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APELAÇÃO 
Previsão 
legal: 
Art. 593 e incisos do CPP e art. 82 da Lei nº 9.099/95. 
Cabimento: Este recurso é cabível com base no artigo 593 do CPP, podemos dizer que é o recurso 
cabível contra as seguintes decisões: 
a) definitivas de absolvição ou condenação, proferidas por juiz singular (de primeira 
instância); 
b) do Tribunal do Júri, nas hipóteses previstas no artigo 593, III, do CPP; 
c) definitivas, quando não for o caso de “rese” (portanto, residual) 
d) com força de definitivas ou interlocutórias mistas, salvo na hipótese de “rese”. 
Importante: Se a condenação for resultante de julgamento do Tribunal do Júri, caberá apelação 
quando: a) ocorrer nulidade posterior à pronúncia; b) for a sentença do juiz-presidente 
contrária à lei expressa ou à decisão dos jurados; c) houver erro ou injustiça no tocante à 
aplicação da pena ou da medida de segurança; d) for a decisão dos jurados 
manifestamente contrária à prova dos autos. Atenção ao pedido: na hipótese “a”, deverá 
ser pedida a anulação de todos os atos desde o vício; sendo “b” ou “c”, deverá ser pedida a 
retificação ao Tribunal; por fim, se “d” fundamentar a apelação, deverá ser requerida a 
realização de um novo júri. 
Como 
identificá-la: 
O problema certamente dirá que o acusado foi intimado da sentença condenatória. 
Prazo: Este recurso também é composto por uma peça de interposição e outra de apresentação 
das razões. O prazo para a interposição é, em regra, 5 dias. Porém, no caso de apelação por 
assistente de acusação que não está habilitado, o prazo é de 15 dias, iniciando o prazo a 
partir do término do prazo para o Ministério Público. O prazo para a apresentação das 
razões é de 8 dias. 
Atenção: No rito sumaríssimo (Lei nº 9.099/95), a apelação tem o prazo de 10 dias e a peça 
de interposição já deve trazer também as razões. 
Endereçame
nto: 
A interposição é dirigida ao juiz da causa que proferiu a sentença. As razões, ao tribunal 
competente ou à Turma Recursal. 
Legitimados: A defesa e a acusação (MP ou querelante), inclusive o assistente de acusação, se houver, 
conforme os interesses em causa. 
Pedidos: Na interposição devem ser pedidos: (a) o recebimento do recurso, (b) o seu processamento 
e (c) a remessa ao tribunal. Nas razões, pede-se a reforma da sentença ou decisão. 
Vejamos alguns pedidos mais comuns: 
(a) em contrarrazões de apelação, o pedido é a manutenção da sentença recorrida; 
(b) se a tese da defesa for alegar alguma causa de nulidade processual, deve-se pedir a 
anulação do processo a partir do ato nulo; 
(c) se a tese for pedir o reconhecimento da extinção da punibilidade, este será o pedido; 
(d) se a defesa apelar de sentença absolutória, só poderá recorrer para alterar o 
fundamento da absolvição da medida de segurança; 
(e) se a defesa alegar falta de justa causa, pede-se a absolvição. 
(f ) Se a defesa alegar a desclassificação, redução da pena ou a exclusão de alguma 
agravante ou de causa de aumento de pena, estes serão os pedidos, conforme o caso. 
(g) No Júri, caso se alegue nulidade após a decisão de pronúncia, pede-se a anulação do 
julgamento. 
(h) No Júri, se for alegada decisão contrária a decisão dos jurados manifestamente 
contrária às provas dos autos, pede-se que o réu seja submetido a novo julgamento pelo 
júri. 
(i) No Júri, se a sentença do juiz presidente for contrária à lei expressa ou à decisão dos 
jurados; se houver erro ou injustiça em relação à aplicação da pena ou da medida de 
segurança, pede-se que o tribunal corrija a sentença ou que altere a pena. 
