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ANHANGUERA EDUCACIONAL POLO HORTOLÂNDIA TECNOLOGIA EM GESTÃO PÚBLICA ANTONIO CARLOS ROCHA SEMINARIO INTEGRADO III: A prática da contabilidade na gestão pública HORTOLÂNDIA 2019 ANTONIO CARLOS ROCHA SEMINARIO INTEGRADO III: A prática da contabilidade na gestão pública Trabalho de graduação das disciplinas: Administração Pública; Auditoria e Controle no Setor Público; Contabilidade Pública; Finanças Públicas; Gestão de Custos no Setor Público; Seminário do Projeto Integrado III, apresentado aos professores: como exigência para avaliação das matérias à Faculdade Anhanguera – polo de Hortolândia, elaborado sob a Orientação do(a) Professor(a) : Jaqueline dos Santos Ferrarezi; Regis Garcia; Eric Ferreira dos Santos; André Juliano Machado; Valdeci da Silva Araújo; Cláudia Cardoso Moreira Napoli. HORTOLÂNDIA 2019 SUMÁRIO INTRODUÇÃO .............................................................................................................. 4 1. ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA ............................................................................. 5 1.1. PATRIMONIALISMO ....................................................................................... 6 1.2. BUROCRACIA .................................................................................................... 6 1.3. GERENCIALISMO ............................................................................................ 7 2. AUDITORIA E CONTROLE NO SETOR PÚBLICO ....................................... 9 3. CONTABILIDADE PÚBLICA ............................................................................ 11 4. FINANÇAS PÚBLICAS ....................................................................................... 13 5. GESTÃO DE CUSTOS NO SETOR PÚBLICO ................................................ 14 CONCLUSÃO ............................................................................................................. 177 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ....................................................................... 19 INTRODUÇÃO Este trabalho tem como intuito destacar a importância das normas e legislações, e principalmente dos mecanismos de controle para a consolidação de administrações públicas cada vez mais eficientes e eficaz, onde o norte seja o bem comum. O trabalho percorre brevemente o histórico dos modelos de administração implantados no Brasil, partindo do patrimonismo, discorrendo sobre a burocracia e chegando ao gerencialismo. Num contexto de globalização, percorreremos um caminho marcado por inovações e mudanças de paradigmas, que culmina num paradoxo entre transparência da coisa pública e estado mínimo. Pontuamos questões como conceito de controle social e de como isso se dá na realidade concreta nos municípios onde vivemos. A importância da Auditoria e Controle no setor público, e a importância do despertar para a cidadania. Ressaltamos as Normas Internacionais das Entidades Fiscalizadoras Superiores (ISSAI) e a Lei de Acesso a Informação que exige dos órgãos públicos que estes forneçam informações oriundas das atividades públicas. A Contabilidade Pública vai assumindo cada vez mais relevância e importância, num processo de convergências as normas internacionais de contabilidade no setor público está se mostra cada vez mais necessária e útil, e principalmente com as alterações nas Normas Brasileiras de Contabilidade para o setor público (NBC T SP) cada fez mais esta se faz como instrumento prático de uma prática que pode nos levar a maior zelo e transparência e controle do uso dos recursos público. Ainda no quesito finanças públicas se faz presente na busca da transparência, vamos discorrer sobre a relevância da lei 4.320/64 e da lei de responsabilidade fiscal (LRF). Aqui de forma mais didática trazemos os passos a passo do Plano Plurianual (PPA), Lei de diretrizes Orçamentarias (LDO) e Lei Orçamentaria Anual (LOA). Ressaltando a importância destes instrumentos constar na Constituição brasileira. Como parte de um todo, temos a Gestão de Custos no setor público – Onde podemos perceber que a gestão pública moderna está atrelada a ferramentas e sistemas de controle cada vez mais efetivos. 1. ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA O fenômeno da globalização, juntamente com o avanço das ideias neoliberais levou a partir do final dos anos 1970, a um processo de reforma dos Estados ocidentais, e aqui no Brasil com o governo FHC e seu ministro Bresser Pereira seguem os ventos vindos de fora, com o discurso de pôr “fim a era Vargas” referindo ao modelo de Estado intervencionista. E assim o Estado brasileiro conhece o que Bresser Pereira denominou de “Reforma Gerencial de 1995”: Eu já tinha algumas ideias a respeito, uma vez que orientara alunos e presidira a comissão que reformulou a pós-graduação em administração pública na Fundação Getúlio Vargas - São Paulo. Conhecia muito bem a Administração Pública burocrática, conhecia a teoria e a prática da administração de empresas, e tinha uma idéia da administração que eu chamaria um pouco adiante de "gerencial" por intermédio da leitura do livro de Osborne e Gaebler (1992), a partir de uma recomendação de Yoshiaki Nakano. Mas precisava conhecer muito mais a respeito das novas idéias. E foi o que fiz, viajando para a Inglaterra logo no início do governo e começando a tomar conhecimento da bibliografia que recentemente havia se desenvolvido, principalmente naquele país, a respeito do assunto. O resultado foi elaborar, ainda no primeiro semestre de 1995, o “Plano Diretor da Reforma do Aparelho do Estado” e a emenda constitucional da reforma administrativa, tomando como base as experiências recentes em países da OCDE, principalmente o Reino Unido, onde se implantava a segunda grande reforma administrativa da história do capitalismo: depois da Reforma Burocrática do século passado, a Reforma Gerencial do final deste século (Luiz Carlos BRESSER PEREIRA, 2000, p.58). Nas últimas décadas a Administração Pública, em termos mundiais, tem passado por diferentes fases. Podemos classificar estas fases em três: patrimonialista, burocrática e gerencial. O modelo de Administração burocrática apresentou um avanço para a administração pública, pois este adota uma série de medidas cujo objetivo é a defesa da coisa pública, em contrapartida ao modelo Patrimonialista onde não havia uma distinção clara entre patrimônio público, Estado, e o patrimônio particular do detentor do poder. O termo patrimonialista deriva, exatamente, desta falta de distinção do que é bens públicos e bens particulares. O sistema patrimonialista foi o primeiro modelo de gestão adotado pelo Estado brasileiro. Herança de Portugal. A crise da burocracia pública brasileira demonstra a realidade sobre processos internos altamente burocratizados, fragilidade na estrutura, deficiências na estratégia, problemas culturais, denotando práticas patrimonialistas e excessivamente burocráticas e permitindo, com isso, a manifestação de clientelismo, corporativismo, fisiologismo e corrupção (MATIAS-PEREIRA, 2009). 1.1. PATRIMONIALISMO Forma de administração pública predominante nas monarquias, quando o monarca exercia o domínio sobre os bens públicos e particulares, sem qualquer necessidade de prestar contas à sociedade. Assim este sistema é marcado pela forte presença da seguintescaracterísticas: nepotismo, corrupção, ineficiência, improviso, falta de profissionalismo, ausência de métodos de trabalho, falhas de planejamento, entre outras. No patrimonialismo, o aparelho do Estado funcionava como a extensão do poder do soberano, e os seus auxiliares, servidores, possuem status de nobreza real. Os cargos são considerados prebendas. A res publica não é diferenciada das res principis. Em consequência, a corrupção e o nepotismo são inerentes a esse tipo de administração. No momento em que o capitalismo e a democracia se tornam dominantes, o mercado e a sociedade civil passam a se distinguir do Estado. Nesse novo momento histórico a administração patrimonialista torna-se uma excrescência inaceitável (CHIAVENATO, 2012, pág. 107). 