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CONCURSO DE PESSOAS

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CONCURSO DE PESSOAS 
O concurso de pessoas se verifica com participação de duas ou mais pessoas, de forma 
consciente e voluntária na mesma infração penal. É uma convergência de vontades para o mesmo fim, 
aderindo uma pessoa à ação da outra, não sendo necessário um prévio acordo entre elas. O concurso 
de pessoas também é conhecido como concurso de agente, codelinqüência, coautoria ou participação. 
ESPÉCIES DE CONCURSO DE PESSOAS 
O concurso de pessoas se divide em duas espécies: CONCURSO EVENTUAL e CONCURSO 
NECESSÁRIO. 
O CONCURSO EVENTUAL pode ocorrer em qualquer delito capaz de ser praticado por uma única 
pessoa (crimes unissubjetivos ou monossubjetivos). 
O CONCURSO NECESSÁRIO ocorre quando o crime só pode ser praticado por mais de uma pessoa 
(crimes plurissubjetivos), como os crimes de rixa, bigamia, quadrilha ou bando etc. 
TEORIAS SOBRE A NATUREZA DO CONCURSO DE PESSOAS 
Existem três teorias que visam explicar a natureza jurídica do concurso de pessoas: a teoria 
monista; a teoria dualista; e a teoria pluralista. 
A primeira, também conhecida como teoria unitária ou igualitária, seguindo uma concepção 
tradicionalista, entende que o crime, mesmo tendo sido praticado em concurso de várias pessoas, 
permanece único e indivisível. Já a teoria dualista, há um crime para os autores e outro para os 
partícipes. Essa corrente prevê que o crime se desenvolve por uma ação principal, que é a 
desempenhada pelo autor do crime, e ações secundárias, que são realizadas pelas pessoas que auxiliam 
de qualquer modo o autor a cometer o crime. Para a teoria pluralista, cada concorrente pratica um 
crime independente, autônomo e distinto. Para essa teoria, não há participação e sim simultaneidade 
de delitos. 
O Código Penal Brasileiro adotou a teoria monista, conforme claramente demonstra o artigo 29. 
Primeiramente equiparam todos os que de qualquer modo intervêm no delito, abrandando seus efeitos, 
pois estabelece fórmulas pelas quais a punição de cada um esta condicionada a sua culpabilidade. 
Cabe ressaltar que o Código não diz que todos que concorrem para o crime são autores, mas sim que 
todos respondem pelo resultado no grau de sua participação. Porém o Código estabelece diminuição 
de pena (§ 1o do artigo 29). Há raros casos de exceção pluralista no CP, como no caso do aborto em 
que a gestante consente para que outrem lho provoque, nesse caso a gestante responde pelo delito do 
artigo 124 e o outro pelo artigo 126. 
REQUISITOS DO CONCURSO DE PESSOAS: São requisitos do concurso de agentes: 
I. pluralidade de condutas; Há a necessidade de várias condutas para caracterizar o concurso 
II. nexo de causalidade; Deve haver nexo causal entre a conduta de cada um dos concorrentes e o 
resultado. Existindo relevância causal da cada conduta com o resultado, concorrem essas pessoas para 
o evento e por ele serão responsabilizadas. 
III liame subjetivo entre os agentes; Deve haver consciência de que está colaborando com a conduta 
de outro. 
IV identidade de infração; Devem querer realizar a mesma infração. A lei estabelece que se um dos 
concorrentes quis participar do crime menos grave, só a pena deste é que lhe será atribuída. 
MODALIDADES DE CONCURSO: O concurso de pessoas pode se dar por meio da COAUTORIA 
e da PARTICIPAÇÃO. Coautor é a pessoa que realiza as características do tipo, ou seja, é a 
realização da conduta típica, ou tenha o domínio da realização do crime, como o mandante por 
exemplo. A coautoria nada mais é do que uma reunião de autorias. Não há a necessidade de todos 
realizarem o mesmo ato, podendo haver divisão de tarefas, onde cada um realize um elemento descrito 
no tipo. 
Participação é a realização de uma conduta acessória, induzindo, instigando ou auxiliando o 
autor. Sua conduta não concretiza elementos da figura típica e sua punição depende da efetiva prática 
do delito. O partícipe não pratica atos executórios, mas concorre para a realização do crime. Poderá 
ocorrer em qualquer fase do iter criminis, mesmo antes da cogitação, quando, por exemplo, alguém 
induzir outrem a praticar o crime. 
