Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
RELAÇÃO PARASITO-HOSPEDEIRO PARASITOLOGIA – PROFA. DRA. ZUMIRA CARNEIRO Ribeirão Preto, 06 de agosto de 2019 Plano de Aula Importância do estudo de parasitologia Introdução à parasitologia Formas de transmissão dos parasitas Classificação dos parasitos segundo alguns critérios Considerações importantes Importância do Estudo de Parasitologia O estudo da parasitologia é fundamental, pois, as doenças parasitárias são frequentes na população mundial. A parasitologia humana recebeu uma importância renovada uma vez que, com a globalização o mundo se tornou menor devido à rápida movimentação de pessoas e imigrantes de áreas endêmicas. Por uma variedade de razões, especialmente em pacientes com AIDS, fez com que parasitos anteriormente sem importância clínica em humanos passaram a ser observados. Importância do Estudo de Parasitologia O grau de intensidade da doença parasitária depende de vários fatores, entre eles, podemos destacar: o número de formas infectantes presentes, a virulência da cepa, a idade e o estado nutricional do hospedeiro, os órgãos atingidos, a associação de um parasita com outra espécie e o grau da reposta imune ou inflamatória desencadeada. Importância do Estudo de Parasitologia Apesar do grande avanço tecnológico, do alto padrão educacional, da boa nutrição e de boas condições sanitárias, mesmo os países desenvolvidos estão sujeitos a doenças parasitárias. Desta forma, o estudo da PARASITOLOGIA HUMANA é de suma importância. Importância do Estudo de Parasitologia Doença Parasitária no de casos aproximados Leishmaniose Tegumentar Americana Leishmaniose Visceral Giardíase Amebíase Intestinal Ascaríase Malária Esquistossomose Mansônica Doença de Chagas 23.000 1.500 30.000.000 15.000.000 45.000.000 500.000/ano 5.000.000 6.000.000 Importância do Estudo de Parasitologia Introdução à Parasitologia A parasitologia é uma ciência que estuda os organismos que vivem no interior ou exterior de outro hospedeiro, obtendo alimento do seu hospedeiro, consumindo-lhe os tecidos e humores ou conteúdo intestinal. Aula 1- Introdução à parasitologia PARASITOLOGIA BÁSICA A parasitologia na prática abrange o estudo de protozoários, helmintos e artrópodes, onde a maiorias dos parasitos de importância médica e veterinária estão situados. Introdução à Parasitologia Aula 1- Introdução à parasitologia PARASITOLOGIA BÁSICA No entanto, o relacionamento do parasita com seu hospedeiro tem base nutricional não podendo lesar drasticamente o hospedeiro, evitando alterações comprometedoras, o que o faria perder seu hospedeiro. Esta convivência nem sempre nociva ao hospedeiro, pois o parasitismo ideal é aquele que não causa dano ao hospedeiro e, por conseguinte, não provoca doença. Introdução à Parasitologia Aula 1- Introdução à parasitologia PARASITOLOGIA BÁSICA RELAÇÕES PARASITA - HOSPEDEIRO Podemos classificar as relações entre seres vivos inicialmente em dois grupos: •harmônicas ou positivas e • desarmônicas ou negativas Aula 1- Introdução à parasitologia PARASITOLOGIA BÁSICA RELAÇÕES HARMÔNICAS Ocorrem entre organismos de espécies diferentes. mutualismo - Íntima associação – Benefício mútuo – associação de protozoários e Bactérias no rúmem dos bovinos. comensalismo - Uma das espécies obtém vantagens sem prejudicar a outra (hospedeiro) – Entamoeba coli no intestino grosso do homem. Aula 1- Introdução à parasitologia PARASITOLOGIA BÁSICA RELAÇÕES DESARMÔNICAS Parasitismo - “é toda a relação ecológica desenvolvida entre indivíduos de espécies diferentes em que se observa uma associação íntima e duradoura, uma dependência metabólica de grau variável, enquanto durar a convivência” – Entamoeba histolytica no intestino grosso humano. Aula 1- Introdução à parasitologia PARASITOLOGIA BÁSICAFormas de transmissão dos parasitas O parasita é capaz de se reproduzir disseminando seus ovos, e estes, costumam infectar outros hospedeiros, dos quais eles retirarão seus meios de sobrevivência através do parasitismo. Eles podem ser transmitidos entre os seres humanos através do contato pessoal ou do uso de objetos pessoais. Aula 1- Introdução à parasitologia PARASITOLOGIA BÁSICA Podem também ser transmitidos através da água, alimentos, mãos sem a devida higienização, poeira, através do solo contaminado por larvas e por muitos outros meios. Formas de transmissão