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1 COLÉGIO ESTADUAL ÉRICO VERÍSSIMO ENSINO FUND., MÉDIO, NORMAL E PROFISSIONAL Autorização de Funcionamento: Decreto: 527/79 – D.O.E. de 24/05/79 Reconhecimento do Estabelecimento: Resolução: 3.177/81 – D.O.E. de 13/01/82 Avenida Eugênio Bastiani, 663 – Telefone: (43) 3461-1579 – CEP: 86.840-000 FAXINAL/PARANÁ – NRE/APUCARANA PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO FAXINAL / PARANÁ 2012 2 I. APRESENTAÇÃO Este documento apresenta em linhas gerais a organização administrativa e Pedagógica do Colégio Estadual Érico Veríssimo - Ensino Fundamental, Médio, Normal e Profissional, construído a partir de reflexões junto à comunidade escolar, sobre as finalidades da Escola, explicitando seu papel social, definindo caminhos, formas operacionais e ações a serem empreendidas por todos os envolvidos com o processo educativo. Pensar na Construção Coletiva do Projeto Político Pedagógico pressupõe princípios de: - Igualdade de condições para acesso e permanência no processo educativo; - Gestão democrática que abrange além do princípio constitucional, as dimensões administrativas, pedagógica e financeira; - Liberdade que implica a idéia de autonomia que constitui a vivência na relação entre educadores, professores, funcionários, pais e o contexto social mais amplo; -Valorização dos trabalhos em educação como princípio central na busca da qualidade e do sucesso na tarefa educativa de formação de cidadãos capazes de participarem na vida sócio-econômica, cultural e política do país. II. INTRODUÇÃO O Colégio Estadual Érico Veríssimo - Ensino Fundamental, Médio, Normal e Profissional com o Curso de Formação de Docentes da Educação Infantil e Anos Iniciais do Ensino Fundamental e Curso Técnico em Administração Integrado e Subseqüente, prima por uma Educação de qualidade, buscando práticas pedagógicas inovadoras com interação contínua e permanente entre o saber escolar e outros saberes, entre o que o aluno aprende na escola e o que o aluno traz para a escola. A – IDENTIFICAÇÃO DO ESTABELECIMENTO 3 ESTABELECIMENTO: Colégio Estadual Érico Veríssimo – Ensino Fundamental, Médio, Normal e Profissional. ENDEREÇO: Avenida Eugênio Bastiani nº 663 – Bairro: Centro CEP: 86.840-000 – Telefone/Fax: (43)3461-1579 AUTORIZAÇÃO DE FUNCIONAMENTO: Decreto nº527/79 – D.O.E. de 24/05/79 RECONHECIMENTO DO ESTABELECIMENTO: Resolução nº3.177/81 – D.O.E. de 13/01/82 NÚCLEO REGIONAL DE EDUCAÇÃO: Apucarana Município: Faxinal B- ASPECTOS HISTÓRICOS DO ESTABELECIMENTO Este Colégio nasceu da união do Grupo Escolar Ouvidor Pires Pardinho – criado em 01/07/1958 e do Ginásio Estadual Governador Paulo Pimentel – criado em 28//05/1969. Com a junção dos dois Estabelecimentos em 22 de maio de 1979, a escola recebeu o nome de Escola Érico Veríssimo - Ensino de 1º Grau, atendendo alunos de 1ª a 8ª séries (Primário e Ginásio). O nome do Estabelecimento foi escolhido através de eleição entre professores e funcionários e presta uma homenagem ao grande escritor brasileiro – “ÉRICO VERÍSSIMO”. O Ensino Regular de 2º Grau, atual Ensino Médio foi implantado em janeiro de 1982, depois de renhida luta com a Secretaria de Estado da Educação. Com os novos cursos de Agropecuária e Administração Básica, a Escola passou a denominar-se Colégio Estadual Érico Veríssimo - Ensino de 1º e 2º Graus, tornando-se o único estabelecimento público a ofertar o Ensino de 2º Grau no município. Desde a sua criação, era intenção dos que trabalhavam em 4 prol da educação de Faxinal a implantação do curso Magistério, antigo sonho da comunidade. Tornou-se realidade em 1988, depois de seguidos embates com a CNEC, então detentora da habilitação. Por isso, foi decisiva a atuação e união dos professores estaduais e políticos de Faxinal com o Governo do estado do Paraná, para que assumisse o curso. Muitos professores da rede municipal e estadual, alguns efetivos desta instituição, foram formados para a missão do Magistério neste Estabelecimento. O curso de Auxiliar de Contabilidade, outra grande reivindicação da comunidade, foi autorizado em março de 1991. Muitos profissionais hoje atuantes no comércio local, na saúde, na educação, profissionais liberais e outros setores da comunidade e região, são oriundos dos bancos escolares deste Estabelecimento. Em setembro de 1988, o estabelecimento adequou sua nomenclatura para Colégio Estadual Érico Veríssimo - Ensino Fundamental e Médio, conforme exige a LDB. Com a municipalização do Ensino Fundamental de 1ª a 4ª séries, através da Resolução nº128/99, o estabelecimento deixa de ofertar à comunidade essa modalidade de Ensino. Desde a criação, passando por todos os processos de implantação e desativação de cursos, o colégio sempre foi dirigido por professores que foram indicados ou escolhidos por eleição direta, processo importante e democrático. Após a criação e cessação de vários cursos, no ano de 2004 foi autorizado o funcionamento de dois cursos profissionalizantes, sendo o curso Técnico em Administração Integrado e Subseqüente e o do curso Formação de Docentes,bem como o Curso de Aproveitamento de Estudos do Curso de Docentes o qual foi autorizado a partir do ano de 2010, os quais muito contribuirão para o desenvolvimento de nossa comunidade. Através do trabalho de seus administradores, da dedicação de 5 seus professores e do desempenho de seus alunos, este Colégio vem conseguindo superar dificuldades e avançando na qualidade de ensino. Além dos níveis de Ensino e modalidades já existentes, hoje ofertamos também o atendimento a Educação Inclusiva – Sala de Recursos, a LEM – Língua Estrangeira Moderna – CELEM – Espanhol e Atividades Complementares de 6º a 9º ano em contra turno. Inserimos na Proposta Pedagógica e Curricular a Diversidade Cultural, a “História e Cultura Afro-Brasileira, Africana Indígena” como estabelece a Deliberação n 04/06 - CEE/PR a “Historia do Paraná” como estabelece a Deliberação n 07/06 - CEE/PR e o “Ensino Religioso” o qual é uma disciplina que tem como objeto de estudo o sagrado dentro das diversas crenças existentes, exige uma reflexão que compreenda a relação com o sagrado, tendo a finalidade de valorizar e proporcionar o respeito à religiosidade da pessoa humana dentro do seu contexto sócio cultural em harmonia consigo, com a natureza e com a sociedade. C- ORGANIZAÇÃO DO ESPAÇO FÍSICO O espaço físico está organizado da seguinte forma: 17 Salas de aula 04 Sanitários femininos 04 Sanitários masculinos 01 Banheiro funcionários 01 Banheiro adaptado para cadeirante 01 Sala de Multimídia 01 Sala Laboratório de Química, Física e Biologia 02 Salas de Laboratório de Informática 01 Sala de Secretaria 01 Sala de Biblioteca com banheiro 01 Sala de Professores com banheiro 01 Sala de Hora –PROINFO – com banheiro 01 Sala de Equipe Pedagógica 01 Sala de Direção 6 01 Sala de Recursos 01 Sala de Oficina do Curso de Formação de Docentes 01 Depósito de Merenda 01 Almoxarifado 02 Cantinas 01 Quadra de Esportes - – sem cobertura 01 Ginásio de Esportes coberto – com banheiro feminino e masculino 01 Pátio Coberto D- ORGANIZAÇÃO PEDAGÓGICA Níveis de Ensino e Modalidades: 1- Ensino Fundamental (6º a 9º ano) no período da manhã e tarde. 2- Ensino Médio no período da manhã e noite.3- Curso de Formação de Docentes da Educação Infantil e Anos Iniciais do Ensino Fundamental - Integrado, no período da manhã 4– Aproveitamento de Estudos do Curso de Formação de Docentes no período noturno e com Prática de Formação no período da tarde. 5- Curso Profissionalizante Técnico em Administração – Integrado e Subseqüente, no período da noite. Inclusão Educacional: 1 – Sala de Recursos no período da manhã e tarde. 2 – Sala de Apoio no período da tarde. Língua Estrangeira Moderna – LEM - CELEM 1 – Espanhol nos períodos da tarde e noite. Atividades Complementares em contra turno 1- Ensino Fundamental do período da manhã – (6º a 9º ano). 