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1 
 
1ª Prova de Cirurgia I 
Introdução à Cirurgia 
Ambiente cirúrgico 
- É a unidade hospitalar onde se realizam as intervenções 
cirúrgicas. Área onde estão concentrados recursos representados 
por equipamentos e materiais que possam ser utilizados com 
eficiência e segurança pela equipe cirúrgica, bem como pelo 
pessoal responsável pelos serviços auxiliares, em benefícios do 
paciente que está sendo operado. 
- Sala Cirúrgica: é um dos componentes do ambiente cirúrgico e 
onde efetivamente se consuma o ato operatório. 
- Centro de material é a unidade hospitalar incumbida do preparo, 
esterilização e distribuição de todo o material, bem como dos 
aparelhos destinados a tratamentos nas salas cirúrgicas, nas 
unidades de internação, nos ambulatórios, no pronto-socorro, e 
demais serviços paramédicos. 
- Dimensionamento: critérios prévios e fixos devem ser adotados 
para estabelecer a dimensão do ambiente cirúrgico; 
- Localização: próximo às unidades que recebam casos cirúrgicos, 
devem apresentar luminosidade sem insolação direta, seja pela 
orientação adequada, seja pela proteção por meios artificias; 
- 5% da área total do hospital 
 - 3m²/leito hospitalar 
 - 5% do total de leitos = número de salas de cirúrgica 
- Componentes do ambiente cirúrgico (3 áreas distintas): 
- Zona de proteção: representada pelos vestiários; 
- Zona asséptica ou estéril: salas de operação e salas de 
subesterilização. 
- Zona limpa: composta por todos os demais componentes do 
agrupamento cirúrgico; 
- Componentes do ambiente cirúrgico: 
- Vestiários: deverá estar à disposição uniforme próprio do ambiente 
cirúrgico, de cor diferente dos usados nas demais áreas do hospital. 
- Sala de Recepção dos Pacientes: aquela na qual os pacientes que 
serão operados são recebidos e permanecem na mesma até o 
momento em que serão conduzidos para sala de operação. Deve 
permitir a avaliação pré-operatória. 
- Corredores: constituem um local de grande disseminação de 
infecção. Pode haver dois tipos: “Limpo”, onde o material limpo 
chega e o “Periférico ou contaminado”, onde o material 
contaminado sai. Tem que possuir um mínimo de 2,5 / 4 metros de 
largura. 
- Lavabos: são pias onde os integrantes da equipe cirúrgica 
escovam as mãos e antebraços antes de entrar na sala de 
operação. Devem situar-se fora da sala de operação e anexos à 
mesma. Deve possuir uma torneira de acionamento adequado: 
automático, ¼ de volta, pedal. 
- Sala de Operação: é um dos componentes da chamada zona 
“estéril” ou “asséptica”. Deve ser capaz de adaptar-se às novas 
tecnologias como microcirurgias – vídeocirurgias – laser – robótica. 
É um espaço para ampla manipulação dos instrumentos, sem 
contaminação. Deve possuir 35m² a 45m². 
- Sala de equipamentos: é um dos integrantes da “zona limpa”, e é 
o local onde todos os aparelhos ficam guardados quando estiverem 
limpos, testados e estéreis, ou seja, prontos para serem utilizados. 
- Depósito de material: área componente da “zona limpa”, na qual 
fica armazenado todo o material esterilizado proveniente do centro 
de materiais esterilizados. Área de grande rotatividade devido a 
grande utilização. 
- Sala de Recuperação Pós-Anestésica (SRPA): a maioria dos 
pacientes operados recupera a consciência e os reflexos ainda na 
própria sala de operação. 
- Salas de conforto: salas destinadas para o conforto ou descanso 
para as equipes que atuam no interior do mesmo. 
- Anexos: 
- refeitório: exclui o preparo de alimentos. 
- serviço de radiologia (intensificador, RX, US) 
- serviço de anatomia patológica 
- Central de material esterilizado – CME: 
- Atualmente é fora do ambiente cirúrgico. 
- Aspectos a serem focalizados referente ao ambiente cirúrgico: 
- Iluminação: é o problema mais difícil e provavelmente o mais 
importante do sistema de iluminação de um hospital. Utilização da 
luz artificial. O campo operatório é iluminado através de um foco 
multidirecional a fim de eliminar a presença de sombras. 
- Ventilação: importância no fornecimento de ar em condições 
adequadas, remoção do acúmulo de gases anestésicos, controle de 
temperatura e umidade do ambiente, e principalmente a prevenção 
da contaminação aérea da ferida operatória. Deve abranger três 
aspectos fundamentais: 1) prover o ambiente de aeração com 
condições adequadas; 2) remover as partículas potencialmente 
contaminantes liberadas no interior das salas de operações; 3) 
impedir a entrada no ambiente cirúrgico de partículas 
potencialmente concomitantes, oriundas de áreas adjacentes ao 
centro cirúrgico. O fluxo da ventilação é laminar, de cima para baixo 
– esse fluxo joga as micropartículas para o chão, evitando a 
contaminação aérea. 
2 
 
- Eletricidade: é fundamental para o bom funcionamento de um 
ambiente cirúrgico. Esse deve dispor de uma fonte geradora 
própria, permanente e independente de energia elétrica. 
- Piso: material resistente, não poroso, de fácil visualização de 
sujeiras, de fácil limpeza, livre de ralos e frestas, pouco sonoro e 
fundamentalmente bom condutor de eletricidade estática para evitar 
faíscas. 
- Paredes: devem ser de superfície lisa, uniforme, com cantos 
arredondados para facilitar limpeza e evitar o acúmulo de poeira. 
- Forros: deve ser de material não poroso para impedir a retenção 
de bactérias. Deve ser de fácil limpeza e dotado de pequena 
condutibilidade. 
- Janelas: vidro duplo e dotadas de um eixo, em torno do qual 
possam “bascular” e permitir a limpeza de ambas as faces 
vitrificadas. Entre os dois vidros deverão existir vácuo, para reter os 
raios infravermelhos e permitir uma melhor ação bactericida de 
eventuais raios solares. Deverão ser dotadas de telas, para impedir 
a entrada de insetos. 
- Portas: deverão ser todas de correr, dotadas de visores de vidro 
para facilitar a visão entre os dois ambientes e diminuir o número 
de aberturas desnecessárias das portas. 
Técnica asséptica 
- Todo ato cirúrgico é uma agressão ao organismo, de intensidade 
variável, de acordo com a extensão e a gravidade da intervenção. 
Entretanto, pode-se, de início, inferir que os perigos variam 
extraordinariamente na dependência de uma série numerosa de 
circunstâncias. Entre elas, é possível citar a complexidade do 
procedimento, as lesões do operando, o preparo técnico, a 
responsabilidade e experiência do médico, o próprio ambiente ou 
meio cirúrgico com suas facilidades e deficiências de instalações e 
de equipamentos hospitalares. De todas as variáveis, a mais 
constante e, atualmente, a mais temida, é a infecção. Por isso é 
necessário a técnica asséptica. 
- A contaminação pode ser extrínseca, ou seja, de fontes externas 
de contaminação (25%) ou intrínsecas (75%). 
- A via direta de contaminação é a disseminação de microrganismos 
do portador de processos patológicos ativos, por contato direto, 
para o receptor. A transmissão se dá a partir da face, da pele, das 
vias aéreas, intestinais, genitais, ou por qualquer outra lesão em 
atividade, como um furúnculo ou uma ferida contaminada. 
- A via indireta de contaminação implica trajeto tríplice: parte do 
portador ou da lesão ativa e, por meio de um terceiro elemento, 
transmite-se ao receptor. O veículo pode ser ar, poeira, roupas, 
utensílios, insetos. 
- Termos: 
- Assepsia: processo pelo qual se afasta e se mantém afastados os 
microrganismos de determinado objeto, ambiente ou campo 
operatório. Trata-se do conjunto de medidas que evitam a chegada 
dos germes a locais que não os contenham. 
- Antissepsia: processo de destruição de microrganismos em 
determinado objeto, ambiente ao campo operatório, utilizando-seantissépticos. Sinônimo de desinfecção. 
- Esterilização: procedimento utilizado para a destruição de todas 
as formas de vida microbiana, isto é, bactérias, fungos, vírus e 
esporos do arsenal médico-cirúrgico. Pode ser obtida por diferentes 
processos, como físico, o físico-químico ou o químico. 
- Antisséptico: agente químico que mata os microrganismos 
patogênicos ou inibe o seu crescimento, quando em contato com 
eles, que pode ser empregado seguramente na pele e nas 
mucosas. 
- Antissepsia: 
- Preparo do paciente: 
- O preparo do doente deve ser iniciado na véspera da cirurgia: 
banho geral, com lavagem da cabeça, das axilas e dos genitais, 
já que são, além do trato respiratório, os maiores fatores de 
contaminação. 
- A tricotomia, ou seja, a raspagem dos pêlos, deve ser sempre 
feita no dia da intervenção e, segundo alguns autores, no 
próprio centro cirúrgico. 
- Roupas trocadas da enfermaria para o bloco cirúrgico, com 
utilização de gorros e propés. 
- Preparo da equipe cirúrgica 
 - Roupas de circulação restrita 
 - Gorros cobrindo todo o cabelo 
 - Máscara dupla gaze de algodão 
 - Óculos 
 - Propé 
- Na pele normal, reconhecem-se dois tipos de flora: a residente; e 
a transitória. 
- A flora residente é composta, principalmente, por Sthafhylococcus 
epidermidis coagulase negativos e por difteróides anaérobicos, 
habitantes constantes da superficie da pele, dos foliculos pilosos e 
dos ductos das glândulas sebáceas. Estes microrganismos podem 
diminuir com a escovação das mãos, mas não são erradicados. Em 
geral, não provocam infecções cirúrgicas. 
- A flora transitória consiste em bactérias que colonizam 
temporariamente a superfície da pele, sendo, portanto, variável. 
Quando o indivíduo frequenta o ambiente hospitalar, passa a 
apresentar flora transitória constituída de germes patogênicos e, 
muitas vezes, resistentes a antibióticos, principalmente cepas 
patogênicas de estafilococos e êntero-bactérias gram negativas 
(Klebsiellla, Proteus, Pseudomonas). 
- Anti-sépticos: 
3 
 
- Sabão: barato, porém de atuação mecânica, não é bactericida e 
nem apresenta efeito residual “luva química”. 
- Iodóforos: complexos orgânicos de iodo com detergente sintético 
(iodopovidona). Os iodóforos são ativos contra gram positivos e 
negativos, mas não agem contra esporos. Apresentam ação 
residual que se prolonga ao redor de quatro horas. 
- 1 – 2% de iodo – iodeto de potássio (em álcool 70%) 
 - iodo PVP 
 - diminui reações alérgicas; 
 - potente e rápido, ampla ação. 
- Hidrocloreto de clorexidina: composto orgânico com boa atividade 
bactericida. Não é alergênico e não mancha a pele ou a roupa. 
Exerce boa ação residual. 
- Álcool etílico ou isopropílico a 70%: agentes bactericidas, embora 
não matem esporos. Secam rapidamente, removendo a umidade da 
pele e facilitando a colocação de luvas. O principal inconveniente é 
o fato de não terem ação residual. 
- Esterilização: 
- Limpeza prévia: manual ou US. 
- Estilização pelo calor: 
 - Seco (estufa) – fornos infravermelhos 
 - Úmido 
 - Fervura: não recomendável 
- Vapor sob pressão: autoclaves – uso mais difundido (mais 
rápido / necessário uma menor temperatura) 
 - Óxido de etileno: muito eficiente, materiais plásticos 
- Escovação das mãos 
- Paramentação: 
- Paramentar: vestir, ornar com os paramentos; vestes para 
finalidade específica; 
 
 
Material cirúrgico, montagem de mesa, preparo do 
campo operatório 
- O instrumental cirúrgico pode ser classificado segundo suas 
funções e os atos fundamentais da cirurgia em diérese, hemostasia, 
síntese, preensão, auxiliares e especiais. 
- Diérese - usado para cortar: 
- Basicamente, consideram-se instrumentos de diérese o bisturi de 
lâmina, o bisturi elétrico (na sua função corte), os vários tipos de 
tesouras, as serras, as cisalhas e as agulhas de punção. 
- Cabos de bisturi: 
- Diversos tamanhos e formas e são definidos por números (3, 
4), mas não seguem uma ordem específica de numeração. 
- Mudam o tamanho da empunhadura e o tamanho da área de 
inserção da lâmina do bisturi. 
 
