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Esquizofrenia: História e Diagnóstico

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PSICOPATOLOGIA II
SDE0918
PROFESSOR: PAULO COGO, Doutor.
ESPECTRO DA ESQUIZOFRENIA E OUTROS TRANSTORNOS PSICÓTICOS
•	DE ACORDO COM O MANUAL DIAGNÓSTICO E ESTATÍSTICO DE TRANSTORNOS MENTAIS
•	DSM-5 ou DSM-V
•	Associação Americana de Psiquiatria - APA 
•	5ª. Edição
•	Editado no Brasil em 2014
ESQUIZOFRENIA 
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•	HISTÓRIA
•	A esquizofrenia tem um longo histórico.
•	É na descrição de Benedict Morel, em 1852, que aparece pela primeira vez a menção à esquizofrenia como démence précoce.
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•	Morel referia-se a certas formas especiais de demência que surgem na adolescência, como os distúrbios do pensamento e afeto, e as manifestações delirantes.
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•	Surgiram também as descrições de quadros semelhantes feitos por Ewald Hecker, em 1863, e denominados de hebefrenia.
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•	Já Karl Ludwig Kahlbaum, em 1874, descreveu os sintomas da catatonia.
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•	Foi Emil Kraepelin, em 1896, em seu Tratado de Psiquiatria, quem elencou os termos até então conhecidos, mas que ficavam dispersos – dementia praecox, a catatonia e a demência paranoica.
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•	Kraepelin reuniu os termos num tratado de Psicopatologia sob a rubrica de doenças do metabolismo junto com o mixedema (infiltração cutânea causadora de edema firme e elástico nos tecidos, especialmente no tecido do rosto e nos membros, acarretada por diminuição da atividade da tireoide), o hipotireoidismo e o cretinismo (perturbação grave e relativamente rara do desenvolvimento físico e intelectual devido a uma diminuição da atividade tireoidiana).
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•	Na sexta edição do seu tratado, em 1899, a dementia praecox ganhou a autonomia para se contrapor à loucura maníaco-depressiva.
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•	Foi Eugen Bleuler (1911) quem consagrou o termo esquizofrenia em substituição à demência precoce.
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•	O termo esquizofrenia, de acordo com Bleuler (1911), diz respeito à mente cindida que expressava a dissociação entre o pensamento dos afetos e da psicomotricidade.
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•	Bleuler em seus estudos buscou um distúrbio fundamental em que pudesse basear o diagnóstico sem fixá-lo no curso ou quadros finais.
•	É importantes também destacar que foi Bleuler o primeiro a descrever os principais sintomas da esquizofrenia: associação dos pensamentos; distúrbios afetivos; ambivalência e autismo (tendo a ver com a noção de um sujeito ensimesmado, diferentemente do que hoje é diagnosticado como autismo).
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•	É importante lembrar que Eugen Bleuler e Karl Jaspers (este último o introdutor do método fenomenológico na Psiquiatria) influenciaram de forma definitiva toda a Psiquiatria contemporânea.
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•	A ideia central da Fenomenologia, de acordo com foi a de descrever com precisão as experiências vividas pelos pacientes. 
•	Cabe lembrar que até a publicação do DSM-III, em 1980, as pessoas com quadros depressivos e outros transtornos mentais eram todas tratadas como esquizofrênicas.
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•	Também é importante destacar que a descoberta dos neurolépticos-antipsicóticos (psicofármacos que têm oferecido oportunidades de melhoras nas condições de vida dos portadores desse transtorno) exigiu uma precisão maior nos diagnósticos e forçou a mudança do DSM-II para o DSM-III.
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•	Os critérios de Kurt Schneider estabeleceram uma distinção entre os sintomas de primeira e de segunda ordem, o que permitiu organizar o diagnóstico de modo mais simples e preciso, mais tarde incorporados ao DSM-IV (2014) e consagrados no CID-10 (1993).
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•	Os sintomas de primeira ordem indicam, segundo Dalgalarrondo (2008), uma profunda alteração Eu-mundo.
•	Nessa alteração, o sujeito tem uma perda significativa da sua intimidade em que o mundo externo invade a intimidade do sujeito.
•	Essas experiências sugerem uma “fusão” entre o particular e o público.
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•	Já os sintomas de segunda ordem de Schneider são menos significativos para o diagnóstico da esquizofrenia: perplexidade, alterações da sensopercepção (excluindo aqueles de primeira ordem), vivências de influência no campo dos sentimentos, impulsos ou vontade, empobrecimento afetivo, intuição delirante e alterações do ânimo de colorido depressivo ou maniatiforme (maníaco, onde o paciente não tem consciência do seu estado - ausência de crítica e de insight).
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•	Dalgalarrondo (2008) caracteriza as “esquizofrenias e psicoses” como síndromes psicóticas (quadro do espectro da esquizofrenia e outras psicoses).
•	Para Dalgalarrondo (2008), a esquizofrenia pode ser definida como “a principal forma de psicose, por sua frequência e sua importância clínica; alguns sintomas são muito significativos para o diagnóstico da esquizofrenia, particularmente aqueles denominados de sintomas de primeira ordem.
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•	Os sintomas de primeira ordem da esquizofrenia descritos por Schneider (apud DALGALARRONDO, 2008) são: 
•	1. Percepção delirante – Uma percepção absolutamente normal recebe uma significação delirante, que ocorre de modo simultâneo ao ato perceptivo.
•	Exemplo:
•	A turma da professora Anna resolve oferecer uma festinha de aniversário para ela.
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•	Organizam a mesa do parabéns colocando guardanapos, copos para os refrigerantes e a faca para cortar o bolo.
•	Quando a professora entra na sala, onde está sendo preparada a festa, ela subitamente tem uma espécie de revelação e passa a acreditar que a faca está ali para feri-la, para matá-la.
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•	2. Alucinações auditivas características – São vozes que comentam e ou comandam a ação do paciente.
•	Exemplo:
•	Luciana ouve vozes que lhe dizem para que ela tome banho, que fique acordada e para que pule na linha do trem e morra.
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•	3. Eco do pensamento ou sonorização do pensamento – O paciente escuta seus pensamentos ao pensá-los.
•	Exemplo:
•	Jorge reclama que antes de pensar ouve os seus pensamentos.
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•	4. Roubo do pensamento – O paciente tem certeza de que seu pensamento foi inexplicavelmente roubado.
•	Exemplo:
•	Jorge, durante a entrevista inicial, começa contando sua história, mas para inesperadamente.
•	Quando indagado por que parou de relatá-la, ele conta que o seu pensamento foi roubado, ficando sem poder continuar a história.
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•	5. Vivências de influência corporal ou ideativa – Vivências de influência corporal são experiências onde o paciente sente que uma força externa age sobre o seu corpo ou seus órgãos, emitindo raios e influenciando suas funções corporais.
•	Exemplo:
•	Jorge acredita que existem raios emanados das torres celulares que controlam seu intestino impedindo que ele consiga evacuar com a frequência necessária.
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•	Já as vivências de influência sobre o pensamento referem-se à experiência de que algo influencia seus pensamentos.