2- Ensino Médio do período da manhã e noite 3- Curso Profissionalizante – Formação de Docentes do período da 7 manhã. CALENDÁRIO ESCOLAR Janeiro Fevereiro Março D S T Q Q S S D S T Q Q S S D S T Q Q S S 1 1 2 3 4 5 1 2 3 4 5 20 dias 2 3 4 5 6 7 8 6 7 8 9 10 11 12 18 dias 6 7 8 9 10 11 12 M/V/N 9 10 11 12 13 14 15 13 14 15 16 17 18 19 M/V/N 13 14 15 16 17 18 19 16 17 18 19 20 21 22 20 21 22 23 24 25 26 20 21 22 23 24 25 26 23 24 25 26 27 28 29 27 28 27 28 29 30 31 30 31 1 Dia Mundial da Paz 7 e 8 Carnaval Abril Maio Junho D S T Q Q S S D S T Q Q S S D S T Q Q S S 1 2 19 dias 1 2 3 4 21 dias 3 4 5 6 7 8 9 M/V/N 1 2 3 4 5 6 7 21 dias 5 6 7 8 9 10 11 M/V/N 10 11 12 13 14 15 16 8 9 10 11 12 13 14 M/V/N 12 13 14 15 16 17 18 22 dias/N 17 18 19 20 21 22 23 15 16 17 18 19 20 21 19 20 21 22 23 24 25 FD-APR 24 25 26 27 28 29 30 22 23 24 25 26 27 28 26 27 28 29 30 Adm- Sub 29 30 31 21 Tiradentes 1 Dia do Trabalho 23 Corpus Christi 22 Paixão Julho Agosto Setembro D S T Q Q S S D S T Q Q S S D S T Q Q S S 1 2 1 2 3 4 5 6 1 2 3 3 4 5 6 7 8 9 4 dias 7 8 9 10 11 12 13 23 dias 4 5 6 7 8 9 10 21 dias 10 11 12 13 14 15 16 M/V/N 14 15 16 17 18 19 20 M/V/N 11 12 13 14 15 16 17 M/V/N 17 18 19 20 21 22 23 21 22 23 24 25 26 27 18 19 20 21 22 23 24 24 25 26 27 28 29 30 8dias 28 29 30 31 25 26 27 28 29 30 31 7 Independência Outubro Novembro Dezembro D S T Q Q S S D S T Q Q S S D S T Q Q S S 1 1 2 3 4 5 1 2 3 2 3 4 5 6 7 8 20 dias 6 7 8 9 10 11 12 19 dias 4 5 6 7 8 9 10 12 dias 9 10 11 12 13 14 15 M/V/N 13 14 15 16 17 18 19 M/V/N 11 12 13 14 15 16 17 M/V/N 16 17 18 19 20 21 22 20 21 22 23 24 25 26 18 19 20 21 22 23 24 23 24 25 26 27 28 29 27 28 29 30 25 26 27 28 29 30 31 30 31 12 N. S. Aparecida 2 Finados 19 Emancipação Política do PR 15 Dia do Professor 15 Proclamação da República 25 Natal 20 Dia Nacional da Consciência Negra Início/Término Ensino Fundamental e Médio Educação Profissional/Noturno Planejamento e Replan. (Replan. Contraturno) 1º Trimestre = 08/02 a 12/05 1º Bimestre = 08/02 a 20/04 1º Sem. 8 Recesso 2º Trimestre = 13/05 a 31/08 2º Bimestre = 25/04 a 04/07 Férias 3º Trimestre = 01/09 a 16/12 1º Bimestre = 05/07 a 30/09 2º Sem. Formação Continuada 2º Bimestre = 03/10 a 16/12 Conselho de Classe do Ensino Fundamental e Médio Reunião Pedagógica Conselho de Classe da Educação Profissional (Período contraturno) Formação Docentes-Aproveitamento e Adm- Subsequente GEAAC- Gincana Esportiva, Arrecadativa, Artística e Cultural OBMEP Dia Estadual do Funcionário de Escola Complementação Carga Horária 18/06 noturno Cursos Formação Docentes-Aproveitamento e Adm- Subsequente ENS. FUNDAMENTAL E MÉDIO EDUC. PROFISSIONAL SUBSEQUENTE Dias letivos M/V Not. Dias letivos Noturno 1º Semestre 103 107 1º Semestre 102 2º Semestre 103 103 2º Semestre 104 Subtotal 206 210 Subtotal 206 Formação Continuada 6 6 Formação Continuada 6 TOTAL 200 204 TOTAL 200 Conselho de Classe 3 dias Reunião Pedagógica 3 dias Férias Discentes Férias/Recesso/Docentes janeiro 31 janeiro/férias 30 fevereiro 7 jan/julho/recesso 14 julho 18 dez/recesso 13 dezembro 13 outros recessos 3 Total 69 Total 60 Obs.: 10, 11 e 12/06/2011 -GEAAC: Gincana Esportiva, Arrecadativa, Artística e Cultural, com a participação de professores, alunos, pais e comunidade. CALENDÁRIO APROVADO PELO CONSELHO ESCOLAR - ATA N° 05/2010 D- QUADRO DE PESSOAL Nº PROFESSORES VÍNCULO 01 ADRIANE DE LIMA VITALIANO QPM 02 ALICE HRYCVZYSZYN QPM 03 ANA CLAUDIA SAVIOLI PSS 9 04 ANDREIA NEVES DUARTE PSS 05 BENEDITO LEMES QPM 06 CARLOS ALBERTO SCHULTZ VELOSO PSS 07 CARLOS JOSE HERVATINI QPM 08 CELSO DE FARIA PSS 09 CLAUDIA MARTINELLI P. SILVA QPM 10 CLEIA MARIA ROBERTO QPM 11 CRISTIANE DE LIMA VITALIANO QPM 12 CRISTIANE DO CARMO ALIPIO QPM 13 DENIS BRUNO CADAVAL PSS 14 EDER DE ABREU COSTA PSS 15 EDIMARA APARECIDA RIBEIRO DA SILVA PSS 16 EDLAINE APARECIDA RUFATO QPM 17 EDSON DASCHEVI QPM 18 ELIANE DE LIMA VITALIANO QPM 19 ELIANE FELICIO DE SOUZA PSS 20 FLAVIA CRISTINA MORELLO PSS 21 FRANCE ELISE COTTA PSS 22 FRIDA IENSEN DE OLIVEIRA QPM 23 IVETE NARA NAVARRO JUSTUS QPM 24 JOSE FLAVIO BERNAL GOMES QPM 25 KASSIA DANIELLE NEGRÃO CABRAL PSS 26 LINDAMARA HUNKA PAVESE QPM 27 LOURDES SOARES FARIAS QPM 10 28 LUCÍ MARA SINKOC DASCHEVI PSS 29 LUCIA APARECIDA FERREIRA QPM 30 MAGDA ELIZABETH NUNES RODRIGUES PSS 31 MARCELA MARIA DA CRUZ QPM 32 MARCO AURÉLIO VIEIRA DA SILVA PSS 33 MARIA APARECIDA DA SILVA PEPELEASCOV PSS 34 MARIA APARECIDA NAVARRO BERGOSSI QPM 35 MARIA ELOISA HENRIQUE LEMES QPM 36 MARILZA RIOS DE CASTRO TURRA QPM 37 MARINA CECERE GARCIA PSS 38 MARLON ALISSON DE SOUZA MACHADO PSS 39 MARTA MARIA CAVA QPM 40 MILSA VIEIRA QPM 41 MURIELY PUTRIQUE BATISTA PSS 42 OSCAR AUGUSTO BAHLS QPM 43 PRISCILA HRYCZYSZUN VAZ MACEDO QPM 44 ROMILDA WIELEVSKI TRIERVEILER QPM 45 ROSALIA BENITEZ COSTA PSS 46 ROSANGELA GARCIA PSS 47 ROSELI APARECIDA FERREIRA CALDEIRA PSS 48 ROSELI BUENO DA SILVA QPM 49 ROSELI MOREIRA QPM 50 ROSIMEIRE BARIZON MOREIRA RIBEIRO PSS 51 SANDRA MARA SGARIONI QPM 11 52 SANTINA AMORIM BOGUSCHI PSS 53 SILVANA TESSER PSS 54 SIMONE BARBOSA DA SILVA CARDOSO PSS 55 SOLANGE OSTAPECHEN QPM 56 STELLA MARIS DE MELLO PSS 57 TÂNIA MARA SCANDORIEIRO QPM 58 VALDIVA FERNANDES COSTA QPM 59 VANESSA MARTA FERREIRA FERNANDES QPM 60 VANILDA APARECIDA DE OLIVEIRA PSS 61 VERA DONATO FIGUEREDO PSS 62 WASHINGTON LUIZ SANT ANA RIBAS QPM 63 WILMA SCHROEDER ROCHA PSS 64 ZENI SILVA GALLOQPM TOTAL DE PROFESSORES - QPM 35 TOTAL DE PROFESSORES - PSS 29 Nº EQUIPE TÉCNICA – PEDAGÓGICA E ADMINISTRATIVA VÍNCULO 01 ARILDO FERREIRA DE CASTRO QPM 02 CLAUDIA CASAVECHIA QPM 03 FRIDA IENSEN DE OLIVEIRA QPM 04 LUCIA APARECIDA FERREIRA QPM 05 MANOEL FRANCISCO TEODOSIO NETTO QPM 06 MARIA EDVINA SCHUMOVSKI QPM 07 MARINES TRIZOTTI FARIA QPM 12 08 SERGIA MACHULEK DA CRUZ QPM TOTAL DA EQUIPE – QPM 08 Nº FUNCIONÁRIOS VÍNCULO 01 ALEXANDRE STEFAN SANSONOVSKI QFEB 02 ANAIR LELA BORDIGNON QFEB 03 APARECIDA PEREIRA VERTI CLT 04 DURVALINA ANTUNES DOS SANTOS QFEB 05 ESTER FERREIRA QFEB 06 EVA MARGARIDA SILVEIRA BENTO QPPE 07 LEONTINA MUCIAU DE PAULA QFEB 08 MANOEL DOS PASSOS COSTA QFEB 09 MARIA APARECIDA MUCIAU FERNANDES QFEB 10 MARIA DE LOURDES VALLE CLT 11 MARIA HELENA TRIERVEILER FOLEIS QFEB 12 MARIA MARTA ROSSI CLT 13 MARLENE APARECIDA PEREIRA RIBEIRO PSS 14 SIMARA BOGUSCHI CAVA PSS 15 TEREZINHA DE JESUS FERREIRA QFEB 16 VERA WEISS QFEB 17 VIVIAN ALENCAR COUTINHO QFEB TOTAL DE PESSOAL – QFEB E QPPE 12 TOTAL DE PESSOAL - CLT E PSS 04 III- OBJETIVOS GERAIS: 13 Compreender a cidadania como participação social e política, assim como exercício de direitos e deveres políticos, civil e social, adotando no dia-a-dia, atitudes de solidariedade, cooperação e repúdio às injustiças, respeitando o outro e exigindo para si o mesmo respeito. Posicionar-se de maneira crítica, responsável e construtiva nas diferentes situações sociais, utilizando o diálogo como forma de mediar conflitos e de tomar decisões coletivas; Conhecer e valorizar a pluralidade do patrimônio sociocultural brasileiro, bem como aspectos socioculturais de outros povos e nações, posicionando-se contra qualquer discriminação baseada em diferenças culturais, de classe social, de crenças, de sexo, de etnia ou outras características individuais e sociais; Perceber-se integrante, dependente e agente transformador do ambiente, identificando seus elementos e as interações entre eles, contribuindo ativamente para a melhoria do meio ambiente; Conhecer o próprio corpo e dele cuidar, valorizando e adotando hábitos saudáveis como um dos aspectos básicos da qualidade de vida e agindo com responsabilidade em relação à saúde coletiva; Saber utilizar diferentes fontes de informações e recursos tecnológicos para adquirir e construir conhecimentos; Criar situações de ensino-aprendizagem que favoreçam aos alunos a construção do conhecimento voltada à Diversidade Cultural e Étnica, Educação do Campo, Cultura – AFRO - Brasileira, Africana, Indígena e a História do Paraná. Atender os alunos com necessidades especiais, no contexto escolar, focando conteúdos acadêmicos além de zelar pelo desenvolvimento cognitivo, motor, afetivo e emocional, bem como a integração com os demais alunos; Utilizar diferentes linguagens – verbais, matemática, gráfica, plástica e corporal – como meio para produzir, expressar e comunicar suas idéias, interpretar e usufruir das produções culturais, com contextos públicos e privados, atendendo a diferentes intenções e situações de 14 comunicação; Formar profissionais comprometidos com o processo de aprendizagem e com a capacidade de pensamentos autônomos e criativos; Articular a Educação Profissional com a Educação Básica; Promover a integração da Educação Profissional com outras políticas públicas e ao mundo do trabalho; Ofertar uma Educação Profissional de qualidade; IV - MARCO SITUACIONAL EDUCAÇÃO NO BRASIL A Educação no Brasil tem apresentado nas últimas décadas uma considerável melhoria. A escola (Ensino Fundamental e Médio) tornou-se local de grande importância para a ascensão social e muitas famílias tem investido neste setor. Pesquisas na área educacional apontam que um terço dos brasileiros freqüenta diariamente a escola (professores e alunos). São mais de 2,5 milhões de professores e 57 milhões de estudantes matriculados em todos os níveis de ensino. Estes números apontam um crescimento no nível de escolaridade do povo brasileiro, fator considerado importante para a melhoria do nível de desenvolvimento de nosso país. Outra notícia importante na área educacional diz respeito ao índice de analfabetismo. Recente pesquisa do PNAD - IBGE mostra uma queda no índice de analfabetismo em nosso país nos últimos dez anos (1992 a 2002). Em 1992, o número de analfabetos correspondia a 16,4% da população. Esse índice caiu para 10,9% em 2002. Ou seja, um grande avanço, embora ainda haja muito a ser feito para a erradicação do analfabetismo no Brasil. Outro dado importante mostra que, em 2006, 97% das crianças de sete a quatorze anos freqüentavam a escola. EDUCAÇÃO NO PARANÁ O Censo Escolar contabilizou 52.5 milhões de matrículas em 15 2009, considerando todas as etapas estudantes na Educação Básica, que compreende a Educação Infantil (creche e pré-escola), o Ensino Fundamental (1º a 9º ano ou 1ª a 8ª