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CONTRATO DEPÓSITO (1)

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CONTRATOS EM ESPÉCIE
DEPÓSITO
 
Conceito e características.
Conceito: O depósito é o contrato pelo qual um dos contraentes (depositário) recebe do outro (depositante) um bem móvel, obrigando-se a guardá-lo temporária e gratuitamente, para restituí-lo quando lhe for exigido (CC.art. 627). 
Art. 627. 
O depositante é a pessoa que entrega a coisa em depósito, e depositário, a que a recebe. 
Características:
Bilateral: porque envolve a prestação de ambas as partes, sendo certo que a prestação de um contratante tem por causa a prestação que lhe fornece o outro. 
Real 
Comutativo: equivalência das prestações.
Oneroso ou gratuito 
Não solene: porque não é daqueles contratos a que a lei impõe forma determinada. Pode ser ultimado por mero acordo verbal de vontades.
Intuitu personae ou não 
Requisitos 
O depósito exige, para a sua formação, os seguintes requisitos:
1°) Subjetivos, como a capacidade genérica para praticar os atos da vida civil, e a especial, por ser imprescindível o consentimento inequívoco e comum de entregar-se uma coisa em depósito e de haver aceitação pelo outro contraente. Se houver mera permissão de A para que B deixe um bem em sua casa, sem que A assuma a obrigação de custodiá-lo, não se terá depósito. Não reclama esse tipo de contrato que o depositante seja proprietário da coisa depositada, bastando que tenha capacidade para administrar, e dá ao cônjuge ampla liberdade para depositar bens que forem fruto de seu trabalho, sem anuência do outro (CC, art. 1.642). O depositário deverá ter aptidão para obrigar-se. Se o depositário se tornar incapaz na pendência do contrato,, a pessoa que lhe assumir administração deverá providenciar a imediata restituição da coisa depositada, e, não querendo ou não podendo o depositante recebê-la, deverá recolhê-la ao depósito público, ou então promover a nomeação de novo depositário (CC, art. 641).
Art. 641. Se o depositário se tornar incapaz, a pessoa que lhe assumir a administração dos bens diligenciará imediatamente restituir a coisa depositada e, não querendo ou não podendo o depositante recebê-la, recolhê-la-á ao Depósito Público ou promoverá nomeação de outro depositário.
Art. 1.642. Qualquer que seja o regime de bens, tanto o marido quanto a mulher podem livremente:
I - praticar todos os atos de disposição e de administração necessários ao desempenho de sua profissão, com as limitações estabelecida no inciso I do art. 1.647;
II - administrar os bens próprios;
III - desobrigar ou reivindicar os imóveis que tenham sido gravados ou alienados sem o seu consentimento ou sem suprimento judicial;
IV - demandar a rescisão dos contratos de fiança e doação, ou a invalidação do aval, realizados pelo outro cônjuge com infração do disposto nos incisos III e IV do art. 1.647;
V - reivindicar os bens comuns, móveis ou imóveis, doados ou transferidos pelo outro cônjuge ao concubino, desde que provado que os bens não foram adquiridos pelo esforço comum destes, se o casal estiver separado de fato por mais de cinco anos;
VI - praticar todos os atos que não lhes forem vedados expressamente.
2°) Objetivos, pois só podem ser objeto desse contrato coisas móveis corpóreas (p. ex., títulos de crédito, ações de uma sociedade, livros, mesa etc.), não se conciliando, porém, com a natureza fungível desses bens, embora excepcionalmente haja depósito de bens imóveis e fungíveis.
3°) Formais, sendo livre a sua forma, por não estar adstrito a forma especial; a lei, porém, reclama ad probationem o instrumento escrito para o depósito voluntário (CC, art. 646), dispensando-se esse requisito para o depósito necessário, que se prova por todos os meios admitidos em direito.
Art. 646. O depósito voluntário provar-se-á por escrito.
Espécies
O contrato de depósito divide-se nas seguintes modalidades:
1°) depósito voluntário ou convencional, se resultante da vontade livre das partes (CC, arts. 627 a 646); Consenso espontâneo; Pode ser pelo proprietário da coisa ou não – proprietário pode autorizar que outro deposite o bem.
2°) depósito necessário (CC, arts. 647 a 652), Depósito necessário é aquele que o depositante por imposição legal ou premido por circunstâncias imperiosas, realiza com pessoa não escolhida livremente. Não é intuitu personae; É depósito obrigatório.
