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UNIDADE VII – Respiração 40 – Princípios Físicos da Troca Gasosa; Difusão de Oxigênio e Dióxido de Carbono Através da Membrana Respiratória - Deve ocorrer a ventilação e posterior difusão do oxigênio dos alvéolos para o sangue pulmonar e difusão do dióxido de carbono na direção oposta, para fora do sangue. FÍSICA DA DIFUSÃO GASOSA E PRESSÕES PARCIAIS DOS GASES - Gases envolvidos são moléculas simples, livres para a difusão que ocorre devido a energia cinética das mesmas. - A pressão é diretamente proporcional à concentração das moléculas de gás. - A intensidade de difusão de cada gás depende de sua pressão parcial. - Gases dissolvidos na água também exercem pressão! - A pressão parcial de um gás dissolvido é determinada pela sua concentração e coeficiente de solubilidade. - Lei de Henry: a pressão parcial é diretamente proporcional à [gás dissolvido] e inversamente proporcional ao coeficiente de solubilidade. - CO2 tem coeficiente de solubilidade maior que o O2, logo, exerce menor pressão. - Há difusão entre os gases na fase gasosa nos alvéolos e na fase dissolvida no sangue pulmonar. - A intensidade com a qual as moléculas dissolvidas no sangue escapam para os alvéolos depende da sua pressão parcial no sangue. - Difusão efetiva: determinada pela diferença entre as pressões parciais. - Pressão de vapor: pressão parcial exercida pelas moléculas de água para a fase gasosa (depende da temperatura da água). # A DIFERENÇA DE PRESSÃO CAUSA DIFUSÃO EFETIVA DE GASES ATRAVÉS DOS LÍQUIDOS - Algumas moléculas conseguem se mover da área de baixa pressão para a área de alta pressão. - Difusão efetiva = nº de moléculas que se movem da área de maior para menor pressão – nº de moléculas que se move na direção oposta. - O nº de moléculas que se move na direção oposta é proporcional à “diferença de pressão que causa difusão” (pressão parcial do gás entre as duas áreas). Quantificando a Intensidade Efetiva de Difusão nos Líquidos - Além da diferença de pressão, outros fatores afetam a difusão gasosa em líquido: (1) Solubilidade do gás no líquido; (2) Área de corte transversal do líquido; (3) Distância pela qual o gás precisa se difundir; (4) Peso molecular do gás; (5) Temperatura do líquido. As composições dos ares alveolar e atmosférico são diferentes - O ar atmosférico é diferente do alveolar por: (1) O ar alveolar é substituído apenas parcialmente pelo ar atmosférico a cada respiração; (2) O oxigênio é absorvido pelo sangue pulmonar do ar alveolar; (3) O dióxido de carbono se difunde do ar pulmonar para os alvéolos; (4) O ar atmosférico seco que entra nas vias respiratórias é umidificado antes de atingir os alvéolos. # UMIDIFICAÇÃO DO AR NAS VIAS RESPIRATÓRIAS - Na medida em que a pressão total nos alvéolos não consegue ultrapassar a pressão atmosférica, o vapor de água dilui todos os gases no ar inspirado. # O AR ALVEOLAR É RENOVADO LENTAMENTE PELO AR ATMOSFÉRICO - O volume do ar alveolar substituído por ar atmosférico a cada respiração é de 1/7 do total (necessárias múltiplas respirações para ocorrer a troca da maior parte do ar alveolar). - Isso é importante para evitar mudanças repentinas nas concentrações de gases no sangue (variações de CO2 , O2 e pH). # CONCENTRAÇÃO DE OXIGÊNIO E PRESSÃO PARCIAL - O oxigênio é absorvido dos alvéolos pelo sangue pulmonar e vindo da atmosfera. - Logo, a [oxigênio] nos alvéolos e sua pressão parcial são controladas pela intensidade de absorção de oxigênio pelo sangue e intensidade de entrada de novo oxigênio nos pulmões pelo processo ventilatório. - Um aumento acentuado na ventilação alveolar não aumenta a PO2 alveolar acima de 149 mmHg desde que a pessoa esteja respirando ar atmosférico normal no nível da pressão do mar (PO2 máxima no ar umidificado com essa pressão). # CONCENTRAÇÃO E PRESSÃO PARCIAL DE CO2 NOS ALVÉOLOS - O CO2 é removido dos alvéolos pela ventilação constantemente. - A PCO2 alveolar aumenta diretamente na proporção da excreção de CO2. - A PCO2 alveolar diminui na proporção inversa da ventilação alveolar. - Portanto, as concentrações e as pressões parciais, tanto do O2 quanto do CO2, nos alvéolos são determinadas pelas intensidades de absorção ou excreção dos dois gases e pelo valor da ventilação alveolar! Ar expirado - Sua composição é determinada: pela quantidade de ar expirado do espaço morto e, de ar alveolar. - Ar alveolar é a última porção do ar expirado. Difusão de gases através da membrana respiratória - Unidade respiratória: “lóbulo respiratório” = bronquíolo respiratório, duetos alveolares, átrios e alvéolos. - Gases alveolares próximos ao sangue dos capilares pulmonares. - A troca gasosa entre o ar alveolar e o sangue pulmonar se dá através das membranas de todas as porções terminais dos pulmões, e não apenas nos próprios alvéolos. - “Membrana respiratória”/ “membrana pulmonar”. - Camadas da membrana respiratória: (1) Camada de líquido revestindo o alvéolo com surfactante; (2) Epitélio alveolar; (3) Membrana basal epitelial. (4) Espaço intersticial delgado; (5) Membrana basal capilar; (6) Membrana endotelial capilar. - Espessura é muito