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Carla Bertelli – 5° Período Resumão CCI – N1 Resumão CC1 – N1 Aula 1 Estrutura e Funcionamento do Centro Cirúrgico Ambiente Cirúrgico – É a unidade hospitalar onde se realizam as intervenções cirúrgicas. É constituído por uma área onde estão concentrados recursos (equipamentos e materiais) que possam ser utilizados com eficiência e segurança pela equipe cirúrgica. Demanda de um bom planejamento hospitalar, ocupa aproximadamente 5% da área total; comumente em andares elevados (protegidos de poluição aérea e tráfego hospitalar), com acesso fácil a outras áreas do hospital • Entende-se por serviços auxiliares o preparo pré- operatório do paciente, administração de anestesia, controle e monitoramento de variáveis fisiológicas, recuperação pós-operatória Unidade Hospitalar Autônoma – Onde se inclui o centro de material esterilizado. É incumbida do preparo, esterilização e distribuição de todo material esterilizado. Sala Cirúrgica – É um dos componentes do ambiente cirúrgico onde efetivamente se consuma o ato operatório, é onde literalmente acontece a cirurgia. Critérios Associados ao Tamanho do Centro Cirúrgico: Número de leitos cirúrgicos do hospital depende se é um hospital essencialmente cirúrgico ou clínico • Número de Especialidades • Número de Cirurgias/dia • Número de equipe cirúrgica atuante • Duração média das cirurgias • Instrumentação disponível • Organização e rigor dos horários cirúrgicos Uma sala cirúrgica para cada 50 leitos de um Hospital Geral O tamanho da sala cirúrgica depende da especialidade a que a mesma se destina. Em geral, recomenda-se que a área deva ter perto de 35m quadrados. As salas de operações devem estar protegidas de tal forma que recebam luminosidade sem insolação direta ou intermação, seja pela orientação adequada ou pela proteção por meios artificiais. No planejamento físico do ambiente hospitalar, a filosofia predominante é SERVIR O PACIENTE. O planejamento de qualquer unidade nunca pode ser considerado como definitivo e completo Componentes do Ambiente Cirúrgico – Três áreas distintas: • Zona de Proteção • Zona Limpa • Zona Asséptica ou Estéril Zona de Proteção – Representada pelos vestiários, onde todos que integram as equipes cirúrgicas se trocam e se paramentam com os EPIs. É a área de relacionamento entre todo o sistema hospitalar • Vestiário • Sala de recepção do paciente (troca de maca e roupa) • Corredores (preferencialmente 2, um limpo e um contaminado, com mínimo de 2,5m de largura • Lavados Zona Asséptica ou Estéril – Constituída pelas salas e operação e salas de subesterilização Sala totalmente estéril, livre de bactérias • Mesa de operação, instrumental, anestesia, aparelhos • Sala de Esterilização • Equipamentos Zona Limpa – Composta por todos os demais componentes do agrupamento cirúrgico, que não os vestiários, salas de operações e salas de subesterilização, e fica interposta entre as Zonas de Proteção e a Zona Estéril. É a área para todos elementos das equipes que atuam no CC Existe um conceito também que fala sobre Áreas de Transferência de pacientes, são aquelas em que os pacientes são passados das macas das suas respectivas unidades de internação para macas que só trafegam no ambiente cirúrgico. Detalhes e Planejamento do CC – Iluminação, ventilação, temperatura e umidade, sistema de monitorização e sistemas de comunicação Iluminação Adequada – Boa e adequada iluminação não significa exclusivamente abundancia de luz. Pode ser artificial ou natural (não utilizada normalmente). Na atualidade, a luz artificial com todos os seus recursos é Carla Bertelli – 5° Período a única que estabelece os padrões necessários para a iluminação do CC. O objetivo da adequada iluminação é minimizar a tarefa visual da equipe e ao mesmo tempo oferecer condições para que a operação de processe com precisão, rapidez e segurança. Deve-se considerar os seguintes aspectos: • Iluminação adequada no campo operatório • Eliminação de sombras • Redução dos reflexos • Eliminação do excesso de calor • Suficiente iluminação na sala e proteção ocasional contra quedas de energia • Sala com arestas arredondadas diminui sombras e reflexos O campo operatório é iluminado através de um foco multidirecional a fim de eliminar presença de sombras. O foco da luz deverá, no início da operação, incidir perpendicularmente na ferida operatória a uma distância aproximada de 120cm Ventilação – Fornecimento adequado de ar, remoção de acúmulo de gases anestésicos, controle da temperatura ambiente e da umidade, e principalmente a prevenção da contaminação aérea da ferida operatória. O sistema de ventilação deve abranger 3 aspectos fundamentais: • Promover o ambiente de aeração com condições adequadas • Remover as partículas potencialmente contaminadas • Impedir a entrada de partículas contaminadas no ambiente cirúrgico É feito com pressão positiva de ar – importante para evitar infecção operatória. Geralmente existem 2 filtros, o ar entra por um lado e sai pelo outro (circulação constante de ar unidirecional, entrando e saindo). Passa por 2 filtros