1.2. BUROCRACIA “Todos os estudos a respeito da burocracia nos levam ao Max Weber (1864-1920), um sociólogo alemão que ficou conhecido por ser precursor da teoria das estruturas e descreveu a atividade organizacional em função das relações de autoridade.” (Headley, 2014, p. 74) A burocracia tinha como objetivo melhorar a eficiência das organizações e coibir os excessos do patrimonialismo. A organização na burocracia deve funcionar com base em normas, leis e regulamentos. As principais características do modelo burocrático são o profissionalismo, a impessoalidade e o formalismo. O profissionalismo está ligado com a meritocracia e a instituição de planos de carreira. A impessoalidade significa que o agente não pode utilizar seu entendimento pessoal para exercer suas funções dentro da organização, mas deve seguir as normas e procedimentos. Além disso, as relações organizacionais ocorrem em termos de cargos e funções e não em termos de pessoas envolvidas. O formalismo diz respeito à utilização de formulários, rotinas padronizadas e comunicações por escrito. O aparato burocrático tem como proposito aumentar a eficiência organizacional. O controle na burocracia é focado nos procedimentos, assim se uma instituição seguia as normas estabelecidas esta garantia a eficiência. O que podemos perceber é que o conceito ou ideia de eficiência foi introduzida na burocracia. Matias-Pereira (2012) considera que a administração burocrática inserida na prestação do serviço público, embora tenha sido implementada para dar maior eficiência à Administração Pública e proporcionar maior condição de governabilidade no século XX, não foi capaz de garantir a rapidez, nem a qualidade desejada, e muito menos os custos baixos para os serviços prestados pelo Estado. O modelo de Administração Pública burocrática tornou-se lento, oneroso e nada orientado para o cidadão: pagador de impostos. (Headley, 2014, p. 75, 76). Podemos atribuir a lentidão presente em alguns procedimentos observados tanto na administração pública quanto privada, às disfunções geradas pelo modelo burocrático, As disfunções burocráticas são: Excesso de formalismo; Perda da noção básica de servir à sociedade; O controle transforma-se na razão de ser do Estado; Ineficiência e auto referência; Clientelismo e fisiologismo; 1.3. GERENCIALISMO Headley, 2014, o que diferencia os modelo burocrático e o gerencial é a forma com que é empregado o método de controle, que deixa de se basear exclusivamente nos processos para concentrar-se na geração de resultados efetivos. Enquanto o modelo burocrático possui foco nos procedimentos, o gerencialismo emergiu com o foco do controle voltado para os resultados. Neste novo modelo, não basta a Administração Pública executar suas tarefas conforme normas e procedimentos. É necessário saber se a população, usuária dos serviços públicos, está satisfeita com os serviços que estão sendo prestados. O gerencialismo resgatou a ideia de eficiência e inovou ao aumentar a preocupação com os conceitos de eficácia e efetividade. O modelo gerencial, revitalizou a administração pública dando maior agilidade, flexibilidade e eficiência, apoiando-se nos pilares da burocracia. O foco migrou dos processos para os clientes, com ênfase na produtividade e na qualidade da prestação do serviço público direcionado à satisfação do cidadão-cliente, mudando práticas burocráticas e utilizando-se de ferramentas das instituições privadas. Como vimos, a burocracia foi caracterizada, dentre outras coisas, como um sistema de gestão baseado no controle do trabalho através da imposição de rotinas, procedimentos e normas formais, de cunho legalista, padronização das tarefas e hierarquia rígida. Já o gerencialismo foi caracterizado, dentre outras coisas, como um sistema de gestão baseado no controle através do estabelecimento de metas ou objetivos que buscam aumentar a produtividade do trabalho, além da descentralização e da flexibilização da estrutura organizacional, dos cargos, funções e comunicações. As principais características do gerencialismo são: Accountability: prestação de contas dos governantes sobre o seu próprio desempenho; Transparência: clareza nos procedimentos adotados; Participação popular / controle social; Criação de regimes temporários de emprego; Flexibilização do direito administrativo; Competição administrada: esta ideia diz respeito a "simular" um ambiente de competição para que melhores resultados sejam obtidos. Por exemplo: liberar mais recursos para organizações com melhores desempenhos, de acordo com indicadores pré-estabelecidos. Segundo, Headley, 2014, a Administração Pública gerencial, ela está diretamente orientada para o atendimento do interesse público. Esta foi fruto das muitas transformações pelas quais passou a administração pública no Brasil, passando de uma ótica patrimonialista, para uma burocrática e finalmente para o gerencialismo. Para combater os vícios do patrimonialismo, separando o que é público daquilo que é privado, surge o modelo burocrático, mas como este possui seu foco no cumprimento de normas e procedimentos, com o tempo houve a necessidade de uma nova forma de administrar a coisa pública. Surge o gerencialismo trazendo pontos da administração privada e aplicando no contexto da administração pública. O usuário do serviço público passa a ser visto como cliente. Assim, a administração pública deve garantir a satisfação dos usuários dos serviços públicos por meio dos serviços prestados. Ainda estamos num processo de transformações onde estes modelos se misturam, a burocracia ainda é muito forte na administração pública e o patrimonialismo permanece enraizado até hoje nas práticas do dia a dia das administrações públicas, principalmente, na corrupção, no fisiologismo e na falta de profissionalismo. Se faz necessário cada vez mais participação popular e um controle cada vez mais efetivo por parte da população para que o modelo burocrático e o modelo gerencial, sejam interiorizados pelo setor público como abertura para uma real mudança no que diz respeito a ampliação de um processo eficiente e eficaz no atendimento das demandas coletivas. 2. AUDITORIA E CONTROLE NO SETOR PÚBLICO “Controle Social: Cada cidadão possui fundamental importância na tarefa de participar de gestão e de exercer o controle social do gasto público. Com a ajuda da sociedade, será mais fácil controlar os gastos do Governo Federal em todo Brasil e garantir, assim, a correta aplicação dos recursos públicos” (CGU). Com base na definição da CGU, podemos dizer que controle social é a integração da sociedade com a administração pública e tem como finalidade solucionar problemas e as deficiências sociais com mais eficiência e empenho. No Brasil, o controle social formal é exercido através de mecanismos como:audiência pública, ação popular e ação civil pública. Na minha cidade, Hortolândia posso dizer que o Conselho Municipal de Saúde se destacava no controle social e também tivemos uma experiência com orçamento participativo (OP), mas os conselhos, todos deixaram de serem atuantes, pois os mesmos foram cooptados pela administração municipal e o OP deixou de existir. Hoje apenas o ministério público que precariamente funciona como um órgão de controle quando provocado pelos cidadãos. Hortolândia, assim como o Brasil é berço de tantos pacatos cidadãos. Segundo Proença,2014, A Constituição Federal, nossa carta magna que dá validade a todas as demais leis e normas existentes, ainda é considerada, Constituição cidadã por ampliar os diretos sociais do povo brasileiro de modo a possibilitou muitos mecanismos de controle. Para que os direitos e conquistas que estão na lei se concretize precisamos de cidadãos atuantes e conhecedores de seus direitos e deveres, pois ao contrário, e infelizmente é o que vem acontecendo, estamos perdendo direitos historicamente conquistados. Não é por acaso que avançam as reformas estruturantes onde a população mais carente é sempre a mais afetada. Mesmo com uma Constituição cidadã estamos deixando de ser cidadãos. Estão rasgando nossa Constituição. Com o fenômeno da globalização, cada vez mais se fala em normas internacionais, direito internacional, e é neste contexto que surgem cada vez mais normas internacionais. As Normas Internacionais das Entidades Fiscalizadoras Superiores (ISSAI), são desenvolvidas pela Organização Internacional das Entidades Fiscalizadoras Superiores (INTOSAI), e estas visam promover a realização de auditorias independentes e eficazes pelas Entidades