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CONSIGNAÇÃO EM PAGAMENTO NO NCPC - 2019- PARTE 1

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CENTRO UNIVERSITÁRIO NEWTON PAIVA- FACULDADE DE DIREITO- PROCESSO CIVIL IV- PROCEDIMENTOS ESPECIAIS
PROFESSORA CAROLINA CÂNDIDO OLIVEIRA
PONTO 2– AÇÃO (PROCEDIMENTO) DE CONSIGNAÇÃO EM PAGAMENTO
PARTE 1
1. INTRODUÇAO 
Em Direito Civil, nos semestres anteriores, você já estudou, dentre os efeitos das obrigações, o pagamento por consignação (CCB/2002, art. 334/345). 
Considera-se pagamento e extingue a obrigação o depósito judicial da coisa devida, nos casos e forma legais (art. 334 CCB/2002). As hipóteses em que a consignação tem lugar estão sobretudo no art. 335 do CCB/2002, cuja leitura é recomendada, assim como os dispositivos subsequentes retro citados.
 Agora, vamos cuidar o procedimento especial da consignação em pagamento, matéria tratada nos art. 539/549 do CPC/2015, lembrando-se ainda dos art. 58 e 67 da Lei nº 8.245/91, Lei das Locações, onde previsto procedimento especial para a consignação em pagamento de aluguéis e acessórios da locação.
2. CONCEITO
A ação de consignação em pagamento é aquela destinada ao depósito judicial da coisa ou quantia devida, nas hipóteses legais, com o objetivo de evitar que o autor (consignante) fique em mora perante o réu (consignado). Não é ação de consignação em pagamento, com efeito liberatório do devedor, o depósito eventualmente por este feito em conta bancária em nome do credor. A ação de consignação significa depósito em juízo, só liberando o devedor se julgado procedente o pedido, com a extinção da respectiva obrigação e quitação ao devedor.
O direito de pagar é assegurado por lei, na esteira do que diz Humberto Thedoro Júnior: “O devedor não pode ficar à mercê de credor malicioso ou displicente”.
Sendo assim, como a sujeição do devedor ao credor não pode eternizar-se, nem seus efeitos podem depender unicamente da vontade do credor, a lei assegura ao devedor (solvens) o pagamento voluntário (faculdade), que é ato jurídico bilateral, onde o mesmo cumpre obrigação legal ou contratual com fim liberatório e o credor (accipiens), recebe a prestação devida.
3. CONSIGNAÇÃO EXTRAJUDICIAL 
Os §§ do art. 539 do NCPC admitem a consignação extrajudicial, só nas obrigações em dinheiro, mediante o depósito da quantia devida, em estabelecimento bancário, oficial onde houver (bancos controlados pelo Poder Público, como Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal, banco estadual), no lugar do pagamento, em conta com correção monetária. Feito esse depósito extrajudicial da quantia em dinheiro devida, o credor será cientificado por carta com aviso de recepção, mandada pelo banco oficial, às expensas do devedor, assinado o prazo de 10 dias para a manifestação de recusa ou recebimento da importância (§ 1º do art. 539 do CPC/15). Decorrido o prazo, contado do retorno do aviso, havendo o recebimento ou não sendo manifestada a recusa, por escrito, reputar-se-á o devedor liberado da obrigação, ficando o depósito à disposição do credor (§ 2º do art. 539). 
Nesse caso, portanto, a consignatória será extrajudicial, o depósito não terá sido feito em juízo, mas, no nosso entendimento, como a lei não pode excluir da apreciação do Judiciário ameaça ou lesão a direito (art. 5º, XXXV da CR), o consignado não pode ser inibido de discutir, querendo, a questão em juízo, mesmo que não tenha manifestado recusa ao banco oficial, havendo nesse caso, porém, uma presunção de quitação a favor do devedor. Se houver essa recusa, manifestada por escrito, o devedor ou terceiro poderá propor, dentro de 1 (um) mês, contado da ciência dessa recusa, a ação de consignação, instruindo a inicial com a prova do depósito bancário da quantia devida e com a prova da recusa, sendo certo que, se a ação não for proposta dentro de 1 (um) mês, ficará sem efeito o depósito e à disposição do depositante (§§ 3º e 4º do art. 539). 
Frise-se que a consignatória extrajudicial, quando cabível, é uma faculdade, não sendo o interessado obrigado a promovê-la antes do ajuizamento da ação, tendo sido prevista na legislação com o objetivo de desafogar a Justiça de processos, pois que poderá dar resultado prático. Não se trata, como já dito, de ação judicial, mas de procedimento extrajudicial, que, na hipótese do § 3º do art. 539, será preparatório da posterior ação consignatória.
4. PROCEDIMENTOS
Há dois procedimentos especiais para a ação de consignação em pagamento: um, previsto nos art. 539 a 549 do CPC/2015, para a generalidade dos casos; outro, no art. 67, incisos e parágrafo, c/c o art. 58 da Lei nº 8.245/91, para a consignação de aluguéis e acessórios da locação. Em se tratando, pois, de verbas locatícias, devidas em decorrência da relação ex locato, será observado o rito da Lei nº 8.245/91; caso contrário, o procedimento será o do CPC. Exemplos esclarecedores: se o inquilino não consegue pagar os aluguéis e outras taxas devidas em decorrência do contrato de locação, por discordância entre as partes quanto ao índice de reajuste mensal, deverá ajuizar a ação de consignação pelo procedimento do art. 67 da Lei nº 8.245/91; se um promitente vendedor se recusa a receber as prestações representativas do preço, por estar arrependido do negócio, poderá o promissário comprador ajuizar ação de consignação em pagamento pelo rito previsto nos art. 539/549 do CPC/2015. 
Embora os dois procedimentos, da referida Lei e do CPC, tenham alguns pontos em comum, têm, também, muitos pontos de divergência, sobretudo no que diz respeito aos prazos, pelo que se aconselha a leitura atenta e o confronto dos dois diplomas legais, a seguir examinados.
4.1. O	 PROCEDIMENTO DO CPC/15 
 	4.1.1. COMPETÊNCIA - Pelo procedimento do CPC/15, art. 539/549, a ação será ajuizada no lugar do pagamento (art. 540), que, de regra é o foro do devedor (dívida quérable, quesível, que o credor tem que ir buscar) podendo as partes pactuar de forma diversa (divida portable, portável, que o devedor tem que levar ao credor). Sobre o foro competente, pois, será o do lugar do cumprimento da obrigação, conforme art. 540. 
 	4.1.2. REQUISITOS DA PETIÇÃO INICIAL - A petição inicial deve observar os requisitos dos art. 319/320/106, complementados pelos requisitos do art. 542, I e II: requerimento de depósito da quantia ou coisa devida, no prazo de 5 dias do deferimento, ressalvada a hipótese de consignação extrajudicial, como já explicado, [caso em que a inicial já virá acompanhada do comprovante desse depósito extrajudicial e da prova da recusa (§ 3º do art. 539)]; e pedido de citação do consignado para levantar o depósito ou oferecer contestação.
 		4.1.2.1. CITAÇÃO DO CONSIGNADO - A citação poderá ser por via postal (art. 247, caput) ou por outra forma (art. 247, V).
 		4.1.2.2. CONSIGNAÇÃO DE COISA INDETERMINADA - Se o objeto da obrigação for coisa indeterminada (determinada apenas pelo gênero e quantidade) e a escolha couber ao devedor, este, na inicial já fará a escolha (por exemplo, a sua obrigação é de entregar 500 sacas de café, cabendo-lhe escolher o tipo de café; neste caso, a inicial já oferecerá o tipo de café escolhido pelo devedor, consignante). Lado outro, se, tendo por objeto coisa indeterminada, couber ao credor a escolha, será este citado para exercer o direito dentro de 5 dias, se outro não for o prazo da lei ou do contrato, ou para aceitar que o devedor o faça, devendo o juiz, ao despachar a inicial, fixar lugar, dia e hora em que se fará a entrega, sob pena de depósito (art. 543 do NCPC e art. 255 do CCB/2002). Se ocorrer dúvida sobre quem deva receber legitimamente o pagamento, o autor requererá o depósito e a citação dos que o disputam para provarem seu direito (art. 547). 
 		4.1.2.3. VALOR DA CAUSA - O valor da causa será o valor do ato ou de sua parte controvertida (art. 292, II), porque a ação de consignação em pagamento objetiva o cumprimento do ato jurídico. Verificar jurisprudência atual a respeito.
 
