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4 PROCESSO DE EXECUÇÃO

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DIREITO PROCESSUAL CIVIL IV 
PROCESSO DE EXECUÇÃO 
PROF. ESP. YVIANE RODRIGUES 
 
 
 
BIBLIOGRAFIA: 
MONTENEGRO FILHO, Misael. Curso de Direito Processual Civil de acordo com o novo CPC – 12ª Edição 
– São Paulo : Atlas, 2016. 
THEODORO JÚNIOR, Humberto. Curso de Direito Processual Civil – Volume III – 48ª Edição – Rio de 
Janeiro: Forense, 2016. 
1 
JURISDIÇÃO EXECUTIVA E JURISDIÇÃO DE CONHECIMENTO 
Empreendida a etapa de compreensão da jurisdição de conhecimento, 
compete agora a nós estudarmos a jurisdição executiva. 
Na jurisdição de conhecimento, o representante do Poder Judiciário (juiz) se 
preocupa em atribuir o direito ao autor ou ao réu. Nela, busca-se a verdade formal 
(ou o que parece ser verdadeiro), considerando que a moderna processualística 
abandonou a preocupação com a busca cega pela verdade real, contentando-se 
com o juízo de probabilidade da existência do direito afirmado pelo autor. Se a 
verdade real for revelada durante o processo, encontrar-nos-emos numa situação 
ideal, podendo-se afirmar com exatidão que a razão está com o protagonista da 
relação processual que melhor se desincumbiu do ônus de comprovar a veracidade 
das suas afirmações, geralmente atribuído ao autor (Art. 373). 
Contudo, não sendo obtida a verdade real, mas pendendo a solução da lide 
em favor de uma das partes por meio de juízo de aproximação, de verossimilhança, 
de probabilidade, a entrega da prestação jurisdicional é igualmente autorizada. A 
jurisdição de conhecimento, assim, contenta-se com a verdade formal, ensejando às 
partes a oportunidade de produzirem provas, investigando fatos, examinando 
documentos, tomando o depoimento de testemunhas, ouvindo os sujeitos do 
processo, numa avaliação ampla que tem por finalidade a prolação de sentença 
que se aproxime de um grau máximo da justiça, já que a função jurisdicional não 
pode ser prestada de qualquer forma, sem maiores critérios, obrigando o Estado a 
solucionar o conflito de interesses com qualidade. 
A sentença representa o ápice da jurisdição de conhecimento, da etapa de 
busca da verdade formal, de certificação ou de atribuição do direito em favor de 
uma das partes do processo. A sentença pode ser declaratória, constitutiva, 
condenatória, mandamental ou executiva lato sensu, assunto já estudado nesta 
obra. O pronunciamento final, contudo, por si só não é capaz de eliminar o conflito 
de interesses que gerou o exercício do direito de ação, reclamando nova 
intervenção do Estado para que seja cumprida de forma coercitiva a vontade que 
emana do pronunciamento judicial, se o vencido negar-se a cumpri-la 
espontaneamente. O descumprimento do devedor e a existência de uma obrigação 
a ser adimplida (de pagar quantia certa, de entregar coisa, de fazer ou de não fazer) 
justificam a solicitação do interessado para que o Estado volte a atuar em vista da 
manutenção de um conflito de interesses, desta feita de características 
diferenciadas. 
A sentença, assim, não é capaz de solucionar o conflito, que não se resume à 
certificação do direito em favor do autor ou do réu. O pronunciamento que condena 
o réu a pagar determinada soma em dinheiro ao autor, por exemplo, não tem o 
condão de eliminar o conflito pela exata razão de não garantir que o devedor 
cumpra a obrigação. Se esse comportamento for adotado, evidenciando a 
DIREITO PROCESSUAL CIVIL IV 
PROCESSO DE EXECUÇÃO 
PROF. ESP. YVIANE RODRIGUES 
 
 
 
BIBLIOGRAFIA: 
MONTENEGRO FILHO, Misael. Curso de Direito Processual Civil de acordo com o novo CPC – 12ª Edição 
– São Paulo : Atlas, 2016. 
THEODORO JÚNIOR, Humberto. Curso de Direito Processual Civil – Volume III – 48ª Edição – Rio de 
Janeiro: Forense, 2016. 
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aceitação expressa ou tácita da sentença, o conflito que gerou o exercício do direito 
de ação é completamente eliminado. Diferentemente, se a obrigação não for 
voluntariamente adimplida (e é o que mais ocorre na dinâmica forense), o vencedor 
pode solicitar ao juiz que invada o patrimônio do devedor (por meio da penhora de 
bens), que o obrigue a cumprir a obrigação de dar, de fazer ou de não fazer, 
representando a jurisdição executiva, de natureza forçada. 
Depois disso, é necessária a realização do direito, o que é feito na execução, 
que efetiva o direito, definitivamente eliminando o conflito de interesses. 
A EXECUÇÃO FUNDADA EM TÍTULO JUDICIAL é fase do processo instaurada 
após a prolação da sentença que resolve o mérito, denominada fase de 
cumprimento da sentença. Essa fase é caracterizada pela necessidade de garantir 
de forma coercitiva o comando que emana da sentença, que não põe termo ao 
processo, apenas resolvendo o mérito, eliminando a etapa de cognição, abrindo a 
fase de cumprimento da decisão maior do magistrado, se a obrigação não for 
adimplida de forma voluntária pelo devedor. 
Na fase processual em exame, o devedor é intimado para adimplir a 
obrigação, o que, se não ocorrer, enseja o aperfeiçoamento da penhora de bens, a 
apresentação de defesa, intitulada impugnação, o julgamento dessa defesa, a 
adjudicação ou a arrematação de bens e a entrega do produto da venda forçada 
ao credor. 
Diferentemente, quando a EXECUÇÃO É FUNDADA EM TÍTULO EXTRAJUDICIAL, 
ela já tem a natureza jurídica de ação, exigindo a apresentação de uma petição 
inicial, cuja distribuição é seguida da citação do devedor e da prática de vários 
outros atos, como a penhora de bens, a apresentação da defesa pelo devedor, 
intitulada embargos à execução, o julgamento dessa defesa, a adjudicação ou a 
arrematação do bem penhorado, a entrega do produto da venda forçada ao 
credor e a prolação de uma sentença. 
EXECUÇÃO – CONCEITO 
A execução é o instrumento processual posto à disposição do credor para 
exigir o adimplemento forçado da obrigação por meio da retirada de bens do 
patrimônio do devedor ou do responsável (no modelo da execução que persegue o 
adimplemento da obrigação de pagar soma em dinheiro), suficientes para a plena 
satisfação do exequente, operando-se no benefício deste e independentemente da 
vontade do executado, e mesmo contra a sua vontade. 
O ideal é que o devedor adimpla voluntariamente a obrigação constante do 
título judicial ou extrajudicial. Esse é o comportamento esperado, mas não é o que 
ocorre com maior frequência. 
DIREITO PROCESSUAL CIVIL IV 
PROCESSO DE EXECUÇÃO 
PROF. ESP. YVIANE RODRIGUES 
 
 
 
BIBLIOGRAFIA: 
MONTENEGRO FILHO, Misael. Curso de Direito Processual Civil de acordo com o novo CPC – 12ª Edição 
– São Paulo : Atlas, 2016. 
THEODORO JÚNIOR, Humberto. Curso de Direito Processual Civil – Volume III – 48ª Edição – Rio de 
Janeiro: Forense, 2016. 
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Assim, a execução é a ação judicial ou a fase do processo de conhecimento 
(instaurada após a formação do título executivo judicial, como a sentença) dirigida 
pelo exequente contra o executado (que pode até mesmo não ser o devedor), 
sendo marcada pela adoção de práticas coercitivas, que têm por propósito o 
cumprimento da obrigação, mesmo contra a vontade do devedor, que se sujeita 
aos atos executivos por ter decidido não cumprir a obrigação voluntariamente. 
Na execução, a atividade do Estado é substitutiva da manifestação que se 
esperava do devedor, autorizando o representante do Poder Judiciário a adotar 
posturas enérgicas, traumáticas (como a penhora, por exemplo), fundado na 
premissa de que o título que embasa a pretensão do credor está consubstanciado 
em obrigação líquida, certa e exigível. 
PRINCÍPIOS ESSENCIAIS APLICADOS À EXECUÇÃO 
A importância dos princípios processuais é observada na jurisdição de 
conhecimento e na jurisdição executiva, no que devemos alinhar considerações 
sobre os princípios do juiz natural,do devido processo legal, da isonomia, do 
contraditório e da ampla defesa, da motivação das decisões judiciais, da 
publicidade do processo e dos atos processuais e da razoável duração do processo. 
Todas essas considerações servem de apoio para novas anotações feitas à 
execução: 
- PRINCÍPIO DA MENOR ONEROSIDADE PARA O DEVEDOR. 
Para que o princípio da menor onerosidade para o devedor seja corretamente 
estudado, é necessário firmarmos a premissa de que a execução (como ação ou 
como fase do processo de conhecimento) é instaurada em atenção e no proveito 
do credor, comprometendo-se o Estado com a sua plena satisfação, o que só é 
possível com a imposição de sacrifício ao devedor, que recalcitrou em adimplir 
espontaneamente a obrigação. 
Não se poderia investir o devedor de prerrogativas máximas nessa fase ou 
nessa ação, o que acarretaria desequilíbrio entre as partes, infringindo o princípio da 
isonomia processual. Assim é que os mesmos direitos processuais conferidos ao credor 
também o são ao réu. 
Mas a execução é instaurada em favor do credor, em sua atenção, que foi 
punido pela conduta injustificada do devedor de não adimplir voluntariamente a 
obrigação, gerando a solicitação do prejudicado para que o Estado atue de forma 
substitutiva. 
Isso não significa que a execução só pode ser encerrada em favor do credor, 
já que o devedor pode desconstituir os atributos de certeza, de liquidez e de 
DIREITO PROCESSUAL CIVIL IV 
PROCESSO DE EXECUÇÃO 
PROF. ESP. YVIANE RODRIGUES 
 
