ - UFPI 
CAMPUS PROFESSORA CINOBELINA ELVAS - CPCE 
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA AGRONÔMICA 
CURSO DE BACHARELADO EM ENGENHARIA AGRONÔMICA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
REVISÃO BIBLIOGRÁFICA DOS FUNGOS ASPERGILLUS E 
TRICHODERMA 
 
 
 
 
DISCENTES: 
ALEXANDRE CESAR MAURI 
JORDAN ARAUJO GONÇALVES 
GLÊNIO ÁLLEX ALVES RIBEIRO 
IURI DE ARAÚJO MOREIRA 
 
 
 
 
 
BOM JESUS - PI 
2019.2
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1. THRICHODERMA 
A preocupação com o meio ambiente, o aumento da demanda por alimentos mais 
saudáveis e as dificuldades encontradas no controle químico de algumas doenças de culturas 
comercialmente importantes têm feito com que os produtores busquem novas tecnologias 
ecologicamente mais apropriadas e sustentáveis. Dentre elas, a utilização de micro-
organismos no controle biológico de doenças de plantas tem se destacado, pois colabora 
diretamente para a redução do uso de agrotóxicos nos sistemas de cultivo convencional e 
integrado. Fungos do gênero Thrichoderma encontram-se entre os agentes de controle 
biológico mais estudados e empregados na produção agrícola mundial. Isto porque, além de 
possuírem grande potencial para melhorar a sanidade e o desenvolvimento de plantas, não são 
patogênicos ao homem e ao meio ambiente. Embora nos últimos anos a disponibilidade de 
produtos comerciais à base de Thrichoderma tenha aumentado no Brasil, alguns entraves 
como a falta de produtos registrados junto ao Ministério da Agricultura, Pecuária e 
Abastecimento (MAPA) e a carência de informações sobre esses agentes tem dificultado o 
crescimento deste novo e promissor mercado. 
1.1 CARACTERÍSTICAS 
Thrichoderma é um fungo filamentoso, comumente chamado de bolor ou mofo, de 
crescimento rápido e que produz colônias de coloração verde. Devido ao grande potencial de 
suas espécies, pois são mais de 100 as conhecidas, esse fungo é utilizado rotineiramente em 
indústrias de papel, de alimentos, química, farmacêutica, têxtil e, mais recentemente, na 
produção agrícola mundial para melhorar a sanidade, o crescimento e a produtividade de 
diversas culturas de importância econômica. Pode ser encontrado em praticamente todos os 
tipos de solos, embora mais frequentemente nos de regiões de clima temperado e tropical, 
associado às raízes das plantas e à matéria orgânica morta. Por ser saprófita4, ajuda na 
decomposição dos resíduos vegetais e animais. Estes, depois de decompostos, retornam ao 
solo e servem de alimentos para as plantas. Por colonizar com facilidade solos e raízes, o 
Thrichoderma compete com os patógenos presentes, colaborando para que as plantas 
permaneçam saudáveis. 
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2. ASPERGILLUS 
Aspergillus Micheli, 1729 é um gênero de fungos que apresenta coloração branca ou 
amarelada com formação de pedúnculos e uma ponta colorida. São importantes agentes 
decompositores de alimentos. As espécies descritas com base em anamorfos que 
anteriormente se encontravam incluídas no género Eurotium foram transferidas para este 
género. 
São utilizados na produção de alimentos e produção comercial de ácido cítrico, 
glucônico e gálico. Existem mais de 200 espécies encontradas na natureza. O género 
Aspergillus foi catalogado em 1729 pelo padre italiano e biólogo Pier Antonio Micheli que ao 
observar o fungo ao microscópio, se lembrou da forma de um aspergillum (um borrifador de 
água benta) e nomeou o género de acordo com o objeto. As espécies de Aspergillus são 
aeróbicas e encontradas em ambientes ricos em oxigênio, onde geralmente crescem na 
superfície onde vivem. Contaminam restos de comidas (como pães e batatas) e crescem em 
muitas plantas e árvores. 
Cerca de 16-20 espécies podem infectar o homem causando morte, sendo as mais 
comuns A. fumigatus, A. flavus e A. niger. As manifestações clínicas incluem micetomas 
(infecção subcutânea), reação de hipersensibilidade (aspergilose alérgica), aspergilose 
pulmonar (que pode conter aspergiloma e ser necrosante crônica) e sua forma mais letal: 
invasiva generalizada em imunocomprometidos. Injeções de posaconazol podem ser usadas 
em casos de emergência. 
 
 
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Figura 1. Aparência das colônias de Trichoderma harzianum (A) e T. asperellum (B) em 
meio de cultura BDA (batata-dextrose-agar). 
 
