Buscar

Peça 3 - Caso Concreto - Alegações finais

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 14 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 14 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 14 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

..AO JUÍZO DA 1ª VARA DE FAMÍLIA E SUCESSÕES DA COMARCA DE APARECIDA DE GOIÂNIA – GOIÁS.
PROCESSO NÚMERO: 0406085.16.2016.8.09.0206
REQUERENTE: MARILENE LUIZ DA SILVA
REQUERIDA: MARILENE SILVA TAVARES DOS REIS FILHA
NATUREZA: GUARDA E RESPONSABILIDADE 
MARILENE LUIZ DA SILVA, brasileira, solteira, do lar, portadora da cédula de identidade n.º 3767984, 2ª Via, SSP/GO, e do CPF n.º 694.794.451-15, residente e domiciliada na Rua 33, quadra 48, lote 13, s/n, Jardim Tiradentes, CEP 74961-250, Aparecida de Goiânia, Goiás, por intermédio de sua advogada e procuradora bastante infra-assinada, com escritório profissional no Núcleo de Prática Jurídica da Pontifícia Universidade Católica de Goiás, nesta Capital, à Avenida Fued José Sebba, n.º 1.184, Qd. 16-A, Lt. 01, Jardim Goiás, Caixa Postal 86, CEP 74.805-100, vem à presença de Vossa Excelência requerer na AÇÃO DE REGULARIZAÇÃO DE GUARDA UNILATERAL, que move em face de MARILENE SILVA TAVARES DOS REIS FILHA, já devidamente qualificada nos autos, por intermédio de sua advogada, que esta subscreve, em atenção à Decisão/Intimação retro e dentro do prazo legal, vem, respeitosamente propor
ALEGAÇÕES FINAIS POR MEMORIAIS
com fulcro no artigo 319,II e 364, parágrafo 2º, do Código de Processo Civil, pelos motivos de fato e de direito a seguir aduzidos.
I DA SÍNTESE FÁTICO PROCESSUAL
Consoante já constatado, a Requerente, que é avó materna, exerce a guarda fática dos menores impúberes CLARA ALICE MOREIRA DOS REIS, RAFAELA MOREIRA DOS REIS e NOEMI MOREIRA DOS REIS, fruto do relacionamento entre sua filha MARILENE SILVA TAVARES DOS REIS FILHA e FRANCISCO DE PAULA MOREIRA NETO. 
A mãe dos menores, responde por dois processos criminais, quais sejam, 178338-83.2013.8.09.0011; 394759-04.2012.8.09.0011. Era considerada foragida da justiça, mas na procura do seu endereço foi encontrada cumprindo sentença na Penitenciaria Odenir Guimarães (folha 42). O pai dos menores, faleceu no dia 29/02/2012, conforme atesta certidão de óbito anexa aos autos.
A avó está cuidando dos seus netos desde o dia de seu nascimento, pois os pais nunca estiveram presentes na criação das crianças. Eles sempre estiveram envolvidos com a criminalidade e já foram processados e condenados criminalmente.
Diante o estudo social realizado (folha 53) a avó .......
Mesmo que em um primeiro momento o juiz indeferiu o pedido de liminar (folha 27), o Ministério Público se mostrou favorável a guarda (evento 10), visando o princípio do menor interesse da criança. Logo após, (movimento 23) houve decisão da juíza que julgou procedente o pedido de tutela urgência antecipada.
Movimento 15 dpe se manifesta e quer audiência de conciliação 
Decisão deferindo a tutela movimento 23
Pedido para liberar a requerida p. 31, porém requerida não foi, mas a defensora esteve presente
Folha 51 citação da requerida na cadeia
Conforme Decisão de Evento , comparecemos através deste Memorial, a fim de apresentar as Alegações Finais, Artigo 364, parágrafo segundo do Código de Processo Civil.
II DOS FUNDAMENTOS JURÍDICOS 
II. 1 DA NECESSIDADE DE REGULAMENTAÇÃO DA GUARDA 
Conforme consta nos autos, desde o nascimento das crianças genitora as deixou aos cuidados da Requerente. A avó materna tem durante todos esses anos dando as crianças todas as condições necessárias para garantirem seu desenvolvimento confortável e necessário, prezando pelo amor e responsabilidade. 
