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Trabalho_Seminario_Integrado_III

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ANHANGUERA EDUCACIONAL 
POLO HORTOLÂNDIA 
TECNOLOGIA EM GESTÃO PÚBLICA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ANTONIO CARLOS ROCHA 
 
 
 
 
 
 
 
 
SEMINARIO INTEGRADO III: 
A prática da contabilidade na gestão pública 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
HORTOLÂNDIA 
2019 
ANTONIO CARLOS ROCHA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SEMINARIO INTEGRADO III: 
A prática da contabilidade na gestão pública 
 
 
Trabalho de graduação das disciplinas: 
Administração Pública; Auditoria e Controle no Setor 
Público; Contabilidade Pública; Finanças Públicas; 
Gestão de Custos no Setor Público; Seminário do 
Projeto Integrado III, apresentado aos professores: 
como exigência para avaliação das matérias à 
Faculdade Anhanguera – polo de Hortolândia, 
elaborado sob a Orientação do(a) Professor(a) : 
Jaqueline dos Santos Ferrarezi; Regis Garcia; Eric 
Ferreira dos Santos; André Juliano Machado; Valdeci 
da Silva Araújo; Cláudia Cardoso Moreira Napoli. 
 
 
 
 
 
 
HORTOLÂNDIA 
2019 
SUMÁRIO 
 
INTRODUÇÃO .............................................................................................................. 4 
1. ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA ............................................................................. 5 
1.1. PATRIMONIALISMO ....................................................................................... 6 
1.2. BUROCRACIA .................................................................................................... 6 
1.3. GERENCIALISMO ............................................................................................ 7 
2. AUDITORIA E CONTROLE NO SETOR PÚBLICO ....................................... 9 
3. CONTABILIDADE PÚBLICA ............................................................................ 11 
4. FINANÇAS PÚBLICAS ....................................................................................... 13 
5. GESTÃO DE CUSTOS NO SETOR PÚBLICO ................................................ 14 
CONCLUSÃO ............................................................................................................. 177 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ....................................................................... 19 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
INTRODUÇÃO 
 
Este trabalho tem como intuito destacar a importância das normas e legislações, 
e principalmente dos mecanismos de controle para a consolidação de administrações 
públicas cada vez mais eficientes e eficaz, onde o norte seja o bem comum. 
O trabalho percorre brevemente o histórico dos modelos de administração 
implantados no Brasil, partindo do patrimonismo, discorrendo sobre a burocracia e 
chegando ao gerencialismo. Num contexto de globalização, percorreremos um caminho 
marcado por inovações e mudanças de paradigmas, que culmina num paradoxo entre 
transparência da coisa pública e estado mínimo. 
Pontuamos questões como conceito de controle social e de como isso se dá na 
realidade concreta nos municípios onde vivemos. A importância da Auditoria e Controle 
no setor público, e a importância do despertar para a cidadania. Ressaltamos as Normas 
Internacionais das Entidades Fiscalizadoras Superiores (ISSAI) e a Lei de Acesso a 
Informação que exige dos órgãos públicos que estes forneçam informações oriundas das 
atividades públicas. 
A Contabilidade Pública vai assumindo cada vez mais relevância e importância, 
num processo de convergências as normas internacionais de contabilidade no setor 
público está se mostra cada vez mais necessária e útil, e principalmente com as 
alterações nas Normas Brasileiras de Contabilidade para o setor público (NBC T SP) 
cada fez mais esta se faz como instrumento prático de uma prática que pode nos levar a 
maior zelo e transparência e controle do uso dos recursos público. 
Ainda no quesito finanças públicas se faz presente na busca da transparência, 
vamos discorrer sobre a relevância da lei 4.320/64 e da lei de responsabilidade fiscal 
(LRF). Aqui de forma mais didática trazemos os passos a passo do Plano Plurianual 
(PPA), Lei de diretrizes Orçamentarias (LDO) e Lei Orçamentaria Anual (LOA). 
Ressaltando a importância destes instrumentos constar na Constituição brasileira. Como 
parte de um todo, temos a Gestão de Custos no setor público – Onde podemos perceber 
que a gestão pública moderna está atrelada a ferramentas e sistemas de controle cada 
vez mais efetivos. 
 