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2.1 CICLO BIOLÓGICO 
Uma fase sexual e uma fase assexuada podem ser identificadas. Quando um esporo 
atinge o substrato ideal, uma fase de cerca de 20 horas é necessária para o desenvolvimento 
das hifas. Se as condições forem favoráveis, como boa aeração e luz solar, as hifas começam a 
se diferenciar, inchando uma parte da parede celular da qual o conidióforo emergirá. Isso irá 
desenvolver os conídios que serão espalhados pelo vento, reiniciando o ciclo de vida do 
fungo. Se as condições não forem favoráveis para o desenvolvimento vegetativo, como longas 
horas de escuridão, a fase sexual do fungo pode se desenvolver. 
Na fase sexual, desenvolvem-se primórdios de células que originam uma estrutura 
globosa chamada cleistothecia. Dentro estão os ascos onde os ascósporos se desenvolverão. 
Estes são os esporos que sob condições favoráveis e sobre um substrato adequado irão 
desenvolver hifas, reiniciando o ciclo de vida do fungo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
É um dos fungos responsáveis pela produção de micotoxinas (aflatoxina) em grãos 
armazenados (grãos ardidos). As perdas qualitativas por grãos ardidos são motivos de 
desvalorização do produto e uma ameaça à saúde dos rebanhos e humana. Como padrão de 
qualidade tem-se, em algumas agroindústrias, a tolerância máxima de 6% para grãos ardidos 
em lotes comerciais de grãos. 
Danos: As micotoxinas em grãos armazenados podem ser produzidas a baixas 
temperaturas, significando que a produção de toxinas ocorre mesmo sob o efeito de choque 
térmico, como no caso de alternância das temperaturas, principalmente a diurna e a noturna. 
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Figura 2. Ciclo biológico do Aspergillus. 
 
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Controle: A prevenção contra a infecção dos grãos por fungos promotores de grãos 
ardidos deve levar em consideração um conjunto de medidas: 
 
a) utilizar cultivares mais resistentes aos fungos do gênero Aspergillus; 
 
b) realizar rotação de culturas com espécies de plantas não suscetíveis aos fungos do gênero 
Aspergillus; 
 
c) interromper o monocultivo; 
 
d) usar sementes de alta qualidade sanitária; 
 
e) evitar altas densidades de plantio; 
 
f) No caso do milho, utilizar cultivares com espigas decumbentes; 
 
g) evitar colher espigas atacadas por insetos e pássaros; 
 
h) não colher espigas de plantas acamadas; 
 
i) não retardar a colheita; 
 
j) realizar o enterro de restos culturais de milho infectados com o fungo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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2.2 CICLO DE VIDA 
 
 
 
 
 
 
 
2.3 COLONIAS E DESCRIÇÃO MICOLÓGICA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 3. Ciclo biológico das espécies Aspergillus flavus e A. parasiticus que afetam 
amendoeiras na Califórnia (desenhos feitos por Gwen Conville com base no ciclo 
biológico proposto por Themis J. Michailides). 
 
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Figura 4. Diferentes ciclos da Aspergillus flavus. 
 
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O Aspergillus flavus apresenta em sua colônia coloração verde-amarelada, um dos 
fatores que caracteriza a suapresença (Figura 4 - A, B e C), seu micélio externo responsável 
pela característica de patógeno superficial. Os conidióforos são septados (Figura 4 - G), essas 
frutificações produzem esporos (Figura 4 - D) que se desenvolvem e multiplicam de forma 
assexual através dos conídios (Figura 1 I e J), esses produzidos pelas células ampuliformes 
(Figura 4 - H) através da célula conidiogênica (Figura 4 - F). Os conidióforos são simples de 
formato esférico e ameroseptado, produzidos em cadeia ao redor de uma célula conidiogênica. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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3. REFERÊNCIAS 
AGROLINK. Fungo de pós-colheita (Aspergillus spp). Disponível em:< 
https://www.agrolink.com.br/problemas/fungo-de-pos-colheita_2136.html>. Acesso em: 14 
set. 2019. 
AGROLINK. Ciclo biológico Aspergillus. Disponível em:< 
https://www.researchgate.net/figure/Figura-4-Ciclo-biologico-de-las-especies-Aspergillus-
flavus-y-A-parasiticus-afectando_fig2_328074893>. Acesso em: 14 set. 2019. 
CHALFOUN S.M. & BATISTA L.R., Fungos associados a frutos e grãos do café, 
Aspergillus & Penicillium 2003. 
ESTUDOS EM DOENÇAS DE PLANTAS, Dr. Milton Luiz da Paz Lima, Aspectos 
Gerais e Morfológicos do Fungo Aspergillus flavus. Disponível em 
http://fitopatologia1.blogspot.com/2010/07/aspectos-gerais-e-morfologicos-do-fungo_4512 
.html> . Acesso em 14 set de 2019.

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