onde se ‘’limpa’’ o ar filtrando as micropartículas, levando as partículas e gases anestésicos embora. Tem que ter um fluxo constante de ar. Corrente aérea constante e sem turbulência, promovendo constantemente a renovação completa de ar nas salas cirúrgicas É contraindicado ar condicionado convencional Fluxo laminar vertical Fluxo laminar horizontal Temperatura e Umidade – Prevenir hipotermia do paciente e conforto da equipe. Um ambiente com baixo teor de umidade relativa favorece a propagação de faíscas elétricas e perda excessiva de água por parte do paciente dependendo do tamanho da incisão. No entanto, uma umidade relativa acima de 70% constitui um ambiente propício para o desenvolvimento de bactérias. Assim, a umidade relativa de um ambiente cirúrgico deve situar-se entre 45% e 55%. Pisos e Acabamentos – Material resistente e não poroso, de fácil visualização de sujeiras e livre de ralos e frestas, fundamentalmente bom condutor de eletricidade estática para evitar faíscas. Deve ser aplicado sobre uma grade de cobre ligada a um fio terra. Paredes e Forros – Superfície lisa, uniforme, cantos arredondados, favorecer a iluminação e não criar áreas Carla Bertelli – 5° Período de reflexos. Devem contribuir para a diminuição da poluição sonora, facilitar o controle da temperatura ambiente, aumentar a capacidade de iluminação sem criar áreas de reflexo. Cor do Ambiente Cirúrgico – Deve ser pintado de uma cor que combate a fadiga visual, que diminua reflexos luminosos e que reduza a excitação nervosa e consequentemente o cansaço físico. Janelas – Vidro duplo e dotadas de um eixo, em torno do qual possam bascular e permitir a limpeza de ambas as faces vitrificadas. Entre os vidros deve existir vácuo para reter raios infravermelhos e permitir melhor ação bactericida, além de conter telas. Portas – Deverão ser todas de correr. Fluxos – O fluxo de tráfego de pessoas, materiais e equipamentos no interior do ambiente cirúrgico é um dos sistemas de maior importância. Assepsia e Antissepsia Conceito de infecção – Tipo de associação entre homem e microrganismo, onde o homem é o hospedeiro Patogenicidade – Capacidade dos microrganismos em causar malefícios ao homem Via Direta de Contaminação – Transmissão via contato direto com o receptor. Ex: face, pele, vias respiratórias, gastrointestinal, feridas Via Indireta de Contaminação – Tem que ter um terceiro elemento – Portador – Terceiro Elemento – Receptor (contaminação do campo, por exemplo). Tem um terceiro elemento envolvido, indireta. (ar, poeira) Assepsia – Tentativa de manter o máximo possível o ambiente, a equipe e o doente livre de microrganismos potencialmente contaminantes,higienização preventiva. Prevenção de não contaminar o que não está contaminado, o que já está asséptico. Manobra realizada com o intuito de manter o doente e o ambiente cirúrgico livre de vermes Antissepsia – Desinfecção de um local potencialmente contaminado, visando a máxima redução possível de germes e bactérias. Destruição dos germes. Lavação das mãos é uma antissepsia – Quando já estou com as mãos lavadas, luva e todo paramentado estou asséptico Substâncias Antissépticas São substâncias utilizadas para fazer a antissepsia – usamos para lavagem de mãos, paciente, etc. • Sabões: compostos mais utilizados • Sais de sódio ou potássio Sabões, atuam com atividade bacteriana e bacteriostática, principalmente contra germes GRAM positivos e bacilos álcool-ácidos-resistentes, não atuam sobre GRAM negativos. • Álcool etílico 70 a 90% OU isopropílico • Gluconato de Clorexidina Nunca se utiliza substância alcoólica em mucosas Nunca se utiliza 2 tipos de sabões diferentes em um tipo de lavagem – pode inativar Limpeza e Esterilização Instrumental Cirúrgica O ciclo de esterilização deve ser iniciado com o menor número possível de microrganismos do material. É importante ter certeza que todas as partes do instrumento devem estar expostas ao agente esterilizante O empacotamento após a esterilização é mantido intacto até o uso da reesterilização porque tem uma data de validade dependendo do tipo de Autoclave Processo Manual – Os instrumentos são lavados com água e detergente, escovando cada um deles sobre água corrente com uso de substância isoenzimática (substância capaz de ter um poder semelhante a enzimas que vão degradas os produtos do nosso próprio corpo) Processo por Ultrassom – Imersão dos instrumentos em taque de água com alta frequência + detergentes, sendo imersos em um outro taque aquecido a 76° Esterilização por Calor Seco – Fornos, estufas, infravermelho Esterilização por Calor Úmido – Fervura e vapor sob pressão, autoclaves Carla Bertelli – 5° Período Aula 2 Preparo Pré-Operatório Paciente deve tomar banho no dia da cirurgia ou véspera, incluindo lavagem de cabelos, com atenção especial para axilas e genitálias. Não raspar os pelos em casa antes da cirurgia – isso é feito no centro cirúrgico. Tricotomia – Deve ser realizado no dia da intervenção, preferencialmente pelo próprio centro cirúrgico devido as chances de foliculite ou infecção inicial de pequenos cortes. Utiliza-se lâmina