 
1. ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA 
 
 O fenômeno da globalização, juntamente com o avanço das ideias neoliberais 
levou a partir do final dos anos 1970, a um processo de reforma dos Estados ocidentais, 
e aqui no Brasil com o governo FHC e seu ministro Bresser Pereira seguem os ventos 
vindos de fora, com o discurso de pôr “fim a era Vargas” referindo ao modelo de Estado 
intervencionista. 
E assim o Estado brasileiro conhece o que Bresser Pereira denominou de 
“Reforma Gerencial de 1995”: 
Eu já tinha algumas ideias a respeito, uma vez que orientara alunos e presidira a 
comissão que reformulou a pós-graduação em administração pública na Fundação 
Getúlio Vargas - São Paulo. Conhecia muito bem a Administração Pública burocrática, 
conhecia a teoria e a prática da administração de empresas, e tinha uma idéia da 
administração que eu chamaria um pouco adiante de "gerencial" por intermédio da 
leitura do livro de Osborne e Gaebler (1992), a partir de uma recomendação de Yoshiaki 
Nakano. Mas precisava conhecer muito mais a respeito das novas idéias. E foi o que fiz, 
viajando para a Inglaterra logo no início do governo e começando a tomar 
conhecimento da bibliografia que recentemente havia se desenvolvido, principalmente 
naquele país, a respeito do assunto. O resultado foi elaborar, ainda no primeiro semestre 
de 1995, o “Plano Diretor da Reforma do Aparelho do Estado” e a emenda 
constitucional da reforma administrativa, tomando como base as experiências recentes 
em países da OCDE, principalmente o Reino Unido, onde se implantava a segunda 
grande reforma administrativa da história do capitalismo: depois da Reforma 
Burocrática do século passado, a Reforma Gerencial do final deste século (Luiz Carlos 
BRESSER PEREIRA, 2000, p.58). 
 
Nas últimas décadas a Administração Pública, em termos mundiais, tem passado 
por diferentes fases. Podemos classificar estas fases em três: patrimonialista, burocrática 
e gerencial. 
O modelo de Administração burocrática apresentou um avanço para a 
administração pública, pois este adota uma série de medidas cujo objetivo é a defesa da 
coisa pública, em contrapartida ao modelo Patrimonialista onde não havia uma distinção 
clara entre patrimônio público, Estado, e o patrimônio particular do detentor do poder. 
O termo patrimonialista deriva, exatamente, desta falta de distinção do que é bens 
públicos e bens particulares. O sistema patrimonialista foi o primeiro modelo de gestão 
adotado pelo Estado brasileiro. Herança de Portugal. 
A crise da burocracia pública brasileira demonstra a realidade sobre processos 
internos altamente burocratizados, fragilidade na estrutura, deficiências na estratégia, 
problemas culturais, denotando práticas patrimonialistas e excessivamente burocráticas 
e permitindo, com isso, a manifestação de clientelismo, corporativismo, fisiologismo e 
corrupção (MATIAS-PEREIRA, 2009). 
 
1.1. PATRIMONIALISMO 
Forma de administração pública predominante nas monarquias, quando o 
monarca exercia o domínio sobre os bens públicos e particulares, sem qualquer 
necessidade de prestar contas à sociedade. Assim este sistema é marcado pela forte 
presença da seguintescaracterísticas: nepotismo, corrupção, ineficiência, improviso, 
falta de profissionalismo, ausência de métodos de trabalho, falhas de planejamento, 
entre outras. 
No patrimonialismo, o aparelho do Estado funcionava como a extensão do poder do 
soberano, e os seus auxiliares, servidores, possuem status de nobreza real. Os cargos são 
considerados prebendas. A res publica não é diferenciada das res principis. Em 
consequência, a corrupção e o nepotismo são inerentes a esse tipo de administração. No 
momento em que o capitalismo e a democracia se tornam dominantes, o mercado e a 
sociedade civil passam a se distinguir do Estado. Nesse novo momento histórico a 
administração patrimonialista torna-se uma excrescência inaceitável (CHIAVENATO, 
2012, pág. 107). 
 
