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APOSTILA TANATOLOGIA FORENSE

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TANATOLOGIA FORENSE l 
 
 
 
FENOMENOLOGIA DA MORTE 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
DEFINIÇÃO: 
A palavra tanatologia origina-se do grego thanatus que quer dizer morte e do sufixo logia 
que significa estudo. É o ramo da medicina legal que se ocupa do estudo da morte e dos 
fenômenos com ela relacionados. 
Tanatologia Forense – É o ramo das ciências forenses que partindo do exame do local, 
da informação acerca das circunstâncias da morte e atendendo aos dados do exame de 
necropsia, procura estabelecer: 
- A identificação do cadáver 
- O mecanismo da morte 
- A causa morte 
- O tempo da morte 
MORTE: 
Critério do C.F.M. P/ Definição (Resolução1346/91) “O Conselho Federal de Medicina, no 
uso de suas atribuições que lhe confere a Lei nº 3.268/57, de 30 de setembro de 1957, 
regulamentada pelo Decreto nº 44.045, de 19 de julho de 1958, e 
Considerando que a parada total e irreversível das funções encefálicas equivale à morte, 
conforme já estabelecido pela comunidade científica mundial; 
Considerando o ônus psicológico e material causado pelo prolongamento do uso de 
recursos extraordinários para o suporte das funções vegetativas em pacientes com parada 
total e irreversível da atividade encefálica; 
Considerando a necessidade de judiciosa indicação e interrupção do emprego desses 
recursos; 
Considerando a necessidade de se adotar critérios para constatar, de modo indiscutível, a 
ocorrência de morte; 
Considerando que ainda há consenso sobre a aplicabilidade desses critérios em crianças 
menores de 2 anos; 
1 - Critérios: 
Os critérios, no presente momento, para a caracterização da parada total e irreversível 
das funções encefálicas em pessoas com mais de 2 anos são, em seu conjunto: 
A - Clínicos: coma aperceptivo com arreatividade inespecífica, dolorosa e vegetativa, de 
causa definida. Ausência de reflexos corneano, oculoencefálico, oculovestibular e do vômito. 
Positividade do teste de apnéia. Excluem-se dos critérios acima, os casos de intoxicações 
metabólicas, intoxicações por drogas ou hipotermia. 
B - Complementares: ausência das atividades bioelétrica ou metabólica cerebrais ou da 
perfusão encefálica; 
1 - O período de observação desse estado clínico deverá ser de, no mínimo, 6 horas. 
 
2 - A parada total e irreversível das funções encefálicas será constatada através da 
observação desses critérios registrados em protocolo devidamente aprovado pela Comissão 
de Ética da Instituição Hospitalar. 
3 - Constatada a parada total e irreversível das funções encefálicas do paciente, o médico, 
imediatamente, deverá comunicar tal fato aos seus responsáveis legais, antes de adotar 
qualquer medida adicional. 
4 – Esta Resolução entrará em vigor na data de sua publicação. Brasília - DF, 08 de agosto 
de 1991. 
 
TIPOS DE MORTE: 
- Natural: É a que resulta da alteração orgânica ou perturbação funcional provocada por 
agentes naturais, inclusive os patogênicos sem a interviniência de fatores mecânicos em sua 
produção. 
- Súbita: Morte imprevista, que sobrevém instantaneamente e sem causa manifesta, 
atingindo pessoas em aparente estado de boa saúde. 
- Violenta: É aquela que tem como causa determinante a ação abrupta e intensa, ou 
continuada e persistente de um agente mecânico, físico ou químico sobre o organismo. Ex.: 
Homicídio, suicídio ou acidente. 
- Fetal: Morte de um produto da concepção antes da expulsão ou da extração completa do 
corpo da mãe independente da duração da gravidez. 
- Materna: Morte de uma mulher durante uma gestação ou dentro de um período de 42 dias 
após o término da gestação, independente da duração ou localização da gravidez. 
- Catastrófica: É toda morte violenta de origem natural ou de ação dolosa do homem em 
que por um mesmo motivo, ocorre um grande número de vítimas fatais. 
- Presumida: É a morte que se verifica pela ausência ou desaparecimento de uma pessoa, 
depois de transcorrido um prazo determinado pela Lei. C.C. Art. 10, 481 e 483. - C.P.P. Art. 
1.161 e 1.163 -Lei nº 6.015/73 
 
Subdivisões de Tanatologia 
 
- TANATOSEMIOLOGIA (MORTE+SINAL+ESTUDO): Parte da Tanatologia que estuda os 
sinais (fenômenos) cadavéricos. 
- TANATODIAGNÓSTICO (MORTE+DIAGNOSE): Estuda o conjunto de sinais biológicos e 
propedêuticos que permitem afirmar o estado de morte real. 
- CRONOTANATOGNOSE (TEMPO+MORTE+CONHECIMENTO): Estuda os meios de 
determinação do tempo decorrido entre a morte e o exame cadavérico. 
- TANATOSCOPIA = TANATOPSIA = NECRÓPSIA (MORTE + VER = OBSERVAR): É o 
exame do cadáver para verificação da realidade e da causa da morte. 
 
- TANATOCONSERVAÇÃO (MORTE+CONSERVAÇÃO): É o conjunto de técnicas 
empregadas para conservação do cadáver com suas características gerais. 
- TANATOLEGISLAÇÃO (MORTE+LEGISLAÇÃO): É o conjunto de dispositivos legais 
concernentes à morte e ao cadáver. 
 
 
 INCONSCIÊNCIA APNÉIA MIDRÍASE 
 EEC 
ISOELÉTRICO 
 ANGIOGRAMA 
NEG. 
 
 12 HORAS --------------------------------------------------------------------------------------------------------- 30 MIN. 
 
 CRITÉRIOS DE MORTE ENCEFÁLICA NOS ADULTOS – EVOLUÇÃO DE 1968 a 1997 
 Definição Harvard 68 Royal college 
76 
 AAN 95 CFM – BRASIL 97 
 
 
 
 
 
 
 
 
Variáveis 
T. Ax > 32⁰c T. Ax > 35⁰c T. Ax > 32⁰c T. Ax > 32⁰c 
Coma sem 
resposta 
Coma conhecido Coma conhecido, 
Irreversível e diag. 
Clínico e por tc, rmn e 
Lcr 
Coma, conhecido, 
Irreversível e diag. Clínico e 
por tc, rmn e Lcr 
Aus. De 
drogas 
Aus. De drogas Aus. De drogas e de 
Alt. Metab. 
Aus. De drogas e de 
Alt. Metab. 
Apnéia de 3 
min. 
1 teste de apnéia 
Pco2 > 60 mmhg 
1 teste de Apnéia 
Pco2 > 60 mmhg 
2 testes de apnéia 
Pco2 > 55 mmhg 
Mesencéfalo Pupilas Fixas 
e 
Dilatadas 
Pupilas fixas e 
Dilatadas 
Pupilas fixas e médias 
Dilatadas 
Pupilas fixas e médias 
Dilatadas 
CRITÉRIOS DE MORTE 
 