série), o Ensino Médio, a Educação Profissional, a Educação Especial e a Educação de Jovens e Adultos (nas etapas Ensino Fundamental e Ensino Médio). Em de matrícula, o que se percebe, com relação ao ano passado, é uma ligeira queda, de 1,2% com relação ao censo anterior, confirmando a estabilidade já apresentada há alguns anos. Na Educação Infantil houve ligeiro aumento, de 0,6% - puxado pelo grande aumento no número de matrículas educacionais em creches, que foi de 8,3%. Já a pré-escola apresentou queda de dois pontos percentuais, resultado do aumento das escolas que aderiram à Educação Fundamental de nove anos. Esta etapa, por sua vez, apresentou os mesmos índices percentuais de redução de matrículas com relação a 2008: 1,2%, índice que cai para 0,3% no que se refere ao Ensino Médio. Do total de matriculados, 45.270.710 estão em escolas públicas (86,1%) e 7.309.742 estudam em escolas da rede privada (13,9%). As redes municipais são responsáveis por 24.315.309 matrículas (46,2% do total). A grande alta apresentada se refere à Educação Profissional, que foi de 8,3% em um ano. Etapa/ Modalidade Estabelecimentos e Matrículas da Educação Básica /Ano 2008 2009 Diferença 2008-2009 Variação 2008-2009 Escolas Matrículas Escolas Matrículas Escolas Matrículas Escolas Matrículas Educação Básica 199.761 53.232.868 197.468 52.580.452 -2.293 -652.416 -1,1 -1,2 Educação Infantil 113.550 6.719.261 114.158 6.762.631 608 43.370 0,5 0,6 Creche 41.151 1.751.736 43.030 1.896.363 1.879 144.627 4,6 8,3 Pré-Escola 106.458 4.967.525 106.563 4.866.288 105 -101.257 0,1 -2,0 Ensino Fundamental 154.414 32.086.700 152.251 31.705.528 -2.163 -381.172 -1,4 -1,2 Ensino Médio 25.389 8.368.100 25.923 8.337.160 534 -28.940 2,1 -0,3 Ed. Profissional 3.374 795.459 3.535 861.114 161 65.655 4,6 8,3 Educação Especial 6.702 319.924 5.590 252.687 -1.112 -67.237 -16,6 -21,0 EJA 42.018 4.945.424 40.853 4.661.332 -1.165 -284.092 -2,6 -5,7 Ensino Fundamental 38.581 3.295.240 37.334 3.094.524 -1.247 -200.716 -3,2 -6,1 Ensino Médio 8.753 1.650.184 8.678 1.566.806 -75 -83.376 -0,9 -5,1 16 EDUCAÇÃO NO MUNICÍPIO Nome das Instituições de Ensino Total de Turmas Quantidade de Alunos Matriculados Centro Municipal de Educação Infantil Alair Lourdes Fernandes - 60 Centro Municipal de Educação Infantil Alice Salles Storn - 83 Centro Municipal de Educação Infantil Branca de Neve - 62 Centro Municipal de EducaçãoInfantil Nossa Senhora de Fátima - 51 Centro Municipal de Educação Infantil Vila Nova - 53 Colégio Estadual Érico Veríssimo 34 1140 Colégio Estadual Olavo Bilac 13 295 Colégio São Domingos 26 470 Escola Estadual Augusto Bahls 15 340 Escola Estadual Fernando Sontag 06 105 Escola Estadual Maria Muziol Jaroskievicz 19 573 Escola Letrinhas Encantadas 08 70 Escola Municipal Cecília Meireles 10 253 Escola Municipal Epitácio Pessoa 05 80 Escola Municipal Marechal Rondon 07 120 Escola Municipal Professora Cenira Gamarros Queiróz 15 267 Escola Municipal Professora Elza Davantel Cabral 13 270 Escola Municipal Tancredo Neves 15 348 Total de alunos na rede municipal de ensino 1.647 Total de alunos na rede estadual de ensino 2.563 Total de alunos na rede particular de ensino 540 Total Geral do Município 4.750 EDUCAÇÃO NO COLÉGIO Diagnóstico da realidade do Colégio Estadual Érico Veríssimo – referente ao ano letivo de 2010. Ens. Fundamental Ensino Médio Educ. Prof. Form. De Docentes Educ. Prof. ADM Integrado Ed. Prof. ADM Subseqüente Reprovados 48 95 09 21 26 Desistentes 06 66 01 05 01 Transferidos 27 23 02 02 02 Aprovados 296 277 113 45 84 Matriculados 409 490 125 73 113 ENEM/2010 17 Médias Brasil Paraná Faxinal Prova Objetiva 540,19 537,90 473,50 Redação + Prova Objetiva 536,57 ENEM – Colégio Estadual Érico Veríssimo Matriculados 81 Participantes 38 Prova Objetiva 38 Redação + Prova Objetiva 38 PROVA BRASIL/2010 – Colégio Estadual Érico Veríssimo - 8ª séries do Ensino Fundamental 2010 Disciplinas Português 226,13 Matemática 251,64 Fonte de Pesquisa: Secretaria Municipal de Saúde – Secretaria de Estado da Educação – IBGE A) DESCRIÇÃO DA REALIDADE DO COLÉGIO Mediante trabalho desenvolvido junto à comunidade escolar e discutindo as realidades vivenciadas (problemas, necessidades, possibilidades, conflitos, avanços, limites, contradições) durante o processo educativo e suas relações com a prática educativa, apresentamos o perfil do COLÉGIO ESTADUAL ÉRICO VERÍSSIMO – direção, pedagogos, funcionários, professores, alunos e pais no que se refere aos aspectos: SOCIAL – ECONÔMICO – CULTURAL – PROFISSIONAL – EDUCATIVO – AFETIVO, bem como na sua estrutura física e estatística. Atendemos uma demanda de 1140 alunos matriculados, 01 diretor, 01 diretor auxiliar, 04 pedagogas, 02 coordenadores de curso, 35 professores QPM, 29 professores PSS (contrato temporário), 11 agentes administrativo I, 06 agentes administrativo II, com uma diversidade de conhecimento cientifico, intelectual e cultural bastante significativo. A demanda de alunos recebidos são filhos de fazendeiros, agricultores, profissionais liberais, empresários, mensalistas, porcenteiros, meeiros, diaristas, bóias-fria, desempregados, residentes na zona urbana (centro e periferia) e zona rural. Os alunos vindos do campo usam o transporte escolar sendo que temos alguns alunos que percorrem ate 35 km para chegar à 18 escola totalizando 70 km o percurso completo. Também atendemos alunos dos municípios vizinhos os quais são de Cruzmaltina, Borrazópolis, Mauá da Serra e Ortigueira. Diante da heterogeneidade do alunado percebe-se que independentemente dos aspectos descritos acima (social, econômico, cultural, profissional, acadêmico e afetivo) nos deparamos com adolescentes que demonstram total interesse, motivação e vêem nos estudos uma melhor perspectiva de vida, tanto profissional quanto qualidade de vida. Porem, por outro lado constatamos adolescentes principalmente numa faixa etária entre 14 e 15 anos, geralmente os que estão cursando as 8ª séries / 9º ano do Ensino Fundamental e as 1ª séries do Ensino Médio (matutino e noturno), bem como os alunos entre 16 e 17 anos que ficam retidos nestas series mencionadas demonstram total desinteresse, indisciplina, auto-estima baixa, falta de limites, falta de respeito com os colegas de classe, com os professores e ate mesmo com os pais. Nossa maior preocupação e com os alunos do período noturno os quais apresentam os seguintes motivos - chegam atrasados para as primeiras aulas, não assistem as ultimas aulas, vem para o Colégio uma vez ou outra porque estão cansados ou porque seus patrões não dispensam no horário combinado, ficam desmotivados com o desempenho escolar abaixo da media, alguns acabam desistindo dos estudos e priorizando o trabalho (emprego), sentem fome, pois vem do trabalho direto para escola, dificuldade dos pais em participar das reuniões ou quando solicitado para resolver casos emergenciais, e, diante dessas situações tem discutido e levado ao conhecimento dos professores para que os mesmos proporcionem interação entre os demais alunos, retomada de conteúdos quando for o caso, trabalhos e pesquisas durante as aulas, empréstimo de fonte bibliográfica para ser levado para casa, dar total importância e valorização ao conhecimento prévio dos alunos, utilizar estratégias diferenciadas para a motivação dos estudos, garantindo a permanência e acesso à Escola os quais possam obter sucesso no processo e aprendizagem. No período noturno a evasão escolar continua sendo uma das grandes 19 preocupações do Colégio. Faltam-nos projetos específicos e concretos para esta área, concorremos com o desinteresse do aluno pela aquisição do conhecimento acadêmico, a falta de pré-requisitos das séries anteriores, as dificuldades de inter-relacionamento entre aluno/aluno, aluno/ professor, o emprego, o subemprego, o desemprego e a falta de compromisso dos pais em acompanhar o desenvolvimento de seus filhos na escola, a rotatividade de professores, de pedagogos, professores cansados, pois já estão no seu terceiro turno de trabalho, empresários incompreensíveis que não dispensam seus “funcionários estudantes” no horário de início das aulas, entre outros... A maior parte dos alunos evadidos freqüenta o período noturno 1ª série do Ensino Médio e, sempre acontece à evasão ao final do primeiro trimestre e ao final do mês de setembro. Diante destes fatos a direção, pedagogas e corpo docente reuniram-se para re-planejar as práticas pedagógicas, instrumentos e critérios de avaliações, trabalhos, pesquisas, bem como a recuperação de conteúdos. Pois temos organizado e orientado professores, alunos e pais que os trabalhos e atividades escolares para o Ensino Fundamental matutino e vespertino e para o Ensino Médio matutino serão realizados 80% em sala de aula sob orientação do professor, sendo que somente 20% serão realizados em casa. E, para o Ensino Médio Noturno 99% dos trabalhos e atividades escolares serão realizados em sala de aula sob a orientação do Professor, sendo que somente 1% será realizado em casa. Um dos grandes motivos é a falta de tempo do aluno que