- Lâminas 
- Vários tamanhos 
- Elas têm uma função em cada procedimento 
 
- Empunhadura: 
- Existe uma maneira correta de se empunhar um bisturi – ou 
igual uma caneta (em incisões pequenas) ou igual um cabo de 
violino (para incisões longas, que podem ser retilíneas ou 
suavemente curvas). 
- O corte sempre se dá da esquerda para direita. 
- Tesouras: 
- Há uma grande variedade de tesouras, cada uma se prestando 
a determinado fim. São tradicionalmente classificadas quanto à 
forma das lâminas, podendo ser retas, curvas ou anguladas. A 
tesoura reta classicamente não se presta a diérese, mas sim a 
síntese, sendo utilizada para cortar fios. 
- As tesouras curvas são instrumentos de diérese amplamente 
usados, principalmente nas dissecções. Em razão da ação 
contundente, ao lado da obviamente cortante, são mais 
traumáticas que o bisturi, motivo pelo qual devem ser evitadas 
em tecidos delicados. São amplamente utilizadas para a 
divulsão, ao penetrarem com as lâminas fechadas em algumas 
estruturas anatômicas, como o músculo, por exemplo, 
seguindo-se a abertura das mesmas, o que permite o 
afastamento tecidual. 
4 
 
 
Tesoura angulada 
 
- OBS: Nunca se pratica incisão primária na pele com tesoura. 
- Bisturi elétrico: 
- É uma caneta com acionamento manual ou em pedal com 
função de corte e coagulação. 
- O que determina essa diferença é o tipo de corrente elétrica 
empregada. 
- O paciente precisa ter uma placa posicionada em seu corpo 
para fechar o circuito elétrico. 
- O grande inconveniente do bisturi elétrico é o calor radiante, 
resultante da energia elétrica degradada, que, irradiando-se 
para estruturas vizinhas, pode provocar queimaduras. 
- Hemostasia: 
- Os instrumentos pais comumente utilizados em hemostasia são 
as pinças hemostáticas curvas e retas, a pinça Mixter, as pinças 
intestinais e o eletrocautério. 
- Pinças hemostáticas curvas: seu formato facilita o pinçamento e a 
ligadura de vasos com menor risco de lesão de tecidos adjacentes. 
- Pinças hemostáticas retas: além do uso para hemostasia, são 
utilizadas para pinçamento de fios cirúrgicos, seja para mantê-los 
separados ou para tracioná-los. 
- Pinças hemostáticas de Kelly e Crile: todas apresentam 
ranhuras nas prensas, com finalidade de não permitir o 
deslizamento das estruturas. 
- Crile – serve para preensão de vasos médios mais profundos. 
Possui ranhuras horizontais em toda a extensão da lâmina de 
preensão. 
 
- Kelly – Serve pra preensão de vasos superficiais médios e 
delicados (curvo) e para o reparo de fios (reto). Possui ranhuras 
horizontais até o meio da lâmina de preensão. 
 
- Pinça de halsted (mosquito): 
- Também denominada de 
pinça mosquito pelo seu 
tamanho e delicadeza. 
- Dieffenbach ou buldogue: 
- Hemostasia de grandes 
vasos. 
- A hemostasia é feita por 
pressão, o que confere sutileza 
ao ato. 
- Passagem do fio na hemostasia – Pinça Mixter (ângulo reto ou 
passa fio): 
- Função de reparo a ligadura 
de vasos de acesso difícil, 
como nas cavidades e passar 
fios para ligadura em torno 
dos mesmos. 
- Ponta em ângulo reto. 
- Pinças intestinais: também chamadas de clamps intestinais, em 
geral tem as pontas longas, achatadas, com ranhuras nas faces 
internas. 
- As ranhuras podem ser longitudinais (sendo este modelo 
pouco traumático) ou transversais. 
Tesoura Iris Reta Tesoura metzembaum 
Tesoura Mayo 
Tesoura Potts 
5 
 
- É utilizado na interrupçãodo trânsito intestinal, o que o 
classifica como instrumental de coproestase. Além disso, tem a 
capacidade de fazer uma leve hemostasia no meso. 
 
Face interna do braço do clamp 
 
- Síntese: 
- A síntese geralmente é o tempo final da cirurgia e consiste na 
aproximação dos tecidos seccionados ou ressecados no decorrer 
da cirurgia, com o intuito de favorecer a cicatrização dos tecidos de 
maneira estética, além de evitar as herniações de vísceras e 
minimizar as infecções pós-operatórias. 
- Na síntese, usam-se porta-agulhas, agulhas diversas, fios, 
grampos metálicos e grampeadores mecânicos. 
- Porta agulhas 
- Porta agulhas mais comum: Hegar. É estruturalmente 
semelhante às tesouras e pinças hemostáticas, apresentando 
argolas, para a empunhadura, e cremalheira, para o 
fechamento auto-estático. É mais utilizado para síntese em 
cavidades, sendo empunhado da mesma forma que os 
instrumentais argolados ou de forma empalmada. 
- Porta agulhas de Mathieu: possui hastes curvas, semelhante 
a um alicate, com cremalheira (catraca) pequena. É utilizado em 
suturas de tecidos superficiais, especialmente na pele em 
cirurgias plásticas ou ainda em cirurgias odontológicas. Esse 
modelo de porta-agulha é empunhado sempre de forma 
espalmada. 
 
 
- Preensão: 
- Participam tanto da diérese quanto da hemostasia e da síntese. 
- Pinça de Backaus: 
- Usado para prender os campos cirúrgicos e outros 
instrumentos, para que não o invadam, inadverdidamente. 
 
 
- Pinça dente de rato: 
- Preensão de tecidos 
resistentes (pele, aponeurose, 
fáscias). 
- Possuem um dente de rato na 
ponta. 
- Pinça anatômica: 
- Preensão de tecidos delicados. 
- Suas bordas são achatadas e 
arredondadas. 
- Pinça de Allis: 
- Preensão de estruturas ocas. 
- Possui a ponta larga e o 
serrilhado atraumático (é mais 
delicada, portanto consegue 
prender estruturas sem lesar o 
tecido). 
- Muito utilizada durante todos os 
tempos cirúrgicos. 
- Pinça de Collin: 
- Cabeça ovalada 
- Serve para preensão de 
tecidos ou vísceras, tendo 
superfície ampla de contato 
com ranhuras. Preensão com 
tração sem lesar o tecido. 
- Pinça de Duval 
- Apresenta extremidade distal 
semelhante ao formato de um triângulo, 
com ranhuras longitudinais ao longo da 
face interna de sua ponta. Por 
apresentar ampla superfície de contato, 
é utilizada em diversas estruturas, a 
exemplo das alças intestinais. 
- Confere uma certa sutileza na 
preensão de estruturas. 
6 
 
- Geralmente utilizadas para preensão de vísceras. 
- Pinça babcock: 
- É atraumática. Mesma 
função das anteriores. 
 
 
- Pinça de Kocher: 
- Preensão de tecidos resistentes. 
- Tem a característica da ponta com dente-de-
rato e ranhuras horizontais em toda a extensão 
da lamina de preensão. 
- Pinça de Pozzi: 
- Também chamada de pinça 
uterina, pois é utilizada, 
usualmente, para segurar o colo 
ou o corpo uterino. 
 
- Outras pinças: 
- Pinça de antissepsia de 
Cheron: 
- Permite que o cirurgião 
aproxime a mão sem 
aproximar o corpo do campo 
cirúrgico. 
 
- Pinça de Pean: é mais curta que a pinça de 
Cheron. Utilizada em pequenas cirurgias. 
- Auxiliares – afastadores: 
- Tem a função de separar tecidos, habitualmente sem neles criar 
soluções de continuidade, facilitando a exposição cirúrgica. 
 
- Farabeuf: 
- Apresenta-se em formato de 
“C” característico, sendo 
utilizado no afastamento de 
pele, tecido celular 
subcutâneo e músculos 
superficiais. 
- Langenbeck: 
- Mesmo uso do anterior, 
tendo cabo para 
empunhadura e mais longo, 
podendo atingir planos mais 
profundos. 
- Afastador de Doyen: 
- Por se apresentar em ângulo reto e ter ampla 
superfície de contato, é utilizado primordialmente em 
cirurgias abdominais. 
- Volkmann: 
- Possui garras na parte curva, dando mais aderência aos 
tecidos. Usado somente em planos musculares. 
 
- Sunn Muller: 
- Como se fosse a união do Langenbeck com o 
Volkmann. 
 
- Gosset: 
- Utilizado para separar os retos 
abdominais. Deve ser manipulado em 
sua extremidade proximal, para que se 
movimente, uma vez que a distal, que 
entra em contato com as estruturas a 
serem afastadas não cede a pressões 
laterais. 
- Balfour: 
- Uma adaptação do afastador de 
Gosset, acoplando-se ao mesmo uma 
Válvula Suprapúbica, que, quando 
utilizada isoladamente, consiste em um 
afastador dinâmico. 
 