•	O paciente recebe pensamentos impostos de fora, pensamentos postos em seus cérebros.
•	Exemplo:
•	Tiago acredita que não consegue pensar mais nada.
•	Tudo o que aparece em sua mente é mandado de fora.
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•	Acredita que sua mãe vendeu sua alma e agora tudo o que ele pensa vem da parte da pessoa que comprou sua alma.
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•	INTRODUÇÃO
•	Sujeitos com esquizofrenia podem exibir afeto inadequado (ex.: rir na ausência de um estímulo apropriado); humor disfórico que pode assumir a forma de depressão, ansiedade ou raiva; padrão de sono perturbado (ex.: sono durante o dia e atividade durante a noite); e falta de interesse em alimentar-se ou recusa da comida. 
•	Despersonalização, desrealização e preocupações somáticas podem ocorrer e por vezes atingem proporções delirantes.
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•	LEMBRANDO QUE...
•	O transtorno de despersonalização é caracterizado por uma sensação persistente ou recorrente de separação do próprio corpo ou processos mentais, fazendo com o sujeito se sinta como um observador externo à sua vida e/ou por uma sensação de separação dos arredores (desrealização).
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•	Ansiedade e fobias são comuns.
•	Déficits cognitivos na esquizofrenia são comuns e fortemente associados a prejuízos profissionais e funcionais.
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•	Esses déficits podem incluir diminuições na memória declarativa (ou de curto prazo que é aquela que pode ser declarada - fatos, nomes, acontecimentos, etc. – sendo a mais facilmente adquirida, mas também mais rapidamente esquecida), na memória de trabalho (que é um componente cognitivo ligado à memória, que permite o armazenamento temporário de informação com capacidade limitada), na função da linguagem e em outras funções executivas, bem como velocidade de processamento mais lenta.
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•	Anormalidades no processamento sensorial e na capacidade inibitória, bem como redução na atenção, são também encontradas.
•	Alguns indivíduos com esquizofrenia mostram déficits na cognição social, incluindo déficits na capacidade de inferir as intenções dos outros (teoria da mente), podendo atender a eventos ou estímulos irrelevantes e depois interpretá-los como significativos, talvez levando à geração de delírios explanatórios.
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•	Esses prejuízos costumam persistir durante a remissão dos sintomas. 
•	Alguns indivíduos com psicose podem carecer de insight ou consciência de seu transtorno.
•	Isso inclui não perceber os sintomas de esquizofrenia, podendo estar presente em todo o curso da doença.
•	Não perceber a doença costuma ser um sintoma da própria esquizofrenia em vez de uma estratégia de enfrentamento.
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•	É comparável à falta de percepção de déficits neurológicos após dano cerebral, chamada de anosognosia.
•	Esse sintoma é o mais comum preditor de não adesão ao tratamento e prevê elevadas taxas de recaída, aumento no número de tratamentos involuntários, funcionamento psicossocial mais pobre, agressão e um curso mais pobre da doença.
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•	Hostilidade e agressão podem estar associadas à esquizofrenia, embora agressão espontânea ou aleatória não seja comum.
•	A agressão é mais frequente em indivíduos do sexo masculino, nos mais jovens e em pessoas com histórico de violência, não adesão ao tratamento, abuso de substâncias e impulsividade.
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•	Deve-se observar que a grande maioria das pessoas com esquizofrenia não é agressiva, sendo, com mais frequência, mais vitimizada que aquelas na população em geral.
•	Atualmente, não há exames laboratoriais, radiológicos ou testes psicométricos para o transtorno.
•	Cabe ainda destacar que fatores psicossociais podem influenciar o surgimento das psicoses, como também o tratamento e o prognóstico, alterando o curso da enfermidade.
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•	CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS
•	A. Dois ou mais dos itens a seguir, cada um presente por uma quantidade significativa de tempo durante um período de um mês: 
•	1. Delírios
2. Alucinações
•	3. Discurso desorganizado
•	4. Comportamento grosseiramente desorganizado ou catatônico
•	5. Sintomas negativos (i.e., expressão emocional diminuída ou avolia)
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•	B. Por período significativo de tempo desde o aparecimento da perturbação, o nível de funcionamento em uma ou mais áreas importantes do funcionamento, como trabalho, relações interpessoais ou autocuidado, deve estar acentuadamente abaixo do nível alcançado antes do início (ou, quando o início se dá na infância ou na adolescência, pela incapacidade de atingir o nível esperado de funcionamento interpessoal, acadêmico ou profissional).
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•	C. Sinais contínuos de perturbação devem persistir durante, pelo menos, seis meses.
•	Esse período de seis meses deve incluir no mínimo um mês de sintomas (ou menos, se tratados com sucesso) que precisam satisfazer ao Critério A (i.e., sintomas da fase ativa) e pode incluir períodos de sintomas prodrômicos ou residuais.
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•	Durante esses períodos prodrômicos ou residuais, os sinais da perturbação podem ser manifestados apenas por sintomas negativos ou por dois ou mais sintomas listados no Critério A presentes em uma forma atenuada (p. ex., crenças esquisitas, experiências perceptivas incomuns). 
•	D. Transtorno esquizoafetivo e transtorno depressivo ou transtorno bipolar com características psicóticas são descartados porque:
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•	1) Não ocorreram episódios depressivos maiores ou maníacos concomitantemente com os sintomas da fase ativa;
•	2) Ou se episódios de humor ocorreram durante os sintomas da fase ativa, sua duração total foi breve em relação aos períodos ativo e residual da doença. 
•	E. A perturbação pode ser atribuída aos efeitos fisiológicos de uma substância (p. ex., droga de abuso, medicamento) ou a outra condição médica.
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•	Se há história de transtorno do espectro autista ou de um transtorno da comunicação iniciado na infância, o diagnóstico adicional de esquizofrenia é realizado somente se delírios ou alucinações proeminentes, além dos demais sintomas exigidos de esquizofrenia, estão também presentes por pelo menos um mês (ou menos, se tratados com sucesso).
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•	Especificar se:
•	Os especificadores de curso a seguir devem somente ser usados após um ano de duração do transtorno e se não estiverem em contradição com os critérios de curso diagnóstico.
•	Primeiro episódio, atualmente em episódio agudo:
•	A primeira manifestação do transtorno atende aos sintomas diagnósticos definidos e ao critério de tempo.
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•	Um episódio agudo é um período de tempo em que são satisfeitos os critérios de sintomas.
•	Primeiro episódio, atualmente em remissão parcial:
•	Remissão parcial é um período de tempo durante o qual é mantida uma melhora após um episódio anterior e em que os critérios definidores do transtorno são atendidos apenas em parte.
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•	Primeiro episódio, atualmente em remissão completa:
•	Remissão completa é um período de tempo após um episódio anterior durante o qual não estão presentes sintomas específicos do transtorno.
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•	Episódios múltiplos, atualmente em episódio agudo:
•	Múltiplos episódios podem ser determinados após um mínimo de dois episódios (i.e., após um primeiro episódio, uma remissão e pelo menos uma recaída). 
