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emendas constitucionais

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Direito: 2019/1
Aula 11. Direito Constitucional
Princípio da Unidade da Constituição
HIERARQUIA DE NORMAS CONSTITUCIONAIS
A ordem jurídica é um sistema, o que pressupõe unidade, equilíbrio e harmonia. Em um sistema, suas diversas partes devem conviver sem confrontos inarredáveis. Para solucionar eventuais conflitos entre normas jurídicas infraconstitucionais utilizam-se, como já visto, os critérios tradicionais da hierarquia, da norma posterior e o da especialização. Na colisão de normas constitucionais, especialmente de princípios – mas também, eventualmente, entre princípios e regras e entre regras e regras – emprega-se a técnica da ponderação. Por força do princípio da unidade, inexiste hierarquia entre normas da Constituição, cabendo ao intérprete a busca da harmonização possível, in concreto, entre comandos que tutelam valores ou interesses que se contraponham. Conceitos como os de ponderação e concordância prática são instrumentos de preservação do princípio da unidade, também conhecido como princípio da unidade hierárquico-normativa da Constituição.
Por exemplo: (Art. 5º XXI e XXII) 
Proteção ao direito de propriedade x Função social da propriedade.
Como harmonizar estes princípios? 
PONDERAÇÃO
Não Existe Hierarquia!
Barroso: Por força do princípio da unidade, inexiste hierarquia entre normas da Constituição, cabendo ao intérprete a busca da harmonização possível, in concreto, entre comandos que tutelam valores ou interesses que se contraponham. Conceitos como os de ponderação e concordância prática são instrumentos de preservação do princípio da unidade, também conhecido como princípio da unidade hierárquico-normativa da Constituição.
AULA 11
DISTINÇÃO COM NORMAS INFRACONSTITUCIONAIS, REGRAS E PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS;
PRINCÍPIOS NA CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988.
EMENDAS CONSTITUCIONAIS
AULA 11 – NORMAS INFRACONSTITUCIONAIS
CANOTILHO assevera que: O Direito é um conjunto de normas de conduta, entendendo-se estas como os valores axiológicos juridicamente protegidos que fundamentam o ordenamento legal. Por sua vez, a norma se traduz em tudo o que se estabelece como base ou medida para a realização ou a avaliação de algum fato. Trata-se do modelo, do padrão de conduta e ação para o indivíduo em sociedade, sendo, via de regra, uma fórmula abstrata daquilo que deve ser seguido e obedecido, em todos os fatos humanos que admitem um juízo de valor por parte dos indivíduos!
Teoria da Norma
A norma é o ato de dar resposta à conduta ou comportamento da sociedade, de forma ponderada, proporcional e razoável.
Origem: Processo-legislativo, decorrente do processo-eleitoral;
Objetivo: Convívio equilibrado dentro da Sociedade;
Consequências: Exercício de determinadas prerrogativas e direitos, tais como propriedade, possibilidade de desempenho de funções públicas, liberdade e vida, este, tão-somente, para os ordenamentos jurídicos que ainda adotam sanções capitais.
NORMAS
O Direito pode ser criado pela repetição de condutas, até dar lugar ao surgimento de uma norma, à qual a consciência jurídica atribui a força de obrigar. O costume, o direito costumeiro ou consuetudinário foi, até o advento da modernidade, a forma mais importante de produção do Direito. Mesmo após o surgimento do legislador e da elaboração de leis formais, seu papel era, principalmente, o de codificar normas já existentes em razão dos costumes. Nos países de tradição romano-germânica, a lei é a principal fonte do Direito, constituindo a positivação da vontade do órgão competente para criar direitos e deveres, assim como distribuir competências. A jurisprudência consiste na criação de normas jurídicas por via judicial, combinando um ato de vontade dos tribunais ao proceder a determinada interpretação com a repetição sucessiva do mesmo entendimento. O reconhecimento de que juízes e tribunais desempenham, em alguma medida, um papel criativo do Direito é uma das premissas da filosofia do Direito e da dogmática jurídica contemporâneas. Sobre o sistema de fontes do direito constitucional, v„ especialmente, Ignacio de Otto, Derecho constitucional: sistema de fuentes, 1998, p. 20, apud Barroso
NORMAS
Pontos de Análise
A) EXISTÊNCIA: trata-se da verificação se a norma ingressou no ordenamento jurídico, adquirindo vigência, mediante a obediência do devido processo legislativo para tanto;
B) VALIDADE: cuida-se de verificar se a norma em vigor encontra-se procedimentalmente compatível (análise formal) e com conteúdo consonante (análise material), dentro do ordenamento jurídico vigente, com a norma que lhe é hierarquicamente superior.;
C) EFICÁCIA: é a qualidade e a aptidão da norma para produção de seus regulares efeitos jurídicos, no sentido de criar vínculos obrigacionais entre os indivíduos, gerando direitos e deveres entre estes;
D) EFETIVIDADE: trata-se da aceitação da norma no meio social em que ela produzirá seus regulares efeitos jurídicos, traduzindo-se na receptividade desta com seu consequente acolhimento entre os indivíduos;
E) APLICABILIDADE: é a delimitação do campo de incidência da norma jurídica, no sentido de se circunscrever quais são os segmentos da sociedade que se encontram sob a égide da mesma, isto é, que se encontram sobre o império de sua observância cogente;
F) REVOGAÇÃO: é a retirada da norma do ordenamento jurídico, operando efeitos no campo da existência. Observe-se que somente uma norma de igual hierarquia é capaz de revogar outra, retirando-lhe do campo de existência;
G) DECLARAÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE: traduz-se no reconhecimento de incompatibilidade formal (procedimento) e/ou material (conteúdo) de uma norma em face daquela que lhe é hierarquicamente superior e lhe outorga validade
NORMAS INFRACONSTITUCIONAIS
LEGISLAÇÃO INFRACONSTITUCIONAL
São leis que se encontram posicionadas imediatamente abaixo da Constituição Federal, porém, necessitam de compatibilidade imediata com o texto constitucional, sob pena de serem invalidadas.