 
- Afastador de Finochietto 
- Utilizado em cirurgias torácicas, 
possuindo uma manivela para 
possibilitar o afastamento da forte 
musculatura intercostal. 
7 
 
- Afastador de Deaver: 
- Por apresentar sua extremidade distal 
em formato de semilua, análoga ao 
desenho de contorno dos pulmões, é 
amplamente utilizado em cirurgias 
torácicas, podendo também ser 
utilizado em cirurgias abdominais. 
- Válvula supra-púbica: 
- Afasta gordura pré-peritonial supra púbica e 
bexiga. 
- Muito utilizada em cesarianas. 
- Instrumentos especiais: 
- São aqueles que possuem indicação precisa e muito restrita 
quanto ao seu uso. 
- Afastadores vaginal, espéculo anal, afastador craniano, 
fibroscópio, bisturi de argônio e raios laser. 
- Videolaparoscopia – é utilizada outra mesa cirúrgica, com outros 
materiais. 
Distribuição dos instrumentos na mesa 
- Montagem da mesa cirúrgica: 
- Deve ser feita de forma padronizada, de acordo com a ordem de 
utilização dos instrumentais no ato operatório, a fim de facilitar o 
acesso aos mesmos. Durante a arrumação da mesa, é necessário 
imaginá-la dividida em 6 setores, correspondentes aos 6 tempos 
operatórios: 
1. Diérese: colocam-se os instrumentos de diérese, com os 
mais delicados à esquerda e menos à direita – 2 bisturis, 1 
tesoura curva (Metzembaum), 2 tesouras curvas comuns e 1 
tesoura reta. 
2. Preensão: pinças de preensão que serão utilizadas com 
maior frequência no ato cirúrgico – 3 pinças anatômicas de 
tamanhos diversos e 3 pinças dentes-de-rato, também de 
tamanhos diversos. 
3. Hemostasia: ficam montados, sobre uma compressa 
enrolada, os instrumentos de hemostasia, seguidos dos 
instrumentos de preensão menos utilizados, - pinças 
hemostáticas (das curvas para as retas, das menores para as 
maiores), pinças mixter de tamanhos diferentes, pinças Allis, 
pinças Duval, etc. 
4. Auxiliares: São colocadas as compressas, dobradas ao meio, 
e gaze. 
5. Síntese: porta agulhas, agulhas, fios cirúrgicos, além dos 
afastadores de Farabeuf. 
6. Especial: por estar mais longe do instrumentador, funciona 
como se fosse um almoxarifado, ficando nelas os instrumentos 
que talvez nem sejam usados durante o procedimento cirúrgico 
– seringas, cateteres e os afastadores, tipo valva de Doyen, 
afastador de Gosset, afastador de Finochietto, na dependência 
da cirurgia a ser realizada. 
4 5 6 
1 2 3 
 
OBS. O bisturi elétrico, assim que é ligado, fica sobre o campo 
cirúrgico. 
OBS. As pontas dos instrumentos são sempre voltadas para o 
instrumentador para facilitar a passagem para o cirurgião. 
OBS. Na área 4 também são colocadas as cubas.
Operações Fundamentais: Diérese, Hemostasia e 
Síntese 
- Diérese: procedimento cirúrgico que consiste na interrupção da 
continuidade dos tecidos. 
8 
 
- Hemostasia: é o conjunto de manobras que visam prevenir e/ou 
estancar a hemorragia. 
- Síntese: é a união cirúrgica dos tecidos. 
Diérese 
- A diérese pode ser feita por incisão, secção, divulsão, punção, 
dilatação e serração. 
- Incisão: é a diérese feita com o empregode instrumentos de corte, 
como o bisturi comum. O bisturi elétrico e os raios laser, por 
intermédio da coagulação dos tecidos, podem também ser usados. 
Um exemplo típico de uma diérese por incisão é a ferida cirúrgica 
realizada na pele com bisturi. Na pele integra, a primeira incisão 
deve ser feita com o bisturi frio, nunca com o elétrico. 
- Secção: é o ato de cortar ou separar, principalmente com tesoura 
curva, mas também podem ser usados o bisturi elétrico, o laser, etc. 
Exemplo: secção do nervo vago. 
- Divulsão: consiste no afastamento dos tecidos por planos 
anatômicos. Separa os tecidos através da sua origem embrionária 
(sem instrumentos de corte, só instrumento de separação). Ex: 
dissecção entre o músculo reto abdominal e a aponeurose. Esses 
espaços virtuais, quando separados, dão uma “espuminha”. Utiliza 
materiais de preensão e hemostasia com objetivo de diérese. 
- Punção: utilizam instrumentos perfurantes ou pérfuro-
contundentes, com as mais diversas finalidades. 
- Dilatação: processo pelo qual se obtém o aumento do diâmetro de 
canais e orifícios naturais, e também de trajetos fistulosos. Ex: 
Stent, dilatação uretral com instrumento específico para dilatação 
de estenose de próstata (Benique), dilatação de ostomia (vela de 
Hegar). 
- Serração: diérese feita com o emprego de serras. Ex. Serra de 
Gigli (movida a força humana – serração de ossos). 
- Princípios fundamentais da diérese: 
- O movimento deve ser único para secção de todo o plano 
anátomo-cirúrgico. 
Ex. Diérese do abdome: Pele  Subcutâneo  Aponeurose 
anterior do reto abdominal  Músculo reto abdominal  
Aponeurose posterior do músculo abdominal. 
- Não biselar a incisão ou afunilar a incisão (a incisão deve ser feita 
como uma base de pirâmide, e não como um funil). Incisão biselada 
é aquela inclinada em relação ao plano da estrutura que está sendo 
incisada. A incisão afunilada é aquela em que os planos superficiais 
são seccionados em maior extensão que os planos profundos. Isso 
não constitui boa técnica porque essas incisões de dimensões 
excessivas na superfície aumentarão a área de cicatrização e o 
trabalho de fechamento. 
- Secção dos planos subjacentes em maior extensão que os 
superficiais. 
OBS. O bisturi sempre entra de forma perpendicular, continua em 
posição oblíqua, tangenciando o plano subjacente, e termina 
perpendicular, para que a borda da ferida fique no mesmo tamanho 
inicial e final. 
 
Hemostasia 
- Principais materiais: compressas, gazes, o próprio dedo; pinças 
diversas; eletrocautério; substâncias esclerosantes; clipes 
metálicos; fios cirúrgicos; cera para osso; êmbolos. 
- Classificação: quanto a oportunidade e quanto ao método. 
- Quanto a oportunidade: 
 - Preventiva ou curativa. 
- Preventiva: antes de ocorrer o sangramento, podendo ser 
temporária ou definitiva. 
- Curativa: após o sangramento, sempre definitiva. 
- Quanto ao método: 
 - A hemostasia pode ser feita por meio de 7 técnicas básicas: 
- Compressão: consiste na compressão do local de 
hemorragia até que a coagulação se complete. 
- Pinçamento: se empregam pinças hemostáticas e consiste 
no pinçamento das extremidades do vaso seccionado. 
- Eletrocoagulação: feita por meio do bisturi elétrico. 
- Esclerose: se injetam, na luz vascular, substâncias lesivas 
ao endotélio, provocando trombose do vaso. 
- Clipagem: os clipes abraçam os vasos e, em seguida, os 
esmagam pela pressão exercida pelo porta-clipes. É, na 
maioria das vezes, exercida preventivamente. 
- Cerificação: empregada para a hemostasia de ossos. A 
cera é comprimida sobre o osso, ocluindo o ponto de 
sangramento. 
- Embolização: injeção intravascular de solução de 
microêmbolos que irão ocluir os vasos distais à injeção. Ex. 
embolização do AVC hemorrágico. 
- Princípios fundamentais dos diferentes tipos de hemostasia: 
- Compressão: 
9 
 
- O método deve ser empregado de forma definitiva apenas 
para pequenos vasos da superfície da pele. Duração para 
pequenos vasos: 5 min. 
- Nunca deve ser empregado em locais de difícil retorno 
cirúrgico, como cavidades. 
- Pode ser empregado como técnica transitória em situações de 
emergência. 
- É admissível nas chamadas hemorragias em lençol, situação 
em que não se consegue visualizar os inúmeros pontos de 
sangramento em áreas de deslocamento tecidual. 
 - Pinçamento: 
 - Pinçar quantidades mínimas do tecido, não fazê-lo as cegas. 
 - Em alguns casos, transfixar o tecido junto à ponta da pinça. 
 - Cuidado para evitar iatrogenia: lesão iatrogênica do ureter. 
- Eletrocoagulação 
- Empregar voltagens mais baixas para não queimar o tecido 
subjacente. 
- Usar somente para vasos de pequeno calibre. 
- Não empregar o método em tecidos ou estruturas delicadas 
(tecido nervoso, as mucosas e as paredes vasculares). 
- Prudência ao usá-lo em cavidades. 
Síntese 
- Classificação: 
- Pode ser feita por pelo menos 5 métodos, na dependência do 
tecido em questão: 
- Aproximação das bordas com ataduras e fitas adesivas: 
utilizadas para manter unidas as bordas de pequenas feridas 
traumáticas ou cirúrgicas, de bordas regulares. 
 - Suturas 
 - Colas biológicas 
- Aparelhos gessados 
- Hastes, placas e parafusos 
- Seis princípios fundamentais a serem respeitados durante a 
síntese: 
- Usar material adequado para o tecido ou órgão 
- Usar menor quantidade possível de corpo estranho, desde que 
respeitada a segurança do procedimento. 
- Não permitir que as bordas da ferida fiquem sob tensão. 
- Não suturar em plano único espessura maior que 1 cm. Ex. 
Paciente obeso com grande tecido subcutâneo, sutura somente da 
pele e a aponeurose. Nesse caso, você deixa um espaço vazio no 
espaço subcutâneo. 
- Não deixar espaço vazio (morto) 
- Não apertar excessivamente os nós ou torcê-los (Corre o risco de 
cruzar). 
Tipos de incisões e de feridas/Suturas, fios, nós 
cirúrgicos 
- Incisões: 
- Objetivo – cicatriz imperceptível 
- Fatores que interferem – técnica cirúrgica, idade do paciente, tipo 
de pele, região do corpo. 
- Técnica cirúrgica 
- Assepsia e anti-sepsia 
- Manuseio delicado dos tecidos (incisão perpendicular) 
- Desbridamento de tecidos desvitalizados (porque os tecidos 
necróticos não tem uma boa circulação, e por isso os fatores 
cicatrizantes não chegarão ao local). 
- Adequada hemostasia 
- Sutura sem demasiada tensão (deslocamento das bordas), 
evitando espaço morto (porque é propício a criação do seroma – 
acúmulo de líquido linfático no espaço interplano – subcutâneo). 
- Maior atividade inflamatória local – maior deposição de colágeno 
- Idade do paciente: 
- 1-3m – cicatrizes finas 
- Crianças maiores – maior elasticidade, cicatrizes hipertróficas e 
eritematosas. 
- Idosos – atrofia do TCSC, pele menos elástica e mais relaxada, 
cicatrizes mais frágeis e estéticas. 
- Escolha do sítio de incisão: 
- Sítios desfavoráveis – ponta do nariz, região frontal, bochechas, 
ombros, dorso e região pré esternal (não possuem muito tecido 
subcutâneo). Também são desfavoráveis aquelas incisões 
contrárias às linhas de tensão da pele. 
- Sítios favoráveis – pálpebras, regiões palmar e plantar, mucosas. 
Para minimizar a cicatriz, as incisões devem ser paralelas às linhas 
de tensão da pele. 
10 
 
