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Contestação Falências Direito Empresarial II - 06 09 - Leandro Renato Thiago

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UNIVERSIDADE DO OESTE DE SANTA CATARINA
CURSO DE DIREITO 
Professora: Juliana de Oliveira
Acadêmico(s) : Leandro C. Lermen, Renato J. Wolff e Thiago F. Schuch
	
Instruções: TAE em substituição à aula do dia 02.08.2019. BOA AVALIAÇÃO!!!
Data de entrega: 06.09.2019
Peso: 10,00 
A atividade poderá ser realizada em duplas ou trios de forma manuscrita ou digitada.
CASO PRÁTICO PROFISSIONAL
Beta Indústria Automotiva Ltda. recebeu, como ré, mandado de citação em ação falimentar promovida por Alfa Ltda., cujo pedido consiste na decretação de falência de Beta ou a realização de depósito da quantia alegada como devida, acrescida de correção monetária, juros, custas processuais e honorários advocatícios. A demanda foi ajuizada perante a 1ª Vara de Falências de Pinhalzinho – SC. Na inicial, consta, como causa de pedir, a falta de pagamento, no vencimento, de três notas promissórias, respectivamente, nos valores de R$ 500,00, R$ 1.000,00 e R$ 3.000,00, juntadas as cópias autenticadas das referidas notas promissórias vencidas e não protestadas, e a cópia autenticada do contrato social da sociedade requerente, tendo sido esses os únicos documentos que acompanharam a inicial além do instrumento de procuração. 
Na qualidade de advogado de Beta Indústria Automotiva Ltda., possuidora de equilíbrio financeiro, elabore a peça judicial mais adequada à defesa de sua cliente contra a pretensão de Alfa Ltda.
EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) JUIZ(A) DE DIREITO DA 1ª VARA DE FALÊNCIAS DE PINHALZINHO – SC
Autos n. XXX
Beta Indústria Automotiva Ltda, pessoa jurídica de direito privado, com sede na rua ..., inscrita no CNPJ nº ..., por meio de seus procuradores, vem, perante Vossa Excelência, com fulcro no artigo 98 da Lei n. 11.101/05, no prazo legal, apresentar:
CONTESTAÇÃO 
Em face da ação falimentar promovida por Alfa Ltda, pessoa jurídica de direito privado com sede ..., inscrita no CNPJ nº ..., pelos fatos e fundamentos a seguir.
RELATO DA INICIAL
	Trata-se de ação falimentar proposta por Alta Ltda., requerendo a decretação de falência de Beta Industria Automotiva Ltda. ou a realização de depósito da quantia alegada como devida, acrescida de correção monetária, juros, custas processuais e honorários advocatícios.
	A parte autora alega que a empresa requerida deixou de realizar o pagamento de três notas promissórias nos valores de R$ 500,00 (quinhentos reais), R$ 1.000,00 (mil reais) e R$ 3.000,00 (três mil reais), resultando no montante de R$ 4.500,00 (quatro mil e quinhentos reais). Na exordial, a autora acostou cópia autenticada do contrato social da requerente e instrumento de procuração, além dos títulos de crédito.
PRELIMINARMENTE – DA FALTA DE INTERESSE PROCESSUAL
	
