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O Direito no Estado Novo: A Era Vargas

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Plano	de	Aula:	O	Direito	no	Estado	Novo
HISTÓRIA	DO	DIREITO	BRASILEIRO	-
CCJ0256
Título
O	Direito	no	Estado	Novo
Número	de	Aulas	por	Semana
Número	de	Semana	de	Aula
10
Tema
A	Era	Vargas:	o	Estado	Novo	e	a	ditadura	Vargas
Objetivos
O	aluno	deverá	ser	capaz	de:
Relacionar	 as	 práticas	 e	 politicas	 autoritárias	 do	 Estado	 Novo	 com	 o
período	ditatorial	da	era	Vargas;
Compreender	que	a	não	concretização	dos	já	reduzidos	mecanismos	de
contenção	do	poder	 pela	Constituição	de	1937	possibilitou	 a	 extensão
do	autoritarismo	por	parte	da	ditadura	Vargas;
Apontar	características	básicas	dos	Códigos	Penal	e	de	Processo	Penal
produzidos	no	período;
Correlacionar	o	advento	da	Consolidação	das	Leis	Trabalhistas	(CLT)	com
a	busca	de	apoio	popular	para	exercício	do	poder;
Analisar	os	fatores	internos	e	externos	que	determinaram	a	renúncia	de
Vargas	e	o	fim	do	Estado	Novo,	em	1945.
Estrutura	do	Conteúdo
Antes	 da	 aula,	 não	 deixe	 de	 ler	 o	 conteúdo	 do	 Capítulo	 6,	 entre	 as	 páginas
147	(O	período	da	Ditadura	do	Estado	Novo	(de	1937	a	1945)	e	a	Constituição
de	1937)	e	154	do	Livro	Didático	de	História	do	Direito	Brasiliero	Brasileiro	e	na
Aula	 3	 online	 (História	 da	 República	 Brasileira:	 Da	 política	 dos	 governadores
aos	 governos	 populistas),	 ministrada	 pelo	 Professor	 Rodrigo	 Rainha.	 Nesta
aula	abordaremos	os	tópicos	abaixo	informados:
O	Período	da	ditadura	do	Estado	Novo	 (de	1937	a	1945).	 Neste	 ponto
será	analisado	o	advento	do	Estado	Novo	sem	desvinculá-lo	de	outros	regimes
ditatoriais	vivenciados	na	Europa,	no	mesmo	período.	Cabe	apontar	que,	se	na
área	 econômica	 o	 país	 fez	 alguns	 avanços	 com	 a	 modernização	 industrial,
investimentos	 e	 infraestrutura	 e	 com	 conquistas	 para	 a	 classe	 trabalhadora,
por	 outro	 lado,	 caracterizouse	 pela:	 centralização	 administrativa	 do	 Estado;
pela	 censura	 aos	 meios	 de	 comunicação	 (rádios,	 revistas	 e	 jornais)	 e	 às
manifestações	artísticas	(teatro,	cinema	e	música,	por	exemplo);	pela	criação
do	 DIP	 (Departamento	 de	 Imprensa	 e	 Propaganda)	 para	 fins	 de	 promoção	 e
divulgação	das	realizações	do	governo;	pela	perseguição	e,	em	alguns	casos,
prisão	 de	 opositores	 e	 inimigos	 políticos;	 pela	 repressão	 às	 manifestações
políticas	e	sociais	(protestos,	greves,	passeatas);	e	também	pelo	controle	dos
sindicatos.
A	Constituição	 de	 1937	 (A	 Polaca).	 A	 principal	 característica	 dessa	 carta
política	 seria	 a	 de	 conceder	 poderes	 amplos	 a	 Vargas	 com	 reforço	 do	 Poder
Executivo,	 embora	 nunca	 tenha	 sido	 a	 mesma	 aplicada	 em	 alguns	 de	 seus
principais	 pontos.	 Tal	 fato	 reforça	 o	 caráter	 ditatorial	 do	 Estado	 Novo.	 A
decomposição	 dos	 órgãos	 legislativos	 e	 a	 sua	 índole	 centralizadora
converteram-na	em	um	texto	inerte	em	vários	dispositivos.	Embora	previsse	um
?plebiscito?	(na	verdade,	um	referendo)	para	sua	confirmação,	esse	jamais	foi
realizado.	Porém,	dentre	as	principais	características	ali	previstas,	podem	ser
citadas	 como	 mais	 importantes	 as	 seguintes:	 concentração	 de	 poderes	 ao
chefe	do	Executivo;	eleições	indiretas	para	presidente,	cujo	mandato	seria	de
seis	anos;	o	Senado	Federal	passaria	a	ser	denominado	por	Conselho	Federal;
mitigação	da	autonomia	dos	Estados-Membros;	 criação	da	 técnica	do	estado
de	 emergência	 e	 sua	 utilização	 permanente;	 previsão	 de	 pena	 de	 morte;
retirada	 do	 direito	 de	 greve	 do	 trabalhador;	 possibilidade	 de	 exclusão	 de
funcionários	 opositores	 do	 regime;	 extinção	 dos	 partidos	 políticos	 e	 redução
drástica	da	liberdade	de	imprensa,	passando	a	vigorar	a	censura	prévia;	forte
restrição	 aos	 direitos	 individuais,	 com	 perda	 do	 caráter	 constitucional	 dos
institutos	 da	 ação	 popular	 e	 do	mandado	 de	 segurança.	 Na	 esfera	 eleitoral,
extinguiu	 a	 Justiça	 Eleitoral,	 aboliu	 os	 partidos	 políticos	 e	 suspendeu	 as
eleições	livres.