fina! # FATORES QUE AFETAM A INTENSIDADE DA DIFUSÃO GASOSA ATRAVÉS DA MEMRBANA RESPIRATÓRIA - Fatores que determinam a rapidez com que um gás atravessará a membrana: (1) Espessura da membrana; - Pode aumentar em função de edema, os gases deverão atravessar a membrana e o líquido. - Doenças que causam fibrose aumentam a espessura da membrana respiratória. - Inversamente proporcional. (2) Área superficial da membrana; - Remoção de um pulmão, enfisema. - Troca gasosa comprometida até mesmo sob repouso. (3) Coeficiente de difusão do gás; - Depende da solubilidade do gás na membrana. (4) Diferença de pressão parcial do gás entre os lados da membrana - É medida da tendência efetiva das moléculas do gás em se moverem através da membrana. # CAPACIDADE DE DIFUSÃO DA MEMBRANA RESPIRATÓRIA - Capacidade de difusão da membrana respiratória = volume de gás que se difundirá através da membrana a cada minuto, para a diferença de pressão parcial de 1 mmHg. - É a capacidade da membrana respiratória de trocar um gás entre os alvéolos e o sangue pulmonar. - Durante exercício intenso ou em condições que aumentem muito o FS pulmonar e a ventilação alveolar, a capacidade de difusão do oxigênio aumenta devido: (1) Abertura de capilares pulmonares ou dilatação extra dos capilares já abertos; (2) Melhor relação entre ventilação dos alvéolos e a perfusão dos capilares alveolares com sangue (proporção ventilação- perfusão). O Método do CO - A capacidade de difusão do oxigênio pode ser calculada a partir de medidas da PO2 alveolar, da PO2, no sangue capilar pulmonar e da intensidade de captação do oxigênio pelo sangue. - Calcula-se a capacidade de difusão do O2 a partir da capacidade de difusão do CO. - Método CO: pequena quantidade de CO é respirada pelos alvéolos e sua a pressão parcial é medida no ar alveolar. - A pressão do CO no sangue é aprox. zero porque a hemoglobina se combina com esse gás tão rápido que sua pressão não tem tempo de se estabelecer. - Capacidade de difusão do O2 = capacidade de difusão do CO x 1,23 (coeficiente de difusão do O2). Efeito da Proporção Ventilação- Perfusão na Concentração de Gás Alveolar - Podem haver áreas perfundidas e não ventiladas e áreas ventiladas mas não perfundidasno pulmão. - Essas áreas comprometem a troca gasosa mesmo que a ventilação total e o FS pulmonar total estejam normais. * Proporção ventilação-perfusão: expressa por VA/Q. (1) Pressões Parciais Alveolares quando VA/Q é normal - A troca de O2 e CO2 é quase ideal. (2) Pressões Parciais Alveolares quando VA/Q é igual a infinito - Quando existe ventilação adequada, mas zero perfusão. - Não há troca gasosa!!! - Os gases alveolares não entram em equilíbrio com o sangue venoso e o ar alveolar fica quase igual ao ar inspirada umidificado. (3) Pressões Parciais Alveolares quando VA/Q é igual zero - Quando a ventilação é zero, mas existe perfusão. - O ar nos alvéolos entra em equilíbrio com O2 e CO2 no sangue, porque esses gases se difundem entre o sangue e o capilar alveolar. - À medida que o sangue que circula nos capilares é sangue venoso que retorna aos pulmões, é com os gases nesse sangue que os alveolares entram em equilíbrio! Conceito de Derivação Fisiológica - Quando VA/Q está abaixo do normal. - Ocorre ventilação inadequada para oxigenar completamente o sangue que flui pelos capilares alveolares (parte do sangue venoso que passa pelos capilares não é oxigenada). - Essa fração é denominada “sangue derivado”. - Sangue adicional flui pelos vasos brônquicos (e não pelos capilares) também é sangue derivado, não oxigenado. - Derivação fisiológica: montante quantitativo total de sangue derivado por minuto é denominado. - Quanto maior a derivação fisiológica, maior a quantidade de sangue que não consegue ser oxigenada enquanto atravessa os pulmões. “Espaço Morto Fisiológico” - Quando há ventilação, mas baixo FS alveolar, existe mais oxigênio disponível nos alvéolos do que pode ser transportado para fora pelo sangue circulante. - A ventilação desses alvéolos é desperdiçada. - A ventilação das áreas de espaço morto anatômico das vias respiratórias também é desperdiçada. - A soma desses dois tipos de ventilação desperdiçada é denominada “espaço morto fisiológico”. Anormalidades da Proporção Ventilação-Perfusão - Ápice pulmonar: FS e ventilação diminuídos em comparação com a base, porém, a diminuição do fluxo sanguíneo é mais considerável. - Há um grau moderado de espaço morto fisiológico nessa área. - Base pulmonar: há um pouco menos de ventilação do que FS. - Pequena fração de sangue não consegue ser oxigenado, representando derivação fisiológica. - As desigualdades da ventilação e da perfusão diminuem a efetividade dos pulmões nas trocas de O2 e CO2. * VA/Q na DPOC - Enfisema: faz com que paredes alveolares sejam destruídas. - Conforme os bronquíolos são obstruídos, os alvéolos não são ventilados (VA/Q próxima de zero). - Onde as paredes alveolares foram destruídas mas ainda resta ventilação, esta é desperdiçada. - DPOC: algumas áreas exibem derivação fisiológica séria e outras, espaço morto fisiológico sério. Giovanna Mallmann
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