1.2. BUROCRACIA 
 
“Todos os estudos a respeito da burocracia nos levam ao Max Weber (1864-1920), um 
sociólogo alemão que ficou conhecido por ser precursor da teoria das estruturas e 
descreveu a atividade organizacional em função das relações de autoridade.” (Headley, 
2014, p. 74) 
A burocracia tinha como objetivo melhorar a eficiência das organizações e coibir 
os excessos do patrimonialismo. A organização na burocracia deve funcionar com base 
em normas, leis e regulamentos. As principais características do modelo burocrático são 
o profissionalismo, a impessoalidade e o formalismo. O profissionalismo está ligado 
com a meritocracia e a instituição de planos de carreira. A impessoalidade significa que 
o agente não pode utilizar seu entendimento pessoal para exercer suas funções dentro da 
organização, mas deve seguir as normas e procedimentos. Além disso, as relações 
organizacionais ocorrem em termos de cargos e funções e não em termos de pessoas 
envolvidas. O formalismo diz respeito à utilização de formulários, rotinas padronizadas 
e comunicações por escrito. 
O aparato burocrático tem como proposito aumentar a eficiência organizacional. 
O controle na burocracia é focado nos procedimentos, assim se uma instituição seguia 
as normas estabelecidas esta garantia a eficiência. O que podemos perceber é que o 
conceito ou ideia de eficiência foi introduzida na burocracia. 
 
Matias-Pereira (2012) considera que a administração burocrática inserida na prestação 
do serviço público, embora tenha sido implementada para dar maior eficiência à 
Administração Pública e proporcionar maior condição de governabilidade no século 
XX, não foi capaz de garantir a rapidez, nem a qualidade desejada, e muito menos os 
custos baixos para os serviços prestados pelo Estado. O modelo de Administração 
Pública burocrática tornou-se lento, oneroso e nada orientado para o cidadão: pagador 
de impostos. (Headley, 2014, p. 75, 76). 
 
Podemos atribuir a lentidão presente em alguns procedimentos observados tanto na 
administração pública quanto privada, às disfunções geradas pelo modelo burocrático, 
 
As disfunções burocráticas são: 
 Excesso de formalismo; 
 Perda da noção básica de servir à sociedade; 
 O controle transforma-se na razão de ser do Estado; 
 Ineficiência e auto referência; 
 Clientelismo e fisiologismo; 
1.3. GERENCIALISMO 
Headley, 2014, o que diferencia os modelo burocrático e o gerencial é a 
forma com que é empregado o método de controle, que deixa de se basear 
exclusivamente nos processos para concentrar-se na geração de resultados efetivos. 
Enquanto o modelo burocrático possui foco nos procedimentos, o gerencialismo 
emergiu com o foco do controle voltado para os resultados. 
Neste novo modelo, não basta a Administração Pública executar suas tarefas 
conforme normas e procedimentos. É necessário saber se a população, usuária dos 
serviços públicos, está satisfeita com os serviços que estão sendo prestados. O 
gerencialismo resgatou a ideia de eficiência e inovou ao aumentar a preocupação com 
os conceitos de eficácia e efetividade. 
O modelo gerencial, revitalizou a administração pública dando maior agilidade, 
flexibilidade e eficiência, apoiando-se nos pilares da burocracia. O foco migrou dos 
processos para os clientes, com ênfase na produtividade e na qualidade da prestação do 
serviço público direcionado à satisfação do cidadão-cliente, mudando práticas 
burocráticas e utilizando-se de ferramentas das instituições privadas. 
Como vimos, a burocracia foi caracterizada, dentre outras coisas, como um 
sistema de gestão baseado no controle do trabalho através da imposição de rotinas, 
procedimentos e normas formais, de cunho legalista, padronização das tarefas e 
hierarquia rígida. Já o gerencialismo foi caracterizado, dentre outras coisas, como um 
sistema de gestão baseado no controle através do estabelecimento de metas ou objetivos 
que buscam aumentar a produtividade do trabalho, além da descentralização e da 
flexibilização da estrutura organizacional, dos cargos, funções e comunicações. 
 
