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Relatório da aula prática: Saponificação de lipídeos

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UNIVERSIDADE FEDERAL DA GRANDE DOURADOS
Faculdade de Ciências Agrárias
Curso de Zootecnia - FCA
RELATÓRIO DA AULA PRÁTICA – SAPONIFICAÇÃO DE LIPÍDEOS
Dourados – MS
2019
UNIVERSIDADE FEDERAL DA GRANDE DOURADOS
Faculdade de Ciências Agrárias
Curso de Zootecnia – FCA
AMANDA MENDONÇA
BEATRIZ GUIMARÃES 
CAROLINE MATTU FARIAS
ERICA ALVES
RELATÓRIO DA AULA PRÁTICA – SAPONIFICAÇÃO DE LIPÍDEOS
Relatório da aula prática sobre a saponificação de lipídeos entregue a Prof. Dra. Daniele Marques Vilela docente da matéria de bioquímica para alunos do curso de Zootecnia 2º semestre.
Dourados – MS
2019
SUMÁRIO
	INTRODUÇÃO……………………………………………………………………….3
	OBJETIVOS…………………………………………………………………………..6
	MATERIAIS E MÉTODOS ………………………………………………………….6
	RESULTADOS………………………………………………………………………..7
	CONCLUSÃO………………………………………………………………………..12
	REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.……………………………………………….13
INTRODUÇÃO
	Os lipídios, também chamados de gorduras, são biomoléculas orgânicas compostas, principalmente por moléculas de hidrogênio (H), oxigênio (O) e carbono (C). São substâncias com característica principal é a insolubilidade em solventes polares e a solubilidade em solventes orgânicos, apresentando natureza hidrofóbica, ou seja, aversão à molécula de água. Essa característica é de fundamental importância mesmo que organismo possua considerável concentração hídrica. A insolubilidade permite uma interface mantida entre o meio intra e extracelular. 
	Os lipídios podem ser classificados em óleos, que são substâncias insaturadas, e gorduras que são substâncias saturadas, podemos encontrar nos alimentos tanto de origem vegetal quanto animal, como nas frutas, por exemplo o abacate e coco, na soja, na carne, no leite e seus derivados, e também na gema de ovo. A formação molecular mais comum dos lipídios que constituem alimentos é estabelecida pela união de um glicerol e três cadeias carbônicas longas de ácido graxo. Os lipídios exercem quatro funções básicas e importantes nos organismos que é o fornecimento de energia para as células, nos animais endodérmicos atuam como isolantes térmicos, a facilitação de determinadas reações químicas que ocorrem no organismo dos seres vivos, também possuindo a função sob hormônios sexuais, vitaminas lipossolúveis, como a vitamina A, K, D e E, e as prostaglandinas. Entre as classes de lipídios quatro deles ganham destaques, o cerídeo, classificado como lipídio simples, são encontrados na cera produzida pelas abelhas e na superfície de folhas e frutos exercendo função de impermeabilização e proteção; os fosfolipídios que são moléculas anfipáticas, tendo afinidade por água e outra região apolar, que repele a água; os glicerídeos que podem sr sólidos, como gordura, ou líquidos em temperatura ambiente e os esteroides formados por longas cadeias carbônicas dispostas em quatro anéis ligadas ente si, amplamente distribuídos nos organismos vivos, sendo responsáveis pelos hormônios sexuais, vitamina D e os esteróis, mais conhecido como colesterol.
	O processo de saponificação é a fabricação de sabão, consiste na hidrólise básica de lipídeos, especificamente os triglicerídeos mediantes a adição de uma base forte e facilitada com aquecimento. O sabão é um resultado de uma reação química entre uma base e algum ácido graxo, composto de moléculas que contêm grupos hidrofóbicos e hidrofílicos, sua extremidade possui com característica polar que permite com que ele reaja com água enquanto sua outra parte é apolar que reage com gorduras. 
	O produto sólido do sabão foi criado no século VII, quando os árabes invetaram o processo de saponificação. Já no século IX em Marselha, na França, abriu a primeira indústria de saboeira, não expandindo os negócios fechou-se por falta de clientela ou outras medidas, no século XIV o sabão começou a ser usado como higiene pessoal e lavagem de tecidos, mas o preço era alto e era visto como um produto luxuoso, nesta época o carbonato de cálcio ou soda cáustica eram retirados de depósitos naturais e cinzas de plantas marinhas, por isso sua produção era insuficiente, ao longo foi começando a ser produzido em escalas maiorias, a partir disso criou-se o sabonete sendo fabricado já industrialmente. Com isso os custos para população foi reduzido tornando um produto popular.
