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Ana Laura Octávio - TXXII TANATOLOGIA INTRODUÇÃO - A tanatologia corresponde o estudo da morte e das suas consequências. MORTE – cessação de todos os fenômenos vitais de forma definitiva, permanente e total. - A morte pode ser de caráter clínico, violento, suspeito ou sob custódia. Além disso, ela é causada por dois motivos: ✓ Parada cardio-respiratória irreversível. ✓ Morte cerebral ou encefálica (quando o tronco encefálico deixa d exercer suas atividades, não existe vida). OBS.: Essas características não são diagnostico de morte, pois sempre estarão presentes no momento da morte. MODALIDADES DA MORTE I) MORTE APARENTE - Estados patológicos que simulam a morte. - O indivíduo se mantem vivo por tênues ou débeis sinais de circulação e respiração. - Pode ser causada por intoxicações graves produzidas por soníferos (deprime o SNC) e congelamentos (atividade cardiovascular fica minimizada para conservar energia). II) MORTE RELATIVA - Estado temporário de morte. - O quadro pode ser modificado e o indivíduo pode ser recuperado por manobras artificiais (reanimação) - Parada ``cardiorrespiratória´´ ou parada de outras funções vitais. III) MORTE INTERMEDIÁRIA - Consiste na extinção progressiva das atividades biológicas, sem que seja possível, de qualquer forma, recuperar a vida do organismo de forma unitária. - Procede a absoluta e sucede a relativa. IV) MORTE REAL, GERAL, SOMÁTICA, CLÍNICA OU ABSOLUTA - Verdadeira morte. Ocorre paralização total, definitiva, permanente e irreversível de todos os fenômenos e atividades vitais. OBS.: EXAMES FÍSICOS PARA SE CONFIRMAR A MORTE: ✓ Ausculta do corpo - para ver se tem atividade cardiovascular e murmúrios vesiculares. ✓ Colocar espelho nas narinas do corpo para verificar se apresenta respiração. ✓ Queimar uma região do corpo (se estiver vivo forma eritema, vermelhidão e bolha). ✓ Colocar papel de tornassol no olho (se for morte recente o papel ficara vermelho, pois quando ocorre morte o cadáver apresenta meio ácido). Ana Laura Octávio - TXXII CRONOTANATOGNOSE - Consiste no diagnóstico do tempo da morte. - Para isso, avaliasse os sinais abióticos, ou seja, não vitais: ✓ Sinais recentes. ✓ Sinais mediatos. ✓ Sinais tardios: destrutivos ou conservativos. SINAIS RECENTES OU IMEDIATOS - O cadáver deve apresentar perda irreversível da: ✓ Consciência. ✓ Sensibilidade. ✓ Mobilidade. ✓ Reflexos e atividade esfincteriana. ✓ Parada cardiorrespiratória. ✓ Ausência de pulsos. - Aparência de fáscies hipocrática/cadavérica. - Fenômenos oculares: o cadáver apresenta cristalino opaco, mancha esclerótica e ausência de reflexos (o morto tem midríase – pupila dilatada). OBS.: Mancha esclerótica também pode ser chamada sinal de Sommer e Larcher - É produzida pela dessecação e afinamento da esclera, que se torna transparente, revelando os pigmentos coroides subjacentes (acontece em razão do tempo em que o cadáver ficou de olhos abertos). - ``Silêncio´´ de aparelhos: ECG e EEG (cessação de atividade cerebral). SINAIS CONSECUTIVOS OU MEDIATOS 1. DESIDRATAÇÃO – diminui o volume e massa do cadáver, causando pergaminhamento da pele (aspecto enrugado). OBS.: Em razão da diminuição do volume, dá-se a impressão que as unhas e pelos cresceram. 2. RESFRIAMENTO DO CORPO – ocorre primeiro nas extremidades (mãos, pés e face). - Segue a seguinte ordem: ✓ Lentos nas três primeiras horas (0,5 0C/hora). ✓ Rápido nas 6 horas seguintes (1 0C ou mais/hora). ✓ Após 12 horas de óbito a temperatura corporal é igual a temperatura ambiental. 