 
- Conforme as fibras musculares se contraem, elas 
reaproximam as margens da ferida, se forem perpendiculares 
ao músculo subjacente. Se, entre, a cicatriz for paralela ao 
músculo subjacente, então a contração desse músculo tenderá 
a causar abertura das margens da ferida e ocasionará mais 
tensão e formação de cicatriz. 
- Incisõeselípticas para ressecção de nevos cutâneos – deve 
possuir margens livres. Deve possuir a dimensão de 2 para 1. 
Garantir a margem profunda. 
- Feridas: 
- Limpas – eletivas, na qual foi preparado o campo cirúrgico, foi feito 
a anti-sepsia. 
- Contaminadas – geralmente são as feridas traumáticas ou feridas 
de vísceras que transportam substâncias contaminadas (intestino, 
PE). 
- Corto-incisas – é a praticada na cirurgia 
- Corto-contusas - traumáticas 
- Lacero-contusas – traumáticas 
- Perfurantes – traumático (tiro) ou ferida de agulhas 
- Perfuro-contusas – comuns em acidentes de trabalho 
- Superficiais 
- Profundas 
- Fases de cicatrização: 
- Inflamatória – coágulo de fibrina, PMN, linfócitos, monócitos – 
ocorre nas primeiras 24 horas. Já se inicia durante a incisão. 
- Fibroplasia – ocorre aumento da força tênsil da superfície – hora 
da chegada dos fibroblastos, macrófagos e colágeno. Ocorre até o 
5 dia. 
- Maturação – 30 dias – 50%; remodelação até 2 anos. A partir do 
14º dia, já está nessa fase, com diminuição da força tênsil (por isso, 
depois do 14º dia já não tem sentido manter o fio de sutura). 
- Cicatrização: 
- Curativo 24 horas 
- Material de síntese por 5 dias no mínimo 
- Retirada de pontos 7-14 dias 
- Sutura: 
- Manobra cirúrgica que visa restituir a integridade dos tecidos que 
foi rompida por traumas ou intervenções cirúrgicas. 
- Princípios fundamentais 
 - Usar material adequado para tecido ou órgão 
 - Usar menor quantidade possível de corpo estranho 
 - Não permitir que as bordas da ferida fiquem sob tensão 
 - Não suturar em plano único espessura maior que 1 cm 
 - Não deixar espaço vazio (morto) 
 - Não apertar excessivamente os nós ou torcê-los 
- Objetivos da sutura: 
- Favorecer a evolução da ferida cirúrgica pela imobilização dos 
tecidos. 
- Reduzir os espaços anatômicos 
- Criar condições para estabilização do coágulo 
- Impedir a entrada de microorganismos nos tecidos mais profundos 
- Auxiliar a hemostasia 
- Manter a funcionalidade e também a estética 
- Escolha do fio de sutura mais apropriado: 
- Deve basear-se em critérios objetivos, como biocompatibilidade, 
força tênsil, elasticidade, sitio anatômico a ser suturado, tensão a 
qual será submetida a sutura, idade do paciente e grau de 
contaminação da ferida. 
- Além disso, deve-se considerar o potencial de contaminação do 
sitio operatório: fios monofilamentares tem menos chance de 
contaminação que os fios multifilamentares. 
- Fio ideal: 
- Postulado de Van Winkle e Hasting: 
1. O fio de sutura deve ser tão forte quanto o tecido que está sendo 
suturado. 
11 
 
2. A perda de resistência do fio deve ser compensada pelo ganho 
de resistência da cicatriz. 
3. As alterações biológicas provocadas no processo de cicatrização 
pelo fio de sutura devem ser conhecidas. 
- Resistencia tênsil do fio x Velocidade de cicatrização do tecido: 
 
- Propriedades dos fios de sutura: 
- Absorção: 
- Fios absorvíveis: por processo de hidrólise, reações 
proteolíticas ou fagocitose, se desintegram, não deixando 
resquícios após um determinado período. 
- Fios inabsorvíveis: permanecem por tempo indefinido em 
contato com os tecidos, possuindo em geral maior força tensil 
residual. 
- A absorção de fios à base de polímeros sintéticos, como o 
poligalactina e o ácido poliglicólico, se faz unicamente por 
hidrólise, que lhes propicia uma absorção regular, dentro de um 
período previsível. Esse período não depende do calibre dos 
fios. 
- No entanto, os mesmo não acontece com os fios de origem 
orgânica, como os categutes, que são absorvidos por reações 
proteolíticas e fagocitose, o que resulta em uma absorção muito 
irregular, mais rápida para os fios de menor calibre, com intensa 
reação inflamatória. 
- Tempo de absorção: 
- Seda – 1 a 2 anos 
- Algodão – inabsorvível 
- Náilon – 5 anos 
- Poliéster – inabsorvível 
- Poplipropileno – inabsorvível 
- Aço – inabsorvível 
- Catagute simples – 14 dias 
- Catgut cromado – 21 dias 
- Poligalactina – 30 dias 
- Poliglecaprone, poligliconato, polidioxanona (suturas 
intestinais) – 60 dias 
- Origem: sintético e biológico – tripa de carneiro (categute). 
- Configuração: 
- Monofilamentares: os fios são menos maleáveis, tendo maior 
memória e menor coeficiente de fricção, o que dificulta o 
manuseio e reduz a segurança dos nós. No entanto, 
determinam menor lesão durante a sua passagem pelos 
tecidos. 
- Multifilamentares: podem ser trançados ou enrolados. 
Apresentam como inconveniente o fato de propiciarem maior 
adesividade bacteriana. A retirada dos pontos também é mais 
trabalhosa. 
- Força tensil: o melhor fio a ser utilizado é aquele que, possuindo o 
menor diâmetro possível, tenha uma força tensil equivalente à dos 
tecidos sobre o qual será aplicado. 
- Segurança dos nós: está relacionada ao coeficiente de fricção do 
fio utilizado. Fios com baixo coeficiente de fricção são em geral 
responsáveis por nós que “afrouxam” ou “escorregam”. Os fios 
monofilamentares possuem os mais baixos coeficientes de fricção. 
Assim, quanto menor o coeficiente de fricção, maior será o número 
de nós necessários para assegurar sua eficácia. 
- Na pratica, quanto maior o número de 0, maior o número de 
nós, mas sempre tem que haver um número mínimo de 3 nós. 
- Todos os fios tem que receber um nó de contenção com duas 
voltas, um nó de fixação com uma volta e um nó de segurança 
com uma volta. 
- Reação tecidual: a ocorrência de um processo inflamatório 
constitui a fase inicial do processo de cicatrização. Determinados 
fios, no entanto, induzem a uma exacerbação desta resposta 
inflamatória, inibindo a migração precoce de células epiteliais, o que 
se traduz por uma produção de cicatrizes hipertróficas, com 
reduzida força tensil. Os fios monofilamentares não-absorvíveis são 
os que desencadeiam menor resposta inflamatória. Entre os 
absorvíveis, esta é mais exuberante nos fios de origem animal e 
menor nos de origem sintética. A resposta inflamatória 
desencadeada pelos fios atinge seu pico máximo no sétimo dia. 
- Elasticidade: durante a fase inflamatória do processo cicatricial os 
tecidos apresentam um determinado grau de edema, que regride ao 
final dela. A elasticidade do fio permitirá uma acomodação dos 
tecidos durante o período em que se encontram edemaciados, sem 
cortá-los ou estrangulá-los, ao mesmo tempo em que acompanham 
a retração dos tecidos quando da reabsorção do edema, mantendo 
as bordas da ferida coaptadas e guardando uma adequada força 
residual. 
- Memória: é uma propriedade indesejável, sendo descrita como a 
capacidade do fio voltar para sua posição de repouso. Fios de alta 
memória costumam ser rígidos, pouco flexíveis e com baixo 
coeficiente de fricção, dificultando sua manipulação e tornando-os 
mais susceptíveis ao desatamento dos nós. Exemplos típicos: fios 
monofilamentares. 
- Crescimento bacteriano: a utilização de fios multifilamentares 
aumenta significativamente os riscos de infecção, devido ao fato de 
propiciarem as bactérias uma penetração no interior da trama de 
seus filamentos. 
12 
 
- Adesividade de células tumorais: as células tumorais tem também 
uma tendência a aderirem a fios de sutura multifilamentares, em 
especial aqueles de origem natural. 
- Visibilidade do campo cirúrgico 
- Custo. 
- Agulhas: 
- Constituem o principal agente de traumatismo tecidual em uma 
sutura. 
- São classificadas como atraumáticas ou traumáticas. 
- As agulhas traumáticas possuem uma extremidade triangular 
cortante, com vértice geralmente voltado paraa parte interna da sua 
curvatura. São utilizadas no fechamento da pele. 
- As atraumáticas possuem a extremidade cilíndrica, o que aumenta 
a resistência à sua passagem pelos tecidos. No entanto, 
determinam menor trauma tecidual. São utilizadas para todos os 
tipos de sutura, com exceção da pele. 
- Elas ainda podem ser retas, curvas (1/4 de circulo, 3/8 de circulo, 
½ de circulo) ou semi-retas, no que diz respeito a sua forma. 
- Sutura de pele: 
- Tipo de ponto: simples, donatti, em 8, em X. 
- Simples: é o ponto ideal para aproximação correta das bordas 
de uma ferida. Para se evitar a tensão na linha de sutura, deve-
se apoiar o ponto a uma distância da borda aproximadamente 
igual à espessura da pele. 
- Ponto Donatti: permite a aproximação uniforme das bordas, 
mesmo que tenha ocorrido uma incisão incorreta, como 
biselamento, por exemplo, ou que as bordas sejam irregulares, 
como nas feridas traumáticas. 
- Continuidade da sutura – continua e com pontos separados 
- A sutura contínua é utilizada quando temos grandes extensões 
a sutura e pretendemos ganhar tempo. 
- Sutura contínua intradérmica: é empregada para pele muito 
delgada ou como segundo plano em pele mais espessa. 
Consiste em uma sutura continua, em grega, com apoio na 
derme. 
- Número de planos – único, dois planos, total 
- Aproximação das bordas – afrontamento, eversão, inversão das 
bordas. 
- Sutura de aproximação de bordas – por mordida de cachorro, 
por exemplo. 
OBS. A ferida deve ser suturada até 6 horas do seu aparecimento 
OBS. Nós na pele sempre com porta agulha e nós nas cavidades, 
sempre manuais. 
Cicatrização – bases e distúrbios 
- Um dos grandes estigmas da cirurgia é a cicatriz. A cicatriz não é 
só o que é visto externamente, mas sim todo o processo de 
reestruturação do tecido vivo. 
- O organismo humano é formado por trilhões de células, agrupadas 
de acordo com a morfologia e função. Existem quatro tipos 
principais: epiteliais, conjuntivas, musculares e nervosas. 
- A integridade do tecido depende do balanço entre células 
produzidas e células destruídas (por morte ou apoptose). 
- Capacidade proliferativa: 
- Células lábeis – alta capacidade mitótica. Ex: epitélio da boca e 
bexiga. 
- Células estáveis – não se reproduzem frequentemente, apenas 
quando estimuladas. Ex: tecido fibroso, fígado. 
- Células permanentes – normalmente só se reproduzem na vida 
embrionária. Ex: neurônios, células do miocárdio. 
- Ferida: 
- Uma ferida é definida como a presença de solução de 
continuidade em um tecido que, anteriormente, encontrava-se 
íntegro, podendo ser causada por ações diagnosticas, terapêuticas 
ou acidentais. Essa solução de continuidade pode ocorrer com 
maior ou menor dano tecidual, e provoca, no organismo, a tentativa 
de reparar esse defeito, criando, assim, um novo tecido que 
funciona como elo de ligação entre as duas bordas afastadas; 
reconstitui-se, desse modo, a integridade orgânica da forma mais 
fisiológica. Esse novo tecido é a cicatriz. 
- Classificação: 
- Superficial: limitada a epiderme. 
- Com perda parcial: atinge epiderme e parte profunda da 
derme. 
- Perda total: destruição da epiderme, derme e tecido 
subcutâneo. 
- Aguda: processo reparador ordenado e tempestivo. Tem como 
objetivo restaurar a integridade funcional. 
- Crônica: não avançam para a integridade funcional 
 - Param na fase inflamatória – várias etiologias 
 - Não evoluem para o fechamento 
- Cicatrização: 
- Processo dinâmico e complexo que resulta na restauração da 
anatomia e na função da área lesionada. 
13 
 
