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PROCESSAMENTO DE RNA 6 de setembro de 2019. Imagens utilizadas Pierce 3ªed & Cox , escrito por Maria Milena. REVISÃO Gene: fator herdado que determina característica. Nele haverá nucleotídeos que especificam aminoácidos para uma proteína. Por mais que exista tecnicamente uma relação colinear entre a sequência de DNA e de aminoácidos dessa ptna (relação descoberta por Francis Crick em 1958), em organismos eucarióticos há muito mais DNA que o necessário na codificação de ptnas e costumeiramente são encontradas no núcleo eucariótico RNAs não encontrados no citoplasma mostrando que existe alguma mudança nessas estruturas antes de serem exportadas. EXONS x INTRONS Genes eucarióticos geralmente possuem exons, regiões codificantes (que são unidos formando o RNA maduro) e íntrons, regiões não codificantes (que são removidos após a transcrição por recomposição). Os íntrons no geral são considerados raros em procariotos enquanto em eucariotos seu tamanho e número parece estar relacionado a complexidade do organismo. O tamanho dos íntrons é variável mas tendem a ser maiores e mais numerosos que os éxons e no geral o íntron não codifica ptna (a sequência que é intron em uma espécie dificilmente será éxon em outra). Existem tipos diferentes de íntrons. Os do grupo I são encontrados em alguns tRNA que podem catalisar sua própria remoção. Os do grupo II estão em alguns genes codificantes de ptnas mitocondriais, cloroplastos e algumas eubactérias, sendo também autoprocessados porém com um mecanismo diferente dos do grupo I. Os íntrons nucleares pré-mRNA possuem um processo de recomposição semelhante aos do grupo II porém não são autoprocessados (precisam de snRNA e ptnas). Os íntrons de RNA transportador encontrados em genes de tRNA usam um método enzimático na recomposição. Por mais que existam diversos outros tipos de íntrons é importante que saibamos que a recomposição de todos os íntrons pré mRNA ocorrem no núcleo, e a ordem dos éxons do DNA geralmente é mantida no RNA. O mRNA: ESTRUTURA E PROCESSAMENTO O mRNA, molde pra síntese de novas ptnas, é responsável por levar as informações DNA > ribososmo. Enquanto em eucariotos há primeiro a transcrição de um pré-mRNA (e um processamento secundário), nas céls bacterianas transcrição e tradução ocorrem simultâneamente. No mRNA maduro cada códon origina um animinoácido na ptna. mRNAS eucario e procario possuem 3 regiões: reg 5’ não traduzida (leader, não codifica ptna; em procarios possui uma região consenso chamada Shine Delgarno que serve como sítio de ligação para o ribossomo na tradução), região codificante (possuidora do que codificará a ptna) e a região 3’ não traduzida ( trailer, também não traduzida). ADIÇÃO DO CAP 5’ O pré-mRNA sofre algumas modificações antes de seu amadurecimento completo. Uma delas é a adição do cap 5’, um nucleotídeo extra com uma metilação em sua base e no grupo 2’OH do açúcar dos nucleotídeos da ponta 5’. Essa adição ocorre logo após o início da transcrição e o cap funciona principalmente na promoção da tradução, na estabilidade da fita de RNA, influi na remoção dos íntrons e regula a exportação do mRNA para fora do núcleo.. A principal enzima sintetizadora da do cap 5’ é a guanilil-transferase que interage com o CTD da RNA pol II. Como a RNA pol I e a RNA pol III não possuem essa enzima associada, moléculas como rRNA, tRNA e alguns snRNAs (que não transcritos por essas polimerases) não recebem cap. O cap 5’ é resultado da condensação de uma moléc de GTP com o trifosfato. A guanina é metilada e grupamentos metila se ligam às hidroxilas na posição 2’ próximas. ADIÇÃO DA CAUDA POLI(A) A cauda poli(A) é uma sequência de 80 a 250 nucleotídeos de adenina na ponta 3’ do RNA. São adicionados pós-transcrição num processo chamado poliadenilação. Os genes transcritos pela RNA pol II tem sua clivagem cerca de 11-30 nucleotídeos após a sequência consenso assim após esse material extra na ponta 3’ é adicionado a cauda poli(A). A cauda poli(A) confere estabilidade a fita de mRNA (a variar com base nas ptnas que se ligam a cauda) agindo contra enzimas de degradação, além de facilitar a ligação de ribossomos ao mRNA (aumenta a eficácia