Consoante comprovado nos autos, a Requerente oferece assistência afetiva, educacional e material aos netos e que o lar que vivem se apresenta condições adequadas de salubridade e habitabilidade (fl. 53). Não restam dúvidas de que a avó materna possui um relacionamento excelente com os netos e supre todas as necessidades correspondentes.
Nesse cenário atual, aduz que os menores estão plenamente ajustados e dotados de potencial para crescerem saudáveis, em todos os sentidos, num contexto favorável. Prova disso se revela nos autos do processo, nota-se que as crianças frequentam regularmente instituição de ensino.
É bem sabido que, em regra, a guarda dos filhos é direito dos genitores. Todavia, há casos em que os pais não possuem condições financeiras, físicas, morais e psicológicas e, ou, ainda, renunciam, tácita ou expressamente, o exercício dessa obrigação. No caso em tela fica evidente que a mãe não possui possiblidades de ficar com as crianças.
A Constituição Federal erigiu como dever de todos a responsabilidade de proporcionar um ambiente equilibrado e sadio à criança, adolescente e ao jovem, conforme disposto no artigo 227, caput, do Texto Magno.
A guarda de menores é regulada pelo Código Civil e Estatuto da Criança e do Adolescente, os quais dispõe as modalidades e sujeitos ativos para exercê-la. 
No caso vertente, a Genitora renunciou tacitamente ao entregar a criança aos cuidados da avó paterna, quando a criança tinha 1 ano de idade. Atitude ratificada no momento da entrevista com a Equipe Social do TJ/GO, à qual disse expressamente que a menor pode ficar com avó desde que fosse assegurado o direito de visitá-la aos finais de semana.
Torna-se imperioso que tal conjuntura seja preservada, por meio da concessão da guarda unilateral definitiva para a avó paterna, com base no artigo 1583, §1º, c/c o artigo 1584,§ 5º, do Código Civil, in verbis: :
Art. 1.583. A guarda será unilateral ou compartilhada.
§ 1o Compreende-se por guarda unilateral a atribuída a um só dos genitores ou a alguém que o substitua (art. 1.584, § 5o) e, por guarda compartilhada a responsabilização conjunta e o exercício de direitos e deveres do pai e da mãe que não vivam sob o mesmo teto, concernentes ao poder familiar dos filhos comuns.
(...)
Art. 1.584 ...
§ 5o  Se o juiz verificar que o filho não deve permanecer sob a guarda do pai ou da mãe, deferirá a guarda a pessoa que revele compatibilidade com a natureza da medida, considerados, de preferência, o grau de parentesco e as relações de afinidade e afetividade. 
Como exposto no artigo 1584, a requerente já exerce a guarda unilateral de fato, e assim pretende permanecer, tendo em vista que após a morte de Wellington a requerida bebe demasiadamente, troca frequentemente de companheiro e não tem responsabilidade para permanecer com a guarda da menor. A menor também afirma não tem vontade alguma de residir com a mãe mas sim permanecer com sua avó.
