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TRABALHO - TEORIAS DO CURRÍCULO OK

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INSTITUTO SUPERIOR DE EDUCAÇÃO
FACULDADE CATÓLICA DE ANÁPOLIS
CURSO DE COMPLEMENTAÇÃO PEDAGÓGICA 
PROFESSORA: Elaine Abrahão Amaral
DISCIPLINA: Currículo - Políticas e Práticas
TURMA: 2018/2
DATA: 01.09.18
ACADÊMICAS: Ana Raquel da Silva
 Beatriz de Lima Bento Freitas
 Cleidiane Maria de Sousa Oliveira
 Luciana Queiroz S. Junqueira
 Priscilla Lacerda Junior
 TEORIAS CRÍTICO-REPRODUTIVISTAS E A 
DESESCOLARIZAÇÃO DA SOCIEDADE
Nas décadas de 60 e 70, surge no cenário educacional um corpo de teorias, aqui denominadas crítico-reprodutivistas, mas também conhecidas como pessimismo pedagógico ou pessimismo ingênuo na Educação. Para os crítico-reprodutivistas, a Educação legitima a marginalização, reproduzindo a marginalidade social através da produção da marginalidade cultural, advindo daí o caráter seletivo da escola. 
Não é, portanto, possível compreender a Educação, senão a partir dos seus determinantes sociais. Desse modo, a escola é uma instituição discriminadora e repressiva. Entretanto, diferentemente das teorias não-críticas, as crítico-reprodutivistas não possuem uma proposta pedagógica, limitam-se às análises profundas da determinação social da Educação.
Bourdieu e Passeron – Teoria da Escola Enquanto Violência Simbólica
		Pierre Felix Bourdieu e Jean Claude Passeron são sociólogos franceses que na segunda metade deste século acentuaram suas críticas à educação e à escola, a partir do desenvolvimento da teoria da reprodução social baseada no conceito de violência simbólica. 
		Segundo eles, toda ação pedagógica é exercida objetivamente por uma violência simbólica enquanto imposição, por um poder arbitrário que transmite seus ideais por meio da comunicação cultural, da doutrinação política e religiosa, das práticas esportivas da educação escolar. A arbitrariedade é baseada na divisão da sociedade em classes e a ação pedagógica tende à reprodução cultural e social simultaneamente. O sistema social marca os indivíduos submetidos à educação de maneira inevitável e irreversível.
		Para os autores, a escola constitui um instrumento de violência simbólica porque reproduz os privilégios existentes na sociedade, beneficiando os já socialmente favorecidos. Não cabe à escola promover a democratização e possibilitar a ascensão social, ao contrário, ela reafirma os privilégios existentes (habitus de classe).
		A educação, portanto, é entendida como dependente da sociedade capitalista geradora de marginalidade, cumprindo uma função de reforçar e legitimar a marginalização. 
Louis Althusser – Teoria da Escola Enquanto Aparelho Ideológico do Estado
	Louis Althusser é um filósofo francês marxista que parte do pressuposto de que existe uma infraestrutura, constituída pela classe do proletariado, e uma superestrutura, composta por instituições responsáveis pela organização das relações entre os homens e a concepção de mundo seguida pela sociedade. O autor afirma também que há uma divisão de classes sociais e que existe a exploração de uma classe pela outra, sendo uma dominante (burguesia) e a outra dominada (proletariado).
	Althusser discute ainda que a lógica do sistema capitalista é permitir a exploração e fazer com que essa exploração se perpetue ao longo do tempo, de modo que o sistema capitalista não deixe de existir. Para que isso ocorra, o filósofo atesta que a reprodução das relações de produção é necessária para manter uma ideologia em sua posição de dominância. O resultado de tal reprodução é proveniente, sobretudo, pela representação ideológica da escola que reproduz e inculca as ideias da classe dominante. 
Os interesses da burguesia são representados pelo Estado. Dessa forma, tudo aquilo que não seja a favor do sistema de exploração de uma classe pela a outra é reprimido por esse elemento da superestrutura, ou seja, o Estado é um aparelho repressivo, que funciona de violência, não necessariamente violência física. Enquanto que os Aparelhos Ideológicos de Estado correspondem as várias instituições distintas de domínio privado e que atuam pela ideologia (AIE: religioso, escolar, familiar, jurídico, político, sindical, de informação e cultural). 
Althusser considera que a função de fazer com que a exploração de uma classe pela a outra se perpetue é tanto do Aparelho repressivo de Estado quanto dos Ideológicos, tendo em vista que a escola é, indubitavelmente, o AIE mais relevante. 