trabalhador. Para que esta proposta pedagógica se efetive se faz necessária a presença do aluno em sala de aula todos os dias. E, infelizmente isso ainda não esta acontecendo. Percebe-se que a cultura escolar de nossos alunos e vir para a escola fazer os trabalhos, as provas, garantirem sua nota (media para aprovação) e o mínimo de freqüência exigida pelo sistema. Hoje, na concepção teórica que embasamos nossos estudos o aluno tem que garantir a sua produção escolar no dia-a-dia. As demais alternativas pedagógicas estão explicitadas no Marco Conceitual e Marco Operacional. Temos avançado no inter-relacionamento e participação entre alunos x 20 professoresx direção x pedagogos x pais x comunidade através de atividades desenvolvidas na GEAAC – Gincana Esportiva Arrecadativa Artística e Cultural, Projeto PDE entre outros. Atendemos alunos com necessidades especiais Visual, Auditivo, Cadeirante e Mental (moderado e leve) com professores especializados na Sala de Recursos o qual e ofertado nos períodos matutino e vespertino, professor interprete e com acompanhamento de professor no centro de DV. Para estes alunos são disponibilizados materiais pedagógico concreto e quando necessário adaptado, computador, adaptações curriculares, acervo bibliográfico especifico, adaptações no espaço físico (rampas, corrimão, banheiro), jogos, CD e outros. O CEEV compõe um quadro de professores capacitados, todos com grau superior, pós-graduação e alguns cursando o PDE. Deparamo-nos com profissionais da educação comprometidos com o desempenho da qualidade do ensino e aprendizagem, primam por um ótimo trabalho, fazem em si próprio investimento intelectual e cultural, participam das ações e decisões no coletivo, mas, temos também nos deparado com o contrario, profissionais da educação que não se dedicam não se integram com os alunos e com os colegas de profissão, não se manifestam, enfim, são indiferentes a tudo e a todos. Não querem assumir suas próprias responsabilidades. Para que a prática educativa se efetive e transcorra com sucesso, sentimos a necessidade de estarmos no inicio do ano letivo com o quadro de professores completo para a construção coletiva da proposta pedagógica do ano corrente, previsão de reuniões por disciplina em calendário escolar, transparência e rigorosidade na avaliação funcional do professor e agilidade nas contratações. Mas, infelizmente isso não faz parte da nossa realidade. Pois o que constatamos são retiradas de professores no meio do processo educacional (e, no meio do ano letivo), as substituições de licenças médicas vem com quinze ou mais dias depois, as licenças prêmio não se consulta o diretor ou se faz uma previsão (inicio do ano) para ver a possibilidade de uma escala durante o ano letivo, e, os atestados médicos que tem vindo de forma avassaladora. 21 O convênio do SAS está sendo um dos piores departamentos na área da saúde para atendimento aos professores. Pagamos para tê-lo. Não e opcional. Nos dias de hoje o SAS não dispõe de especialistas para dar suporte aos professores que sofrem das doenças que se dizem “doenças do século – stress”. No mínimo teríamos que ter acompanhamento de terapia psicológica e psiquiátrico. Sabemos que tudo o que foi citado é direito do professor, mas porque não vem de forma mais organizada, ou melhor, respeitando os direitos dos profissionais da educação, que estão na base (na escola), pelo sistema? No que se refere à estrutura física temos um espaço bom e arejado, embora se precise de uma boa reforma nas salas de aula, pintura completa no prédio e urgentemente necessitamos de uma reforma na cozinha e no local de armazenamento da merenda escolar. Temos espaço físico para construir refeitório (nossos alunos tomam lanche em pé com pratos e canecas nas mãos), sala de artes, anfiteatro (cada vez que organizamos apresentações festivas, reunião de pais ou atividades que exijam concentração de um grande número de pessoas os quais temos que nos dirigirmos para os Salões Paroquiais e os mesmos nos tem cobrado aluguel ou taxa de limpeza) e que não pode ser pago pelo dinheiro que para a escola, do Estado. No que diz respeito ao laboratório de informática e ao laboratório de química, física, biologia e para a biblioteca necessitamos de recurso humano especializado para auxiliar os professores, entre outros. Após todas as reuniões, discussões e levantamento das necessidades, possibilidades e possíveis soluções, concluímos que o prioritário no colégio é a elevação do conhecimento – processo de ensino- aprendizagem, formação de alunos críticos, conscientes, responsáveis e o resgate dos valores éticos, culturais e morais por parte de toda a comunidade escolar, bem como a permanência do aluno no Colégio com o objetivo de diminuir o índice da evasão escolar. V - MARCO CONCEITUAL Os métodos clássicos de tortura escolar, 22 como a palmatória e a vara, já foram abolidos. Mas poderá haver sofrimento maior para uma criança ou adolescente que ser forçado a mover-se numa floresta de informações que não consegue compreender, e que nenhuma relação pode ter com a vida? (Rubem Alves). BASE LEGAL Lei de Diretrizes e Bases A Lei Federal nº. 9394 de 26 de dezembro de 1996, que estabelece as Diretrizes e Bases da Educação Nacional, é o documento norteador da educação brasileira, a partir de sua sanção. A Diretriz refere-se tanto a direções físicas quanto às indicações para ação. No primeiro caso, como linha reguladora do traçado de um caminho ou estrada, é mais perene que a diretriz. No segundo, como um conjunto de instruções ou linha indicativa para se tratar e levar a termo uma ação, plano ou negócio, é objeto de um trato ou acordo entre as partes, está sujeita a revisões mais freqüentes. Pode-se dizer, portanto, que as diretrizes da educação nacional e de seus currículos estabelecidos na LDB, como linha reguladora do traçado que indica direção, devem ser mais duradouras. Sua revisão, ainda que possível, exige convocação de toda a sociedade representada no Congresso Nacional. As diretrizes deliberadas pelo CNE estão mais próximas da ação pedagógica, são indicações para um acordo de ações e requerem revisão mais freqüente. A Base é superfície de apoio, fundamento; significa o alicerce sobre o qual se construirá o edifício. “Diretrizes e Bases” significam, portanto, neste contexto, tão só preceitos genéricos e fundamentais. Sobre a Educação e o Ensino “A Educação é um processo formativo que se desenvolve na vida familiar, na convivência humana, no trabalho, nas instituições de ensino e pesquisa, nos movimentos sociais e organizações da sociedade civil e nas 23 manifestações culturais.” (Art. 1º) O Ensino será ministrado com base nos princípios de igualdade, de liberdade e nos ideais de solidariedade humana, sendo a educação dever da família e do Estado. (Art. 2º e 3º) É dever de o Estado efetivar a educação mediante; A oferta do ensino fundamental, obrigatório e gratuito e proporcionar extensão ao ensino médio da mesma forma; Atendimento educacional especializado gratuito às pessoas com necessidades especiais. Haverá, quando necessário, serviços de apoio especificado, na escola regular para atender as peculiaridades dos alunos. A Educação Profissional será desenvolvida em articulação com o Ensino Regular ou por diferentes estratégias de educação continuada, em instituições especializadas ou no ambiente de trabalho (Art. 40). Garantia de padrões de qualidade de ensino; Garantia aos que forem trabalhadores, de condições de acesso e permanência na escola. (Art. 4º) Compete a Escola A desconcentração de decisões permitirá, a médio e longo prazo, a autonomia pedagógica e administrativa e de gestão financeira, tornando possível a cada escola construir sua própria identidade, elaborando a sua proposta curricular, administrando seus recursos humanos e financeiros, no desempenho de sua função social. (Art. 12 e 13) O Currículo do Ensino Fundamental, Médio e Profissionalizante Os currículos do Ensino Fundamental e Médio devem Ter uma base nacional comum, a ser complementada, em cada sistema de ensino e estabelecimento escolar,por uma parte diversificada, exigida pelas características regionais e locais da sociedade, da cultura, da economia e da clientela. (Art. 26) O conhecimento adquirido na Educação Profissional, inclusive no 24 trabalho, poderá ser objeto de avaliação, reconhecimento e certificação para prosseguimento ou conclusão de estudos. Os diplomas de cursos de Educação Profissional de nível médio quando registrados, terão validade nacional. (Art. 41) As Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Médio, como expressão das diretrizes e bases da educação nacional, serão obrigatórias, após sua aprovação e homologação. Porém, como contribuição de um organismo colegiado, de representação convocada, sua obrigatoriedade não dissocia da eficácia que tenham como orientadores da prática pedagógica e subordinam-se à vontade das partes envolvidas no acordo que representam. O desdobramento do currículo da base nacional comum e parte diversificada revelam o