•	Episódios múltiplos, atualmente em remissão parcial
•	Episódios múltiplos, atualmente em remissão completa
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•	Contínuo:
•	Os sintomas que atendem aos critérios de sintomas diagnósticos do transtorno permanecem durante a maior parte do curso da doença, com períodos de sintomas em nível subclínico muito breves em relação ao curso geral.
•	Não especificado 
•	Especificar se:
•	Com catatonia (consultar os critérios para catatonia associada a outro transtorno mental, p. 119-120, para definição).
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•	Nota para codificação:
•	Usar o código adicional 293.89 (F06.1) de catatonia associada a esquizofrenia para indicar a presença de catatonia comórbida. 
•	Especificar a gravidade atual:
•	A gravidade é classificada por uma avaliação quantitativa dos sintomas primários de psicose, o que inclui delírios, alucinações, desorganização do discurso, comportamento psicomotor anormal e sintomas negativos.
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•	Cada um desses sintomas pode ser classificado quanto à gravidade atual (mais grave nos últimos sete dias) em uma escala com 5 pontos, variando de 0 (não presente) a 4 (presentee grave).
•	(Ver Gravidade das Dimensões de Sintomas de Psicose Avaliada pelo Clínico no capítulo “Instrumentos de Avaliação”.)
•	Nota:
•	O diagnóstico de esquizofrenia pode ser feito sem a utilização desse especificador de gravidade. 
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•	CARACTERÍSTICAS DIAGNÓSTICAS 
•	Os sintomas característicos da esquizofrenia envolvem uma gama de disfunções cognitivas, comportamentais e emocionais, mas nenhum sintoma é patognomônico (característico) do transtorno.
•	O diagnóstico envolve o reconhecimento de um conjunto de sinais e sintomas associados a um funcionamento profissional ou social prejudicado.
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•	Indivíduos com o transtorno apresentarão variações substanciais na maior parte das características, uma vez que a esquizofrenia é uma síndrome clínica heterogênea. 
•	Pelo menos dois sintomas do Critério A devem estar presentes durante parte significativa do tempo em um mês ou mais.
•	Pelo menos um desses sintomas deve ser a presença clara de delírios (Critério A1), alucinações (Critério A2) ou discurso desorganizado (Critério A3).
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•	Comportamento grosseiramente desorganizado ou catatônico (Critério A4) e sintomas negativos (Critério A5) podem também estar presentes.
•	Nas situações em que ocorre remissão dos sintomas da fase ativa em um mês em resposta ao tratamento, o Critério A ainda é satisfeito se o médico avalia que eles teriam persistido na ausência de tratamento. 
•	A esquizofrenia envolve prejuízo em uma ou mais das principais áreas do funcionamento (Critério B).
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•	Se a perturbação iniciar na infância ou na adolescência, o nível esperado de funcionamento não é alcançado.
•	A comparação do indivíduo com os irmãos não afetados pode ajudar.
•	A disfunção persiste por período substancial durante o curso do transtorno e não parece ser um resultado direto de uma única característica.
•	A avolia (i.e., disposição reduzida para manter comportamento voltado a metas; Critério A5) está ligada à disfunção social descrita no Critério B.
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•	Há também fortes evidências de relação entre prejuízo cognitivo (ver a seção “Características Associadas que Apoiam o Diagnóstico” para esse transtorno) e prejuízo funcional em indivíduos com esquizofrenia. 
•	Alguns sinais da perturbação devem persistir por um período contínuo de pelo menos seis meses (Critério C).
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•	Sintomas prodrômicos costumam anteceder a fase ativa, e os sintomas residuais podem segui-la, caracterizados por formas leves ou em níveis subclínicos de alucinações ou delírios.
•	Os indivíduos podem manifestar uma variedade de crenças incomuns ou estranhas que não sejam de proporções delirantes (p. ex., ideias de referência ou pensamento mágico); podem ter experiências perceptivas raras (p. ex., sentir a presença de uma pessoa invisível); seu discurso pode ser, em geral, compreensível, porém vago;...
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•	...seu comportamento pode ser incomum, mas não grosseiramente desorganizado (p. ex., murmurar em público).
•	Sintomas negativos são comuns nas fases prodrômica e residual, podendo ser graves. Indivíduos que eram socialmente ativos podem ficar retraídos em relação a rotinas anteriores.
•	Esses comportamentos são frequentemente o primeiro sinal de um transtorno.
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•	Sintomas de humor e episódios completos de humor são comuns na esquizofrenia e podem ocorrer concomitantemente com a sintomatologia da fase ativa.
•	Porém, como diferença do transtorno do humor psicótico, um diagnóstico de esquizofrenia exige a presença de delírios ou alucinações na ausência de episódios de humor.
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•	Além disso, episódios de humor, tomados em sua totalidade, devem estar presentes por somente uma parte mínima da duração total do período ativo e residual da doença. 
•	Além das cinco áreas de domínio dos sintomas identificadas nos critérios diagnósticos, a avaliação dos sintomas dos domínios cognição, depressão e mania é crucial para que sejam feitas distinções importantes entre os vários transtornos do espectro da esquizofrenia e outros transtornos psicóticos.
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•	CARACTERÍSTICAS ASSOCIADAS QUE APOIAM O DIAGNÓSTICO 
•	Indivíduos com esquizofrenia podem exibir afeto inadequado (p. ex., rir na ausência de um estímulo apropriado); humor disfórico que pode assumir a forma de depressão, ansiedade ou raiva; padrão de sono perturbado (p. ex., sono durante o dia e atividade durante a noite); e falta de interesse em alimentar-se ou recusa da comida.
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•	Despersonalização, desrealização e preocupações somáticas podem ocorrer e por vezes atingem proporções delirantes. Ansiedade e fobias são comuns.
•	Déficits cognitivos na esquizofrenia são comuns e fortemente associados a prejuízos profissionais e funcionais.
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•	Esses déficits podem incluir diminuições na memória declarativa, na memória de trabalho, na função da linguagem e em outras funções executivas, bem como velocidade de processamento mais lenta.
•	Anormalidades no processamento sensorial e na capacidade inibitória, bem como redução na atenção, são também encontradas.
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•	Alguns indivíduos com esquizofrenia mostram déficits na cognição social, incluindo déficits na capacidade de inferir as intenções dos outros (teoria da mente), podendo atender a eventos ou estímulos irrelevantes e depois interpretá-los como significativos, talvez levando à geração de delírios explanatórios.
•	Esses prejuízos costumam persistir durante a remissão dos sintomas.
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•	Alguns indivíduos com psicose podem carecer de insight ou consciência de seu transtorno (i.e., anosognosia).
•	Essa falta de insight inclui não perceber os sintomas de esquizofrenia, podendo estar presente em todo o curso da doença.
•	Não perceber a doença costuma ser um sintoma da própria esquizofrenia em vez de uma estratégia de enfrentamento.
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•	É comparável à falta de percepção de déficits neurológicos após dano cerebral, chamada de anosognosia.
•	Esse sintoma é o mais comum preditor de não adesão ao tratamento e prevê elevadas taxas de recaída, aumento no número de tratamentos involuntários, funcionamento psicossocial mais pobre, agressão e um curso mais pobre da doença.