 Ponte Reflexo 
Corneano 
Neg. 
Reflexo corneano e 
óculo-cefálico neg. Reflexo cornenano, 
Vestíbulo-calórico e 
óculocefálico neg. 
Reflexo, cornenano, 
vestíbulo-calórico e 
óculocefálico neg. 
 Bulbo Vômitos Tosse Tosse Tosse 
Movimentos 
Espontâneos 
Ausência Ausência Possível Possível 
Reflexos 
Medulares 
Ausência Ausência Possível Possível 
Exame 
Complementar 
Obrigatório; 
Eeg 
Não necessário Não obrigatório Ag, tc, 
eeg, Cintilografia,spect, 
Extração de O2 
Não obrigatório 
Ag,tc,eeg,Cintilografia,spect
, Extração de o2, pic 
 
SINAIS INTEGRADOS EM TRONCO CEREBRAL 
 
 
 
 
Sinais integrados 
no tronco cerebral 
METODOLOGIA VIA AFERENTE VIA EFERENTE 
 
REFLEXO PUPILAR 
Estímulo luminoso. Ausência de 
resposta (contração). Pupilas 
dilatadas e fixas na linha média 
Nervo óptico – II Par 
– tálamo 
Nervo óculomotor – III 
par - Mesencéfalo 
REFLEXO 
CORNEANO 
Estimular a córneacom algodão Nervo trigêmio – V 
par – ponte 
Nervo facila – VII par – 
ponte 
 
REFLEXO 
VESTÍBULO 
CALÓRICO 
Cabeceira da cama levada a 30⁰ sem 
fletir o pescoço; injetar lentamente 50 
ml de nacl a 0,9% no ouvido e 
observar os olhos abertos por 2 
minutos. Ausência de desvio dos 
olhos no sentido do estímulo. 
 
Nervo vestíbulo - 
Coclear – VIII par 
- ponte 
Nervos óculomotor (III); 
abducente (IV) e 
troclear (VI); fascículo 
longitudinal 
Medial, mesecéfalo e 
ponte 
REFLEXO ÓCULO- 
CEFÁLICO 
Movimentar a cabeça em rotação 
lateral ou flexãoextensão. Reflexo 
dos olhos de boneca 
Nervo vestíbulo- 
Coclear (viii par) 
III, IV E VI PAR 
TOSSE Estimular a tosse Glossofaríngeo 
– IX par 
Nervo vago – x par 
 
MORTE NO CONTEXTO GERAL / MÉDICA E JURÍDICA 
Morte Real – Medicina – Bioética 
Morte Presumida – sem decretação de ausência ou com decretação de ausência 
Morte Civil – Casos peculiares em casos de sucessão – Ex. Indígno 
Tanatocronologia ou Cronotanatognose 
Comoriência – É a morte de duas ou mais pessoasem um mesmo evento e ao mesmo 
tempo. 
Premoriência – Quando se pode provar que uma delas faleceu momento antes. 
 
 
MORTE DOS ÓRGÃOS 
 
ÓRGÃO OU TECIDO 
A 
SER CAPTADO 
∆T DE CAPTAÇÃO PÓS-PARADA 
CARDÍACA (PC) 
∆T DE PRESERVAÇÃO LIMITE DE IDADE 
PARA DOAÇÃO E 
RECEPÇÃO 
VALVA 
CARDÍACA 
10 HORAS 5 ANOS 55 ANOS 
PELE 6 HORAS 5 ANOS - 
OSSOS 6 HORAS 5 ANOS 65 ANOS 
FÍGADO ANTES DA PC 12 a 24 HORAS 70 ANOS 
PÂNCREAS ANTES DA PC 12 a 24 HORAS 50 ANOS 
RINS 30 MINUTOS 48 HORAS 75 ANOS 
PULMÃO ANTES DA PC 4 a 6 HORAS 55 ANOS 
CORAÇÃO ANTES DA PC 4 a 6 HORAS 55 ANOS 
 
 
 
 
MORTE COM VIDA RESIDUAL 
 
TECIDO / 
CÉLULA 
ESPERMATOZÓIDES GL. 
SUDORÍPARAS 
EP. 
RESPIRATÓRIO 
MUSCULA
TURA 
CÓRNEA 
VIDA 
RESIDUA
L 
MOTILIDADE 
EXCITAÇÃO 
ELÉTRICA 
 MOTILIDADE 
EXCITAÇÃ
O 
ELÉTRICA 
VITALIDADE 
TEMPO 
LIMITE 
36 HS 30 HS 13 HS 6 HS 6 HS 
 
 
FENÔMENOS CADAVÉRICOS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Abióticos / Avitais / 
Avitais negativos 
 
 
 
 Imediatos 
- Perda da consciência 
- Perda da sensibilidade 
- Abolição da motilidade a 
tônus muscular 
- Cessação da respiração 
- Cessação da circulação 
- Cessação da atividade 
cerebral 
 
 
Consecutivos 
- Desidratação 
- Manchas de hipóstase 
- Rigidez cadavérica 
- Esfriamento cadavérico 
Fenômenos 
Cadavéricos 
 
 
 
 
 
 
Transformativos 
 
 
 
 
 
 
 Destrutivos 
 
- Autólise 
 
- Maceração 
 - Cromatico 
- Putrefação - Gasoso 
 - liquefação 
 
 
 Conservadores 
- Mumificação 
- Saponificação 
- Calcificação 
- Corificação 
- Congelação 
- Fossilização 
 
 
 
 
 
PROVAS PARA O DIAGNÓSTICO DE MORTE 
 
 
PROVA PROCEDIMENTO RESULTADO 
 Magnus Garrotear a extremidade de um 
dos dedos 
 Cianose da extremidade (negativo 
para morte) 
 Rebouillat Injetar 1 ml de éter no 
subcutâneo na face externa da 
coxa 
 O éter reflui do orifício deixado pela 
agulha (positivo para Morte) 
 
 Halluin Instilar 1 gota de éter na 
conjuntiva ocular 
 Irritação (negativo para morte) 
Terson Substituir o éter pela dionina Irritação ( negativo para morte) 
 Ott Aproximação de uma chama na 
pele ( prova da ampola gasosa) 
 A formação de um flictena gasoso que 
se rompe em um estalido ( positivo para 
morte) 
 
Icard 
 
 Injeção endovenosa fluoresceína Mucosas e pele ficam coradas 
 
Middeldorf 
Introdução de agulha no 
precórdio 
(acidopirastia) 
Extremidade livre da agulha não agita 
(positivo para morte) 
Levassen Aplicação de ventosa 
Winslow Aproximação de uma vela acesa 
nas narinas 
Com a respiração a chama agita 
(negativo para morte) 
Bouchut Ausculta cardíaca Sem bulhas (positivo para morte) 
Piga 
Pascual 
Radioscopia do coração Movimento cardíaco (negativo para 
morte) 
Guérin e 
Franche 
 Ecg com ou sem adrenalina Isoelétro (positivo para morte) 
 
 
 
 
 
 
 
Fenômenos Abióticos 
imediatos 
- Pálpebras parcialmente cerradas 
- Relaxamento dos esfíncteres 
- Abolição dos tônus musculares 
- Apnéia e ausência de pulso 
- Perda da sensibilidade 
- Perda da consciência 
- Fácies hipocrática 
- Parada cardíaca 
 
 
 
 
Fácies 
hipocrática 
 
Adelgaçamento labial e inexpressivo 
Pavilhão auricular frio e cianótico 
Sudorese facial viscosa 
Palidez intensa 
 