Divide-se em:
depósito legal, se decorrente de lei; 
depósito miserável, se efetuado por ocasião de alguma calamidade pública; e 
depósito do hoteleiro ou do hospedeiro; art. 649
3°) depósito irregular, se incidir sobre bens fungíveis, e regular, se tiver por objeto coisas infungíveis;
4°) depósito judicial ou sequestro, se realizado pelo juiz (CPC, art. 664);
5°) depósito civil e comercial, ou melhor, empresarial, que, pelo art. 628 do Código Civil, será aquele que:
provier de atividade negocial; 
for praticado por profissão ou durante o exercício da empresa; logo, se faltarem tais requisitos, será civil o depósito.
Depósito voluntário ou convencional
O depósito voluntário ou convencional, regido pelos arts. 627 a 646 do código Civil, advém de livre convenção dos contraentes, visto que o depositante escolhe espontaneamente o depositário, confiando à sua guarda coisa móvel corpórea para ser restituída quando reclamada, sem sofrer quaisquer pressões das circunstâncias externas. Somente se prova por escrito (CC, art. 646). Prendo ser feito por instrumento particular ou público.
Depósito necessário
O depósito necessário - previsto no Código Civil, arts. 647 a 652 - é aquele que independe da vontade das partes, por resultar de fatos imprevistos e irremovíveis, que levam o depositante a efetuá-lo entregando a guarda de um objeto a pessoa que desconhece, a fim de subtraí-lo de uma ruína imediata, não lhe sendo permitido escolher livremente o depositário, ante a urgência da situação. É, em regra, um contrato consensual, podendo ser provado, principalmente o depósito miserável, por qualquer meio admissível em direito (CC, art. 648, parágrafo único; CPC, art. 402, II), ante a urgente necessidade de sua efetivação. E, além disso, não se presume gratuito (CC, art. 651, 1° alínea), pois se o depositário não é livremente escolhido, recebendo uma remuneração, será mais cuidadoso e atento.
Subdivide-se em:
1°) Depósito legal, se feito em desempenho de obrigação legal (cc, art. 647, I). P. ex.: 
o depósito que é obrigado a fazer o descobridor de coisa perdida (CC, art. 1.233, parágrafo único); 
o de dívida vencida, na pendência da lide, se vários credores disputarem o montante, uns excluindo os outros (CC, art. 345); 
o feito pelo administrador dos bens do depositário que se tenha tornado incapaz (CC, art. 641); 
o do lote compromissado, no caso de recusa de recebimento da escritura definitiva (Dec.-lei n. 58/37, art. 17, parágrafo único; Dec. n. 3.079/38, art. 17, parágrafo único; Lei n. 6.766/79); 
o do art. 1.435, V, do Código Civil: se o credor pignoratício receber soma que exceda ao seu crédito, deverá restituir o excesso ao caucionante e por esse excesso será tido como depositário.
Art. 647. É depósito necessário:
I - o que se faz em desempenho de obrigação legal;
O depósito legal regular-se-á pela disposição da respectiva lei, e, se nela houver silêncio ou deficiência, pelas normas atinentes ao depósito voluntário (CC, art. 648, caput).
Art. 648. O depósito a que se refere o inciso I do artigo antecedente, reger-se-á pela disposição da respectiva lei, e, no silêncio ou deficiência dela, pelas concernentes ao depósito voluntário.
2°) Depósito miserável, se efetuado por ocasião de alguma calamidade, como incêndio, inundação, naufrágio ou saque (CC, art. 647, II), quando o depositante, ante tal circunstância especial, é obrigado a se socorrer da primeira pessoa que aceitar depositar os bens que conseguiu salvar.
Tal depósito, por força do art. 648, parágrafo único, reger-se-á pela respectiva disposição normativa, e, no seu silêncio ou falha, pelas leis alusivas ao depósito voluntário, provando-se por qualquer meio de prova. “antecedente, podendoestes certificarem-se por qualquer meio de prova”.