Os	 Códigos	 Penal	 (1940)	 e	 de	 Processo	 Penal	 (1941).	 Embora
estabelecidos	 na	 ditadura,	 não	 foram	 consideradas	 obras	 arbitrárias.	 Ambos
os	 códigos	 foram	passando,	 ao	 longo	dos	 anos,	 por	 diversas	modificações	 a
fim	 de	 torná-los	 compatíveis	 com	 as	 características	 da	 sociedade	 que
regulavam.	De	qualquer	 forma,	o	Código	Penal	Brasileiro,	bem	como	o	Código
de	 Processo	 Penal,	 não	 podem	 conter	 normas	 que	 se	 oponham	 à	 atual
Constituição	do	País,	sendo	que	suas	interpretações,	da	mesma	forma,	devem
ser	compatíveis	com	a	inteligência	das	normas	da	Constituição	de	1988.
A	 Consolidação	 das	 Leis	 Trabalhistas	 (CLT).	 A	 criação	 da	 CLT
(Consolidação	das	Leis	do	Trabalho)	em	1943,	deu-se	no	âmbito	da	expansão
dos	 direitos	 sociais,	 garantindo	 inúmeros	 benefícios	 aos	 trabalhadores	 do
país.	Entre	os	direitos	podemos	citar:	carteira	de	trabalho,	jornada	de	trabalho
e	 período	 de	 férias,	 proteção	 do	 trabalho	 da	 mulher,	 contratos	 individuais,
medicina,	 justiça	 e	 fiscalização	 do	 trabalho,	 entre	 outros.	 Trata-se	 de	 marco
jurídico	de	grande	importância	para	o	país	até	s	dias	atuais.
O	 enfraquecimento	 e	 a	 derrocada	 do	 Estado	 Novo.	 Com	 o	 final	 da	 2ª
Guerra	Mundial	(1945)	e	a	derrota	do	bloco	nazifascista,	e	a	vitória	das	tropas
aliadas	com	o	apoio	do	Brasil,	a	opinião	pública	começou	a	contestar	o	regime
ditatorial	 varguista.	 Intelectuais,	 artistas,	 profissionais	 liberais	 e	 grande
parcela	do	povo	queriam	a	volta	da	democracia	ao	país.	Embora	o	movimento	?
queremista?	(movimento	no	qual	Vargas	parecia	buscar	apoio	para	se	manter
no	poder)	pedisse	pela	manutenção	do	ditador,	a	pressão	para	sua	renúncia
foi	aumentando	e,	em	outubro	de	1945,	um	movimento	militar	-	 liderado	pelos
Generais	Dutra	e	Góis	Monteiro	-	derrubou	de	vez	o	regime	varguista.
Aplicação	Prática	Teórica
Leia	atentamente	os	Artigos	178	e	187	da	Constituição	de	1937,	abaixo
descritos:
?(...)	Art.	178	-	São	dissolvidos	nesta	data	a	Câmara	dos	Deputados,	o	Senado
Federal,	as	Assembleias	Legislativas	dos	Estados	e	as	Câmaras	Municipais.	As
eleições	ao	Parlamento	nacional	serão	marcadas	pelo	Presidente	da	República,
depois	de	realizado	o	plebiscito	a	que	se	refere	o	art.	187.	(...)
Art.	187	-	Esta	Constituição	entrará	em	vigor	na	sua	data	e	será	submetida	ao
plebiscito	nacional	na	forma	regulada	em	decreto	do	Presidente	da	República.
(...)
Como	se	vê,	em	razão	de	ter	sido	a	Carta	de	1937	outorgada,	o	seu	Art.	178
previu	a	submissão	da	mesma	a	um	plebiscito	nacional,	na	forma	regulada	em
decreto	 pelo	 próprio	 Presidente	 da	 República,	 a	 fim	 de	 que	 o	 povo	 a
legitimasse.	Neste	sentido,	pergunta-se:
a)	O	 Presidente	 obteve	 a	 legitimação	 da	 Carta	 de	 1937	 por	 via	 do	 referido	 ?
plebiscito	nacional?	constitucionalmente	previsto?
b)	O	Congresso	Nacional	foi	atuante	no	decorrer	do	Estado	Novo	varguista?

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