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COLETA DE MATERIAL BIOLÓGICO – AV1 Apostila 01 – Coleta de Material Biológico Material biológico: pode ser fluido, tecido, DNA e etc. que são provenientes de organismos vivos de origem animal ou vegetal com fins diagnósticos. O suor, lágrima, fezes, urina, vômitos, secreções nasais e saliva são líquidos biológicos sem risco de transmissão ocupacional mas a presença de sangue torna-os materiais infectantes, porque o sangue é o mais importante veículo de transmissão. Por apresentar risco de contaminação, deve sempre respeitar as normas de biossegurança para manuseio, armazenamento e transporte. Processos para realização de um exame: é função do laboratório cadastrar o paciente e os exames solicitados, coleta, acondicionamento, transporte e preparo das amostras, realização os testes, analise e liberação dos resultados, entrega do laudo e auxiliar a interpretação dos resultados. Fases da analise clínica: pré analítica, analítica e pós analítica. Pré analítica: tudo o que procede o ensaio laboratorial dentro ou fora do laboratório de análises. • Indicação do exame e redação da solicitação; • Transmissão de eventuais instruções de preparo do paciente; • Avaliação do atendimento as condições previas; • Procedimento de coleta: garroteamento ideal de 01 a 02 minutos porque se permanecer por mais tempo a estase venosa levará a alterações metabólicas; • Acondicionamento, preservação e transporte da amostra biológica até o momento em que o exame seja realizado; • Variação cronobiológica: alterações cíclicas da concentração de determinado parâmetro em função do tempo; • Gênero e idade: alguns parâmetros bioquímicos possuem concentrações séricas dependente de idade e gênero, como diferenças hormonais e massa muscular. • Posição: mudança rápida na postura pode causar variações na concentração de alguns componentes; • Atividade física: esforço físico pode causar aumento das concentrações séricas de algumas enzimas; • Jejum: habitualmente preconizado em 8 horas podendo ser reduzido para 4 horas e em crianças pode ser de 1 ou 2 horas, na população pediátrica e em idosos deve respeitar os intervalos de alimentação e deve ser evitadas coletas de sangue após períodos muito longos de jejum como acima de 16 horas; • Dieta: pode interferir na concentração de alguns componentes e na dependência das características orgânicas do próprio paciente; • Uso de drogas para fins terapêuticos: pode causar alterações pelo próprio efeito fisiológico in vivo (indução e inibição enzimática), ou por interferência in vitro (reações cruzadas). O tabagismo causa variação na concentração da hemoglobina, leucócitos e hemácias. O álcool causa variação nas concentrações de glicose, ácido láctico e de triglicérides; • Cirurgias, transfusões de sangue e infusão de soluções; • Procedimentos diagnósticos/terapêuticos: como radiológicos contrastados, toque retal, hemodiálise; • Gel separador: contem acelerador de coagulação que podem liberar partículas que podem causar variações no volume e interferir em determinadas dosagens. Fases e chances de erro: a fase pré analítica tem maior incidência para erros seguida da pós analítica e da analítica. Procedimentos básicos para minimizar a ocorrência de erros • Paciente adulto e consciente: perguntar o nome completo, solicitar um documento de identificação e requisição do exame; • Paciente internado: SEMPRE verificar a identificação do paciente e quando possível perguntar o nome completo. NUNCA utilizar o número do leito como critério de identificação; • Paciente muito jovem, inconsciente e com tipo de dificuldade de comunicação: valer-se de informações de acompanhantes ou da enfermagem e pacientes atendidos em salas de emergência podem ser identificados no cadastro da emergência. Recomenda-se que materiais não colhidos no laboratório sejam identificados e verificar se o paciente está em condições para a coleta (jejum e uso eventuais de medicação, e em caso de uso, registrar o horário da última dose). Procedimentos para higienização das mãos e antissepsia • Higienização das mãos: feita após o contato com cada paciente e após todos os procedimentos podendo ser feita de duas formas: utilização de água e clorexidina degermante 2% quando estiverem visivelmente sujas ou utilização de álcool em