descartável e estéril, evitando cortes e arranhões. • Paciente entra no CC e retira toda sua roupa e veste-se com a roupa apropriada do CC • Não deve adentrar o CC com lençóis ou roupas da enfermaria • Trocar de maca • Local a ser operado vai ser lavado na sala de cirúrgica com detergente antisséptico • Deve ser vedada a entrada do CC de qualquer pessoa com lesões abertas, potencialmente contaminadas, incluindo médicos, enfermeiros, estudantes e auxiliares. Paciente com ferida/infecção em algum local do corpo, mesmo longe do campo, quando a cirurgia for eletiva, preza-se por não realizar a mesma. Preparo da Equipe Cirúrgica – Banho na noite anterior, retirar toda a rupa e trocar pela do CC (calças e blusas esterilizadas). Utilizar gorros e toucas que devem cobrir toda a área pilosa da cabeça. Uso de máscara, que abrange boca, nariz e com boa vedação. Em cirurgias demoradas a máscara deve ser trocada de hora em hora (eficácia decresce). Importante evitar expiração forçada (tosse, espirro, assim como fala em demasia). • Optar por máscaras descartáveis com polipropileno Antissepsia e Assepsia das Mãos – Eliminar a flora transitória (partículas de poeiras e resíduos) e a flora permanente (mais difícil de remover). No caso da Flora Permanente o intuito não é remover totalmente esta, tendo em vista que a própria pele se reestabelece novamente. Utilizar escova de cerdas macias ou espoja que não irrite a pele, mas que seja suficientemente eficiente para eliminar a flora transitória e parte da flora permanente. • Unhas curtas, limpas, não utilizar unhas não naturais • Água quente corrente e sabonete antisséptico com técnica adequada • Retirar a espuma várias vezes e substitui-la durante a lavagem – duração de 3 a 5 min • Enxugar as mãos com toalha estéril • Não misturar dois antissépticos diferentes (um pode inativar o outro). TOCA, MÁSCARA E ÓCULOS – Vestir antes da lavagem das mãos Equipe Cirúrgica Varia de acordo com a especialidade com que se faz a cirurgia. É um trabalho em equipe onde cada elemento tem atribuições específicas, visand maior perfeição e rendimento no ato operatório com menor desgates Equipe Básica – Anestesistas, Cirurgião, Primeiro Assistente, Segundo Assistente, Instrumentador O ideal é que o primeiro assistente seja um cirurgião Anestesista – Escolha do pré-anestésico e anestesia adequadas (avaliação pré-anestésica bem feita) Autoriza o início da cirurgia e indica a sua suspensão ou interrupção em vigência de risco a vida. Vigilância constante do paciente, aferindo e corrigindo variações da homeostase Fiscalizar e orientar a recuperação anestética, ao término da cirurgia, até que o paciente tenha condições de retornar ao quarto hospitalar Carla Bertelli – 5° Período Cirurgião – Responsável pelo procedimento cirúrgico – Executor responsável pela intervenção, realizando as manobras cirúrgicas, secção de estruturas, hemostasia, síntese de tecidos, técnica operatória Requer rapidez de raciocínio, tomada de decisões, destreza manual, atitude de comando da equipe, conhecimento técnido e equilíbrio emocional Capacidade de reparar danos consequentes ao ato operatório Os elementos da equipe devem ter afinidade entre si e demonstrar os mesmos interesses na excecução do ato cirúrgico. Primeiro Auxiliar (lado esquerdo do paciente) – Auxiliar na colocação do paciente em posição operatória e preparação do campo cirúrgico Coloca-se em frente ao cirurgião Auxilia nas manobras de afastamento de tecidos, amarrando fios de sutura, manobras de hemostasia Conhecimento dos tempos operatórios e atenção aos atos do cirurgião Executar suas tarefas, interferindo o mínimo possível nos atos do cirurgião. Segundo Auxiliar – Colabora nas manobras de afastamento, permitindo maior liberdade ao primeiro auxiliar Instrumentador – Elemento de maior mobilidade do campo cirúrgico, mantendo contato com as circulantes da sala, solicitando antecipadamente todo o material necessário Organizar e cuidar da mesa instrumental Participar ativamente do ato cirúrgico e suprir as funções do assistente no afastamento de estruturas, quando encontra-se ocupado Substituir e contar as compressas e gases em campo Materiais em disposição sistemática, antecipando ao pedido do cirurgião Retirar fios e instrumentos deixados inadvertidamente sobre o doente Encaminhar à enfermeira da sala as peças cirúrgicas retiradas no decorrer da intervenção 6 Metas Internacionais de Segurança do Paciente 1 – Identificação do paciente (pulseira com identificação e informações essenciais) 2 – Comunicação entre os profissionais de saúde (registro do que é falado entre a equipe) 3 – Segurança dos medicamentos (nome, concentração, diferenciação dos frascos, armazenamento diferenciado) 4 – Garantir o local correto, procedimento correto e a cirurgia no paciente correto (paciente, procedimento, lateralidade, posicionamento, equipamentos especiais) 5 – Reduzir o risco de infecção 6 – Reduzir o risco de danos ao paciente, resultante de quedas (identificação dos pacientes com maior risco e adoção de medidas preventivas) Aula 3 Posição do Paciente Relacionado ao passo 4 