3°) Depósito do hospedeiro, ou seja, o da bagagem dos viajantes ou hóspedes nas hospedarias onde eles estiverem (CC, art. 649), abrangendo, ainda, internatos, colégios, hospitais etc., em que se recebem pessoas para estadia a troco de dinheiro. O hospedeiro, ou estalajadeiro, responderá pela bagagem não só como depositário, mas também pelos furtos e roubos que perpetrarem as pessoas empregadas ou admitidas em seus estabelecimentos (CC, art. 649, parágrafo único), dispensando-se prova por escrito, seja qual for o respectivo valor. Tal responsabilidade é considerada como um risco do negócio, embora não haja tradição real, mas ficta, bastando que a bagagem do hóspede seja introduzida em seu estabelecimento. Essa responsabilidade só diz respeito aos bens que habitualmente costumam levar consigo os que viajam, como roupas e objetos de uso pessoal, não alcançando quantias vultosas ou joias, exceto se o hospedeiro proceder culposamente ou se o hóspede fizer depósito voluntário com a administração da hospedaria. Isto é assim porque o hospedeiro se oferece à confiança do público, que não tem oportunidade de verificar a idoneidade dos estabelecimentos por ele explorado. Ele tem o dever de manter a bagagem no estado em que a recebeu em seu estabelecimento; se esta se perder ou se deteriorar, há presunção juris tantum de sua culpabilidade. 
O hóspede lesado, para receber a indenização a que faz jus, só terá de comprovar o contrato de hospedagem e o dano dele resultante.
Art. 649. Aos depósitos previstos no artigo antecedente é equiparado o das bagagens dos viajantes ou hóspedes nas hospedarias onde estiverem.
Parágrafo único - Os hospedeiros responderão como depositários, assim como pelos furtos e roubos que perpetrarem as pessoas empregadas ou admitidas nos seus estabelecimentos.
Entretanto, o hospedeiro poderá excluir tal responsabilidade se: 
celebrar convenção com o hóspede; logo, não bastarão simples declarações unilaterais ou regulamentos internos baixados por ele nas dependências da hospedaria;
provar que o prejuízo do hóspede, viajante ou freguês, não poderia ter sido evitado (CC, art. 650); c) ocorrer força maior ou caso fortuito, como escalada, invasão da casa; roubo a mão armada ou violências semelhantes (CC, art. 650); logo. se se tratar de furto simples, com emprego de chave falsa, ou sem outras violências, terá responsabilidade; 
houver culpa do hóspede, que deixou, p. ex., aberta a porta de seu quarto.
Esse depósito é remunerado, sendo tal remuneração incluída no preço da hospedagem (CC, art. 651, 2ª parte).
Art. 650. Cessa, nos casos do artigo antecedente, a responsabilidade dos hospedeiros, se provarem que os fatos prejudiciais aos viajantes ou hóspedes não podiam ter sido evitados.
Art. 651. O depósito necessário não se presume gratuito. Na hipótese do art. 649, a remuneração pelo depósito está incluída no preço da hospedagem.
Depósito regular e irregular
O depósito regular ou ordinário é o atinente à coisa individuada, infungível e inconsumível, que deve ser restituída in natura, isto é, o depositário deverá devolver exatamente a própria coisa depositada. P ex o contrato de custódia de ações ou valores mobiliários inclui-se entre os de depósito regular, se identificáveis por número e se não houver estipulação de que o depositário os pode consumir.
O depósito irregular recai sobre bem fungível ou consumível, de modo que o dever de restituir não tem por objeto a mesma coisa depositada, mas outra do mesmo gênero, qualidade e quantidade (CC, art. 645), regendo-se pelo disposto acerca do mútuo (CC, arts. 586 a 592). Tem sempre em vista o interesse do depositante, que pode exigir a restituição do bem a qualquer momento, mesmo que haja prazo convencionado para tal devolução - essa é a principal diferença entre esse depósito e o mútuo. O depósito irregular não se transforma em empréstimo, pois visa assegurar a disponibilidade da coisa; o depositário, ao guardá-la, não aumentará o seu patrimônio, visto que do seu ativo sempre será excluído o valor representativo do quantum depositado, sujeito à restituição a qualquer momento, o que não ocorrerá com o empréstimo, uma vez que o bem mutuado se incorporará ao patrimônio do devedor. 
Art. 645. O depósito de coisas fungíveis, em que o depositário se obrigue a restituir objetos do mesmo gênero, qualidade e quantidade, regular-se-á pelo disposto acerca do mútuo.
Casos típicos são: 
o depósito bancário (no que atina à relação entre depositante do recurso monetário e o banco e não ao contrato de depósito bancário propriamente dito, no qual a instituição financeira passa a titularizar a propriedade dos valores depositados), em que o banco se compromete a restituir a qualquer instante em que lhe for reclamada a quantia depositada; 
o depósito de mercadorias nos armazéns gerais .