sentido descentralizador e adota a flexibilidade como um dos seus eixos ordenadores, permitindo construir “edifícios diversificados sobre a mesma base.” Os currículos do Ensino Fundamental, Médio e Profissional devem conter as seguintes diretrizes gerais: Abranger, obrigatoriamente, o estudo da língua portuguesa e da matemática, o conhecimento do mundo físico e natural e da realidade social e política, especialmente do Brasil; Promover a integração da Educação Profissional, conteúdos da Base Nacional Comum com a parte específica do curso ofertado, outras políticas públicas e ao mundo do trabalho. O ensino da arte constituirá componente curricular obrigatório; A educação física é componente curricular da educação básica, ajustando- se às faixas etárias, sendo obrigatório; O ensino da história do Brasil e da história do Paraná levará em conta as contribuições das diferentes culturas e etnias para a formação do povo brasileiro; Na parte diversificada, a partir da 5ª série será incluído, obrigatoriamente, o ensino de pelo menos uma língua estrangeira moderna a ser escolhida pela comunidade escolar. A História e Cultura Afro-Brasileira, Africana e Indígena serão abordadas 25 de forma positiva, em todas as disciplinas, visando preservá-la, valorizá-la e fundi-la dando sentido construtivo aos elos culturais e históricos entre esses diferentes grupos e às alianças sociais. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA Tendência Histórico – Crítica Dermeval Saviani é o criador da expressão “Concepção Histórico – Crítica”, que tem caráter crítico de articulação com as condições sociais, vinculado à dimensão histórica – (1979). José Carlos Libâneo discute a “Pedagogia Crítico – social dos conteúdos,” sendo uma proposta centrada nos conteúdos. A Pedagogia crítica implica: a clareza dos determinantes sociais da educação, a compreensão do grau em que as contradições da sociedade marcam a educação; identificação das formas mais desenvolvidas em que se expressa o saber objetivo, produzido historicamente, reconhecendo as condições de sua produção e compreendendo as suas principais manifestações bem como as tendências atuais de transformação; conversão do saber objetivo em saber escolar de modo a torná- lo assimilável pelos alunos no espaço e tempo escolares; provimento de meios necessários para que os alunos não apenas assimilem o saber objetivo enquanto resultado, mas aprendam o processo de sua produção bem como as tendências de sua transformação. Perspectivas da Educação Progressista educar para transformar; 26 buscar melhores condições de vida: em seus aspectos sociais, políticos, econômicos, culturais, entre outros; formar sujeito consciente de sua ação histórica na construção de uma sociedade mais justa e humana; instrumentalizar o sujeito, via apropriação do conhecimento, na construção de saberes que possibilite compreender analisar criticamente a realidade social, no sentido de promover ações transformadoras; não se acomodar frente às dificuldades sociais; ver o aluno como agente principal do processo pedagógico, sem com isto, desconsiderar o educador. Tendência Progressista Crítico-Social Dos Conteúdos Papel da Escola Os conteúdos devem ser vivos, concretos, indissociáveis das realidades sociais, mas sua difusão é tarefa primordial. A valorização da escola é vista como instrumento de apropriação do saber (contribuindo para diminuir a seletividade social e torná-la democrática, deve partir das condições existentes, garantindo um bom ensino a todos, a fim de que os alunos passem de uma experiência confusa e desordenada ( sincrética) para uma visão organizada e unificada (sintética) e a atuação da escola consiste em preparar o aluno para o mundo adulto e suas contradições, fornecendo-lhe um instrumento (o saber) para uma participação ativa e organizada na transformação da sociedade. Conteúdos de Ensino Os conteúdos são culturais universais, apesar de serem realidades exteriores aos alunos, os conteúdos não são fechados e refratários às realidades sociais, ligando-se à sua significação humana e social. Não há 27 oposição entre cultura erudita e saber popular, mas relação de continuidade progressiva. Há um duplo movimento de continuidade e ruptura: proporcionando acesso aos conteúdos, ligando-os à experiência concreta do aluno (continuidade) e proporcionar elementos de análise crítica que o ajudem a ultrapassar a experiência, os estereótipos e as pressões da ideologia dominante (ruptura). Pode-se ir do saber ao engajamento político, mas não o inverso, sob risco de cair-se numa pedagogia ideológica semelhante às pedagogias liberais. Métodos É preciso que os métodos favoreçam a relação dos conteúdos com os interesses dos alunos e que estes possam reconhecer, nos conteúdos, um auxílio ao seu esforço de compreensão da realidade (prática social). Os métodos devem relacionar a prática docente com a experiência dos alunos, além da introdução dos elementos novos de análise, que propiciarão a “ruptura”. Relacionamento professor-aluno A relação pedagógica consiste numa colaboração mútua, sendo o papel do aluno insubstituível, mas se acentua a participação do aluno no processo: o aluno participa da busca da verdade, ao confrontar sua experiência com os conteúdos e modelos expressos pelo professor e o esforço do professor em orientar, abrir perspectivas implica em envolvimento com a vida dos alunos. Não se contenta o professor em satisfazer necessidades, mas busca despertar novas necessidades, acelerar e disciplinar métodos de estudo, exigir esforço dos alunos, propor conteúdos e modelos, incentivar o aluno a participação ativa. 28 Faz-se necessária a intervenção do professor, mais experiente, que dispõe de formação para ensinar, possui mais conhecimentos, a fim de levar o aluno a ir mais longe. Pressupostos de aprendizagem O grau de envolvimento na aprendizagem depende tanto da prontidão e disposição do aluno, quanto do professor e do contexto da sala. Aprender é desenvolver a capacidade de processar informações e lidar com os estímulos do ambiente, organizando os dados disponíveis da experiência. O princípio da aprendizagem significativa: parte daquilo que os alunos já sabem e a transferência da aprendizagem significativa dá-se a partir do momento da síntese, isto é, quando o aluno supera sua visão parcial e confusa e adquireuma visão mais clara e unificadora. Para tanto o trabalho escolar precisa ser avaliado como comprovação para o aluno de seu progresso em direção a noções mais sistematizadas. Manifestações na prática escolar Modelos que visam avançar em termos de articulação do político e do pedagógico exigem do professor maior conhecimento dos conteúdos e domínio das formas de transmissão (competência técnica) e compreensão dos vínculos de sua prática docente com a prática social global (competência política). A tendência da pedagogia crítico-social dos conteúdos propõe uma síntese superadora das pedagogias tradicional e renovada, valorizando a ação pedagógica inserida na prática social concreta. Entende a escola como mediação entre o individual e o social, onde se exerce a articulação entre a transmissão dos conteúdos e a assimilação ativa por parte de um aluno concreto. Dessa articulação resulta o saber criticamente reelaborado. Concepção do Homem 29 O homem é um ser complexo. A sua formação ou a deformação está intimamente ligada ao meio sociocultural e à base biológica. Afirma Vygotsky, que as características tipicamente humanas não estão presentes desde o nascimento do indivíduo, nem são meras pressões do meio externo. Elas resultam da interação dialética do homem e seu meio sociocultural. Ao mesmo tempo em que o ser humano transforma o seu meio para atender suas necessidades básicas, transforma-se a si mesmo. À escola, como instituição social da educação, compete propiciar meios para o desenvolvimento intelectual do homem, na busca de sua autonomia e realização pessoal em toda a sua plenitude. Concepção de Sociedade A sociedade tecnológica em que vivemos recoloca as questões da sociabilidade humana em espaços cada vez mais amplos, tornando as questões de identidade pessoal e social cada vez mais complexa. Vygotsky, inspirado nos princípios do materialismo dialético, considera o desenvolvimento da complexidade da estrutura humana como um processo de apropriação pelo homem da experiência histórica e cultural. Nesta perspectiva, a premissa é de que o homem constitui-se como tal, através de suas interações sociais, portanto, é visto como alguém que transforma e é transformado nas relações produzidas em uma determinada cultura. É por isso que seu pensamento costuma ser chamado de sócio- interacionista. Nas últimas décadas, novas formas de convivência humana foram se desenvolvendo, novos paradigmas foram colocados, mas tanto no modelo do mundo capitalista, quanto na tentativa frustrada do socialismo, a verdade não reina soberana em nenhum deles. Dessa forma, está se buscando um novo modelo explicativo da sociedade atual. No contexto em que o homem é um ser que interage socialmente