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* * INSTABILIDADES DO CARPO * * ANATOMIA * * ANATOMIA Ligamentos extrínsecos palmares: Radio-escafo-capitato (ou oblíquo de Weitbrecht) Radio-semilunar longo Radio-semilunar curto (Testut: importante estabilizador do semilunar impedindo a luxação dorsal). OS LIGAMENTOS PALMARES SÃO MAIS RESISTENTES QUE OS DORSAIS. Espaço de Poirier: área de fragilidade. Radioescafocapitato e Radiossemilunar longo. Ligamentos extrínsecos dorsais: Ligamento radiocarpal dorsal Ligamento intercarpal dorsal * * CONCEITOS INICIAIS Tipos de instabilidade: Estática: relação intercarpal não muda com movimentação. Dinâmica: relação intercarpal muda com manipulação e movimentação. VISI (volar intercalated segment instability): ocorre quando o semilunar fixa em flexão >15°. Comum na dissociação semilunar-piramidal. DISI (dorsal intercalated segment instability): ocorre quando o semilunar fixa em extensão >10°. É mais comum em fraturas deslocadas do escafóide e na dissociação escafossemilunar. * * Classificações * * CLASSIFICAÇÃO DOBYNS E COONEY 1. Dissociativas: são aquelas em que há lesão dos ligamentos interósseos intrínsecos entre os ossos da mesma fileira do carpo. 1.1. Fileira proximal: A. Fratura de escafóide instável B. Luxação escafossemilunar C. Luxação lunopiramidal 1.2. Fileira distal: A. Ruptura axial radial: translação proximal ou radial. B. Ruptura axial ulnar: translação proximal ou ulnar. C. Ruptura combinada axial radial e ulnar. 1.3. Combinada da fileira proximal e distal. * * CLASSIFICAÇÃO DOBYNS E COONEY 2. Não dissociativas: são aquelas em que os ligamentos extrínsecos radiocarpais podem ser interrompidos, os ligamentos intrínsecos encontram-se intactos entre os ossos do carpo. 2.1. Radiocárpicas: A. Ruptura de ligamento palmar: B. Ruptura de ligamento dorsal: VISI, translação dorsal. C. Carpo adaptativo: após consolidação viciosa de rádio, de escafóide ou de semilunar, deformidade de Madelung. 2.2. Mediocárpicas: 4 tipos, e a direção pode ser palmar ou dorsal. A. Ulnar por dano de ligamento palmar: VISI B. Radial por dano de ligamento palmar: VISI C. Radial e ulnar por dano de ligamento palmar: VISI D. Por dano de ligamento dorsal: DISI 2.3. Combinada radiocárpica e mediocárpica. A. Padrão de instabilidade capitolunar: VISI, DISI, alternada. B. Ruptura dos ligamentos radiais e centrais: translação ulnar com ou sem VISI ou DISI. * * CLASSIFICAÇÃO DOBYNS E COONEY 3. Combinada dissociativa e não dissociativa (Complexa): 3.1. Perilunar com instabilidade radiocárpica: DISI e translação ulnar. 3.2. Perilunar com instabilidade axial: instabilidade axial ulnar e translação ulnar. 3.3. Radiocárpica com instabilidade axial: instabilidade axial radial e translação ulnar. 3.4. Dissociação escafolunar com translação ulnar: DISI e translação ulnar. 4. “Carpo adaptativo”: posição inadequada do carpo 4.1. Com consolidação viciosa do rádio. 4.2. Com consolidação viciosa do escafóide. 4.3. Com consolidação viciosa do semilunar. 4.4. Com deformidade de Madelung. * * INSTABILIDADE ESCAFOSSEMILUNAR Padrão de instabilidade carpal mais frequente. 10% dos casos associado com fraturas do rádio distal (traço entre fossa escafoide e fossa semilunar). Mecanismo: Extensão do punho, desvio ulnar com supinação mediocarpica (queda com o punho estendido). Sem tratamento, leva a colapso e artrose escafolunar. * * INSTABILIDADE ESCAFOSSEMILUNAR Classificações: 1. Da instabilidade: Aguda, subaguda ou crônica. Dinâmica: não aparece no rx usuais, apenas nos rx em estresse e na fluoroscopia. Lesão isolada do ligamento escafossemilunar. Estática: aparece na radiografia. Lesão do ligamento escafossemilunar + ligamentos palmares. 