Depósito judicial
O depósito judicial ou sequestro é o determinado por mandado do juiz, que entrega a terceiro coisa litigiosa (móvel ou imóvel), com o intuito de preservar a sua incolumidade, até que se decida a causa principal, para que não haja prejuízo aos direitos dos interessados. Esse depósito é remunerado e confere poderes de administração, necessários à conservação dos bens.
 Consequências jurídicas
O depósito gera:
1) O depositário terá o direito de:
receber do depositante as despesas necessárias feitas com a coisa e a indenização dos prejuízos oriundos do depósito (CC, art. 643;); 
Art. 643. O depositante é obrigado a pagar ao depositário as despesas feitas com a coisa, e os prejuízos que do depósito provierem.
reter a coisa depositada até que se lhe pague a retribuição devida e o valor líquido das despesas necessárias e dos prejuízos a que se refere o art. 643 do Código Civil, provando-os imediatamente de modo suficiente (CC, art. 644). E, se essas despesas ou prejuízos não forem provados suficientemente, ou forem ilíquidos, o depositário poderá exigir caução idônea do depositante, ou, na falta desta, a remoção da coisa para o depósito público, até que se liquidem (CC, art. 644, parágrafo único);
Art. 644. O depositário poderá reter o depósito até que se lhe pague a retribuição devida, o líquido valor das despesas, ou dos prejuízos a que se refere o artigo anterior, provando imediatamente esses prejuízos ou essas despesas.
Parágrafo único - Se essas dívidas, despesas ou prejuízos não forem provados suficientemente, ou forem ilíquidos, o depositário poderá exigir caução idônea do depositante ou, na falta desta, a remoção da coisa para o Depósito Público, até que se liquidem.
exigir, havendo cláusula contratual expressa, a remuneração pactuada, pois estará afastada a gratuidade do depósito;
requerer o depósito judicial da coisa, quando por motivo plausível a não puder guardar e o depositante não lhe queira receber (CC, arts. 635 e 641) e nos casos do art. 633
Art. 635. Ao depositário será facultado, outrossim, requerer depósito judicial da coisa, quando, por motivo plausível, não a possa guardar, e o depositante não queira recebê-la.
Art. 633. Ainda que o contrato fixe prazo à restituição, o depositário entregará o depósito logo que se lhe exija, salvo se tiver o direito de retenção a que se refere o art. 644, se o objeto for judicialmente embargado, se sobre ele pender execução, notificada ao depositário, ou se houver motivo razoável de suspeitar que a coisa foi dolosamente obtida.
Art. 641. Se o depositário se tornar incapaz, a pessoa que lhe assumir a administração dos bens diligenciará imediatamente restituir a coisa depositada e, não querendo ou não podendo o depositante recebê-la, recolhê-la-á ao Depósito Público ou promoverá nomeação de outro depositário.
compensação, se se fundar noutro depósito (CC, art. 638, in fine). 
Art. 638. Salvo os casos previstos nos arts. 633 e 634, não poderá o depositário furtar-se à restituição do depósito, alegando não pertencer a coisa ao depositante, ou opondo compensação, exceto se noutro depósito se fundar.
2) O depositárioterá a obrigação de:
guardar a coisa sob seu poder, sendo-lhe permitido invocar a ajuda de auxiliares, que ficarão sob sua responsabilidade;
ter na custódia da coisa depositada o cuidado e a diligência que costuma com o que lhe pertence (CC, art. 629), respondendo pela sua perda ou deterioração se contribuiu dolosa ou culposamente para que isso acontecesse;
Art. 629. O depositário é obrigado a ter na guarda e conservação da coisa depositada o cuidado e diligência que costuma com o que lhe pertence, bem como a restituí-la, com todos os frutos e acrescidos, quando o exija o depositante.
não se utilizar da coisa depositada sem autorização expressa do depositante, sob pena de responder por perdas e danos (CC, art. 640), pois o depósito visa à custódia da coisa e não ao seu uso, nem a dar em depósito a outrem, e, se, devidamente autorizado, a confiar em depósito a terceiro, terá responsabilidade por culpa in eligendo (CC, art. 640, parágrafo único) pelos danos que ele causar à coisa depositada;
Art. 640. Sob pena de responder por perdas e danos, não poderá o depositário, sem licença expressa do depositante, servir-se da coisa depositada, nem a dar em depósito a outrem.
Parágrafo único - Se o depositário, devidamente autorizado, confiar a coisa em depósito a terceiro, será responsável se agiu com culpa na escolha deste.
manter a coisa no estado em que lhe foi entregue; deverá respeitar o segredo da coisa sob sua guarda, pois assim prescreve o Código Civil.