 
 
BIBLIOGRAFIA: 
MONTENEGRO FILHO, Misael. Curso de Direito Processual Civil de acordo com o novo CPC – 12ª Edição 
– São Paulo : Atlas, 2016. 
THEODORO JÚNIOR, Humberto. Curso de Direito Processual Civil – Volume III – 48ª Edição – Rio de 
Janeiro: Forense, 2016. 
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exigibilidade da obrigação representada pelo título que embasou a execução por 
meio do acolhimento da sua defesa (embargos à execução). 
O encerramento típico da execução é a satisfação do credor, sendo atípico 
o encerramento do processo sem que se atribua a ele a parcela do patrimônio do 
executado necessária a garantir o mesmo nível de satisfação que seria alcançado 
com o adimplemento voluntário da obrigação. 
O Art. 805, que abriga o princípio da menor onerosidade para o devedor, 
estabelece a seguinte regra: “Quando por vários meios o exequente puder promover 
a execução, o juiz mandará que se faça pelo modo menos gravoso para o 
executado”. 
Deste modo, temos de nos apoiar na premissa de que a execução – como 
ação ou como fase do processo de conhecimento – é instaurada com o propósito 
de garantir o cumprimento forçado da obrigação, tal como se observaria se o 
devedor a houvesse adimplido voluntariamente, sem a necessidade da intervenção 
estatal. 
Percebemos que o legislador infraconstitucional suavizou a aplicação do 
princípio da menor onerosidade para o devedor, mediante a inclusão de parágrafo 
único no seu Art. 805, que tem a seguinte redação: “Ao executado que alegar ser a 
medida executiva mais gravosa incumbe indicar outros meios mais eficazes e menos 
onerosos, sob pena de manutenção dos atos executivos já determinados”. 
- PRINCÍPIO DO CONTRADITÓRIO E DA AMPLA DEFESA APLICÁVEL À AÇÃO DE 
EXECUÇÃO E À FASE DE CUMPRIMENTO DA SENTENÇA 
O princípio do contraditório e da ampla defesa confere às partes do processo 
(e não somente ao autor) o direito de produzir provas necessárias à confirmação da 
veracidade das suas alegações; de se manifestar a respeito de documentos juntados 
aos autos pelo seu adversário processual; de apresentar defesa na sua plenitude. 
Grande parte da doutrina nega a garantia do princípio do contraditório e da 
ampla defesa na ação de execução, já que a defesa do devedor (que tem o intuito 
de desconstituir a presunção que reveste o título extrajudicial) não é apresentada nos 
autos dessa ação, mas pelo ajuizamento de ação incidental autônoma, intitulada 
embargos à execução. 
Outros autores afirmam que a aplicação do princípio estaria garantida, 
bastando destacar a prerrogativa processual conferida ao devedor de tomar 
conhecimento da ação contra ele proposta, de se manifestar nos autos após o 
recebimento do mandado de citação, podendo pagar, além de lhe ser conferido o 
direito de acompanhar o processo, manifestando-se sobre laudos de avaliação, 
sobre documentos juntados aos autos pelo credor etc. 
DIREITO PROCESSUAL CIVIL IV 
PROCESSO DE EXECUÇÃO 
PROF. ESP. YVIANE RODRIGUES 
 
 
 
BIBLIOGRAFIA: 
MONTENEGRO FILHO, Misael. Curso de Direito Processual Civil de acordo com o novo CPC – 12ª Edição 
– São Paulo : Atlas, 2016. 
THEODORO JÚNIOR, Humberto. Curso de Direito Processual Civil – Volume III – 48ª Edição – Rio de 
Janeiro: Forense, 2016. 
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Assim, o princípio do contraditório e da ampla defesa é aplicável à ação de 
execução, bem como na fase de cumprimento da sentença, mas de forma 
mitigada, referindo-se a aspectos meramente formais e à ciência da existência da 
ação judicial ou da fase processual, não abrangendo o mérito propriamente dito, 
que envolve a tentativa de desconstituição dos atributos de certeza, de liquidez e de 
exigibilidade materializados no título. 
Na ação de execução fundada em título extrajudicial, a defesa de mérito, no 
sentido amplo de reação, é manifestada nos embargos à execução, não na própria 
execução. O direito conferido ao devedor de praticar atos após o recebimento do 
mandado de citação, como pagar e requerer o parcelamento da dívida, não 
representa a sua manifestação principal, que é a tentativa de desconstituir os 
atributos de liquidez, de certeza e de exigibilidade que forram o título executivo, 
limitando-se a comportamentos formais, de natureza meramente processual. 
Além da previsão constitucional do Art. 5º, LV, temos no novo CPC o Art. 7º, 
que assegura às partes paridade de tratamento em relação ao exercício de direitos 
e faculdades processuais, aos meios de defesa, aos ônus, aos deveres e à aplicação 
de sanções processuais, competindo ao juiz zelar pelo efetivo contraditório. 
Em decorrência da garantia do contraditório e da ampla defesa, 
especificamente no que se refere à ação de execução e à fase de cumprimento da 
sentença, o magistrado não pode julgar os embargos à execução e a impugnação 
sem antes conceder prazo para que o credor ou exequente se manifeste sobre a 
defesa oposta pelo seu adversário processual, exceto se for para rejeitá-la 
liminarmente, como na situação em que constata que foi oposta fora do prazo legal, 
já que nesse caso o credor ou exequente não suportou prejuízo (muito pelo 
contrário), que é condição para o reconhecimento de qualquer nulidade processual. 
 
CONDIÇÕES DA AÇÃO DE EXECUÇÃO 
No que tange à legitimidade das partes, o interesse processual e os 
pressupostos de constituição e de desenvolvimento válido e regular do processo, 
lembramos que essas matérias são de ordem pública, de modo que devem ser 
examinadas pelo magistrado a qualquer tempo e grau de jurisdição. 
No âmbito da execução, a lei exige que as partes sejam legítimas, que o 
objeto seja lícito, que haja interesse processual, que o credor apresente uma petição 
inicial, na ação de execução fundada em título extrajudicial (pressuposto de 
constituição do processo) ou um requerimento, na execução fundada em título 
judicial, devidamente assinado por advogado que represente o credor (capacidade 
postulatória), perante autoridade investida da função jurisdicional (pressuposto de 
constituição do processo), que o devedor ou executado seja citado (pressuposto de 
DIREITO PROCESSUAL CIVIL IV 
PROCESSO DE EXECUÇÃO 
PROF. ESP. YVIANE RODRIGUES 
 
 
 
BIBLIOGRAFIA: 
MONTENEGRO FILHO, Misael. Cursode Direito Processual Civil de acordo com o novo CPC – 12ª Edição 
– São Paulo : Atlas, 2016. 
THEODORO JÚNIOR, Humberto. Curso de Direito Processual Civil – Volume III – 48ª Edição – Rio de 
Janeiro: Forense, 2016. 
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constituição do processo), na ação de execução fundada em título extrajudicial, ou 
intimado, na fase de cumprimento da sentença. 
- AUSÊNCIA DO INTERESSE PROCESSUAL, DECORRENTE DO AJUIZAMENTO DA AÇÃO DE 
EXECUÇÃO EM VEZ DA AÇÃO DE CONHECIMENTO. 
O interesse processual está atrelado ao binômio necessidade + utilidade do 
provimento jurisdicional, exigindo do autor que exercita o direito de ação a 
demonstração da existência de um conflito de interesses, reclamando a formação 
do processo como única forma de eliminá-lo. 
No caso da ação de execução, por exemplo, o fato de o credor exercitar o 
direito de ação para exigir o pagamento da quantia disposta em cheque já quitado 
anteriormente impede a continuação do processo, que deve ser extinto, em 
decorrência da ausência do interesse processual. 
Além do binômio em referência, a doutrina exige que o autor demonstre a 
adequação da via eleita, ou seja, que fez uso do instrumento processual correto para 
obter o resultado desejado. 
Construídas as premissas, transpondo as colocações para o assunto principal, 
cabe-nos verificar a real possibilidade da propositura da ação executiva, 
determinando se de fato é a ação a ser ajuizada pelo suposto credor, com a certeza 
de que a erronia do procedimento adotado e do instrumento processual escolhido 
pode acarretar a extinção do processo sem a resolução do mérito, por ausência do 
interesse processual, obrigando o autor a pagar as custas processuais e os honorários 
advocatícios. 
- POSSIBILIDADE DO AJUIZAMENTO DA AÇÃO DE CONHECIMENTO EM VEZ DA AÇÃO 
DE EXECUÇÃO. 
Mesmo que o credor porte um dos títulos executivos judiciais ou extrajudiciais 
relacionados no CPC, bem como em algumas leis especiais, pode propor ação de 
conhecimento para pleitear o reconhecimento da obrigação (de pagar soma em 
dinheiro, de dar coisa, de fazer ou de não fazer), nos termos do Art. 785 da lei 
processual. 
Estabelece a regra de que, mesmo portando o título extrajudicial, o credor 
pode abrir mão do procedimento mais ágil (execução), preferindo propor a ação 
de conhecimento. Nesse caso, o título executivo extrajudicial perde essa condição, 
tornando-se meio de prova da existência da obrigação. 
COMPETÊNCIA 
 