Fiscalizadoras Superiores (EFS). As chamadas ISSAI trazem todos os requisitos da auditoria do setor público no nível organizacional (EFS), e no nível dos trabalhos de auditoria, apoiam os membros da INTOSAI no desenvolvimento de suas próprias abordagens profissionais, sempre de acordo com as leis e normas nacionais e dentro de seus mandatos. No portal de Acesso a Informação, podemos encontrar informações de como fazer nossas buscas, conhecer nossos direitos, fazer pedidos e acompanhar estes pedidos, ter acesso a legislação relacionada ao assunto em questão, ver informações públicas. Podemos solicitar e receber informações dos órgãos e entidades públicas. As informações produzidas ou sob guarda da Administração Pública pertencem à sociedade já que foram geradas para atender a finalidades públicas. A Lei nº 12.527 de 18 de novembro de 2011, conhecida como Lei de Acesso à Informação (LAI), garante acesso a essas informações. Podemos dizer que os principais aspectos da Lei de Acesso à Informação é a possibilidade do acesso, e o direito a informações. O cidadão pode ter acesso e informações de como exercer seu papel ativo de cidadão. 3. CONTABILIDADE PÚBLICA Contabilidade Aplicada ao Setor Público é um conceito que o Conselho Federal de Contabilidade estabelece, a base legal é a Lei nº 4320, de 17 de março de 1964, que instituiu normas gerais de direito financeiro para elaboração e controle dos orçamentos e balanços da União, dos Estados, dos Municípios e do Distrito Federal. A Lei 4.320/1964 representou um importante marco legal da contabilidade pública brasileira. Agora é inegável que houve inovações e mudanças na contabilidade pública no Brasil nestes mais de 50 anos. No Brasil, ainda é a Lei n. 4.320, de 17 de março de 1964, que estitui normas gerais de Direito Financeiro para elaboração e controle dos orçamentos e balanços da União, dos Estados, dos Municípios e do Distrito Federal. A Lei n. 4.320/1964 possui o status de lei complementar, pois trata de normas gerais de Direito Financeiro. Houve a novação de sua natureza normativa pelo art. 165, § 9º, I e II, da CF/1988, atribuindo-lhe a natureza de lei ordinária, em sentido formal, e de lei complementar, em sentido material. Conceição Junior, 2017, destaca que a partir do exercício de 2002, os demais entes federativos, que não a União, passaram a utilizar o modelo de classificação por natureza, separando a classificação econômica do objeto de gasto, isso não era clara, com apenas a lei nº 4320/1964. Podemos considerar a Lei de Responsabilidade Fiscal como um grande avanço, pois esta estabelece regras restritivas e de controle do endividamento público. Uma lei que rege pelo equilíbrio das contas públicas, e ressalta o planejamento: A Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF): é uma lei que tenta fazer com que o gestor eleito pela sociedade trate o dinheiro público com responsabilidade e com transparência, de forma que as pessoas possam saber como ele trata esses recursos. Ela estabelece normas de finanças públicas voltadas para a responsabilidade na gestão fiscal, mediante ações em que se previnam riscos e corrijam desvios capazes de afetar o equilíbrio das contas públicas, destacando-se o planejamento, o controle, a transparência e a responsabilização como premissas básicas. (Conceição Junior, 2017, p. 63). Cada poder tem bem definido seu papal, onde o legislativo aprova as leis e estabelece seus mecanismos de controle e fiscalização, e o executivo executa com atenção a legislação com planejamento e transparência e acima de tudo com mecanismos de controle. Norma brasileira de contabilidade ou NBC TSP 13 é uma norma que exige a comparação dos valores orçados com os valores realizados decorrentes da execução do orçamento, a ser incluída nas demonstrações contábeis das entidades que publicam seu orçamento aprovado, obrigatória ou voluntariamente e, em razão disto, submetem-se à prestação de contas e responsabilização (accountability). Esta norma também exige a divulgação das razões das diferenças materiais entre os valores realizados e os orçados. O atendimento das exigências desta norma deve garantir que as entidades do