4.1.2.4. PEDIDO - Quanto ao pedido de mérito, deverá o autor, na inicial, requerer o depósito da coisa ou da quantia em juízo e que lhe seja dada quitação, coma extinção da sua obrigação para com o credor. Diverge a jurisprudência quanto à possibilidade ou não de se buscar acertar relação jurídica no âmbito de ação consignatória. A tendência atual pode ser resumida no seguinte aresto do STJ: “O pedido, na consignatória, será sempre de liberação da dívida. Para isso decidir, entretanto, haverá o juiz de examinar quantas questões sejam colocadas, para que possa verificar se o depósito é integral. Nada impede que a controvérsia abranja temas de alta indagação, pertinentes à matéria de fato, ou à interpretação de cláusulas contratuais ou normas legais” (RSTJ 19/520).[1: Idem, ibidem.]
4.1.3. INOCORRÊNCIA DO DEPÓSITO INICIAL - Se, no prazo de 5 dias do deferimento da inicial, não for feito o depósito da coisa ou quantia devida (art. 542, p.ú.), o processo será extinto, sem exame do mérito, por falta de pressuposto para o seu desenvolvimento válido e regular. Embora não o diga expressamente a lei, é evidente que deve o autor ser intimado, na pessoa de seu advogado, desse deferimento da inicial, para que possa fluir o prazo de 5 dias para o depósito. Relembre-se que o depósito inicial é dispensado na hipótese da consignação extrajudicial (art. 539, § 3º).
 4.1.4. DEPÓSITO DE PRESTAÇÕES SUCESSIVAS - “Consignada uma delas, pode o devedor continuar a depositar, no mesmo processo e sem mais formalidades, as que se forem vencendo, desde que o faça em até 5 (cinco) dias contados da data do vencimento” (art. 541). A questão, posta na jurisprudência, sobre o prazo máximo para depósito dessas prestações de trato sucessivo, não foi resolvida pelo novo CPC, entendendo-se possíveis esses depósitos periódicos até a data de prolação da sentença de primeira instância, pois que ela não poderia dar por extintas obrigações que seriam supostamente quitadas após a sua edição, aplicando-se, pois, por analogia, a regra do art. 67, inciso III da Lei das Locações. Se o credor se recusar a receber a oferta após a sentença de procedência do pedido, o devedor será obrigado, então, a ajuizar outra consignatória.
 4.1.5. ATITUDES DO CONSIGNADO: Feito o depósito e efetivada a citação do réu, terá o mesmo o prazo de 15 dias para receber a coisa ou quantia, querendo, ou para que, em igual prazo, também querendo, conteste a ação (art. 335), prazo esse contado da juntada aos autos da prova do ato citatório (art. 231 e incisos):
 4.1.5.1. RECEBIMENTO DA OFERTA: Se o réu comparecer e receber a oferta, dando quitação, arcará com o pagamento das custas e dos honorários advocatícios (p.ú. do art. 546). Vicente Greco Filho discorda dessa solução da lei, salientando que ela estimula o litígio. Segundo ele, “apesar de ponderáveis manifestações em contrário da doutrina e da jurisprudência, mantemos nosso entendimento anterior no sentido de que, se o credor levantar o depósito e não contestar, não será condenado em custas e honorários advocatícios, porque a lei, no caso, instituiu uma oportunidade de evitar-se o litígio, não nos parecendo adequado que o credor venha a ser incentivado a contestar, alegando, por exemplo, não ter havido recusa, apenas para evitar a condenação em honorários e despesas processuais”.[2: GRECO FILHO, Vicente - Direito Processual Civil Brasileiro, 12ª edição Saraiva, S. Paulo, 1997, p. 211. ]
 