 
FENÔMENOS ABIÓTICOS CONSECUTIVOS 
 
 
 REFRIAMENTODO CORPO 
HIPÓSTASES E LIVORES FENÔMENOS CONSECUTIVOS 
 RIGIDEZ CADAVÉRICA 
 
FENÔMENO CONSECUTIVOS - Os métodos clássicos de estimativa do 
tempo de morte são: o método das taxas e o método da concordância. 
O primeiro é fundamentado em medidas temporais estabelecidas para 
cada fase. O segundo método traça uma estimativa por concordância 
em fenômenos definidos, tal como o tempo de esvaziamento gástrico. 
O resfriamento cadavérico ou algor mortis é um processo físico por 
excelência. O corpo se esfria por transferência de calor para o 
ambiente (radiação), ou favorecida pela corrente de ar (convecção), ou 
por contato direto com outro objeto (condução). Cessada a circulação 
sanguínea, o mecanismo mais eficiente para a perda de calor no 
cadáver é a perda por radiação. A corrente de ar intensifica esta perda 
por convecção assim como o contato direto com superfícies frias. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
RESFRIAMENTO 
 
 
12 HORAS 
Curva de esfriamento cadavérico (MARSHALL- HOARE 
 
A chuva aumenta a sua velocidade, mas a umidade alta retarda o processo por 
reduzir a evaporação ao nível da pele, já que 1g de h2o consome 0,54 cal ao se 
evaporar. A temperatura do cadáver geralmente aumenta após a morte, sobretudo a 
retal, levando cerca de 4 horas para voltar à temperatura do momento da morte. 
Algumas condições favorecem mais ainda este aumento, como nas mortes por 
septicemias. A tomada da temperatura retal é de grande valia para estimar a hora da 
morte nas primeiras 18 horas. A temperatura de realidade da morte era admitida 
quando a temperatura retal chegasse a 25⁰c (limite de le bom). Entretanto há 
registros de 21,8⁰c (Parrot) em pessoas vivas. Atualmente considera-se incompatível 
com a vida, o limite de 20⁰c. Retornando a temperatura do momento da morte passa 
a cair na razão de 0,5⁰c por hora nas três primeiras horas, seguindo com queda de 
1grau por hora. O equilíbrio térmico com o meio ambiente se faz em torno de 20 
horas nas crianças e 24 a 26 horas nos adultos. No cadáver varia de dois a cinco 
graus celsius entre 2 e 12 horas após a morte. No cadáver não existe a termogênese. 
A lei de newton descreve uma curva exponencial para a perda de calor para 
pequenos objetos com superfície regular, preceituando que “a taxa de perda de calor 
de um corpo é proporcional à diferença de temperaturas existentes entre o corpo e 
seus arredores”. Não sendo uma estrutura uniforme o arrefecimento do corpo 
humano não segue a lei de newton, dada a sua forma irregular e heterogeneidade de 
tecidos e com propriedades físicas diferentes. 
 
 
 
 
37 ⁰C 
 
 
 
A taxa de resfriamento do cadáver depende dos seguintes fatores: 
 
 
 
- Massa do corpo, área de superfície corporal, idade, nutrição e postura do 
corpo; Temperatura do corpo no momento da morte e temperatura do ambiente; 
Outros fatores ambientais como ventilação e umidade; Temperatura do 
microambiente do cadáver. 
 
 
A equação a seguir estima a quantidade de calor irradiado pelo cadáver, admitindo 
uma constante: 
 
 
Q = Quantidade de calor irradiado pelo cadáver 
S = Superfície 
T = Temperatura do cadáver 
T = Temperatura ambiente 
K = Constante 
GLAISTER em 1947, RENTOUL e SMITH consideram que o resfriamento do cadáver se dá na 
proporção de 1,5⁰C por hora. Admitem a fórmula : 
 
H = N – C / 1,5 
 
 
N – TEMPERATURA RETAL NORMAL 
C – TEMPERATURA RETAL DO CADÁVER NO MOMENTO DO 
EXAME 
H – HORAS DECORRIDAS DA MORTE 
Q = x S x ( T – t) 
 
 
O método de MORITZ estima o intervalo pós-morte, admitindo que a temperatura retal no 
momento da morte é de 37⁰ C: 
 TR - 37º C + 3 = ∆t da morte 
O NOMOGRAMA DE HENSSGE CONFRONTA A TEMPERATURA RETAL DO CADÁVER 
COM A TEMPERATURA AMBIENTAL, USANDO UM FATOR DE CORREÇÃO. É O 
MELHOR MÉTODO DE ESTIMATIVA DO INTERVALO PÓS-MORTE FUNDAMENTADO 
NO ARREFECIMENTO DO CADÁVER (FORENSIC SCIENCE INTERNATIONAL, 1988, PP. 
209-236). 
 
O professor SAUKKO e BERNARD KNIGHT (2004) apontam a tradicional “regra de 
ouro” para a estimativa do IPM: 
 
Corpo quente e flácido: IPM < 3 horas; 
Corpo quente e rígido: IPM 
entre 3 e 8 horas; Corpo frio e 
rígido: IPM entre 8 e 36 horas; 
Corpo frio e flácido: IPM de 36 
horas. 
 NOMOGRAMA DE HENSSGEA rigidez cadavérica é um fenômeno, sobretudo químico que se desenvolve em 
todos os músculos do corpo. Logo na 1ª hora da morte o músculo cardíaco é o primeiro 
a experimentar o fenômeno. Seguem-se o diafragma e músculos intercostais (1 a 2 
horas), músculos periorbitais, músculos da nuca e da mímica facial (2 a 3 horas), 
músculos cervicais, torácicos e dos membros (3 a 4 horas), e os demais entre 6 e 9 
horas de pós-morte. Simpson (1974) relata que o rigor mortis é o evento cadavérico 
mais conhecido, porém também o mais incerto e o menos confiável para estimar o 
intervalo pós-morte. Kight (p. 925) assevera que é praticamente inútil a determinação 
do tempo de morte pelo rigor. Com a morte há um retardo no aparecimento da rigidez, 
caracterizando a fase de pré-rigor (flacidez primária), onde o glicogênio de reserva é 
metabolizado para produzir atp, permitindo a interação da actina com a miosina. Sem 
oxigênio o metabolismo é desviado para um processo anaeróbico com produção de 
ácido láctico e conseguintemente queda do ph que acaba ficando em torno de 5,0 e 
5,5. Na fisiologia da contração muscular o estímulo nervoso excita a fibra muscular, 
que pelo sistema t permite a saída de cálcio iônico do retículo endoplasmático para o 
hialoplasma. O cálcio hialoplasmático ao nível das miofibrilas desbloqueia os sítios de 
ligações da actina que passam a interagir com a miosina. Cessado o estímulo neural, 
o músculo retorna ao seu estado de repouso, retornando o cálcio à cisterna do retículo. 
 
