trabalho psicanalisa - Melanie Klein

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Posições esquizoparanoide e Depressiva 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SÃO PAULO 
2019 
 
Amanda Eliete Bonfim – RA: N193eb8 
Ana Paula Ramos Pires - RA: D079CF-6 
Augusto Spadari – RA: N118GB0 
Emerson Ramos dos Santos - RA: D482BC3 
Isac Cesar Fernandes Batista- RA: N1184J-8 
 
Posições esquizoparanoide e Depressiva 
 
 
 
Trabalho para a disciplina de 
Desdobramento da teoria psicanalitica para o curso 
De psicologia apresentado à Universidade 
Paulista – UNIP. 
 
Prof. Renata 
 
 
 
 
 
SÃO PAULO 
2019 
 
 
Sumário 
1. INTRODUÇÃO .............................................................................................................................. 4 
2. DESENVOLVIMENTO ................................................................................................................. 5 
3. POSIÇÃO ESQUIZOPARANOIDE ............................................................................................... 6 
4. POSIÇÃO DEPRESSIVA ............................................................................................................... 7 
5. A COMPARAÇÃO ......................................................................................................................... 8 
6. CONCLUSÃO. ............................................................................................................................... 9 
7. BIBLIOGRAFIA ........................................................................................................................... 10 
 
 
 
1. INTRODUÇÃO 
O presente trabalho tem como objetivo abordar as posições esquizoparanoide e depressiva, encontrada 
na teoria de Melanie Klain, utilizando como método comparativo o episódio 2 da segunda temporada 
do icônico desenho dos anos 90 O fantástico mundo de Bobby. 
Buscamos apresentar de forma simples a organização proposta na teoria do esquema psíquico criado por 
Klein, esta autora conceitualizou duas fases, a que chamou posições, às primeiras etapas psicológicas 
que ocorrem na criança pequena – 0 aos 18/24 meses, que são atualmente consideradas umas das fases 
mais importantes no desenvolvimento psíquico do bebé. 
 
 
 
 
 
2. DESENVOLVIMENTO 
Durante os primeiros cinco anos de desenvolvimento, ocorre uma alteração muito característica entre as 
posições esquizoparanoides e depressiva, embora estas posições não sejam estanques e não são 
totalmente ultrapassáveis, na verdade as duas posições coexistem durante toda a vida, e é essa 
coexistência que é a fonte de um perpetuo conflito, o fato é que as duas posições estão entrelaçadas, e 
mesmo quando a dinamica da posição depressiva é predominante continua-se a funcionar os 
mecanismos da esquizoparanoide, quando os conflitos aumentados da posição depressiva se instalam, 
encontra-se um ego despreparado para resolver tudo isso, fazendo com que recorra novamente aos 
mecanismos de cisão que a curto prazo simplificam e dão conta do problema. Essa ocilação vai ocorrer 
perpetuamente mesmo em um adulto relativamente “normal”. 
 