Nesse sentido a jurisprudência corrobora com a tese de a requerente ficar com a guarda definitiva do infante caso este esteja sendo devidamente cuidado e a mãe não possuir condições para isso. É o que afirma o Tribunal de Justiça do RS:[1: Apelação Cível Nº 70061214573, Oitava Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Ricardo Moreira Lins Pastl, Julgado em 11/09/2014) (TJ-RS - AC: 70061214573 RS, Relator: Ricardo Moreira Lins Pastl, Data de Julgamento: 11/09/2014, Oitava Câmara Cível, Data de Publicação: Diário da Justiça do dia 16/09/2014]
APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DE GUARDA. CONCESSÃO DA GUARDA DEFINITIVA À AVÓ PATERNA. MANUTENÇÃO DA SENTENÇA. Não comporta reparos a sentença que concedeu a guarda definitiva do menor para a avó paterna, na medida em que as provas coletadas evidenciam que o infante está sendo melhor atendido pela atual guardiã. O contexto probatório demonstrou que a genitora apelante apresentava dificuldades na criação dos filhos (agressividade, falta de higiene e organização, esquecimentos reiterados na escola), sendo que o menino apresentou significativa melhora comportamental depois que passou a morar com a avó paterna. APELO DESPROVIDO.(g.n)
Entende da mesma forma o respeitável Tribunal do Estado do Rio de Janeiro, completando a justificativa da necessidade de demonstração de uma real precisão de alteração do detentor da guarda do menor:[2: TJ-RJ - APL: 00013201420068190053 RJ 0001320-14.2006.8.19.0053, Relator: DES. EDUARDO GUSMAO ALVES DE BRITO NETO, Data de Julgamento: 08/01/2013, DÉCIMA SEXTA CAMARA CIVEL, Data de Publicação: 12/03/2013 14:06)]
Apelação Cível. Direito de Família. Ação de Guarda. Sentença quedeferiu a guarda definitiva dos dois netos à avó paterna. Inconformismo da genitora. 1 - Avó paterna que mantém a guarda provisória dos netos desde julho de 2008, não havendo nos autos qualquer elemento que desabone sua conduta. Estudos técnicos reveladores de que a apelada possui boas condições para exercer a guarda, inclusive propiciando aos menores afeto, saúde, segurança e educação, conforme exige o § 2º do artigo 1.583 do CC. 2 - Acusações de maus tratos e de alcoolismo da ré não refutadas pela demandada. 3 - As trocas de guarda somente devem ser realizadas quando demonstrada nos autos sua necessidade, o que não se vê no caso em apreço, ressaltando-se que a apelada não obstaculiza a convivência dos infantes com a genitora, muito embora essa nada tenha feito para manter relacionamento com os filhos, daí porque não se vislumbra qualquer situação excepcional ou de risco que justifique a alteração da situação fática existente. 4 - Recurso desprovido.
Interessante notar que a Requerida não aparenta pleitear de fato a guarda unilateral da filha, vez que nunca se manifestou quando intimada na presente ação e não expressou em nenhum instante que sob seus cuidados a menor estaria em melhorias condições ou que lutaria pela guarda unilateral, a fim de expressar todo seu afeto. Longe disso tudo, aduz pelos autos que a genitora discorda da concessão da guarda unilateral para a Requerente apenas tendo como base o argumento de um receio de ser privada totalmente do contato com a menor.
Contudo, como será logo demonstrado, é do interesse também da Requerente que a menor esteja em contato com a genitora, por meio de visitas supervisionas. É louvável relembrar, que a avó paterna, mesmo conhecendo a realidade problemática da genitora, tem oportunizado atualmente que a criança visite regulamente a casa materna em finais de semana alternados. 
Salienta-se, restou provado nos autos que a genitora, ora Requerida, está satisfeita com a situação atual, qual seja, sua filha morando com a avó paterna e recebendo as visitas em finais de semana alternados.
Por conseguinte, a vista do exposto, requer a conversão da guarda unilateral provisória da menor para guarda unilateral definitiva em favor da Requerente, com fulcro no artigo. 1583, §1º, c/c o artigo 1584,§ 5º, ambos do Código Civil. 
 
Assim, conforme possibilita a legislação pátria, e segundo a comprovação que a criança reside em um lar saudável e harmonioso, requer que seja concedida a Guarda definitiva Unilateral da menor à Requerente.
II. DA CAPACIDADE E IDONEIDADE MORAL DA REQUERENTE
Em harmonia com as provas contidas nos autos, urge salientar que a Requerente é pessoa de idoneidade moral imaculada no meio em que vive. Corroborando com isto, percebe-se que ela detém bom relacionamento com suas vizinhas, empregadoras, filhos e filhas (evento 01, arquivo 06). Mostrando-se assim, moralmente e psicologicamente apta a cuidar, orientar, guiar, instruir a menor em toda sua vida.
Mostra-se, também, imperioso se destacar que a Avó / Requerente detém condições financeiras para exercer tal dever de guarda da menor. Conforme consta nos documentos e declarações acostados à Inicial, e corroborado pelo Relatório de Estudo Social, a Requerente trabalha de forma honrada como doméstica em duas residências, auferindo uma renda de aproximadamente R$ 2.000,00 (Dois mil reais), sendo então capaz de prover o sustento do lar, como já bem o faz.