DIREITO PROCESSUAL CIVIL IV 
PROCESSO DE EXECUÇÃO 
PROF. ESP. YVIANE RODRIGUES 
 
 
 
BIBLIOGRAFIA: 
MONTENEGRO FILHO, Misael. Curso de Direito Processual Civil de acordo com o novo CPC – 12ª Edição 
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THEODORO JÚNIOR, Humberto. Curso de Direito Processual Civil – Volume III – 48ª Edição – Rio de 
Janeiro: Forense, 2016. 
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COMPETÊNCIA NA EXECUÇÃO FUNDADA EM TÍTULO EXTRAJUDICIAL 
A competência na ação de execução fundada em título extrajudicial é 
disciplinada pelo Art. 781 da nova lei processual, que impõe que a mesma seja 
processada perante o juízo competente, observando-se o seguinte: 
 a execução poderá ser proposta no foro de domicílio do executado, de 
eleição constante do título ou, ainda, de situação dos bens a ela sujeitos; 
 tendo mais de um domicílio, o executado poderá ser demandado no foro de 
qualquer deles; 
 sendo incerto ou desconhecido o domicílio do executado, a execução 
poderá ser proposta no lugar onde for encontrado ou no foro de domicílio do 
exequente; 
 havendo mais de um devedor, com diferentes domicílios, a execução será 
proposta no foro de qualquer deles, à escolha do exequente; 
 a execução poderá ser proposta no foro do lugar em que se praticou o ato ou 
ocorreu o fato que deu origem ao título, mesmo que nele não mais resida o 
executado. 
A ação executiva pode ser proposta perante qualquer dos foros listados na 
norma, semelhante ao Art. 46 da lei processual, que disciplina a competência para 
a ação de conhecimento. 
COMPETÊNCIA NA EXECUÇÃO FUNDADA EM TÍTULO JUDICIAL 
A regra é a de que o juízo do processo de conhecimento é o mesmo juízo para 
a fase de cumprimento da sentença (competência funcional). O juízo de formação 
do título pode ser um Tribunal Superior (STF, STJ, por exemplo), cujas competências 
estão relacionadas no inciso I do art. 102 e no inciso I do art. 105 da Constituição 
Federal, um tribunal estadual ou um tribunal regional federal (TJPA, TRF da 1a Região), 
que detêm competência originária para processar e julgar a ação rescisória e o 
mandado de segurança, a depender da categoria da autoridade coatora contra a 
qual a última ação é proposta, ou um juízo do 1º grau de jurisdição. 
A única situação em que o tribunal que formou o título não detém 
competência para executá-lo envolve o pronunciamento homologatório de decisão 
proferida por autoridade estrangeira, homologação que é procedida pelo STJ, nos 
termos da alínea i do inciso I do art. 105 da CF, seguida da instauração da execução 
perante a Justiça Federal de 1ª Instância (não pelo STJ), conforme a previsão do 
inciso X do art. 109 da CF. 
Pelo fato de os tribunais superiores não estarem equipados para praticar os 
atos materiais da execução (como a penhora, a avaliação dos bens penhorados 
DIREITO PROCESSUAL CIVIL IV 
PROCESSO DE EXECUÇÃO 
PROF. ESP. YVIANE RODRIGUES 
 
 
 
