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Resumo Cap. 9 - Tanatologia

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Tanatologia
Parte da medicina legal que estuda a morte e os fenômenos dela decorrentes.
Conceito de morte: não é mais a pura e simples parada das funções vitais, mas uma gama de
processos. Tem velocidade variada, não é isolado e instantâneo, cada célula morre em seu tempo. 
→ CFM: parada total e irreversível das funções encefálicas equivale à morte, consequência de uma
causa conhecida. Evidências incluem: parâmetros clínicos, ausência de atividade motora supra-
espinal, apneia, ausência de atividade cerebral, metabólica cerebral, perfusão sanguínea cerebral. Há
intervalos mínimos para as avaliações, dependendo da faixa etária (de 7 dias a 2 meses incompletos:
48h; de 2 meses a 1 ano incompleto: 24h; de 1 ano a 2 anos incompletos: 12h; acima de 2 anos: 6h;
não há consenso para menores de 7 dias)
Segundo Hospital de Massachusets: nenhuma respiração espontânea por no mínimo 60 minutos;
nenhuma respiração reflexa e nenhuma alteração no ritmo cardíaco após pressão ocular ou do seio
carotídeo; eletroencefalograma sem ritmo por no mínimo 60 minutos; diagnóstico de outros
colegas.
Classificação:
a) Extensão 
→ anatômica: organismo morre como um todo, parada das grandes funções vitais
→ histológica: morte dos tecidos, todas as células morrem em aproximadamente 8h.
b) Reversibilidade
→ aparente: funções cardíacas imperceptíveis, mas presentes. Volta à vida possível
→ relativa: há parada cardiorrespiratória, mas massagem cardíaca pode reviver
→ real: cessação completa das funções, morte verdadeira
c) Processamento
→ súbita: imprevista, de quem estava aparentemente saudável
→ agônica: precedida de grave doença
d) Causa jurídica
→ natural: patologias
→ violenta: decorre de ação externa lesiva, deve-se esclarecer circunstâncias
→ suspeita: inesperada, mas que gera desconfiança. Interesse ativo de quem suspeita e
obrigação de comunicar à autoridade. Perícia médico-legal.
→ de causa desconhecida: mesmo sendo súbita e natural, precisa de uma necropsia. Não há
suspeita de crimes. Avaliação necroscópica (não é perícia médico-legal).
Necropsias
Exame necroscópico, autópsia, necroscopia, tanatoscopia… termos semelhantes.
Necrotomopsia seria mais adequado (estudar o corpo por cortes).
Art. 162, CPP: necropsia pelo menos 6h depois do óbito. Pode ser antes se peritos avaliarem sinais
externos evidentes e inequívocos. Necropsia é dispensada nos casos de morte violenta em que não
houver infração penal, se as lesões externas permitirem verificar a causa da morte. 
a) necropsia clínica: finalidades médico-sanitária, o médico tem dúvida do diagnóstico de
morte natural, mas cabe à família autorizar. É facultativa.
b) necropsia médico-legal: questões judiciais. Obrigatória! Determina a causa da morte
violenta, fornece mais subsídios… 
Quesitos a serem respondidos: houve morte? Qual a causa? Qual o instrumento? Foi por meio
insidioso ou cruel? São quesitos que já serão respondidos, não precisa enviá-los. 
Necropsias mais difíceis de diagnosticar: realizada em recém-nascidos vítimas de morte súbita. 
Casos de pessoas que aparecem mortas dentro de casa, sem indicativo de violência: geralmente a
causa da morte fica sendo não traumática indeterminada (por causa clínica ou natural). Infartos
agudos só aparecem na necropsia de 6 a 12h após o evento. Distúrbios funcionais podem nem
aparecer, como arritmias cardíacas. 
Presença de grandes coágulos sanguíneos nas cavidades cardíacas, líquido no pericárdio e livores de
hipóstase produzidos rapidamente são sinais de morte agônica (que é precedida de doença).
Tanatognose e fenômenos cadavéricos
Estuda o diagnóstico da realidade da morte, traduzindo-se por sinais. Fenômenos imediatos,
consecutivos e transformadores.
1. Fenômenos imediatos: morte clínica. Sinais precoces, SUGESTIVOS de morte: perda da
consciência, perda da sensibilidade, imobilidade e perda do tônus muscular, ausência de
respiração e de circulação.
2. Fenômenos consecutivos: sinais seguros para realidade da morte e indicadores do momento
e das circunstâncias: 
→ evaporação tegumentar: progressiva perda de peso, córnea fica opaca e leitosa, pele
endurecida, amarelada.