No cadáver o rigor mortis não ocorre em função da contração muscular, mas tão 
somente um enrijecimento sem encurtamento das fibras, cujas proteínas actina e 
miosina são fixadas entre si por uma ponte química irreversível. Em consequência 
deste evento pós-morte, podemos observar a expulsão fetal, a ejaculação pós-morte 
pela contração da vesícula seminal e a dilatação pupilar, em detrimento da evolução 
da morte, ainda assim os músculos respondem aos estímulos elétricos ou mecânicos 
até 6 horas após a morte, assim como a pupila dilata, respondendo à atropina quando 
decorridas 4 horas de morte.o rigor mortis é explicado pela desidratação muscular que 
produz coagulação da miosina associada ao aumento do ácido láctico no músculo 
(teoria de brucke e kuhne).a rigidez fica evidente entre 2 e 3 horas de intervalo pós-
morte, tem seu ponto máximo entre 8 e 12 horas e resolução entre a 12ª e a 24ª hora, 
RIGIDEZ CADAVÉRICA 
 
coincidindo com o início da fase de putrefação. Na concepção de schiff: “a rigidez não 
é o primeiro sinal de morte, mas o último sinal de vida”. 
Para o pediatra francês pierre nysten (1912) e sommer, a sequência do fenômeno se 
dá no sentido crânio-caudal e se desfaz no sentido contrário. Esta então tem início pela 
face, dando continuidade pela mandíbula, nuca, tronco, membros superiores e 
membros inferiores (lei de nystensommer). 
 
 
 
 
A marcha da rigidez é peculiar a cada caso a depender das condições do corpo no 
momento da morte e das condições ambientais. Em geral a rigidez precoce evolui com 
baixa intensidade e duração limitada. A rigidez tardia tende a ter maior intensidade e 
duração prolongada.O quadro 13.3 reflete estas condições que ora obedece a lei de 
nystem, ora não. 
CONDIÇÃO RIGIDEZ OBEDECE A LEI DE 
NYSTEN 
Crianças e idosos Precoce e curta Positivo 
Indivíduos atléticos Tardia e intensa Positivo 
Caquexia Precoce, fraca e curta Positivo 
Morte violenta e súbita Tardia, intensa e duradoura Positivo 
Anasarca Lenta Positivo 
Hemorragias Precoce, fraca e curta Positivo 
Convulsões Precoce, intensa e 
duradoura 
Negativo 
Frio Precoce, intensa e 
duradoura 
Negativo 
Eletrocussão Precoce e baixa intensidade Negativo 
Calor Precoce, intensa e breve Negativo 
Cerebral e medular Precoce Negativo 
Arsênico e clorofórmio Precoce, intensa e 
duradoura 
Negativo 
Cocaína, curare e 
cicuta 
Retardada Negativo 
 
Considera-se precoce a rigidez o que 
vem definido pela regra de niderkorn 
(apud vanrell, 2007, p. 192), sendo 
aquela que ocorre até a 3ª hora; normal 
entre 3 e 6 horas de morte; tardia entre 
a 6ª e 9ª hora, e muito tardia acima da 
9ª hora. Alguns autores explicam que o 
fenômeno ocorre em todos os 
músculos ao mesmo tempo, apenas os 
grupos musculares menores sofrem o 
processo mais precocemente. 
O fato é que a intensidade da contração muscular na pós-morte depende dos níveis de 
reserva de glicogênio, dos níveis de ácido láctico e das peculiaridades da fibra 
muscular nos diferentes músculos. A rigidez pode ser instalada em vida. Observam-se 
nos estados agônicos em pacientes portadores de tétano, na intoxicação pela 
estricnina, ergotamina, magnésio e nas mortes resultadas da destruição dos tecidos 
do sistema nervoso central. Um tipo especial denomina-se rigidez cadavérica 
cataléptica, estatuária ou plástica. 
 
Desenvolve-se de forma instantânea sem o relaxamento muscular que precede a rigidez 
comum. Tratase de um espasmo súbito, guardando a posição que mantinha quando a 
morte o surpreendeu (espasmo cadavérico – sinal de kossu). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
HIPÓSTASES 
 
 
 
 
Com a morte cessa a circulação sanguínea e a coluna de sangue tende a depositar-se nas 
áreas de maior declive nas duas a três horas que se seguem. Tal fenômeno se denomina 
hipóstase, sendo evidente nos segmentos externos do corpo, nas vísceras (hipóstase 
visceral) e nos dentes por deposição sanguínea nos capilares da polpa dental e saída de 
hemácias (dentes rosados ou pink teeth). 
 
 
 LIVOR 
Suzitamo et al ( 1978,pp. 259-267) aponta que o sangue por gravidade pode levar até dias se 
depositando. Para kinight (p.926) a sedimentação do sangue por gravidade é um indicador de 
tempo de morte pior que o rigor mortis. Inicialmente, assumen a forma estriada ou 
arredondada que se agrupam em placas. Posteriormente observa-se a confluência destas 
placas ocupando uma extensa área não sujeita a pressões externas. Espera-se a que em 8 a 
12 horas da morte esta deposição sanguínea venha a fixar-se, e persistir até a putrefação. 
 
As tonalidades das hipóstases variam de um vermelho claro a escuro. Na raça negra muitas 
vezes se faz necessário utilizar a lâmpada de wood, ou um instrumento próprio, denominado 
colorímetro de nutting, para percepção da tonalidade das hipóstases nos melanodérmicos. Em 
geral nas asfixias as hipóstases são vermelho-escura. Hipóstase de tonalidade vermelha-claro 
pode sugerir asfixia por submersão em meio líquido. O tom achocolatado guarda relação com 
intoxicação pelo cloreto de potássio. O vermelho-róseo ou carminado aponta asfixia pelo 
monóxido de carbono. Algumas pela forte pressão podem agrupar-se e formar verdadeiras 
púrpuras hipostáticas. 
 
DIFERENÇAS ENTRE EQUIMOSE E HIPÓSTASES 
 
 
 
PÚRPURAS HIPOSTÁTICAS 
HHipostáticHHipostáticas 
dPÚRPURAS HIPOSTÁTICAS 
 HIPOSTÁTICAS 
 
DESIDRATAÇÃO CADAVÉRICA 
 
É UM FENÔMENO DE ORDEM FÍSICA, DEPENDENTE DA CAUSA DA MORTE, DA TEMPERATURA 
AMBIENTE, DA CIRCULAÇÃO E UMIDADE DO AR. A BAIXA UMIDADE DO AR, VENTILAÇÃO 
SATISFATÓRIA, SUPERFÍCIE EXTENSA E TEMPERATURA ALTA, BENEFICIAM A EVAPORAÇÃO 
TEGUMENTAR. A EVAPORAÇÃO TEGUMENTAR REFLETE A PERDA DE PESO CORPORAL, A 
DESSECAÇÃO, ALTERAÇÕES DOS GLOBOS OCULARES E PERGAMINHAMENTO 
(CONSISTÊNCIA DURA E AMARELADA) DA PELE E MUCOSAS. NOS ENFORCADOS A ÁREA DE 
PRESSÃO DO LAÇO NÃO OCORRE EVAPORAÇÃO, MAS TÃO SOMENTE A EXPULSÃO DOS 
LÍQUIDOS DO TECIDO PARA AS ADJACÊNCIAS. 
PERGAMINHAMENTO 
 
OPACIFICAÇÃO DA CÓRNEA 
 
 
 
 
 
 
SINAL DE SOMMER E LARCHER 
 
 
 