das Metas Internacionais. Posicionamento Cirúrgico Adequado – Dependendo da especialidade, é visado com isso o adequado procedimento cirúrgico. Verificar se não há: • Compressão devasos, órgãos ou nervos • Contato direto do paciente com partes metálicas da mesa (cuidar para não molhar a placa cirúrgica) • Hiperextensão de membros (braço ao longo do corpo ou elevado em um pouco menos de 90°) • Fixação incorreta da mesa e do paciente A posição ideal visa: • Menor tempo operatório • Maior conforto para o paciente • Não causa danos, mesmo em cirurgias longas • Reduzir riscos de complicações pós-operatórias (trombose, edemas, dores relacionadas ao posicionamento, úlceras de decúbito) Posição Supina – Utilização de travesseiro e coxim quando necessário em áreas em contato direto (zonas de pressão) com a mesa e acabe lesionando. Carla Bertelli – 5° Período Posição Prona ou Decúbito Ventral – Utilizada em algumas cirurgias da coluna vertebral. Posição de Sims – Decúbito lateral, um braço para trás e o superior para frente, colocando uma perna fletida sobre a outra (entre as pernas um coxim). Utilizado em toratocomias, nefro, regiões toracolombar Posição de Litotomia – Quase igual a ginecológica – Paciente fica com as pernas para cima. Usada em algumas cirurgias da região anal, períneo.. Posição de Trendelemburg – Inclinada para região cranial, usada em cirurgias do abdome inferior Posição de Trendelemburg Reverso – Utilizada em cirurgias da Neurologia e também na cavidade abdominal quando se quer o reverso (que o conteúdo caia para a pelve) Posição Genopeitoral – Utilizada em cirurgias urológicas, próstata, reto e ânus. Essas posições são importantes para evitar úlceras, dor operatórias, tromboembolismo, no geral nenhuma outra lesão. Aula 4 Princípios da Anestesia Anestesia Geral – Visa deixar o paciente desacordado, inconsciente, imóvel e sem sensibilidade dolorosa durante o procedimento, é um ‘’coma induzido’’ reversível. Administração de fármacos específicos. É indicado principalmente quando não é possível anestesiar, por outros meios, apenas a área que será abordada. Tipos de Anestesias Gerais: • Inalatória – Gases Anestésicos • Endovenoso – Promove um despertar gradual e mais tranquilo no pós-operatório • Balanceada – Utiliza-se os dois Principais Medicações Anestésicas: Hipnóticos – Causam inconsciência e amnésia, redução da ansiedade, sonolência (ex. benzodiazepínicos, midazolam), propofol Opioides – Analgesia e bloqueio dos reflexos autonômicos (morfina, fentanil) Bloqueadores Neuromusculares – Relaxamento muscular e imobilidade (necessidade de ventilação mecânica); incluem Rocurônio, Atracúrio, Succnilcolina) Bloqueios Regionais Associados – Anestésicos locais Fármacos de Controle e Suporte – Medicações para estabilizar a PA, FC e tratamento de intercorrências Inalatórios – Halotano, Isoflurano Carla Bertelli – 5° Período Fases da Anestesia Fase Pré-Anestesia – Deixar o paciente mais tranquilo e relaxado para o procedimento. Medicações ansiolíticas de curta duração para que o paciente obtenha um grau de sedação antes de ir para a cirurgia Fase de Indução – Uso de anestésicos via endovenosa ou inalatória, visando perda da consciência, ‘’coma induzido’’ Fase de Manutenção – Manutenção do ‘’coma induzido’’, de forma controlada, conforme necessidade do procedimento, estabilizando possíveis variações hemodinâmicas do paciente Fase de Recuperação – Interrupção das medicações, conforme aproxima-se o final do procedimento, para que haja o despertar tranquilo do paciente Efeitos Colaterais • Náuseas e vômitos • Tremores • Dor muscular • Tonturas • Sensação de boca seca • Dor na garganta/rouquidão – intubação Principais Complicações Conjunto de fatores do fármaco + paciente + procedimento. Mais comum em pacientes com comorbidades associadas (doenças cardiovasculares, pulmonares, idade avançada) • Aspiração Pulmonar • Broncoespasmo ou Laringoespasmo • Edema agudo de pulmão • Arritmias Cardíacas • Alergia a medicação • Delirium • Consciência intraoperatória acidental • Hipertermia maligna Anestésicos Locais Substâncias que quando em contato com as fibras nervosas causam a perda da sensibilidade dessas fibras, interrompem o desenvolvimento e a progressão do impulso nervoso. Bloqueia primeiro as fibras de menor calibre. Porém, volta primeiro a sensibilidade das fibras de maior calibre • Aumento da temperatura e vasodilatação da pele • Comprometimento das fibras sensitivas causando analgesia • Paralisia motora • Perda da propriocepção Ações Sistêmicas – Quando atinge a circulação sistêmicas, espera-se de efeitos colaterais toxicidade SNC – Sedação, sonolência, crise convulsiva Aparelho Cardiovascular – Deprimem a contratilidade e excitabilidade do miocárdio, reduzindo a FC. Podem ser usadas como drogas arrítmicas, efeitos vasodilatadores, quando não associada a vasoconstritores Aparelho Respiratório – Efeito antitussígeno, depressor respiratório em altas doses, podendo gerar hipóxia/parada Útero – Estimula contrações uterinas Metabolismo – Aumento da metabolização hepática e plasmática Principais Anestésicos Locais