Buscar

empresarial 2

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 3 páginas

Prévia do material em texto

Atividade de Avaliação 1.
Aluno: Mariana Pereira Saltini.
O acórdão escolhido é referente a apelação cível nº 70082956137, julgada pela Décima Quinta Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul, à unanimidade, na data de 28 de outubro de 2020, tendo como relatora a Desª. Maria Thereza Barcieri.
A apelação foi interposta por Adriele Ferla contra decisão julgada procedente nos autos da ação de cobrança movida por JH Sebben Comércio de Materiais de Construção ltda, qual foi julgada pela Comarca de Caxias do Sul. 
Na oportunidade, nos autos de origem, a apelante foi condenada ao pagamento do crédito trazido á cobrança, e maneja tal pagamento na presente apelação, sustentando que os cheques foram emitidos em promessa de pagamento a Ricardo Bristot, corréu do processo de origem, e sustados após desacordo comercial havia entre ambos. Ainda, alegou que não é responsável pelo pagamento do débito colocado à cobrança.
A Eminente Desembargadora Relatora em seu voto aferiu que, tal sentença deve ser mantida, tendo em vista que todas as cártulas têm registrado em seus versos a negativa de pagamento pela instituição bancária, com fundamento na alínea 21, “cheque sustado”. No ponto, isso se deu devido ao desacordo comercial entre a apelante e Ricardo Bistrot, em que, na ocasião, a apelante deu ordem de sustação ao pagamento dos cheques por ela emitidos. 
Quanto à referência dos princípios cambiários no voto da Eminente Relatora, foi citado o seguinte:
Cabe rememorar o conceito de títulos de crédito, que, segundo Fabio Ulhoa Coelho, “são documentos representativos de obrigações pecuniárias”, que “não se confundem com a própria obrigação, mas se distinguem dela na exata medida em que a representam”[footnoteRef:1]. [1: COELHO, Fábio Ulhoa. Manual de Direito Comercial: direito de empresa. 26 ed. São Paulo: Saraiva, 2014. ] 
Ainda consoante o Doutrinador supracitado, o regime jurídico-cambial é informado por três princípios: cartularidade, literalidade e autonomia. Pelo princípio da autonomia, entende-se que as obrigações representadas por um mesmo título de crédito são independentes entre si. Tal princípio se desdobra em dois subprincípios: o da abstração e o da inoponibilidade das exceções pessoais aos terceiros de boa-fé.
Em seu artigo 13, a Lei n. 7357/85 (Lei do Cheque) consagra o princípio da autonomia, ao dispor que “as obrigações contraídas no cheque são autônomas e independentes”. Outrossim, o artigo 25 da Lei n. 7357/85 dispõe acerca da inoponibilidadade das exceções pessoais ao terceiro de boa-fé: 
“Quem for demandado por obrigação resultante de cheque não pode opor ao portador exceções fundadas em relações pessoais com o emitente, ou com os portadores anteriores, salvo se o portador o adquiriu conscientemente em detrimento do devedor” 
Destaco, ainda, não reside nos autos qualquer elemento de prova a dar conta de má-fé da apelada ou de conluio entre esta e Ricardo Bistrot. Ainda, não restou comprovado ter a apelante informado à endossatária que sustaria os cheques antes da conclusão do negócio entre ela e o corréu.
Nesse contexto, não vinga a insurgência recursal.
No ponto, conforme trazido a baila pela Eminente Desembargadora Relatora, as obrigações existentes através do título de crédito são automomas, com isso, gera-se o princípio da autonomia. 
Ainda, diante da abstração, subprincípio oriundo o princípio da automonia, apenas quando o título é transferido, ou seja, endossado, a terceiro de boa-fé, é quando o título passa a existir independentemente da validade ou não da relação jurídica que lhe deu causa. Com isso, sua consequência é a impossibilidade do devedor opor a terceiros de boa-fé aspectos da relação jurídica.
Nessa senda, diante do presente caso, conforme os princípios e subprincípios citados, a apelante não poderia ter sustado os cheques por conta de seu desentendimento com a pessoa de Ricardo, pois os títulos foram endossados a terceiros de boa-fé. Outrossim, se entende que, o obrigado não pode recusar o pagamento ao portador alegando suas relações pessoais com o sacador ou outros obrigados anteriores do título. 
Diante do exposto, os princípios cambiários citados no voto, foram corretamente aplicados e compreendidos pelo órgão julgador.

Outros materiais