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Plano 1

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Plano 1. 
RESPOSTA:
A) À luz dos princípios da continuidade e do equilíbrio econômico-financeiro do contrato de concessão de serviço público, é lícito o corte de luz realizado pela concessionária?
Primeiramente há que se esclarecer que o serviço de fornecimento de energia elétrica é atividade delegada pelo poder público à concessionárias. Dito isto e sob a ótica de que este é um serviço público, há que se reconhecer sua continuidade, sob afronta ao art. 6º, § 1º da lei 8.987/95. Assim, o serviço de fornecimento de energia elétrica é serviço público que deve ser prestado de forma permanente, sem interrupção, visando garantir ao usuário certa segurança. O CDC, em seu artigo 22 também expresso o princípio acima. No entanto, sabe-se que a delegação à concessionária se dá por meio de contrato administrativo e este deve ter um equilíbrio econômico-financeiro, de modo que restaria totalmente inviável a manutenção do serviço sem a contrapartida do usuário. Desse modo, o art. 6º, §º, II da lei 8.987/95 previu que é possível a interrupção do serviço, desde que haja prévio aviso, isto porque a continuidade do serviço exige a contraprestação do usuário, qual seja, o pagamento da tarifa. O problema da continuidade do serviço público já foi enfrentado pela doutrina e jurisprudência e hoje há o entendimento de que aplica-se a lei 8.987/95 em detrimento do CDC por tratar-se de relação especial de consumo. O CDC, neste caso, seria aplicado de modo apenas subsidiário.
B) O Código de Defesa do Consumidor pode ser aplicado irrestritamente à relação entre usuários e prestadores de serviços públicos?
Pode-se até ser vislumbrado num primeiro momento que existe um conflito aparente entre o CDC e a lei 8.987/95, no entanto, o entendimento consolidado é de que a lei 8.987/95 disciplina relação especial de consumo, notadamente a relação entre os usuários de serviços públicos.
Assim, seria aplicado o princípio da especialidade, aplicando-se a referida lei nos casos previstos e o CDC somente de forma subsidiária.

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