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•	Hostilidade e agressão podem estar associadas a esquizofrenia, embora agressão espontânea ou aleatória não seja comum.
•	A agressão é mais frequente em indivíduos do sexo masculino mais jovens e em pessoas com história anterior de violência, não adesão ao tratamento, abuso de substância e impulsividade.
•	Deve-se observar que a grande maioria das pessoas com esquizofrenia não é agressiva, sendo, com mais frequência, mais vitimizada que aquelas na população em geral.
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•	Atualmente não há exames laboratoriais, radiológicos ou testes psicométricos para o transtorno.
•	As diferenças são claras em múltiplas regiões do cérebro entre grupos de pessoas saudáveis e pessoas com esquizofrenia, incluindo evidências de estudos por neuroimagem, neuropatologia e neurofisiologia.
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•	Diferenças ficam também evidentes na arquitetura celular, na conectividade da substância branca e no volume da substância cinzenta em uma variedade de regiões, como os córtices pré-frontal e temporal.
•	É observada redução no volume cerebral total, bem como aumento da redução de volume com o envelhecimento.
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•	Reduções do volume cerebral com o envelhecimento são mais pronunciadas em pessoas com esquizofrenia do que em indivíduos saudáveis.
•	Por fim, pessoas com a doença parecem diferir daquelas sem o transtornoem índices eletrofisiológicos e de eye-tracking.
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•	Sinais neurológicos leves em indivíduos com esquizofrenia incluem prejuízos na coordenação motora, na integração sensorial e no sequenciamento motor de movimentos complexos, confusão esquerda-direita e desinibição de movimentos associados.
•	Além disso, podem ocorrer anomalias físicas leves da face e dos membros.
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•	PREVALÊNCIA 
•	A prevalência da esquizofrenia ao longo da vida parece ser de 0,3 a 0,7%, embora haja relato de variação por raça/etnia entre países e por origem geográfica para imigrantes e filhos de imigrantes.
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•	A proporção entre os sexos difere em amostras e populações: por exemplo, ênfase em sintomas negativos e duração maior do transtorno (associada a pior prognóstico) demonstram taxas mais elevadas de incidência nos indivíduos do sexo masculino, ao passo que definições que possibilitam a inclusão de mais sintomas de humor e apresentações breves (associadas a melhor prognóstico) demonstram riscos equivalentes para ambos os sexos.
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•	DESENVOLVIMENTO E CURSO 
•	As características psicóticas da esquizofrenia costumam surgir entre o fim da adolescência e meados dos 30 anos; início antes da adolescência é raro.
•	A idade de pico do início do primeiro episódio psicótico é entre o início e a metade da faixa dos 20 anos para o sexo masculino e fim dos 20 anos para o feminino.
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•	O início pode ser abrupto ou insidioso, mas a maioria dos indivíduos manifesta um desenvolvimento lento e gradativo de uma variedade de sinais e sintomas clinicamente importantes.
•	Metade dessas pessoas queixa-se de sintomas depressivos.
•	Idade mais precoce de início é tradicionalmente vista como preditor de pior prognóstico.
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•	O efeito da idade de início do transtorno, todavia, possivelmente tem relação com o gênero, com os indivíduos do sexo masculino apresentando adaptação pré-mórbida pior, rendimento escolar mais baixo, sinto- mas negativos e prejuízo cognitivo mais proeminentes, além de, em geral, terem um prognóstico pior.
•	Prejuízo cognitivo é comum, e alterações na cognição estão presentes durante o desenvolvimento, antecedendo o aparecimento de psicose e assumindo a forma de prejuízos cognitivos estáveis na vida adulta.
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•	Prejuízos cognitivos podem persistir quando outros sintomas estão em remissão, contribuindo para a incapacidade relacionada à doença. 
•	Os elementos preditivos do curso e da evolução permanecem, em grande parte, sem explicação, e curso e evolução podem não ser preditos de maneira confiável.
•	O curso parece favorável em cerca de 20% das pessoas com esquizofrenia, e um número pequeno de indivíduos é referido como tendo obtido recuperação completa.
ESQUIZOFRENIA 
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•	A maioria dos indivíduos com esquizofrenia, entretanto, ainda necessita de apoio formal ou informal na vida cotidiana.
•	Muitos permanecem cronicamente doentes, com exacerbações e remissões de sintomas da fase ativa, ao passo que outros têm um curso com deterioração progressiva. 
•	Os sintomas psicóticos tendem a diminuir ao longo da vida, talvez em associação ao declínio normal na atividade dopaminérgica relacionada ao envelhecimento.
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•	Os sintomas negativos têm relação mais íntima com o prognóstico do que os positivos, tendendo a ser mais persistentes.
•	Além disso, déficits cognitivos associados à doença podem não melhorar ao longo do seu curso. 
•	As características essenciais da esquizofrenia tendem a ser as mesmas na infância, ainda que seja mais difícil fazer o diagnóstico.
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•	Nas crianças, delírios e alucinações podem ser menos elaborados do que nos adultos, e alucinações visuais são mais comuns, devendo ser diferenciadas dos jogos de fantasia normais.
•	Discurso desorganizado ocorre em muitos transtornos que começam na infância (p. ex., transtorno do espectro autista), da mesma forma que comportamento desorganizado (p. ex., transtorno de déficit de atenção/hiperatividade).
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•	Esses sintomas não devem ser atribuídos à esquizofrenia sem a devida consideração dos transtornos mais comuns na infância.
•	Casos com início na infância tendem a se assemelhar a casos com evolução ruim em adultos, com início gradual e sintomas negativos proeminentes.
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•	Crianças que mais tarde recebem o diagnóstico de esquizofrenia são mais propensas a ter sofrido perturbações e psicopatologia emocionais e/ou comportamentais não especificadas, alterações intelectuais e na linguagem e atrasos motores sutis. 
•	Casos com início tardio (i.e., após os 40 anos de idade) são mais comuns nas mulheres, que podem ter casado.
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•	Frequentemente, o curso caracteriza-se por predominância de sintomas psicóticos com preservação do afeto e do funcionamento social.
•	Esses casos de início tardio podem satisfazer os critérios diagnósticos para esquizofrenia, mas ainda não está claro se essa é a mesma condição da esquizofrenia diagnosticada antes da meia-idade (p. ex., antes dos 55 anos).
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•	FATORES DE RISCO E PROGNÓSTICO 
•	AMBIENTAIS
•	A estação do ano no nascimento é associada à incidência da esquizofrenia, incluindo fim do inverno/início da primavera em alguns locais e verão para a forma da doença com déficits.
•	A incidência de esquizofrenia e transtornos relacionados é mais alta em crianças que crescem em ambiente urbano e em alguns grupos étnicos minoritários.
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•	GENÉTICOS E FISIOLÓGICOS
•	Existe forte contribuição dos fatores genéticos na determinação do risco para esquizofrenia, embora a maioria dos indivíduos com diagnóstico do transtorno não tenha história familiar de psicose.