 
3. POSIÇÃO ESQUIZOPARANOIDE 
A posição esquizo-paranoide descreve-se como uma modalidade de relação objetal que ocorre nos 4 
primeiros meses de vida de um ser humano. Segundo Klain o bebe nasce imerso na posição 
esquizoparanoide, cuja as características são: a fragmentação do ego e a divisão do objeto externo (a 
mãe) ou, mais particularmente o seu seio. Desta forma, cria-se o seio bom e o seio mau, o primeiro é 
aquele que gratifica infinitamente, satisfazendo as necessidades de acolhimento e fome por exemplo, 
em contra partida o seio mau é aquele que apenas lhe causa frustração, despertando a agressividade e a 
realização de ataques dirigidos a figura materna, a angustia que a criança sente é intensa, levando a 
criança imaginar a destruição do objeto , ele sim o perseguidor. 
Sobe o impacto do instinto de integração é afastada e ocorre uma desintegração defensiva, quando o ego 
for confrontado com a ansiedade produzida pelo instinto de morte, ele se divide, com isso acaba por 
projetar a parte que contém o instinto de morte par o objeto externo original que é o seio. Sendo assim 
o bebê com o seu ego prematuro, dotado apenas de fantasias primitivas e instintivas, não vê a pessoa da 
mãe ou do pai, para este bebe tudo se resume ao “seio” 
Observa-se que nesta faze a criança tem a visão do objeto parcial, sendo ela: boa ou má, amor ou ódio. 
o EGO é desintegrado, primitivo, arcaico, é reconhecido como a faze “desorganizada” e a ansiedade 
desta faze é chamada de “ansiedade persecutória”, ou seja, pode existir o sentimento de culpa, mais não 
a compreensão da ação. Nesta posição o desenvolvimento do “EU” é definido pelos processos de 
introjeção e projeção. 
Na angustia vivida pelo bebe, o objetivo da criança é possuir o objeto “BOM” introjetando-o, além disso 
ele quer se livrar do objeto mau, projetando-o para fora, com a finalidade de evitar assim os impulsos 
destrutivos. 
“ ... se relaciona com o objeto de amor como um objeto a ser devorado e consumido, sendo este objeto 
então parcial, ou seja, o objeto de amor não possui uma autonomia em relção ao corpo do bebê ou 
uma integridade própria... ” Melanie Klein – estilo e pensamento pag 79. 
A posição esquizoparanoide fica associada às situações de gratificações e frustração intensas e 
imediatas, às operações defensivas radicais que envolvem rápidas oscilações entre tudo e nada, e bom e 
mau absolutos. Desde o nascimento o ego imaturo do bebê é exposto a ansiedade provocada pela 
polaridade inata dos instintos imaturos de vida e de morte, além de sua exposição ao impacto da 
realidade externa. 
 
4. POSIÇÃO DEPRESSIVA 
A posição depressiva é associada à possibilidade de conter e elaborar a realidade psíquica, sempre vista 
como organizada, é a posição em que se tem o objeto total, é quando se adquiri a capacidade de amar e 
respeitar os “objetos” como diferenciados e separados dele, e quando se percebe o objeto como um todo, 
é possível identificar-se com ele e temer por sua perda, neste momento ira predominar uma relação de 
“confiança e bondade” dos objetos, e o processo de introjeção dos objetos bom acaba por se converter 
na fonte de segurança e bondade, que lhe assegura a intensificação das trocas com o ambiente e o 
processo de desenvolvimento como um todo. É na elaboração da posição depressiva que Klain acredita 
ser o ponto mais importante do desenvolvimento humano, nos casos bem sucedidos, ocorre a 
predominância da posição depressiva sobre a posição esquizoparanoide, o que significa que houve uma 
boa introjeção do objeto bom, aspecto este que será decisivo para determinar a capacidade de amar e de 
se reparar. Melanie Klain acreditava que o sofrimento ligado a posição depressiva, tende a jogar o 
indivíduo de volta a posição esquizoparanoide. Assim como podemos reconhecer a cisão entre “ figuras 
excessivamente boas ou más” característica da posição esquizoparanoide, podemos dizer que o 
desenvolvimento da posição depressiva envolve a unificação e a relativização dessa “bondade” e 
“maldade”, a capacidade de amar e reparar dependerão da elaboração da posição depressiva, ou seja, 
aprender a lidar com a ambivalência conseguindo-se que prevaleçam os impulsos amoroso sobre o ódio, 
este é o resultado de que a introjeção consolidada do objeto bom interno equivale a um aumento de 
tolerância à frustração que significa um aumento de tolerância à própria realidade psíquica. Quando a 
posição depressiva é bem elaborada, podemos dizer que se cria um espaço psíquico em que os conflitos 
do indivíduo poderão ser enfrentados e elaborados. 
 