Diferença Para não confundir as hipóteses de “rese” com as de apelação, entenda: o recurso em 
entre: 
Apelação/RE
SE: 
sentido estrito é cabível somente naquelas situações elencadas no artigo 581 do CPP 
(exceção: há um “rese” no CTB). Caso o problema não se encaixe em nenhum dos incisos, a 
peça cabível será a apelação, que funciona de forma residual. 
Caso 
Simulado 
Durante o carnaval do ano de 2015, no mês de fevereiro, a família de Joana resolveu viajar 
para comemorar o feriado, enquanto Joana, de 19 anos, decidiu ficar em sua residência, na 
cidade de Natal, sozinha, para colocar os estudos da faculdade em dia. Tendo 
conhecimento dessa situação, Caio, vizinho de Joana, nascido em 25 de março de 1994, foi 
até o local, entrou sorrateiramente no quarto de Joana e, mediante grave ameaça, 
obrigou-a a praticar com ele conjunção carnal e outros atos libidinosos diversos, deixando 
o local após os fatos e exigindo que a vítima não contasse sobre o ocorrido para qualquer 
pessoa. 
Apesar de temerosa e envergonhada, Joana contou o ocorrido para sua mãe. A seguir, as 
duas compareceram à Delegacia e a vítima ofertou representação. Caio, então, foi 
denunciado pela prática como incurso nas sanções penais do Art. 213 do Código Penal, por 
duas vezes, na forma do Art. 71 do Estatuto Repressivo. Durante a instrução, foi ouvida a 
vítima, testemunhas de acusação e o réu confessou os fatos. Foi, ainda, juntado laudo de 
exame de conjunção carnal confirmando a prática de ato sexual violento recente com 
Joana e a Folha de Antecedentes Criminais (FAC) do acusado, que indicava a existência de 
duas condenações, embora nenhuma delas com trânsito em julgado. 
Em alegações finais, o Ministério Público requereu a condenação de Caio nos termos da 
denúncia, enquanto a defesa buscou apenas a aplicação da pena no mínimo legal. No dia 
25 de junho de 2015 foi proferida sentença pelo juízo competente, qual seja a 1ª Vara 
Criminal da Comarca de Natal, condenando Caio à pena privativa de liberdade de 10 anos e 
06 meses de reclusão, a ser cumprida em regime inicial fechado. Na sentença consta que a 
pena base de cada um dos crimes deve ser aumentada em seis meses pelo fato de Caio 
possuir maus antecedentes, já que ostenta em sua FAC duas condenações pela prática de 
crimes, e mais 06 meses pelo fato de o acusado ter desrespeitado a liberdade sexual da 
mulher, um dos valores mais significativos da sociedade, restando a sanção penal da 
primeira fase em 07 anos de reclusão, para cada um dos delitos. 
Na segunda fase, não foram reconhecidas atenuantes ou agravantes. Afirmou o magistrado 
que atualmente é o réu maior de 21 anos, logo não estaria presente a atenuante do Art. 
65, inciso I, do CP. Ao analisar o concurso de crimes, o magistrado considerou a pena de 
um dos delitos, já que eram iguais, e aumentou de 1/2 (metade), na forma do Art. 71 do 
CP, justificando o acréscimo no fato de ambos os crimes praticados serem extremamente 
graves. Por fim, o regime inicial para o cumprimento da pena foi o fechado, justificando 
que, independente da pena aplicada, este seria o regime obrigatório, nos termos do Art. 
2º, § 1º, da Lei nº 8.072/90. Apesar da condenação, como Caio respondeu ao processo em 
liberdade, o juiz concedeu a ele o direito de aguardar o trânsito em julgado da mesma 
forma. 
Caio e sua família o (a) procuram para, na condição de advogado (a), adotar as medidas 
cabíveis, destacando que estão insatisfeitos com o patrono anterior. Constituído nos autos, 
a intimação da sentença ocorreu em 07 de julho de 2015, terça-feira, sendo quarta-feira 
dia útil em todo o país. 
Com base nas informações acima expostas e naquelas que podem ser inferidas do caso 
concreto, redija a peça cabível, excluída a possibilidade de Habeas Corpus, no último dia do 
prazo para interposição, sustentando todas as teses jurídicas pertinentes.

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