- Consiste no esforço dos tecidos para restaurar a função e as 
estruturas normais após o trauma. 
- É formada por uma série complexa de interações entre 
mediadores bioquímicos, células sanguíneas, células da matriz 
extracelular e células parenquimatosas. 
- Fases da cicatrização: 
- 1ª fase – injúria ou lesão: 
- A lesão representa o primeiro sinal para ativar a cascata 
de eventos da cicatrização. 
- Nessa fase, a cicatrização se inicia por meio da ativação 
da cascata do complemento e da cascata de cininas. 
- A cascata de cininas começa com a liberação de histamina 
e serotonina, após a desgranulação de mastócitos, 
granulócitos e plaquetas presentes no local da lesão. Essas 
cininas tem a função de aumentar a permeabilidade 
vascular, favorecendo a passagem de células fagocitárias e 
de granulócitos para o tecido lesado. 
- A histamina também facilita a migração das células 
inflamatórias para a área lesada e estimula a formação do 
coágulo de fibrina, por meio da agregação de plaquetas à 
malha de fibrina, que tem como função isolar a área lesada 
do meio externo. 
 - 2ª fase – formação do coágulo: 
- Na sequência da reparação tecidual após a lesão, os 
vasos rompidos nas duas superfícies se retraem e formam 
um tampão em suas extremidades, com o intuito de 
interromper o fluxo de sangue para fora do organismo. Esse 
tampão recebe o nome de coágulo e é formado por uma 
malha de fibrina onde se aderem plaquetas. 
- As plaquetas presentes no coagulo são ativadas pela 
trombina, secretada pelas células endoteliais, e se 
desgranulam, secretando diversas cininas e outros 
mediadores da inflamação. As cininas, assim como os 
leucotrienos e prostaglandinas, tem a função de promover 
vasoconstrição e ativar outros mediadores bioquímicos 
importantes nas fases seguintes de cicatrização. 
- Os macrófagos, atraídos pelos peptídeos presentes na 
malha de fibrina, estimulam a migração de fibroblastos para 
a ferida e liberam cininas responsáveis pela neoformação 
vascular. 
 - 3ª fase – cicatrização: 
- Perdura por três dias, e é quando ocorre a migração das 
células responsáveis pelo controle do reparo cicatricial para 
a ferida, sendo essencial para que se processe todo o 
restante do processo de cicatrização. 
- Essa fase inicia-se a partir de sinalizadores bioquímicos e 
celulares nas fases de injuria e formação do coágulo. Há 
recrutamento de neutrófilos, macrófagos e linfócitos que, 
junto com as plaquetas, coordenam a cicatrização da ferida 
e influenciam a atividade dos fibroblastos por secretar 
fatores de crescimento, além de aumentarem o fluxo de 
sangue na área lesada. 
- Elementos celulares, como os neutrófilos e os monócitos, 
são os responsáveis pelo desbridamento da superfície da 
ferida, por meio da fagocitose de partículas antigênicas e de 
corpos estranhos. Nas primeiras 24-48 horas após a lesão, 
há grande afluxo de neutrófilo para a ferida, seguindo-se de 
aporte maior de macrófagos durante os três dias seguintes. 
 - 4ª fase – angiogênese: 
- Por volta do terceiro dia após a lesão, junto com a 
migração dos fibroblastos para a malha de fibrina, a 
bradicinina, as prostaglandinas e outro mediadores 
bioquímicos oriundos de macrófagos ativados estimulam a 
migração e mitoses de células endoteliais, criando brotos 
sólidos que irão deslocar-se da periferia para o centro da 
ferida. 
- O suprimento sanguíneo é responsável pela nutrição do 
tecido, além de permitir o aporte de novo suprimento de 
macrófagos e fibroblastos. 
- Além disso, um fator de crescimento produzido pelas 
células endoteliais faz com que ocorra a fibrinólise, 
impedindo o aumento excessivo da malha de fibrina, o que 
poderia prejudicar a migração de macrófagos e fibroblastos 
para a ferida. 
 - 5ª fase – fibroplastia: 
- Corresponde ao início da formação da cicatriz e envolve a 
migração dos fibroblastos, a deposição de matriz 
extracelular e a síntese do colágeno. 
- Após ocorrer a exsudação vascular, a ferida é preenchida 
por liquido seroso,gordurosa de neutrófilos e fibrina, 
produtos esses que são rapidamente substituídos pela 
matriz extracelular, ou substancia fundamental amorfa, que 
é a principal responsável pela restauração da continuidade 
do tecido lesado. 
- A matriz é constituída de várias proteínas, como fibrina, 
colágeno, proteoglicanos (ácido hialurônico, condroitina) e 
glicoproteínas (fibronectina, laminina), além de água e 
eletrólitos. 
- A composição bioquímica dessa matriz pode afetar 
profundamente a ação de fatores de crescimento, além de 
ter influência direta sobre a função celular, pois o grau de 
adesão das células e moléculas proteicas à matriz pode 
determinar tanto o fenótipo quanto a expressão de 
receptores de superfície dos fibroblastos. 
- Durante o processo reparativo normal, os fibroblastos 
secretam os precursores necessários a síntese de 
14 
 
polissacarídeos e colágeno. Essas proteínas fornecem as 
necessidades básicas para reparação das superfícies, 
sendo dependentes da presença de níveis adequados de 
substratos como lisina, prolina e vitamina C. 
- O colágeno é uma proteína composta de glicina, prolina, 
hidroxiprolina, lisina e hidroxilisina. 
- Na sua síntese, a lisina e a prolina são as primeiras a 
serem incorporadas na cadeia de colágeno. Após essa 
incorporação, elas são hidroxiladas. Essa hidroxilação 
depende de vários elementos, como a vitamina C, A e E, o 
ferro reduzido, o zinco e o oxigênio. 
- O colágeno é o material responsável pela sustentação e 
forca tênsil de uma cicatriz. 
 - 6ª fase – epitelização: 
- Nas primeiras 24 e 36 horas após a lesão, enquanto 
ocorrem os eventos necessários à reparação do tecido, ou 
seja, inflamação e fibroplasia, fatores de crescimento 
epidérmicos estimulam a proliferação de células do epitélio. 
- As células epiteliais migram a partir das bordas da ferida 
e dos folículos pilosos próximos, fazendo também a 
contração e neoepitelização da ferida e reduzindo sua 
superfície. 
 - 7ª fase – maturação do colágeno: 
- Nessa fase, observa-se a síntese e a degradação do 
colágeno, com o modelamento da cicatriz. 
- Ela tende a persistir por até seis meses, quando se obtém 
o resultado final, de maior resistência em relação aos 
tecidos vizinhos. 
 
Aparecimento de diferentes células na ferida durante a cicatrização. 
Macrófagos e neutrófilos são predominantes durante a fase inflamatória 
(máxima nos dias 3 e 2, respectivamente). Linfócitos aparecem mais tarde 
e atingem o máximo no sétimo dia. Os fibroblastos são as células 
predominantes durante a fase proliferativa. 
- Na cicatrização, a reorganização perfeita é sacrificada em 
benefício do retorno urgente da função. Ela tem como função 
principal a deposição de tecido conjuntivo específico na região 
lesada, que evita a perda de líquidos, limita a entrada de 
microrganismos e restabelece o padrão de fluxos sanguíneos e 
linfáticos. 
OBS. Regeneração: é a restauração perfeita da arquitetura do 
tecido preexistente; ausência de formação de cicatriz na maioria 
das vezes. 
- Todas as feridas passam pelas mesmas etapas do processo de 
reparo. 
- Tipos de cicatrização: 
- Por primeira intenção – ocorre de forma mais organizada e rápida, 
quando imobilizada por meio de suturas, colas, pontes de 
esparadrapo, grampos e outros artifícios. 
- Por segunda intenção – ocorre de forma espontânea, com a 
deposição de células de preenchimento a partir das bordas da 
lesão. 
 
- Fatores que inibem a cicatrização: 
- Infecção: localmente, as bactérias presentes na área lesada 
modificam o pH do meio, acidificando-o e reduzindo a função dos 
macrófagos. As bactérias também utilizam o colágeno sintetizado 
como fonte de alimento, reduzem o aporte de oxigênio para a ferida 
e estimulam a produção de radicais livres de oxigênio na área 
lesada. Esses fatores fazem com que a cicatrização em áreas de 
infecção se torne mais frágil, predispondo a deiscências. 
- Hipóxia: ocorre em pacientes anêmicos, chocados, sépticos, 
nefropatas e diabéticos. A redução da quantidade de oxigênio nas 
feridas diminui a hidroxilação da prolina e da lisina, componentes 
do colágeno, causando redução na produção do mesmo. Além 
disso, interfere na síntese de diversos mediadores bioquímicos e 
reduz a capacidade funcional de macrófagos e neutrófilos, 
favorecendo a proliferação de bactérias. 
- Circulação deficiente: compromete a chegada do infiltrado 
inflamatório, além dos nutrientes necessários. 
15 
 