2. Da subluxação rotatória: Watson e Black 1. Dinâmica 2. Estática 3. Degenerativa / Artrose 4. Secundária a condições como a doença de Kiëmbock * * INSTABILIDADE ESCAFOSSEMILUNAR Clínica: dor, edema, diminuição da força e limitação de movimento. Testes: Watson: deslocamento doloroso dorsal do escafóide que é palpável quando o punho é movido de ulnar para radial com a tuberosidade palpada. * * INSTABILIDADE ESCAFOSSEMILUNAR Parâmetros radiográficos: Espaço escafossemilunar: Sinal de Terry Thomas. > 2 mm Ângulos no rx em perfil: Escafossemilunar: normal entre 30-60° (média de 47°). >80° Capitatossemilunar: >20° Taxa da altura carpal: quantifica o colapso carpal. Altura do carpo / Altura do 3° metacarpo = 0.54 ± 0.03. Sinal do Anel Cortical. * * INSTABILIDADE ESCAFOSSEMILUNAR E1 - Lesão parcial do escafossemilunar (+ frequente volar). Agudo: Fixação percutânea com fio K (1 do escafóide ao semilunar e outro do escafóide ao capitato) + Gesso por 8 - 10 semanas. Crônico: Fisioterapia / Reeducação proprioceptiva do FRC e ERCC / debridamento artroscópico das fibras rompidas. E2 - Ruptura completa do escafossemilunar reparável, sem desalinhamento. RAFI com reconstrução escafossemilunar dorsal + Fio K + Gesso por 8 - 10 semanas. * * INSTABILIDADE ESCAFOSSEMILUNAR E3 - Ruptura completa do escafossemilunar NÃO reparável, sem desalinhamento do escafoide (estabilizadores secundários preservados). Capsulodese dorsal: Blatt, ... Reconstrução com tendão. E4 - Ruptura completa do escafossemilunar NÃO reparável, com subluxação rotatória do escafoide redutível / SEM artrose (falha dos estabilizadores secundários). Reconstrução com tendão: - Flexor radial do carpo (Brunelli). - Extensor radial curto do carpo. Redução com Herbert. * * INSTABILIDADE ESCAFOSSEMILUNAR E5 - Ruptura completa do escafossemilunar NÃO reparável, irredutível com cartilagem normal / sem artrose. Artrodeses parciais: - Escafoide-Trapezio-Trapezoide - Escafoide-Semilunar - Escafoide-Capitato - Escafoide-Semilunar-Capitato - Rádio-Escafoide-Semilunar E6 - Ruptura completa do escafossemilunar NÃO reparável, irredutível COM artrose. Escafoidectomia + Artrodese Capitato-Semilunar-Piramidal Carpectomia proximal Artroplastia punho Artrodese do punho * * INSTABILIDADE LUNOPIRAMIDAL Quando lesão ligamentar sem fratura, faz parte do espectro da luxação perilunar, do impingement ulnocarpal ou das lesões da fibrocartilagem triangular. Não é associado com alterações degenerativas, mas pode causar consequências graves, especialmente quando ocorre VISI. Mecanismo de lesão: Queda com braço estendido para traz e com antebraço supinado. * * INSTABILIDADE LUNOPIRAMIDAL Clínica: Dor que piora ao desvio ulnar. Testes: Ballottement test: o piramidal é deslocado dorsal e palmar no semilunar, demonstrando aumento da excursão em relação ao lado normal acompanhado de crepitação e dor. * * INSTABILIDADE LUNOPIRAMIDAL Radiografia: VISI Gilula * * INSTABILIDADE LUNOPIRAMIDAL Lesão aguda sem colapso carpal: Incompetência ligamento lunopiramidal com ligamentos extrínsecos preservados. Lesão crônica sem colapso carpal: Pontas rotas do ligamento degeneradas; Sem desalinhamento. Luxação lunopiramidal com colapso carpal: Insuficiencia global dos ligamentos Desalinhamento e colapso carpal VISI Instabilidade lunopiramidal aguda (lesão ES + LP): Instabilidade lunopiramidal crônica (lesão ES + LP): Subluxação permanente. * * INSTABILIDADE LUNOPIRAMIDAL Tratamento: Aguda: Deformidade mínima: imobilização. Deslocada: redução + fixação fechada. Se falha: redução aberta. Artroscopia pode ser útil. O reparo do ligamento interósseo em geral se dá por via dorsal. Reconstrução: tira de EUC. Se reparo ligamentar não controlar a recorrência da deformidade: artrodese lunopiramidal. Se artrose: artrodese do punho, carpectomia proximal. * * LUXAÇÃO PERILUNAR Epidemiologia: É a mais comum luxação do punho. O padrão mais comum é a fratura luxação transescafoperissemilunar. Maioria são homens jovens: necessita de estoque ósseo no rádio distal e escafóide para fazer a lesão. * * LUXAÇÃO PERILUNAR Mecanismo de lesão: Maioria ocorre por queda da altura com a mão estendida ou acidentes automobilísticos, tipicamente com a mão em desvio ulnar. Inicia radial e propaga-se ao redor e através do semilunar ao lado ulnar do carpo. * * LUXAÇÃO PERILUNAR Quadro clínico: História de trauma A mão e a