Christian Baudelot e Roger Establet – A Teoria da Escola Dualista
Os franceses Roger Establet e Christian Baudelot escreveram, em 1971, A escola capitalista na França, partindo de pressupostos teóricos marxistas. Para Establet e Baudelot, se vivemos em uma sociedade dividida em classes, não é possível haver uma escola única. Existem na verdade duas escolas radicalmente diferentes quanto ao numero de anos de escolaridade, aos itinerários, aos fins da educação. As duas grandes redes de escolaridade são a SS (secundária superior) e a PP (primária profissional), que correspondem à divisão da sociedade em burguesia e proletariado.
A rede PP diz respeito ás séries finais dos estudos primários, tendo continuidade com as aulas práticas em colégios técnicos ou de aprendizagem no próprio local de trabalho. A rede SS prossegue no segundo ciclo e conduz ao bacharelado. Observa-se que a escola reafirma a divisão entre trabalho intelectual (rede SS) e trabalho manual (rede PP).
Diferentemente de Bourdieu e Passeron, Establet e Baudelot consideram que proletariado possui uma ideologia que se origina fora da escola, nas diversas organizações de operários. Por isso, cabe à escola não só inculcar a ideologia burguesa, mas também recalcar e disfarçar a nascente ideologia do proletariado.
Representantes Brasileiros – Luiz Antônio, Bárbara e Maria de Lourdes
As obras desses autores supracitados tiveram grande influência no pensamento pedagógico brasileiro da década de 70. Desse modo, apoiados nas teorias crítico-reprodutivistas, estudiosos brasileiros fazem uma crítica a ilusão liberal da escola nova, a política educacional que leva a falência educacional no Brasil, dentre eles:
Luiz Antônio Cunha: o professor Luiz Antônio ainda discorda que algumas teorias sejam pessimistas e completa ponderando que “se algum problema existe, está na onipotência dos educadores, não nas teorias de mudança da sociedade a partir da educação escolar”;
Bárbara Freitag Rouanet : apresenta a educação como um fator social, no qual todo o individuo sofre a ação educativa, se integrando com o sistema social. A educação torna-se algo político por ser um processo de socialização e democratização. Ela sempre enfatiza a importância do pensar criticamente a realidade, valoriza a ação transformadora que vem de indivíduos, sobretudo a moralidade e a ética, apesar das dilemáticas interações sociais. Assevera que: “Como quase somente filhos de classe alta e média alta atingem o nível superior (universidade) é entre eles que será recrutada a futura elite dirigente. Em Contraposição os trabalhos pesados e serviços baixos e de rotina são realizados praticamente sem exceção pelo pessoal não qualificado ou semiqualificado, i. e, que tem pouca ou nenhuma educação formal.” (FREITAG, 1980, P.65-66);
Maria de Loudes Chagas Deiró Nosella: “[...] o mundo da educação está dividido entre os que têm e os que não têm problemas econômicos, sendo estes últimos os favoráveis pela “providência divina” social e cultural. ”[...]
Desescolarização da Sociedade 
Ainda não sabemos qual será o destino de nossas instituições de ensino, que apesar de todas as tentativas de fugir do método de ensino tradicional ainda se vê bastante presente em nossas escolas.
Apesar das propostas para mudar a face e melhorar as metodologias do ensino, chegou-se a uma conclusão que talvez fosse mais viável que houvesse uma “desescolarização” da sociedade.
Segundo Ivan, havia necessidade de modernizar asformas de aprendizado, para ele o aprendizado não estava centralizado apenas na escola, pelo contrário, os alunos aprendiam muito mais fora dela.
Para ele, esse formato burocrático imposto pelas escolas fazia com que as crianças se tornassem indivíduos passivos, acusava a escola e alimentar nas pessoas o mito do progresso e criava anseios de que todos podiam almejar atingir os altos escalões da hierarquia escolar, onde excluía a maioria das pessoas fazendo com que as desigualdades sociais se perpetuassem.
Para Ivan, a troca de experiências entre as pessoas, a interação familiar, simplificaria a forma de vida, surgiria novos conceitos e novas perspectivas e com isso surgiriam novas pessoas interessadas no mesmo assunto e o inverso da escola se tornaria possível.
Ele sugere em descentralizar a figura do professor e dar oportunidade sem distinção a todas as pessoas para convocar uma reunião. Utilizaria diversas formas e materiais para que os alunos tivessem todas as ferramentas necessárias para seu aprendizado. 
Conclusão
As teorias crítico-reprodutivistas, portanto, desempenharam um papel relevante na compreensão crítica das distintas sociedades humanas e seus respectivos modelos de educação, uma vez que postulam não ser possível entender a educação senão a partir dos seus condicionantes sociais.
Enfim, para transcender a partir desse conhecimento teórico e elaborar uma nova concepção de educação é necessário abstrair das tendências contemporâneas educacionais, pois assim como as teorias crítico-reprodutivistas tem a sua contribuição para entender o modelo de educação, certamente as outras concepções de educação terão muito a nos dizer.
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