Art. 630. Se o depósito se entregou fechado, colado, selado, ou lacrado, nesse mesmo estado se manterá.
restituir, no local estipulado ou no lugar do depósito, o objeto depositado in natura ou seu equivalente se: 
se tratar de depósito irregular; 
a coisa depositada se perder por força maior ou por fato inimputável ao depositário, que recebeu outra em seu lugar, pois nesse caso será obrigado a restituir a coisa sub-rogada ao depositante e ceder-lhe as ações que tiver contra o terceiro responsável pela restituição da primeira (CC, art. 636); 
Art. 636. O depositário, que por força maior houver perdido a coisa depositada e recebido outra em seu lugar, é obrigado a entregar a segunda ao depositante, e ceder-lhe as ações que no caso tiver contra o terceiro responsável pela restituição da primeira.
o herdeiro do depositário tiver vendido de boa fé a coisa depositada; será, então, obrigado a assistir o depositante na reivindicação e a restituir ao comprador o preço recebido (CC, art. 637); 
Art. 637. O herdeiro do depositário, que de boa-fé vendeu a coisa depositada, é obrigado a assistir o depositante na reivindicação, e a restituir ao comprador o preço recebido.
a perda da coisa se der por culpa do depositário. 
O depositário deverá restituir a coisa depositada ao depositante, não podendo, salvo nos casos dos arts. 633 e 634 do Código Civil, furtar-se à restituição do bem, alegando que ele não pertence ao depositante, ou opondo compensação, exceto se noutro depósito se fundar (CC, art. 638). 
Art. 638. Salvo os casos previstos nos arts. 633 e 634, não poderá o depositário furtar-se à restituição do depósito, alegando não pertencer a coisa ao depositante, ou opondo compensação, exceto se noutro depósito se fundar.
Art. 633. Ainda que o contrato fixe prazo à restituição, o depositário entregará o depósito logo que se lhe exija, salvo se tiver o direito de retenção a que se refere o art. 644, se o objeto for judicialmente embargado, se sobre ele pender execução, notificada ao depositário, ou se houver motivo razoável de suspeitar que a coisa foi dolosamente obtida.
Art. 634. No caso do artigo antecedente, última parte, o depositário, expondo o fundamento da suspeita, requererá que se recolha o objeto ao Depósito Público.
Se houver dois ou mais depositantes e for divisível a coisa, deverá entregar a cada um a respectiva parte, salvo se existir solidariedade entre eles (CC, art. 639). 
Art. 639. Sendo dois ou mais depositantes, e divisível a coisa, a cada um só entregará o depositário a respectiva parte, salvo se houver entre eles solidariedade.
Nada obsta a que a restituição do bem seja feita a outra pessoa que não o depositante, se ele a indicar no contrato de depósito. 
A morte do depositário não extingue a obrigação de restituir, pois o depósito se transmite como um direito ou como um dever aos herdeiros do depositante e do depositário. O depositário deverá restituir a coisa aos herdeiros ou ao inventariante, mediante autorização judicial, se o depositante falecer.
Art. 633. Ainda que o contrato fixe prazo à restituição, o depositário entregará o depósito logo que se lhe exija, salvo se tiver o direito de retenção a que se refere o art. 644, se o objeto for judicialmente embargado, se sobre ele pender execução, notificada ao depositário, ou se houver motivo razoável de suspeitar que a coisa foi dolosamente obtida.
Art. 634. No caso do artigo antecedente, última parte, o depositário, expondo o fundamento da suspeita, requererá que se recolha o objeto ao Depósito Público.
Mesmo que não se tenha estipulado prazo, o depositário será obrigado a restituir a coisa depositada com os acessórios, frutos e acrescidos (CC, art. 629, in fine;), assim que o depositante a exigir, salvo os casos previstos no Código Civil, arts. 633 e 634, sob pena de ser compelido a fazê-lo, mediante prisão não excedente a um ano, e a ressarcir os danos decorrentes do seu inadimplemento (CC, art. 652);
Art. 629. O depositário é obrigado a ter na guarda e conservação da coisa depositada o cuidado e diligência que costuma com o que lhe pertence, bem como a restituí-la, com todos os frutos e acrescidos, quando o exija o depositante.
Art. 652. Seja o depósito voluntário ou necessário, o depositário que não o restituir quando exigido será compelido a fazê-lo mediante prisão não excedente a um ano, e ressarcir os prejuízos.