As principais características do gerencialismo são: 
 Accountability: prestação de contas dos governantes sobre o seu próprio 
desempenho; 
 Transparência: clareza nos procedimentos adotados; 
 Participação popular / controle social; 
 Criação de regimes temporários de emprego; 
 Flexibilização do direito administrativo; 
 Competição administrada: esta ideia diz respeito a "simular" um ambiente de 
competição para que melhores resultados sejam obtidos. Por exemplo: liberar 
mais recursos para organizações com melhores desempenhos, de acordo com 
indicadores pré-estabelecidos. 
Segundo, Headley, 2014, a Administração Pública gerencial, ela está 
diretamente orientada para o atendimento do interesse público. Esta foi fruto das muitas 
transformações pelas quais passou a administração pública no Brasil, passando de uma 
ótica patrimonialista, para uma burocrática e finalmente para o gerencialismo. 
Para combater os vícios do patrimonialismo, separando o que é público daquilo 
que é privado, surge o modelo burocrático, mas como este possui seu foco no 
cumprimento de normas e procedimentos, com o tempo houve a necessidade de uma 
nova forma de administrar a coisa pública. Surge o gerencialismo trazendo pontos da 
administração privada e aplicando no contexto da administração pública. O usuário do 
serviço público passa a ser visto como cliente. Assim, a administração pública deve 
garantir a satisfação dos usuários dos serviços públicos por meio dos serviços prestados. 
Ainda estamos num processo de transformações onde estes modelos se 
misturam, a burocracia ainda é muito forte na administração pública e o 
patrimonialismo permanece enraizado até hoje nas práticas do dia a dia das 
administrações públicas, principalmente, na corrupção, no fisiologismo e na falta de 
profissionalismo. Se faz necessário cada vez mais participação popular e um controle 
cada vez mais efetivo por parte da população para que o modelo burocrático e o modelo 
gerencial, sejam interiorizados pelo setor público como abertura para uma real mudança 
no que diz respeito a ampliação de um processo eficiente e eficaz no atendimento das 
demandas coletivas. 
 
2. AUDITORIA E CONTROLE NO SETOR PÚBLICO 
 
“Controle Social: Cada cidadão possui fundamental importância na tarefa de 
participar de gestão e de exercer o controle social do gasto público. Com a 
ajuda da sociedade, será mais fácil controlar os gastos do Governo Federal em 
todo Brasil e garantir, assim, a correta aplicação dos recursos públicos” (CGU). 
 
Com base na definição da CGU, podemos dizer que controle social é a 
integração da sociedade com a administração pública e tem como finalidade solucionar 
problemas e as deficiências sociais com mais eficiência e empenho. No Brasil, 
o controle social formal é exercido através de mecanismos como:audiência pública, 
ação popular e ação civil pública. 
 
