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UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ – POLO: JATIÚCA CURSO: DIREITO 1º PERÍODO (NOTURNO) MATRÍCULA: 201902022033 ALUNA: DAYANE SANTOS DE ASSIS DISIPLINA: PSICOLOGIA APLICADA AO DIREITO PROF.ª: MARGARIDA MARIA DE CAMPOS FERREIRA FICHAMENTO MANUAL DE PSICOLOGIA JURÍDICA PARA OPERADORES DO DIREITO Maceió, 06 de Abril de 2019. Principais Síndromes que interessam ao Direito (p. 193 – 245). Capítulo 12. Manual de Psicologia Jurídica para operadores do Direito / Jorge Trindade. 6. ed. rev. atual, e ampi. - Porto Alegre: Livraria do Advogado Editora, 2012. “A palavra Syndromé também encontra origem no grego e significa “ação de concorrer”, tendo sido utilizada pelos antigos médicos gregos para indicar um conjunto de sintomas sem relação obrigatória com determinada doença.” (p. 194) “Síndrome, portanto, é o conjunto de sintomas que caracteriza a existência de uma doença, seja na esfera orgânica (física), seja no plano psicológico (mental). [...]” (p.194) “[...] Síndrome de Alienação Parental -, pode-se dizer que se trata de um processo que consiste em programar uma criança para que odeie, sem justificativa, um de seus genitores, decorrendo daí que a própria criança contribui na trajetória de campanha de desmoralização.” (p.196) “[...] Num pressuposto de imaturidade e instabilidade emocional, utiliza-se o filho como instrumento de agressividade direcionada ao outro” (p. 197) “[...] a Síndrome de Alienação Parental pode produzir nas crianças problemas como depressão crônica, incapacidade de adaptação em ambiente psicossocial normal, transtornos de identidade e de imagem, desespero, sentimento incontrolável de culpa, sentimento de isolamento, comportamento hostil, falta de organização e, em extremos, levar ao suicídio.” (p. 198) “[...] Para ele, ter o controle total de seus filhos e destruir a relação deles com o outro genitor é uma questão de vida ou morte” (p.200) “[...] o genitor alienador não respeita regras e não costuma acatar as decisões judiciais, presumindo que tudo lhe é devido, e que as regras são para os outros, mas não para ele, que julga a nada se submeter.” (p.201) “O alienador busca evitar, ou dificultar, por todos os meios possíveis, o contato dos filhos com o outro cônjuge violando, deliberadamente, o direito que a criança tem de estabelecer vínculo com o outro genitor.” (p.205) “Dessa forma, o filho vai absorvendo toda a negatividade que o alienador coloca no alienado, levando-o a sentir-se no dever de proteger, não o alienado, mas, curiosamente, o alienador, criando uma ligação psícopatológica similar a uma “folie a deux".” (p. 207-208) “[...] Qualquer tipo de abuso real exclui a Síndrome de Alienação Parental, porque toma verdadeira a imputação contra o alienado. (p. 209) “Os efeitos prejudiciais que a Síndrome de Alienação Parental pode provocar nos filhos variam de acordo com a idade da criança, com as características de sua personalidade, com o tipo de vínculo anteriormente estabelecido, e com sua capacidade de resiliência” (p.212) “Nesse contexto, é comum o filho mais velho ser o primeiro a manifestar os sintomas da Síndrome de Alienação Parental, pois, além de tudo, sente-se no dever de assumir o papel de proteção dos irmãos mais novos em relação às ameaças simbolizadas na figura do alienado.” (p. 213) “[..] É tarefa do terapeuta mostrar que os filhos não precisam, nem podem, satisfazer os anseios contraditórios de seus pais, pois é da situação de conflitualidade que emanam as contradições, que não podem ser tributadas a eles.” (p.213) “[...} Outras vezes, o tempo ajuda a promover a cicatrização das mágoas e dos ressentimentos deixados pela ruptura do vínculo, permitindo uma harmonização dos interesses em conflito, sinalizando um bom prognóstico para a resolução da Síndrome de Alienação Parental. (p.214) “O cônjuge alienado tem de estar ciente de que o comportamento opositor ou francamente hostil dos filhos faz parte da ideação do alienante, motivo pelo qual ele não deve cair nessa armadilha.” (p.215) “[...] Será ainda pior se o genitor alienante perceber que, do gesto educativo, resultar algum benefício para o alienado na reconstrução dos vínculos com os filhos, o que será considerado pelo alienante como uma traição por parte dos filhos.” (p.216) “Destruir a Síndrome de Alienação Parental não significa destruir o vínculo dos filhos com o cônjuge alienante.” (p.217) “Por fim, cabe salientar que a Síndrome de Alienação Parental constitui uma forma grave de abuso contra a criança, contra a pessoa do alienado e contra a família.” (p.220) “[...] Na verdade, nada é mais essencial para a identidade de uma pessoa que o conjunto de experiências armazenadas em sua mente.” (p.221) “[...] As evidências que se têm são no sentido de que as recordações originais contêm mais informações do contexto e mais detalhes sensoriais, enquanto as recordações falsas possuem informações idiossincráticas da pessoa e são mais subjetivas. Porém, esse critério padece do mesmo mal: também é subjetivo.” (p.222) “[...] Entretanto, se o evento não aconteceu, mas a pessoa reage como se efetivamente tivesse acontecido, esse sentimento e essa crença produzem a síndrome da memória falsa, pois passa a ser realmente vivido como real e verdadeiro.” (p.222) “[...] Freud baseou-se na Teoria da Sedução, que postulava que, na origem da neurose, estava a recordação de abuso sexual sofrido na