- Tensão local 
- Deficiências de vitaminas (C, A e E): a vitamina C é importante 
para a maturação dos fibroblastos e síntese do colágeno. Na 
ausência de vitamina C, não há hidroxilação adequada da prolina e 
lisina, o que leva a produção de um colágeno de baixa qualidade, 
levando a cicatrização deficiente e fragilidade vascular. A vitamina 
E e A são outros co-fatores importantes na síntese de colágeno. 
- Deficiência de minerais (zinco e ferro): o zinco é um mineral-chave 
na expressão genética, divisão e crescimento celular, proliferação 
das células epiteliais e como co-fator na função de cerca de 200 
enzimas e produção do colágeno. A sua carência poderia se 
associar, portanto, a danos na estrutura do colágeno e redução da 
epitelização de feridas cutâneas. O ferro, por sua vez, é importante 
na hidroxilação da lisina e prolina, pois esse processo só ocorre na 
presença desse mineral. 
- Diabetes mellitus: a acidose, que ocorre na diabetes (e também 
na sepse, na insuficiência renal), altera a função das células 
responsáveis pela síntese dos mediadores bioquímicos da 
cicatrização, além de inibir a síntese de colágeno pelos fibroblastos 
e de reduzir a capacidade microbicida de neutrófilos e macrófagos, 
favorecendo a infecção de feridas. 
- Radiação ionizante: a maioria dos pacientes que sofreu irradiação 
em determinado território do organismo desenvolve uma reação 
inflamatória local e, tardiamente, diminuição do fluxo sanguíneo, 
com redução da neoangiogênese. 
- Idade avançada: há relatos de que a tensão e a perfusão de 
oxigênio tecidual diminuem com a idade, provocando efeito adverso 
sobre a acumulação de hidroxiprolina. Além disso, com o 
envelhecimento, o colágeno sofre alterações qualitativas e 
quantitativas. O conteúdo de colágeno na derme diminui e as fibras 
de colágeno envelhecidas apresentam arquitetura e organização 
distorcidas. 
- Drogas exógenas: 
- Quimioterápicos: drogas habitualmente usadas no pré e pós-
operatório das cirurgias oncológicas sobre o tubo digestivo, são 
agentes que interferem com a cicatrização das alças intestinais, 
sendo causa relativamente frequente de formação de fistulas 
nesses pacientes. O mecanismo pela qual esses agentes 
atuam na cicatrização parece ser a inibição da formação do 
tecido de granulação e da migração de macrófagos e 
fibroblastos para a área lesada. 
- Glicocorticoides: a cortisona tem efeito maléfico sobre a 
cicatrização por reduzir a resposta inflamatória no início da 
cicatrização e por inibir a síntese dos fatores de crescimento 
pelos macrófagos da ferida. A inibição da liberação de histamina 
e a redução da migração celular e da neoangiogênese estão 
entre as etapas de cicatrização prejudicadas pelos 
corticosteroides. 
- Doxorrubicina (Adriamicina): É um potente inibidor da 
cicatrização, particularmente se administrada no pré-operatório. 
- Desnutrição: dados clínicos e a experiência médica sugerem que 
a ausência de vários componentes da dieta, como a vitamina C, a 
vitamina A, a vitamina E, o zinco, as proteínas e aminoácidos 
associam-se ao retardo da cicatrização. Esse retardo ocorre tanto 
por reduçãona síntese dos mediadores bioquímicos, quanto por 
menor produção de colágeno, pois não há disponibilidade de 
aminoácidos para a síntese desses substratos. 
- Cicatrização anormal: 
- O desequilíbrio entre produção e degradação das fibras colágenas 
rege a formação de uma cicatriz mais ou menos grosseira. 
- Cicatriz hipertrófica – deposição excessiva de colágeno; cicatriz 
elevada que se mantém nos limites da ferida original; podem 
regredir espontaneamente; podem estar situadas em qualquer lugar 
do corpo. 
- Queloide – cicatriz que cresce além dos limites da ferida; 
raramente regride com o tempo; mais prevalente (pele escura, 
predisposição genética, acima das clavículas, face, MMSS); não há 
como preveni-la. 
Curativos 
- Características de um curativo ideal: 
- Manter a umidade no leito da ferida 
- Manter a temperatura em torno de 37 ºC no leito da ferida 
- Absorver o excesso de exsudato, mantendo uma umidade ideal 
- Prevenir a infecção, devendo ser impermeável a bactérias 
- Permitir sua remoção sem causar traumas no tecido neoformado 
- Não deixar resíduos no leito da ferida 
- Limitar a movimentação dos tecidos em torno da ferida 
- Proteger quanto a traumas mecânicos 
- Curativos para feridas: 
- Dois conceitos críticos na escolha apropriada dos curativos são 
oclusão e absorção. A colocação de um curativo oclusivo sobre a 
ferida proporciona um pH levemente ácido e baixa tensão de 
oxigênio na superfície da ferida. O gradiente de oxigênio exagerado 
é um bom ambiente para a proliferação de fibroblastos e formação 
de tecido de granulação. Um curativo relativamente oclusivo é uma 
boa escolha para muitas feridas; entretanto, outras opções 
poderiam ser benéficas em feridas que têm quantidade significativa 
de exsudato ou em feridas com altas contagens bacterianas. 
- Os curativos de feridas podem ser categorizados em quatro 
classes: não aderentes; curativos absortivos; curativos oclusivos; e 
cremes, pomadas e soluções. 
- Os curativos não aderentes em geral são de gaze suplementada 
com uma substância para aumentar suas propriedades oclusivas ou 
propriedades antibacterianas. 
16 
 
- A classe absortiva é usada principalmente para feridas que 
produzem uma quantidade significativa de exsudato. O exsudato 
acumula-se e pode contribuir para a maceração da ferida, reduzindo 
sua cicatrização, se não for removido do leito da ferida. A gaze é o 
mais antigo deste tipo de curativo e é muito absorvente, mas perde 
sua efetividade quando saturada. Materiais mais novos como os 
curativos de espuma tem propriedades absorventes para remover 
grandes quantidades de exsudato e tem propriedades não 
aderentes para impedir o rompimento de tecido de granulação 
recém-formado na remoção. 
- A classe dos curativos oclusivos proporciona retenção de 
umidade, proteção mecânica e uma barreira a bactérias. Pode ser 
dividida em curativos biológicos e não biológicos. 
- A classe final de curativos de feridas consiste em cremes, loções 
e soluções. Esta é uma categoria ampla que se estende dos 
materiais tradicionais, como pasta de óxido de zinco, a preparações 
contendo fatores de crescimento. 
Pré, per e pós-operatório 
- Toda cirurgia representa uma agressão física e psíquica para o 
paciente. A intensidade dessa agressão está relacionada com a 
complexidade e duração do procedimento cirúrgico e, se os 
pacientes não forem preparados adequadamente antes da 
operação, complicações diversas, e até óbito, poderão ocorrer 
antes, no momento da cirurgia ou após. 
- Por isso, há necessidade de se fazer um pré-operatório cuidadoso, 
o qual consiste basicamente em anamnese e exame físico bem 
feitos, além de exames laboratoriais e de imagem, o que permite 
diagnosticar e tratar ou controlar doenças secundarias associadas, 
diminuindo, assim, os índices de morbidade e mortalidade no per- 
e pós-operatório. 
- Classificação de Velez-Gil e Gonzales de níveis de cirurgia: 
- Classificação em quatro níveis, de acordo com cinco variáveis: 
pessoal envolvido, técnica de anestesia, material e equipamentos 
necessários, condição da sala de cirurgia e necessidade ou não de 
hospitalização. 
- Nível I: 
 - Não necessita de pessoal especializado, apenas o cirurgião. 
- Anestesia local feita pelo próprio cirurgião. 
- Permanência do paciente no local do procedimento somente 
durante para sua rápida recuperação, prescrição e orientação 
medica. 
- Exemplos: exérese de nevos, biópsias de mucosas, drenagem 
de abscessos, extirpação de cisto sebáceo, postectomia e 
retirada de lipoma. 
- Nível II: 
- Exige a presença de um anestesiologista, uma vez que a 
anestesia é geral, raquidiana ou peridural. 
- Não há necessidade de internação hospitalar, a não ser que 
ocorra alguma complicação importante. Toda via, o paciente 
deve permanecer na sala de recuperação anestésica por 
algumas poucas horas, até que tenha condições de retornar ao 
domicilio. 
- Ex. Curetagem uterina, amputações de colo, hernioplastia 
inguinal. 
- Nível III: 
- Exige cuidados especiais após a operação – requer a 
hospitalização do paciente por dois dias, em média, havendo 
necessidade de um pré-operatório mais cuidadoso que os 
níveis I e II. 
- Exemplo. tireoidectomia total, histerectomia abdominal 
- Nível IV: 
- Estão os procedimentos mais complexos, havendo 
necessidade de pessoal especializado e sala cirúrgica com 
sofisticados equipamentos de monitorização, além de cirurgião, 
auxiliares e instrumentador. 
- A internação hospitalar é em média de 5 dias e o paciente 
necessita, algumas vezes, permanecer em centro de 
tratamento intensivo. 
- As complicações cirúrgicas, incluindo o óbito, constituem uma 
realidade bem palpável nesse nível. 
- Ex. Cirurgia cardíaca, transplante, neurocirurgia, gastrectomia 
- Cirurgia Ambulatorial: 
- Não necessita de hospitalização após o procedimento. 
OBS. Pode ter ou não anestesia, pode ser ou não de urgência, pode 
ser feita ou não no hospital. 
- Compreende cirurgias de nível I e II. 
- Não significa que todos os procedimentos são realizados em 
ambulatório. 
- O fato de ser chamada de ambulatorial não pode trazer a 
impressão de que se trata de um procedimento desprovido de 
complicações ou de menor importância. 
- Vantagens da cirurgia ambulatorial: 
- Risco menor de infecção hospitalar pós cirurgia; 
- Diminui o número de internações no hospital; 
- Menor custo; 
- Menor tempo longe da família; 
- Menor afastamento do trabalho; 
- Independe de leitos hospitalares; e 
17 
 
- Menor burocracia para realização. 
- Importância: 
- Cerca de 60 a 70% dos procedimentos cirúrgicos são feitos 
em nível ambulatorial. 
- Crescimento do número de procedimentos que se realizam 
hoje desta maneira: p. ex. procedimentos laparoscópicos. 
- Atualmente: 
- Deslocamento do nível hospitalar; 
- Melhor recuperação no domicílio; 
- Deslocamento cultural – criação de home-care – devolução do 
paciente ao seu ambiente. 
- Principais procedimentos eletivos de nível I: 
- Biópsias de pele, linfonodos, mucosas e punções; 
- Exéreses das lesões de pele e mucosas – cisto sebáceos, 
lipomas, nevus; 
- Cirurgia de unha encravada; 
- Esclerose e retirada de pequenas varizes; 
- Postectomia. 
- Principais procedimentos de urgência de nível I: 
- Suturas de ferimentos cutâneos; 
- Drenagens de abcessos; 
- Mordeduras de animais; 
- Queimaduras de primeiro e segundos graus. 
- Procedimentos nível I: 
- Não significa que podem ser feitos em qualquer local sem 
infraestrutura adequada; 
- Devem existir os mesmos cuidados com o material cirúrgico, 
adequaçãoda sala cirúrgica e material de atendimento 
emergencial, em caso de intercorrências. 
- Instalações cirúrgicas: 
- Instalações isoladas, sem fluxo de pessoas. 
- Pia adequada para lavagem de mãos e paramentação; 
- Maca cirúrgica adequada que permita o posicionamento do 
paciente. 
- Equipamentos: 
- Monitores; 
- Carrinho de anestesia; 
- Carrinhos de parada; 
- Focos cirúrgicos; 
- Cautérios. 
- Materiais necessários – nível I: 
- Material de anestesia local – seringa, 3 agulhas e anestésicos. 
- Material cirúrgico básico – pinças anatômicas, Farabeuf, pinças 
hemostáticas 
- Anestesia local: 
- Infiltração 
- Bloqueio de campo – infiltração em losango 
- Bloqueios regionais – depende do conhecimento da área de 
inervação de cada nervo a ser bloqueado 
Preparo pré-operatório 
- Pré-operatório é o período de tempo decorrido entre o momento 
em que a cirurgia foi indicada e o seu começo, na sala de operação. 
- É no pré-operatório que se faz a avaliação de risco de morbidade 
e óbito do paciente, bem como o preparo do paciente, com o 
objetivo de reduzir esse risco. 
- Princípios gerais: 
- Deve-se: preparar o paciente psicologicamente; fazer anamnese 
e exame físico completos; solicitar exames laboratoriais e de 
imagem; tratar ou controlar doenças associadas; suspender o 
cigarro; orientar adequadamente o paciente e família; ser rigoroso 
no preenchimento das fichas de consulta e do prontuário; 
prescrever a dieta adequada e o jejum; prescrever o controle de 
dados vitais; ter cuidado com a interação medicamentosa; 
prescrever ansiolítico se necessário; fazer lavagem intestinal em 
casos selecionados; preparar o colo em casos selecionados; 
recomendar o banho pré-operatório; realizar a tricotomia só se 
absolutamente necessário; reservar sangue, serviços e 
instrumentos; avaliar todos os dados obtidos e fazer uma 
consideração final e conclusiva sobre o pré-operatório. 
 