	A emulsão é uma mistura de dois líquidos imiscíveis, ou seja, líquidos que não se misturam, sendo assim a quebra de tensão entre superfície como a tração do óleo e da água, nesse caso um dos líquidos (a fase interna ou dispersa) encontra-se no interior do outro líquido (na fase externa ou contínua), é também chamada de dispersão coloidal, já que essas pequenas partículas ou gotículas de um líquido estão dispersos em outro. Os agentes emulsificantes auxiliam na formação da emulsão e consolida a fase contra a coalescência, que é quando em uma mistura multifásica ocorre a união de duas ou mais parcelas de uma fase em prol da formação de uma única. Para manter a emulsão estável é necessária a adição de agentes emulsionantes ou tensoativos, que ajudam a torná-lo razoavelmente estável e homogênea. Existem fatores que favorecem esta estabilidade de emulsão como a baixa tensão superficial, filme interfacial mecanicamente forte e elástico, repulsão das duplas camadas elétricas, volume pequeno da fase dispersa, gotículas pequenas e viscosidade alta. Alguns exemplos de emulsões são o leite, margarina, manteira, cremes, loções hidratantes, medicamentos e protetores solares, entre outros. 
	Na química o sal é um resultante da reação entre um ácido e uma base, e quando dissolvidos em água liberam um cátion diferente do H+ e um ânion diferente do OH-. No caso do sal que consumimos, o cloreto de sódio (NaCl) um produto da reação entre ácido clorídrico e o hidróxido de sódio. Todo o sal comercializado é extraído de fontes naturais e devido às diferentes condições de reservas de sal, apresentam outros minerais em suas constituições. Os sabões mais comuns são de sais de sódio e de potássio, a extremidade carboxílica de um ânion do sabão, assim como o íon estearato, é altamente polar e por isso tende a se dissolver em água, a sua cadeia longa hidrocarbônica, não polar, do íon é solúvel em óleos. Esta estrutura permite que os ânions de sabão dispensem os pequenos glóbulos de óleo em água, a própria cadeia hidrocarbônica dos ânions de sabão penetra nos glóbulos oleosos deixando as extremidades carboxílicas nas superfícies dos glóbulos, isto evita que unem-se uns aos outros e deixe o óleo emulsionado. Temos o sabão solúvel que se dissolve facilmente na água e é dividida em outra substância como o detergente, e temos o sabão insolúvel que não se dissolve na água deixando a gordura intacta.
OBJETIVO
	A aula prática teve como conhecimento as reações necessárias para a formação do sabão, e conhecer o comportamento dos sabões em diferentes soluções aquosas com a presença do óleo. Reconhecer as características de uma emulsão e a importância na produção alimentar. Identificar a presença do ácido graxo insaturado. 
MATERIAIS E MÉTODOS
	QUANTIDADE
	DESCRIÇÃO
	50 ml
	Óleo de soja
	150 ml
	Solução alcoólica de NaOH 10%
	30 ml
	Solução de cloreto de sódio 35% (NaCl 35%)
	30 ml
	Solução de cloreto de cálcio 10% (CaCl2 10%)
	30 ml
	Água destilada
	01
	Banho-maria
	03
	Béquer
	02
	Pipeta de 5 ml
	02
	Pipeta de 10 ml
	02
	Pipeta de 20 ml
	06
	Pêra
	05
	Conta-gotas ou pipeta de pasteur
	06
	Tubos de ensaio
	01
	Estante para tubos de ensaio
	01
	Caneta de retroprojetor
	01
	Bastão de vidro
Procedimento 1: Reação da Saponificação 
a) Colocar em um béquer de aproximadamente 70 ml, 2ml de óleo de soja;
b) Adicionar 10 ml da solução de NaOH 10%
c) Aquecer em banho-maria a 80º C até que a fase líquida desapareça e seja formada uma camada levemente endurecida;
d) Acrescentar 20 ml de água destilada e agitar até completar a dissolução
do sabão;
e) Observar e anotar os resultados.
Procedimento 2: Estabilização de uma emulsão 
a) Numerar dois tubos de ensaio;
b) Nos dois tubos adicionar 0,5 ml de óleo de soja;
c) No tubo 1 adicionar 10 ml de água destilada;
d) No tubo 2 adicionar 10 ml da solução de sabão realizada no procedimento 1;
e) Observar os resultados imediatamente, deixar descansar por 10 minutos e aferir os resultados. 
Procedimento 3: Formação de sabão insolúvel
a) Numerar dois tubos de ensaio;
b) Nos dois tubos adicionar 2 ml da solução de sabão realizada no procedimento 1; 
c) No tubo 1 adicionar 5 gotas de solução de NaCl;
d) No tubo 2 adicionar 5 gotas de solução de CaCl₂;
e) Misturar por agitação e deixar em repouso por alguns minutos e observar os resultados. 
RESULTADOS
Procedimento 1: Reação de saponificação
	Neste procedimento o resultado obtido foi um sabão, que é mistura de sais de ácidos graxos. Quando a um triglicerídeo (óleo de soja) é adicionado uma base forte (NaOH) que aquecido em banho-maria 80º C libera glicerol e forma os sais de ácidos graxos sólido, o sabão, e acrescentado água destilada e com auxílio de bastão de vidro foram dissolvidos produzindo o sabão líquido.
https://www.biologianet.com/upload/conteudo/images/2014/11/reacao-de-saponificacao.jpg
Fonte: Manual Da Química
Procedimento 2: Estabilização de uma emulsão
	Enumerou-se dois tubos de ensaios com numeração 1 e 2. No tubo número 1, acrescentou-se 0,5 ml de óleo de cozinha e 10 ml de água destilada, respectivamente e observou-se o que acontecia. No tubo número 2, acrescentou-se 0,5 ml de óleo de soja e 10 ml de solução de sabão, agitou-se e foi deixado para descansar, logo após, observou-se as mudanças ocorridas. 