BIBLIOGRAFIA: 
MONTENEGRO FILHO, Misael. Curso de Direito Processual Civil de acordo com o novo CPC – 12ª Edição 
– São Paulo : Atlas, 2016. 
THEODORO JÚNIOR, Humberto. Curso de Direito Processual Civil – Volume III – 48ª Edição – Rio de 
Janeiro: Forense, 2016. 
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etc.), esses atos são frequentemente praticados pelos juízos do 1º Grau de Jurisdição, 
por meio da expedição de carta de ordem. 
A competência é definida pelo critério funcional, ou seja, o juízo que formou o 
título em princípio deve executá-lo, por conhecer as características do processo. 
Para tanto, basta que o credor opte pelo juízo do atual domicílio do 
executado, pelo juízo do local onde se encontrem os bens sujeitos à execução ou 
pelo juízo do local onde deva ser executada a obrigação de fazer ou de não fazer, 
com fundamento no art. 516 do CPC, que determina que o cumprimento da 
sentença efetuar-se-á perante: 
 os tribunais, nas causas de sua competência originária; 
 o juízo que decidiu a causa no primeiro grau de jurisdição; 
 o juízo cível competente, quando se tratar de sentença penal condenatória, 
de sentença arbitral, de sentença estrangeira ou de acórdão proferido pelo 
Tribunal Marítimo. 
Nas duas primeiras hipóteses, o exequente poderá optar pelo juízo do atual 
domicílio do executado, pelo juízo do local onde se encontram os bens sujeitos à 
execução ou pelo juízo do local onde deva ser executada a obrigação de fazer ou 
de não fazer, casos em que a remessa dos autos do processo será solicitada ao juízo 
de origem. 
LEGITIMIDADE 
As regras constantes dos Arts. 17 e 18 do CPC, que preveem respectivamente 
“Para postular em juízo é necessário ter interesse e legitimidade” e “Ninguém poderá 
pleitear direito alheio em nome próprio, salvo quando autorizado pelo ordenamento 
jurídico” são aplicáveis a todo o tipo de ação judicial, seja de conhecimento ou de 
execução. 
Lembramos que a propositura de ação judicial por ou contra parte ilegítima 
acarreta a extinção do processo sem a resolução do mérito, sendo matéria que não 
é acobertada pela preclusão processual, podendo ser conhecida a qualquer tempo 
e grau de jurisdição, enquanto não esgotada a intitulada instância ordinária, 
autorizando o pronunciamento judicial de ofício. 
Sendo matéria de ordem pública, na ação de execução fundada em título 
extrajudicial e na fase de cumprimentoda sentença, o reconhecimento da 
ilegitimidade do credor ou do devedor pode decorrer do acolhimento dos embargos 
à execução, da impugnação ou da exceção de pré-executividade, no último caso 
quando a ilegitimidade da parte puder ser constatada de forma cabal, sem a 
necessidade de produção de outras provas, o que, se ocorrer, exige a oposição das 
duas primeiras modalidades de defesa. 
DIREITO PROCESSUAL CIVIL IV 
PROCESSO DE EXECUÇÃO 
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BIBLIOGRAFIA: 
MONTENEGRO FILHO, Misael. Curso de Direito Processual Civil de acordo com o novo CPC – 12ª Edição 
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Em qualquer das situações, extinta a execução, a sentença só produz coisa 
julgada formal, não impedindo o ajuizamento de nova ação ou a renovação da 
instauração da fase de cumprimento da sentença, após a eliminação do obstáculo 
processual que acarretou a extinção do primeiro processo ou da fase processual. 
A legitimação (ativa e passiva) para a execução pode ser: 
 Originária: na qual o credor ou o devedor vincula-se de forma direta ao título 
que fundamenta a execução, confundindo-se as suas partes com os 
protagonistas do processo (autor e réu) ou com os que participaram do 
negócio jurídico que gerou a criação do título extrajudicial (contratantes de 
um contrato particular, por exemplo). O vencedor de uma ação de 
conhecimento na qual a sentença; 
 Derivada: ocorre se o vencedor do processo falecer após o trânsito em julgado 
da sentença condenatória que lhe foi favorável, a fase de cumprimento da 
sentença pode ser instaurada pelo seu espólio, herdeiros e sucessores, 
situação em que o credor não é a parte originária do processo, assumindo 
essa condição em decorrência da prática de ato entre vivos ou causa mortis; 
 Ordinária: o credor pleiteia em nome próprio o reconhecimento de direito 
próprio; 
 Extraordinária: o credor pleiteia em nome próprio o reconhecimento de direito 
alheio, como pode ocorrer na situação que envolve o Ministério Público, que 
atua como substituto processual na defesa de interesse difuso, coletivo ou 
individual homogêneo. 
LEGITIMIDADE ATIVA PARA A EXECUÇÃO 
Compete-nos identificar as pessoas que podem instaurar a execução, seja 
fundada em título judicial ou em título extrajudicial, evitando que a postulação seja 
exercitada por pessoa que não se encontrava identificada no título como credora 
da obrigação. 
A legitimidade ativa nem sempre estará confirmada pela análise do título, 
algumas situações exigindo o exame de outro documento que se ata ao título 
executivo para justificar o exercício da pretensão executiva por quem se afirma 
credor. 
- LEGITIMIDADE ATIVA DO CREDOR, A QUEM A LEI CONFERE TÍTULO EXECUTIVO (Art. 778 
do CPC) 
Não encontramos dificuldade para identificar o credor autorizado a instaurar 
a execução, por estar identificado no título executivo, por ser vencedor de ação 
judicial, portador de um cheque ou indicado no título como pessoa nomeada, 
portador de uma letra de câmbio ou de qualquer outro título em que esteja 
expressamente identificado como titular dos direitos de crédito que dele emanam. 
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PROCESSO DE EXECUÇÃO 
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BIBLIOGRAFIA: 
MONTENEGRO FILHO, Misael. Curso de Direito Processual Civil de acordo com o novo CPC – 12ª Edição 
– São Paulo : Atlas, 2016. 
THEODORO JÚNIOR, Humberto. Curso de Direito Processual Civil – Volume III – 48ª Edição – Rio de 
Janeiro: Forense, 2016. 
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O Art. 267 do CC estabelece que, existindo vários credores, qualquer deles tem 
direito a exigir do devedor o cumprimento da prestação por inteiro. 
De qualquer modo, a simples apresentação do título pelo credor (portador) 
ou a sua identificação expressa no título como o credor da obrigação denota a sua 
condição de credor originário, confundindo-se o protagonista da execução com o 
vencedor da ação na qual o título judicial foi formado ou com o credor do título 
executivo extrajudicial. 
- LEGITIMIDADE ATIVA DO MINISTÉRIO PÚBLICO (Art. 778, §1º, I do CPC) 
O Ministério Público pode dar início à execução quando atuou como parte na 
ação anteriormente ajuizada, obtendo sentença como resposta à sua pretensão. 
Nessas situações, o Ministério Público atuou como substituto processual, 
pleiteando em nome próprio o reconhecimento de direito alheio, propondo a ação 
que se fundamenta em interesse difuso, direito coletivo ou em direito individual 
homogêneo, sendo legitimado ativo extraordinário para a execução. 
É necessário relembrarmos algumas hipóteses em que o Ministério Público 
detém legitimidade para o ajuizamento da ação de conhecimento (denominada 
ação civil pública) visando à obtenção do título (sentença judicial), legitimando a 
instituição a posteriormente requerer o cumprimento da sentença, com a 
advertência de que a legitimidade para a propositura da ação de conhecimento é 
extraordinária, com fundamento no Art. 18 da lei processual. 
A legitimidade ativa para a execução não é conferida ao Ministério Público 
quando atuou no processo de conhecimento na condição de fiscal da ordem 
jurídica, nas situações previstas no Art. 178 da nova lei processual. 
- LEGITIMIDADE DO ESPÓLIO, DOS HERDEIROS OU DOS SUCESSORES DO CREDOR, 
SEMPRE QUE, POR MORTE DESTE, LHES FOR TRANSMITIDO O DIREITO RESULTANTE DO 
TÍTULO EXECUTIVO (Art. 778, §1º, II do CPC) 
Nosso ordenamento jurídico prevê que, aberta a sucessão, a posse e a 
propriedade dos bens são transmitidas desde logo aos herdeiros e aos sucessores do 
falecido, conforme dispõe o art. 1.784 do CC. 
A transferência da posse e da propriedade dos bens abrange não apenas 
bens em seu sentido material, mas também direitos, incluindo créditos passíveis de 
cobrança pela execução. 
Se o autor da herança faleceu sem receber o crédito de que era titular, a 
pretensão executiva pode ser exercitada pelo seu espólio, herdeiros e sucessores, 
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BIBLIOGRAFIA: 
MONTENEGRO FILHO, Misael. Curso de Direito Processual Civil de acordo com o novo CPC – 12ª Edição 
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devendo o legitimado comprovar a relação de parentesco que lhe atribui a 
legitimidade ativa ad causam. 
- LEGITIMIDADE DO CESSIONÁRIO, QUANDO O DIREITO RESULTANTE DO TÍTULO 
EXECUTIVO LHE FOI TRANSFERIDO POR ATO ENTRE VIVOS (Art. 778, §1º, III do CPC) 
Ao mesmo tempo em que antecipamos que nos encontramos diante de 
hipótese de legitimidade ativa ordinária (o credor pleiteia em nome próprio direito 
próprio) derivada (o exequente se tornou credor em decorrência de transferência 
entre vivos de crédito), ressaltamos que o Art. 286 do CC estabelece a regra de que 
o credor pode ceder o seu crédito, se a isso não se opuser a natureza da obrigação, 
a lei, ou a convenção com o devedor; a cláusula proibitiva da cessão não poderá 
ser oposta ao cessionário de boa-fé, se não constar do instrumento da obrigação. 
Alguns títulos executivos extrajudiciais podem ser objeto de cessão do crédito 
neles representado, mediante simples endosso, legitimando o portador a receber a 
quantia ali consignada, independentemente de formalidades. 
Em outros casos, como numa relação contratual, por exemplo, o crédito pode 
ser cedido por instrumento particular, sem assinatura de testemunhas, ou de 
instrumento público. De qualquer modo, como ponto mais importante do assunto, o 
Art. 290do CC dispõe que a cessão do crédito não tem eficácia em relação ao 
devedor, senão quando a este notificada; mas por notificado se tem o devedor que, 
em escrito público ou particular, se declarou ciente da cessão feita. 
A notificação referida no dispositivo pode ser judicial ou extrajudicial, por meio 
do envio de comunicação pelo cartório de títulos e documentos, sem prejuízo do 
envio de carta registrada ao devedor, dando-lhe conhecimento do fato. 
A exigência do aperfeiçoamento da notificação ao devedor, dando-lhe 
ciência da cessão realizada entre o credor originário e o credor derivado, justifica-se 
pela necessidade de o devedor saber a quem deve se apresentar para adimplir a 
obrigação. Não lhe sendo dada ciência do negócio, além da sua invalidação, a lei 
autoriza a propositura da ação de consignação em pagamento por parte do 
devedor, com fundamento no art. 547 do CPC. 
- LEGITIMIDADE DO SUB-ROGADO, NOS CASOS DE SUB-ROGAÇÃO LEGAL OU 
CONVENCIONAL (Art. 778, §1º, IV do CPC) 
O sub-rogado é a pessoa que se investiu nos direitos do credor originário, por 
ter adimplido uma obrigação contraída por outrem, podendo se voltar contra o 
devedor para dele reaver a quantia desembolsada. 
Exemplo frequente diz respeito ao direito do fiador (do sub-rogado) de propor 
ação de execução contra o locatário para exigir o pagamento da quantia paga ao 
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locador, reação que decorre da inadimplência contratual do devedor principal (do 
locatário). 
Na sub-rogação, o devedor, que mantinha relação obrigacional com o credor 
originário, passa a estabelecer a relação com a pessoa que pagou sua dívida, com 
as mesmas características da obrigação que se extinguiu em relação ao credor 
primitivo. 
LEGITIMIDADE PASSIVA PARA A EXECUÇÃO 
No que se refere à legitimidade passiva, de igual modo como observamos em 
relação à ativa, temos diferentes categorias de devedores, relacionados no Art. 779 
da nova lei processual, que não os separou em dois grupos. 
Temos os devedores originários, ou seja, os que nascem devedores por terem 
sido considerados vencidos em ações judiciais, por terem emitido ou assinado título 
executivo extrajudicial, e os devedores derivados, que não nasceram devedores, 
tendo assumido essa condição em decorrência da prática de ato entre vivos ou por 
fenômeno causa mortis, quando transmissível a obrigação. 
A primeira situação resume-se ao inciso I do Art. 779, dizendo respeito ao 
devedor, reconhecido como tal no título executivo, reservando-se os demais incisos 
do mesmo dispositivo ao disciplinamento das situações que envolvem os devedores 
derivados. 
- LEGITIMIDADE PASSIVA DO DEVEDOR (Art. 779, I do CPC) 
É possível a instauração da execução contra o devedor, que está identificado 
no título, quando muito sendo reclamada a juntada aos autos de outro(s) 
documento(s), que confirma a legitimidade. 
O devedor é o vencido em ação judicial, o emitente de um cheque, o 
obrigado ao pagamento de uma nota promissória, de uma duplicata, o que assumiu 
a obrigação de adimplir obrigação em contrato firmado etc., não tendo transferido 
a obrigação de pagar, de dar coisa, de fazer ou de não fazer por meio da prática 
de ato entre vivos. 
A pessoa que toma assento no polo passivo da execução é parte legítima 
passiva originária por figurar de forma direta no negócio ou na ação judicial que 
resultou na formação do título executivo. 
Se este apresentar vários devedores solidários, o credor tem a faculdade de 
instaurar a execução contra apenas um ou alguns deles, nos termos do Art. 275 do 
CC. 
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- LEGITIMIDADE PASSIVA DO ESPÓLIO, DOS HERDEIROS OU DOS SUCESSORES DO 
DEVEDOR (Art. 779, II do CPC) 
Da mesma forma que o espólio, herdeiros e sucessores do autor da herança 
legitimam-se para o recebimento de créditos deixados com o falecimento do de 
cujus, também respondem pelo pagamento das dívidas, observadas as limitações 
previstas na lei. Se determinada pessoa faleceu como réu de ação judicial ou depois 
de ter emitido título de crédito não quitado no seu vencimento (ou de ter se obrigado 
em qualquer outro título extrajudicial), os seus herdeiros podem ser convocados a 
adimplir a obrigação, na condição de executados. 
O credor deve comprovar a sua legitimidade, como condição para atingir 
bens de devedores derivados, provando que o devedor originário faleceu, deixando 
como herdeiros pessoas que se encontram em vias de receber o patrimônio 
inventariado, o que se dá, por exemplo, pela juntada de certidão de óbito aos autos, 
além do próprio título executivo. Se a ação executiva for proposta antes de o 
inventariante ser investido na função, o que ocorre por meio da assinatura do termo 
de compromisso, a citação do espólio deve ser efetivada na pessoa do 