 
 
 
 
 
 
OBS: Porque suspender o cigarro no pré-operatório? 
O cigarro impede o movimento dos cílios da mucosa da arvore 
traqueobrônquica, o que é acompanhado de grande retenção de 
secreção. Se o fumante ficar acamado ou com dor para respirar 
normalmente ou tossir, o que ocorre principalmente quando se abre a 
parede torácica ou abdominal alta, haverá acumulo ainda maior de 
secreção, o que teria como resultado a atelectasia pulmonar, a 
pneumonia e a insuficiência respiratória. Além disso, o excesso de 
secreção pode ser tão intenso que o paciente será obrigado a tossir, 
facilitando a deiscência parcial ou completa da parede abdominal, 
recidiva precoce de doença herniária e maior incidência de hérnias 
incisionais, caso o procedimento tenha sido feito no abdome. 
 
18 
 
- Dieta e jejum: o jejum, no pré-operatório, tem como principal 
objetivo dificultar a aspiração para os pulmões, principalmente o 
direito, de conteúdo gástrico, o que leva à chamada pneumonia por 
aspiração, situação muito grave e causa de morbidade e 
mortalidade elevada. Em cirurgias de nível I, mesmo sabendo-se 
que a probabilidade de convulsão, vômitos e aspiração do conteúdo 
gástrico para o pulmão é rara, recomenda-se um jejum de três a 
quatro horas. Nos procedimentos de nível II, o jejum deve ser de 6 
a 8 horas, e nos procedimentos de nível III e IV, de oito a doze 
horas. 
 - Medicação pré-anestésica: importante para crianças – mas na 
cirurgia ambulatorial da policlínica, não se opera crianças. 
- Anamnese: descrição da doença de forma objetiva, presença de 
comorbidades (diabetes, discrasias sanguíneas), reações alérgicas 
ou hipersensibilidade a mediações (principalmente anestésicos), 
uso de medicações – atenção aos anti-coagulantes e 
imunossupressores. 
- Preparo psicológico do paciente: orientação sobre o procedimento 
cirúrgico a ser realizado; tranquilização sobre o andamento do 
procedimento. 
- Exames necessários: Os exames pré-operatórios devem 
fundamentar-se na doença de base do paciente e nos achados 
clínicos de uma anamnese e um exame físico feitos com rigor. 
- A imensa maioria dos pacientes de nível I não necessita de 
exames laboratoriais. 
- Em nível II, considerar o risco cirúrgico com hemograma, 
glicemia, função renal e ECG. 
- Raio X de tórax: procedimento cirúrgico intratorácico; idade 
superior a 60 anos ou 65; história de doença cardiovascular; 
história de doença pulmonar; fumantes de muitos cigarros por 
dia ou com mais de 50 anos de idade; história anterior de 
doença maligna. 
- ECG: homens acima de 40 anos; mulheres acima de 50 anos; 
pacientes com faro de risco para doença coronariana, como 
DM, tabagismo, HAS e hiperlipidemia, independentemente da 
idade; obesidade mórbida; paciente em uso de digoxina. 
- Hemograma: idade inferior a 6 meses; mulheres em qualquer 
idade; homens acima de 60 anos; procedimentos com previsão 
de perda sanguínea intensa; doença cardiovascular; doença 
pulmonar; tabagismo; doença renal; doenças malignas; 
obesidade mórbida; e uso de anticoagulantes. 
- Nitrogênio ureico sanguíneo (BUN), a creatinina e a glicemia 
devem ser avaliados em todos os pacientes acima 60 anos. 
Preparo per-operatório 
- O per-operatório é o período compreendido entre o início e o 
termino da intervenção cirúrgica. 
- Preparo do cirurgião e do paciente: 
- Posicionamento do paciente na mesa cirúrgica – deve facilitar 
o acesso à estrutura a ser operada e evitar situações de risco. 
- Tricotomia: os dados da literatura demonstram que esse hábito 
secular não determina queda nos índices de infecção pós-
operatória. Pelo contrário, na maioria das vezes, seu emprego 
está associado a elevação na incidência de infecção da ferida 
cirúrgica. Nesse contexto, a tricotomia deve ser realizada 
somente quando necessário, imediatamente antes da cirurgia, 
de preferência numa sala de preparação adjacente. Deve ser 
utilizada o tricótomo elétrico, ao invés do tricótomo por lâmina, 
pois esse segundo método, quase sempre, leva à danos na 
superfície da pele, que facilitam o acesso da flora natural da 
pele para o campo cirúrgico. Ressalva para cílios e 
sobrancelhas, que não devem ser tricotomizados. 
- Colocação do gorro, máscaras e propés. 
 - Lavagem cirúrgica de mãos. 
 - Paramentação: colocação do avental e da luva estéril. 
- Preparo habitual de antissepsia da área a ser operada – mais 
utilizado é a base de iodo. 
- Não usar solução com sabão em mucosas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
- Colocação de campos cirúrgicos 
- Cuidados específicos 
- Manipulação cuidadosa e adequada de tecidos; 
- Uso de drenos; 
- Técnica asséptica – diminui a contaminação da ferida. 
- Curativos: 
- Proteger a ferida contra trauma mecânico. 
- Com 24 horas – a ferida não tem força tênsil nenhuma – 
importância do curativo, que isola do meio externo. 
- Auxilia na hemostasia. 
- Protege a ferida contra infecção. 
- Conceitos: 
- Antissepsia – diminuir a concentração de bactérias na superfície a 
ser operada. 
- Esterilização – remove todas as formas vivas, incluindo esporos. 
- Desinfecção – se relaciona muito mais as superfícies, ambientes – 
limpeza do ambiente. 
- Antissepsia: 
- Soluções com iodo, em sabão e alcoólica 
- Sabão – bom para usar na pele. Nas mucosas, causa maior 
irritação. 
- Alcoólico – tem poder bactericida maior, mas tem menor efeito 
residual. 
 
 
19 
 
- Limita os movimentos em torno da ferida. 
- Promove um ambiente mais úmido na superfície da ferida. 
- Absorve secreção. 
- Previne ou diminui espaço morto. 
- Da conforto psicológico ao paciente. 
- Diminui a dor por diminuição de movimentação.- Curativo ideal: 
- Manter a ferida limpa 
- Remover o excesso de exsudação 
- Permitir a troca gasosa 
- Fornecer isolamento térmico 
- Ser impermeável a bactérias 
- Ser isento de partículas e tóxicos contaminadoras de feridas 
- Permitir remoção sem causar trauma 
Pós-operatório 
- Critérios de alta para o paciente: 
- Pacientes submetidos a bloqueios regionais ou anestesia geral 
devem ficar em observação por algumas horas. 
- Anestesia local sem qualquer outra medicação anestésica – alta 
após o procedimento. 
- Para a alta, o paciente deve estar lúcido, acordado, em condição 
de ingerir alimentos e analgésicos. 
- Após a cirurgia: 
- Descrever o procedimento no prontuário do paciente 
- Orientações pós-operatório – busca de resultado da anatomia 
patológica, retirada de ponto, uso de analgésicos e ATB. 
- Complicações: 
- Infecção 
- Deiscência 
- Hematoma 
- Seroma 
- Quelóide 
- Reação do tipo corpo estranho 
Anestesias 
- Tipos de anestesia: 
- Geral 
- Local – acompanha ou não sedação 
 - Tópica 
 - Infiltração 
 - Bloqueio de campo 
 - Bloqueios regionais 
 - Bloqueio endovenoso 
 - Bloqueios centrais 
 - Raquianestesia 
 - Anestesia peridural 
Anestesia Geral 
- Inclui não só a perda de todos os tipos de sensação, como também 
a abolição da consciência. 
- Deve haver uma seleção criteriosa do paciente e do procedimento 
a ser realizado, para realização da anestesia geral em nível 
ambulatorial. 
- Depende do porte da cirurgia e das condições clínicas do paciente. 
 
- Em relação aos pacientes: 
- Pacientes ASA I e II – classificação de acordo com a sociedade 
americana de anestesia. 
- Esses pacientes são candidatos a anestesia geral em nível 
ambulatorial. 
- Pacientes em extremos de idade devem ter procedimento 
realizado em caráter de internação hospitalar. 
- Em relação ao procedimento: 
- Procedimentos de pequeno e médio porte. 
- Procedimentos que não tenha expectativa de sangramento mais 
vultuoso. 
- Procedimentos que os pacientes possam deglutir, ingerir 
alimentos e água e tomar analgésicos por via oral. 
Anestesia Local 
- Anestésicos locais: 
- Agentes farmacológico que bloqueiam a condução nervosa de 
modo temporário e reversível após a administração regional. 
Dependendo da concentração podem ainda causar bloqueio 
sensorial e motor. 
20 
 
- Eles são bases fracas que exercem seus efeitos na atividade 
elétrica do sistema nervoso, por intermédio da inibição da 
propagação de impulsos nervosos periféricos. 
- Os anestésicos locais podem ser classificados em AL com ligação 
éster ou AL com ligação amida. 
- Os anestésicos tópicos do tipo éster são metabolizados por 
colinesterases e outras esterases inespecíficas do plasma, 
enquanto que os anestésicos do tipo amida são metabolizados 
primariamente no fígado, via enzimas microssomais. Por isso, em 
geral, o tempo de ação dos anestésicos derivados do éster é menor. 
- Química dos anestésicos locais: 
- Todos os anestésicos locais possuem três domínios 
estruturais: um grupo aromático, um grupo amina e uma ligação 
éster ou amida unindo esses dois grupos. 
- A estrutura do grupo aromático influencia a hidrofobicidade do 
fármaco, a natureza do grupo amina influencia a velocidade de 
início e a potência do fármaco, e a estrutura do grupo amida ou 
éster influencia a duração de ação e os efeitos colaterais do 
fármaco. 
 
