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FACULDADE DO MARANHÃO
SERVIÇO SOCIAL
ETIENE ARAÚJO MRNDES
O TRABALHO DO ASSISTENTE SOCIAL NO ENFRENTAMENTO À VIOLÊNCIA SEXUAL CONTRA CRIANÇAS E ADOLESCENTES
SÃO LUÍS
20018
FACULDADE DO MARANHAO
ETIENE ARAÚJO MENDES
O TRABALHO DO ASSISTENTE SOCIAL NO ENFRENTAMENTO Á VIOLÊNCA SEXUAL CONTRA CRIANÇAS E ADOLESCENTES
Projeto de pesquisa
 apresentado ao curso de Serviço Social da Faculdade do Maranhão, da
 disciplina Pesquisa em Serviço Social, 
Prof. Cristino
. Como 
requisito para obtenção de nota
		
SÃO LUÍS
2018
SUMÁRIO
1DELIMITAÇÃO DO TEMA	04
2JUSTIFICATIVA	05
3 PROBLEMATIZAÇÃO	07
4 OBJETIVO	10
4.1 Objetivo Geral	10
4.2 Objetivos Específicos	10
5 HIPÓTESES	11
6 METODOLOGIA	12
 REFERÊNCIAS	13
	
1 DELIMITAÇÃO DO TEMA
Reconhecida como crime e grave violação dos direitos humanos, a violência sexual contra criança e adolescente também é apontada como problema de saúde pública, sendo considerada uma questão cultural determinada pelas relações de poder. 
Na atuação junto a essa problemática se faz necessário o trabalho de uma equipe multidisciplinar, que busque fortalecer os vínculos familiares na perspectiva de superação e rompimento da violência. Dentro dessa equipe encontra-se o Assistente Social, profissional capacitado e preparado para atuar na prevenção, controle e combate a esse crime.
A presente pesquisa visa identificar, através de um estudo sobre violência sexual contra criança e adolescente, o papel do assistente social nesse contexto, destacando as formas de enfrentamento a essa violência, apresentando as ações realizadas neste âmbito por esses profissionais.
2 JUSTIFICATIVA
A violência contra criança e adolescente tem chamado a atenção da sociedade, esse tema tem sido cada vez mais discutido e comentado em vários espaços democráticos e de controle social, por ser um tema abrangente e preocupante. Esse tipo de violência é caracterizado uma problemática multicausal e multifacetada presente em todas as classes sociais e em todos os lugares do mundo.
O abuso sexual assim como todas as formas de violência, podem estar relacionados a questões que atravessam a dinâmica familiar-Azevedo e Guerra (1993), “ressaltam que a violência recebe influência de questões que podem ser sociais, financeiras ,entre outras, ressaltando que nenhuma dessas questõesjustificam a violação do direito da criança e do adolescente consolidado na constituição federal de 1988 e no seu próprio estatuto”. É importante destacar que a segurança e o bem-estar da criança e adolescente não compete só a família, compete também a sociedade e ao Estado que devem zelar pela viabilização dos direitos. Como confirma o artigo 227 da constituição federal.
É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança, ao adolescente e aojovem, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, ao lazer, àprofissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivênciafamiliar e comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão. (CF, art. 227).
Assim como o artigo 4 do Estatuto da Criança e do Adolescente, “’onde se atribuia família, a comunidade, a sociedade em geral e ao poder público assegurar comAbsoluta prioridade a efetivação desses direitos’”, porém, o que se encontra na maioria dos casosé a violação desses direitos por parte de seus pais e responsáveis. Essas violênciasgeralmente ocorrem dento das casas das próprias crianças e adolescentes por algummembro da família (pai, padrasto, avô, entre outros) ou por alguém conhecido comovizinho, onde a criança possui algum tipo de confiança e afinidade com este supostoabusador. 
Se opondo ao quadro de violação desses direitos, existe uma grande mobilização de profissionais que lutam para fazer valer as leis em defesa dessas vítimas, essas mobilizações estão diretamente relacionadas ao combate, tratamento e prevenção dos agravos decorrentes desta violência.
Diante de toda problemática envolvendo a violência e estando inserido num programa que faz atendimento a crianças e adolescentes vítimas deste crime, faz-se necessário refletir e problematizar sobre o papel do profissional que ocupa esses espaços de prevenção e combate, logo, esta pesquisa pretende destacar o papel do assistentesocial nesse contexto, que de acordo com o seu código de ética, tem como um dos princípios fundamentos o compromisso com a qualidade dos serviços prestados àpopulaçãovítima de violência , buscando o aprimoramento intelectual na perspectiva da competência profissional.