fileira distal do carpo mantém-se intactas Padrão da deformidade da fileira proximal do carpo varia: Na fratura-luxação transescafóide, o escafóide desloca-se com a fileira distal partida e o semilunar em posição quase normal com o antebraço. Na ruptura ligamentar perilunar, o semilunar mantém na posição e o resto do carpo desloca-se para dorsal. * * LUXAÇÃO PERILUNAR Classificações: 1. Mayfield: instabilidade perilunar progressiva. Estágio I: com instabilidade escafossemilunar. Estágio II: I + instabilidade capitolunar. Estágio III: II + instabilidade lunopiramidal. Estágio IV: III + instabilidade radiolunar. Ocorre pela persistência da força associada com apoio do capitato deslocado para dorsal empurrando o semilunar para volar. 2. Subgrupos: Arco menor: lesões ligamentares puras ao redor do semilunar. Arco maior: fratura de 1 ou mais ossos ao redor do semilunar. * * LUXAÇÃO PERILUNAR Tratamento: Lesões de Arco Menor: Aguda e redutível: Redução: manobra de Tavernier (bloqueio do capitato na concavidade distal do semilunar + tração axial e flexão da fileira distal + redução capitato-semilunar por extensão aplicando força dorsal no semilunar). Ângulo SL>80° ou gap assimétrico SL é sinal de mau prognóstico. As raras lesões que reduzem ao alinhamento normal podem ser tratadas com gesso de escafóide por 12 semanas. Perda da redução é comum. Fios K percutâneos para estabilizar o carpo: ficam por 8 semanas e imobilização total de12 semanas. * * LUXAÇÃO PERILUNAR Tratamento: Lesões de Arco Menor: Aguda e irredutível: maioria dos casos. Cirurgia aberta (redução da luxação e reparo ligamentar). Crônica: 16-25% dos casos não são diagnosticados inicialmente. Lesões vistas em 3-6 meses são potencialmente tratáveis por redução aberta e reparo ligamentar (incisão palmar e dorsal). Carpectomia proximal. Artrodese do punho. * * LUXAÇÃO PERILUNAR Tratamento: Lesões de Arco Maior: Síndrome escafocapitato: luxação transescafoperilunar com fratura deslocada do colo do capitato, onde o fragmento do capitato roda 180°. Redução aberta e fixação interna. * * INSTABILIDADE RADIOCÁRPICA Na articulação radiocárpica, fraturas ou fraturas-luxações são mais comuns do que lesões ligamentares puras. Diagnóstico: História de dor, deformidade, edema, hipersensibilidade (esses 2 últimos são mais comuns dorsalmente), que se agravam na mobilização do punho. Pode ser visível nos rx padrões, mas pode requerer os rx dinâmicos provocativos que demonstram instabilidade radiocárpica dinâmica. * * INSTABILIDADE RADIOCÁRPICA Translação ulnar: é a mais frequente. Pode ser aguda, gradual, ou sequela tardia de luxação perissemilunar. O carpo e a mão são direcionados para ulnar: o semilunar pode estar posicionado logo distal à ulnar e ter um grande espaço entre o estilóide radial e o escafóide. Translação ulnar pode ser vista na artrite reumatóide e doença de Madelung. * * INSTABILIDADE RADIOCÁRPICA Tratamento: Luxações agudas devem ser reduzidas. Cirurgia aberta deve ser considerada na maioria das luxações carpais: Quadro agudo: reparar os ligamentos e manter os ossos na posição com fios k por 6-8 semanas. Quadro crônico: Pós-fratura do rádio distal: osteotomias corretivas + enxerto ósseo. Lesão ligamentar: artrodeses radiocárpicas. * * INSTABILIDADE MEDIOCÁRPICA Perda do alinhamento normal entre os ossos da fileira proximal e distal do carpo. Articulação mediocárpica: combinação de 3 Radialmente: entre o escafóide e a concavidade do trapézio, trapezóide e capitato. No centro: entre o escafóide e o semilunar. Ulnarmente: entre o piramidal e o hamato, de forma helicóide, está em contato total quando o punho está em desvio ulnar. * * INSTABILIDADE MEDIOCÁRPICA Tipos: I (instabilidade palmar): lesão aos ligamentos palmares mediocárpicos (escafotrapeziotrapezóide e/ou hamatopiramidal + capitopiramidal), direção palmar. II (instabilidade dorsal): tipo I + lesão no radioescafocapitato, direção dorsal. III (hiperlaxidão): hiperlaxidão mediocárpica e radiocárpica, com subluxação. IV (instabilidade extrínseca): consolidação