administrador provisório, nos termos do art. 1.797 do CC (cônjuge ou companheiro; 
herdeiro que se encontrar na posse e na administração dos bens etc.). 
Depois da assinatura do termo, a citação é aperfeiçoada na pessoa do 
inventariante, respeitando o inciso VII do art. 75 do CPC, no que os legitimados 
passivos em exame só podem ser convocados para adimplir a obrigação até os 
limites ou as forças da herança, ou seja, apenas pode ser exigido, em termos de 
pagamento, valor correspondente ao quinhão hereditário recebido pelo herdeiro, 
conforme o art. 1.792 do CC. 
- LEGITIMIDADE PASSIVA DO NOVO DEVEDOR QUE ASSUMIU, COM O CONSENTIMENTO 
DO CREDOR, A OBRIGAÇÃO RESULTANTE DO TÍTULO EXECUTIVO (Art. 779, III do CPC) 
Ao lado da novação (Arts. 360 e seguintes do CC), a lei material disciplina 
negócio semelhante – a assunção de dívida –, embora os seus objetivos sejam 
distintos. 
Na assunção da dívida, a obrigação também é transferida por ato entre vivos 
ou em decorrência da lei, do devedor originário para um novo devedor, isto se a 
assunção for liberatória, já que, na assunção cumulativa, o novo devedor e o 
devedor primitivo se coobrigam a cumprir o encargo, como na fiança (leia-se: se o 
fiador renunciar ao denominado benefício de ordem). 
A novação representa verdadeira transferência de débito, como, por 
exemplo, na situação que envolve contrato assinado pelas partes e por duas 
testemunhas, em determinado momento sendo o devedor substituído por um 
terceiro, que se põe diante do credor respeitando todas as previsões contratuais 
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dispostas no pacto originário. O contrato permanece íntegro em termos de 
obrigações, havendo mera substituição do devedor. 
- LEGITIMIDADE PASSIVA DO FIADOR DO DÉBITO CONSTANTE EM TÍTULO EXTRAJUDICIAL 
(Art. 779, IV do CPC) 
A fiança é contrato acessório (Art. 818 do CC) a um contrato principal assinadopor partes e garantido por um terceiro, que assume a condição de coobrigado 
solidário, se houver renunciado ao benefício de ordem em cláusula contratual 
específica, ou de obrigado subsidiário, em caso contrário (Art. 827 do CC). 
Essas considerações demonstram que a fiança contratual é instituto de direito 
material, no que o fiador, quando executado, tem o direito de exigir que primeiro 
sejam executados os bens do devedor situados na mesma comarca, livres e 
desembargados, indicando-os pormenorizadamente à penhora. 
Os bens do fiador ficarão sujeitos à execução se os do devedor, situados na 
mesma comarca que os seus, forem insuficientes à satisfação do direito do credor. 
O fiador que pagar a dívida poderá executar o afiançado nos autos do 
mesmo processo. 
- LEGITIMIDADE PASSIVA DO RESPONSÁVEL TITULAR DO BEM VINCULADO POR 
GARANTIA REAL AO PAGAMENTO DO DÉBITO (Art. 779, V do CPC) 
A legitimidade passiva do responsável titular do bem vinculado por garantia 
real ao pagamento do débito já era destacada pela doutrina e pela jurisprudência, 
que inclusive lhe atribuía legitimidade para opor embargos à execução, mesmo que 
não fosse citado na ação de execução. 
A responsabilidade em exame não decorre do fato de o terceiro ter assumido 
a condição de devedor principal, mas de ter se responsabilizado pelo pagamento 
da dívida contraída por outrem por meio da constituição de garantia real sobre bem 
de sua propriedade, como a pessoa que garante dívida contraída por amigo por 
meio da hipoteca de apartamento de sua propriedade 
Não obstante a responsabilidade assumida, esta é limitada ao valor do bem 
vinculado por garantia real. 
- LEGITIMIDADE PASSIVA DO RESPONSÁVEL TRIBUTÁRIO, ASSIM DEFINIDO EM LEI (Art. 
779, VI do CPC) 
O Art. 795 estabelece a regra de que os bens particulares dos sócios não 
respondem pelas dívidas da sociedade, senão nos casos previstos em lei. 
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A regra não é absoluta, sendo excepcionada em algumas situações, como na 
que envolve o sócio-gerente, respondendo com o seu patrimônio por débito da 
sociedade da qual fez ou faz parte, independentemente da sua participação no 
capital social, mediante a demonstração de que houve excesso de poderes, 
infração à lei ou ao estatuto social, ou na situação que envolve a dissolução irregular 
da sociedade, não bastando a simples demonstração de falta de pagamento e de 
inexistência de bens da empresa passíveis de penhora judicial. 
Embora o débito não seja do sócio, mas da sociedade da qual este faz – ou 
fez – parte, a lei permite o ajuizamento da execução contra o sócio ou o 
redirecionamento à sua pessoa da execução anteriormente ajuizada contra a 
pessoa jurídica, qualificando-se a pessoa física como responsável, nos termos dos 
Arts. 134 e 135 do CTN, além dela prevendo-se a responsabilidade solidária dos pais 
pelos tributos devidos pelos seus filhos menores, dos tutores e curadores pelos tributos 
devidos por seus tutelados ou curatelados etc. 
A simples insolvência da pessoa jurídica, sem a demonstração do 
preenchimento dos requisitos, não dá azo à propositura da ação de execução 
contra os sócios da devedora ou à penhora de seus bens, de modo que a execução 
contra eles instaurada deve ser extinta sem a resolução do mérito. 
Além da insolvência, é necessário que seja demonstrado o desvio de 
finalidade ou a confusão patrimonial. 
DOS REQUISITOS NECESSÁRIOS PARA REALIZAR QUALQUER EXECUÇÃO 
Registramos que à execução aplicam-se as regras relativas à legitimidade das 
partes, ao interesse processual e aos pressupostos de constituição e de 
desenvolvimento válido e regular do processo, representando requisitos mínimos, que 
devem ser preenchidos pelo autor a fim de que – em ações de conhecimento – possa 
pleitear a prolação da sentença de mérito em seu favor. 
Partindo da premissa de que o exercício do direito de ação não confere ao 
autor a prerrogativa de ver reconhecido o direito material de que se afirma titular, 
não se pode negar que a jurisdição tenha sido prestada quando o autor se depara 
com a extinção do processo sem a resolução do mérito, em decorrência do 
reconhecimento da manifesta ilegitimidade da parte ou da ausência do interesse 
processual (ver Art. 330 do CPC). 
Essas regras são extensivas à execução, de modo que o credor apenas terá 
direito à plena satisfação da obrigação, fim maior da execução, se demonstrar que 
as partes são legítimas; que há interesse processual e que todos os pressupostos 
processuais estão presentes. 
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Não sendo a hipótese, sem ingressar na análise de o autor ser (ou não) credor 
da obrigação representada no título, a execução é extinta, sendo a matéria de 
ordem pública, do interesse do Estado, não se sujeitando à preclusão processual, 
podendo ser examinada a qualquer tempo e grau de jurisdição enquanto não 
esgotada a denominada instância ordinária (1º e 2º graus de jurisdição). 
Além das exigências formais e processuais vistas, a execução exige o 
preenchimento de outros dois requisitos, que são: 
 A exigibilidade da obrigação. 
 O título executivo. 
Ausente qualquer dos dois requisitos específicos, a execução deve ser extinta 
sem a resolução do mérito, providência acompanhada da condenação do credor 
ao pagamento das custas, das despesas processuais e dos honorários advocatícios 
em favor do seu adversário. 
O pronunciamento em referência produz coisa julgada formal (efeito 
endoprocessual), de modo que a ação pode ser novamente proposta, desde que 
seja possível eliminar o vício processual que acarretou a extinção. 
A exigibilidade da obrigação é requisito que revela o interesse processual do 
credor, pois, se o devedor satisfizer a obrigação, não há conflito de interesses a ser 
solucionado. 
A exigibilidade da obrigação atrela-se à exigibilidade do título, caracterizando 
a mora, representando a inércia injustificada do devedor de adimplir a obrigação à 
qual está vinculado, tendo índole culposa (Art. 786 do CPC). 
A instauração da execução fundada em título cuja obrigação foi 
anteriormente adimplida demonstra a ausência do interesse processual do credor, 
justificando não apenas a extinção do processo sem a resolução do mérito, como 
também o eventual ingresso da ação de indenização por perdas e danos, já que o 
exercício do direito de ação pode representar abuso de direito, caracterizando a 
denominada lide temerária, sempre reclamando a comprovação da ocorrência do 
dano, do ato do agente e do nexo de causalidade, que são os elementos ou 
requisitos específicos da responsabilidade civil. 
O adimplemento da obrigação pelo devedor pode ocorrer logo após a 
instauração da ação de execução ou da fase de cumprimento da sentença, 
acarretando a extinção da execução pela satisfação da obrigação, nos termos do 
Art. 788 do CPC, sem afastar a obrigação do devedor de efetuar o pagamento das 
custas, das despesas processuais e dos honorários advocatícios, em respeito ao 
princípio da causalidade, desde que o devedor tenha sido citado,na execução 
fundada em título extrajudicial (ver Art. 90 do CPC). 
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Se o adimplemento da obrigação estiver sujeito a termo ou a condição, como, 
por exemplo, a nota promissória não vencida, o título ainda não é exigível, razão pela 
qual a postura açodada do credor de propor a ação judicial revela a impossibilidade 
de sujeição dos bens do executado à penhora, que seria medida descabida, de 
modo que o recebimento da petição inicial da ação de execução deve passar pelo 
apurado crivo do magistrado, atestando o preenchimento (ou não) dos requisitos 
gerais e específicos exigidos pela lei (os gerais, relacionados no art. 317, e os 
específicos, consistentes na existência do título executivo e na exigibilidade da 
obrigação). 
O magistrado deve extinguir o processo executivo sem a resolução do mérito 
quando verificar que a obrigação representada no título juntado aos autos ainda 
não venceu, que se encontra sujeita à condição ou a termo etc., obstaculizando a 
tramitação de ação que não reúne as mínimas condições para prosperar, que não 
pode conferir ao credor o resultado útil que pretende alcançar. 
O ônus de comprovar o adimplemento da obrigação é do devedor, não se 
exigindo do credor que junte documentos aos autos para provar que a obrigação 
não teria sido adimplida pelo devedor no seu vencimento, presumindo-se o 
inadimplemento por meio da só declaração do credor e da expiração da data de 
vencimento prevista no próprio título (data de pagamento de uma nota promissória, 
por exemplo). 
Sendo a execução proposta nessas situações, o devedor pode: 
 Requerer a sua extinção, visto que inadimplemento não há, dependendo o 
cumprimento da obrigação por ele assumida do adimplemento de obrigação 
assumida pelo credor no mesmo título e por ele não observada. 
 Requerer o cumprimento da obrigação em juízo (classicamente realizado por 
meio do pagamento de quantia em dinheiro, do depósito da coisa que lhe 
cabe entregar etc.), solicitando que o credor seja intimado para cumprir a sua 
obrigação, como condição para o levantamento da prestação oferecida pelo 
devedor (parágrafo único do Art. 787). 
Se o credor não cumprir a obrigação que assumiu, o devedor será liberado da 
obrigação, podendo executar o credor (invertendo os polos da relação jurídico-
processual), para que cumpra a obrigação não adimplida. 
TÍTULO EXECUTIVO 
Antes de analisarmos cada um dos títulos relacionados nos Arts. 784 (títulos 
executivos extrajudiciais) e 515 (títulos executivos judiciais) da nova lei processual civil, 
devemos investigar o conceito de título executivo e a abrangência da sua 
interpretação. 
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Entendemos que o conceito de título executivo representa um somatório das 
duas teorias, abrangendo um aspecto documental e a conotação de ato ou de fato 
de especial importância para a ciência jurídica, de modo que todo e qualquer título 
tem o seu aspecto substancial, atado ao acontecimento jurídico que justificou a sua 
formação, e formal, dizendo respeito ao aspecto exterior da sua apresentação. 
O título será considerado executivo quando for perfeito do ponto de vista 
substancial e formal. O contrário representa documento que não é título executivo 
ou negócio que não revestiu a formalidade necessária para ser tratado de forma 
diferenciada pelo aplicador do Direito. 
Assim, o título executivo – seja judicial ou extrajudicial – reclama uma 
solenidade formal para que possa ser considerado como tal. Mas a sua 
apresentação, por si só, é insuficiente para atribuir-lhe a condição de título executivo. 
Para que isso ocorra, deve exprimir um ato ou um fato jurídico relevante para o direito, 
enquadrando-se em uma das situações contempladas na lei como predeterminadas 
a autorizar a intervenção do Estado para solucionar o conflito de interesses instaurado 
pela injustificada inadimplência do devedor. 
O título executivo é o documento que revela a ocorrência de um ato ou de um 
fato jurídico suficiente para permitir a invasão da esfera patrimonial do devedor na 
busca da satisfação do credor, reunindo os atributos de certeza, de exigibilidade e 
de liquidez da obrigação de cumprimento injustamente negado pelo devedor, 
merecendo tratamento privilegiado do Estado. 
O título executivo sempre apresenta a forma documental escrita, só sendo 
título se e quando se enquadrar em uma das hipóteses previstas nos Arts. 515 e 784 e 
em leis especiais (no caso da LEF), de modo que não há título executivo por criação 
das partes, por terem de comum acordo atribuído a denominação título executivo a 
um documento que elaboraram. 
Esse documento apenas é considerado título executivo se a sua substância e 
a sua forma coincidirem com um dos documentos relacionados pela lei. 
O título executivo é gênero e se apresenta com as espécies títulos executivos 
judiciais e títulos executivos extrajudiciais, com a exigência de que a obrigação ali 
disposta seja certa, líquida e exigível. 
TÍTULOS EXECUTIVOS JUDICIAIS 
Os títulos executivos judiciais na sua maior parte representam criação de 
representante do Poder Judiciário, com exceção da sentença arbitral, formada por 
um árbitro. Além disso, também é importante destacar que não somente as 
sentenças são títulos executivos judiciais, como outras decisões, como a que fixa 
alimentos em favor do autor, em ações de alimentos, em ações de separação e de 
DIREITO PROCESSUAL CIVIL IV 
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divórcio, no início do processo, com a natureza jurídica de decisões interlocutórias, e 
a decisão interlocutória estrangeira. 
- DECISÕES PROFERIDAS NO PROCESSO CIVIL QUE RECONHEÇAM A EXIGIBILIDADE DE 