Na minha cidade, Hortolândia posso dizer que o Conselho Municipal de Saúde 
se destacava no controle social e também tivemos uma experiência com orçamento 
participativo (OP), mas os conselhos, todos deixaram de serem atuantes, pois os 
mesmos foram cooptados pela administração municipal e o OP deixou de existir. Hoje 
apenas o ministério público que precariamente funciona como um órgão de controle 
quando provocado pelos cidadãos. Hortolândia, assim como o Brasil é berço de tantos 
pacatos cidadãos. 
 Segundo Proença,2014, A Constituição Federal, nossa carta magna que dá 
validade a todas as demais leis e normas existentes, ainda é considerada, Constituição 
cidadã por ampliar os diretos sociais do povo brasileiro de modo a possibilitou muitos 
mecanismos de controle. Para que os direitos e conquistas que estão na lei se concretize 
precisamos de cidadãos atuantes e conhecedores de seus direitos e deveres, pois ao 
contrário, e infelizmente é o que vem acontecendo, estamos perdendo direitos 
historicamente conquistados. Não é por acaso que avançam as reformas estruturantes 
onde a população mais carente é sempre a mais afetada. Mesmo com uma Constituição 
cidadã estamos deixando de ser cidadãos. Estão rasgando nossa Constituição. 
Com o fenômeno da globalização, cada vez mais se fala em normas 
internacionais, direito internacional, e é neste contexto que surgem cada vez mais 
normas internacionais. As Normas Internacionais das Entidades Fiscalizadoras 
Superiores (ISSAI), são desenvolvidas pela Organização Internacional das Entidades 
Fiscalizadoras Superiores (INTOSAI), e estas visam promover a realização de 
auditorias independentes e eficazes pelas Entidades Fiscalizadoras Superiores (EFS). 
As chamadas ISSAI trazem todos os requisitos da auditoria do setor público no 
nível organizacional (EFS), e no nível dos trabalhos de auditoria, apoiam os membros 
da INTOSAI no desenvolvimento de suas próprias abordagens profissionais, sempre de 
acordo com as leis e normas nacionais e dentro de seus mandatos. 
No portal de Acesso a Informação, podemos encontrar informações de como 
fazer nossas buscas, conhecer nossos direitos, fazer pedidos e acompanhar estes 
pedidos, ter acesso a legislação relacionada ao assunto em questão, ver informações 
públicas. Podemos solicitar e receber informações dos órgãos e entidades públicas. 
As informações produzidas ou sob guarda da Administração Pública pertencem à 
sociedade já que foram geradas para atender a finalidades públicas. A Lei nº 12.527 de 
18 de novembro de 2011, conhecida como Lei de Acesso à Informação (LAI), 
garante acesso a essas informações. 
Podemos dizer que os principais aspectos da Lei de Acesso à Informação é a 
possibilidade do acesso, e o direito a informações. O cidadão pode ter acesso e 
informações de como exercer seu papel ativo de cidadão. 
 
3. CONTABILIDADE PÚBLICA 
 
 Contabilidade Aplicada ao Setor Público é um conceito que o Conselho Federal 
de Contabilidade estabelece, a base legal é a Lei nº 4320, de 17 de março de 1964, que 
instituiu normas gerais de direito financeiro para elaboração e controle dos orçamentos e 
balanços da União, dos Estados, dos Municípios e do Distrito Federal. A Lei 
4.320/1964 representou um importante marco legal da contabilidade pública brasileira. 
Agora é inegável que houve inovações e mudanças na contabilidade pública no Brasil 
nestes mais de 50 anos. 
No Brasil, ainda é a Lei n. 4.320, de 17 de março de 1964, que estitui normas 
gerais de Direito Financeiro para elaboração e controle dos orçamentos e balanços da 
União, dos Estados, dos Municípios e do Distrito Federal. A Lei n. 4.320/1964 possui o 
status de lei complementar, pois trata de normas gerais de Direito Financeiro. Houve a 
novação de sua natureza normativa pelo art. 165, § 9º, I e II, da CF/1988, atribuindo-lhe 
a natureza de lei ordinária, em sentido formal, e de lei complementar, em sentido 
material. 
Conceição Junior, 2017, destaca que a partir do exercício de 2002, os demais 
entes federativos, que não a União, passaram a utilizar o modelo de classificação por 
natureza, separando a classificação econômica do objeto de gasto, isso não era clara, 
com apenas a lei nº 4320/1964. Podemos considerar a Lei de Responsabilidade Fiscal 
como um grande avanço, pois esta estabelece regras restritivas e de controle do 
endividamento público. 
Uma lei que rege pelo equilíbrio das contas públicas, e ressalta o planejamento: 
A Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF): é uma lei que tenta fazer com que o 
gestor eleito pela sociedade trate o dinheiro público com responsabilidade e com 
transparência, de forma que as pessoas possam saber como ele trata esses recursos. Ela 
estabelece normas de finanças públicas voltadas para a responsabilidade na gestão 
fiscal, mediante ações em que se previnam riscos e corrijam desvios capazes de afetar o 
equilíbrio das contas públicas, destacando-se o planejamento, o controle, a transparência 
e a responsabilização como premissas básicas. (Conceição Junior, 2017, p. 63). 
 