Se o bem foi depositado no interesse de terceiro, e o depositário tiver sido cientificado deste fato pelo depositante, não poderá ele exonerar-se devolvendo a coisa a este sem consenso daquele (CC, art. 632);
Art. 632. Se a coisa houver sido depositada no interesse de terceiro, e o depositário tiver sido cientificado deste fato pelo depositante, não poderá ele exonerar-se restituindo a coisa a este, sem consentimento daquele.
responder pelos riscos da coisa, mesmo por caso fortuito ou força maior: 
se houver convenção nesse sentido; 
se estiver em mora de restituir a coisa depositada (CC, arts. 399 e 393); 
se o caso fortuito sobreveio quando o depositário, sem licença do depositante, se utilizava do bem depositado. Portanto, em regra, tais riscos serão suportados pelo depositante, não respondendo o depositário por caso fortuito e força maior, mas, para que lhe valha a escusa, deverá prová-los (CC, art. 642); 
Art. 399. O devedor em mora responde pela impossibilidade da prestação, embora essa impossibilidade resulte de caso fortuito ou de força maior, se estes ocorrerem durante o atraso; salvo se provar isenção de culpa, ou que o dano sobreviria ainda quando a obrigação fosse oportunamente desempenhada.
Art. 393. O devedor não responde pelos prejuízos resultantes de caso fortuito ou força maior, se expressamente não se houver por eles responsabilizado.
Parágrafo único - O caso fortuito ou de força maior verifica-se no fato necessário, cujos efeitos não era possível evitar ou impedir.
Art. 642. O depositário não responde pelos casos de força maior; mas, para que lhe valha a escusa, terá de prová-los.
não transferir o depósito sem autorização do depositante.
3) Direitos e deveres do depositante, que constituem o inverso dos direitos e obrigações do depositário. 
Terá o direito de:
exigir a restituição da coisa depositada, com todos os seus acessórios, a qualquer tempo, mesmo antes do vencimento do prazo estipulado; salvo disposição em contrário, essa restituição deverá dar-se no local em que tiver de ser guardada, correndo as despesas de restituição à conta do depositante (CC, art. 631).
impediro uso da coisa depositada, se não o autorizou;
exigir a conservação da coisa no estado em que a entregou. 
Art. 631. Salvo disposição em contrário, a restituição da coisa deve dar-se no lugar em que tiver de ser guardada. As despesas de restituição correm por conta do depositante.
O depositante terá o dever de: 
pagar a remuneração do depositário, se convencionada;
reembolsar ex lege o depositário das despesas necessárias feitas com a coisa, indenizando-o dos prejuízos resultantes do depósito (CC, art. 643), e pagar ex contractu as úteis ou voluptuárias, desde que as tenha permitido;
responder pelos riscos do contrato de depósito, por ser ele o proprietário da coisa depositada;
dar caução idônea, exigida pelo depositário, se as despesas ou prejuízos não forem provados suficientemente ou forem ilíquidos (CC, art. 644, parágrafo único).
Art. 643. O depositante é obrigado a pagar ao depositário as despesas feitas com a coisa, e os prejuízos que do depósito provierem.
Art. 644. O depositário poderá reter o depósito até que se lhe pague a retribuição devida, o líquido valor das despesas, ou dos prejuízos a que se refere o artigo anterior, provando imediatamente esses prejuízos ou essas despesas.
Parágrafo único - Se essas dívidas, despesas ou prejuízos não forem provados suficientemente, ou forem ilíquidos, o depositário poderá exigir caução idônea do depositante ou, na falta desta, a remoção da coisa para o Depósito Público, até que se liquidem.
5. Extinção
O contrato de depósito extingue-se:
1) pelo vencimento do prazo;
2) pela manifestação unilateral do depositante, que tem o direito de exigir a restituição do bem a todo tempo;
3) por iniciativa do depositário que, se não quiser mais custodiar o bem, devolvê-lo-á ao depositante, e, se este se recusar a recebê-lo, poderá o depositário, tendo motivo plausível para não o guardar, requerer o seu depósito judicial (CC, art. 635);
4) pelo perecimento da coisa depositada, em razão de força maior ou caso fortuito, sem sub-rogação em outro bem;
5) pela morte ou incapacidade superveniente (interdição, falência) do depositário, se o contrato de depósito for intuitu personae;
6) pelo decurso do prazo de vinte e cinco anos, quando não reclamado o bem.
Art. 635. Ao depositário será facultado, outrossim, requerer depósito judicial da coisa, quando, por motivo plausível, não a possa guardar, e o depositante não queira recebê-la.

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