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IFRO – INSTITUTO FEDERAL DE RONDÔNIA – CAMPUS PORTO VELHO CALAMA CURSO TÉCNICO EM QUÍMICA – 3º ANO DISCIPLINA: INDÚSTRIA DE PROCESSOS QUÍMICOS DOCENTE: AMANDA CIDADE DISCENTE: GRAZIELLA BRITO ROCHA TRATAMENTO DE EFLUENTES: ADSORÇÃO DO CARVÃO 1. INTRODUÇÃO A água é um constituinte importante do planeta, pois é necessária na manutenção das funções metabólicas e para todas as reações físico-químicas e biológicas dos organismos (GOMES; CLAVICO, 2005). No entanto, o crescimento populacional tem gerado problemas ambientais, principalmente com relação ao uso da água nos processos referentes à saúde humana (COSTA et al., 2011). Já a indústria utiliza a água sob diversas formas em seus processos produtivos, acarretando a geração de efluentes industriais contaminados por resíduos do processo industrial, compostos por variadas substâncias (GIORDANO, 2004). A legislação ambiental para lançamento de efluentes líquidos e qualidade das águas de corpos receptores é essencial para o controle da poluição, tanto em nível do poluidor quanto dos órgãos ambientais (VON SPERLING, 1998). Recentemente, tem-se feito cada vez mais uma distinção importante entre as tecnologias de tratamento existentes. Elas são separadas em tecnologias de transferência de fase e tecnologias destrutivas. As primeiras, como o próprio nome indica, transferem os poluentes da fase aquosa para uma outra (como exemplo podemos citar a adsorção em carvão ativo, na qual os poluentes ficam adsorvidos na superfície do carvão: são transferidos da fase aquosa para a fase sólida). Historicamente o carvão ativado (CA) ficou conhecido como o adsorvente ‘universal’, usado principalmente para tratamento de águas residuais contendo radionuclídeos e metais. No entanto, esse adsorvente é notadamente efetivo para a remoção de moléculas apolares, e é muito utilizado em tratamento de água de abastecimento, para remoção de substâncias que provocam cor e sabor. Predominantemente utiliza-se carvão ativado na forma granular, produzido a partir de madeira, lignita e carvão betuminoso, com área superficial variando de 200 a 1.500 m2 /g. A adsorção em alumina ativada (AA) tem sido utilizada na remoção de fluoreto, arsênio, sílica e húmus. O processo da eletro floculação, também chamado de eletrocoagulação ou eletro flotação é essencialmente um processo eletrolítico que envolve a desestabilização de poluentes emulsificados, ou em suspensão, em meio aquoso. Basicamente, este processo ocorre em três etapas. Na primeira, o coagulante é gerado in situ pela oxidação de um ânodo metálico (M) de sacrifício; assim que os respectivos cátions são gerados na fase anódica, estes reagem com moléculas de água para formação dos respectivos hidróxidos e polihidróxidos. Os materiais mais utilizados como ânodos de sacrifício são o ferro e o alumínio, devido a seu baixo custo, disponibilidade e eficácia. Paralelamente, tem-se a eletrólise da água e a formação de microbolhas de oxigênio no ânodo e hidrogênio no cátodo que carregarão, na última etapa, o material floculado para a superfície. Na segunda etapa, os hidróxidos formados adsorvem-se em partículas coloidais originando os flóculos e tem-se o transporte dessas espécies que entram em contato com as impurezas. A remoção dos poluentes pode ocorrer tanto por complexação como por atração eletrostática e posterior coagulação. Na última etapa do processo ocorre a flotação, em decorrência da formação das microbolhas que são geradas da eletrólise da água. (AQUINO NETO. et al, 2011) 2. OBJETIVO Avaliar a remoção de cor e odor utilizando carvão ativado 3. MATERIAIS E REAGENTES Materiais QUANTIDADE DESCRIÇÃO 01 Funil Simples 01 Estante para tubos de ensaio 02 Tubos de ensaio 01 Espátula 02 Béquer (100mL) 2 Papel filtro Reagentes 4. RESULTADOS E DISCUSSÕES Neste experimento não se obteve êxito na prática, pois o carvão ativado não foi o método adequado para o experimento utilizando vinagre e corante levando em consideração suas propriedades químicas. Não conseguimos associar o bom desenvolvimento da prática através das características organolépticas, no qual o intuito que era verificar a mudança de cor e odor da amostra não ocorreu, sendo necessário testar outro método. QUANTIDADE DESCRIÇÃO 20g Carvão ativado 100mL Vinagre Tinta lavável (Substituído por corante) Figura 1.: Amostra com vinagre após tratamento com carvão ativado. Apesar de ser um experimento demonstrativo de como ocorre o tratamento de efluentes em uma indústria com carvão ativado, o método mais viável foi por eletro floculação, onde a descontaminação da água por meio da técnica também causou a aglutinação das impurezas, porém, por meio de reações de oxirredução. Os pregos usados são formados por ferro, assim, cada um deles constitui um eletrodo ou polo. O ânodo é o que fornece íons metálicos: Ânodo: Fe(s) → Fe2+(aq) + 2e- Esses íons reagem com a hidroxila do meio aquoso e o hidróxido de ferro (II ou III) é formado: Fe2+(aq) + 2 OH-(ℓ) → Fe(OH)2(s) Essa base que se formou é pouco solúvel em água e absorve o corante disperso na solução. Esses floculos formados podem, então, ser facilmente separados da água por uma simples filtração, assim é obtida água limpa. Ao mesmo tempo, podem-se observar bolhas no outro polo (cátodo), que é o gás hidrogênio liberado: Cátodo: 2 H2O(ℓ) + 2e- → H2(g) + 2 OH-(ℓ) Ânodo: Fe(s) → Fe2+(aq) + 2e- Equação geral: Fe2+(aq) + 2 OH-(ℓ) → Fe(OH)2(s) 5. CONCLUSÃO A capacidade adsortiva do carvão ativado é influenciada por fatores como volume, distribuição de poros, forma dos poros, existência de grupos funcionais de superfície, pH, entre outros. Ainda, nesse processo atuam diretamente na sua eficiência as condições experimentais como pH, temperatura, tempo de contato requerido, agitação e presença de compostos que competem pelos mesmos sítios de adsorção (KURODA, 2005). Dentro desse contexto, o presente estudo apresentou grande contribuição para o desenvolvimento e a continuidade de estudos em nova fase de desenvolvimento para a aplicação de técnicas de remoção dos poluentes via processos de filtração por meio de carvão ativado. 6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Mimura, A. M. S., Sales, J. R. C., Pinheiro, P. C. Atividades experimentais simples envolvendo adsorção sobre carvão. Química Nova na Escola, v.32, p.53, 2010. Aquino Neto, S., Magri, T. C., Silva, G. M., & Andrade, A. R. (2011). Tratamento de resíduos de corante por eletrofloculação: um experimento para cursos de graduação em química. Química Nova, 34(8), 1468-1471.