Tal requerimento de guarda unilateral por parte da avó tem se mostrado bastante recorrente em diversos casos por representar o melhor interesse para a criança, conforme se observa no julgado abaixo:
DIRETO DE FAMÍLIA. GUARDA DE MENORES. MANTIDA A GUARDA COM AVÓ MATERNA.  PREVALÊNCIA DOS INTERESSES DOS MENORES. 1. A avó materna tenta resguardar o interesse das crianças, talvez até por excesso de zelo. O fato de permitir o convívio do outro menor com o genitor, de forma harmoniosa, comprova que não age imbuída de sentimento de posse ou ciúme das crianças. Pelo contrário, as diversas conversas colacionadas aos autos demonstram que sempre manteve abertos os canais de comunicação e convívio da mãe com as crianças, evitando apenas que elas fossem levadas a conviver com os amigos e atual companheiro da filha, por não considerar ser esse um relacionamento adequado, atitude plenamente válida para quem detém a guarda de menores. 2. As cláusulas da regulamentação de convivência poderão ser alteradas desde que haja consenso entre as partes e, oportunamente, mantendo a Requerente o acompanhamento terapêutico, as cláusulas poderão ser revistas. 4. Recurso conhecido e Improvido.  Unânime.  (g.n)[3: Acórdão n.1114364, 00014812820168070014, Relator: ROMEU GONZAGA NEIVA 7ª Turma Cível, Data de Julgamento: 08/08/2018, Publicado no PJe: 10/08/2018. Pág.: Sem Página Cadastrada.]
Nesse sentido a jurisprudência do Eg. Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul, conforme transcreve – se, in verbis:[4: Apelação Cível Nº 70076459411, Oitava Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: José Antônio Daltoe Cezar, Julgado em 19/07/2018)]
ECA. DESTITUIÇÃO DO PODER FAMILIAR. CRIANÇA ABANDONADA, ENTREGUE A TERCEIROS PELOS GENITORES, QUE SE EXIMIRAM DAS OBRIGAÇÕES DE PARENTALIDADE. GUARDA CONCEDIDA À AVÓ MATERNA.
Caso dos autos em que a criança foi deixada pela genitora aos cuidados de terceiros. Genitor que nunca se responsabilizou pela filha. Inexistência de vínculos afetivos. Prova dos autos evidenciando o abandono e a incapacidade dos genitores para exercerem adequadamente o poder familiar, garantindo à menina desenvolvimento saudável. Sentença de primeira instância que não merece ser modificada, sendo mantida a destituição do poder familiar em relação a ambos os genitores, assim como a guarda da infante para a avó materna. Recurso desprovido. (g.n.)
Nesse giro, o arcabouço processual revela a idoneidade da Requerente para gerir a vida da petiz, a qual possui emprego e residência fixos; uma vida pregressa indene de mácula moral. Nesse toar, podendo oferecer um aparato econômico e social para a menor, atendendo, pois, ao mandamento legal constante no artigo 33, caput, do Estatuto da Criança e do Adolescente.
Como pôde ser observado, a definição judicial da guarda deve precipuamente refletir no aspecto fático, o que corresponde à uma melhor condição de vida para a menor, corroborado com a comprovada capacidade moral e financeira da Requerente, dúvidas não restam que a menor deve permanecer com a avó.
II. 3 DO MELHOR INTERESSE DA MENOR
 Diante de uma situação de necessidade de guarda dos menores, é imprescindível a aplicação do princípio do melhor interesse dele. Uma criança necessita de alguém que possa gerir sua vida de maneira sadia, a fim de trilhar caminhos baseados em uma boa educação e nos bons costumes.
 Amin segue a linha de raciocínio de que o Princípio do melhor interesse é o norte que orienta todos aqueles que se defronta com as exigências naturais da infância e juventude:[5: AMIN, Andréa Rodrigues; SANTOS, Ângela Maria Silveira; MORAES, Bianca Mota de; CONDACK, Cláudia Canto; BORDALLO, Galdino Augusto Coelho; RAMOS, Helane Vieira; MACIEL, Kátia Regina Ferreira Lobo Andrade; RAMOS, Patrícia Pimentel de Oliveira Chambers; TAVARES, Patrícia Silveira. Curso de direito da criança e do adolescente: aspectos teóricos e práticos. 7. ed. São Paulo: Saraiva, 2010, p 12]
Trata-se de princípio orientador tanto para o legislador como para o aplicador, determinando a primazia das necessidades da criança e do adolescente como critério de interpretação da lei, deslinde de conflitos, ou mesmo para a elaboração de futuras regras.