Cada poder tem bem definido seu papal, onde o legislativo aprova as leis e 
estabelece seus mecanismos de controle e fiscalização, e o executivo executa com 
atenção a legislação com planejamento e transparência e acima de tudo com 
mecanismos de controle. 
Norma brasileira de contabilidade ou NBC TSP 13 é uma norma que exige a 
comparação dos valores orçados com os valores realizados decorrentes da execução do 
orçamento, a ser incluída nas demonstrações contábeis das entidades que publicam seu 
orçamento aprovado, obrigatória ou voluntariamente e, em razão disto, submetem-se à 
prestação de contas e responsabilização (accountability). Esta norma também exige a 
divulgação das razões das diferenças materiais entre os valores realizados e os orçados. 
O atendimento das exigências desta norma deve garantir que as entidades do setor 
público cumpram suas obrigações de prestação de contas e responsabilização e 
aprimorem a transparência das suas demonstrações contábeis pela apresentação (a) da 
conformidade com o orçamento aprovado, quando tenham a obrigatoriedade de publicá-
lo; e (b) no caso em que o orçamento e as demonstrações contábeis forem elaborados 
sob o mesmo regime, o desempenho da entidade no sentido de alcançar os resultados 
orçados. 
Visão geral - Estrutura da NBC TSP 13 
 Objetivo 
 Alcance 
 Definições 
 Apresentação de comparação entre os montantes orçados e realizados 
 Evidenciação em notas explicativas sobre regime, exercício e alcance 
orçamentários 
 Conciliação dos valores realizados em base comparável e os valores 
realizados nas demonstrações contábeis 
 Vigência 
4. FINANÇAS PÚBLICAS 
 
A Constituição Federal de 1988, define o modelo orçamentário brasileiro e este 
compõe-se de três instrumentos: o Plano Plurianual – PPA, a Lei de Diretrizes 
Orçamentárias – LDO e a Lei Orçamentária Anual - LOA. 
 
CF. Art. 165. Leis de iniciativa do Poder Executivo estabelecerão: 
I - o plano plurianual; 
II - as diretrizes orçamentárias; 
III - os orçamentos anuais. 
 O PPA tem como função estabelecer as diretrizes, objetivos e metas de médio 
prazo da administração pública, sua vigência é de quatro anos. Cabe à LDO, 
anualmente, enunciar as políticas públicas e respectivas prioridades para o exercício 
seguinte. Já a LOA tem como principais objetivos estimar a receita e fixar a 
programação das despesas para o exercício financeiro. Assim, a LDO ao identificar no 
PPA as ações que receberão prioridade no exercício seguinte torna-se o elo entre o PPA, 
que funciona como um plano de médio-prazodo governo, e a LOA, que é o instrumento 
que viabiliza a execução do plano de trabalho do exercício a que se refere. 
Sintetizando isso, pode-se entender que o PPA reflete o enfoque constitucional 
voltado para a ação planejada de governo, priorizando o estabelecimento de metas 
físicas num horizonte de tempo maior que o estabelecido na Lei de Diretrizes 
Orçamentárias (LDO) e na Lei Orçamentária Anual (LOA). Dentro deste contexto, 
segundo Bastos e Martins (1991, p.81): 
Em síntese, no contexto das finanças públicas a elaboração do PPA se configura um 
processo de imposição de metas de planejamento, que permite à sociedade dimensionar 
suas pretensões e seu perfil econômico, integrando-os nas projeções governamentais ou 
adotando critério próprio para desenvolvimento de suas atividades de acordo com 
realidades locais. (BASTOS; MARTINS, 1991, p. 181). 
 
