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Obrigações de fazer e não fazer As obrigações fazem parte da vida do homem na sociedade, e tão importante quanto elas é o seu adimplemento ou inadimplemento que gera consequência e que é regulado pelo Direito das Obrigações, cristalizado no Código Civil de 2002. Obrigação de fazer Nas obrigações de fazer interessa ao credor o comprometimento do devedor de prestar um serviço, uma “atividade” material ou imaterial lícita. Enquanto na obrigação de dar o objeto de prestação é uma coisa, na obrigação de fazer é um serviço, sendo sempre uma obrigação positiva. Citamos como exemplos: médico realizar uma consulta, professor ministrar uma aula, pedreiro construir uma casa, etc. Art. 248. Se a prestação do fato tonar-se impossível sem culpa do devedor, resolver-se-á a obrigação; se por culpa dele, responderá por perdas e danos. Havendo descumprimento da obrigação sem culpa do devedor, a obrigação se desfaz. Se foi pago parte do preço, devolve-se o dinheiro a outra parte, sem necessidade de indenização. No caso de descumprimento da obrigação por culpa do devedor, o mesmo deverá indenizar a outra parte pelo prejuízo causado. Obrigação de não fazer A obrigação de não fazer tem por objeto uma prestação negativa, um comportamento de abstenção, omissão do devedor. Trata-se de uma obrigação personalíssima, sendo somente o devedor capaz de cumpri-la. Citamos como exemplos: contrato de exclusividade de um artista com uma determinada emissora de televisão, não construir acima de determinada altura, não vender a casa para terceiros, etc. Art. 250. Estingue-se a obrigação de não fazer, desde que, sem culpa do devedor, se lhe torne impossível abster-se do ato, que se obrigou a não praticar. Havendo descumprimento da obrigação sem culpa do devedor é extinta a obrigação, desobrigando o devedor da obrigação de não fazer. Art. 251. Praticado pelo devedor o ato, a cuja abstenção se obrigara, o credor pode exigir dele o que o desfaça, sob pena de se desfazer à sua custa, ressarcindo o culpado por perdas e danos. Em casos de descumprimento por culpa do devedor o credor pode exigir: Possibilidade de desfazer o ato praticado + perdas e danos. (O credor é obrigado a pedir autorização judicial para desfazer pessoalmente ou mandar desfazer o ato que deveria ter sido omitido pelo obrigado, fazendo prova da culpa deste.) Impossível desfazer o ato praticado, responde por perdas e danos. Art. 251, parágrafo único. Em caso de urgência, poderá o credor desfazer ou mandar desfazer independentemente de autorização judicial, sem prejuízo do ressarcimento devido. Tal urgência será verificada no caso concreto, para assim evitar abusos do credor.