setor público cumpram suas obrigações de prestação de contas e responsabilização e aprimorem a transparência das suas demonstrações contábeis pela apresentação (a) da conformidade com o orçamento aprovado, quando tenham a obrigatoriedade de publicá- lo; e (b) no caso em que o orçamento e as demonstrações contábeis forem elaborados sob o mesmo regime, o desempenho da entidade no sentido de alcançar os resultados orçados. Visão geral - Estrutura da NBC TSP 13 Objetivo Alcance Definições Apresentação de comparação entre os montantes orçados e realizados Evidenciação em notas explicativas sobre regime, exercício e alcance orçamentários Conciliação dos valores realizados em base comparável e os valores realizados nas demonstrações contábeis Vigência 4. FINANÇAS PÚBLICAS A Constituição Federal de 1988, define o modelo orçamentário brasileiro e este compõe-se de três instrumentos: o Plano Plurianual – PPA, a Lei de Diretrizes Orçamentárias – LDO e a Lei Orçamentária Anual - LOA. CF. Art. 165. Leis de iniciativa do Poder Executivo estabelecerão: I - o plano plurianual; II - as diretrizes orçamentárias; III - os orçamentos anuais. O PPA tem como função estabelecer as diretrizes, objetivos e metas de médio prazo da administração pública, sua vigência é de quatro anos. Cabe à LDO, anualmente, enunciar as políticas públicas e respectivas prioridades para o exercício seguinte. Já a LOA tem como principais objetivos estimar a receita e fixar a programação das despesas para o exercício financeiro. Assim, a LDO ao identificar no PPA as ações que receberão prioridade no exercício seguinte torna-se o elo entre o PPA, que funciona como um plano de médio-prazodo governo, e a LOA, que é o instrumento que viabiliza a execução do plano de trabalho do exercício a que se refere. Sintetizando isso, pode-se entender que o PPA reflete o enfoque constitucional voltado para a ação planejada de governo, priorizando o estabelecimento de metas físicas num horizonte de tempo maior que o estabelecido na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) e na Lei Orçamentária Anual (LOA). Dentro deste contexto, segundo Bastos e Martins (1991, p.81): Em síntese, no contexto das finanças públicas a elaboração do PPA se configura um processo de imposição de metas de planejamento, que permite à sociedade dimensionar suas pretensões e seu perfil econômico, integrando-os nas projeções governamentais ou adotando critério próprio para desenvolvimento de suas atividades de acordo com realidades locais. (BASTOS; MARTINS, 1991, p. 181). Simplificando, podemos dizer que o PPA é como uma bussola que dá direção ao governante durante seu mandato, por isso sua vigência ocorre no primeiro dia do segundo ano de mandato, até o último dia do primeiro ano do mandato subsequente, sendo a mesma gestão ou não, visando dar continuidade aos programas, receitas e despesas, na administração pública. Para Matias Pereira (2009) a LDO estabelece, em cumprimento ao disposto no art. 165, § 2º, da Constituição Federal, e na Lei Complementar nº 101, de 4 de maio de 2000, as diretrizes orçamentárias da União para o exercício financeiro seguinte (em consonância com o Plano Plurianual), compreendendo: I. As prioridades e metas da Administração Pública Federal; II. A estrutura e organização dos orçamentos; III. As diretrizes para a elaboração e execução dos orçamentos da União e suas alterações; IV. As disposições relativas à dívida pública federal; V. As disposições relativas às despesas da União com pessoal e encargos sociais; VI. A política de aplicação dos recursos das agências financeiras oficiais de fomento; VII. As disposições sobre alterações na legislação tributária da União; VIII. As disposições sobre a fiscalização pelo Poder Legislativo e sobre as obras e serviços; IX. Com indícios de irregularidades graves; X. As disposições gerais. 5. GESTÃO DE CUSTOS NO SETOR PÚBLICO NBC T SP 16.11 – Norma de Custos no setor público. O que é para que serve? A NBC T SP 16.11 (Custos no Setor Público), estabelece as diretrizes básicas para a implantação de Sistemas de Informações de Custos no Setor Público – O sistema de Custos é uma imposição do parágrafo terceiro. Artigo 50 da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), sendo a obrigatoriedade também contemplada no Manual de Contabilidade Aplicado ao Setor Público (MCASP) da secretaria do Tesouro Nacional. A Resolução CFC N.