OBRIGAÇÃO DE PAGAR QUANTIA, DE FAZER, DE NÃO FAZER OU DE ENTREGAR COISA. 
A decisão cível pode ser executada de forma provisória ou definitiva, 
podendo ser proferida em ação declaratória (reconhecendo a existência, a 
inexistência ou o modo de ser de uma relação jurídica ou a autenticidade ou a 
falsidade de documento), constitutiva (criando, modificando ou extinguindo uma 
relação jurídica), mandamental (determinando o adimplemento da obrigação de 
fazer ou de não fazer), executiva lato sensu (determinando o adimplemento da 
obrigação de dar coisa) ou condenatória (determinando o pagamento de soma em 
dinheiro), embora parte da doutrina e da jurisprudência só admita a instauração da 
fase de cumprimento da sentença quando fundada em decisão de natureza 
condenatória, não em decisões constitutivas ou declaratórias. 
Não há comando de condenação nessas decisões, exceto quando o autor 
cumula pedidos, solicitando que o magistrado crie, modifique ou extinga 
determinada relação jurídica, que declare a existência, a inexistência ou o modo deser de uma relação jurídica ou que declare a autenticidade ou a falsidade de 
documento e, além disso, condene o réu ao pagamento de soma em dinheiro. 
É bastante frequente a fixação de multa diária contra os réus em ações 
judiciais propostas com o intuito de estimulá-los a adimplir obrigações (específicas) 
de fazer (como retirar o nome do consumidor do SPC ou do SERASA, por exemplo), 
de não fazer (como se abster de realizar determinado show, por exemplo) e de dar 
(como entregar o bem imóvel objeto de ação de reintegração de posse, por 
exemplo), para estimular o cumprimento das decisões judiciais, colocando-os num 
dilema: cumprir a obrigação ou se submeter a uma sanção pecuniária. 
Ao fixar a multa, o magistrado não pretende enriquecer o autor, mas forçar o 
réu a adimplir a obrigação, fazendo, deixando de fazer ou entregando determinado 
bem ao autor, no que o credor pode requerer a instauração da execução fundada 
nesse título. 
- DECISÃO HOMOLOGATÓRIA DE AUTOCOMPOSIÇÃO JUDICIAL 
Na audiência de conciliação ou de mediação, havendo composição entre 
as partes, a transação é homologada por sentença, que extingue o processo com a 
resolução do mérito, com fundamento na alínea b do inciso III do art. 487, 
pronunciamento que pode embasar o requerimento de instauração da fase de 
cumprimento da sentença. 
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PROCESSO DE EXECUÇÃO 
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BIBLIOGRAFIA: 
MONTENEGRO FILHO, Misael. Curso de Direito Processual Civil de acordo com o novo CPC – 12ª Edição 
– São Paulo : Atlas, 2016. 
THEODORO JÚNIOR, Humberto. Curso de Direito Processual Civil – Volume III – 48ª Edição – Rio de 
Janeiro: Forense, 2016. 
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Embora a lei tenha se preocupado em prever a realização da audiência de 
conciliação ou de mediação no início do processo, nada obsta que o magistrado a 
designe em outros momentos, sempre ensejando a realização da transação. O título 
executivo judicial não é a petição apresentada pelas partes na audiência de 
conciliação, quando a transação é aperfeiçoada antes da prática do mencionado 
ato, mas a sentença que a homologa. 
- DECISÃO HOMOLOGATÓRIA DE AUTOCOMPOSIÇÃO EXTRAJUDICIAL DE QUALQUER 
NATUREZA. 
Com as atenções voltadas para a análise do Art. 57 da Lei nº 9.099/95, 
percebemos que o acordo extrajudicial, de qualquer natureza ou valor, poderá ser 
homologado, no juízo competente, independentemente de termo, valendo a 
sentença como título executivo judicial. 
No âmbito da Justiça Comum, a homologação ocorre por meio de 
procedimento de jurisdição voluntária, marcado pela inexistência de conflito de 
interesses (inciso VIII do art. 725). 
O título executivo não é a autocomposição extrajudicial, mas a sentença que 
a homologa. Sem esta, aquela não pode embasar a pretensão executiva. 
- FORMAL E A CERTIDÃO DE PARTILHA, EXCLUSIVAMENTE EM RELAÇÃO AO 
INVENTARIANTE, AOS HERDEIROS E AOS SUCESSORES A TÍTULO SINGULAR OU UNIVERSAL 
O formal de partilha é o documento recebido pelo herdeiro na conclusão do 
processo de inventário e da partilha dos bens inventariados (Art. 655), atribuindo ao 
legitimado a propriedade dos bens objeto da sucessão causa mortis. Com o 
documento, o beneficiário pode comparecer ao Cartório de Imóveis (se o bem que 
lhe foi destinado for dessa natureza), ao DETRAN (no caso de automóveis) etc., 
solicitando o registro, consumando a vontade da lei (na sucessão legítima) ou a do 
de cujus (na sucessão testamentária). 
Embora a abertura da sucessão acarrete a transferência da posse e da 
propriedade dos bens inventariados aos herdeiros, além de direitos e de obrigações, 
essa transferência é provisória, sendo apenas concluída com a conclusão do 
processo de inventário e de partilha. Até esse momento, os herdeiros permanecem 
em estado condominial, sendo indivisível o direito de cada um sobre os bens que 
compõem o acervo hereditário. 
Com o recebimento do formal de partilha, o beneficiário pode se surpreender 
com a presença do inventariante ou de qualquer herdeiro na posse do bem, 
reclamando a adoção de providência judicial para afastar a pessoa do bem 
atribuído ao herdeiro. Nesse caso, considerando as pretensões do herdeiro/credor, é 
necessária a expedição do mandado de imissão na posse (se o bem for imóvel) ou 
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BIBLIOGRAFIA: 
MONTENEGRO FILHO, Misael. Curso de Direito Processual Civil de acordo com o novo CPC – 12ª Edição 
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de busca e apreensão (se o bem for móvel), operando-se a entrega da coisa 
independentemente da instauração da execução, sem afastar a eventual 
instauração da execução por quantia certa. 
- CRÉDITO DE AUXILIAR DA JUSTIÇA, QUANDO AS CUSTAS, EMOLUMENTOS OU 
HONORÁRIOS TIVEREM SIDO APROVADOS POR DECISÃO JUDICIAL 
Embora os créditos dos serventuários e dos auxiliares da Justiça sejam fixados 
por decisão de natureza interlocutória (como regra) ou pela sentença, são arbitrados 
em favor de pessoas que não integram o processo como partes, incluindo a decisão 
judicial em exame no rol dos títulos executivos judiciais, como de fato o é. 
- SENTENÇA PENAL CONDENATÓRIA TRANSITADA EM JULGADO 
A vítima de um ato ilícito pode propor ação de indenização por perdas e 
danos como resposta à agressão sofrida, no prazo prescricional previsto no inciso V 
do § 3º do art. 206 da Lei Civil, solicitando a condenação do réu ao pagamento de 
indenização, desde que comprove a ocorrência do dano, do ato do agente e do 
nexo de causalidade. 
Em alguns casos, contudo, envolvendo atos que repercutem no âmbito cível 
e no âmbito criminal, como um atropelamento que causa lesões ou a morte da 
vítima, o responsável pelo ato pode responder na esfera cível, em ação de 
indenização por perdas e danos, e/ou na esfera criminal. 
O art. 935 do CC dispõe que as instâncias são independentes, de modo que a 
ação cível, em regra geral, não sofre os efeitos da decisão proferida na ação penal, 
exceto quando esta reconhecer a autoria e a materialidade do fato, que não mais 
podem ser questionadas na esfera cível (parte final do art. 935 do CC). 
Um dos efeitos gerais da condenação criminal é tornar certa a obrigação de 
indenizar, como prevê o inciso I do art. 91 do CP, de modo que a vítima, diante da 
prática do ato ilícito que apresenta duplo desdobramento (na esfera cível e na esfera 
penal), pode permanecer inerte no que se refere à postulação no cível, deixando de 
propor a ação de indenização por perdas e danos, aguardando o encerramento da 
ação penal para executar o título contra o causador do ato ilícito, se a sentença for 
condenatória. 
- SENTENÇA ARBITRAL 
Em decorrência da demora na entrega da prestação jurisdicional, o legislador 
inseriu o instituto da arbitragem em nosso sistema jurídico, importando o que já era 
realidade em outros países, representando forma alternativa de composição dos 
litígios por pessoa que não integra, necessariamente, os quadros do Estado. Sua 
aplicação decorre da inclusão, em contrato que verse sobre direito disponível, da 
intitulada cláusula compromissória (art. 4º da Lei nº 9.307/1996), sendo facultativa a 
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de eleição de árbitro, considerandoque este pode ser escolhido pelas partes após 
a celebração do contrato. 
Pela cláusula compromissória, as partes afirmam que, se houver litígio 
decorrente do descumprimento do contrato, o problema será resolvido sem a 
intervenção de representante do Poder Judiciário, por meio de um árbitro eleito (ou 
não) no momento da contratação. 
Confirmado o descumprimento de qualquer cláusula inserida no contrato, será 
instituída a arbitragem, resultando em conclusão apresentada pelo árbitro escolhido 
e/ ou aceito pelos contratantes. A conclusão a que nos reportamos recebeu a 
denominação sentença arbitral, possibilitando a instauração da execução para 
compelir o devedor a adimplir a obrigação definida no documento, seja de pagar 
quantia certa, de dar coisa certa ou incerta, de fazer ou de não fazer. 
- SENTENÇA ESTRANGEIRA HOMOLOGADA PELO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA 
A sentença condenatória proferida por autoridade estrangeira apenas surte 
efeitos em nosso território depois de homologada pelo STJ (alínea i do inciso I do art. 
105 da CF, modificada pela Emenda Constitucional nº 45/2004). 
Depois da homologação, é título executivo judicial, comportando execução 
forçada. Para que o título seja homologado pelo STJ, é necessário que não ofenda a 
soberania nacional, a ordem pública e os bons costumes, provando o interessado ter 
sido proferida por juiz competente, que as partes foram citadas ou haver-se 
legalmente verificado a revelia, ter passado em julgado e estar revestida das 
formalidades necessárias à execução no lugar em que o pronunciamento foi 
proferido, além de estar autenticada pelo cônsul brasileiro, acompanhada de 
tradução oficial. 
A nova lei processual disciplina a homologação de sentença estrangeira a 
partir do seu art. 960, relacionando no art. 963 os requisitos indispensáveis à 
homologação da decisão estrangeira. 
Autuada a petição, não sendo caso da determinação da sua emenda, o 
requerido é citado para contestar o pedido no prazo de 15 dias, podendo arguir a 
inautenticidade dos documentos juntados ao pedido, denunciar que a autoridade 
judiciária brasileira deteria competência exclusiva, que os requisitos relacionados na 
Resolução anteriormente informada não teriam sido preenchidos e/ou que a 
homologação ofenderia a soberania ou a ordem pública. 
Após o recebimento da defesa, concede-se vista dos autos ao requerente 
para a apresentação da réplica, seguindo os autos conclusos para parecer do 
Procurador-Geral, no prazo de dez dias, ultimando-se o procedimento com a 
prolação de decisão que acolha ou que rejeite a pretensão homologatória. 
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Quando homologada, a execução da sentença deve ser instaurada perante 
a Justiça Federal, não se aplicando a regra geral de que o título deve ser executado 
pelo juízo que o criou, em atenção ao inciso X do art. 109 da CF, sendo hipótese de 
competência absoluta, que não pode ser desprezada pelo credor, sob pena de 
deparar-se com o reconhecimento da incompetência, nos termos do art. 64 da nova 
lei processual. 
TÍTULOS EXECUTIVOS EXTRAJUDICIAIS 
Não há diferença entre os títulos executivos judiciais e os extrajudiciais, pelo 
fato de a lei processual ser adepta do sistema unitário. 
A diferença reside na defesa do devedor, que é limitada quando a execução 
tem fundamento em título executivo judicial (§ 1º do art. 525), enquanto, quando 
tem fundamento em título executivo extrajudicial, o devedor pode suscitar qualquer 
matéria que lhe seria lícito deduzir como defesa em processo de conhecimento 
(inciso VI do art. 917 da nova lei processual), o que se justifica pelo fato de que a 
formação do título não foi antecedida da instauração do processo de 
conhecimento. 
Assim, em respeito ao princípio do contraditório e da ampla defesa, é 
necessário conferir instrumento processual mais amplo ao executado, quando a 
pretensão da parte contrária tem fundamento em título executivo extrajudicial. 
O título reveste-se dos mesmos atributos do judicial (certeza, liquidez e 
exigibilidade). Contudo, para a desconstituição desses atributos, a lei admite que o 
devedor impugne o documento sem restrições, suscitando toda e qualquer matéria, 
como se estivesse diante de um processo de conhecimento. 
Os títulos executivos extrajudiciais estão relacionados no Art. 784 do CPC e em 
leis especiais, prevalecendo quando confrontados com a lei geral, em atenção ao 
princípio da especialidade. 
Assim, exemplificativamente, o inciso VIII do § 3º do art. 206 do CC fixa o prazo 
de três anos para o exercício da “pretensão para haver pagamento de título de 
crédito, a contar do vencimento”, ressalvando que as disposições de lei especial 
deverão ser respeitadas. 
Os títulos relacionados no inciso I do art. 784 pertencem ao gênero títulos de 
crédito, que são orientados pelos seguintes princípios informativos: 
 Literalidade que limita e define a extensão das declarações e das 
manifestações contidas em cada título de crédito, no que título vale pelo que se 
encontra nele escrito, desde que a declaração seja feita de acordo com as normas 
legais, sob pena de não ser considerada escrita; 
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 Autonomia que representa a sua desvinculação em relação a outras 
obrigações que tenham sido assumidas pelo emitente ou por outra pessoa. 
 Abstração, no que o título vale por si só, em princípio não se podendo indagar 
a respeito da sua causa de emissão, pois desprende-se do negócio jurídico que 
acarretou a sua emissão. 
- LETRA DE CÂMBIO (Decreto Lei nº 57. 663/1966 e Decreto Lei nº 2.044/2008) 
Originariamente significa “ordem de pagamento em moeda” e circulava por 
meio de mensageiro como ordem de pagamento dentro do império desde o século 
XIV, e adquiriu o status de título negociável. 
É uma ordem de pagamento à vista ou à prazo que o sacador (emitente) dá 
ao sacado (aceitante) em favor do tomador (beneficiário). É um título de crédito 
com a quantia expressa no documento em que se funda a obrigação direta do 
aceitante (devedor). 
 Sacador: autorizado a um crédito a ser cumprido por terceiro para 
outrem à sua ordem. 
 Sacado: devedor que se torna aceitante ao reconhecer a obrigação e 
pagar o crédito. 
 Tomador: beneficiário, recebedor do crédito (ou por alguém a sua 
ordem) se investindo na qualidade de legitimo proprietário do título. 
 