Procaína – Absorção insignificante nas mucosas, não deve ser utilizada em anestesias tópicas • Dose de Segurança (máxima) – 7-10mg/kg • Soluções de 0,5% a 2% Tetracaína – Grande penetração em mucosas, utilizada em forma tópica, spray e colírio. Potência e toxicidade mais elevadas. • Dose de 1,4mg/kg • Soluções de 0,15% • Baixa margem de segurança Lidocaína ou Xilocaína – Um dos mais utilizados, baixa toxicidade, intensa atividade bloqueadora e ausência de irritação tecidual, seu efeito se inicia rápido e termina mais rápido também • Droga antiarrítmica em doses maiores • Concentração de 0,5% a 5% • Doses seguras de 5 a 7mg/kg no adulto Bupivacaína ou Marcaína – Anestesia de maior duração (4-6h), não ultrapassa a barreira placentária, podendo ser utilizada em gestantes (anestésicos locais podem ser depressor no feto) • Concentração de 0,25% a 0,75% • Dose Segura de 2 a 3mg/kg Carla Bertelli – 5° Período Toxicidade Reações Alérgicas são raras. Absorção local é proporcional a vascularização dos tecidos Uso de Vasoconstritor • Reduz a absorção sistêmica/diminui a toxicidade • Prolonga efeito anestésico local/retarda a absorção • Diminui o sangramento local • Não pode ser utilizado em cartilagens e extremidades (risco de necrose isquêmica) Dosagem deve ser reduzida em pacientes em mau estado geral ou insuficiência hepática Sintomas de Intoxicação • Sonolência • Sensação de Frio • Opressão Torácica • Distúrbios auditivos ou visuais • Dormência ou formigamento em lábios e língua • Agitação psicomotora/tremores de extremidades • Gosto metálico na boca • Convulsões geralmente iniciam nos músculos da face • Depressão Respiratória • PCR Efeitos Colaterais dos Vasoconstritores Adrenalina • Aumento da PA • Palidez • Sudorese • Ansiedade • Mal Estar Geral Deve ser utilizado com cautela em pacientes com HAS, hipertireoidismo, cardiopatas, portadores de feocromocitoma Prevenção e Tratamento da Intoxicação Monitorizar o paciente sempre que possível Selecionar o anestésico e a respectiva dose a ser utilizada, cuidando o volume, concentração e a presença de vasoconstritor Ajustar a dose de acordo com a idade, peso e condições físicas do paciente Sempre aspirar o êmbolo antes de injetar o anestésico, prevenindo a introdução direta na corrente sanguínea Insere Agulha – Aspira – Depois injeta removendo a agulha para trás Suspender o procedimento se o paciente apresentar sinais premonitórios de superdosagem ou toxidade Sempre ir pedindo e conversando com o paciente durante a anestesia Cálculo para Anestesia Lidocaína – Dose de segurança máxima: 7mg/kg (com vasoconstritor) e 5mg/kg (sem vasoconstritor) Como exemplo, será utilizada a lidocaína a 2% SEM adrenalina e COM adrenalinacom apresentação de frasco-ampola com 20 ml cada. *Obs.: Vale lembrar que 1 ml de Lidocaína contém 20mg da droga. Para Lidocaína a 2% SEM adrenalina: Tomando um adulto com 70 kg, tem-se que a dose máxima é de 70 x 5mg = 350 mg; Em uma ampola de 2% de lidocaína, cada 1 ml corresponde a 20mg. Logo, 350 mg/ 20mg serão 17,5 ml de volume máximo a ser aspirado. Para Lidocaína a 2% COM adrenalina: Considerando um indivíduo adulto com 70 kg, tem-se que a dose máxima é de 70 x 7mg = 490 mg; Carla Bertelli – 5° Período Em uma ampola de 2% de lidocaína, cada 1 ml corresponde a 20mg. Logo, 490 mg/ 20mg serão 24,5 ml de volume máximo a ser aspirado. Princípios de Analgesia Pós-Operatória Conceito de ‘’Premptive analgesia’’ – O controle da dor pós operatório se inicia no pré-operatório, induzindo um estado de analgesia antes do trauma cirúrgico Podem ser incluídos neste conceito: anestésicos locais, bloqueios regionais, opioides, AINEs, agonistas alfaadrenérgicos Estudos clínicos demonstram redução nas concentrações de drogas utilizadas no pós operatório em pacientes que receberam analgesia antes do ato operatório Tratamento da Dor no Pós Operatório Opioides – Analgesia significativa, porém grande variação individual na intensidade da ação. Morfina, Meperidina, Tramadol e Codeína Podem causar náuseas e vômitos, estase gástrica, constipação, retenção urinária, depressão do reflexo da tosse e depressão respiratória Sensação de euforia e sensação de bem-estar, risco de dependência Cloridrato de Nalbufina (Naubain) – Analgésico de média intensidade, início de ação rápido, menor risco de depressão respiratória, efeitos colaterais incluem sedação, sudorese e cefaleia, meia vida curta AINEs – Cetoprofeno IV ou IM, analgésico de menor intensidade, o mais indicado no pós operatório, alteração da função renal em pacientes predispostos (pode levar a IR), aumento das enzimas hepáticas e sensibilidade gástrica. Aula 5 Mesa Cirúrgica Diérese Primeiro quadrante. Manobra cirúrgica destinada a criar uma via de acesso através dos tecidos Pode ser feita através de: • Incisão – Instrumento de corte, secciona os tecidos • Secção – Ato de cortar com tesoura, serra, lâmina (divide em duas metades) • Divulsão – Separação dos tecidos com pinça, tesoura (entra e abre) Carla Bertelli – 5° Período • Dilatação – Aumentar o diâmetro de canais e ofícios • Serração – Realizada por meio de