Conforme narrado no processo, é conhecido por todos e notório o fato de que a mãe da menor e ora Requerida, em decorrência da morte de seu ex-marido e pai da criança, de livre e espontânea vontade deixou a menor aos cuidados da Avó.
Ora Excelência, é até compreensível que em determinados momentos durante a vida dos filhos, os pais contem com a ajuda dos avós em momentos de sua formação.Porém, o que de fato ocorreu foi que a mãe da criança abriu mão da criação de sua filha ao deixa-la aos cuidados permanentes da avó. 
Constam dos autos que a menor reside com a avó desde que tinha 1 ano e 9 messes de vida, e, agora com 5 anos, mostra-se inegável que a mãe em nenhum momento teve interesse em participar em sua formação.
Fortalecido a isto, outra prova de ausência de interesse da mãe para com a menor, é o fato de que esta (Requerida), mesmo após regularmente Citada (Evento 26) até o momento não compareceu aos autos a fim de defender-se e mostrar o mínimo interesse em obter a guarda da menor ora em comento.
 As jurisprudências goianas e mineira não deixam dúvidas da necessidade de não violação aos interesses do menor:[6: TJGO, Agravo de Instrumento (CPC) 5062417-14.2019.8.09.0000, Rel. ALAN SEBASTIÃO DE SENA CONCEIÇÃO, 5ª Câmara Cível, julgado em 22/07/2019, DJe de 22/07/2019.][7: TJ-GO - APL: 04176403320158090087, Relator: JAIRO FERREIRA JUNIOR, Data de Julgamento: 27/06/2019, 6ª Câmara Cível, Data de Publicação: DJ de 27/06/2019][8: TJ-MG - AI: 10000190414771001 MG, Relator: Carlos Henrique Perpétuo Braga, Data de Julgamento: 11/07/2019, Data de Publicação: 19/07/2019]
AGRAVO DE INSTRUMENTO. AÇÃO DE BUSCA E APREENSÃO DE MENORES. TUTELA PROVISÓRIA DE URGÊNCIA. PRESENÇA DOS REQUISITOS. MELHOR INTERESSE DO MENOR. AUSÊNCIA DE ILEGALIDADE. 1. O agravo de instrumento trata-se de recurso secundum eventum litis, cabendo ao Tribunal, na análise das razões recursais, ater-se ao acerto ou desacerto da decisão agravada. 2. Em qualquer processo no qual se discute o interesse de menor, não se está tratando do direito dos genitores, mas, sim, e principalmente, do direito da criança (ou adolescente) a uma estrutura familiar que lhe confira segurança, amor, afeto e os demais elementos necessários a um crescimento equilibrado e que mantenha preservada a sua integridade física, psíquica, emocional, intelectual e espiritual. 3. In casu, o conjunto fático-probatório produzido demonstra que a probabilidade do direito do genitor/agravado ressai da averiguação de que a genitora/agravante encontrava-se na iminência de mudar-se com os dois filhos menores para outro Estado, sem qualquer comunicação prévia, bem como, o perigo de dano ressai dos prováveis prejuízos psicológicos, intelectuais e afetivos que poderiam ser causados aos infantes em decorrência de eventual mudança repentina de residência. 4. Presentes os requisitos exigidos pelo artigo 300 do CPC/2015, deve ser mantida a decisão agravada, não havendo que se falar em ilegalidade. AGRAVO CONHECIDO E DESPROVIDO. PARECER MINISTERIAL DE CÚPULA ACOLHIDO.
APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DE GUARDA DE MENOR. CONCESSÃO AOS AVÓS MATERNOS. REGULAMENTAÇÃO DE VISITAS AOS GENITORES. PRINCÍPIO DO MELHOR INTERESSE DO MENOR. 1. Nas ações em que se discute a guarda de menor, preponderam os interesses da criança ou do adolescente quando em confronto com quaisquer outros, inclusive os dos pais. 2. O melhor interesse da criança, é princípio norteador de todas as decisões que envolvam a fixação de guarda, regulamentação de visitas, devendo, pois, primar sobre qualquer outro, de maneira a assegurar ao menor o bem-estar físico e psicológico. 3. Estando a menor sob os cuidados dos avós e diante do quadro fático-processual, em que se assegurou a realização de estudo psicossocial para averiguar a conveniência da continuidade da guarda na situação atual, assim como a oitiva da menor, que manifestou a vontade de permanecer com os avós maternos, impõe-se a manutenção da sentença. 4. Majoro os honorários recursais. RECURSO CONHECIDO E DESPROVIDO. 