- Propriedades físico-químicas: 
- Lipossolubilidade: é o principal determinante da potência 
anestésica do fármaco. A lipossolubilidade de um AL afeta a 
facilidade com que ele atravessa as membranas das células 
nervosas para alcançar o seu alvo, que é o lado citoplasmático 
do canal de sódio regulado por voltagem. As moléculas 
fracamente lipossolúveis distribuem-se muito precariamente na 
membrana. À medida que a lipossolubilidade de uma série de 
fármacos aumenta, a permeabilidade da membrana celular a 
esses fármacos também aumenta. Entretanto, quando a 
lipossolubilidade é muito grande, as moléculas distribuem-se 
fortemente na membrana celular, onde ficam retidas, se 
dissociando muito lentamente. Um anestésico local efetivo deve 
distribuir-se e difundir-se na membrana e, por fim, dissociar-se 
dela; as substâncias que têm mais tendência a sofrer esses 
processos possuem lipossolubidade moderada. A mepivacaína 
e a prilocaína são as aminoamidas menos lipossolúveis e por 
isso menos potentes, enquanto a etidocaína, mais lipofílica, é o 
mais potente AL. A procaína é o aminoéster menos lipossolúvel 
e também o mais fraco, enquanto a tetracaína é o mais 
lipossolúvel e mais potente. 
OBS: O sítio de ligação dos AL no canal de sódio também 
contém resíduos hidrofóbicos. Por conseguinte, os fármacos 
mais hidrofóbicos ligam-se mais firmemente ao sítio alvo, 
aumentando a potência do fármaco. 
OBS. A potência do fármaco também está relacionada às 
propriedades vasodilatadoras do anestésico ou à redistribuição 
tecidual. 
- Ionização: a forma eletricamente não carregada de um 
anestésico é a responsável pela difusão do mesmo através das 
bainhas nervosas e da membrana neuronal. O início do 
bloqueio é determinado pelo pKa de cada anestésico, 
individualmente. Entende-se por pKa o valor de pH no qual as 
formas ionizadas e não-ionizadas estão presentes em 
quantidades iguais. Anestésicos com maior pKa, como a 
procaína e a tetracaína, possuem tempo de latência mais longo, 
enquanto anestésicos com menor pKa, como a lidocaína, a 
mepivacaína, a prilocaína e a etidocaína apresentam início de 
ação mais rápido. 
- Afinidade proteica: AL que possuem maior afinidade proteica 
se ligam mais fortemente aos receptores proteicos do canal de 
sódio, apresentando bloqueio de condução de maior duração. 
- Concentração: podem produzir maior ou menor bloqueio de 
fibras sensitivas ou motoras, dependendo da concentração. 
- Caraterísticas ideias dos anestésicos locais: 
- Irritação mínima 
- Bloqueio reversível 
- Boa difusibilidade 
- Baixa toxicidade sistêmica 
- Eficácia 
- Início rápido de ação 
- Duração de ação adequada 
- Quantidade de anestésico infiltrada: 
- Atenção aos níveis tóxicos; 
- Crianças – doses de 7 a 10mg/kg em soluções de lidocaína sem 
e com adrenalina. 
- Adultos – não ultrapassar a dose de 500mg de lidocaína e se 
possível com adrenalina 
- Dose de bupivacaína de 2mg/kg 
 - Apresentação da lidocaína para uso parenteral 
 - Solução de 1 a 2% com ou sem adrenalina 
 - 1g em 100 ml 
 - Adulto – máximo de 50ml de lidocaína a 1% 
- Uso de vasoconstritores: diminui a absorção dos anestésicos 
locais, aumentando o tempo de ação dos anestésicos; aumenta a 
profundidade e duração da anestesia; em face e couro cabeludo – 
locais que sangram muito – diminui o sangramento; usada na 
diluição de 1:200.000. 
21 
 
- Técnica regional utilizada: 
 - De acordo com a quantidade de anestésico utilizada; 
- Infiltração local e raquianestesia tem uma menor duração se 
comparadas com o bloqueio do plexo braquial e peridural pela 
maior quantidade de anestésico depositada no local. 
- Condições clínicas do paciente: 
 - Insuficiência hepática – maior duração do anestésico local; 
- Hipotensão e choque – não tem perfusão – duração 
anestésica maior; 
- Uso de bicarbonato: 
 - Aumenta o pH da solução anestésica; 
- Maior fração em forma não iônica – menor latência. 
- Toxicidade: 
- Sistêmica 
- Podem atingir outras membranas excitáveis – coração e 
sistema nervoso central; 
- Toxicidade dependendo da concentração e da velocidade com 
que se elevam os níveis séricos;- Toxicidade depende da potência – bupivacaína é quatro vezes 
mais tóxica que a lidocaína no SNC e 70x no SCV. 
- Sinais clínicos das intoxicações: zumbido, formigamento de lábios 
e língua, distúrbios visuais, abalos musculares, convulsões, 
depressão respiratória, parada cardiovascular. 
- Tratamento da intoxicação: 
- Medidas de suporte 
 - Oxigenação, ventilação, correção da acidose 
- Não há antídoto específico 
- Drogas mais utilizadas: 
- Lidocaína: foi a primeira droga aminoamida a ser introduzida na 
prática clínica e continua sendo a mais versátil e mais 
frequentemente usada, em consequência de sua potência, início 
rápido de anestesia, duração moderada da ação e atividade 
anestésica tópica. Há soluções desse anestésico para infiltração, 
bloqueios de nervos periféricos e anestesia epidural. É usada como 
pomada, geleia, gel e aerossóis em vários procedimentos para 
anestesia tópica. 
- Bupivacaína: foi o primeiro anestésico local que combinou as 
propriedades de início de ação aceitável, duração longa, bloqueio 
intenso de condução e separação significativa entre anestesia 
sensitiva e bloqueio motor. A duração média de anestesia cirúrgica 
com bupivacaína varia de três a dez horas. Sua ação dura mais 
tempo nos bloqueios de nervos periféricos, como no do plexo 
braquial. Apresentação de 0,5%. 
- Prilocaína: esse agente provoca menos vasodilatação que a 
lidocaína e, por isso, pode ser usada sem adrenalina. Ela é a menos 
toxica dos anestésicos locais do grupo das aminoamidas. Em 
misturas com lidocaína, em creme, propicia a anestesia tópica para 
punção venosa e procedimentos superficiais. Duração de cerca de 
1 hora. 
- Tipos de anestesia local: 
- Anestesia tópica 
- Procedimentos em mucosas. 
- Colocação do anestésico diretamente na superfície mucosa a 
ser anestesia. 
- Spray, cremes ou pomadas, embebidos em algodão 
- Utilização 
- Lidocaína spray – alta absorção pelas mucosas – 
monitorização do paciente. 
- Utilizada em procedimentos otorrinolaringológicos, passagem 
de sonda vesical, sonda nasoentérica, anestesia para biópsias 
em cavidade oral e mucosa anal ou genital, precedendo 
algumas vezes a própria anestesia total. 
- Anestesia por infiltração: 
- A aplicação extravascular de anestésico na pele e tela 
subcutânea promove a difusão do mesmo em direção às 
terminações nervosas, bloqueando o impulso nervoso aferente. 
- Associação com vasoconstritor: não pode ser feito em regiões 
anatômicas dotadas de circulação arterial terminal, como 
dedos, orelhas, nariz e genitais em razão do alto risco de 
necrose isquêmica. 
- Realização do botão anestésico no local, com cerca de 0,5 ml 
de anestésico. 
- Agulha de 25x7 
- É realizada na drenagem de abscessos, em biópsias de pele, 
na exérese de pequenas lesões de pele e nevus e em pequenas 
suturas, por exemplo. 
- Anestesia por bloqueio de campo: 
- Anestesia delimitada a área de ressecção 
- Realização de dois botões anestésicos 
- Não deforma o local que irá ser operado por meio de uma 
infiltração local 
- Bloqueios regionais: 
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- Objetivo de bloquear o nervo responsável pela inervação do 
local a ser operado. 
- Deposição do anestésico junto ao nervo ou ao tronco nervoso. 
- Ex. Bloqueio de plexo braquial, bloqueio de nervos periféricos 
do membro superior – cotovelo e punho, bloqueio de dedos, 
bloqueio de nervos periféricos de membro inferior – pé, bloqueio 
de face – nervos supra-orbitário, supratroclear, infra-orbitário, 
nasociliar, mentoniano, plexo cervical, pavilhão auricular, 
bloqueio de pênis. 
- Bloqueio do plexo braquial: 
- Inervação somática do membro superior. 
- Originários de C5 a T1, com contribuições frequentes de C4 e 
T2. 
- Três troncos nervosos 
 - Tronco superior – raiz de C5 e C6 
 - Tronco médio – raiz de C7 
 - Tronco inferior – raízes de C8 a T1. 
- As raízes e os troncos do plexo braquial ficam contidos entre 
os músculos escalenos anterior e médio, e são revestidos pela 
fáscia que envolve esses músculos, ou seja, a fáscia 
escalênica. 
- A fáscia escalênica é invaginada pelo feixe neurovascular 
quando passa sobre o primeiro arco costal e atrás da clavícula, 
formando o espaço perivascular axilar como um prolongamento 
lateral do espaço perivascular subclávio. 
- Na parte distal da axila, o plexo também encontra-se entre dois 
músculos, o coracobraquial e a cabeça longa do músculo 
tríceps. 
- O bloqueio então se dá por três técnicas: técnica 
interescalênica, técnica axilar e técnica perivascular subclávia. 
- Bloqueio dos nervos do MMSS – nervo ulnar, mediano, radial 
- Bloqueio dos nervos cotovelo 
- Bloqueio ao nível da mão 
- Bloqueio dos dedos: os nervos terminais (quatro – dois 
centrais e dois dorsais – medial e lateral) podem ser bloqueados 
por injeções em ambos os lados da base de cada dedo. 
- É importante anestesiar o periósteo também. 
OBS. Não utilizar anestésico vasoconstritor (órgão terminal) 
– risco de necrose 
- Bloqueios de face: 
- Inervação sensitiva da face dada pelo trigêmeo – oftálmico, 
maxilar e mandibular 
- Bloqueio do pênis: 
- Infiltração circular em sua base 
- Não utilizar vasoconstritor 
- Pode-se anestesiar por infiltração do corpo cavernoso 
- Bloqueio de Bier: 
- Injeção de AL no sistema venoso distal a um torniquete 
insuflado produz anestesia por difusão direta do anestésico dos 
vasos para o nervo próximo. 
- Raquianestesia: 
 - Anestésico é colocado diretamente no espaço subaracnóide. 
 - Complicações – meningite química, lesão vascular 
- Peridural: 
- Anestésico é administrado no espaço extradural sacral ou 
lombar, havendo difusão através da dura-máter. 
- É uma via de início lento (15 a 30 min) e exige grandes doses 
de AL, o que pode levar a concentrações plasmáticas elevadas. 
 - Complicações: punção de meninges acidentais. 
 
Na prática de um generalista... 
- Anestesia tópica 
- Infiltração 
- Bloqueio de campo 
- Alguns bloqueios regionais como mão, dedos e face 
- Toxicidade e dose e risco dos anestésicos locais

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