no seu meio, faz-se necessário que ele tenha uma formação básica geral, 30 com desenvolvimento do pensamento reflexivo, crítico, atuante e com habilidades múltiplas para poder, com maior facilidade, ter acesso ao mundo do trabalho, mas também vincular-se à prática social, na qual o exercício da afetividade, da sensibilidade, da ética far-se-á presentes, no mundo contemporâneo. Concepção de Educação Educação é um processo de desenvolvimento da capacidade física, intelectual e moral do ser humano, visando a sua melhor integração individual e social. Ela se desenvolve na vida familiar, na convivência humana, no trabalho, nas organizações civil, militar e eclesiástica, nas entidades culturais e políticas e, principalmente, nas instituições escolares. A educação escolar, do qual fazem parte o Ensino Fundamental e Profissional objetiva o exercício pleno da cidadania, formação ética e autonomia intelectual. No mundo atual, em constantes e rápidas modificações, há que se refletir sobre a Educação para o século XXI, pois a educação deve cumprir o seu papel: - instrumento de apropriação do saber, contribuindo para diminuir a seletividade social e torná-la democrática; - preparar o aluno para o mundo adulto e suas contradições, fornecendo-lhe um instrumental (o saber) para uma participação ativa e organizada na transformação da sociedade. A Declaração Mundial sobre a Educação para Todos destaca, em um dos seus artigos, que toda pessoa - criança, adolescente ou adulto - deve poder se beneficiar de uma formação concebida para responder às suas necessidades educativas fundamentais. O Ensino Médio e o curso Profissionalizante Integrado em nível Médio, etapa final da educação básica, destinam-se a um grupo de alunos heterogêneos, composto por adolescentes, jovens e adultos, egressos do Ensino Fundamental formal e não formal, os quais trazem incorporadas 31 práticas sociais e vivências do mundo do trabalho diversificadas. Daí a necessidade de assegurar maior flexibilidade à construção do currículo, à metodologia empregada para seu desenvolvimento bem como aos processos de avaliação. Concepção da Escola A escola é uma instituição criada pela sociedade constituída, em função da própria, para formação básica do indivíduo, que se modifica através da aquisição de conhecimentos e modifica a sociedade na qual está inserida. A escola é um espaço constituído de diversas dimensões: a pedagógica, a administrativa, a política, a social, a cultural, a humana. Cada dimensão atende determinados campos de ação. A pedagógica atende questões pertinentes ao processo ensino-aprendizagem; a administrativa cuida de questões de infra-estrutura e de pessoal; a política, do processo decisório; a social, da relação escola x comunidade; a cultural confere identidade social-cultural; a humana se relaciona com sentimentos, conceitos e preconceitos de cada ser humano da comunidade escolar. O eixo central da escola é o pedagógico e as questões administrativas são atividades meio para a sua realização, mas para que o pedagógico tenha êxito é preciso que todas as outras dimensões funcionem interligadas, visando a sua finalidade maior, que é o de garantir o direito ao saber científico, cultural e ético, para a formação básica do educando. Não basta dizer para a comunidade que a escola é importante. É preciso mostrar à sociedade através de seus trabalhos, publicações de alunos e professores; de participação na busca de soluções para os problemas comunitários; realizar projetos e atividades dirigidas ao público, à comunidade; fazer exposições de materiais; organizar e participar de seminários e fóruns sobre assuntos de interesse comunitário onde se situa; dar voz à escola através de publicações e manifestações nas mídias; desenvolver trabalhos voltados ao lazer, esporte, cultura, arte e convivência fraterna com a comunidade local e regional. Dessa forma, a escola estará se 32 firmando como instituição social necessária e significativa para a vida dos alunos e da comunidade. Concepção de Cultura O conceito de cultura e historicamente polissêmico e contraditório abordá-lo em uma sociedade multicultural e globalizada1 neste inicio do século XXI e uma a tarefa árdua. Não pretendemos nesse momento, discutir este conceito em sua amplitude, mas apontar nossa opção de concepção de cultura. Primeiramente procuramos entender qual a diferença entre 'natureza' e 'cultura'. Para tanto a globalização e de certa forma, o ápice do processo de internacionalização do mundo capitalista. Para entendê-la, como, de resto, a qualquer fase da historia, ha dois elementos fundamentais a levar em conta: o estado das técnicas e o estado da política. Só quea globalização não e apenas a existência desse novo sistema de técnicas. Ela e também o resultado das ações que asseguram a emergência de um mercado dito global, responsável pelo essencial dos processos políticos atualmente eficazes. Os fatores que contribuem para explicar a arquitetura da globalização atual são: a unicidade da técnica, a convergência dos momentos, a cognoscibilidade do planeta e a existência de um motor único na historia, representado pela mais-valia globalizada. Um mercado global utilizando esse sistema de técnicas avançadas resulta em uma globalização perversa, a qual poderia ser diferente se seu uso político fosse outro. SANTOS, Milton. Por outra Globalização (do pensamento único a consciência universal). Rio de Janeiro: Record, 2000, p.1- 52 recorremos aos estudos de da filosofa Marilena Chaui. Na seqüência apontamos a concepção de cultura compreendida, a qual se fundamenta na antropologia, na sociologia, na historia e na filosofia. Segundo Chaui (2004, p. 242) e muito comum ouvirmos frases deterministas relativas à classe, gênero, etnia, religiões e etc., como por 33 exemplo: “Fulana nem parece mulher”, “judeus são naturalmente avarentos e o árabes são naturalmente comerciantes espertos”, o brasileiro sempre da um “jeitinho” para tudo (grifo nosso). Estas afirmações permitem a naturalização de determinados comportamentos, praticas, idéias, alem de sugerir que existe uma única natureza humana para todos os tempos e lugares. De acordo com Chaui (2004, p. 246) com a qual corroboramos 'cultura' e 'natureza' não são termos antagônicos, mas uma “segunda natureza que a educação e os costumes acrescentam a natureza”, resultados expressos na vida material e imaterial de uma sociedade, grupo, família ou de um sujeito. O conceito de cultura na acepção sociológica refere-se aos aspectos da sociedade humana que “são antes aprendidos do que herdados” (GUIDDENS, 2005, p.38). No entendimento de que a cultura não e um fator determinante biológico ou ideológico esta comunidade escolar recusa uma concepção de cultura totalmente planificada, monolítica e hegemonicamente padronizada pelo sistema econômico, político ou de alguns ideólogos. Contudo, faz-se necessário deixar claro que não podemos dissociar o conceito de cultura do tempo e do espaço em que vivemos. Nessa primeira década do século XXI, vivemos em uma sociedade globalizada e multicultural, ou seja, inserida no movimento da mundialização do capital e da informação, com sua diversidade racial, geográfica, religiosa, política e econômica etc. Segundo Maclaren (2000) o processo de globalização influencia direta e indiretamente a vida dos seres humanos em todos os campos, a saber: econômico, cultural, política, relação interpessoais e a própria subjetividade, contudo ele frisa que o processo de globalização “não se verifica de modo homogêneo, tanto na extensão quanto na profundidade”. Considerando a contribuição de Maclaren (2000), observamos em nossa Segundo Chesnais (1996) o processo de mundialização e uma fase especifica do processo de internacionalização do capital que tem como característica o movimento conjunto da: 1) acumulação ininterrupta do capital e, 2) as políticas 34 de liberação, de privatização, de desregulamentação e de desmantelamento das conquistas sociais e democráticas. CHESNAIS, Francois. A mundialização do capital. São Paulo: Xama, 1996. Concepção de cultura o mundo globalizado e multicultural. Procuramos entende-lo na extensão e profundidade de nossa cultura e na relação com o mundial. Assim, ressaltamos a clareza de não abordarmos a diversidade cultural (diferenciação e da singularidade de culturas) nas diferentes disciplinas, descoladas das discussões sobre a desigualdade social e econômica, a qual e produto das relações de exploração capitalistas historicamente construídas em nossos pais, em relação aos outros países ricos e pobres. Assim, esta comunidade escolar defende uma concepção de cultura que não acomode os sujeitos na sociedade dita globalizada e multicultural, mas que respeite e interprete as diferenças buscando não “mascarar” ou omitir as profundas desigualdades sociais e econômicas. Com isso, pretende- se construir uma cultura de resistência critica a dominação em seus mais variados aspectos e, também criar a possibilidade de refletir e desafiar os processos historicamente sedimentados pela