da tradução) e colabora no processamento do último. No processo de adição a RNA pol II prolonga a fita até além do sítio onde a cauda precisará ser add. O transcrito é clivado no sítio de adição poli(A) por um complexo enzimático associado a CTD da pol II. O sítio é marcado com a sequência 5’-AAUAAA a montante e uma rica em G e U a jusante do sítio. Logo após da clivagem resta um sítio 3’OH que tem a cauda poli (A) é add pela PAP+PAPB (PAP sintetiza a cauda e PAPB protege de degradação). Vale lembrar que a cauda poli(A) não existe em tRNA e rRNA e que para ser produzida são necessários fatores de poliadenilação, PAP, PABP etc. RECOMPOSIÇÃO DO RNA Outra modificação importante no mRNA é a recomposição, retirada de íntrons da molécula enquanto ainda no núcleo. Para que ocorra são necessárias uma ponta de corte 5’, uma ponta de corte 3’ e um ponto de ramificação em cada íntron. Enquanto os sítios de corte 5’ e 3’ possuem geralmente sequências específicas marcando sua presença (a maioria dos íntrons começa com GU e termina com AG) o ponto de ramificação é um nucleotídeo adenina cerca de 18-40 nucleotídeos distante do ponto de corte 3’, sua inexistência inviabiliza a recomposição. Esse processo ocorre dentro do spliceossomo, um complexo molecular de 5 snRNAs e mais de 300 proteínas. Para explicar o processo de recomposição vamos usar como modelo de mRNA ao lado. O primeiro passo da recomposição é o corte na ponta 5’ do intron permitindo a liberação do éxon 1. A ponta 5’ do intron liga-se ao ponto de ramificação (a guanina do sítio 5’ liga-se a adenina do ponto de ramificação numa transesterificação) e um corte no sítio 3’ do intron faz com que ele seja desligado da fita como um laço em direção a degradação por enzimas nucleares A ponta 3’ do éxon 1 então liga-se a 5’ do éxon 2 e todo esse processo, que ocorre dentro do spliceossomo, repete-se atéa retirada de todos os íntrons sinalizados. Vale salientar que as etapas catalíticas da recomposição ocorrem por meio dos snRNAs (U1, U2, U4, U5 e U6) que fazem parte da estrutura do próprio spliceossomo. Por meio de estudos mais aprofundados sobre a recomposição do DNA pode ser descoberto que a remoção dos íntrons ocorre no núcleo na mesma área em que ocorre a transcrição podendo sugerir que esses eventos estão acoplados. Íntrons auto removíveis Além dos íntrons que sofrem recomposição comum, existem ainda os que conseguem por si só se retirar da fita de RNA. Os de grupo I são encontrados em alguns rRNA de protistas, genes mitocondriais de fungos e bacteriófagos. Os tamanhos variam mas no geral necessita de um nucleotídeo de guanina como cofator para fazer as duas transesterificações. A reg destinada a recomposição se dobra em 9 alças e hastes para excisão. Já no grupo II estão em alguns genes mitocondriais e também dobra-se em uma estrutura com alças (Imagens exemplificando na próxima página). Vias alternativas de processamento Um único pré-mRNA pode ser processado de diferentes maneiras resultando então na produção de diferentes proteína a partir da mesma sequência de DNA. Os tipos de vias alternativas podem ser separadas em 1. recomposição alternativa: mesmo RNA recomposto de diferentes maneiras; 2. processamento alternativo com múltiplos sítios de clivagem em que existem dois ou mais sítios de clivagem para a poliadenilação. Essas vias alternativas são muito provavelmente as responsáveis por conferir maior complexidade à seres anatomicamente simples, além de colaborar conferindo diversidade proteica à vertebrados. EDIÇÃO DO RNA Na edição do DNA a sequência codificante é alterada pós transcrição fazendo com que se diferencie da codificada pelo gene. Mecanismos orquestrados pelo chamado gRNA podem colaborar nessas modificações (após o mRNA estar ancorado no RNA guia ele sofre clivagem e novas sequências são adicionadas ou deletadas conforme o molde fornecido pelo gRNA para que no fim as pontas do mRNA que foi separado sejam unidas novamente) . Outra maneira do RNA ser editado é pela adenosina desaminase atuante do RNA (ADAR) que catalisa a modificação da adenosina a inosina desaminando o C6 do anel de adenina podendo modificar o produto proteico.
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