3. RIGIDEZ CADAVÉRICA – inicia-se a partir da 3ª hora após a morte. - Tem duração de 1-2 dias (desaparece na mesma ordem que aparece. Ex. a primeira estrutura a apresentar rigidez é a pálpebra, logo, é a primeira estrutura que deixa de apresentar rigidez). Ana Laura Octávio - TXXII - O surgimento da rigidez ocorre na seguinte ordem: ✓ Pálpebras. ✓ Maxilar inferior, nuca (1-2 horas). ✓ Membros superiores (4-6 horas). ✓ Membros inferior (6-8 horas). OBS.: Espasmos cadavéricos indicam morte violenta. 4. LIVORES OU HIPÓSTASES – são manchas na pele que correspondem ao deposito/sedimento de matéria orgânica (sangue). - Seguem a leia da gravidade. Logo, são frequentes nas áreas de cúbito (exceto nas áreas de contato, pressão ou dobras). - Tem início imediato e ficam evidentes após 2-3 horas. Após esse tempo, desaparecem quando pressionadas. - Após 6-12 tornam-se fixas. 5. MANCHA VERDE ABDOMINAL – é o sinal do início da putrefação. - Evidente após 16 – 18 horas após a morte. - É decorrente da ação microbiana (inicia-se na fossa ilíaca direita, em razão da localização do ceco). OBS.: É precoce em idosos, fetos e afogados. Em afogados → presente no tórax. TRÍADE DA MORTE → LAR: LIVOR, ALGOR E RIGOR ✓ LIVOR – manchas de hipóstase ou livor cadavérico. ✓ ALGOR – esfriamento do cadáver. ✓ RIGOR – rigidez cadavérica. SINAIS TARDIOS DESTRUTIVOS 1. AUTÓLISE – destruição do corpo pela liquefação ácida, intra e extracelular (início da putrefação). 2. PUTREFAÇÃO – é o sinal mais comum. Apresenta quatro fases: ✓ Fase cromática – corpo apresenta tonalidade escurecida de pele com cheiro característico. A porção branca das costas corresponde a área que estava em contato com a superfície/apoio. Nessa região não houve acúmulo de sangue/matéria orgânica. Já a porção avermelhada/roxa corresponde a área que não estava em contato com a superfície, logo há deposição de matéria orgânica/sangue. Essa área é chamada de livores. Ana Laura Octávio - TXXII - A partir das 20 primeiras horas. - É resultante da transformação da hemoglobina. ✓ Fase gasosa (expansiva) – o corpo aumenta de tamanho. - A partir do 2º dia até o 8º. ✓ Fase coliquativa – corresponde a dissolução pútrida com liquefação das vísceras e dos tecidos moles. - Há desidratação e enrugamento da pele. - 2-3 meses após a morte ✓ Fase de esqueletização – ocasionado pela ação da fauna e do meio. - Tem-se a destruição dos tecidos, restando apenas o esqueleto, cabelos e dentes. - Ocorre 36 meses após a morte (3 anos). SINAIS TARDIOS CONSERVATIVOS OBS.: Para a ocorrência desses sinais, não pode haver putrefação. - São eles: ✓ Mumificação - desidratação do corpo (natural ou artificial). ✓ Saponificação – em túmulos úmidos, ocorre uma reação entre a gordura e o cálcio do corpo, formando uma grande massa branca ao redor do cadáver que o preserva. ✓ Corificação – o corpo é colocado em um caixão de metal de zinco que inibe a degradação do cadáver. ✓ Calcificação – ocorre em fetos que morrem no interior do útero da mãe. O corpo da mãe envia sais de cálcio que calcificam o feto e impedem que ele apodreça (``bebê de pedra´´). ✓ Congelação. DESTINO DO CADÁVER (caro data vermis) - Inumação/sepultamento (com ou sem necropsia). - Imersão: colocar em meio líquido (ex. formol). - Destruição. - Cremação. Esse destino não pode ser feito em caso de morte violenta (possível exumação posterior). CURIOSIDADES Dentes rosados – ocorre em casos de afogamento ou envenenamento. A dentina e as coroas apodrecem e a hemoglobina penetra nos dentes, os deixando rosados. Angel Lust – ereção peniana pós-morte violenta (atinge a região cervical posterior).
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