•	Essa tendência é atribuída a um espectro de alelos de risco, comuns e raros, com cada um contribuindo somente com uma pequena parcela para a variância total da população.
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•	Os alelos de risco identificados até agora são também associados a outros transtornos mentais, incluindo transtorno bipolar, depressão e transtorno do espectro autista. 
•	Complicações na gestação e no nascimento, com hipoxia, e idade avançada dos pais estão as- sociadas a maior risco de esquizofrenia para o feto.
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•	Além disso, outras adversidades no pré-natal e no perinatal, incluindo estresse, infecções, desnutrição, diabetes materno e outras condições médicas, têm ligação com a esquizofrenia.
•	A grande maioria dos bebês com esses fatores de risco, entretanto, não desenvolve a doença.
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•	QUESTÕES DIAGNÓSTICAS RELATIVAS À CULTURA 
•	Fatores socioeconômicos e culturais devem ser considerados, em especial quando o indivíduo e o clínico não têm os mesmos antecedentes culturais e socioeconômicos.
•	Ideias que parecem delirantes em uma cultura (p. ex., bruxaria) podem ser comuns em outra. Em algumas culturas, alucinações visuais e auditivas com conteúdo religioso (p. ex., ouvir a voz de Deus) são elementos normais das experiências religiosas.
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•	Além disso, a avaliação do discurso desorganizado pode ser difícil devido a variações linguísticas em estilos narrativos nas várias culturas.
•	A avaliação do afeto demanda sensibilidade a diferenças em estilos de expressão emocional, contato visual e linguagem corporal, elementos que variam entre culturas.
•	Se a avaliação é feita em um idioma diferente da língua materna do indivíduo, deve-se ter cuidado para garantir que a alogia não tenha relação com barreiras linguísticas.
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•	Em algumas culturas, o sofrimento pode assumir a forma de alucinações ou pseudoalucinaçõese ideias supervalorizadas que podem se apresentar clinicamente similares à psicose verdadeira, mas são normais ao subgrupo do paciente.
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•	QUESTÕES DIAGNÓSTICAS RELATIVAS AO GÊNERO 
•	Numerosas características distinguem a expressão clínica da esquizofrenia em indivíduos do sexo feminino e em indivíduos do sexo masculino.
•	A incidência geral da doença tende a ser um pouco inferior no sexo feminino, especialmente entre os casos tratados.
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•	A idade do aparecimento é mais tardia nas mulheres, com um segundo pico na meia-idade, conforme descrito anteriormente (ver a seção “Desenvolvimento e Curso” para esse transtorno).
•	Os sintomas tendem a ser mais carregados de afeto no sexo feminino, havendo mais sintomas psicóticos, bem como uma propensão maior para a piora destes mais tarde na vida. 
•	Outras diferenças incluem menor frequência de sintomas negativos e desorganização.
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•	Por fim, o funcionamento social tende a permanecer mais bem preservado em indivíduos do sexo feminino.
•	Existem, porém, exceções frequentes a essas explicações gerais.
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•	RISCO DE SUICÍDIO 
•	Cerca de 5 a 6% dos indivíduos com esquizofrenia morrem por suicídio; em torno de 20% tentam suicídio em uma ou mais ocasiões, e muitos mais têm ideação suicida importante.
•	Um comportamento suicida ocorre por vezes em resposta ao comando das alucinações para prejudicar a si mesmo ou a outros.
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•	O risco de suicídio permanece elevado durante o ciclo de vida para ambos os sexos, embora possa ser especialmente alto em indivíduos do sexo masculino mais jovens com uso de substância comórbido.
•	Outros fatores de risco incluem ter sintomas depressivos ou sentimentos de desesperança e estar desempregado.
•	O risco é maior também no período após um episódio psicótico ou alta hospitalar.
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•	CONSEQUÊNCIAS FUNCIONAIS DA ESQUIZOFRENIA 
•	A esquizofrenia está associada a significativa disfunção social e profissional.
•	A progressão educacional e a manutenção do emprego costumam ficar prejudicadas pela avolia ou por outras manifestações do transtorno, mesmo quando as habilidades cognitivas são suficientes para as tarefas a serem realizadas.
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•	A maior parte dos indivíduos tem empregos inferiores aos de seus pais, e a maioria, especialmente os homens, não casa ou tem contatos sociais limitados fora da família.
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•	DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL 
•	TRANSTORNO DEPRESSIVO MAIOR OU TRANSTORNO BIPOLAR COM CARACTERÍSTICAS PSICÓTICAS OU CA- TATÔNICAS
•	A distinção entre esquizofrenia e transtorno depressivo maior ou transtorno bipolar com características psicóticas ou catatonia depende da relação temporal entre a perturbação do humor e a psicose, bem como da gravidade dos sintomas depressivos ou maníacos.
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•	Se delírios ou alucinações ocorrem exclusivamente durante um episódio depressivo maior ou maníaco, o diagnóstico é transtorno depressivo ou transtorno bipolar com características psicóticas.
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•	TRANSTORNO ESQUIZOAFETIVO
•	O diagnóstico de transtorno esquizoafetivo exige que um episódio depressivo maior ou maníaco ocorra ao mesmo tempo em que ocorrem os sintomas da fase ativa e que os sintomas de humor estejam presentes na maior parte do tempo da duração total dos períodos ativos.
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•	TRANSTORNO ESQUIZOFRENIFORME E TRANSTORNO PSICÓTICO BREVE
•	Esses transtornos têm duração menor que a esquizofrenia, conforme especificado no Critério C, que exige seis meses de sintomas.
•	No transtorno esquizofreniforme, a perturbação está presente durante menos de seis meses, enquanto no transtorno psicótico breve os sintomas estão presentes durante pelo menos um dia, porém em tempo inferior a um mês.
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•	TRANSTORNO DELIRANTE
•	O transtorno delirante pode ser diferenciado da esquizofrenia pela ausência dos demais sintomas característicos de esquizofrenia (p. ex., delírios, alucinações auditivas ou visuais proeminentes, discurso desorganizado, comportamento grosseiramente desorganizado ou catatônico, sintomas negativos).
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•	TRANSTORNO DA PERSONALIDADE ESQUIZOTÍPICA
•	O transtorno da personalidade esquizotípica pode ser diferenciado de esquizofrenia por sintomas sublimiares associados a características persistentes de personalidade.
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•	TRANSTORNO OBSESSIVO-COMPULSIVO E TRANSTORNO DISMÓRFICO CORPORAL
•	Indivíduos com transtorno obsessivo-compulsivo e transtorno dismórfico corporal podem apresentar insight prejudicado ou ausente, e as preocupações podem atingir proporções delirantes.
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•	Esses transtornos, porém, são diferentes da esquizofrenia por apresentarem obsessões proeminentes, compulsões, preocupações com aparência ou odores do corpo, acumulação compulsiva, comportamentos repetitivos com foco no corpo.
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•	TRANSTORNO DE ESTRESSE PÓS-TRAUMÁTICO
•	O transtorno de estresse pós-traumático pode incluir flashbacks com uma qualidade alucinatória, e a hipervigilância pode atingir proporções paranoides.