A presente pesquisa se justifica pela potencialidade do atendimento adequado desses profissionais às crianças e adolescentes vítimas de violência sexual, no sentindo de conhecer, identificar e contribuir, com reflexões, para realização de uma intervenção eficaz, que apoia e ampara essas vítimas, proporcionando um suporte psicológico e social, tentando diminuir a violência e prevenir a repetição da mesma.
Sendo assim é muito importante conhecer a atuação do assistente social, pois o mesmo possui embasamento e técnicas adquiridas no decorrer da formação, e é um viabilizador de direitos atuando junto a família da vítimaconhecendo a sua realidade, fazendo o acolhimento para ter uma visão crítica em relação aproblemática. Como afirma Miotto(2000), que o trabalho do assistente social se estrutura no conhecimento da realidade e dos sujeitos, para definir os objetivos e que ação realizar diante da problemática
A atuação do serviço social no enfrentamento a violência, em qualquer de suas manifestações, atravessam a história, e o desafia a dar vida e forma, ao seu projeto ético político na defesa dos direitos humanos, na democracia a ao processo de ‘”construção de uma nova ordem societária, sem dominação-exploração de classe, etnia e gênero”.(CÓDIGO DE ÉTICA DO ASSISTENTE SOCIAL,BRASIL,1997).Logo o Assistente Socialpode exercer um papel fundamental na prevenção e enfrentamento da violência contra criança e adolescente, Colocando sua formação teórica na pratica para inibir e reverter o circuito de violência, 
Portanto, essa pesquisa possui relevânciacientifica, para os acadêmicos em serviço social na medida em que possam entender o papel do profissional perante esse problema social e sejam capazes de articular soluções embasadas no seu código de ética e entendam como serão inseridos diante de tal demanda, podendo atuar observando os fatores que levaram a situação problema para então buscar alternativas que tornem possível o rompimento com esse ciclo. Possui também relevância social, na medida em que se torna necessária uma mobilização da sociedade civil, da família, entreoutros, no sentido de conscientização da população que em muitos casos, não tem conhecimento das questões, nem muito menos sabem agir diante de tal situação, para que pessoas envolvidas nesse tipo de violência,reconheçamseus direitos e aque tipo de profissional e serviços devam recorrer diante dessa problemática.
3 PROBLEMATIZAÇÃO
Observa-se que a violência sexual contra criança e adolescente é um problema social que abrange o mundo todo, que está ligada a fatores culturais e sociais, e que ela acompanha a trajetória da humanidade desde os tempos antigos até o presente. É, portanto, uma forma secular de relacionamento das sociedades, variando em expressões e explicações. Sua superação se faz pela construção histórica que "desnaturaliza" a cultura adultocêntrica, dominadora e patriarcal da sociedade brasileira. 
Para Minayo (2006), a violêncianão é uma, é múltipla; de origem latina, o vocábulo vem da palavra vis, que quer dizer força e se refere às noções de constrangimento e de uso da superioridade física sobre o outro. Para a autora os eventos violentos praticados pela humanidade estão associados a conflitos de autoridade,a lutas pelo poder e a vontade de domínio, de posse e de aniquilamento do outro oude seus bens.