PRINCÍPIOS
“um mandamento nuclear do sistema, verdadeiro alicerce dele, disposição fundamental que se irradia sobre diferentes normas compondo-lhes o espírito e servindo de critério para sua exata compreensão e inteligência, exatamente por definir a lógica e a racionalidade do sistema normativo, no que confere a tônica e lhe dá sentindo humano” (Celso Antônio Bandeira de Melo)
REGRAS
são normas imediatamente descritivas de comportamentos devidos ou atributivas de poder, relacionado à natureza do comportamento prescrito.
DISTINÇÃO
Os princípios se apresentam como normas universais do sistema medida que são usadas como um parâmetro capaz de assegurar uma natureza interpretativa, na qual podem ser bastante úteis quando se colocam como instrumentos que atuam como preenchedores, onde se manifestam as lacunas jurídicas.
Para Miguel Reale: (...) o legislador, por conseguinte, é o primeiro a reconhecer que o sistema das leis não é suscetível de cobrir todo o campo da experiência humana, restando sempre grande número de situações imprevistas, algo que era impossível ser vislumbrado se quer pelo legislador no momento da feitura da lei. Para essas lacunas há a possibilidade do recurso aos princípios gerais do direito, mas é necessário advertir que a estes não cabe apenas essa tarefa de preencher ou suprir as lacunas da legislação. (REALE, 2002, p. 304).
DISTINÇÃO
De outro modo, as regras se definem como normas que estabelecem imperativamente uma obrigação que, impõe, permite ou proíbem, ou seja, possui natureza impositiva, pois se perfaz numa expressão de um dever ser, que determina uma conduta.
As regras também possuem no seu íntimo algumas características próprias, sendo que a primeira delas, conforme bem explica Ruy Samuel Espíndola, ao transcrever a obra de Ronald Dworkin (1999, p. 64), ao estabelecer que 
(...) as regras jurídicas são aplicáveis por completo ou não são, de modo absoluto, aplicáveis. Trata-se se um tudo ou nada. Desde que os pressupostos de fato aos quais
a regra se refira (...) se verifiquem, em uma situação concreta, e sendo ela válida, em qualquer caso há de ser aplicada.(DWORKIN, 1999, p. 64).
Outra importante característica em relação às regras é a denominação de que elas são construídas de maneira a descrever uma conduta que se enquadra à forma e, por consequente, é aplicada integralmente por meio de métodos de subsunção. 
PRINCÍPIOS E REGRAS
o Direito se expressa por meio de normas. As normas se exprimem por meio de regras ou princípios. As regras disciplinam uma determinada situação; quando ocorre essa situação, a norma tem incidência; quando não ocorre, não tem incidência. Para as regras vale a lógica do tudo ou nada (Dwokin). Quando duas regras colidem, fala-se em “conflito”, ao caso concreto uma só será aplicável, pois uma afasta a aplicação da outra. O conflito entre regras deve ser resolvido pelos meios clássicos de interpretação: a lei especial derroga a lei geral, a lei posterior afasta a anterior etc... Princípios são as diretrizes gerais de um ordenamento jurídico, ou parte dele. Seu aspecto de incidência é muito mais amplo que o das regras. Entre eles podem haver “colisão”, não conflito. Quando colidem, não se excluem. Como “mandados de otimização” que  (Alexy), sempre podem ter incidência em casos concretos, às vezes concomitantemente dois ou mais deles. (GOMES, 2005, s.p.). (LFG)
PRINCÍPIOS NA CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988.
PRINCÍPIOS DA CONSTITUIÇÃO (OU PRINCÍPIOS ESTABELECIDOS):
ESTES VINCULAM OS ESTADOS MEMBROS, LIMITANDO SUA AUTONOMIA ORGANIZATIVA. EXEMPLOS: ARTS. 1º, 2º, 37, 127, 170. 
 
PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS – CHAMADOS DE PRINCÍPIOS SENSÍVEIS:
FORMA REPUBLICANA, SISTEMA REPRESENTATIVO, DIREITOS DA PESSOA HUMANA (Art. 34, VII, da CF).