AGRAVO DE INSTRUMENTO - AÇÃO DE GUARDA - MENOR - GUARDA PROVISÓRIA - MELHOR INTERESSE DA CRIANÇA - MANUTENÇÃO DA GUARDA EM BENEFÍCIO DA AVÓ PATERNA. O Estatuto da Criança e do Adolescente autoriza, excepcionalmente, a guarda de menores a membros da família, para o fim de regularizar situação de fato preexistente, mediante constatação de que a medida melhor atende aos interesses e ao bem estar dos infantes. 
Conforme preceitua Carlos Roberto Gonçalves[9: GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito civil brasileiro, volume 6: direito de família / Carlos Roberto Gonçalves. 14. ed. São Paulo: Saraiva, 2017.]
No tocante à guarda unilateral, a referida lei apresenta critérios para a definição do genitor que oferece “melhores condições” para o seu exercício, assim considerando o que revelar aptidão para propiciar aos filhos os seguintes fatores: “I – afeto nas relações com o genitor e com o grupo familiar; II – saúde e segurança; III – educação” (CC, art. 1.583, § 2º). Fica afastada, assim, qualquer interpretação no sentido de que teria melhor condição o genitor com mais recursos financeiros.
A ordem dos fatores a serem observados na atribuição da guarda unilateral não deve ser considerada preferencial, tendo todos eles igual importância. Na realidade, deve o juiz levar em conta a melhor solução para o interesse global da criança ou adolescente, não se olvidando de outros fatores igualmente relevantes como dignidade, respeito, lazer, esporte, profissionalização, alimentação, cultura etc. (ECA – Lei n. 8.069/90, art. 4º). 
Segundo preceitua a referida obra acima, o Juiz deve analisar não somente os aspectos financeiros, que a Requerente também possui, mas também aspectos sociais, profissionais, culturais, etc.
Com efeito, resta claro como a luz do sol que a guarda da Impúbere deve permanecer com a avó paterna na dicção do artigo 1584, §5º, do Código Privado. Nesse sentido o cânon do Egrégio Tribunal Catarinense: [10: TJ-SC - AG: 20130085833 SC 2013.008583-3 (Acórdão), Relator: Trindade dos Santos, Data de Julgamento: 10/07/2013, Segunda Câmara de Direito Civil Julgado]
AGRAVO DE INSTRUMENTO. MENOR. GUARDA. MODIFICAÇÃO. INDEFERIMENTO. GUARDA QUE, CONQUANTO, TENHA SIDO ACOMETIDA À MÃE É EXERCIDA, DE FATO, PELOS AVÓS MATERNOS. ESCASSO CONVÍVIO DA MENOR COM A GENITORA. ESTUDO SOCIAL QUE EVIDENCIA MELHORES CONDIÇÕES DO GENITOR EM ATENDER AOS INTERESSES DA FILHA. VONTADE EXPRESSA DESTA EM RESIDIR COM A FAMÍLIA PATERNA. RECURSO PROVIDO. 1 Em ações que visam a modificação da guarda, deve-se considerar, precipuamente, o interesse do menor, a fim de resguardar e garantir que este receba a melhor assistência psicológica, financeira e moral, a conduzi-lo a um futuro promissor e equilibrado. 2 A vontade manifestada pelo infante também deve ser considerada pelo julgador, eis que essa vontade, sopesada com o melhor atendimento aos interesses do menor, contribui para um julgamento em consonância com a realidade experimentada pelos jurisdicionados. 
Ante todo o exposto, é inegável o reconhecimento da plena capacidade da Requerente em ser a guardiã dos menores. Haja vista que possui todos os requisitos exigidos para tanto.
Restando clarividente que, de acordo com o robustamente comprovado nos autos, o que atende ao melhor interesse para criação, formação e convivência da menor é que esta fique aos cuidados e guarda de sua avó paterna (Requerente).