Logo a violência sexual contra criança e adolescente ocorre numa relação de poder, ultrapassando os limites dos direitos humanos, legais, de poder e de regras sociais e familiares, sendo que a criança e/ou adolescente passa por um processo de desumanização, ou seja, de coisificação, se tornando um objeto para satisfazer o desejo do outro.Como justifica ANDI,2002
A violência sexual contra criança e adolescente tem sua origem nas relações desiguais de poder. Dominação de gênero, classe social e faixa etária, sob o ponto de vista histórico e cultural contribuem para a manifestação de abusadores e exploradores. (ANDI,2002)
Em relação as causas desse tipo de violência, é importante destacar que, fatores como cultura, relações de poder e gênero, a falta de mecanismo seguros e confiáveis, medo da denúncia e principalmente a certeza da impunidade, levam tal pratica a ser mantida. Garcia, completaque
A violência doméstica contra crianças e adolescentes decorre de vários fatores, que podem ser: psicológicos, socioeconômicos e culturais do pai, da mãe e do filho”. Esses fatores apresentam-se de forma dinâmica nas relações existentes entre os membros desse microssistema (a família), sofrendo grande influência do microssistema (a sociedade), que pode, de acordo com a situação e o momento de cada indivíduo elevar a relevância de um fator sobre o outro. Situações de desemprego, mudanças de endereço, separações de casais ou a chegada de um novo parceiro podem ser fundamentais na dinâmica dessa família para o entendimento da instalação da violência intrafamiliar contra crianças e adolescentes; portanto, nenhum fator pode ser desmerecido ou afastado de investigação” (GARCIA, 2002, p.147)
No contexto histórico de violência, a criança e o adolescente sempre sofreram com diversos tipos de violências justificadas como práticas de disciplinas que incluem castigos físicos e psicológicos, como obediência alei do adulto. Somente a partir de 1990 com a criação do Estatuto da Criança e doAdolescente é que, foram propostas medidas de proteção que amparavam as vítimas. Como dita no artigo 3 ECA(1990)
A criança e o adolescente gozam de todos os direitos fundamentais inerentes a pessoa humana, sem prejuízo de proteção integral de que trata essa lei,assegurando-lhes, por lei ou por outros meios, todas as oportunidades e facilidades, a fim de lhes facultar o desenvolvimento físico,mental,espiritual e social, em condições de liberdade e dignidade(BRASIL 1990,P1) 
Com aconstituição de 1998, a criança e o adolescente passaram a ter direito a leis, que responsabilizama família,a sociedade e o Estado, o zelo pelo sua integridade física e mental, porém, a omissão dessa responsabilidade é considerada uma violência, como explica Minayo
A violência contra criança e adolescente é todo ato e omissão cometido pelos pais, parentes outras pessoas e instituições capazes de causar danos físico, sexual e/ ou psicológico a vitima.Implica,de um lado a transgressão no poder/ dever de proteção do adulto e da sociedade em geral e, de outro, de uma coisificação da infância. Isto é, uma negação do direito que aa crianças e os adolescentestem de ser tratados como sujeitos e pessoas em condições especiais de desenvolvimento. (MINAVO, 2001. P.26)
Então a violência sexual contra criança e ao adolescente se tornou uma violação a esses direitos alcançados, onde uma equipe multidisciplinar trabalha no seu enfrentamento. Frente a essa problemática o presente trabalho se propôs a responder as seguintes questões:
-Qual o papel que assume o assistente social para prevenir a violência sexual contra criança e adolescente, diminuindo os danos causados, amparando e intervindo nas famílias, crianças e nos adolescentes vítimas dessa violência? 
-Como se estrutura o modelo de intervenção a criança e ao adolescente vítimas de violência sexual, CREAS ?
Diante de toda a dinâmica a respeito do abuso sexual cabe, ao Assistente Social, a reflexão sobre as intervenções adotadas nesses casos. É de extrema relevância que a sua atuação esteja pautada nas leis que dispõem sobre o direito da criança e adolescente, como a Constituição Federal e o Estatuto da Criança e Adolescente e que suas as ações estejam pautadas na Lei de Regulamentação da Profissão e no Código de Ética. Frente a demanda o Assistente Social deve ter claro a importância da Família e de seu contexto histórico para se entender os elementos que contribuíram para que se chegasse a situação de violência. Como afirma,Winnicott (2005): “A família é o melhor lugar para o desenvolvimento da criança e do adolescente, quando a convivência familiar é saudável. Pois na família, lugarde proteção e cuidado também é lugar de conflito e pode ser um espaço deviolação de direitos”.
Além da família o profissional trabalha junto aoCREAS (Centro de Referência Especializado de Assistência Social),que integra o Sistema Único de Assistência Social (SUAS), se apresenta como uma unidade pública estatal, responsável por serviços especializados de apoio, orientação e acompanhamento a indivíduos e famílias com um ou mais de seus membros emsituação de ameaça ou violação de direitos.
Para a realização de seu trabalho o CREAS conta com uma equipe de multiprofissionais, onde está inserido o assistente social, de modo a propiciar o atendimento ao indivíduo e sua família nos seus mais diferentes aspectos. Além de uma articulação de extrema importância com o Poder Judiciário, Defensoria Pública, Ministério Público, Conselhos Tutelares e com as demais políticas públicas e serviços sócio assistenciais no intuito de estruturar uma rede efetiva de proteção social.
Garcia (2002) conceitua esses dois modelos, ressaltando que o trabalho em equipe vem sendo elencado como o mais propício para o atendimento. Conceituam-se
Modelo multidisciplinar, cujo principal traço é a justaposição de conteúdos de disciplinas heterogêneas, com o objetivo da integração de métodos, teorias ou conhecimentos. (...) a comunicação entre os profissionais baseia-se no dialogo paralelo entre as disciplinas
Modelo interdisciplinar caracteriza-se pela noção de co-propriedade, de intercâmbio, podendo-se atingir o grau de incorporação dos resultados de uma especialidade por outras, com empréstimos mútuos de instrumentos e técnicas metodológicas com integração real das disciplinas (GARCIA,2002:148-149)
A atuação profissional precisa estar pautada numa dimensão multidisciplinar,com uma atuação interdisciplinar, onde cada profissional trará sua contribuição com base na sua especificidade apreendida pela sua categoria profissional. 