EX: NÃO É POSSÍVEL UM ESTADO-MEMBRO CRIAR REI.
Raul Machado Horta 
PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS
Princípios constitucionais sensíveis: Art. 34, VII. São aqueles percebidos facilmente percebidos pelos sentidos, se não respeitados gerarão a intervenção federal. 
Princípios constitucionais estabelecidos (princípios organizatórios): Aqueles que a CF expressa ou implicitamente, mas diretamente, trata da observância no âmbito estadual. Sendo expressos subdividem-se em mandatórios ou vedatórios. Além de implícitos, podem ser decorrentes. A doutrina identifica os princípios constitucionais sensíveis (art. 34, VII), além dos Direitos da pessoa humana, princípios da moralidade, da probidade etc.
Princípios constitucionais extensíveis: Aqueles que a CF fala da União, mas diz que também se estendem aos estados e municípios. Podem ser expressos ou implícitos. 
EMENDAS CONSTITUCIONAIS
EMENDAS CONSTITUCIONAIS
A Constituição pode ser modificada, sim, por meio de emendas, possibilitando a adequação de suas normas – e não de seus princípios – às novas realidades que se sucedem. A Constituição pode ser alterada por emendas constitucionais, mas não pode ser violentada em seus princípios, em sua estrutura fundamental. É como leciona José Afonso da Silva: “o processo de emendas se reserva a mudanças pontuais e circunstanciais” (Curso de Direito Constitucional Positivo. 5. ed. Revista dos Tribunais, p. 55).
EMENDAS CONSTITUCIONAIS
A Proposta de Emenda à Constituição (PEC) pode ser apresentada pelo presidente da República, por um terço dos deputados federais ou dos senadores ou por mais da metade das assembleias legislativas, desde que cada uma delas se manifeste pela maioria relativa de seus componentes. Não podem ser apresentadas PECs para suprimir as chamadas cláusulas pétreas da Constituição (forma federativa de Estado; voto direto, secreto, universal e periódico; separação dos poderes e direitos e garantias individuais). A PEC é discutida e votada em dois turnos, em cada Casa do Congresso, e será aprovada se obtiver, na Câmara e no Senado, três quintos dos votos dos deputados (308) e dos senadores (49). (Senado Federal)
EMENDAS CONSTITUCIONAIS
As emendas constitucionais podem ser elaboradas a qualquer tempo; ou seja, o Poder Constituinte Derivado poderá se manifestar a qualquer momento, alterando a Constituição. Basta que sejam observados os limites constitucionais ao poder de reforma.
A aprovação das emendas constitucionais é feita em sessão bicameral, ou seja, cada uma das Casas do Congresso Nacional atuará separadamente na discussão e votação dessa espécie normativa. Como consequência, as emendas constitucionais são promulgadas pelas Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado Federal.
Controle de Constitucionalidade de Emendas Constitucionais
As emendas constitucionais, oriundas de propostas cujo processo de elaboração não tenha cumprido o procedimento constitucionalmente estabelecido (§§ 2º, 3º e 5º do art. 60 da CF) ou tenha infringido, mesmo que remotamente, o núcleo intangível da Lei Maior (§ 4º do art. 60), podem ser declaradas inconstitucionais pelo Supremo Tribunal Federal, em ação direta de inconstitucionalidade. O descumprimento das normas procedimentais gera inconstitucionalidade formal e a ofensa às cláusulas pétreas origina inconstitucionalidade material.
Em outras palavras, é o que defende José Afonso da Silva: “Toda modificação constitucional feita com desrespeito do procedimento especial estabelecido (iniciativa, votação, quorum etc.) ou de preceito que não possa ser objeto de emenda padecerá de vício de inconstitucionalidade formal ou material, conforme o caso, e assim ficará sujeita ao controle de constitucionalidade pelo Judiciário, tal como se dá com as leis ordinárias” (op. cit., p. 60).
Inconstitucionalidade Formal	
O não cumprimento dos limites processuais, quando da apreciação de proposta de emenda constitucional pelas Casas do Congresso Nacional, gera a inconstitucionalidade formal da emenda dela decorrente, podendo ser arguida perante o Supremo Tribunal Federal.
Inconstitucionalidade Material
Como assinalamos anteriormente, ressaltando doutrina e jurisprudência pertinentes, o § 4º do artigo 60 da Constituição tornou imunes a qualquer alteração posterior os fundamentos explícitos da estrutura constitucional brasileira.
As emendas constitucionais que não respeitarem esses limites serão inconstitucionais sob o ponto de vista material.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Âmbito Jurídico
Cadernos Sistematizados – 2018.1 (Marcelo Novelino)
Constituição Federal 1988
Conjur
Jusbrasil
Ferreira, Edílio. Inconstitucionalidade de emendas à Constituição. 1996.
Site Supremo Tribunal Federal
Site Senado Federal
Site Dizer o Direito
Site Saber Direito
Wikipedia
Próxima Aula – Aula 12
4 – A Constituição Federal de 1988
4.1 – Estrutura formal da Constituição de 1988
4.2 – Preâmbulo
4.3 – Disposições permanentes e Disposições transitórias

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