II. 4 DA VISITA SUPERVISIONADA TALVES TIRAR TUDO
Não há que se negar que a genitora, ainda que sem o poder de guarda da sua filha, deterá direitos e obrigações para com a menor. Segundo o que dispõe o Código Civil:
Art. 1.583 ...
(...)
§ 5º  A guarda unilateral obriga o pai ou a mãe que não a detenha a supervisionar os interesses dos filhos, e, para possibilitar tal supervisão, qualquer dos genitores sempre será parte legítima para solicitar informações e/ou prestação de contas, objetivas ou subjetivas, em assuntos ou situações que direta ou indiretamente afetem a saúde física e psicológica e a educação de seus filhos. 
Art. 1.589. O pai ou a mãe, em cuja guarda não estejam os filhos, poderá visitá-los e tê-los em sua companhia, segundo o que acordar com o outro cônjuge, ou for fixado pelo juiz, bem como fiscalizar sua manutenção e educação.
Sendo assim um desses direitos o de visita à menor. 
Segundo consta nos autos a Requerente já tentou, na constância da Guarda deFato, estabelecer regramentos para que a Requerida visitasse a menor, porém a mãe desrespeitou o pactuado, buscando a menor na casa da avó em horário diverso do disposto, levando-a a locais impróprios para sua idade (como festas e bares), bem como devolvendo a menor aos cuidados da avó em horário bastante avançado da noite.
Assim, pede-se que seja estabelecido formalmente local e horário para que a Requerida possa visitar a menor, tendo o convívio necessário com esta. 
Frise-se RECENTÍSSIMO posicionamento colegiado abaixo, julgado em 04/07/2019:
AGRAVO DE INSTRUMENTO. AÇÃO DE MODIFICAÇÃO DE GUARDA. DECISÃO QUE FIXOU A VISITAÇÃO DOS AVÓS PATERNOS À NETA DE 5 ANOS DE IDADE, QUE ESTÁ SOB A GUARDA DA AVÓ MATERNA, AOS SÁBADOS ALTERNADOS. INSURGÊNCIA DOS REQUERIDOS. 1. PEDIDO DE CONCESSÃO DOS BENEFÍCIOS DA JUSTIÇA GRATUITA. AUSÊNCIA DE ANÁLISE DA QUESTÃO PELO JUÍZO SINGULAR. BENESSE DEFERIDA APENAS PARA ISENTAR A PARTE DO PREPARO DO PRESENTE RECURSO. EXEGESE DO ART. 98 DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL EM VIGOR. 2. PRETENDIDA RESTRIÇÃO DO TEMPO DE CONVÍVIO DA DEMANDANTE. CLIMA DE ANIMOSIDADE ENTRE AS PARTES QUE NÃO PODE SER PREJUDICIAL AOS INTERESSES DA CRIANÇA. PREVALÊNCIA DO ESTREITAMENTO DOS LAÇOS FAMILIARES. VISITAS QUE DEVERÃO PERMANECER DA FORMA COMO DETERMINADAS PELA TOGADA A QUO. 3. RECURSO CONHECIDO E DESPROVIDO. (TJSC, Agravo de Instrumento n. 4033759-14.2018.8.24.0000, de Itajaí, rel. Des. Raulino Jacó Brüning, Primeira Câmara de Direito Civil, j. 04-07-2019).
Conforme posicionamento colegiado Catarinense acima expressamente professou, se mostra plenamente plausível a obtenção pela avó da guarda unilateral da criança.