serra Técnicas de Diérese Vias de Acesso A via de acesso (preparação do campo operatório) é indispensável para o bom procedimento cirúrgico Requisitos: • Extensão suficiente para boa visibilidade do cirurgião – incisão correta reduz os riscos de acidentes operatórios, como lesões de órgãos e hemorragias • Nunca fazer lesões extensas sem necessidades • Incisão com bordas nítidas e paralelas, favorecendo a cicatrização estética • Atravessar os tecidos respeitando a anatomia regional, incisando um plano de cada vez • Não comprometer grandes vasos e nervos da região abordada • Acompanhar as linhas de força da pele, sempre que possível Instrumentos Auxiliares • Pinça de Dissecção • Pinças de tração ou preensão • Afastadores – dinâmicos ou estáticos • Agulha de Veres (laparoscopia) • Trocaters • Pinças de Campo *essas referências estão conforme o Goffi, porém é importante salientar que as pinças de tração/preensão e os afastadores estão indicados atualmente no quadrante de materiais especiais* Hemostasia e Preensão Ato que tem por objetivo impedir ou coibir a hemorragia; Evita a perda excessiva de sangue, propicia melhores condições técnicas e melhor rendimento do trabalho Hemostasia Temporária: • Pinçamento • Garroteamento/Faixa de Esmarch • Ação Farmacológica (vasoconstrição) • Circulação Extracorpórea Hemostasia Definitiva • Ligadura • Cauterização • Obturação Carla Bertelli – 5° Período • Ligadura – Amarração com fios cirúrgicos. Pode ser preventiva ou corretiva • Cauterização – Uso de eletrocaltério • Fotocoagulação • Laser de argônio – usado em hemorragias de microvasos, cirurgias oculares • Suturas com finalidade hemostática • Grampeamento • Obturação – Aplicação de ceras em sangramentos ósseos, obturando-se o espaço sangrante Síntese Aproximação das bordas dos tecidos seccionados ou ressecados, visando a manutenção da contiguidade, facilitando as fases iniciais da cicatrização, a fim de que a continuidade tecidual possa ser reestabelecida. Materiais Utilizados: • Pinças, Porta-Agulhas • Agulhas (retas ou curvas, cilíndricas ou triangular) • Grampos • Fios Cirúrgicos (absorvíveis ou inabsorvíveis, biológicos ou sintéticos, miofilamentar ou polifilamentar) Materiais Especiais • Aspirador • Grampeador Intestinal • Clamp Vascular • Afastadores Aula 6 Fios e Suturas Classificado de acordo com as suas propriedades clínicas: • Absorvíveis ou Inabsorvíveis • Naturais ou Sintéticos • Monofilamentares • Multifilamentares O diâmetro é especificado em números de 10.0 (mais fino) O mais grosso é o fio número 2. Fios Absorvíveis Categute – Feito com intestino de carneiro ou gado. É monofilamentar, pode ser simples ou cromado. • Cromado – Maior resistência, absorção mais lenta >90 dias • Simples – Tempo de absorção de 70 dias É o primeiro fio absorvível existente. Força Tênsil – Quanto tempo a força de tração de mantém. Este tipo de fio de uma força tênsil curta. • Simples – 4 a 10 dias • Cromado – 10 a 14 dias Polidioxanona-DS – Absorvível e monofilamentar (lisos, mais fáceis de deslizar), faz uma menor reação tecidual. Suporte prolongado a suturas que exigem maior tempo de cicatrização. Força Tênsil mantida por 40 a 60 dias • Muito utilizado em vias biliares • Mais caro Monocryl – Monofilamentar, baixa reação tecidual. Força tênsil de 20 a 28 dias. • Tempo de absorção – 90 a 120 dias • Utilizado em suturas intradérmicas • Cirurgias Plásticas • Pode ser azul ou transparente Ácido Poliglicólico-Dexon – Absorvível, multifilamentar, trançado • Força tênsil de 14 a 21 dias • Absorção de 120 dias • Não escorregadio Carla Bertelli – 5° Período • Não altera a absorção em contato com secreções digestivas Poliglactina-Vicryl – É multifilamentar (não escorrega tanto). Manuseio fácil e de grane maleabilidade • Absorção de 60 a 90 dias • Boa fixação do nó • Força tênsil de 20 a 30 dias • Utilizado em suturas viscerais e aponeuróticas Fios Inabsorvíveis Nylon – Fio sintético e mono ou multifilamentar. Superfície lisa, ótimo deslizamento nos tecidos. Tem memória, necessitando vários nós para fixação adequada • Força tênsil por até 6 meses • Suturas de pele e aponeurose Dois fios com mais memória – Nylon e Prolene Polipropinelo-Prolene – Memória extremamente acentuada, necessário até 7 seminós para ele fixas com resistência. Sintético, monofilamentar. • Liso, bom deslizamento nos tecidos • Resistência tênsil não se altera ao longo do tempo • Muito utilizado em aponeurose e suturas vasculares Seda e Algodão – Fios naturais, normalmente o nó é feito com a mão. Mais antigos, baratos e de baixo custo. • Perda lenta da resistência tênsil • Maior reação tecidual • Muito utilizado na ligadura de vasos • Fixa bem o nó, boa maleabilidade Poliéster – Sintético e multifilamentar. É de fácil manuseio. Menor reação tecidual • Resistência tênsil prolongada, comparada com a seca e algodão • Utilizado em anastomoses vasculares, cirurgias oftalmológicas • Pode ser revestido e polubutilato Aço – Material menos inerte que os fios de sutura sintéticos. São rígidos. Podem causar desconforto aos movimentos e traumatismo do tecido • Dificil manuseio