 4.1.5.2. REVELIA: se o réu não comparecer e ocorrerem os efeitos da revelia (art. 344), procedente o pedido, arcará ele com as custas e os honorários advocatícios (art. 546). Se o réu não contestar a ação, no prazo, tomando-se revel (art. 897), o juiz julgará, de regra, procedente o pedido, dará por extinta a obrigação do consignante, condenará o consignado nos ônus da sucumbência, ficando o depósito à disposição dele, réu. Mas a revelia, por si só, não levará à procedência do pedido, se houver motivo para a extinção terminativa do processo ou mesmo para a manifesta improcedência do pedido. Como assinala Theotônio Negrão, parece mais acertada a jurisprudência segundo a qual “mesmo ocorrendo revelia na consignatória, pode o juiz dar pela improcedência da demanda” (RF 286/277), “nos mesmos casos em que o faria nas causas submetidas ao procedimento ordinário” (JTA 125/249), ou extinguir o processo “quando falte alguma das condições da ação” (STJ, 3ª Turma, REsp 9.998-SP, rel. Min. Eduardo Ribeiro, j. 17.9.91, unânime, DJU 7.10.91. p. 13.964).[3: NEGRÃO. Theotonio — obra retro citada. p. 813.]
 4.1.5.3. CONTESTAÇÃO: se o réu contestar a ação, poderá alegar, na peça de defesa, toda a matéria de direito, sendo que, quanto à matéria fática, será ela limitada ao disposto no art. 544: inexistência de recusa ou mora em receber a coisa ou quantia devida; que a recusa foi justa; que o depósito não se efetuou no tempo ou no lugar do pagamento; que o depósito não foi integral.
 4.1.5.4. RECONVENÇÃO - Questiona-se sobre a possibilidade de o réu reconvir em ação de consignação, o que o procedimento previsto na Lei das Locações expressamente prevê, como adiante será visto. Na sistemática do CPC, não há incompatibilidade alguma do procedimento com a reconvenção, sendo ela cabível, em tese, “desde que atendido o disposto no art. 315 (hoje art. 343)” (RT 548/161, 597/155 601/97, 605/139, dentre outros).[4: Idem, ibidem.]
 