Vê-se que genitora-visitante possuirá a guarda, porém de forma descontínua, pois a visita irá se operar em intervalos de tempo. Não há alteração de titularidade do poder familiar, mas a titular da guarda terá seu exercício pleno e não poderá praticar quaisquer atos de alienação parental, lesando o direito da menor de convivência com a mãe. Vale registrar a importância da supervisão das visitas a serem realizadas diante da falta de idoneidade da genitora, já mencionada anteriormente. É claro o entendimento de que presente genitor não responsável, as visitas de forma supervisionadas são comuns e resguardam ainda mais o interesse do menor para não ferir a integridade física e emocional da criança. É o que entende também o TJRS:[11: Agravo de Instrumento Nº 70073936932, Sétima Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Sérgio Fernando de Vasconcellos Chaves, Julgado em 30/08/2017).(TJ-RS - AI: 70073936932 RS, Relator: Sérgio Fernando de Vasconcellos Chaves, Data de Julgamento: 30/08/2017, Sétima Câmara Cível, Data de Publicação: Diário da Justiça do dia 04/09/2017]
BUSCA E APREENSÃO DE MENORES. REGULAMENTAÇÃO DE VISITAS. PREVALÊNCIA DO MELHOR INTERESSE DAS CRIANÇAS. VISITAÇÃO SUPERVISIONADA. CABIMENTO. 1. A regulamentação de visitas materializa o direito do filho de conviver com o genitor não-guardião, assegurando o desenvolvimento de um vínculo afetivo saudável entre ambos, mas sem que isso afete a rotina de vida dos filhos, pois deve ser resguardado sempre o melhor interesse da criança, que está acima da conveniência dos genitores. 2. O interesse da genitora em conviver com as filhas tem seu limite bem demarcado pelo interesse das crianças e tenho que deve ser mantida, ao menos por ora, a visitação na forma supervisionada, pois incluir a genitora na rotina de vida das filhas, não lhes traz prejuízo, e, mais do que isso, certamente é proveitosa. 3. Cabível que as visitas sejam realizadas de forma supervisionada para a efetiva proteção aos interesses das crianças, que devem receber o carinho de sua mãe e também devem ter preservadas tanto a integridade física como a emocional. Recurso provido. 
Requer-se que tal visita seja estabelecida, preferencialmente, na residência da menor e da Requerente, aos Sábados das 14:00 às 18:00, conferindo tempo hábil para tal visitação. Caso esse não seja o entendimento do juiz, que sejam confirmados os termos aduzidos liminarmente em juízo (evento n. 29).
Tal dia da semana se justifica, pois a Requerente e a menor tem por hábito frequentar a Igreja aos Domingos; hábito salutar para o desenvolvimento humano da criança e que deve ser incentivado, independente de qual ensino religioso que se professe.
Salientasse a necessidade de a referida visita ocorrer no local e período acima indicados, pois assim a avó teria condições de acompanhar tal visitação, conferindo maior segurança à menor no convívio com sua mãe.
 
III DOS PEDIDOS E REQUERIMENTOS
Requer-se:
3.1 A Regulamentação da Guarda em favor da Avó / Requerente, para que seja convertida a Guarda Provisória em Guarda Unilateral Definitiva dos menores à Requerente;
3.2 A delimitação do Período para visita da mãe / Requerida de forma Supervisionada pela Requerente, e que tal visita seja estabelecida, preferencialmente, na residência da menor e da Requerente, aos Sábados das 14:00 às 18:00, conferindo tempo hábil para tal visitação. Caso V. Exa. entenda por não deferir a visita supervisionada conforme acima esboçado, que seja determinada da forma abaixo:
 A genitora terá a menor consigo em finais de semanas alternados, recolhendo a infante na casa da avó no sábado a partir das 9hrs da manhã, devolvendo-a no mesmo dia até as 18hrs
Subsidiariamente também, que os Feriados sejam regulamentados de forma alternada, entre a Requerente e Requerida; observando-se os horários acima mencionados para buscar e entregar a criança na casa da guardiã;
Requer especificamente que os Feriados de Natal e Ano novo sejam regulamentados da seguinte forma: Natal, dia 24 com a avó e dia 25 com a mãe; Ano Novo, dia 31 com a avó e dia 1º com a mãe, também de forma alternada em anos ímpares e pares; anos pares com a Avó e ímpares com a mãe;
Quanto às datas de Aniversário: Aniversário da Avó com a Avó, da Mãe com a Mãe e da Menor, preferencialmente, de forma compartilhada entre Requerida e Requerente. Caso não seja possível a realização da Festa de Aniversário da criança de forma conjunta, que se realizem os aniversários de forma alternada, anos pares com a Avó e ímpares com a mãe;
3.3 Seja o douto Ministério Público intimado para manifestar no feito
3.4 Ratifica-se ainda todos os pedidos veiculados na Inicial.
Termos em que, 
Pede e espera deferimento.
Goiânia, 12 de setembro de 2019
Advogado
OAB

Continue navegando