- NOTA PROMISSÓRIA (Decreto Lei nº 57. 663/1966 e Decreto Lei nº 2.044/2008) 
É a promessa e pagamento emitida diretamente pelo devedor emitente ao 
seu credor beneficiário, a ser realizada no vencimento nela fixado, não se confunde 
com a letra de cambio por que é uma promessa de pagamento, e não uma ordem 
de pagamento. É título líquido e certo que dispensa a participação de um aceitante 
da dívida. 
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 Emitente é o sacador da obrigação, subscritor da NP; 
 Beneficiário é o titular do direito de pagamento, recebedor da importância 
em dinheiro que conserva sua posse e propriedade ( e pode negociá-lo 
mediante transferência por endosso a uma terceira pessoa) 
 
- DUPLICATA (Lei nº 187/1936 e Lei nº 5.474/1968) 
Do latim duplicatas, que significa dobrar, tornar duplo, implica na 
reproduação de um papel, ou documento, cuja repetição implica os mesmos 
elementos e caracteres de forma idêntica ao original. São perfeitamente iguais, sem 
qualquer alteração do texto quanto à sua formalidade de composição. 
Em Direito Cambiário, tem o sentido de exprimir a qualidade de todo o ato 
jurídico do documento que se repetiu. Não é uma simples cópia, é outra via do 
documento a que se refere, a qual tem a propriedade de torná-lo duplo, 
reproduzido. 
É uma criação do Direito Brasileiro, de natureza fiscal, em razão da 
necessidade documental da relação jurídica entre comerciantes, surgida no Art. 219 
do Código Comercial (Lei nº 556/1850). 
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DEBÊNTURE (Lei nº 6.404/1976) 
Título que versa sobre as sociedades anônimas como forma de estimular a 
criação de capital de giro, necessário ao incremento das atividades dessas 
sociedades, a lei permitiu sua emissão, destinando-se à aquisição pelo público em 
geral. 
É uma forma de financiamento da atividade da sociedade, caracterizando-
se como verdadeiro financiamento contraído junto ao público em geral, com a 
promessa de pagamento das importâncias acrescidas de juros e de correção 
monetária, sem afastar a possibilidade de a debênture prever a participação do 
adquirente nos lucros da sociedade, como forma de estimular a sua aquisição pelos 
investidores. 
 