 4.1.5.5. CARÁTER DÚPLICE DA AÇÃO - Mas se a sentença der pela improcedência do pedido, por insuficiência do depósito, determinará, sempre que possível, o montante devido e, neste caso, valerá como título executivo, facultado ao credor promover-lhe a execução nos mesmos autos (art. 545, § 2º). Por isso é que se fala que a ação consignatória é de natureza dúplice, porque, nessa hipótese, a sentença nela proferida servirá de título em favor do réu, ainda que não tenha formulado pedido. Nesse caso, a sentença será declaratória negativa, na parte que der pela improcedência do pedido, mas será condenatória do autor, na parte em que fixar o montante devido, isto é, o que exceder do depósito para complementar a obrigação, podendo, nessa parte, ser executada pelo réu contra o autor, nos próprios autos. A respeito, Sérgio Bermudes. Nesse caso, portanto, inútil o pedido reconvencional, que, no entanto, poderia ser formulado se, por exemplo, pretendesse o consignado a rescisão do contrato celebrado com o consignante, dado o inadimplemento deste.[5: BERMUDES, Sérgio - obra citada, p. 168. ]
4.1.6. INSUFICIÊNCIA DO DEPÓSITO: Se o consignado alegar insuficiência do depósito, deverá especificar qual o valor efetivamente devido (p.u. do art. 544), exatamente para permitir ao consignante se valer da faculdade de complementar a oferta em dez dias, nos termos do art. 545. Essa complementação da oferta será, porém, ineficaz “se corresponder a prestação cujo inadimplemento acarrete a rescisão do contrato” (parte final do art. 545). Por exemplo: se consta do contrato cláusula resolutória expressa, dizendo que, não quitada a prestação devida no respectivo vencimento, estará a avença rescindida de pleno direito, independentemente de notificação ou aviso, nesse caso, a complementação fora do prazo do contrato, será inoperante; caso contrário, poderá ser feita em juízo, naquele prazo de 10 dias. Se houver o complemento do depósito, pelo autor, em 10 dias, o juiz julgará extinta sua obrigação, mas responderá ele, autor, pelos ônus da demanda.
 4.1.7. PARCELAS INCONTROVERSAS: Alegada a insuficiência do depósito, poderá o réu levantar, desde logo, a quantia ou coisa depositada, com a consequente liberação parcial do autor, prosseguindo o processo quanto às parcelas controvertidas (§1º do art. 545).
 
 4.1.8. PROCEDIMENTO APÓS O PRAZO DE RESPOSTA DO CONSIGNADO: Vencido o prazo de 15 dias para a resposta do consignado, observar-se-ão as regras do procedimento comum, previstas a partir do art. 318 do NCPC. 
 Sendo contestada a ação, havendo necessidade da coleta de provas, o juiz procederá à instrução e depois sentenciará;não havendo necessidade de provas, o juiz fará o julgamento antecipado do mérito (art. 355), observando-se, nesses casos, as regras do procedimento comum. 
	
 4.1.9. SENTENÇA E ÔNUS DA SUCUMBÊNCIA: Sendo contestada a ação, havendo necessidade da coleta de provas, o juiz procederá ao saneamento (art. 357) e à instrução (art. 358 e seguintes) e depois sentenciará; não havendo necessidade de provas, como já assinalado, o juiz fará o julgamento antecipado do mérito (art. 355), observando-se, nesses casos, as regras do procedimento comum (art. 319 e seguintes).
 4.1.9.1. SENTENÇA DE PROCEDÊNCIA DO PEDIDO: “Julgado procedente o pedido, o juiz declarará extinta a obrigação e condenará o réu nas custas e honorários advocatícios” (art. 546).
 