A mancha da esclerótica (livor sclerotinae 
nigrencens), ou sinal de sommer e larcher 
(1833), inicialmente, ocupa a metade temporal 
ou externa da esclerótica, e em seguida o 
canto interno. Traduz a transparência da 
esclerótica expondo a coróide. A forma e a 
tonalidade da mancha evoluem na sequência 
(oval-circular-triangular) e (amarelo-azul-
negro), em 1,3 e 6 horas, respectivamente. 
Quando triangular, a base está voltada para a 
córnea. Tela viscosa é um fino véu que recobre 
a córnea, que pela desidratação do transudado 
ocular, concentra partículas de poeira e 
epitélio morto da córnea. Pode ocorrer no vivo nos estados agônicos (sinal de stenon-louis). Com a 
desidratação há redução considerável da tensão ocular (sinal de louis), enrugamento da córnea (sinal de 
bouchut), turvação da córnea, e mais tardiamente, em torno de 8 horas de pós-morte, observam-se a 
deformação da íris e da pupila à pressão digital (sinal de ripault). 
OS FETOS E RECÉM NASCIDO, COM MAIOR PROPORÇÃO DE ÁGUA, PERDEM PESO NA PROPORÇÃO DE 
8 G/KG /24 HORAS; COM A PERDA LÍQUIDA, A PELE FICA SECA, PARDACENTA E PERGAMINHADA. AS 
MUCOSAS DOS LÁBIOS TORNAM-SE ENDURECIDAS E PARDACENTAS, NOTADAMENTE NOS 
CADÁVERES DE RECÉM NASCIDOS E CRIANÇAS. A DESIDRATAÇÃO OCULAR CURSA COM MANCHA 
NEGRA DA ESCLERÓTICA, TURVAÇÃO DA CÓRNEA, PERDA DA TENSÃO DO GLOBO OCULAR E 
FORMAÇÃO DA TELA VISCOSA. 
 
 
 
 
 
 
 
 
FENÔMENOS TRANSFORMATIVOS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FENÔMENOS TRANSFORMATIVOS 
 
CLASSIFICAÇÃO 
 
 
 
 DESTRUTIVOS 
AUTÓLISE 
PUTREFAÇÃO 
MACERAÇÃO 
 
 
 
 
 
 CONSERVADORES 
SAPONIFICAÇÃO 
MUMIFICAÇÃO 
CONGELAÇÃO 
PETRIFICAÇÃO 
COREIFICAÇÃO 
 
Autólise 
O AUMENTO SELETIVO DA PERMEABILIDADE DAS MEMBRANAS PLASMÁTICAS, 
LIBERAÇÃO DE ENZIMAS PROTEOLÍTICAS DOS LISOSSOMOS, DESTRUIÇÃO CELULAR E 
CONSEQÜENTE QUEDA DO PH, MARCAM A PRIMEIRA FASE DOS FENÔMENOS 
DESTRUTIVOS (AUTÓLISE). A ACIDEZ É DE CURTA DURAÇÃO, DANDO SEQUÊNCIA À 
PUTREFAÇÃO COM A PROTEÓLISE BACTERIANA. 
HÁ DESCARBOXILAÇÃO DOS AMINOÁCIDOS COM LIBERAÇÃO DE CO2 E AMINA, E QUE 
DESDOBRAM PARA FORMAR A AMÔNIA (NH4). ESTA ALCALINIZA A CÉLULA ELEVANDO 
O PH ENTRE 8,0 A 8,5. 
 
 
 
PUTREFAÇÃO 
 
DECOMPOSIÇÃO DAS GÁS SULFÍDRICO CHEIRO CARACTERÍSTICO DO CADÁVER 
PROTEÍNAS ESCATOL EM DECOMPOSIÇÃO 
 INDOL 
 
A PUTREFAÇÃO PROPRIAMENTE DITA É UM PROCESSO BIOLÓGICO DE 
DECOMPOSIÇÃO DA MATÉRIA ORGÂNICA EM MATÉRIA INORGÂNICA POR 
AÇÃO DAS BACTÉRIAS, FAUNA MACROSCÓPICA E FUNGOS. AS BAIXAS 
TEMPERATURAS IMPEDEM A PUTREFAÇÃO BACTERIANA. A PROTEÓLISE 
AUTOLÍTICA (AUTÓGENA) É DIFERENTE DA PROTEÓLISE PUTREFATIVA 
(EXÓGENA). A DECOMPOSIÇÃO DAS PROTEÍNAS GERA PRODUTOS 
INTERMEDIÁRIOS COMO O GÁS SULFÍDRICO, ESCATOL E INDOL, QUE DÃO O 
CHEIRO CARACTERÍSTICO DE CADÁVER . 
 
A DECOMPOSIÇÃO DE GLICÍDIOS E LIPÍDIOS PRATICAMENTE NÃO 
EXALA ODORES NAUSEABUNDOS. A PRESSÃO DOS GASES 
ABDOMINAIS FAZ CIRCULAR O SANGUE EM FORMA CENTRÍFUGA 
(CIRCULAÇÃO PÓSTUMA DE BROUARDEL). 
 
 
 
 
EVOLUÇÃO DA PUTREFAÇÃO 
Cromático 
Enfisematoso 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Circulação Póstuma de Brouardel Bolha Subepidérmica com Contéudo Hemoglobínico 
 
 
 
 
 
 A Putrefação obedece a uma marcha de evolução, que didaticamente é dividida em períodos: cromático 
ou de coloração, enfisematoso ou gasoso, coliquativo e esqueletização. O período cromático tem início em 
18 a 24 horas de morte e dura de 7 a 12 dias. Apresenta-se com uma mancha verde abdominal que reflete a 
intensa atividade bacteriana no ceco, com produção de gás sulfídrico, que aí se acumula por ser o ceco um 
segmento dilatado e livre do intestino grosso, que ascende e se combina com a hemoglobina formando uma 
proteína denominada sulfometemoglobina (sulfametoxiemoglobina). Dada a proximidade com a parede 
abdominal, a mancha verde fica evidente na pele da fossa ilíaca direita, difundindo-se gradativamente aos 
outros segmentos em três a cinco dias. No feto, sendo o ceco estéril, a putrefação se instala nas proximidades 
dos orifícios naturais, notadamente pela via respiratória, observando-se a mancha verde na porção superior 
do tórax, pescoço e face. No afogado a mancha verde aparece na cabeça e na porção superior do tórax, em 
face da posição do corpo submerso com maior declive daqueles segmentos e facilitação da infecção pelas 
vias respiratórias. Martinho da rocha e belmiro valverde (apud frança, 2004, p. 378) descreveram cristais 
sanguíneos da putrefação, que aparecem no 3º dia de pós-morte e são vistos até o 35º dia de intervalo pós-
morte (cristais de westenhoffer-rocha-valverde). O período enfisematoso ou fase gasosa tem início em uma 
semana e dura cerca de 30 dias. Os gases da putrefação (h2s, nh4 e h fosforado) infiltram o tecido subcutâneo, 
particularmente no abdome e em tecidos areolares como face, pescoço, mamas e genitais externos 
(gigantismo cadavérico). Pela distensão gasosa os olhos são projetados para adiante, a língua se insinua 
entre os dentes, a epiderme se destaca e a mucosa retal se exterioriza. O útero pode ser parido e o sangue 
rechaçado para a periferia dá um desenho vascular característico, denominado circulação póstuma de 
brouardel. Os membros ficam abduzidos e flexionados caracterizando a posição de lutador. A epiderme se 
destaca em retalhos pela expansão gasosa, formando inicialmente as flictenas putrefativas, com conteúdo 
transudado, de reação vital negativa, baixa protéica e ausência de congestão no fundo. A ruptura das flictenas 
permite o dessecamento do córion que assim se apergaminha e escurece. Os órgãos parenquimatosos como 
o fígado, os rins e o baço estão infiltrados por líquidos espumosos. As vísceras ocas exibem flictenas 
intracavitários. Os órgãos formados quase exclusivamente de musculatura lisa resistem à putrefação, como 
o útero e a próstata. No período coliquativo há redução dos tecidos, que se tornam amolecidos e 
concentrados, caracterizando uma massa de putrilagem. Registra-se o seu início no fim do primeiro mês, e 
prolonga-se por 2 a 3 anos. A redução acentuada da massa de putrilagem expõe as peças ósseas, dando 
início ao período de esqueletização, que pode durar de 3 a 5 anos. Quanto à bioquímica da putrefação 
destacamos a presença das ptomaínas quando da putrefação das substâncias albuminóides. As ptomaínas 
aparecem, mediante a presença de oxigênio e a água, de dois a quatro dias da morte. Atingem sua 
concentração máxima no 20º dia, a partir do qual a concentração vai sendo reduzida, desaparecendo ao final 
da putrefação. Com sete dias de pós-morte constata-se um produto tóxico denominado midaleína, e no 14º 
dia aparecem a cadaverina e a putrescina (frança, 2004, p. 373). 
 
