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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA __ VARA DA FAZENDA PÚBLICA DA COMARCA DO MUNICÍPIO ALFA Processo nº... Apelante: Maria Apelado: Município Alfa MARIA, já devidamente qualificada nos autos do processo em destaque, em que litiga com o Município Alfa, com fulcro no Art. 14 da Lei nº 12.016/2009, vem, por seu advogado que a esta subscreve apresentar RECURSO DE APELAÇÃO EM MANDADO DE SEGURANÇA em face da sentença proferida nos autos, pelos fatos e fundamentos a seguir expostos: Requer o recebimento e remessa ao tribunal competente, notificando o recorrido para apresentar contrarrazões, nos termos do Art. 1.010, §§ 1º e 3º, do CPC, bem como a juntada do recibo do prepara. Nesses termos, pede deferimento. Município Alfa, data. Advogado OAB/... (Quebra de página) EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO... Recorrente: Maria Recorrido: Município Alfa Processo nº... DAS RAZÕES DO RECURSO Trata-se de recurso contra decisão em mandado de segurança que denegou o benefício de “aluguel social” à autora, mesmo tendo ela preenchido todos os requisitos estabelecidos no edital e na lei regente. Diante de fortes chuvas que assolaram o Município Alfa, Este editou legislação que criou o benefício denominado “aluguel social” para pessoas que tiveram suas moradias destruídas por tais eventos climáticos, mediante o preenchimento dos requisitos objetivos estabelecidos na mencionada norma, dentre os quais, a situação de hipossuficiência e a comprovação de comprometimento das residências familiares pelos mencionados fatos da natureza. A Recorrente preencheu todos os requisitos determinados na referida lei e, ao contrário de outras pessoas que se encontravam na mesma situação, teve indeferido o seu pedido pela autoridade competente na via administrativa. Em razão disso, impetrou Mandado de Segurança perante o Juízo de 1º grau, sob o fundamento de violação ao seu direito líquido e certo de obter o benefício em questão e diante da existência de prova pré-constituída acerca de suas alegações. A sentença do juízo a quo denegou a segurança sob o fundamento de que a concessão de “aluguel social” está no âmbito da discricionariedade da Administração e que o mérito não poderia ser invadido pelo Poder Judiciário, sob pena de violação ao princípio da separação dos Poderes. A Recorrente apresentou embargos de declaração, tempestivamente, porém sem qualquer efeito modificativo, por não ter sido reconhecida nenhuma obscuridade, contradição, omissão ou erro material na sentença. DO CABIMENTO É cabível o presente recurso de apelação com fulcro no Art. 14 da Lei nº 12.016/2009, c/c Art. 1.009 e seguintes do CPC. DO MÉRITO Primeiramente, o Art. 5º, inciso XXXV, da CRFB/88, consagra o princípio da inafastabilidade de jurisdição. Vejamos: XXXV - a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito. No caso em apreço, a sentença denegatória trouxe como um dos seus fundamentos a violação ao princípio da separação dos Poderes. Ocorre que não há violação ao referido princípio, uma vez que a Constituição Federal consagra o princípio da inafastabilidade de jurisdição, Art. 5º, inciso XXXV. Outrossim, a moradia é direito constitucional consagrado, nos termos do Art. 6º da CRFB/88, e a Recorrente preencheu todos os requisitos determinados na lei para obtenção do benefício de “aluguel social”, mas não foi contemplada. O Art. 5º, caput, da CFRB/88, estabelece que todos são iguais perante a lei e o Art. 37, caput, da CRFB/88, por sua vez, consagra o princípio da isonomia e da impessoalidade, como de observância obrigatória pela Administração Pública. Todavia, mesmo a Recorrente tendo a moradia como uma garantia constitucional e tendo preenchido todos os requisitos determinados na lei para o benefício de “aluguel social”, ao contrário das demais pessoas, não foi contemplada, com clara violação ao princípio da isonomia e da impessoalidade. Ademais, o fundamento constante da sentença, no sentido de que a concessão do “aluguel social” se submete à discricionariedade da Administração, é equivocado, uma vez que a lei elenca os requisitos que impõem a concessão do benefício, sem qualquer margem de escolha para o Administrador, tratando-se, no entanto, de ato vinculado, que confere direito subjetivo a quem atenda aos requisitos constantes da norma. Desse modo, houve, no Ato Administrativo, violação ao direito líquido e certo da apelante à concessão do benefício, diante do preenchimento de todos os requisitos estabelecidos na lei de regência; devendo, portanto, a sentença ser reformada para determinar à Administração que defira o “aluguel social” à recorrente. DOS PEDIDOS Pelo exposto, requer: 1. Seja o presente recurso conhecido e provido para determinar a reforma da decisão, proferindo uma nova decisão concedendo a segurança, para determinar à Administração que defira o “aluguel social” para a Recorrente; 2. Seja atribuído efeito suspensivo ao recurso, nos termos do Art. 1.012 do CPC. 3. A condenação do Recorrido aos pagamentos de custas processuais e honorários advocatícios; 4. A juntada do recibo do preparo. Nesses termos, pede deferimento. Município Alfa,
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