	A presente ação carece dos pressupostos necessários para decretação de falência, havendo portanto, prejudiciais ao mérito, como que deverão ser verificadas preliminarmente, pois ensejaram na extinção do presente feito, pelos motivos expostos a seguir
	Não é cabível no presente procedimento a decretação de falência da parte requerida, pois, com base no artigo 94 da Lei n. 11.101/05, só pode ser decretada falência do devedor que a obrigação líquida materializada em título executivo protestado ultrapasse o equivalente e 40 (quarenta) salários mínimos na data do pedido de falência.
	Observa-se que é aplicado no caso em tela, pois como o requerente afirma, os títulos executivos perfazem o montante de R$ 4.500,00.
	Além desse requisito, o rol do artigo 94 expõe que somente é cabível decretação de falência contra devedor insolvente e que pratica atos de insolvência. 	Diante dessa premissa a medida a ser tomada é o indeferimento da petição inicial e consequentemente, a extinção do feito sem resolução do mérito, conforme artigo 485, inciso I, do Código de Processo Civil.
DO MÉRITO
	Conforme apresentado preliminarmente, a presente ação deve ser extinta sem resolução de mérito.
	O requerente alega que é credor do requerido no valor de R$ 4.500,00 (quatro mil e quinhentos reais). Ocorre Excelência que o presente procedimento não é o correto para sanar tal débito, visto que as hipóteses para decretar a falência estão previstas no artigo 94 da lei 11.101, in verbis:
Art. 94. Será decretada a falência do devedor que:
I – sem relevante razão de direito, não paga, no vencimento, obrigação líquida materializada em título ou títulos executivos protestados cuja soma ultrapasse o equivalente a 40 (quarenta) salários-mínimos na data do pedido de falência;
II – executado por qualquer quantia líquida, não paga, não deposita e não nomeia à penhora bens suficientes dentro do prazo legal;
III – pratica qualquer dos seguintes atos, exceto se fizer parte de plano de recuperação judicial:
a) procede à liquidação precipitada de seus ativos ou lança mão de meio ruinoso ou fraudulento para realizar pagamentos;
b) realiza ou, por atos inequívocos, tenta realizar, com o objetivo de retardar pagamentos ou fraudar credores, negócio simulado ou alienação de parte ou da totalidade de seu ativo a terceiro, credor ou não;
c) transfere estabelecimento a terceiro, credor ou não, sem o consentimento de todos os credores e sem ficar com bens suficientes para solver seu passivo;
d) simula a transferência de seu principal estabelecimento com o objetivo de burlar a legislação ou a fiscalização ou para prejudicar credor;
e) dá ou reforça garantia a credor por dívida contraída anteriormente sem ficar com bens livres e desembaraçados suficientes para saldar seu passivo;
f) ausenta-se sem deixar representante habilitado e com recursos suficientes para pagar os credores, abandona estabelecimento ou tenta ocultar-se de seu domicílio, do local de sua sede ou de seu principal estabelecimento;
g) deixa de cumprir, no prazo estabelecido, obrigação assumida no plano de recuperação judicial. (Grifo nosso).
	Observa-se que nenhum dos casos se amolda ao presente, visto que o requisito do inciso I do diploma não é alcançado, tendo em vista que o valor pleiteado é ínfimo.
	O legislador arrolou diversas possibilidades de decretação da falência, os quais não se limitam à gestão financeira da empresa, já que arrolar somente questões ligadas ao não pagamento de dívidas seria “seria extremamente arriscado, pois permitiria um agravamento do quadro [...]: o devedor contrairia mais dívidas para ir pagando dívidas, enquanto poderia, em acréscimo, agir contra o conjunto de credores, transferindo o seu patrimônio a terceiros ou até beneficiando alguns, em detrimento de outros. Justamente por isso, as hipóteses nas quais se permite a decretação da falência foram pensadas de forma ampla.”[2: 	 MAMEDE, Gladston. Manual de direito empresarial. 12. ed. rev. e atual. São Paulo: Atlas, 2018. E-book. Disponível em: < https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788597015003/cfi/6/2!/4/2/2@0:0>. Acesso em 24 ago. 2019.]
	Assim, buscou-se proteger os credores e a função social do empresário e da sociedade empresária, conforme exposto, e.g., no art. 47 da Lei n. 11.101/05, através da eloquência protetiva do legislador ordinário ao trazer ao ordenamento a referida lei, buscando conformidade ao paradigma constitucional.
	Todavia, apesar de relativamente amplas as possibilidades para decretação da falência de uma pessoa jurídica – justamente pelo caráter protetivo que se buscou conferir aos institutos da falência e da recuperação judicial -, no caso em tela não há possibilidade legal que se subsome aos fatos, mormente o alegado pela autora, que trouxe aos autos títulos protestados em montante ínfimo, inapto para a decretação de falência na hipótese do inciso I do art. 94 da Lei n. 11.101/05.
	Ademais, além do ínfimo valor dos títulos anexos aos autos, estes não foram protestados, de modo que não restou preenchido outro requisito fundamental para a decretação da falência. Assim já decidiu o Superior Tribunal de Justiça: “Para que a falência seja decretada, é imperioso que todos os títulos executivos não pagos sejam protestados ou, pelo menos, casoo protesto seja de apenas alguns desse títulos, que perfaçam o valor de 40 (quarenta) salários mínimos, conforme expressa disposição legal.”[3: 	 REsp 1.124.763/PR, Rel. Ministro Ricardo Villas Bôas Cueva, Data de publicação: 23/10/2013.]
	Tal disposição está legalmente expressa no §3º do art. 94 da Lei n. 11.101/05, ao estabelecer que “na hipótese do inciso I do caput deste artigo, o pedido de falência será instruído com os títulos executivos na forma do parágrafo único do art. 9º desta Lei, acompanhados, em qualquer caso, dos respectivos instrumentos de protesto para fim falimentar nos termos da legislação específica.” Tal requisito específico também não foi preenchido pela autora.
	Outrossim, como parece claro na ação proposta pela autora, o objetivo desta seria tão somente a cobrança de dívidas, que não se confunde com pedido de falência, que pressupõe a insolvência, e não somente a mera inadimplência de pessoa jurídica empresária.
Diante de tal situação, a medida correta é a improcedência dos pedidos da autora, por não estarem presentes os requisitos para propositura da ação, quiçá julgamento procedente quanto ao mérito.
DOS PEDIDOS
	Diante do exposto, Beta Indústria Automotiva Ltda requer a Vossa Excelência:
I. O recebimento da presente contestação;
II. O reconhecimento da preliminar de falta de interesse processual e a consequente extinção do feito sem resolução do mérito, com fundamento no artigo 485, inciso I, do Código de Processo Civil;
III. Em caso de não ser acatada a preliminar, que a presente ação seja julgada totalmente improcedente;
IV. A condenação da parte autora em custas e honorários advocatícios.
Nestes Termos, pede e aguarda deferimento.
Pinhalzinho/SC, 06 de setembro de 2019.

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