viciosa do rádio com angulação dorsal (ou menos comumente volar) com deformidade adaptativa do carpo (alongamento progressivo dos ligamentos radiocapitatos), direção dorsal (raramente volar). * * INSTABILIDADE MEDIOCÁRPICA Diagnóstico: Muitos não referem trauma significativo. Pode estar associada com hiperlaxidão ligamentar congênita. Teste de stress: dor e “clunck” característico com compressão axial no punho levemente flextido e pronado, e após desvio ulnar. Deve-se testar nos 2 lados: 50% dos pacientes possuem o achado não doloroso no lado contralateral. Os rx podem ser normais pois é uma condição dinâmica. * * INSTABILIDADE MEDIOCÁRPICA Tratamento: Conservador: inicial para a maioria dos pacientes. Cirúrgico: na falha do conservador. Quando se detecta com precisão lesão em determinado ligamento, o mesmo deve ser reparado ou reconstruído, mantendo com fixação provisória. Por tipo: I: se tiver VISI, artrodese dos 4 cantos (semilunar, capitato, piramidal, hamato) é a escolha II: O sulco entre os ligamentos radioescafocapitato e os radiolunares longos é fechado com suturas fortes que limitam a excursão da fileira proximal. Se falha ou recorrência: artrodese intercarpal. III: carpectomia proximal, artrodese radiocárpica. IV: osteotomia com cunha de abertura e enxertia óssea no rádio. * * INSTABILIDADES AXIAIS Lesões que afetam a estrutura longitudinal de suporte do carpo ou do punho, ao invés do alinhamento transversal das fileiras do carpo. Causada por traumas de alta energia. Mais comum: separação das colunas radial e ulnar com seus raios metacarpais do carpo central (axial radial, axial ulnar ou a combinação das 2). Lesão neurovascular é frequente nos ramos digitais. * * INSTABILIDADES AXIAIS Diagnóstico: rx nas incidências usuais. Rx de stress, TC ou RNM deve ser feita no pré-operatório. Tratamento: Intervenção cirúrgica em geral de urgência, para medidas salvadoras neurovasculares e esqueléticas. Pode ser usada tração, fios K provisórios, parafusos. ADM assim que possível para evitar adesões e rigidez articular. A, Palmar superficial ligaments: radioscaphoid (1); radioscaphoid-capitate (2); long radiolunate (3); ulnar capitate (4); scaphoid capitate (5); pisohamate (6); and flexor retinaculum or transverse carpal ligament (7). B, Palmar deep ligaments: short radiolunate (8); ulnar lunate (9); ulnartriquetrum (10); palmar scapholunate (11); palmar lunate triquetrum (12); triquetral-hamate-capitate, also known as the ulnar limb of the arcuate ligament (13); dorsolateral STT (14); and palmar transverse interosseous ligaments of the distal row (15). C, Dorsal ligaments: radial triquetrum, also referred to as dorsal radiocarpal (16); triquetrum-scaphoid-trapeziotrapezoid, also known as the dorsal intercarpal ligament (17); dorsal scapholunate (18); dorsal lunate triquetrum (19); and dorsal transverse interosseous ligaments of the distal row (20). Asterisk, triangular fibrocartilage. * A, Palmar superficial ligaments: radioscaphoid (1); radioscaphoid-capitate (2); long radiolunate (3); ulnar capitate (4); scaphoid capitate (5); pisohamate (6); and flexor retinaculum or transverse carpal ligament (7). B, Palmar deep ligaments: short radiolunate (8); ulnar lunate (9); ulnartriquetrum (10); palmar scapholunate (11); palmar lunate triquetrum (12); triquetral-hamate-capitate, also known as the ulnar limb of the arcuate ligament (13); dorsolateral STT (14); and palmar transverse interosseous ligaments of the distal row (15). C, Dorsal ligaments: radial triquetrum, also referred to as dorsal radiocarpal (16); triquetrum-scaphoid-trapeziotrapezoid, also known as the dorsal intercarpal ligament (17); dorsal scapholunate (18); dorsal lunate triquetrum (19); and dorsal transverse interosseous ligaments of the distal row (20). Asterisk, triangular fibrocartilage. * * * A and B, The lunate triquetrum angle may be difficult to measure in a lateral radiograph, but the angle has been shown by Reagan to be decreased in a patient with lunate triquetrum static VISI. *