→ resfriamento corporal: equipara-se à temperatura ambiente em +- 24h, não é
uniforme. Depende de vários fatores: peso, posição, roupas, temperatura ambiente,
idade…
→ rigidez cadavérica: contração muscular pela escassez de oxigênio, aumento do ácido
lático e pH. De CIMA para baixo (mandíbula, nuca, tronco, braços...), começa na 1ª
hora. Se algo externo desfaz a rigidez, ela não volta mais. Fatores que aceleram o
aparecimento e desaparecimento da rigidez: calor, convulsões, eletroplessão,
hiperpirexia, exercícios. Fatores que retardam: frio e hipotermia). Rigidez dura menos
em crianças, idosos e debilitados. Afogados: rigidez completa em 2-3h. Não confundir
com espasmos cadavéricos!
→ Livores de hipóstase: sangue se desloca para as partes inferiores do corpo, pela
gravidade, já que não há mais pressão nos vasos. Não se formam onde a pela está
pressionada por uma superfície, que é impeditivo que o sangue se deposite ali. Formam-
se nas 1-2 horas, aumentam progressivamente. Se o corpo for mexido, eles se deslocam.
A partir da 10ª hora se fixam. Evidentes entre 5-6h e “SÃO SUFICIENTES PARA
ATESTAR A REALIDADE DO ÓBITO”. Por isso as necropsias são feitas após 6h da
morte. Também ocorrem internamente, muito comuns nos pulmões. Antecipam os
livores: temperatura alta, morte rápida e sem perda sanguínea, asfixias e algumas
intoxicações. Retardam livores: frio, anemia, morte lenta, desidratação, vômito… Se
corpo na água: livores no rosto, tronco, mãos, pés. 
Equimose: incisão na área mostra hemorragia difusa nos tecidos. 
Livores: incisão na área mostra sangue confinado nos vasos, sem comprometer
tecidos moles adjacentes.
3. Fenômenos transformadores : tecidos se decompõem, corpo se transforma. 
3.1. Fenômenos destrutivos: autólise, putrefação e maceração séptica
→ Autólise: destruição das células pelas suas próprias enzimas. Falta de oxigênio rompe as
membranas celulares e as células sofrem autodigestão. Inicia na mucosa gástrica, intestinal e
pâncreas. É um processo químico, acelerado pelo calor e retardado pelo frio. Afeta
precocemente os recém-nascidos.
→ Putrefação: prosseguimento da autólise pelos micro-organismos do tubo digestivo e suas
toxinas. Produção de GASES (metano, carbônico, amônia…). Variam com a temperatura
(alta, acelera; frio intenso retarda muito). Ao ar livre é mais rápida que na água ou solo. Se
água poluída, acelera. Aceleram: obesidade, febre antes da morte, OVERDOSE DE
COCAÍNA. Uso de antibióticos antes da morte retarda. Há 4 fases: 
a) cromática: mancha verde no abdômen iniciando de 18 a 48h, até 1 semana.
Crianças e afogados, mancha verde começa no tórax. Forma arborescente, desenho
de “circulação póstuma”
b) gasosa: começa em 24h. Tecido subcutâneo é tomado por pequenas bolhas de
gases sulfurados (enfisema), depois todo o cadáver fica enorme, membros
semifletidos (boxeador), bolsa escrotal aumenta, protusão dos globos oculares,
língua aumenta e sai pra fora dos dentes, cheiro intenso, pele começa a sair, perde-se
pelos, unhas, cabelos, pele das mãos descola como luva, coração amolece, pulmões
ficam marrons, cérebro vira massa acinzentada e pegajosa, que escoa se crânio é
aberto. Atinge o máximo em 3-4 dias e dura até 3-5 semanas. 
c) coliquativa: fim da 1ª semana, durando até alguns meses. Pele se rompe, partes
moles começam a se desmanchar, insetos necrófagos proliferam, larvas, moscas...
d) esqueletização: inicia nas 3ª-4ª semanas. Destruição completa das partes moles. 
→ Maceração séptica: cadáver imerso em meio líquido, água entra nos tecidos por
OSMOSE. Engruvinhamento e descolamento da pele.
→ Antropofagia: ataque de várias predadores
3.2. Fenômenos conservadores:a autólise não avança, por falta de atuação bacteriana e
tecidos ficam conservados. Mumificação, saponificação e maceração asséptica
→ Mumificação: desidratação dos tecidos. Alta temperatura, baixa umidade e boa
ventilação. Partes moles externas são dessecadas, tornam-se uma carcaça, e as partes
internas podem desaparecer totalmente pela decomposição. 
→ Saponificação: ocorre em solos úmidos e ricos em sais calcários, baixa oxigenação, ou
em cadáveres afogados. Enzimas produzem fenômeno de esterificação, transformando
gordura em cera. Feições podem ser mantidas por meses, lesões também continuam
aparentes. Não é um fenômeno inicial, pois depende de enzimas bacterianas da putrefação,
que começam a hidrolisar as gorduras. Corpo assim conservado = ADIPOCERA. Demora 3
meses para surgir e dura por 6 meses +-. Acelerado pela infestação de larvas.
→ Maceração asséptica: cadáver fica em meio líquido asséptico (ÚTERO) e água entra por
osmose. Fetos mortos a partir do 5º mês de gestação. Coloração amarronzada, descamação,
cordão umbilical amarronzado também. 
