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Contabilidade de Custos CUSTEIO POR ABSORÇÃO 1 Sumário Introdução .................................................................................................................................... 2 Objetivo......................................................................................................................................... 2 1. Custeio por Absorção ............................................................................................................... 2 Exercício ........................................................................................................................................ 6 Gabarito ........................................................................................................................................ 7 Resumo ......................................................................................................................................... 8 2 Introdução O método de Custeio por absorção atribui aos produtos ou serviços todos os custos de produção, sejam eles diretos ou indiretos e fixos ou variáveis. Assim sendo, formarão os custos dos produtos os custos diretamente atrelados aos produtos, quanto os custos indiretos de fabricação; tanto os custos variáveis (aqueles que só existem quando há atividade operacional) quanto os custos fixos (que independem da atividade operacional. A legislação brasileira obriga que as empresas adotem o método de custeio por absorção para a valorização dos estoques e apuração de resultado do exercício (lei 6404/76, decreto-lei 1598/77). O Custeio por Absorção é oriundo dos Princípios Contábeis geralmente aceitos, pois sua aplicação prática reflete o Regime de Competência e a confrontação de Receitas e Despesas, desta forma é considerado como despesa do período apenas o Custo de Produção referente aos produtos que foram vendidos no período. Objetivo • Conhecer o Custeio por Absorção • Aplicar o custeio por absorção às empresas 1. Custeio por Absorção O Custeio por Absorção é o único aceito pela legislação tributária, por isso é adotado na grande maioria das organizações. IMPORTANTE! “ “O método de custeio de estoque em que todos os custos, variáveis e fixos, são considerados custos inventariáveis. Isto é, o estoque que absorve, realmente, todos os custos de fabricação”. (Horngren, Foster e Datar, 2000) 3 01 Custeio por absorção Exemplo: Uma indústria de iates fabricou 5 navios e vendeu 3 unidades destes navios a R$ 35.000,00 cada. Os gastos do período foram: Mão de obra direta: R$ 25.000,00 Mão de obra indireta: R$ 10.000,00 Matéria-Prima: R$ 50.000,00 Aluguel da Fábrica: R$ 5.000,00 Despesas Administrativas: R$ 6.000,00 Despesas de Vendas: R$ 7.000,00 Despesas de Propaganda e Publicidade: R$ 3.000,00 1° Passo: Classificar os Custos Nesta etapa devemos separar os gastos em: Custos ou Despesas. Mão de obra direta: R$ 25.000,00 – Custo Direto Variável Mão de obra indireta: R$ 10.000,00 – Custo Indireto Fixo Matéria-Prima: R$ 50.000,00 – Custo Direto Variável Aluguel da Fábrica: R$ 5.000,00 – Custo Indireto Fixo Despesas Administrativas: R$ 6.000,00 – Despesa Fixa Despesas de Vendas: R$ 7.000,00 – Despesa Variável 4 Despesas de Propaganda e Publicidade: R$ 3.000,00 – Despesa Variável 2° Passo: Calcular o Custo da Produção do Período (CT) No Custeio por Absorção o Custo da Produção do Período ou Custo Total é a soma de todos os custos. Mão de obra direta: R$ 25.000,00 – Custo Direto Variável Mão de obra indireta: R$ 10.000,00 – Custo Indireto Fixo Matéria-Prima: R$ 50.000,00 – Custo Direto Variável Aluguel da Fábrica: R$ 5.000,00 – Custo Indireto Fixo CT = CDV + CIV + CDF + CIF CT = 25.000 + 50.000 + 10.000 + 5.000 CT = R$ 90.000,00 3° Passo: Calcular o Custo Total Unitário (CTun) O custo total unitário, é o valor de produção de uma unidade de produto. Devemos dividir o custo total pela quantidade produzida. CT = R$ 90.000,00 CTun = CT ÷ Quantidade Produzida CTun = 90.000 ÷ 5 CTun R$ 18.000,00 4° Passo: Calcular o Custo do Produto Vendido (CPV) O custo da produção vendida é o custo apenas dos produtos que foram vendidos. Devemos multiplicar o valor do custo unitário da produção pela quantidade de unidades vendidas. CTun = R$ 18.000,00 