dos parasitas Aula 1- Introdução à parasitologia PARASITOLOGIA BÁSICA Classificação dos parasitos segundo alguns critérios: Quanto ao número de hospedeiros: • monoxenos/monogenéticos e heteroxenos/digenéticos Quanto à localização nos hospedeiros: • ectoparasitas ou endoparasitas Quanto ao número de células: •unicelulares ou pluricelulares Aula 1- Introdução à parasitologia PARASITOLOGIA BÁSICA Monoxenos ou monogenéticos: são os parasitas que realizam o seu ciclo evolutivo em um único hospedeiro. Exemplos: o Ascaris lumbricoides (lombriga) e o Enterobius vermicularis (oxiúrio). Quanto ao número de hospedeiros: Ascaris lumbricoides Aula 1- Introdução à parasitologia PARASITOLOGIA BÁSICA Heteroxenos ou digenéticos: são os parasitas que só completam o seu ciclo evolutivo passando pelo menos em dois hospedeiros. Exemplos: Schistossoma sp (esquistossomo) e o Trypanosoma cruzi (tripanossoma). Quanto ao número de hospedeiros: Schistossoma sp (esquistossomo) Aula 1- Introdução à parasitologia PARASITOLOGIA BÁSICA Quanto à localização nos hospedeiros: Ectoparasitas: são os que se localizam nas partes externas dos hospedeiros. Exemplos: a sanguessuga, o piolho, a pulga, etc. Piolho Pulga Aula 1- Introdução à parasitologia PARASITOLOGIA BÁSICA Endoparasitas: são os que se localizam nas partes internas dos hospedeiros. Exemplos: as tênias (solitárias), a lombriga, o esquistossomo, etc. Quanto à localização nos hospedeiros: Esquistossomose Aula 1- Introdução à parasitologia PARASITOLOGIA BÁSICA Unicelulares: possuem uma única célula que apresenta o núcleo organizado, ou seja, está separado do citoplasma pela membrana nuclear. São, portanto, organismos eucariontes. Exemplos: protozoários Quanto ao número de células: Aula 1- Introdução à parasitologia PARASITOLOGIA BÁSICA Pluricelulares: são organismos formados por conjuntos de células semelhantes e interdependentes, Que desempenham uma ou mais funções. São, portanto, organismos eucariontes. Exemplos: helmintos Quanto ao número de células: Aula 1- Introdução à parasitologia PARASITOLOGIA BÁSICA Capacidade reprodutiva – produção de grandes quantidades de ovos, cistos, ou outras formas infectantes. • Tipos de reprodução - reprodução mais fácil ou mais segura: hermafroditismo, partenogênese, esquizogonia, etc... • Tropismos – para facilitar a propagação, reprodução ou sobrevivência. Biologia Tipos de Hospedeiros intermediário alberga formas imaturas ou assexuadas do parasito homem para o Plasmodium definitivo alberga formas mais maduras, desenvolvidas ou sexuadas do parasito Anopheles para o Plasmodium Formas do parasita que alberga Funções do hospedeiro reservatório garante a sobrevivência do parasito na natureza roedores para T. cruzi transmissor participa ativamente na transferência do parasito de um reservatório para outro baratas para cistos de protozoários mecânico biológico Tipos de Hospedeiros estenoxenos poucas espécies podem servir de reservatório filárias eurixenos muitas espéciessão reservatórios T. gondii Número de reservatórios Tipos de Hospedeiros Modalidades de Parasitismo Acidental normalmente tem vida livre larvas de moscas; facultativo pode haver vida livre S.stercoralis; obrigatório para completar seu ciclo, necessita ser parasita T. gondii Necessidade temporário momentaneamente depende do hospedeiro Anopheles sp. periódico em seu ciclo, alterna vida livre com parasitária N. americanus permanente sempre se encontra em um hospedeiro T. cruzi Duração ectoparasita superfície do hospedeiro (piolhos) localização endoparasita errático localização não habitual (A. lumbricoides) interior do hospedeiro (E. histolytica) Aparelho Digestivo principalmente luz e órgãos anexos; Sistema Vascular Sanguíneo temporário ou permanente; Sistema Linfático; Pele; Aparelho Respiratório; Aparelho Genito-Urinário; Diferentes Tecidos - SFM; Principais Tipos de Habitat dos Parasitos Aula 1- Introdução à parasitologia PARASITOLOGIA BÁSICA Existem diversos tipos de interação entre os parasitos e seus hospedeiros. Mas com frequência, provocam uma resposta do sistema imunológico com diferentes resultados: • destruição do próprio parasito e cura da infecção; • limitação da população parasitária, levando ao equilíbrio da relação; • hipersensibilidade ou inflamação, podem levar a necrose do tecido em torno. A Relação parasito-hospedeiro Aula 