4OBJETIVO
4.1 Objetivo Geral
Analisar e compreender a atuação do assistente social, no enfrentamento a violência sexual contra crianças e o adolescente.
4.2 Objetivos Específicos 
Conceituar violência sexual contra criança e adolescente, dentro de um contexto histórico identificando suas causas, tipos e consequências.
Contextualizar a importância do Estatuto da Criança e do Adolescente(ECA), como viabilizador de direitos.
Identificar a importância do Centro de Referência Especializado de Assistência Social(CREAS), no acolhimento as crianças e adolescentes vítimas de violência.
5 HIPÓTESES
Diante dos fatores e consequências relacionados a violência contra crianças e adolescentes, percebe-se que é importante a atuação do assistente social junto a essa demanda pois; atua junto a família, conhecendo sua realidade para ter uma visão crítica em relação a problemática e possui embasamento teórico, baseados no seu código de ética, que possibilitam essa atuação.
6 METODOLOGIA
Para o desenvolvimento da pesquisa, realizou-se uma pesquisa exploratória e qualitativa baseada em estudos bibliográficos das principais abordagens teóricas voltadas para o tema, que trata do trabalho do assistente social no enfrentamentoàviolência sexual contra crianças e adolescentes. Buscando através da análise de documentos como;sites, softwares, revistas, jornais e livros, embasamento que justifiquem os conceitos formulados.
Ressalta-se o uso da teoria marxiana como base para a produção deste trabalho, que consiste na investigação das contradições da realidade e deve primar por uma pesquisa profunda e exaustiva da realidade, estabelecer categorias, grupos e relacioná-las, identificando contradições e conexões. A pesquisa leva em conta os fatores sociais que determinam a problemática, então é necessário fazer uma investigação direta da realidade, examinando as partes isoladas, buscando os nexos invisíveis ao observador superficial, para depois recompor a realidade, desvelando o que não é possível ver a olho nu.
O método científico marxista procura sair do imediatismo para uma compreensão mediada da realidade, buscando uma apreensão do “real” que vai do simples ao complexo, da parte ao todo, singular ao universal, do abstrato ao concreto e da aparência à essência das coisas.
REFERÊNCIAS
Aspectos conceituais da violência contra crianças e adolescentes. Disponível em<http://pt.shvoong.com/humanities/1730418-xpress%C3%B5es-da-viol%C3%AAnciasexual-contra/> Acesso em: 05 de jun. 2018.
Azevedo, M. A., & Guerra, V. N. A. Infância e violência doméstica: fronteiras do conhecimento. 2 ed.São Paulo, editora Cortez.,1993.
BRASIL, Constituição da República Federativa do Brasil. Atualizado até a
CE.64/2010 – 12ª edição.
BRASIL. Lei 8069 de13 de julho de 1990. Estatuto da Criança e do Adolescente. 12º edição. Brasília, 2012.Centro de Referência Especializado de Assistência Social (CREAS). especial Acesso em: 10/06/2018.
Conselho Federal de Serviço Social. Código de Ética Profissional dos
Assistentes Sociais. Resolução CFESS nº 273/93 de 13/03/93. Brasília: CRESS.
Estatuto da Criança e do Adolescente. Nº 8.069, de 13 de julho de 1990.
Atualizado. Editora 2005. Niterói, FIA.
GARCIA, M.R.C. Teorias e técnicas do atendimento social em casos de violênciaintrafamiliar na infância e na adolescência. In: FERRARI, D.C; VECINA, T. O fim dosilêncio na violência familiar. Teoria e Prática. São Paulo, editora Agora, 2002. p.145-152.
MINAYO,M.C.de S.O desafio do conhecimento:Pesquisa qualitativa em saúde.7,ed.São Paulo:Hucitec;Rio de Janeiro:abrasão;2000.
MIOTO, R.C.T. Estudos Socioeconômicos. In: CFESS e ABEPSS. Serviço Social:direitos sociais e competências profissionais. Brasília: CFESS – ABEPSS, 2009 , p.481-496.
WinnicottD.W,A família e o desenvolvimento do individuo.São Paulo,editora Martins Pontes.2005,

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