e pouca flexibilidade • Mais utilizado em esternorrafias e cirurgiasortopédicas Agulhas Cilíndricas – Permitem penetrações nos tecidos sem lesão circunjacente, utilizadas em tecidos mais frágeis, como órgãos e vísceras Triangulares – São as Cortantes, utilizadas em tecidos que promovem maios resistência, como a pele. Mais traumáticas Suturas Objetivo: Aproximação dos tecidos. Deve haver coaptação das extremidades, com aproximação correta entre os planos, sem tração. É necessário manter a vascularizaão das bordas, embora com hemostasia. Ausência de corpos estranhos juntos a linha de sutura, bem como de tecidos contaminados, coleções Fio utilizado para síntese cutânea geralmente é inabsorvível ou absorvível, monofilamentar Retirada dos fios depende do local suturado • Face e região Cervical – 5 a 7 dias • Pele e restante do Corpo – 7 a 21 dias Tipos de Pontos Ponto Simples Donati – Longe-longe, perto-perto. Sustenta uma maior tração do tecido. Possibilidade de melhor hemostasia desse tecido. Maior força de tração. Distância de 5mm do bordo. Ponto em U – Permite compensar, durante a sutura, bordos de tamanhos diferentes. Entra-entra, sai-sai. Aproximar o subcutâneo, usando para fixar drenos, por exemplo. Sutura Intradérmica – Pontos restritos a derme, podem ser feitos de maneira separada ou contínua. É melhor esteticamente Carla Bertelli – 5° Período Chuleio Simples e Chuleio Ancorado – Anastomoses de vísceras, aponeurose e musculatura Nós Cirúrgicos Características do Nó Ideal: • Fácil e de Rápida execução • Firme, não frouxa • Menor volume possível – Cuidado com os fios de grande memória e de grande calibre • Ausência de tensão excessiva – Não pode-se tensionar a estrutura que está sendo amarrada • Evitar perda de tensão da laçada após o primeiro seminó – até dar o segundo seminó deve-se manter a tensão para não afrouxar • ‘’seminós’’ desnecessários apenas adicionam volume ao nó, sem acrescentar maior benefício Nó Simples e Nó de Pouchet Normalmente se da 3 seminós Parte dos Nós Primeiro Seminó – Lançada de Contensão (lado direito) Segundo Seminó – Fixação (lado esquerdo) Terceiro Seminó – Segurança Aula 7 Ferimento e Cicatrização Lesões de Partes Moles Consiste em uma solução de continuidade nos tecidos, com ou sem perda de substância. Ferimentos Superficiais – Atinge pele, tecido subcutâneo e/ou músculos e aponeurose Ferimentos Profundos – Atingem a musculatura profunda, vasos, nervos, tendões, estruturas ósseas e outras estruturas nobres Podem ser classificados como feridas incisas, perfurantes, puntiformes, consutsos ou abrasivos Feridas Incisas – Feita por objetos cortantes (faca, bisturi, lâmina). Energia absorvida pelos tecidos é pequena, consequentemente, a desvitalização e sofrimento tissular é pouco significativa (secção sem lesão das partes que estão sendo separadas). Geralmente possuem bordos regulares e lineares (fáceis de fechar). A cicatrização costuma ocorrer sem maiores complicações. Não tem um grande grau de contaminação, é uma incisão ‘’limpa’’ Feridas Perfurantes ou Perfurocortantes – Produzidas por instrumentos pontiagudos (punhal, faca, espada). Com frequência lesam estruturas profundas e possuem alto potencial de contaminação. Lesão de estruturas profundas, não é possível calcular o grau de contaminação (por mais que se lave o local não vai ficar limpo) – alto potencial de contaminação Feridas Punctiformes – Produzidas por instrumentos pontiagudos e finos (estiletes, pregos, lápis). Devem sempre ser consideradas como ferimentos contaminados. Feridas Contusas – Mistura todos os tipos de lesões. Produzida por grau variados de uma ação contundente, podendo gerar esmagamento, compressões, contusões, ferimentos corto-contusos, lacerações. Não tem bordos, tem tecidos desvitalizados, isquêmicos, pode estar todo dilacerado Bordos normalmente irregulares, podendo conter corpos estranhos e graus variados de contaminação Tratamento de Feridas Traumáticas Toda ferida traumática, por definição, possui algum grau de contaminação. Informar-se sobre o mecanismo do trauma e condições ambientais do local, bem como histórico de imunização para tétano, doenças associadas, alergias ou sensibilidade a medicações. O objetivo do tratamento cirúrgico é reestabelecer a integridade anatômica, funcional e estética dos tecidos lesionados Atentar para comorbidades sistêmicas: idade avançada, DM, terapias com esteroides, deficiências imunológicas, desnutrição, doenças malignas, que podem interferir nos índices de infecção e complicações dos ferimentos O fechamento primário é habitualmente indicado realizado em feridas limpas recentes Carla Bertelli – 5° Período Não deve ser realizado habitualmente a sutura nas seguintes condições: • Tempo decorrido do ferimento maior que 6h • Tecidos que apresentam suprimento sanguíneo inadequado • Perda de substância considerável • Feridas muito contaminadas • Feridas Produzidas por mordeduras humanas, de gatos, cães, com laceração No entanto, ferimentos desta natureza podem ser tratados por fechamento primário ou de forma aberta Características para uma sutura boa tecnicamente