infância. Entretanto, logo abandonou essa ideia, âpoiando-se na recordação falsa do abuso sexual produzida pela fantasia de seus pacientes. Dessa forma, Freud demonstrou a possibilidade de esquecimento e de recordação que o psiquismo possui.” (p.222) “[..] Os terapeutas acreditavam que essas memórias hipnóticas eram mais confiáveis, sem perceber, entretanto, o grau de sugestionabilidade e a capacidade delirante de suas pacientes.” (p.223) “[...] É importante referir também que a Síndrome da Falsa Memória tem sido evocada para retirar credibilidade de depoimentos, especialmente daqueles produzidos por vítimas pertencentes a grupos minoritários, como crianças e mulheres.” (p.224) “[...] A Síndrome de Falsas Memórias e a Síndrome de Alienação Parental são dois institutos muito diferentes, que não podem ser confundidos, nem utilizados como sinônimo.” (p.225) “A Síndrome de Miinchausen é um transtorno psicológico em que o sujeito, de forma compulsiva, deliberada e contínua, causa, provoca ou simula sintomas de doenças.” (p. 227) “Aquele que usa a si próprio ou o outro para simular doenças está acometido de Síndrome de Miinchausen propriamente dita ou clássica. A pessoa que é utilizada para o fim de simulação é a portadora de Síndrome de Miinchausen por procuração.” (p. 227) “É importante não confundir simulação, como a doença “inventada” para se obter afastamento do trabalho, aposentar-se por invalidez, receber um seguro ou não se engajar no serviço militar.” (p.228) “[...]Apesar de não se afastar da criança e parecer esmerada nos cuidados, não demonstra tanta preocupação com a gravidade da doença e parece contente e confortável com a função de mãe do doente. Mesmo quando as consequências do evento são graves, nunca parece sentir culpa.” (p.229) “Geralmente, a pessoa acometida de Münchausen relata a grande sorte que tem de estar sendo amparada. Desta forma, seduz a equipe médica para que todos os procedimentos sejam realizados. Trava relações inusualmente cordiais e íntimas com a equipe. Não parece se importar e, eventualmente, parece gostar da incapacidade dos médicos de fazer o diagnóstico da doença.” (p.229) “O tratamento da Síndrome baseia-se, principalmente, na psicoterapia individual ou de grupo e em medidas de suporte físico, psicológico e social. Tentam-se buscar motivos para o transtorno, conscientizar o paciente dos prejuízos que a síndrome lhe causa, bem como confrontá-lo para a resolução dos problemas psicológicos e evitar recidivas.” (p.231) “Esta síndrometem seu nome vinculado à cidade de Estocolmo, onde, em 1973, ladrões mantiveram como reféns, por vários dias, os funcionários de um banco.31s O fato despertou a atenção da imprensa e, no momento em que os reféns foram libertados, um fotógrafo surpreendeu-se ao flagrar uma das vítimas se beijando com um dos assaltantes.” (p.231-232) “Quando uma pessoa passa por uma situação extremamente crítica em que a sua existência fica completamente à mercê de outra, que detém o poder de vida ou de morte sobre ela, pode-se estabelecer um tipo de relação dependente em que a vítima adere psicologicamente ao agressor.” (p.232) “Outro componente importante da Síndrome de Estocolmo é o sentimento de empatia que se estabelece entre a vítima e seu algoz.” (p.233) “A violência doméstica é um ponto importante que pode vincular-se à Síndrome de Estocolmo no momento em que a agressão se une às relações afetivas.” (p.234) “A Síndrome do Imperador parece estar associada à atmosfera dessas mudanças, especialmente no que se refere ao tipo de educação dos pais aos filhos. Algumas crianças evidenciam, desde muito cedo, comportamentos destrutivos, agressivos e violentos. Não se submetem às regras e desconhecem a palavra “não”.” (p.238) “[..] A Síndrome do Imperador é uma condição multicausal. Vários fatores concorrem simultaneamente para que ela aconteça. Muitos deles estão relacionados à vida moderna: pais estressados, sem tempo para se dedicar ao convívio e à educação dos filhos, superproteção ou abandono, organização familiar deficitária, dificuldades na transmissão de regras e valores morais, fragilidades das instituições, especialmente da escola, consumismo e materialismo exagerado, meios de comunicação social que estimulam o ganho fácil, programas que incentivam o sucesso a qualquer preço, a tirar vantagem e a não compartilhar ou ser solidário com a situação dos outros, etc.” (p.240-241) “Modelo Educacional: a Síndrome do Imperador é considerada um transtorno socioeducativo. Educação falha, incapaz de estabelecer limites e de transmitir valores sociais e morais, como a obediência, o respeito, a responsabilidade, o compromisso e o amor ao próximo.” (p.241) “Sem dar espaço para a frustração, a regra instalada se interpreta como “faço o que eu quero, quando quero e como quero”. (p.242) “Na Síndrome do Imperador, é nuclear a falta de sentimento de culpa, a pobreza do juízo moral e crítico, a incapacidade de se colocar no lugar do outro (empatia), a superficialidade dos vínculos e a escassez de afetos genuínos, tudo a mostrar que algo muito grave aconteceu: a descontinuidade do afeto e a incapacidade de amar.” (p.243) “Nesse contexto, pais maltratados não são vítimas do amor que deram aos filhos. O amor não gera vítimas. Pais maltratados são pais desertores, que se omitiram do exercício da função parental e que fracassaram na sua missão de transmitir valores.” (p.245)
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