BACTÉRIAS DA PUTREFAÇÃO 
 
BACTÉRIAS DA 
PUTREFAÇÃO 
ESPÉCIES E GÊNEROS MICROSCOPIA 
 
 
 
 
 
 
 AERÓBICAS 
 
 
Proteus vulgaris 
 
 
Escherichia coli 
 
 
Estaphilococcus 
 
 
 
 
ANAERÓBICAS 
 
 
Clostridium perfringens 
 
 
Clostridium septicum 
 
 
 
 
VELOCIDADE DA PUTREFAÇÃO 
 
 
Condição de exposição do cadáver Velocidade de Putrefação 
Exposto à intempérie Acelerada 
 Corpos enterrados Retardada em 8x 
Em solo Argiloso Lenta 
Na água Aumenta em 2x 
Umidade aumentada Acelerada 
Intoxicação por cianuretos e Arsênico Retardada pela inibição bacteriana 
Criança e recém-nascido Acelerada 
Obesidade Acelerada 
 
 
 
 
 
Maceração 
 
É um fenômeno transformativo destrutivo, próprio dos corpos submersos em meios 
líquidos estéreis ou contaminados. Característica mais notável é a redução da 
consistência da pele, fragilizando a epiderme, que se torna amolecida, friável, corrugada e 
facilmente se destaca dos planos profundos, como retalhos, expondo a derme vermelha 
embebida em hemoglobina. Acrescentam-se o mesmo processo nas mucosas dos órgãos 
internos e a desestabilização das peças articulares e ósseas. Portanto, a maceração pode 
ser asséptica ou séptica. A maceração asséptica se dá quando da morte fetal intra-útero 
do 5º ao 9º mês de gestação. 
 
TEMPO DO FETO MORTO RETIDO 
 
TABELADE LAUGLEY PARA FETO MORTO RETIDO 
 
Classificação Características Tempo de Morte 
 
1º GRAU 
 
FLICTENAS COM LÍQUIDOS SEROSANGUINOLENTOS 
 
PRIMEIRA SEMANA 
 
2° GRAU 
FLICTENAS ROTAS, EPIDERME ROXA, LÍQUIDO 
AMNIÓTICO HEMORRÁGICO 
 
SEGUNDA SEMANA 
 
3º GRAU 
EMBEBIÇÃO HEOGLOBÍNICA VISCERAL, CRÂNIO 
DEFORMADO, CÓRION MARROM E FRIÁVEL 
 
TERCEIRA SEMANA 
GRAU TEMPO DE MACERAÇÃO 
FETAL 
CRARACTERÍSTICAS 
0 M < 8 HORAS BOLHAS EPIDÉRMICAS 
1 8 < M < 24 HORAS COALESCÊNCIA DAS BOLHAS E INÍCIO DO 
DESCOLAMENTO 
2 M > 24 HORAS DESCOLAMENTOEPIDÉRMICOEXTENSO E
 EMBEBIÇÃOSANGUÍNEA 
CAVITÁRIA 
3 M > 48 HORAS FÍGADO AMARELO-MARROM E EFUSÕES TURVAS 
 
SINAIS RADIOLÓGICOS DA MACERAÇÃO FETAL 
SINAL 
RADIOLÓGICO 
CARACTERÍSTICA NATUREZA 
SPALDING CAVALGAMENTO DOS OSSOS DA ABÓBADA 
CRANIANA 
ARTICULAR 
CRANIANA 
BRAKEMAN LUXAÇÃO DA MANDÍBULA ARTICULAR 
CRANIANA 
HORNER ASSIMETRIA CRANIANA ÓSSEA CRANIANA 
SPANGLER ABÓBADA CRANIANA ACHATADA ÓSSEA CRANIANA 
DAMEL HALO TRANSLÚCIDO PERICRANIANO REAÇÃO 
PERICRANIANA 
TAGER ENCURVAMENTO ACENTUADO DA COLUNA 
VERTEBRAL 
ARTICULAR 
VERTEBRAL 
HARTLEY COLUNA VERTEBRAL DE CONFIGURAÇÃO 
ANORMAL 
ARTICULAR 
VERTEBRAL 
ROBERT PRSENÇA DE GASES NAS VÍSCERAS E NOS 
GRANDES VASOS 
VISCERAL E 
VASCULAR 
 
 
 
 
 
SAPONIFICAÇÃO – ADIPOCERA 
 
 
UM FENÔMENO TRANSFORMADOR CONSERVADOR TARDIO, EM GERAL LOCALIZADO, DE NATUREZA MICROBIOLÓGICA E 
BIOQUÍMICA, CARACTERIZADO PELA UNTUOSIDADE CADAVÉRICA. .
.DÁ - SE APROXIMADAMENTE A PARTIR DA 6 ª SEMANA DE PÓS - MORTE POR UM PROCESSO ENZIMÁTICO BACTERIANO QUE 
HIDROLISA AS GORDURAS NEUTRAS, TRANSFORMANDO - AS EM ÁCIDOS GRAXOS, SENDO OS MAIS COMUNS O ÁCIDO 
PALMÍTICO E O ESTEÁRICO, E EM MENOR PROPORÇÃO O ÁCIDO OLÉICO . 
OS ÁCIDOS GRAXOS EM AMBIENTE ARGILOSO, POROSO, IMPERMEÁVEL OU DE POUCA PERMEABILIDADE, TAL COMO 
REGIÃO DE VENTILAÇÃO REDUZIDA COM ÁGUA ESTAGNADA, PANTANOSA, CONCENTRADA EM MINERAIS, SOFREM UMA 
REAÇÃO QUÍMICA DE ESTERIFICAÇÃO, DANDO ORIGEM A SABÕES DE CÁLCIO ( SAPONIFICAÇÃO ) . 
TOMAM A APARÊNCIA DE CERA, ACASTANHADA OU ESBRANQUIÇADA, OU AMARELO - ACINZENTADA, MOLE, QUEBRADIÇA 
E FÉTIDA, DAÍ A DENOMINAÇÃO ADIPOCERA . 
COMPROMETEM PREDOMINANTEMENTE O TECIDO ADIPOSO E EM MENOR FREQÜÊNCIA O TECIDO MUSCULAR . SÃO 
MAIS FREQÜENTES NAS CRIANÇAS, MULHERES, OBESOS E AQUELES QUE NÃO PADECEM DE DOENÇA LIPÍDICA 
DEGENERATIVA. . 
 