A participação poderá se dar por induzimento, instigação ou auxílio material (que é a 
cumplicidade). Induzir significa criar no agente uma ideia que ele aonde não tinha. Instigar significa 
estimular, reforçar uma ideia preexistente. Pode se dar através do conselho, da persuasão, etc. 
Cúmplice é aquele que contribui para o crime prestando auxílio ao autor ou ao partícipe, como 
por exemplo, o empréstimo da arma. Poderá ocorrer a cumplicidade por omissão, quando o sujeito 
tem o dever jurídico de evitar o resultado. 
Fala-se ainda em participação em cadeia, participação de participação, e participação 
sucessiva. A primeira é a cooperação na ação de um partícipe, por exemplo, A instiga B a auxiliar C. 
A segunda ocorre quando A induz B a induzir C a matar D. Já a participação sucessiva se verifica 
quando A instiga B a matar C, D que desconhece o anterior induzimento, instiga B a matar C. 
AUTORIA MEDIATA: Ocorre a autoria mediata quando o agente utiliza-se de terceira pessoa 
para cometer o crime. Neste caso, quem executa o crime é o autor imediato, que atua sem vontade 
ou consciência e por isso não responde pela conduta praticada. O autor mediato responde sozinho 
pela prática delitiva. Essa autoria pode ocorrer nos casos de: coação moral irresistível; obediência 
hierárquica; erro de tipo provocado por terceiro; e induzir um doente mental ou menor à prática de 
um crime. Na autoria mediata não haverá concurso de pessoas, sendo punido apenas o autor mediato. 
AUTORIA COLATERAL: Autoria colateral ocorre quando duas ou mais pessoas realizam suas 
condutas convergentes para prática da mesma infração penal, simultaneamente, desconhecendo uma, 
o auxilio da outra. Neste caso, não ocorre o concurso de pessoas, pois não há vínculo psicológico 
entre os participantes. 
COMUNICABILIDADE DAS CIRCUNSTÂNCIAS DE CARÁTER PESSOAL 
Entendem-se por condições as relações do agente com os outros seres, com a vida exterior, 
com as coisas, como o estado civil, menoridade, reincidência, parentesco, profissão etc. 
As circunstâncias são elementos que não integram à infração penal, funcionado para 
moderar quantitativa ou qualitativamente a pena, ou seja, apenas afetam sua gravidade, aumentando 
ou diminuindo a pena. Podem ser subjetivas ou objetivas. As primeiras dizem respeito ao autor do 
delito, suas qualidades, seu relacionamento com a vítima, condições pessoais, etc. Já as circunstâncias 
objetivas estão relacionadas com os meios e modos de execução do crime, como qualidades da vítima, 
local, tempo, objeto material, etc. 
Elementares são os requisitos específicos do crime, são dados que integram a definição da 
infração penal. As circunstâncias e as condições de caráter pessoal não se comunicam, respondendo 
cada um pelas suas condições como menoridade, reincidência, parentesco, e as circunstâncias, como 
motivo fútil, prescrição, etc. Contudo, dispõe a lei que as circunstâncias de caráter pessoal se 
comunicam ao concorrente quando integrarem o tipo penal, ou seja, quando se tratar de elementares 
do tipo. Na verdade trata-se de elementos que necessariamente fazem parte da figura típica. Deste 
modo, o sujeito que auxilia o funcionário público no crime de peculato, mesmo não desempenhando 
função pública, responderá por este crime. 
Porém, as circunstâncias elementares de caráter pessoal não se comunicam quando 
desconhecidas do concorrente. Sendo assim, aquele que auxilia o funcionário público a subtrair bem 
móvel da Administração, responderá apenas por furto comum e não por peculato-furto se desconhecer 
esta qualidade do coautor. 
Por outro lado, no caso das circunstâncias objetivas haverá comunicação ao participantedesde 
que tenham entrado na esfera de conhecimento e integrem o dolo ou a culpa. Por exemplo: A 
determina que B mate C. A consente que B utilize a asfixia como meio para prática do crime. Assim 
A e B responderão em concurso de agentes por crime qualificado pela asfixia. Situação diversa ocorre 
se A não soubesse que B iria valer-se de asfixia para a prática do delito, não respondendo pela 
qualificadora.

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