•	Todavia, há necessidade de um evento traumático e de aspectos sintomáticos característicos relativos a revivências ou reações ao evento para que seja feito um diagnóstico.
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•	TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA OU TRANSTORNOS DA COMUNICAÇÃO
•	Esses transtornos podem também ter sintomas semelhantes a um episódio psicótico, mas diferem pelos respectivos déficits na interação social, com comportamentos repetitivos e restritos e outros déficits cognitivos e de comunicação.
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•	Um indivíduo com transtorno do espectro autista ou transtorno da comunicação deve ter sintomas que satisfaçam todos os critérios de esquizofrenia, com alucinações ou delírios proeminentes durante pelo menos um mês a fim de ser diagnosticado com esquizofrenia como uma condição comórbida.
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•	OUTROS TRANSTORNOS MENTAIS ASSOCIADOS COM UM EPISÓDIO PSICÓTICO
•	O diagnóstico de esquizofrenia é feito apenas quando o episódio psicótico é persistente, não podendo ser atribuído a efeitos fisiológicos de uma substância ou a outra condição médica.
•	Indivíduos com delirium ou transtorno neurocognitivo maior ou menor podem apresentar sintomas psicóticos, mas estes devem ter relação temporal com o início das mudanças cognitivas consistentes com esses transtornos.
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•	Indivíduos com transtorno psicótico induzido por substância/medicamento podem apresentar sintomas característicos do Critério A para esquizofrenia, porém o transtorno psicótico induzido por substância/medicamento pode ser geralmente diferenciado pela relação cronológica do uso da substância com o início e a remissão da psicose na ausência do uso de substância.
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•	COMORBIDADE 
•	Taxas de comorbidade com transtornos relacionados ao uso de substância são elevadas na esquizofrenia.
•	Mais de metade dos indivíduos com esquizofrenia tem transtorno por uso de tabaco e fuma com regularidade.
•	A comorbidade com transtornos de ansiedade é cada vez mais reconhecida na esquizofrenia.
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•	A proporção de transtorno obsessivo-compulsivo e transtorno de pânico é elevada em indivíduos com esquizofrenia em comparação com a população em geral.
•	Transtorno da personalidade esquizotípica ou paranoide pode, algumas vezes, anteceder o início da esquizofrenia. 
•	A expectativa de vida é reduzida em indivíduos com esquizofrenia em razão das condições médicas associadas.
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•	Ganho de peso, diabetes, síndrome metabólica e doença cardiovascular e pulmonar são mais comuns na esquizofrenia do que na populaçãoem geral.
•	Pouco envolvimento em comportamentos de manutenção da saúde (p. ex., screening de câncer, exercícios) aumenta o risco de doença crônica, mas outros fatores do transtorno, inclusive medicamentos, estilo de vida, tabagismo e dieta, também podem contribuir.
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•	Uma vulnerabilidade partilhada por psicose e distúrbios médicos pode explicar algumas das comorbidades médicas da esquizofrenia.
ESQUIZOFRENIA – ESTUDOS DE CASO
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•	AVALIAÇÃO E INTERVENÇÃO EM UM CASO DE ESQUIZOFRENIA DE INÍCIO TARDIO
•	Fonte: Revista de Ciências Médicas e Biológicas - Salvador, v.12, n.2, p.249-252, mai./ago. 2013 
•	O envelhecimento populacional é um processo em crescimento e com ele acompanha quadros como a esquizofrenia de início tardio. 
•	IDENTIFICAÇÃO 
•	Paciente com 92 anos de idade, sexo feminino, escolaridade de 8 anos.
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•	ANAMNESE 
•	Paciente em acompanhamento em um ambulatório de geriatria no interior do Estado de São Paulo há 2 anos e 4 meses.
•	Procurou assistência médica devido a problemas clínicos.
•	É portadora de doença pulmonar obstrutiva crônica, hipertensão arterial sistêmica, hipotiroidismo, depressão, osteoartrose e osteoporose.
ESQUIZOFRENIA – ESTUDOS DE CASO
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•	Na história clínica foi constatado que apresentava sinais depressivos que quando investigados mostravam ser consequência de problemas familiares que envolviam separação dos netos, afastamento de bisneto do seu convívio, herança em litígio, entre outros.
•	A paciente mora com o filho mais velho.
•	Este relata que a mãe têm alucinações visuais e auditivas (musicais) que não começaram ao mesmo tempo e por último alucinações sistemazadas.
ESQUIZOFRENIA – ESTUDOS DE CASO
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•	Nas consultas não mencionou espontaneamente esses sintomas, mas quando questionada admitiu o problema dizendo que adultos e crianças estavam constantemente em sua casa e pelos arredores, mas que elas não incomodavam.
•	Quando questonou o filho sobre as pessoas que vê e ele afirmou que elas não existiam, acabou aceitando que não eram reais.
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•	FORMULAÇÃO CLÍNICA 
•	A paciente não apresentou alterações cognitivas desde o início dos sintomas, no período de acompanhamento as alucinações visuais estavam mantidas, surgiram as musicais que passaram a ser persistentes e por fim as sistematizadas (organizadas em torno de um tema comum).
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•	Foram aplicados o Cambridge Examination for Mental Disorders of the Elderly (CAMDEX) e sua bateria cognitiva Cambridge Cognitive Examination (CAMCOG) (ROTH et. al., 1986), o Mini-exame do Estado Mental (MEEM) (FOLSTEIN et. al., 1975), o Questionário de Atividades Funcionais de Pfeffer (QAFP) (PFEFFER et. al., 1982), o Teste do Desenho do Relógio (TDR) escalas de Mendez e colaboradores (1992) e Shulman e colaboradores (1993), o teste de Fluência Verbal (FV) (Brucki et. al., 2003) e a Escala de Depressão Geriátrica (EDG) (YESAVAGE et. al., 1983) com o intervalo de um ano.
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•	Foram feitos exames bioquímicos de rotina e outros exames complementares.
•	A ressonância magnética de crânio (RM) não foi realizada em virtude da fobia por lugares fechados que a paciente apresentou e por problemas de coluna.
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•	EVOLUÇÃO 
•	A paciente era portadora de várias comorbidades controladas por medicamentos, apresentando alucinações visuais em que via meninas e meninos indo à escola e pessoas bem arrumadas na estrada e dentro de casa.
•	Apresentou momentos em que reconheceu que o que via não era real e outros em que acreditava no que estava vendo.
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•	Com o intervalo de dois para três meses surgiram as alucinações musicais que no início eram musicais apenas tocadas e que posteriormente passaram a ser cantadas.
•	As músicas eram antigas e conhecidas.
•	Convivia com os dois sintomas e achava que a música vinha de algum clube por perto apesar de morar em uma chácara sem vizinhos.
•	Há três meses desenvolveu alucinação sistemazada em que surgiu a figura do “Paulo”, seu namorado e com queria e ia se casar.
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•	Dizia que se comunicava com ele por rádio e estava muito ansiosa e no seu aguardo porque ele estava para vir buscá-la para o oficializar o casamento.
•	Durante todo o período de acompanhamento a paciente não deixou de realizar suas atividades de vida diária.