MUMIFICAÇÃO 
 
 
É UM FENÔMENO TRANSFORMATIVO CONSERVADOR FAVORECIDO NATURALMENTE 
PELO MEIO QUENTE, VENTILADO, SECO E DE ATIVIDADE BACTERIANA REDUZIDA, OU 
ARTIFICIALMENTE POR PROCESSOS DE EMBALSAMAMENTO. 
O CADÁVER SE APRESENTA REDUZIDO DE VOLUME E PESO, PARDACENTO OU 
ENEGRECIDO, PELE ONDULADA E DE CONSISTÊNCIA ENDURECIDA . 
 
CONGELAÇÃO – PETRIFICAÇÃO - CORIFICAÇÃO 
CONGELAÇÃO 
 
É UM FENÔMENO TRANSFORMATIVO CONSERVADOR, ONDE O CADÁVER É PRESERVADO QUANDO 
EXPOSTO PROLONGADAMENTE A BAIXAS TEMPERATURAS. 
PETRIFICAÇÃO 
 
É UM FENÔMENO TRANSFORMATIVO CONSERVADOR PRÓPRIO DA PUTREFAÇÃO ACELERADA E 
AVIDEZ PELOS SAIS DE CÁLCIO. COMO EXEMPLO CITA-SE A CALCIFICAÇÃO DE FETOS MORTOS 
INTRA-UTERO (LITOPÉDIO). 
CORIFICAÇÃO 
 
É UM FENÔMENO TRANSFORMATIVO CONSERVADOR RARO, DESCRITO POR DELLA VOLTA EM 1985, 
PRÓPRIO DOS SEPULTAMENTOS EM URNAS METÁLICAS, EM GERAL DE ZINCO, FECHADAS 
HERMETICAMENTE. O CADÁVER SE APRESENTA COM A APARÊNCIA DE COURO CURTIDO, ABDOME 
ESCAVADO, MUSCULATURA E TECIDO CELULAR SUBCUTÂNEO PRESERVADOS, VÍSCERAS 
AMOLECIDAS E CONSERVADAS. 
 
 
 
BIOQUÍMICA E BIOFÍSICA CADAVÉRICA 
 
SINAL DE ACIDEZ METODOLOGIA RESULTADO 
LABORD INTRODUZIR AGULHA DE AÇO POLIDA NO 
TECIDO; AGUARDAR 30 MIN. E RETIRAR 
O BRILHO METÁLICO PERMANENCE 
– MORTE POSITIVA 
BRISSEMORET E AMBARD TROCARTER NO FÍGADO OU BAÇO; RETIRAR 
FRAGMENTOS DE TECIDO; APLICAR 
TORNASSOL AZUL 
REAÇÃO ÁCIDA NO MORTO 
LECHA-MARZO APLICAR O TORNASSOL ENTRE O BULBO E 
A 
PÁLPEBRA SUPERIOR; RETIRAR EM 2 A 3 
MIN. 
MUDA A TONALIDADE DO PAPEL NA 
MORTE POSITIVA 
DE-DOMINICIS ESCARIFICAR A PELE E APLICAR O 
TORNASSOL; PREFERÊNCIA PELO ABDOME, 
POIS É A ÁREA ONDEA ACIDEZ É MAIS 
PRECOCE 
MUDA A TONALIDADE DO PAPEL NA 
MORTE POSITIVA 
Com a morte há acúmulo de co2 pela inoperância alveolar e produção aumentada de ácido láctico, 
favorecida pela anaerobiose. Os dois processos, por si só, reduzem o ph e se instala a acidez. O ph é 
um indicador da condição ácido-base do organismo, transitando numa faixa sanguínea de normalidade 
no vivo entre 7,35 e 7,45. O organismo suporta os limites de variações na acidose até 6,85 e na alcalose 
até 7,95. No interior das células e nos seus compartimentos membranosos, o ph acaba sendo ajustado 
conforme a necessidade das atividades das reações bioquímicas. A morte celular pode se dá pela 
apoptose (morte celular programada), por patologia (ex. Silicose) ou pela interrupção da vida como um 
todo. O primeiro é a morte fisiológica, o segundo evolui com necrose e o último por um processo de 
desintegração orgânica. Alguns tecidos e células guardam uma vida residual resistentes a autólise 
inicial . 
 
FORMAÇÃO DA CAVERINA E PUTRESCINA 
 
 
AS ENZIMAS PROVENIENTES DOS LISOSSOMOS SÃO DERRAMADAS NO CITOPLASMA, 
DEFLAGRANDO REAÇÕES, SOBRETUDO PROTEOLÍTICAS. AS HIDROLASES “QUEBRAM” 
SEQUENCIALMENTE AS PROTEÍNAS EM ALBUMOSES, PEPTONAS E AMINOÁCIDOS. ESTES SÃO 
DESAMINADOS E DESCARBOXILADOS, MEDIANTE HIDRÓLISE E REAÇÕES DE OXIDAÇÃO E REDUÇÃO, 
ORIGINANDO AS PTOMAÍNAS, COTOÁCIDOS E MERCAPTANOS. AS PTOMAÍNAS OU TOMAÍNAS, 
OU “ALCALÓIDES CADAVÉRICOS”, DESCRITOS NO SÉCULO XIX, SÃO PRODUTOS NITROGENADOS 
PRESENTES NA 
PUTREFAÇÃO PROTÉICA. APARECEM EM DOIS A QUATRO DIAS DA MORTE, GANHAM 
CONCENTRAÇÃO MÁXIMA NO VIGÉSIMO DIA E DESAPARECEM AO FINAL DA PUTREFAÇÃO. COM SETE 
DIAS DA MORTE, UMA PTOMAÍNA TÓXICA, A MIDALEÍNA SE FAZ PRESENTE NAS VÍSCERAS 
PUTREFEITAS, E AOS QUATORZE DIAS OBSERVA-SE A CADAVERINA E A PUTRESCINA. A 
CADAVERINA (1,5-DIAMINOPENTANO) E A PUTRESCINA (1,4-DIAMONOBUTANO), FORAM DESCRITAS 
EM 1885 PELO MÉDICO ALEMÃO LUDWIG BRIEGER. SÃO RESPONSÁVEIS PELO ODOR 
CARACTERÍSTICO DA PUTREFAÇÃO, SENDO A CADAVERINA DERIVADA DA DESCARBOXILAÇÃO DA 
LISINA, E A PUTRESCINA DA DESCARBOXILAÇÃO DA ORNITINA. 
 