1- Introdução à parasitologia PARASITOLOGIA BÁSICA Nem sempre a presença de um parasito em um hospedeiro indica que está havendo ação patogênica do mesmo. Em geral, os distúrbios que ocorrem são de pequena monta, pois há uma tendência de haver um equilíbrio entre a ação do parasito e a capacidade de resistência do hospedeiro. Dessa forma, vê-se que a ação patogênica dos parasitos é muito variável, podendo ser assim apresentado. AÇÃO DOS PARASITOS SOBRE OS HOSPEDEIROS Aula 1- Introdução à parasitologia PARASITOLOGIA BÁSICA AÇÃO PATOGÊNICA DOS PARASITOS • Ação espoliativa • Ação tóxica • Ação mecânica • Ação traumática • ação irritativa • Anóxia Aula 1- Introdução à parasitologia PARASITOLOGIA BÁSICA AÇÃO ESPOLIATIVA Quando o parasito absorve nutrientes ou mesmo sangue do hospedeiro, podem deixar pontos hemorrágicos na mucosa quando abandonam o local de sucção. Exemplo: Ancilostomíase AÇÃO TÓXICA Acontece quando algumas espécies produzem enzimas ou metabólicos que podem lesar o hospedeiro. Exemplo: Ascaríase Aula 1- Introdução à parasitologia PARASITOLOGIA BÁSICA AÇÃO MECÂNICA Algumas espécies podem impedir o fluxo de alimento, bile ou absorção alimentar. Exemplo: Giardíase AÇÃO TRAUMÁTICA É provocada, geralmente, pela migração de formas larvais de helmintos, embora vermes adultos e protozoários também possam fazê-lo. Exemplo: larvas de helmintos Aula 1- Introdução à parasitologia PARASITOLOGIA BÁSICA AÇÃO IRRIATIVA Alguns parasitos têm a propriedade de sensibilizar o organismo humano, causando fenômenos alérgicos. Exemplo: Teníase ANÓXIA Qualquer parasito que consuma o oxigênio da hemoglobina, ou produza anemia, é capaz de provocar uma anóxia. Exemplo: Malária; Ancilostomíase BARREIRAS INESPECÍFICAS E ESPECÍFICAS DO HOSPEDEIRO Barreiras inespecíficas: anatômicas ou fisiológicas: pele, pH cutâneo; secreção mucóide; movimentos ciliares; secreção lacrimal; suco digestivo, etc. inflamação; fagocitose secreção de citocinas inespecíficas Interferon (IFN); sistema complemento efetuador da resposta imune específica; Barreiras específicas: Imunidade: resposta humoral - anticorpos; resposta celular - citocinas; Epidemiologia: “Ciência que estuda a distribuição de doenças ou enfermidades e de seus determinantes (fatores de risco) na população.” Objetivos explicar as causas das parasitoses; estudar a história natural das enfermidades; descrever o estado de saúde da população; avaliar intervenções ou programas de saúde; determinantes sociais determinantes físicos determinantes biológicos Determinantes Físicos clima ciclo biológico temperatura e índice pluviométrico transmissão coleções de água hospedeiros intermediários ciclo biológico solo constituição física umidade exposição - raios solares prevalência Determinantes Biológicos • Indivíduo Humano sexo hábitos sociais idade crianças maior susceptibilidade características genéticas X mecanismos de defesa ancestrais X parasitas infecções sucessivas condições fisiológicas < ou > gravidade Determinantes Sociais Fatores Humanos educação individual e coletiva higiene social doença parasitáriaausência determinantes sociais determinantes físicos determinantes biológicos CONTROLE • combate ao parasitismo • (terapêutica e profilaxia) • Saneamento Básico • Educação Sanitária PROFILAXIA Bibliografia Básica: NEVES, D.P. Parasitologia Humana. 12a. ed., São Paulo, Editora Atheneu, 2011. NEVES, D.P. Parasitologia Dinâmica. 2ª. ed., São Paulo, Editora Atheneu, 2009. REY, L. Bases da Parasitologia Médica, 3ª. ed. Rio de Janeiro, Editora Guanabara- Koogan, 2009. REY, L. Parasitologia. 4a. ed., Rio de Janeiro, Editora Guanabara-Koogan, 2008. Bibliografia Complementar CIMERMAN, B.; CIMERMAN, S. Parasitologia Humana e seus Fundamentos Gerais. 2a. ed., São Paulo, Editora Atheneu, 2001. CIMERMAN, B.; FRANCO, M.A. Atlas de Parasitologia. Artrópodes, Protozoários e Helmintos. São Paulo, Editora Atheneu, 2001. DE CARLI, G.A. Parasitologia Clínica. Seleção de Métodos e Técnicas de Laboratório para o Diagnóstico das Parasitoses Humanas. São Paulo, Editora Atheneu, 2001. * DUNNE, R. L., et. al., Drug resistance in the sexually transmitted protozoan Trichomonas vaginalis, Cell Research; 13(4):239-249, (2003). * KISSINGER, P., Trichomonas vaginalis: a review of epidemiologic, clinical and treatment issues BMC Infectious Diseases, 5:307, (2015). 45 Obrigada!
Compartilhar