5. A COMPARAÇÃOA animação relata a vida cotidiana de Bobby, um garoto de 4 anos, é a versão da visão de uma criança, 
mostrando a vida através das suas percepções infantis e criativas acerca da vida e do mundo a sua volta. 
Como já visto ainda nesta idade o psiquismo está em formação, e tendo uma oscilação característica 
entre as posições esquizoparanoicas e depressiva, esta oscilação e as defesas de cada posição podem ser 
vista e comparadas no episódio dois da segunda temporada onde Bobby quebra acidentalmente o busto 
do cantor Elvis Presley que sua mãe havia ganhado e tanto gosta. 
Episódio inicia com o garoto ansioso para assistir seu desenho preferido, após muita insistência em 
alguém colocar a fita cassete para ele assistir e ninguém se dispor, Bobby se vê sozinho, em sua 
imaginação fértil vê seu herói de desenho brigando com um inimigo que tenta o convencer de realizar a 
tarefa sozinho – podemos comparar com a teoria o desejo profundo de Bobby em assistir seu desejo 
favorito, que privado de realizar e ter sua necessidade atendida imagina a briga de seu herói, e como 
única forma de interromper o conflito acaba por quebrar as regras e tenta sozinho mexer no aparelho 
eletrônico para realizar seu desejo. Ocorre que na tentativa Bobby quebra a estatua preferida de sua mãe, 
com medo da reação e das consequências Bobby tenta consertar e acaba por quebrar ainda mais além de 
mexer nas coisas de seu pai e de sua irmã. Neste momento Bobby por medo já realizou diversas tarefas 
proibidas para evitar que descubram a quebra do objeto. Quando seu pai chega e questiona sobre as 
ferramentas que Bobby mexeu, ele mente e joga a culpa em seu irmão – claramente neste momento 
Bobby está agindo sob a posição esquizoparanoide, onde a predominância é de medo e a preocupação é 
a preservação do ego, acionando o mecanismo de negação onde nega os aspectos da realidade psíquica 
que provocam um aumento muito grande de excitação e uma grande intensidade de emoções. A um 
momento em que Bobby se sente mal por ter inventado uma mentira, e diz não saber o porquê mentiu – 
insto seria um bom exemplo da ansiedade percursora, Bobby é capaz de sentir culpa mais não sabe 
identificar o porquê nem entender o que fez de errado, neste momento ele está tentando se preservar. 
Bobby se mantem negando mesmo após sua família descobrir suas mentiras, quando se vê sozinho e 
sente que todos o odeiam e que os perde-o, Bobby decide dizer a verdade sobre as coisas que fez e se 
desculpar – essa é uma boa amostra da posição depressiva, quando Bobby vê a situação como um todo 
ele é capaz de agir de forma a preservar o que é bom evitando assim que o perca, esse é o processo de 
integração do amor e do ódio, objetos bons e objetos maus e metades dissociadas do ego, isso começa a 
ocorrer na posição depressiva e contribui para o aumento das complexidades dos conflitos e das questões 
a serem elaboradas, aumenta o sentimento de culpa e o medo de destruir e perder o objeto bom, junto 
aumenta os impulsos para reparar o objeto amado que foi ferido, ou seja, Bobby cria coragem para dizer 
a verdade por medo de perder aqueles que ama. 
“...A elaboração das posições depressivas e persecutórias estende-se pelos primeiros anos da infância e 
desempenha um papel essencial na neurose infantil. No decurso desse processo, as ansiedades vão 
perdendo a força; os objetos tornam-se ao mesmo tempo menos idealizados e menos aterrorizantes, e o 
ego torna-se mais unificado.” (ibid., v. III, p34). 
 
 
 
 
 
 
6. CONCLUSÃO. 
Observamos que embora Klein tenha desenvolvido seus estudantes em uma linha psicanalítica, a 
aplicação de sua teoria agora se demonstra abranger diversas linhas, uma vez que possibilita a análise 
das situações que passamos e nas quais temos a base de nosso desenvolvimento. Assim como Klein 
buscou desenvolver seus estudos para trazer luz a análise infantil, nos foi possível graças a tais estudos 
obtidos em algum e em outras bibliografias, analisar a obra o fantástico mundo de Bobby, uma icônica 
série que retrata a vida de um criança, podendo assim de uma forma mais pratica, ver a teoria e 
compreende-la de uma forma que a nós nos foi muito clara. 
 
 
7. BIBLIOGRAFIA 
Melanie Klein Estilo e pensamento 
posição esquizoparanoide e depressiva segundo Melanie Klein: 
https://www.psicanaliseclinica.com/posicao-esquizoparanoide/ 
RedePsi – posição esquizoparanoide: http://www.redepsi.com.br/2008/02/19/posi-o-esquizoparan-ide/