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- CHEQUE (Lei nº 7.357/1985 e Decreto nº 57.595/1966) 
É uma ordem de pagamento à vista sacada por uma pessoa contra uma 
instituição financeira, a favor de um terceiro tomador (ou do próprio sacado), que 
incide sobre fundos disponíveis do sacador, em poder do sacado (que é a própria 
instituição financeira). 
 Sacador: correntista emitente do cheque (obrigado direito). 
 Sacado: instituição financeira contra a qual se saca o cheque (obrigado 
indireto –cheque cruzado: somente depósito). 
 Tomador/Beneficiário: favorecido a quem deve ser pago o cheque (pode ser 
o próprio sacador). 
 
 
- ESCRITURA PÚBLICA OU OUTRO DOCUMENTO PÚBLICO ASSINADO PELO DEVEDOR 
Esses documentos apenas são reconhecidos como títulos executivos 
extrajudiciais nas seguintes situações: 
 Quando se referirem a uma obrigação unilateral de cumprimento por parte do 
devedor (contrato de cumprimento unilateral, embora seja bilateral em termos de 
formação), que em regra ocorre com os denominados instrumentos de confissão de 
dívida, que, na forma pública, são títulos executivos extrajudiciais mesmo não 
estando assinados por duas testemunhas. 
 Quando se referirem a uma obrigação bilateral de cumprimento, 
provando o credor que adimpliu as obrigações assumidas, sob pena de deparar com 
a arguição da exceptio non adimpleti contractus (exceção de contrato não 
cumprido), que, se for acolhida, acarreta a extinção do processo sem o julgamento 
do mérito, em decorrência da ausência do interesse processual, obrigando o credor 
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a propor ação de conhecimento para afirmar a existência do negócio, o 
cumprimento das obrigações que assumiu e a inadimplência do devedor. 
- DOCUMENTO PARTICULAR ASSINADO PELO DEVEDOR E POR 2 (DUAS) TESTEMUNHAS 
A lei não exige que as testemunhas estejam presentes no momento da 
assinatura do documento particular, mas que tenham conhecimento do negócio, 
reconhecendo que não houve qualquer vício na sua formação (erro, dolo, coação, 
fraude, simulação etc.). 
Quanto à prescrição, o inciso I do § 5º do art. 206 do CC fixa o prazo de cinco 
anos para a cobrança de dívidas líquidas constantes de instrumento público ou 
particular. 
- INSTRUMENTO DE TRANSAÇÃO REFERENDADO PELO MINISTÉRIO PÚBLICO, PELA 
DEFENSORIA PÚBLICA, PELA ADVOCACIA PÚBLICA, PELOS ADVOGADOS DOS 
TRANSATORES OU POR CONCILIADOR OU MEDIADOR CREDENCIADO PELO TRIBUNAL 
A palavra referendado, contida no inciso IV do art. 784 da nova lei processual, 
não significa que a transação firmada pelos sujeitos da lide (do conflito de interesses, 
como os condutores de veículos que se envolveram em acidente de trânsito, por 
exemplo) tenha de ser homologada, já que esse ato é privativo do representante do 
Poder Judiciário. 
- CONTRATO GARANTIDO POR HIPOTECA, PENHOR, ANTICRESE OU OUTRO DIREITO REAL 
DE GARANTIA E AQUELE GARANTIDO POR CAUÇÃO 
 
Os contratos relacionados no inciso V do art. 784 da nova lei processual estão 
disciplinados pelos dispositivos da lei material. 
A anticrese, o penhor e a hipoteca são espécies do gênero direitos reais, 
podendo fundamentar a propositura da ação de execução se o devedor não 
efetuar o pagamento da dívida que justificou a celebração dos contratos. 
A execução hipotecária originária de financiamentos decorrentes do Sistema 
Financeiro da Habitação tem disciplina processual própria, que deve ser observada 
em respeito ao princípio da especialidade, em princípio afastando as previsões do 
CPC, exceto se a execução for proposta por causa diferente do não pagamento das 
prestações do financiamento contraído. 
- CONTRATO DE SEGURO EM CASO DE MORTE 
O não pagamento da indenização securitária por parte das seguradoras pode 
justificar o ajuizamento de uma entre duas ações pelo credor: 
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BIBLIOGRAFIA: 
MONTENEGRO FILHO, Misael. Curso de Direito Processual Civil de acordo com o novo CPC – 12ª Edição 
– São Paulo : Atlas, 2016. 
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 ação de execução; 
 ação de cobrança pelo rito comum. 
A utilização de uma ação ou da outra depende do resultado. Se o contrato 
de seguro de vida prevê o pagamento de indenização no caso de acidentes 
pessoais, e esse resultado ocorre no caso concreto, o autor deve propor ação de 
conhecimento, pelo rito comum. 
A ação de cobrança pelo procedimento comum deve ser proposta se o risco 
que gerou a celebração do contrato acarretou resultado distinto da morte do 
segurado. 
- CRÉDITO DECORRENTE DE FORO E LAUDÊMIO 
O foro é a retribuição anual paga pelo enfiteuta ao senhorio direto pela 
utilização do bem objeto do contrato, enquanto o laudêmio

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