e com redução do potencial infeccioso • Hemostasia meticulosa • Uso criterioso do cautério • Remoção de tecidos isquêmicos ou desvitalizados • Remoção de corpos estranhos • Debridamento cirúrgico, quando necessário • Uso de fios finos, preferencialmente monofilamentar • Evitar traumas por pinçamento desnecessário • Obliteração de espaço morto • Área de sutura sem tensão na ferida • Suprimento sanguíneo afetado/sutura não isquemiante • Irrigação da ferida para remoção de detritos e bactérias Profilaxia com Antibióticos Não se utiliza sempre. • Feridas penetrantes em espaço articular ou associadas a fraturas • Feridas grosseiramente contaminadas ou extensas • Quando o debridamento não é satisfatório ou feito em momento tardio • Corpos estranhos retidos, tratamento inicial tardio • Membros com insuficiência vascular ou edema linfático • Ferimentos associados a fatores locais ou sistêmicos que comprometem a resistência do paciente • Portadores de próteses (cardíacas, ortopédicas) • Via de administração preferencialmente endovenosa e precoce, devendo atingir nível terapêutico no tecido, já no momento da sutura Profilaxia Antitetânica Indicada em ferimentos contaminados, naqueles com presença de corpos estranhos e tecidos necróticos, ferimentos puntiformes, lacerações e abrasões Pacientes não vacinados devem receber gamaglobulina humana 250mg (vantagem sobre o soro antitetânico, devido a ausência de reações anafiláticas) Paciente vacinados há mais de 5 anos, devem receber nova dose da vacina antitetânica Cicatrização Pode ser dar por primeira, segunda ou terceira intenção Feridas sem perdas teciduais e bordos aproximados, cicatrizam por primeira intenção, sem tecido de granulação visível e com resultado estético favorável Segunda Intenção – Ocorre em grandes perdas teciduais ou externos debridamentos, feridas já infectadas ou com bordos afastados, em que a cicatrização ocorre através de tecido de granulação de remodelação tecidual • Cicatrização por segunda intenção – de ‘’dentro para fora’’ – se não cicatrizar, considerar um enxerto Terceira Intenção ou Primeira Intenção Retardada – Se dá quando uma ferida contaminada é deixada aberta para granular de 3 a 7 dias, após, na ausência de processo infeccioso, faz-se a aproximação dos bordos da ferida, que passará a cicatrizar por primeira intensão Fases da Cicatrização Fase Inflamatória – Dura aproximadamente 4 dias. Leucócitos polimorfonucleares começam a invadir a ferida e aderir na superfície endotelial dos vasos. Em poucas horas após o trauma, a ferida está repleta de células inflamatórias, leucócitos, eritrócitos , proteínasplasmáticas e fibrina; Carla Bertelli – 5° Período Inicia a liberação de granulações e fatores de crescimento; A liberação de fatores de crescimento estimula o afluxo de neutrófilos e macrófagos para o local da lesão e estimulam a fibroplasia, a angiogênese e a divisão de células epiteliais; A angiogênese torna-se proeminente dois dias após o trauma, quando brotos capilares começam a surgir de vasos preexistentes e crescem em direção a área traumatizada; Fase de Epitalização – Inicia-se nas primeiras 12 horas após o trauma, exceto em queimaduras, quando é mais tardia. Proliferação de células epiteliais ao longo dos bordos das feridas; As células epiteliais também são estimuladas por fatores de crescimento que atuam sobre os fibroblastos e provocam hiperplasia epitelial. Fase Proliferativa – Inicia-se 48hs após o trauma e dura 14 a 21 dias; Caracteriza-se pela proliferação de fibroblastos, síntese de colágeno, granulação e finalmente, contração da ferida; A síntese e deposição de colágeno ocorrem paralelamente à neoformação vascular, conferindo resistência aos vasos neoformados; AO mesmo tempo que é formado, o colágeno é também destruído e removido por enzimas proteolíticas que degradam a matriz proteica. Se a síntese de colágeno não ocorrer de forma adequada, a proteólise ocorrerá, digerirá o tecido recém formado e poderá ocorrer deiscência da ferida. Fase de Contração – O tecido cicatricial, já epitelizado se encurta; Geralmente é um efeito desejável, já que em áreas em que há excesso de pele, melhora o efeito estético; Em locais como face ou dorso das mãos, se for exacerbada pode gerar retração; A colchicina retarda a fase de contração Fase de Maturação – Inicia-se 3 semanas após o trauma e dura por até dois anos; Produção de colágeno mais maduro e organizado do que aquele formado na forma proliferativa; Confere maior resistência à ferida; A ferida totalmente cicatrizada apresenta , aproximadamente, 80% da resistência da pele íntegra normal de antes do traumatismo. Fatores que Alteram a Cicatrização de Feridas • Corpos estranhos, tecidos desvitalizados, infecção; • Aporte de oxigênio inadequado aos tecidos; • Doenças cardíacas, pulmonares, insuficiências vasculares que impedem a oxigenação adequada; • Desnutrição, anemia, deficiências Vitamínicas; • Diabetes; • Uso crônico de esteróides ou drogas imunossupressoras, que inibem a fase inflamatória; • Exposição solar inadequada
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