Cronotanatognose
Estudo da data aproximada da morte. Não é exato. Quanto maior o tempo da morte, menor é
a precisão da estimativa. Temperatura e umidade são os fatores mais importantes na velocidade de
decomposição. Principais elementos são: rigidez cadavérica, livores de hipóstase, mancha verde
abdominal, conteúdo gástrico e fauna cadavérica. 
→ Rigidez cadavérica: muito incerto. Face, nuca, mandíbula nas primeiras 2h; músculos
tórax e abdômen em 2-4h; membros superiores 4-6h; membros inferiores 6-8h; máximo entre 8-12h
da morte; Desaparece progressivamente, de cima para baixo, com o início da putrefação. 
→ Livores de hipóstase: começam de 1-2h e coloração máxima entre 8 e 12h, quando se
tornam fixos. O que pode ocorrer antes se houver putrefação acelerada. 
→ Mancha verde abdominal: inicialmente no lado DIREITO, entre 18 e 24h. 
→ Conteúdo gástrico: digestão em geral ocorre em 5-7h. Alimentos em diversos estágios de
digestão podem indicar o tempo da morte, em conjunto com outros indícios. Estômago vazio pode
indicar que morte foi há mais de 7h.
→ Fauna cadavérica: larvas de moscas, besouros, mariposas, formigas, predadores de
insetos, animais carniceiros. Em sentido estrito, somente insetos e ácaros necrófagos. Geralmente as
moscas são as primeiras e os besouros são os últimos. Após 2-3 dias os ovos depositados liberam
vermes. Larvas saltadores participam da fase de liquefação (10-11 meses), podendo ser encontradas
de 13 dias a 11 meses. 
Lesões in vitam e post mortem
Se a lesão for produzida muito próximo do momento da morte, é difícil diagnosticar se foi
em vida ou não. Se tiver sido em certo tempo antes ou depois, não há grandes dificuldades. 
Principais sinais de lesões sofridas in vitam:
a) Hemorragia: as externas intensas NÃO deixam dúvida que foram em vida. A interna fica
COAGULADA. Se um corte for feito no morto, ele será branco. Se for logo após a morte, pode
escorrer sangue pela gravidade, mas em pequena monta. Não confundir a infiltração hemorrágica
(passagem de hemácias através da parede vascular – hipóstase) com hemorragia em vida.
b) Equimoses e hematomas: por ruptura vascular na derme, nas mucosas ou nos órgãos
profundos, não desaparecendo quando a área é comprimida. Há variações cromáticas se produzidos
em vida. Se produzidos com indivíduo morto não há mudança de cor. 
c) Reações inflamatórias: só ocorre em VIDA. Dor, tumor, rubor e calor. 
d) Coagulação do sangue: é vital, mas pode ocorrer após a morte. Porém, se ocorrido em
vida FICA ADERIDO. Se em morte, se desfaz rapidamente. 
→ Diluição do sangue, líquido nos pulmões, substâncias sólidas na traqueia, fuligem nas vias
respiratórias, CO no sangue: situações produzidas em indivíduos vivos. 
→ Prova histológica: busca evidenciar reações inflamatórias, que ocorrem em vida. 
Principais lesões post mortem:
Produzidas por animais predadores, que não apresentam infiltração hemorrágica. Lesões
acidentais, como no transporte do corpo ou no seu resgate. Lesões intencionais como nas manobras
de reanimação ou nas lesões criminosas para ocultar a identidade da vítima. 
Destino dos cadáveres
Cadáver: corpo morto, enquanto conserva aparência humana. Conceito exclui restos
humanos, esqueletos, cinzas, partes de corpo, fetos com menos de 20 semanas. 
a) Inumação simples: sepultamento, após 24h. Imediata em caso de epidemias, catástrofes.
b) Inumação com necropsia: morte violenta ou suspeita; morte natural com dúvida ou
interesse científico no diagnóstico (com termo de permissão da família)
c) Cremação: após declaração de óbito por 2 médicos se natural ou por 1 legista se violenta
(e autorização judicial neste caso)
d) Embalsamamento: introdução nos vasos sanguíneos de líquidos desinfetantes, para
impedir a putrefação. Indicado se sepultamento for demorar mais de 4 dias ou se tiver que
transportar o corpo para outro estado ou país. 
Exumação
Retirar da sepultura o cadáver ou os restos mortais. Ocorre se o exame de corpo de delito
realizado à época não tiver sido feito de forma completa ou se outro motivo relevante surgir. 
Necropsia pós-exumação: inúmeros quesitos, como se novo exame pericial fosse feito.
Muito difícil estabelecer circunstâncias da morte, mas pode esclarecer presença de fraturas, PAF,
corpo estranho, lesões, exame de violência sexual… 
	Necropsias
	Tanatognose e fenômenos cadavéricos
	Cronotanatognose
	Lesões in vitam e post mortem
	Destino dos cadáveres
	Exumação

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