º 1.437/13 - e as alterações e inclusões realizadas na NBC T 16.11: Art. 5º Alterar a NBC T 16.11 – Sistema de Informação de Custos do Setor Público, aprovada pela Resolução CFC n.º 1.366/11, publicada no D.O.U., Seção I, de 2/12/11, como segue: (a) dar nova redação às definições “Custo variável” e “Custo padrão (standard)” do item 9, que passam a vigorar com as seguintes redações: 9. ... “Custo variável é o que tem valor total diretamente proporcional à quantidade produzida/ofertada.” “Custo padrão (standard) é o custo ideal de produção de determinado produto/serviço.” (b) incluir as definições “Custeio pleno” e “Receita econômica” no item 9, e os itens 25 e seu título, inclusive no índice, 26 e 27, com as seguintes redações: 9. ... “Custeio pleno que consiste na apropriação dos custos de produção e das despesas aos produtos e serviços.” “Receita econômica é o valor apurado a partir de benefícios gerados à sociedade pela ação pública, obtido por meio da multiplicação da quantidade de serviços prestados, bens ou produtos fornecidos, pelo custo de oportunidade, custo estimado, custo padrão, etc.” 27. A DRE deve ser elaborada considerando sua interligação com o subsistema de custos e apresentar na forma dedutiva, pelo menos, a seguinte estrutura: (a) receita econômica dos serviços prestados, dos bens e dos produtos fornecidos; (b) custos e despesas identificados com a execução da ação pública; e (c) resultado econômico apurado.” (c) substituir, nos itens 1 e 24, na denominação da NBC T 16.11 e no título, inclusive no índice, que antecede o item 21, “sistema” por “subsistema”; (d) na alínea (e) do item 3, substituir “redução” por “controle”; (e) no item 9, alterar a denominação das definições “Subsistema orçamentário” para “Informações do subsistema orçamentário” e “Subsistema patrimonial” para “Informações do subsistema patrimonial”, incluir “, que ocorrem de forma anormal e involuntária” no final da definição “Perdas” e substituir “por cada empregado” por “pela força do trabalho” na definição “Hora ocupada”. (f) no item 13, substituir “nas demonstrações de custos” por “, em notas explicativas,”, excluir “separadamente” da alínea (a) e “a título de notas explicativas:” da alínea (c), incluir “custo histórico;” no final da alínea “b” e no título do item 13, inclusive no índice, substituir “na demonstração” por “das informações”; (g) no item 16, substituir “processuais” por “programáticos”; (h) no item 23, substituir “de origem dos sistemas primários” por “originadas de outros sistemas”. A NBC T 16.11 (Resolução 1.366/11), sofreu alterações. Com inclusões e exclusões visando o melhor controle da gestão dos recursos públicos. As alterações foram significativas no tocante à mudança da nomenclatura de “Sistema de Informação de Custos do Setor Público” para “Subsistema de Informação de Custos no Setor Público (SICSP)”; no conceito de Custo Variável “é o que tem valor total diretamente proporcional à quantidade produzida/ofertada”; no conceito de Custo Padrão “é o custo ideal de produção de determinado produto/serviço”; a exclusão do Custo Marginal; no conceito de hora ocupada do tempo despendido “por cada empregado” para “pela força do trabalho”; inclusão do conceito de Receita Econômica, além de outras alterações. CONCLUSÃO A Contabilidade Aplicada ao Setor Público como instrumento de controle dos gastos públicos, demonstra que a contabilidade tem papel importante no planejamento e execução orçamentária, bem como na apresentação de relatórios auxiliares no processo de tomada de decisão do gestor público. A contabilidade participa de todas as etapas do planejamento e execução das despesas, dando ao gestor subsídios necessários para um controle eficiente dos gastos da entidade. A contabilidade auxilia o gestor na obediência aos princípios legais estabelecidos, auxilia na tomada de decisão dos gestores e principalmente, no controle dos gastos públicos. A Contabilidade