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•	Ainda cozinhava, lavava a louça, telefonava para a filha e para a neta, pedia para o filho levá-la a casa da neta para ver o bisneto, cuidava de suas plantas, tomava banho e vestia-se sem ajuda, cuidava do seu dinheiro e fazia compras.
•	Quando o filho a contradizia em relação as histórias sobre “Paulo” ficava muito nervosa por estar com o casamento marcado.
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•	Respondeu bem com o tratamento com Risperidona 0,5mg à noite, mas, frequentemente, abandonava o tratamento porque depois de um certo tempo do seu uso sentia-se fraca e com menos disposição para os afazeres.
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•	DISCUSSÃO 
•	A paciente não tinha perdas cognitivas significativas, principalmente de memória, apesar de viver isolada, convivendo apenas com o filho e os caseiros.
•	Gostava de ler, ver televisão e passava o tempo com seus afazeres.
•	Em nenhum momento as alucinações eram persecutórias.
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•	Segundo Sadock et. al. (2007), com o envelhecimento da população estamos cada vez mais nos defrontando com as psicoses de início tardio, ou seja, com a possibilidade dos idosos serem portadores de transtornos psicóticos e envelhecerem com as essas doenças, isto é, de adquirirem os sintomas com o envelhecimento e sem qualquer antecedente de doença psiquiátrica prévia.
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•	Existe uma dúvida na literatura, que se refere aos pacientes com psicose de início tardio e a possibilidade para desenvolver demência.
•	Apesar da idade, no estudo de caso a paciente não evoluiu para um quadro demencial nem do ponto de vista clínico, nem neuropsicométrico (LAKS et. al., 2000).
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•	As doenças psicóticas de início tardio que não são consequência de transtornos orgânicos e afetivos têm sido denominadas de várias formas: parafrenia tardia, esquizofrenia de início tardio, psicose atípica, transtorno esquizoafetivo ou transtorno delirante (SADOCK et. al., 2007).
•	Cabe lembrar que a parafrenia é um transtorno semelhante a esquizofrenia paranóide, mas com a afetividade mais bem preservada e com menor deterioração da personalidade (SADOCK et. al., 2007).
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•	São consideradas como um grupo de psicoses funcionais de início tardio aquelas afetivas (mania ou depressão), as paranóides com presença de alucinações e consciência clara (esquizofrenia paranóide e parafrenia tardia) e as sem alucinações (transtornos delirantes) (SADOCK et. al., 2007).
•	As psicoses de início tardio foram consideradas por Kraepelin como uma das áreas mais obscuras da Psiquiatria.
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•	O diagnóstico diferencial é difícil porque inclui vários transtornos clínico-neurológicos e psiquiátricos (LAKS et. al., 2000). 
•	Castle e Murray (2004) sugeriram que os sintomas esquizofrênicos de início tardio nas mulheres podem estar mais intensamente associadas ao transtorno do humor do que a esquizofrenia e devido a isso apresentariam melhor prognóstico a longo prazo.
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•	Apesar dos dois mais importantes sistemas internacionais de classificação das doenças (DSM-IV e CID- 10) excluírem a parafrenia tardia de suas categorias diagnósticas, muitos autores,principalmente os europeus, ainda utilizam o termo e pelo fato de não existirem critérios operacionais para o diagnóstico, as pesquisas sobre o assunto não chegaram a um senso-comum.
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•	A observação de outros pacientes no ambulatório de geriatria que adquiriram seus sintomas com mais de 75 anos e que não apresentam antecedentes pessoais de problemas psiquiátricos, faz crer que a parafrenia tardia é um transtorno independente da esquizofrenia.
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•	VIVÊNCIAS RELACIONADAS AO ABANDONO FAMILIAR
•	O paciente R., 32 anos, nasceu na cidade de Ibitinga, veio para sua primeira internação no Hospital Espírita de Marília encaminhado por um laudo do SUS, em 23/02/2008, sendo conduzido para Ala dos psicóticos Masculina.
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•	Segundo informações da equipe médica o mesmo apresentava um quadro de psicose crônica, com reagudização de sintomas, ideação suicida, baixa coesão ao tratamento ambulatorial e sem nenhuma contenção familiar. 
•	Diante dos sinais e sintomas apresentados pelo paciente o mesmo foi diagnosticado com a CID de F20.0, que corresponde a esquizofrenia paranóide.
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•	De acordo com o manual do DSM IV a Esquizofrenia Paranóide é caracterizada em geral por distorções fundamentais e características do pensamento e da percepção, e por afetos inapropriados ou embotados.
•	Usualmente mantém-se clara a consciência e a capacidade intelectual, embora certos déficits cognitivos possam evoluir no curso do tempo.
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•	Os fenômenos psicopatológicos mais importantes incluem o eco do pensamento, a imposição ou o roubo do pensamento, a divulgação do pensamento, a percepção delirante e o controle relativamente estáveis são tipicamente persecutórios ou grandiosos, ou ambos, mas delírios envolvendo outros temas com: ciúme, religiosidade ou somatização, também podem ocorrer.
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•	Os delírios podem ser múltiplos, mas geralmente são organizados em torno de um tema coerente, de influência ou de passividade, vozes alucinatórias particularmente auditivas e de perturbações das percepções que comentam ou discutem com o paciente na terceira pessoa, transtornos do pensamento e sintomas negativos.
•	Os temas persecutórios podem predispor o indivíduo ao comportamento suicida, e a combinação de delírios persecutórios e grandiosos como raiva pode predispor à violência.
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•	O início tende a ser mais tardio do que em outros tipos de Esquizofrenia, e as características diferenciadoras podem ser mais estáveis ao longo do tempo.
•	Esses indivíduos geralmente apresentam pouco ou nenhum prejuízo na testagem neuropsicológica ou em outros testes cognitivos.
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•	Algumas evidências sugerem que o prognóstico para o Tipo Paranóide pode ser consideravelmente melhor do que para os outros tipos de Esquizofrenia, particularmente com relação ao funcionamento ocupacional e à capacidade para a vida independente. 
•	Passados 209 dias após o tratamento no HEM R. recebeu alta hospitalar melhorada no 09/03/09, sendo encaminhado ao CAPS de sua cidade.
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•	Segundo informações do prontuário hospitalar R. teve entrada no HEM após três dias de sua última alta para sua 2ª. internação na Ala de psicóticos Masculina e saiu no dia seguinte por Alta Hospitalar à pedido da família, permanecendo apenas um dia hospitalizado.
•	Após 11(onze) dias o mesmo retornou ao HEM para sua 3ª. internação na Ala de psicóticos Masculina relatando reagudização dos sintomas, permanecendo então por 366 dias com Alta Hospitalar Melhorada.
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•	Um mês depois, R. voltou ao HEM para sua 4ª. internação na Ala de psicóticos Masculina, com crise de sintomas e ideação suicida, onde permaneceu para tratamento por um período de 479 dias.
•	No período de curto prazo o mesmo retornou ao HEM para a sua 5ª. internação na Ala de psicóticos permanecendo por um período de internação de 139 dias, recebendo assim Alta Hospitalar Melhorada.