Tubo 1:
	Ao adicionar e agitar 0,5 ml de óleo de soja e 10 ml de água destilada, observou a formação de duas fases totalmente separadas. Isso ocorre devido ao fato de a molécula da água possuir característica polar, enquanto a molécula do óleo de soja possui característica apolar, isso impossibilita a interação intermolecular entre essas duas moléculas e cria uma tensão superficial entre elas. Outo fator que auxilia na separação, é a diferença na densidade dos dois reagentes, a água, por possuir maior densidade, permanece na parte de baixo do tubo, já o óleo, com menor densidade, permanece na parte de cima.
Tubo 2:
	Quando se adicionou e agitou, 0,5 ml de óleo de soja e 10 ml de solução de sabão, observou-se a formação de uma espuma e, ao estabilizar, formou-se uma emulsão. A água e o óleo, como vimos anteriormente, não interagem devido à primeira possuir característica polar e o segundo possuir característica apolar. Por outro lado, o sabão possui característica detergente, ou seja, uma das extremidades de sua molécula, possui característica polar, e pode interagir com a água, enquanto sua outra extremidade possui característica apolar, e pode interagir com o óleo. Essa característica da molécula de sabão quebra a tensão superficial entre as outras duas, e possibilita a formação de uma emulsão.
Micela de sabão envolvendo gordura
Fonte: FOGAÇA, Jennifer; Como o sabão funciona?
Procedimento 3: Formação do sabão insolúvel
	O sabão é solúvel porque a sua molécula possui uma cauda apolar formada por uma longa cadeia de carbono e uma cabeça polar formada pelos sais de ácidos graxos, em uma estrutura chamada de micela, a água usada para enxaguar o prato interage com a parte externa da micela, que é constituída pelas extremidades polares das moléculas de sabão. Assim, a micela é dispersa na água e levada por ela, o que torna fácil remover, com auxílio do sabão, sujeiras apolares.
Tubo 1: 
	Com este procedimento pode ser observado que ao adicionar NaCl no tubo 1 que continha o sabão formado no primeiro processo e agitando-o o a espuma aumentou, de acordo com as falas da professora, os fabricantes de sabão e produtos de higienes (como shampoo e sabonetes) utiliza o NaCl devido ao seu poder de intensificar a espuma, logo, favorecendo o marketing do seu produto. 
Tubo 2:
	No tubo 2 foi adicionado ao sabão o CaCl₂, o cálcio substituiu o sódio do ácido graxo da molécula de sabão formando um precipitado que provocou a perda da função detergente e na presença do óleo não quebra mais a sua tensão superficial, sendo caracterizado como sabão insolúvel.
CONCLUSÃO
Os procedimentos foi de fácil visualização sendo necessário bastante cautela para realizar. Foi possível verificar que substâncias apolares e polares não se misturam, como água e óleo. Mas quando uma substância é anfipática ela interage com uma substância apolar tanto como uma polar, no caso o sabão se misturou com óleo de soja, quando é adicionado um sal bivalente, o cálcio, transforma em um precipitado por fazer que o sabão perca sua anfipaticidade, já quando se é cloreto de sódio ele age como um espessante deixando o sabão mas viscoso, por causa das moléculas de água que possuem ao redor do sabão e se deslocam ao dissociar a este sal. Conclui-se que os lipídeos têm diferentes propriedade e reatividades a outros compostos. Em relação aos solventes, os óleos e gorduras são melhores solubilizadas em solventes orgânicos polares que interagem melhor com a longa cadeia carbônica apolar dos lipídeos.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
“Química sem segredos”; disponível em: <quimicasemsegredos.com> acesso em 13 de setembro de 2019.
FOGAÇA, Jennifer; “Como o sabão funciona?” disponível em: <https://escolakids.uol.com.br/ciencias/como-o-sabao-funciona.htm> acesso em 13 de setembro de 2019.
“Sal: origem, importância e tipos” disponível em: <https://www.ecycle.com.br/component/content/article/62-alimentos/3783-sal-origem-importancia-tipos-cozinha-refinado-light-marinho-flor-rosa-do-himalaia-kosher-de-bambu-coreano-rocha-conservante-texturizador-aglutinador-controlador-de-fermentacao-desenvolvimento-cor-vital.html> acesso em 21 de setembro de 2019.
“Conhecendo o mundo químico” disponível em: <https://conhecendomundoquimico.blogspot.com/2012/07/experimentos-de-bioquimica-saponificacao.html> acesso em 21 de setembro de 2019.
“Emulsão” disponível em: <https://www.infoescola.com/quimica/emulsao/> acesso em 21 de setembro de 2019.

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