 4.1.9.2. SENTENÇA DE IMPROCEDÊNCIA DO PEDIDO: O autor será condenado nas custas e nos honorários advocatícios.
 
 4.1.9.3. SENTENÇA DE IMPROCEDÊNCIA POR INSUFICIÊNCIA DO DEPÓSITO: Neste caso, a sentença determinará, sempre que possível, o montante devido e, neste caso, valerá como título executivo, facultado ao credor promover-lhe a execução nos mesmos autos, “após liquidação, se necessária” (§2º do art. 545). Por isso, repita-se, é que se diz que a ação consignatória é de natureza dúplice, porque, nessa hipótese, a sentença nela proferida servirá de título em favor do réu, ainda que não tenha formulado pedido. 
 4.1.10. CONSIGNAÇÃO POR DÚVIDA A QUEM PAGAR: Tratando-se de ação por dúvida sobre quem deva legitimamente receber, o autor requererá o depósito e a citação dos que o disputam para provarem seu direito (art. 547), observando-se o procedimento do art. 548: não comparecendo nenhum pretendente, converter-se-á o depósito em arrecadação de coisas vagas; comparecendo apenas um, o juiz decidirá de plano, a favor do único pretendente, se efetivamente fizer ele jus à oferta; comparecendo mais de um, o juiz declarará efetuado o depósito, extinta a obrigação do consignante, continuando o processo a correr unicamente entre os presuntivos credores, observado o procedimento comum. Nessa última hipótese, de dúvida sobre quem deva receber, podem os pretendentes contestar a consignatória, demonstrando a inexistência de dúvida, que levaria à extinção do processo por carência de ação (falta de interesse de agir), através de sentença apelável e que, acaso provida, permitiria o desenvolvimento do processo numa segunda fase, como já dito, entre os credores, resolvendo o juiz, através de outra sentença, a lide entre os mesmos, impondo ao vencido os ônus da sucumbência. A propósito, Adroaldo Furtado Fabrício sustenta que o ato que declara, na primeira fase, a extinção da obrigação do consignante seria decisão interlocutória, passível de agravo. Mas Antônio Carlos Marcato, acertadamente, manifesta sua discordância em relação a esse entendimento, sustentando que há, no caso, duas sentenças, ambas apeláveis, porque duas ações estarão sendo decididas: a que extingue a obrigação do devedor; e a que resolve a disputa entre os presuntivos credores. Declarada extinta a obrigação do devedor, nessa hipótese, fará ele jus aos honorários da sucumbência, a serem honrados pelos consignados ou descontados da quantia depositada. Exemplo esclarecedor: se o devedor, ante a morte do credor, ignora quais sejam seus herdeiros e sucessores, pode consignar a coisa ou quantia em juízo, pedindo a citação desses herdeiros e sucessores desconhecidos, por edital, nos ternos do art. 256, I do CPC; não comparecendo pretendente, o juiz dará por quitada a obrigação do autor, convertendo o depósito em arrecadação de bem de ausente; comparecendo apenas um pretendente, o juiz igualmente dará por extinta a obrigação do autor e decidirá a favor desse pretendente, se, efetivamente, fizer jus ao levantamento, pois pode perfeitamente acontecer que a ele não faça jus: comparecendo mais de um pretendente, o juiz, se for o caso, dará também por extinta a obrigação do consignante, através de sentença que excluirá do processo o autor, deferindo-lhe o direito de haver os ônus da sucumbência, prosseguindo-se nos autos, para solução da outra lide, a estabelecida entre os pretendentes, que exporão suas pretensões, decidindo o juiz a favor daquele que fizer jus ao depósito, arcando o outro com os ônus da demanda.[6: Apud MARCATO, Antônio Carlos - Ação de Consignação em Pagamento, 5ª ed. Malheiros, S. Paulo. 1996, p. 102/106.][7: MARCATO, Antônio Carlos - Ação de Consignação em Pagamento, 5ª ed. Malheiros, S. Paulo. 1996, p. 102/106. ]
 4.1.11. SUSPENSÃO DO EXPEDIENTE FORENSE- Ante o disposto no art. 93, XII da CR/88, “a atividade jurisdicional será ininterrupta, sendo vedado férias coletivas nos juízos e tribunais de segundo grau” (sic), tendo sido vedadas, portanto, as “férias coletivas” na Justiça.
O art. 220 do novo CPC/2015 prevê, porém, a suspensão do “curso do prazo processual nos dias compreendidos entre 20 de dezembro e 20 de janeiro, inclusive”, no qual poderão ser praticados atos reputados urgentes, inclusive o ajuizamento da ação de consignação em pagamento, para impedir a mora (art. 214).

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