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•	Duas semanas depois, foi novamente admitido na Unidade da Ala Masculina para sua 6ª. internação com um quadro de piora dos sintomas, onde permaneceu por 3 meses, após isso com uma melhora de sintomas o mesmo foi transferido para Ala de moradores externo até o dia atual já que o mesmo não tem contenção familiar e se sente bem no hospital.
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•	Esta Ala de moradores é um anexo no hospital onde permanecem alguns pacientes os quais têm condições de permanecerem sozinhos, pois são parcialmente dependentes e amparados com assistência da equipe Médica, do Serviço Social, atendimento Psicólogo, Terapia Ocupacional, Nutrição e da Enfermagem.
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•	Os medicamentos (antipsicóticos) são extremamente necessários para o tratamento da esquizofrenia, neste sentido tanto a família, os cuidadores e a pessoa esquizofrênica devem agir ativamente nesse processo medicamentoso, para buscar eficácia no tratamento de na prevenção das recaídas.
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•	De acordo com o estudo de caso realizado, a partir das vivências foi possível constatar a ausência e a negação da família diante do diagnóstico de uma doença mental, sem cura, contando apenas com o tratamento medicamentoso e suporte hospitalar.
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•	Em relação ao paciente estudado, ficou claro que, os relatos encontrados sobre seu caso frisam que as seis internações das quais ele retornou para o hospital decorreram das vezes que voltara ao seio familiar, devido à rejeição da família e a falta de acolhimento, que fizeram com que o paciente voltasse novamente ao hospital buscando a internação, até ser abrigado, rompendo assim com a família.
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•	DISCUSSÃO
•	Oliveira (2001),destaca que o convívio com a pessoa portadora de doença mental produz uma grande sobrecarga familiar, que acaba comprometendo a saúde, a vida social, a relação com os outros, a disponibilidade financeira, a rotina doméstica, o desempenho profissional ou escolar, trazendo inúmeros outros comprometimentos para a família, pois muitas vezes essas famílias além de não se sentirem preparadas emocionalmente, para enfrentar esta situação, sentem-se desamparadas, ou seja, não sabem lidar com uma pós-internação.
ESQUIZOFRENIA – ESTUDOS DE CASO
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•	Esta situação ficou bem clara dentro do caso, uma vez que este paciente não conseguia conviver em família, tendo um altíssimo grau de reincidência de internações (apesar de não existirem relatos vindo da família, pois a mesma não mantinha vínculo com o paciente), o que ficou evidenciado através das falas do paciente em relação as dificuldades encontradas pela família no enfrentamento à internação.
ESQUIZOFRENIA – ESTUDOS DE CASO
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•	Oliveira (2001) destaca que em determinados momentos, a família apresenta certa ambiguidade de sentimentos, que se manifesta em resposta às atitudes agressivas do seu familiar doente, principalmente perante os primeiros sinais da doença, pois a questão da internação também tem um fator cultural muito forte embutido, e faz com que a família tenha ainda mais essa ambivalência de sentimentos, que variam muitas vezes, como cita o autor, entre sentimento de impotência e mágoa, pois não entende o porquê de ser agredida.
ESQUIZOFRENIA – ESTUDOS DE CASO
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•	No caso da esquizofrenia com delírio persecutório, ela pode acarretar variáveis consequências, uma vez que o paciente se sente perseguido por um ou por vários membros da família, causando assim uma crise familiarem muitos casos. 
•	O paciente R. relatou sobre sua dificuldade em conviver com os irmãos, e também dos dois relacionamentos rompidos uma vez que as crises de ciúmes acabaram sempre causando a separação.
ESQUIZOFRENIA – ESTUDOS DE CASO
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•	Relatou episódios de fuga da casa da irmã, por não se sentir aceito pela família, e que se sentia perseguido pelo cunhado.
•	Mesmo os familiares pedindo sua volta, buscando meios de inserir ele no convívio familiar, a situação se tornou para ele insustentável, e acabou por se refugiar dentro dos hospitais.
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•	A convivência com a doença mental, por parte da família, pode ser permeada por vários sentimentos, segundo Oliveira (2001), entre eles, a tristeza, a angústia, o medo, a esperança e a desesperança, bem como, um intenso sofrimento que a acompanha, toda vez que seu familiar doente entra na crise aguda da doença, e a necessidade de várias reinternações no hospital psiquiátrico, fazendo com que a esperança em relação às possibilidades de cura diminua.
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•	Nestes momentos é que as equipes de saúde podem tornar-se uma fonte de apoio e sustentação para a família.
•	Por isso, o papel dos profissionais da área da saúde é fundamental, bem como aqueles que têm contato direto com eles e por isso acabam se tornando a única referência de afeto que os pacientes possuem, pois eles geralmente estão anos dentro desses hospitais abandonados pela sua família.
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•	No caso do paciente R., o acolhimento e a escuta, fizeram com que ele se sentisse mais calmo, fazendo com que deixasse de ser apático em relação às atividades propostas e à presença dos técnicos.
•	Porém com insistência ocorreu uma aceitação por parte do paciente que começou a relatar fatos importantes de sua vida e participar das recreações.
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•	Esses fatos reforçam a importância do preparo dos técnicos da área da saúde na vida dos pacientes, pois como cita Fossi e Guareschi (2004), nos hospitais gerais, faz-se necessário a escuta terapêutica com os usuários, e, consequentemente, a escuta de seus familiares.
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•	A escuta por parte dos familiares, dentro do hospital é, em geral, algo muito difícil, sendo que em alguns dos casos os familiares se isentam de qualquer responsabilidade dentro do tratamento, e, infelizmente, acabam abandonando por completo o paciente dentro de uma instituição. 
•	A presença e participação do psicólogo nesses casos torna-se essencial, pois não é somente a ajuda médica que é preciso para que o tratamento seja bem sucedido.
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•	Segundo Fossi e Guareschi (2004) o ser humano é muito mais que um corpo físico, e assim, o atendimento integral à saúde é indiscutível.
•	Segundo os autores, a integração da equipe de saúde é imprescindível para que o atendimento e o cuidado alcance a amplitude do ser humano, considerando as diversas necessidades do paciente e assim, transcendendo a noção de saúde física, e também a de que a ausência de enfermidade significa ser saudável.
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•	É por meio da interação entre as equipes de saúde que médicos, psicólogos, enfermeiros e auxiliares, conseguem ajudar os pacientes psiquiátricos oferecendo orientações essenciais para os tratamenteos, assim como também assistentes sociais e terapeutas ocupacionais, que podem assim realizar um trabalho customizado com os pacientes, e que deve ser concebido e cumprido de forma integralizada.
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•	Desta forma, como destaca Fossi e Guareschi (2004), o trabalho em equipe mostra-se fundamental para o atendimento hospitalar na área psiquiátrica/psicológica, na medida em que médicos, enfermeiros, psicólogos, nutricionistas, assistentes sociais e os demais profissionais envolvidos nesse tipo de atendimento estabeleçam uma integração com os pacientes e suas famílias e prestem um serviço e um atendimento realmente humanizado e eficaz.

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