Simplificando, podemos dizer que o PPA é como uma bussola que dá direção ao 
governante durante seu mandato, por isso sua vigência ocorre no primeiro dia do 
segundo ano de mandato, até o último dia do primeiro ano do mandato subsequente, 
sendo a mesma gestão ou não, visando dar continuidade aos programas, receitas e 
despesas, na administração pública. 
Para Matias Pereira (2009) a LDO estabelece, em cumprimento ao disposto no 
art. 165, § 2º, da Constituição Federal, e na Lei Complementar nº 101, de 4 de maio de 
2000, as diretrizes orçamentárias da União para o exercício financeiro seguinte (em 
consonância com o Plano Plurianual), compreendendo: 
I. As prioridades e metas da Administração Pública Federal; 
II. A estrutura e organização dos orçamentos; 
III. As diretrizes para a elaboração e execução dos orçamentos da União e suas 
alterações; 
IV. As disposições relativas à dívida pública federal; 
V. As disposições relativas às despesas da União com pessoal e encargos sociais; 
VI. A política de aplicação dos recursos das agências financeiras oficiais de fomento; 
VII. As disposições sobre alterações na legislação tributária da União; 
VIII. As disposições sobre a fiscalização pelo Poder Legislativo e sobre as obras e 
serviços; 
IX. Com indícios de irregularidades graves; 
X. As disposições gerais. 
 
5. GESTÃO DE CUSTOS NO SETOR PÚBLICO 
 
NBC T SP 16.11 – Norma de Custos no setor público. O que é para que serve? A 
NBC T SP 16.11 (Custos no Setor Público), estabelece as diretrizes básicas para a 
implantação de Sistemas de Informações de Custos no Setor Público – O sistema de 
Custos é uma imposição do parágrafo terceiro. Artigo 50 da Lei de Responsabilidade 
Fiscal (LRF), sendo a obrigatoriedade também contemplada no Manual de 
Contabilidade Aplicado ao Setor Público (MCASP) da secretaria do Tesouro Nacional. 
A Resolução CFC N.º 1.437/13 - e as alterações e inclusões realizadas na NBC T 
16.11: 
Art. 5º Alterar a NBC T 16.11 – Sistema de Informação de Custos do Setor 
Público, aprovada pela Resolução CFC n.º 1.366/11, publicada no D.O.U., Seção I, de 
2/12/11, como segue: (a) dar nova redação às definições “Custo variável” e “Custo 
padrão (standard)” do item 9, que passam a vigorar com as seguintes redações: 9. ... 
“Custo variável é o que tem valor total diretamente proporcional à quantidade 
produzida/ofertada.” “Custo padrão (standard) é o custo ideal de produção de 
determinado produto/serviço.” (b) incluir as definições “Custeio pleno” e “Receita 
econômica” no item 9, e os itens 25 e seu título, inclusive no índice, 26 e 27, com as 
seguintes redações: 9. ... “Custeio pleno que consiste na apropriação dos custos de 
produção e das despesas aos produtos e serviços.” “Receita econômica é o valor 
apurado a partir de benefícios gerados à sociedade pela ação pública, obtido por meio da 
multiplicação da quantidade de serviços prestados, bens ou produtos fornecidos, pelo 
custo de oportunidade, custo estimado, custo padrão, etc.” 
27. A DRE deve ser elaborada considerando sua interligação com o subsistema 
de custos e apresentar na forma dedutiva, pelo menos, a seguinte estrutura: (a) receita 
econômica dos serviços prestados, dos bens e dos produtos fornecidos; (b) custos e 
despesas identificados com a execução da ação pública; e (c) resultado econômico 
apurado.” (c) substituir, nos itens 1 e 24, na denominação da NBC T 16.11 e no título, 
inclusive no índice, que antecede o item 21, “sistema” por “subsistema”; (d) na alínea 
(e) do item 3, substituir “redução” por “controle”; (e) no item 9, alterar a denominação 
das definições “Subsistema orçamentário” para “Informações do subsistema 
orçamentário” e “Subsistema patrimonial” para “Informações do subsistema 
patrimonial”, incluir “, que ocorrem de forma anormal e involuntária” no final da 
definição “Perdas” e substituir “por cada empregado” por “pela força do trabalho” na 
definição “Hora ocupada”. (f) no item 13, substituir “nas demonstrações de custos” por 
“, em notas explicativas,”, excluir “separadamente” da alínea (a) e “a título de notas 
explicativas:” da alínea (c), incluir “custo histórico;” no final da alínea “b” e no título do 
item 13, inclusive no índice, substituir “na demonstração” por “das informações”; (g) no 
item 16, substituir “processuais” por “programáticos”; (h) no item 23, substituir “de 
origem dos sistemas primários” por “originadas de outros sistemas”. 
A NBC T 16.11 (Resolução 1.366/11), sofreu alterações. Com inclusões e 
exclusões visando o melhor controle da gestão dos recursos públicos. As alterações 
foram significativas no tocante à mudança da nomenclatura de “Sistema de Informação 
de Custos do Setor Público” para “Subsistema de Informação de Custos no Setor 
Público (SICSP)”; no conceito de Custo Variável “é o que tem valor total diretamente 
proporcional à quantidade produzida/ofertada”; no conceito de Custo Padrão “é o custo 
ideal de produção de determinado produto/serviço”; a exclusão do Custo Marginal; no 
conceito de hora ocupada do tempo despendido “por cada empregado” para “pela força 
do trabalho”; inclusão do conceito de Receita Econômica, além de outras alterações. 
CONCLUSÃO 
 