 
 O processo inicial se dá à custa do oxigênio residual, liberando gases fugazes 
(reação de oxidação). Terminado o oxigênio o processo proteolítico segue em 
anaerobiose, contando com a ação das bactérias anaeróbicas, que por reação de 
redução dá origem a gases fétidos. Deste mecanismo aparecem substâncias de odor 
nauseabundo e a fermentação alcoólica dá formação ao ácido láctico, ácido 
propiônico ou butírico. 
Ao final de todo o processo encontram-se a uréia, amoníaco, Gás sulfídrico, indol, 
escatol etc. Os polissacarídeos são desintegrados em monossacarídeos, co2 e h2o, 
e os lipídios em ácidos gordos e glicerol. Quanto aos gases da putrefação são estes 
inflamáveis e não Inflamáveis. No primeiro dia de morte aparecem os gases não-
inflamáveis (co2). Do segundo ao quarto dia, gases inflamáveis (hc e h), retornando 
os não-inflamáveis no quinto dia (n e nh4). 
 
 
Cristais de Westenhoffer- Rocha – Valverde 
 
DA DECOMPOSIÇÃO DAS HEMÁCIAS APARECEM CRISTAIS DE TAMANHOS DESIGUAIS, INCOLORES, 
LAMINADOS OU PRISMÁTICOS, E FACILMENTE FRATURADOS. SÃO VISTOS A PARTIR DO 3º DIA DE 
MORTE E PERSISTEM ATÉ O 35º DIA. OS CRISTAIS DO SANGUE PUTREFEITO PODEM SER 
REVELADOS COM A APLICAÇÃO DE FERROCIANETO DE POTÁSSIO OU IODO, TOMANDO A 
COLORAÇÃO DE AZUL E CASTANHO, RESPECTIVAMENTE. 
 
 
 
 
 
 
CONCENTRAÇÃO DE POTÁSSIO NO HUMOR VÍTREO 
 
 
O HUMOR VÍTREO OU CORPO VÍTREO É UM LÍQUIDO VISCOSO CASTANHO-
AMARELADO, CONSTITUÍDO DE SUBSTÂNCIA AMORFA SEMILÍQUIDA, 
FIBRAS E RARAS CÉLULAS NA PERIFERIA. COLOCA-SE NO 
COMPARTIMENTO POSTERIOR DO OLHO, PRESTANDO-SE A 
DETERMINAÇÃO DA CONCENTRAÇÃO DE POTÁSSIO E SUA RELAÇÃO COM 
O TEMPO DE MORTE ATÉ AS VINTE PRIMEIRAS HORAS. 
 
 
 
Preenche o espaço entre o cristalino e a retina, estruturalmente,dando o 
contorno do compartimento posterior do olho, e protegendo a retina de 
deslocamentos (sanchez et. Al, 2002). São ricos nos aminoácidos glutamina e 
histidina, e pobres em ácido aspártico e glutâmico. Diferencia 
bioquimicamente do humor aquoso por apresentar maior quantidade de ácido 
hialurônico (witwer et al., 1992). Com a morte instalam-se fenômenos oculares 
físicos como a desidratação e interrupção do fluxo circulatório da coluna 
sanguínea nas veias retinianas, artéria central da retina vazia, descoramento 
das papilas ópticas e cessação da circulação capilar da rede superficial da 
conjuntiva (blanco, 2005, p. 69). Sendo um compartimento fechado, o humor 
vítreo está protegido, relativamente, da contaminação imediata e da ação 
bioquímica deletéria após a morte, conferindo-lhe o sítio anatômico mais 
adequado para colheita de espécime para análise do potássio. Na série de 
estudos de francisco moraes silva (apud frança, 2004, p. 380), a concentração 
de potássio nas mortes violentas foi de 4,64 meq/l, e as decorrentes de 
patologias chegaram a valores de 4,42 meq/l. Conclui que o aumento médio na 
concentração de potássio, em intervalos de 5, 25, 30 e 35 min. Foi de 0,49 meq/l. 
 
 
PONTO CRIOSCÓPICO DO SANGUE 
A crioscopia trata de uma propriedade coligativa onde o ponto 
crioscópico aponta a redução da temperatura de congelamento de um 
líquido em função do número de partículas dissolvidas. 
Aumentando-se o número de partículas dissolvidas, reduz o ponto 
crioscópico em função da redução do ponto de congelamento. 
Com a decomposição orgânica cadavérica, aumenta-se o número de 
partículas menores, de modo que o ponto crioscópico reduz 
progressivamente com o intervalo pós morte. 
 
 
 
 
 
FENÔMENO DE ZSACO 
A CONTRAÇÃO IDIOMUSCULAR MECANICAMENTE ESTIMULADA, 
COMO CRITÉRIO DE DETERMINAÇÃO DO TEMPO DE MORTE TEM SE 
MOSTRADO PROMISSOR, PORÉM OS DADOS AINDA SÃO 
INCONSISTENTES. 
NA SÉRIE DE SOPHIE WARTHER ET. AL (2011), A PROVA PODE SER 
OBTIDA ATÉ 13 HORAS APÓS A MORTE, SENDO O ESTÍMULO DA 
PORÇÃO SUPERIOR DO BRAÇO MAIS FIDEDIGNO QUE O DA COXA. 
SEGUNDO OS ESPECIALISTAS HÁ TRÊS FASES VINCULADAS AO TIPO 
DE RESPOSTA À EXCITAÇÃO MECÂNICA DO MÚSCULO. 
ESTIMULANDO O MÚSCULO ATÉ DUAS HORAS E MEIA APÓS A MORTE, 
PODE-SE DEPARAR COM UMA CONTRAÇÃO QUE TOMA TODO O 
MÚSCULO. ESTE FENÔMENO SE DENOMINA DE ZSACO. 
COM O PASSAR DO TEMPO ESTA CONTRAÇÃO FICA LIMITADA A UMA 
REGIÃO DO MÚSCULO E DURAÇÃO FUGAZ, DESAPARECENDO EM ATÉ 
UM SEGUNDO (2ª FASE). 
AINDA ASSIM É POSSÍVEL ATÉ 13 HORAS DE MORTE, COMO APONTOU 
SOPHIE WARTHER, OBTER NA 3ª FASE UMA RESPOSTA AO ESTÍMULO 
COM UMA CONTRAÇÃO FRACA, PORÉM DURADOURA, POR ALGUMAS 
HORAS. 
 
 
 
 
DIFERENÇAS ENTRE TROMBOS E COÁGULOS 
 
PARTICULARIDADE TROMBO COÁGULO 
CRUÓRICO 
COÁGULO 
LARDÁCEO 
ATIVIDADE IN VIVO PÓS-MORTE PÓS-MORTE 
TEXTURA RUGOSO LISO LISO 
SUPERFÍCIE OPACO BRILHANTE BRILHANTE 
ADERÊNCIA ADERENTE NÃO ADERENTE NÃO ADERENTE 
FRIABILIDADE FRIÁVEIS POUCO FRIÁVEIS POUCO FRIÁVEIS 
COLORAÇÃO DE BRANCACENTO A 
VINHOSO 
VERMELHO AMARELADO 
ELASTICIDADE NÃO ELÁSTICO ELÁSTICO ELÁSTICO 
UMIDADE SECO ÚMIDO ÚMIDO 
LAMINAÇÃO LAMINADO – LINHAS
 DE 
ZHAN 
ELEMENTOS
 SANGUÍNEOS 
SEDIMENTADOS 
RICO EM FIBRINA

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