vem passando por um processo de convergências as normas internacionais e as entidades devem se adequar a essa nova realidade. Pode-se concluir que a Contabilidade Pública é uma ferramenta essencial na gestão e que precisa ser bem entendida para que sua finalidade seja atingida com eficiência e eficácia no controle do patrimônio público. As principais contribuições, que as mudanças trazidas nas normas pelo processo de convergência penso que pode ser com relação aos balizamentos, ou seja estas normas vão ser mais respeitadas e estão menos suscetíveis a serem mudadas uma vez que são internacionais, elas além de contribuir fortemente como mecanismo de controle, assim também terá um maior controle sobre sua natureza e aplicabilidade, isso certamente vai acarretar no dia-a-dia na gestão das instituições públicas mudanças e transformações que as leve a maior transparência e consequentemente eficiência e eficácia. Para que haja administrações justas e democráticasé preciso que existam pessoas devidamente capacitadas e participativas para que os recursos públicos sejam aplicados de forma eficiente, propiciando assim, uma gestão ética e com responsabilidade e compromisso social. Os mecanismos de controle têm se mostrado uma necessidade cada vez mais importante para as organizações e principalmente para o setor público, onde o controle é uma atividade essencial, a Constituição Federal de 1988 já previa a implantação do Controle Interno nas instituições do Poder Público, bem como a Lei de Responsabilidade Fiscal. Com o controle de custos a tendência é diminuir os gastos e reduzir despesas. As leis são de fundamental importância para a administração pública atingir objetivos e colocar em prática os projetos e demais investimentos essenciais à condução das ações públicas. A Constituição federal determina em seu Art. 165 a necessidade da elaboração e a aprovação de três leis que são essências à Administração Pública, que são o Plano Plurianual (PPA), a Lei das Diretrizes Orçamentárias (LDO) e a Lei Orçamentária Anual (LOA). Enfim, o controle tendo como base a legislação, a contabilidade pública e participação popular no planejamento, direcionamento e fiscalização das ações dos governantes. A cidadania sendo despertada para que os cidadãos possam fazer valer e até mesmo ampliar a legislação para que os governantes tenham mais zelo e que administrem voltados para atender as necessidades coletivas em prol do bem comum, onde possamos sonhar com um mundo justo, solidário e menos desigual. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Auditoria no Setor Público. Disponível em: <https://www.cgu.gov.br/assuntos/controle- social>. Acesso em: 01/04/2019. BRASIL, Resolução CFC 1.366 de 2011 - NBC T 16.11 – Sistema de Informação de Custos do Setor Público. Disponível em: <http://www1.cfc.org.br/sisweb/SRE/docs/RES_1366.pdf>, Acesso em 24 de abril de 2019 BASTOS, Celso Ribeiro; MARTINS, Ivens Gandra da Silva. Comentários à Constituição do Brasil. v. 6. São Paulo: Saraiva, 1991. BRESSER PEREIRA, Luiz Carlos. A reforma gerencial da administração pública brasileira. In: Moderna Gestão Pública: dos meios aos resultados. Oeiras: INA, 2000, p. 55-72. CHIAVENATO, Idalberto. Administração Geral e Pública. 3ª Ed. Barueri, São Paulo: Manole, 2012. Conceição Júnior, Edson ISBN 978-85-8482-567-7 1. Contabilidade pública. I. Título. CDD 351.81076 Júnior. – Londrina: Editora e Distribuidora Educacional S.A., 2017. Headley, Samara Silva et al. Administração pública. Londrina: Editora e Distribuidora Educacional S.A., 2014. 192 p. Lei de Acesso a Informação. Disponível em: <http://www.acessoainformacao.gov.br/perguntas-frequentes/aspectos-gerais-da-lei>. Acesso em 30/04/2019. MATIAS-PEREIRA, José. Finanças Públicas: foco na política fiscal, no planejamento e orçamento público. São Paulo: Atlas, 2017. CARVALHO, M.S. de; Orçamento Público. Londrina: Editora e Distribuidora Educacional, 2017. Proença, Fabio Rogério (Org.) P962f Finanças e Auditoria no Setor Público/ Glaucius André França; Jossan Batistute/ Organizado por Fabio Rogério Proença – Londrina: UNOPAR, 2014. 232 p.
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