gel. OBS.: o antisséptico tem ação antifúngica, bactericida e bacteriostática. • Colocando as luvas: calçadas com cuidado para não rasgar e ficar bem aderidas a pele para que o flebotomista não perca a sensibilidade na hora da punção. • Coleta: limpar o local com álcool 70% fazendo movimentos circulares, esperar secar e não tocar após a assepsia. Coleta de Sangue – Flebotomia • Punção venosa ou venopunção: punção de uma veia com a finalidade de obter amostra de sangue para análise ou infundir fluídos, sangue e medicamentos. • Sala de coleta: bancada com cantos arredondados e matéria de baixa ou nenhuma porosidade, cadeira com braçadeira regulável ou suporte para braço com apoio lateral, maca em local acessível e próximo da sala de coleta, lixeira para uso comum e lixeira para material potencialmente infectante. Procedimento para antissepsia no paciente: antissepsia no local da punção. Principais veias para coleta de sangue: cefálica, basílica, mediana e metacarpianas dorsais. Avaliar o paciente e a condição da veia: elasticidade, trajeto e calibre da veia, palpação e localização. Áreas que não devem ser pulsionadas: áreas com terapia ou hidratação intravenosa, membro superior próximo ao local que foi realizado mastectomia, cateterismo ou procedimento cirúrgico, áreas com hematomas, áreas com ferimentos, abcessos ou lesões, veias que já sofreram trombose porque são pouco flexíveis e com paredes endurecidas e veias com múltiplas punções recentes. Receptores sensoriais envolvidos na coleta de sangue: termorreceptores, mecanorreceptores, nociceptores e quimiorreceptores. • Termorreceptores: aplicação de calor e frio; • Mecanorreceptores: palpação das veias; • Nociceptores: dor; • Quimiorreceptores: volume. Venoscópio: aparelho que permite a visualização das veias. Visualização das veias: usuário abre e fecha a mão em movimentos suaves e se não conseguir visualizar, solicite que abaixe o braço e novamente abre e feche as mãos. Caso ainda não consiga, massageie delicadamente o braço do usuário no sentido do punho ao cotovelo. Outra opção é garrotear o braço. Obs.: não bater na veia com os dedos porque pode provocar hemólise capilar. Hemólise: leve tem pouco efeito, mas se for intensa causa aumento na atividade plasmáticas de algumas enzimas. Garroteamento: aplicar 8 cm acima do sitio de punção e não ultrapassar um minuto, sendo ideal 30 segundos e soltar o garrote no momento da punção. Composição do sangue: elementos figurados como glóbulos vermelhos ou eritrócitos, glóbulos brancos ou leucócitos, plaquetas ou trombócitos e plasma que é composto por 90% de água e 10% de solutos. Plasma X Soro • Plasma é a parte liquida do soro com o fibrogênio, o anticoagulante preserva os fatores de coagulação não permitindo que eles sejam consumidos. • Soro: parte líquida do sangue sem o fibrogênio, o objetivo é que haja a formação de coágulo, e nesse processo os fatores de coagulação, plaquetas e fibrogênio são consumidos. Solutos do plasma: fibrogênio, glicose, sódio, potássio, colesterol, ferro, hormônios, vitaminas, gases sanguíneos e etc. Apostila 02 – Tubos de Coleta de Sangue Anticoagulantes: EDTA, citrato de sódio, fluoreto de sódio e heparina. • EDTA: cor roxa, anticoagulante mais usado para hematologia e preserva a morfologia dascélulas, atua como quelante do cálcio impedindo a coagulação; • HEPARINA: cor verde, recomendado para análise bioquímica, interfere na conversão de protrombina em trombina, usado para contagem eritrocítica, não é recomendado para análises leucocitárias pois pode causar agregação de leucócitos alterando a morfologia e dificultando a contagem. Sua desvantagem, é seu cismo ser mais elevado. • CITRATO DE SÓDIO: cor azul, pouco recomendado porque causa a deformação morfológica das células sanguíneas e interfere em vários testes bioquímicos, atua como quelante do cálcio impedindo a coagulação; Ativador de coágulo: cor vermelha e/ou amarela, faz com que o processo de coagulação seja acelerado e fica jateado na parede do tubo. Tubo sem aditivo: cor branca, utilizado como tubo de transporte para amostras e para provas de liquido cefalorraquidiano (LCR). Frascos para hemocultura: para bactérias aeróbicas, anaeróbicas e fungos. Tubos de coleta de sangue • Vermelho: sem anticoagulante, com acelerador de coagulação e obtenção de