imposição econômica e de alguns ideólogos. Segundo Da Matta (1986, p17), “a identidade social se constrói por meio de dados quantitativos, onde somos uma coletividade que deixa a desejar; e por meio de dados sensíveis e qualitativos, em que podemos ver a nos mesmo como algo que vale a pena”. E nessa perspectiva que esta comunidade escolar, buscara discutir o conceito de cultura e, não apenas como uma questão da sociedade “pós-moderna”, nem reduzindo aos problemas étnicos, gênero, ambientais, orientação sexual, e etc. Mas observar estas instancia de maneira relacional respeitando as suas especificidades e complexidades. No caso especifico da sociedade brasileira, para Da Matta (1986, p.19) ao buscar entender o Brasil por meio desta capacidade relacional, ou seja, como duas faces de uma moeda poderemos entender mais sobre a identidade de nosso povo. Pois, na compreensão de Da Matta (1986), o que nos faz ser 35 reconhecidos como brasileiros, principalmente na percepção do estrangeiro e a utilização da língua falada e escrita, dos costumes, de determinados gostos e festas nacionais, pelo espaço geográfico que ocupamos. Contudo, este antropólogo ressalva que, embora sejamos identificados como brasileiros por falar o mesmo idioma, morar num espaço geográfico denominado Brasil e, a maioria da população gostar da festas nacionais como, por exemplo, o Carnaval, faz-se necessário considerar que as diferenças étnicas, religiosas, regionais, locais e individuais são reais, assim não existe uma identidade brasileira monolítica. Para Stuart Hall (1998) a identidade nacional fica na esfera de uma “comunidade imaginaria”. A “cultura nacional imaginaria“ seria mantida pelos discursos e narrativa sobre a nação em obras literárias e historiográficas e também nas narrativas populares, geralmente para atender determinados interesses de um determinado momento histórico a serviço dos mecanismos de dominação. Segundo Pereira Filho (2010) “No caso da busca da Identidade do Brasil e do brasileiro, esses fatores aparecem de maneira bastante marcante. Pensar a formação histórica e cultural brasileira e ir de encontro a pelo menos três aspectos centrais: o território, o povo, o Estado. E, em todos esses três casos, ocorre enorme complexidade quanto à identificação de seus elementos formadores”. Assim, melhor do que falar de uma identidade nacional, e problematizar o seu entendimento em diferentes momentos da Historia do Brasil, procurando desvelar os mecanismos que a construiu, ou seja, trazer a tona os interesses envolvidos nas mudanças, permanências, rupturas e a partir disso buscar o. Importa ressaltar que, historicamente, já houve momentos de determinação cultural, mas que estas sempre tiveram atreladas a interesses de dominação. Assim, a concepção de cultura desta comunidade escolar buscara pensar a identidade e a pluralidade cultural pelo viés da diversidade, a qual a nosso ver não pode estar desvinculada dos processos históricos que as construíram. Essa concepção deve estar fundamentada teoricamente, de forma clara, pois sustentara e orientara a pratica pedagógica da Escola, bem36 como, a mediação e articulação desse processo junto à comunidade escolar. Concepção de Trabalho A palavra trabalho deriva do latim tripalium, objeto de três paus aguçados utilizado na agricultura e também como instrumento de tortura. Mas, outros conceitos foram associados, e segundo Karl Marx (1983), o trabalho é o fruto da relação do homem com a natureza, e do homem com o próprio homem, é o que nos distingue dos animais e move a história, sendo considerada também a transformação da natureza em produtos ou serviços, portanto em elementos de cultura. O trabalho é desse modo, o esforço realizado, e também a capacidade de reflexão, criação e coordenação. Sob esta concepção, o trabalho é também entendido como um meio transformador de uma sociedade e, seguindo este raciocínio a educação tem função estratégica central na construção de uma nação, portanto a escola pode e deve ser a esperança da transformação da sociedade, pois é o elo entre o fazer e o pensar. Concepção de Conhecimento O ser humano possui conhecimento adquirido através do senso comum, ou seja, o conhecimento real, não científico, que é constituído no cotidiano, de forma espontânea. Ao longo do desenvolvimento, aprende-se a abstrair e generalizar conhecimentos aprendidos espontaneamente, mas é bem mais difícil formalizá-los ou explicá-los em palavras porque, diferentemente da experiência escolar, não são conscientes, deliberados ou sistemáticos. O processo de aquisição do conhecimento é ascendente, isto é, inicia-se de modo inconsciente e até caótico, de acordo com uma experiência que não é controlada e encaminha-se para níveis mais abstratos, formais e conscientes. O processo de aquisição de conhecimentos sistemático escolar tem uma direção oposta à do conhecimento espontâneo, é descendente, de níveis formais e abstratos para aplicações particulares. 37 Na prática, o conhecimento espontâneo auxilia a dar significado ao conhecimento escolar. O conhecimento escolar reorganiza o conhecimento espontâneo e estimula o processo de sua abstração. A contextualização, um dos princípios da organização curricular, facilita a aplicação da experiência escolar para a compreensão, da experiência pessoal em níveis mais sistemáticos e abstratos e o aproveitamento da experiência pessoal para facilitar o processo de concreção dos conhecimentos abstratos que a escola trabalha. Isto significa que a ponte entre a teoria e prática, recomendada pela LDB, deve ser de mão dupla. Cabe à escola desenvolver o conhecimento espontâneo, encaminhando-o a níveis mais abstratos, formais, conscientes e sistematizados, com a utilização das competências cognitivas básicas: raciocínio abstrato, comparação, capacidade de compreensão de situações novas que é a base para solução de problemas. A contextualização é um recurso pedagógico para tornar a construção de conhecimentos um processo permanente de formação de capacidades intelectuais superiores. Concepção de Currículo O currículo não e um mero conjunto neutro de conhecimentos escolares a serem ensinados, aprendidos e avaliados. O currículo e sempre parte de uma tradição seletiva, e um conjunto de ações, “não algo pronto de uma vez por todas; e, antes, algo a ser defendido onde, com o tempo, as mistificações tendem a se construir e reconstruir” (GOODSON, 2001, p. 2 7). A comunidade escolar do Colégio Érico Veríssimo corrobora com as idéias de Goodson (2001), concebe currículo como uma construção, um campo de lutas, um processo, fruto da seleção e da visão de alguém ou de algum grupo que de tem o poder de dizer e fazer. Nesse sentido, o currículo revela e expressa tensões, conflitos, acordos, consensos, aproximações e distanciamentos. O currículo proposto tem como objetivo possibilitar a reflexão sobre a educação no contexto da sociedade global e multicultural na qual estamos 38 inseridos, a partir da proposição dos conteúdos das diferentes disciplinas e por meio das diferentes atividades pedagógicas, defendendo a necessidade de dialogo entre os professores, estudantes, pais, comunidade e outros, este e o desafio do currículo proposto por esta comunidade escolar. E importante deixar claro nossa compreensão de sociedade multicultural e global. Atualmente, a expressão multicultural tem sido amplamente utilizada nos discursos educacionais, no currículo a mesma serve para caracterizar a sociedade brasileira a qual se encontra inserida no movimento de mundialização do capital com sua diversidade geográfica, étnica, religiosa, política, cultural etc. Nesse sentido, esta comunidade escolar entende o conceito multicultural, como uma possibilidade de defender um caminho flexível para escola, com o qual pretende contemplar os saberes do cotidiano dos diferentes sujeitos que compõem esta comunidade escolar, relacionando com os saberes artísticos, filosóficos e científicos historicamente construídos. Dessa forma, o professor ao elencar seus conteúdos no PPC desta proposta “deve” ir alem dos territórios e dos limites disciplinar, mas “deve” ter a capacidade de buscar diálogos interdisciplinares, de integrar, de incluir em contextos específicos dos diferentes sujeitos os saberes dos denominados “excluídos”, a saber: negros, indígenas, povos ribeirinhos e faxinalenses, pobres, homossexuais, portadores de deficiência física e outros. O currículo proposto por esta comunidade escolar rejeita a escola excludente, contudo, questiona as condições de trabalho com um segmento especifico da chamada minorias, principalmente, ao que tange as deficiências físicas, visuais, mentais, auditivas. Esta postura traz consigo a critica ao sistema de inclusão proposto para as escolas brasileiras sem que os professores recebam uma formação especifica para trabalhar com estes sujeitos, não permitindo assim um processo de ensino/aprendizagem para alem do discurso. Nas diretrizes curriculares e disciplinares propostas pela Secretaria do Estado do Paraná, e explicito o interesse do