CPV = Ctun x Quantidade Vendida CPV = 18.000 x 3 5 CPV = R$ 54.000,00 5° Passo: Estoque Final (EF) O custo do estoque final é o valor monetário de produção das unidades que não foram vendidas, e, portanto, ficaram em estoque. Basta multiplicar a quantidade que não foi vendida (Quantidade de Estoque Final = Quantidade Produzida – Quantidade Vendida) pelo custo total unitário. Quantidade de Estoque Final = 5 – 3 = 2 EF = CTun x Qtde Estoque Final EF = 18.000 x 2 EF = R$ 36.000,00 6° Passo: Calcular a Receita de Vendas (RV) A Receita de Vendas é a remuneração pela venda da mercadoria. Para encontrarmos este valor, multiplicamos o preço de venda de um produto pela quantidade vendida. Preço de Venda unitário (PVun) = R$ 35.000,00 RV = PVun x Qtde Vendida RV = 35.000 x 3 CPV = R$ 105.000,00 7° Passo: Elaborar a DRE A demonstração do resultado do exercício (DRE), evidencia o resultado do período, sendo ele lucro ou prejuízo. DRE Receita de Vendas (RV) 105.000,00 (-) Custo do Produto Vendido (CPV) (54.000,00) 6 (=) Lucro Bruto (LB) 51.000,00 (-) Despesas Operacionais (DO) (16.000,00) (=) Lucro Líquido (LL) 35.000,00 Fonte: Elaborada pelo autor, 2019 Exercício A Indústria de carteiras Guarda bem, produziu e comercializou, no último período, um único produto. A fábrica entrou em operação nesse ano, não havendo tipo de estoque no início do exercício fiscal. Durante este período os dados da produção e dos gastos foram: 200 unidades produzidas e acabadas 120 unidades vendidas Custo variável de fabricação: R$ 30,00 por unidade Custos fixos de fabricação: R$ 600,00 Despesas operacionais de administração e vendas: R$ 400,00 Preço líquido de venda por unidade: R$ 40,00 1. Com base nas informações acima, podemos afirmar que o custo da produção vendida, pelo método do custeio por absorção, é: a. R$ 3.960,00 b. R$ 840,00 c. R$ 6.600,00 d. R$ 400,00 e. R$ 440,00 2. Com base nas informações acima, podemos afirmar que o lucro bruto, pelo método do custeio por absorção, é: f. R$ 840,00 g. R$ 3.960,00 h. R$ 6.600,00 i. R$ 400,00 j. R$ 440,00 7 3. Com base nas informações acima, podemos afirmar que o lucro líquido, pelo método do custeio por absorção, é: k. R$ 440,00 l. R$ 3.960,00 m. R$ 6.600,00 n. R$ 400,00 o. R$ 840,00 Gabarito 1. Resposta correta a. O custo dos produtos vendidos é o valor do custo total unitário multiplicado pela quantidade vendida. CTun = 6.600 ÷ 200 = 33 CPV = 33 x 120 = 3.960 2. Resposta correta a. O Lucro Bruto é a Receita de Vendas, menos os custos da produção vendida. CPV = 33 x 120 = 3.960 RV = 40 x 120 = 4.800 MC = 4.800 – 3.960 = 840 3. Resposta correta a. O Lucro Líquido é o resultado da Demonstração de Resultados do Exercício. CT = 600 + (30 x 200) = 600 + 6.000 = 6.600CTun = 6.600 ÷ 200 = 33 CPV = 33 x 120 = 3.960 RV = 40 x 120 = 4.800 DRE: RV 4.800 (-) CPV (3.960) (=) LB 840 (-) DO (400) (=) LL 440 8 Resumo O Custeio por Absorção engloba todos os custos, o que facilita o cálculo. Além disto, não necessita de critério de rateios para a apropriação dos custos indiretos. Este método de custeio é o único que atende ao critério legal exigido no Brasil no que tange a legislação tributária. Os resultados apresentados (lucro ou prejuízo) sofrem influência direta do volume de produção e vendas. O Custeio por Absorção pode ser integrado à contabilidade, pois é aceito pela legislação trabalhista tanto para fins de Balanço Patrimonial como para Demonstração de Resultados. O Custeio por Absorção permiti a apuração do custo por centro de custos, pois como os custos fixos são alocados aos departamentos é possível acompanhar o desempenho de cada área. Ao absorver todos os custos de produção, podemos também apurar do custo total de cada produto. Como desvantagem podemos citar os rateios para distribuir os custos entre as áreas e produtos, pois os critérios de rateio nem sempre são claros e objetivos, distorcendo os resultados e disfarçando ineficiências e desperdícios produtivos. 9 Referências bibliográficas ALMEIDA, Marcelo Cavalcanti. Curso básico de contabilidade: introdução à metodologia da contabilidade. 5º ed. São Paulo: Atlas, 2009; BERTÔ, Dalvio José; BEULKE, Rolando. Gestão de custos. São Paulo: Saraiva 2006 BORNIA, Antonio Cezar. 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