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MEDICINA LEGAL Morte – conceitos, sinais e fenômenos cadavéricos Dr. André Teixeira Conceito É a cessação de todos os fenômenos vitais de forma definitiva, total e permanente Critério definidor: cessação da atividade encefálica (permanente) → padrão ouro: EEG, comprometendo homeostase (Resolução CFM 1.480/1997) MORTE APARENTE: Estado simulador de morte (coma profundo, intoxicações, etc.) MORTE RELATIVA: Quando há entendimento que o processo pode ser revertido (ex.: atleta que teve PCR em um jogo, mas você considera que pode ser revertido) MORTE REAL ou ÓBITO: Irreversibilidade do quadro Diagnóstico Parada cardiorrespiratória irreversível com comprometimento das funções vitais No caso da morte encefálico o paciente tem um dano neurológico que posteriormente vai comprometer os sinais vitais Morte encefálica x Coma » Sem potencial de recuperação » Não é possível manter homeostase » Fluxograma específico » Múltiplas avaliações Sinais de morte Sinais imediatos: acontecem logo após a contestação do óbito Sinais consecutivos: acontecem nas primeiras 24h Sinais destrutivos: acontecem nas primeiras semanas, meses ou anos, até processo de esqueletização do cadáver Sinais imediatos Fácies hipocrática: estado de profundo relaxamento da musculatura facial que confere esse estado ao paciente, rugas mais evidentes Imobilidade Inconsciência Parada cardiorrespiratória Arreflexia Fenômenos oculares: como midríase (só no começo, quando paciente já entrou em rigor mortis, olho entra em miose) e pálpebras semicerradas Único sinal que isoladamente é capaz de confirmar a morte é o sinal de putrefação, de decomposição do cadáver, que só vai aparecer após 24h. Assim, para se diagnosticar o óbito são necessários vários sinais Sinais consecutivos 1) Desidratação Pergaminhamento da pele Dessecamento cutâneo A perde de líquido ocorre mais em fetos e recém-nascidos Modificações oculares (principal): » Diminuição da pressão do globo ocular; » Formação de tela viscosa, principalmente próxima ao campo lateral, porque vai desidratando a esclera e vai formando um transudato, gerando uma opacificação do globo ocular e uma tela viscosa; » Mancha enegrecida em volta da Iris, chamada de Sinal de Sommer-Lacher. Isso ocorre devido desidratação acentuada da esclera, como a camada seguinte é a coroide, a qual é uma camada pigmentada, ela fica evidente. Geralmente surge como 6 horas após o óbito. » Perda de peso 2) Resfriamento do corpo 0,5°C/h nas primeiras 3h 1oc/h nas horas seguintes Tem influência da temperatura do meio, atinge temperatura do meio após 12h 3) Rigidez cadavérica Processo de rigidez muscular que vai se instalar no pós-morte, isso acontece porque ocorre acúmulo de ácido lático nos músculos, o que leva a um “inchaço muscular”. Além disso, não ocorre mais síntese de ATP e nos processos de contração muscular, o ATP vai se ligar aos filamentos de actina e miosina e vai soltar esses filamentos para que ocorra uma nova contração; não existindo ATP, as pontes actina-miosina não se desfazem, então contribui para rigor mortis. Em adição, no indivíduo que falece existe aumento de cálcio para meio intracelular e isso favorece para estado de contração permanente. Após 24 horas ele some. » Existe uma sequência, primeiro é a cabeça (incluindo miose), que ocorre nas primeiras 2 horas. Depois de 4 horas, membros superiores. Após 6 horas tórax e abdome. Depois 8-10 membros inferiores. Diferença para uma espasticidade normal é que o rigor mortis ele não retorna, enquanto em uma posição de espasticidade o membro tende a voltar. 4) Livores de hipóstates Manchas enegrecidas que surgem principalmente onde há ação da gravidade Geralmente quando paciente morre o paciente é colocado em decúbito dorsal, assim o sangue vai se deslocar para áreas que tem mais ação da gravidade Util para determinar se o óbito aconteceu naquela posição, por exemplo se paciente morre enforcado, o sangue irá depositar nos membros. Útil para determinar posição em que ele ficou após o óbito, principalmente 2 horas após o óbito. » As hipóstases depois de 8 horas não mudam mais de posição Sinais destrutivos Autólise Putrefação: depois de 24 horas, mas demora por anos » Fase cromática » Fase gasosa » Fase coliquativa » Esqueletização (demora 3-5 anos) 1) Fase cromática Mancha verde abdominal » Ocorre principalmente pela ação de Clostridium, que vão produzir compostos riscos em enxofre e vão combinar com hemoglobina e vão formar esse pigmento esverdeado. Localização: fossa ilíaca direita (onde começa a decomposição) Período de surgimento: 20-24h Extensão ao restante do corpo 2) Fase gasosa Início (48-72h) – ápice em 7 dias “Podrão”: fica inchado, preto e podre Enfisema putrefativo Circulação póstuma de Brouardel: vasos ficam muito evidentes, porque produz gás e vai comprimindo os vasos no subcutâneo Protrusão de olhos e línguas: indicativo de grande produção de gás, pelo processo de decomposição Posição do lutador Parto post mortem Cadáver “flutuante” 3) Fase coliquativa Dissolução pútrica do cadáver Perda da forma Despregamento da epiderme Massa de putrilagem Larvas e insetos Início: 3 semanas após o óbito 4) Esqueletização 3 a 5 anos após a morte Ossos apresentam maior resistência Em ambientes ácidos » Desaparecimento completo » Sombra cadavérica Maceração Óbito em ambiente líquido e quente » Ex.: óbitos fetais, afogamento Importante para avaliar tempo de óbito Caracterizado pelo descolamento da epiderme Menos de 8h: sem formação de bolhas 8h a 24h: bolhas, algumas com descolamento 24h a 48: extenso descolamento epidérmico Mais de 48h: efusões turvas, vísceras escuras Fenômenos conservativos Mumificação: mais comum em indivíduos magros e ambientes quentes e secos Saponificação » Mais comum em cadáveres obesos e em ambientes mais úmidos Corificação: aspecto de couro; armazenado em caixão de zinco Congelação Calcificação: comum em feto que morre na barriga da mãe e não é eliminado Tempo de morte Resfriamento do cadáver Hipóstases (fixas após 8h) Rigidez cadavérica Gases da putrefação (inflamáveis entre D3 e D5) Perda de peso (8g/d em neonatos) Mancha verde Conteúdo estomacal (5h a 7h para digestão) Conteúdo vesical
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