Estado em reconhecer o pluralismo no interior da sociedade paranaense e no espaço escolar como um 39 espaço de afirmação de identidades diversas. Exemplo disso foi à proposição das diretrizes disciplinares para Educação Básica, as quais contemplam e valorizam os diferentes sujeitos que compõem a sociedade. Esse fator leva-nos a questionar: O que significa falar de identidade neste contexto? Identidade “e o papo do momento, um assunto de extrema relevância e em evidencia” (BAUMAN, 2005, p. 23). Para Hall (2000, p.103) esta ocorrendo uma “verdadeira explosão discursiva do conceito de identidade. Estes entre outros teóricos alertam para os vários aspectos circunscritos a questão identitária. Assim, para o currículo deste estabelecimento de ensino buscou-se analisar a rede de significações que a problemática adquire, nos diferentes lugares sociais. No caso especifico da sociedade brasileira, temos que questionar quais as implicações de pensar identidade e a pluralidade cultural pelo viés da diversidade, a qual historicamente ainda e descolada da desigualdade social e da discriminação. De maneira geral, os professores que compõem esta comunidade escolar sabem a diferença entre a diversidade cultural, fruto da diferenciação e da singularidade de culturas, e a desigualdade social, produto das relações de exploração capitalista, historicamente construídas e consolidadas em nossos pais. Dessa forma, contemplar a diversidade cultural no currículo por meio das diferentes disciplinas e das atividades pedagógicas constituipara este estabelecimento de ensino um movimento, num campo político de embates, no qual as relações de classe, gênero, etnia são relações de poder, autoridade, dominação e resistência na lógica social capitalista. Nesta perspectiva, a proposta dos conteúdos elencados no currículo deste colégio, buscou não confundir o respeito à tolerância em relação às múltiplas experiências de grupos humanos e as lutas sociais pela transformação da sociedade. Assim, a proposição dos conteúdos pelas diferentes disciplinas deste estabelecimento de ensino bem como as atividades pedagógicas, tem por finalidade a busca da construção do respeito 40 e da tolerância, mas não mascarando ou omitindo as profundas desigualdades sociais e econômicas existentes no Brasil. Nesse sentido, o currículo proposto por esta comunidade escolar, buscara mediar às relações entre escola, conhecimento artístico, filosófico, cientifico e sociedade, buscando compreender as permanências, as transformações no que tange os objetivos da escola (o que ela faz) e com quem ela estabelece relações, ou seja, a quem ela atende e de que modo. O currículo por ser histórico, interfere na historia de seu tempo, o mesmo “traz para escola, elementos que existem no mundo e cria, na escola, sentido para o mundo” (VEIGA NETO, 1999, p. 101). Partindo desta premissa, faz-se necessário pensar que as relações estabelecidas no currículo e outros elementos da pratica escolar devem voltar o olhar para o papel da escola como instituição cultural, social e política. Ela não só reproduz como também produz saberes, praticam valores, culturas. Portanto, o currículo não se limita ao “prescrito” nos documentos oficiais, mas abrange as ações, as vivencias do cotidiano escolar. Segundo Sacristan: o currículo pode ser entendido como “uma práxis antes que um objeto estático emanado de modelo coerente de pensar a educação ou as aprendizagens necessárias das crianças e dos jovens, que tampouco se esgota na parte explicita do projeto de socialização cultural das escolas. E uma pratica, expressão da função socializa Dora e cultural que determinada instituição tem, que reagrupa em torno dele uma serie de subsistemas ou praticas diversas, entre as quais se encontra a pratica pedagógica desenvolvida em instituições escolares que comumente chamamos de ensino. E uma pratica que expressa em comportamentos práticos diversos. O currículo, como projeto baseado num plano construído e ordenado, relaciona a conexão entre determinados princípios e uma realização dos mesmos, algo que se ha de comprovar e nessa expressão pratica concretiza seu valor. E uma pratica na qual se estabelece um dialogo, por assim dizer, entre agentes sociais, elementos técnicos, alunos que reagem diante dele, professores que modelam etc. (2000, p. 15-16). 41 Compartilhamos com Sacristan que o currículo se concretiza no campo dos saberes e das praticas pedagógicas realizadas na instituição escolar, pratica esta que não e neutra, pois desvela confluências de relações e interesses que se entrecruzam nos anseios sociais vinculados ao poder, representados por ideais hegemônicos e contra-hegemonicos. Assim entendemos o currículo como componente da escola, por conseqüência, o mesmo também representa encontro e desencontro de desejos e ideologias. O currículo vivido revela não apenas aceitação das tensões configuradas no cotidiano da sala de aula e da escola, das preposições da mantenedora, mas também da resistência na efetivação do projeto social idealizado. Concepção de Letramento Letramento é uma tradução para o português da palavra inglesa “literacy” que pode ser traduzida como a condição de ser letrado. Um indivíduo alfabetizado não necessariamente um indivíduo letrado. Alfabetização é aquele indivíduo que sabe ler e escrever; letrado é aquele que sabe ler e escrever, mas que responde adequadamente às demandas sociais da leitura e da escrita. Alfabetizar letrando é ensinar a ler e escrever no contexto das práticas sociais e da escrita, assim o educando deve ser alfabetizado e letrado. A linguagem é um fenômeno social, estruturada de forma ativa e grupal do ponto de vista cultural e social. A palavra letramento é utilizada no processo de inserção numa cultura letrada. O conhecimento das letras é apenas um meio para o letramento, que é o uso social da leitura e da escrita. Para formar cidadãos atuantes e interacionistas, é preciso conhecer a importância da informação sobre letramento e não de alfabetização. Letrar significa colocar a criança no mundo letrado, trabalhando com os distintos usos de escrita na sociedade. Essa inclusão começa muito antes da alfabetização, quando a criança começa a interagir socialmente com as práticas de letramento no seu mundo social. O letramento é cultural, por isso muitas crianças já vão para a escola com o 42 conhecimento alcançado de maneira informal absorvido no cotidiano. Ao conhecer a importância do letramento, deixamos de exercitar o aprendizado automático e repetitivo, baseado na descontextualização. Na escola a criança deve interagir firmemente com o caráter social da escrita e ler e escrever textos significativos. A alfabetização se ocupa da aquisição da escrita pelo indivíduo ou grupos de indivíduos, o letramento focaliza os aspectos sócio-históricos da aquisição de um sistema escrito por uma sociedade. “Em termos sociais mais amplos, o letramento é apontado como sendo produto do desenvolvimento do comércio, da diversificação dos meios de produção e da complexidade crescente da agricultura. “Ao mesmo tempo, dentro de uma visão dialética, torna-se uma causa de transformações históricas profundas, como aparecimento da máquina a vapor, da imprensa, do telescópio, e da sociedade industrial como um todo”. TFOUNDI, Leda Verdiani. A alfabetização deve se desenvolver em um contexto de letramento como início da aprendizagem da escrita, como desenvolvimento de habilidades de uso da leitura e as escrita nas práticas sociais que envolvem a língua escrita, e de atitudes de caráter prático em relação a esse aprendizado; entendendo que a alfabetização e letramento, devem ter tratamento metodológico diferente e com isso alcançar o sucesso no ensino aprendizagem da língua escrita, falada e contextualizada nas nossas escolas. Letramento é informar-se através da leitura, é buscar notícias e lazer nos jornais, é interagir selecionando o que desperta interesse, divertindo-se com as histórias em quadrinhos, seguir receita de bolo, a lista de compras de casa, fazer comunicação através do recado, do bilhete, do telegrama. Letramento é ler histórias com o livro nas mãos, é emocionar-se com as histórias lidas, e fazer, dos personagens, os melhores amigos. Letramento é descobrir a si mesmo pela leitura e pela escrita, é entender quem a gente é descobrir quem podem ser. Concepção de Ensino Aprendizagem 43 Trabalhar com a diversidade presente no Colégio Érico Veríssimo exige clareza de que o ensino e a aprendizagem vão alem das diferenças de idade ou série. E preciso considerar para alem das diferenças socioeconômicas, as Diferenças culturais, individuais dos estudantes que compõem esta comunidade Escolar. Os conteúdos elencados no PPC e ministrados nas diferentes disciplinas devem considerar o contexto de produção do conhecimento bem como expor aos Estudantes a finalidade deste na sociedade atual. Esta comunidade escolar entende que a aprendizagem acontece a partir do momento que os estudantes conseguem relacionar os
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