A Contabilidade Aplicada ao Setor Público como instrumento de controle dos 
gastos públicos, demonstra que a contabilidade tem papel importante no planejamento e 
execução orçamentária, bem como na apresentação de relatórios auxiliares no processo 
de tomada de decisão do gestor público. 
A contabilidade participa de todas as etapas do planejamento e execução das 
despesas, dando ao gestor subsídios necessários para um controle eficiente dos gastos da 
entidade. A contabilidade auxilia o gestor na obediência aos princípios legais 
estabelecidos, auxilia na tomada de decisão dos gestores e principalmente, no controle 
dos gastos públicos. 
A Contabilidade vem passando por um processo de convergências as normas 
internacionais e as entidades devem se adequar a essa nova realidade. Pode-se concluir 
que a Contabilidade Pública é uma ferramenta essencial na gestão e que precisa ser bem 
entendida para que sua finalidade seja atingida com eficiência e eficácia no controle do 
patrimônio público. 
As principais contribuições, que as mudanças trazidas nas normas pelo processo 
de convergência penso que pode ser com relação aos balizamentos, ou seja estas normas 
vão ser mais respeitadas e estão menos suscetíveis a serem mudadas uma vez que são 
internacionais, elas além de contribuir fortemente como mecanismo de controle, assim 
também terá um maior controle sobre sua natureza e aplicabilidade, isso certamente vai 
acarretar no dia-a-dia na gestão das instituições públicas mudanças e transformações 
que as leve a maior transparência e consequentemente eficiência e eficácia. 
Para que haja administrações justas e democráticasé preciso que existam 
pessoas devidamente capacitadas e participativas para que os recursos públicos sejam 
aplicados de forma eficiente, propiciando assim, uma gestão ética e com 
responsabilidade e compromisso social. 
Os mecanismos de controle têm se mostrado uma necessidade cada vez mais 
importante para as organizações e principalmente para o setor público, onde o controle é 
uma atividade essencial, a Constituição Federal de 1988 já previa a implantação do 
Controle Interno nas instituições do Poder Público, bem como a Lei de 
Responsabilidade Fiscal. 
Com o controle de custos a tendência é diminuir os gastos e reduzir despesas. As 
leis são de fundamental importância para a administração pública atingir objetivos e 
colocar em prática os projetos e demais investimentos essenciais à condução das ações 
públicas. A Constituição federal determina em seu Art. 165 a necessidade da elaboração 
e a aprovação de três leis que são essências à Administração Pública, que são o Plano 
Plurianual (PPA), a Lei das Diretrizes Orçamentárias (LDO) e a Lei Orçamentária 
Anual (LOA). 
Enfim, o controle tendo como base a legislação, a contabilidade pública e 
participação popular no planejamento, direcionamento e fiscalização das ações dos 
governantes. A cidadania sendo despertada para que os cidadãos possam fazer valer e 
até mesmo ampliar a legislação para que os governantes tenham mais zelo e que 
administrem voltados para atender as necessidades coletivas em prol do bem comum, 
onde possamos sonhar com um mundo justo, solidário e menos desigual. 
 
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