soro para bioquímica e sorologia, utilizado em testes como creatinina, ureia, colesterol, pesquisa e identificação de antígenos e anticorpos no soro, tipagem, fenotipagem, etc; • Amarelo/Mostarda: com acelerador de coagulação, com gel separador que facilita a coleta do soro, obtenção de soro para bioquímica e sorologia; • Amarelo/ACD: tipagem sanguínea, com solução ACD (ácido citrato dextrose), contém anticoagulante e conservante, utilizado em testes de tipagem, Rh, preservação de células (21 dias); • Cinza: recomendado para dosagem de glicose, inibe o processo de glicólise que ocorre nas hemácias mantendo os níveis in vitro desse metabolito por mais tempo. Contém um anticoagulante e um estabilizador em diferentes versões; • Roxo/Lavanda: com EDTA sódico ou potássio, bloqueia a cascata de coagulação: quelante de cálcio e obtenção de sangue total para hematologia, utilizado em testes de hematologia; • Preto: tubos para VHS (velocidade de hemossedimentação) sem a necessidade de abrir o tubo para transportar a amostra; • Azul: citrato de sódio, anticoagulante utilizado para obtenção de plasma para prova de coagulação, utilizado em teste de tempo de coagulação, retração de coagulo, TTPA e TAP; • Verde: com heparina, utilizado em testes de gasometria. Contaminação dos tubos de coleta: acontece quando o profissional não se atenta a ordem dos tubos que é comprovado cientificamente que podem causar alterações ou interferência nas trocas e resultados. Obs.: é importante observar o volume de sangue indicado pelo frasco, e o número de é de 05/10 vezes para homogeneizar e feito de forma calma. Apostila 03 – Critérios para escolha da coleta de sangue venoso a vácuo ou por seringa e agulha Os critérios se baseiam em: finalidade do procedimento, tipo de clientela, habilidade dos flebotomistas e características da instituição. Coleta de sangue venoso – seringa e agulha • Vantagens: custo baixo e material básico para qualquer serviço de saúde; • Desvantagens: volume errado de sangue, anticoagulante e ativador pode causar hemólise e micro coágulos, é um procedimento de risco para o profissional, tem que manusear o material perfurocortantes, mais lento na hora da coleta e necessidade de várias punções; • Procedimento pós coleta: desconectar o scalp da seringa, abrir a tampa do tubo e injetar o sangue lentamente pela parede do tubo, não perfurar a tampa do frasco com o scalp para injetar o sangue e sempre respeitar o volume de sangue indicado no tubo. Coleta de sangue a vácuo Vantagens: facilidade no manuseio, vácuo calibrado e em capacidade proporcional ao volume de sangue, conforto do paciente (colhe vários tubos), conforto para pacientes com acessos venosos difíceis, garantia da qualidade nos resultados dos exames, segurança ao paciente e profissional; • Desvantagens: custo mais elevado. Coleta de sangue arterial: tem finalidade de avaliar a ventilação e o estado ácido-básico; • Indicação: períodos pré e pós operatório, monitorar a eficácia de terapêuticas utilizadas e pacientes críticos, detectar e tratar desequilíbrios eletrolíticos e avaliar função pulmonar • Contraindicação: ausência de pulso radial palpável, teste de Allen modificado negativo, celulite ou infecção na área arterial, etc. • Obs.: volume de sangue de 1 a 3ml, seringa com heparina, não ultrapassar o tempo de 15 minutos para levar ao laboratório, quando indicada ser realizada apenas pelo médico ou enfermeiro, a compressão do sitio de punção deve ser ininterrupta e durar mais de 5 minutos. Locais para punção é artéria radial e braquial. Coleta de sangue em pediatria e geriatria: requer agulhas de menor calibre, escalpes e tubos de menor volume. Coletas de sangue capilar: considerado uma micro coleta e indicado para os recém nascidos como o melhor obtenção de sangue, punção da ponta do dedo ou calcanhar, usa lancetas. Punção digital: perfura a falange distal do dedo médio ou anelar, é realizado em crianças maiores de 1 ano e adultos para manipulação de glicemia ou testes remotos para hemograma ou leucograma e em pacientes queimados e idosos com muita dificuldade de obtenção de sangue. Punção do calcanhar: face lateral plantar, realizado em recém nascidos, usa lancetas com diferentes mm de profundidade, utilizada em testes do pezinho.
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